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WORKFLOW DE AUTORIA DE CURSOS PARA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COM SUPORTE À COOPERAÇÃO

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Academic year: 2021

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a Collaborative Application on the Web Olivier Dedieu

Resumo: As exigências sociais atuais levam ao repensar das ações

educacionais, evidenciando a Educação a Distância (EAD). A autoria destes cursos acontece por meio de equipes multidisciplinares atuando em trabalho cooperativo. O desenvolvimento deste trabalho cooperativo requer apoio à sua efetividade, de acordo com os comportamentos e funcionalidades cooperativas. Em 2001 foi proposto por Sizilio um método para apoiar a construção de um curso de EAD, considerando somente um autor para o curso. O presente artigo estende a proposta de Sizilio para um grupo de autores, levando em consideração comunicação e cooperação entre eles durante a autoria de um curso.

Abstract: The current social demands lead to the development of new

educational actions, especially when Distance Learning (DL) is concerned. The authorship of such curses happens by means of multidisciplinary teams working cooperatively. The cooperation within the authorship team is based on requirements to support its effectiveness, according to cooperative behaviors and functionalities. A method for guiding the authorship activities of a DL course was proposed by Sizilio in 2001. This method considered the course being constructed by only one author. Sizilios method is here extended for the construction of LD courses by a authoring team, with support to communication and cooperation among the team members.

Palavras-chave: EAD, Cooperação, Workflow, Modelagem de Workflow,

Workflow de Autoria para EAD. Valéria de Araújo

Universidade do Extremo Sul Catarinense Diretoria de Informática/UNESC

valeria@unesc.rct-sc.br Nina Edelweiss

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Informática

nina@inf.ufrgs.br

1 I

NTRODUÇÃO

A Educação a Distância (EAD) vem sofrendo várias modificações, ao longo de sua história, impulsionadas pela evolução das tecnologias de informação e comunicação. As metodologias para esta modalidade de educação são influenciadas pela separação de espaço e/ou tempo entre educador e educando, e pelo envolvimento de tecnologias no processo ensino-aprendizagem. O trabalho de [3], ao discutir a necessidade de um projeto didático para cursos de EAD, constata que o professor que constrói um curso deve estar preparado não só didaticamente, mas deve também possuir estratégias pedagógicas, dinâmicas e técnicas apropriadas a este tipo de curso.

A EAD é abrangente demandando competências de diversas áreas (pedagógicas, tecnológicas e sociais) do conhecimento, tornando-se um assunto multidisciplinar. Conforme [8], “hoje não é mais possível desenvolver um bom software educacional sem a ajuda de uma equipe

interdisciplinar composta por especialistas da área de domínio da aplicação, especialistas em Informática na Educação (principalmente na área de projeto e desenvolvimento desta modalidade de programas) e em Engenharia de Software. ... Logo, faz-se necessário que se utilize uma metodologia para guiar e organizar o projeto de desenvolvimento do software educacional”. (Neste trabalho, apresentam o ambiente PDS-E, que usa técnicas de Engenharia de Software para gerenciar a elaboração e a execução de cursos). A constituição de equipes multidisciplinares para construção e aplicação de cursos para EAD busca a contribuição coletiva a partir das experiências, habilidades e competências de cada membro da equipe, constituindo um processo cooperativo de trabalho.

Duas etapas diferentes podem ser identificadas em cursos de EAD: etapa de autoria, que se constitui na construção do curso, juntamente com os respectivos materiais educacionais; etapa de execução, durante a qual

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é feito o controle das atividades do estudante e dos caminhos que ele segue durante o curso.

A expansão das tecnologias de workflow (WF), originárias da área de negócios, para outros segmentos, chega à área educacional. Em [14] e [15] é apresentado um método para apoiar a autoria de um curso para EAD. Este método se baseia em um WF para dirigir um autor durante a autoria do curso, organizando suas ações e sugerindo os itens a serem definidos em cada passo. As atividades previstas neste WF englobam todas as tarefas relacionadas à criação do curso: concepção, planejamento, definição e implementação. Além do WF de autoria, Sizilio propõe também um outro WF, denominado de execução, que dirige um aluno enquanto percorre o curso de EAD.

O WF de autoria proposto por Sizilio considera que um curso é construído por somente um autor (professor). A constatação de que a autoria de um curso envolve uma equipe multidisciplinar, não podendo ser realizada somente por um autor, levou ao desenvolvimento da atual proposta – um WF para apoiar e guiar uma equipe autora durante o desenvolvimento de um curso de EAD, com suporte à cooperação entre os membros desta equipe. Esse WF de autoria cooperativa contempla as diversas tarefas e fases que representam um modelo formal de construção cooperativa, auxiliando os membros da equipe de autoria, principalmente aqueles que têm pouca ou nenhuma experiência em EAD.

A seção 2 apresenta o estudo de caso realizado, que serviu não só para avaliar o método proposto, mas também deu subsídios para seu desenvolvimento. A seção 3 deste artigo aborda a cooperação sob a ótica da autoria de cursos. O método de modelagem utilizado para definir o WF de autoria cooperativa é apresentado na seção 4. A seção 5 traz o WF de autoria com suporte à cooperação. Na seção 6 são apresentados os resultados da avaliação feita com base no estudo de caso realizado, além de alguns trabalhos relacionados. E a última seção apresenta as conclusões e indica trabalhos complementares ao apresentado.

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LABORAÇÃO

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OOPERAÇÃO

Visando a análise da viabilidade do WF de autoria cooperativa e se este contemplava adequadamente a cooperação nas equipes de autoria de curso para EAD, o método proposto (seção 5) foi testado na autoria de um curso de EAD na UNESC (Universidade do Extremo Sul Catarinense, sediada em Criciúma, SC). Tratou-se de um curso de extensão denominado “Drogas: saiba evitar, educando par a vida e formando cidadãos”, que tem por objetivo a formação de agentes interventores (formadores/multiplicadores) na prevenção ao uso indevido de drogas. Dos quatro módulos dos quais este curso se compõe, um deles foi implementado com base no WF de autoria.

A equipe de autoria recebeu uma primeira versão do WF proposto e uma capacitação com relação a conceitos gerais de WF e de modelagem. Com esta versão em mãos a equipe iniciou seu trabalho. Esta capacitação foi necessária, pois a maioria dos integrantes da equipe não possuía conhecimento de ciência da computação. Durante todo o processo foram feitas reuniões quinzenais dos integrantes da equipe de autoria do curso com as autoras do WF, com o intuito de esclarecer dúvidas e discutir as sugestões do grupo. Os assuntos eram debatidos até se chegar a um entendimento. As sugestões de consenso foram sendo incorporadas gradativamente ao WF, sendo que a equipe continuava seu trabalho sempre a partir da versão atualizada.

Do resultado da interação entre a equipe autora com as pesquisadoras resultou a versão final do WF de autoria cooperativa. Deste modo, o estudo de caso não somente avaliou a possibilidade de utilização do WF de autoria por um grupo de autores, mas também auxiliou no desenvolvimento do próprio método.

A equipe autora era composta por cinco membros, agregando especialistas em EAD, pedagogia, tecnologia e nos assuntos pertinentes ao curso.

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OOPERAÇÃONO

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OOPERATIVA

Na EAD, de acordo com [4] e [16], o contato presencial precisa ser suprido e os educadores devem se cercar de meios que renovem sua postura no processo de ensino-aprendizagem, sendo sua competência: entender a natureza da EAD; estabelecer os fundamentos teóricos do projeto; selecionar e preparar todo o conteúdo curricular articulado a procedimentos e atividades pedagógicas; compreender seu novo papel, passando de transmissor da informação para orientador da aprendizagem; identificar as características e necessidades dos alunos e definir os objetivos referentes às competências cognitivas, habilidades e atitudes; definir bibliografia, videografia, iconografia, audiografia, tanto básicas quanto complementares; participar da elaboração do material didático utilizado; ter domínio das tecnologias utilizadas no projeto; desenvolver formas de avaliação; participar, no caso de um novo curso, do projeto e das etapas necessárias à sua implantação; motivar, orientar, acompanhar e avaliar os alunos, e auto-avaliar-se continuamente como profissional participante do coletivo dos projetos educacionais.

Para que estes objetivos sejam alcançados, é evidente que a autoria de um curso deve ser feita por uma equipe multidisciplinar trabalhando de forma cooperativa. A cooperação no WF de autoria cooperativa aqui proposto está focada nas equipes autoras de cursos para EAD, voltada, portanto, ao trabalho cooperativo. Em [7], a cooperação é definida como a operação conjunta dos membros do grupo no espaço compartilhado visando à

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realização das tarefas gerenciadas pela coordenação. Fucks acrescenta, ainda, que os indivíduos cooperam produzindo, manipulando e organizando informações, construindo e refinando objetos de cooperação, como documentos, planilhas, gráficos, etc.

A formação do grupo de autores dos cursos para EAD implica competências distintas, que são alocadas de acordo com a característica dos projetos, envolvendo profissionais de diversas áreas da instituição promotora e/ ou de fora dela, levando os participantes a realizar suas tarefas cooperativamente em tempo e local distintos, apoiados por algum meio de comunicação. A forma e as características das equipes de autoria e da própria EAD as colocam como equipes virtuais trabalhando cooperativamente, estabelecendo os principais requerimentos de apoio para sua efetividade, que são: estabelecimento de diretrizes para a tomada de decisão; estabelecimento de diretrizes para o comportamento do grupo; organização e planejamento do trabalho; definição clara dos objetivos e de sua razão de ser; definição clara dos papéis e responsabilidades de cada membro; interações assíncronas; interações síncronas em períodos de intensa discussão; plataforma tecnológica compatível entre os membros do grupo; tecnologias de informação e comunicação; manutenção dos membros da equipe informados e atualizados sobre o projeto no qual participam; desenvolvimento de relacionamentos de confiança.

A complexidade humana em relação ao seu comportamento social é refletida no trabalho em equipe e conseqüentemente influencia as tecnologias que se propõem a apoiar grupos de trabalho, levando à identificação de comportamentos sociais a serem considerados pelos projetistas de ferramentas voltadas ao trabalho em grupo, em especial ao trabalho cooperativo, visando a qualidade e a agilidade nos processos. Estes comportamentos são apontados por [13] a partir do entendimento de que a cooperação é primeiramente a adoção de uma atitude (um comportamento cooperativo) compartilhada por um conjunto de agentes executando uma tarefa . Já em [9] são sugeridos alguns padrões de comportamento a partir das seguintes características: a interação entre as tarefas geralmente ocorre pela troca de artefatos, que representam a concretização das idéias humanas; os agentes que distribuem os artefatos, em muitos casos esperam um retorno (feedback) dos demais agentes participantes do processo cooperativo; e a interação de forma cooperativa em muitos casos gera várias versões do mesmo artefato, com o intuito de prover melhorias respeitando os objetivos do processo, chegando a uma versão de consenso entre os agentes.

Os comportamentos cooperativos, no WF de autoria cooperativa, direcionam à construção coletiva, suscitando a cooperação pela coordenação das atitudes do grupo. A postura cooperativa identificada como salutar às equipes de autoria em EAD é traduzida nos padrões de comportamento, que são negociação e assistência, além dos padrões de cooperação desenvolvedor-revisor e

escrita cooperativa, direcionando a estrutura dos sistemas computacionais.

As pesquisas em CSCW (Computer Supported

Cooperative Work) nos ajudam a compreender o

comportamento dos membros do grupo de trabalho, fornecendo subsídios para identificação de funcionalidades que apóiem a cooperação entre os participantes da equipe. Caracterizando as principais funcionalidades para autoria de curso, temos: comunicação; coordenação; controle; compartilhamento de informações e do espaço de trabalho; organização e entendimento do processo; informações de percepção; memória de grupo.

As equipes de autoria e seus requerimentos, as funcionalidades e os comportamentos cooperativos citados formam os princípios norteadores da cooperação no WF de autoria cooperativa.

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O método de modelagem aplicado na especificação do WF de autoria cooperativa de cursos para EAD parte da técnica de modelagem apresentada por [6] estendida por [14]. Esta técnica de modelagem é composta por uma linguagem gráfica proposta por Casati, acrescida de

templates sugeridos por Sizilio, os quais descrevem

detalhadamente cada tarefa a ser executada. Para contemplar equipes de autoria atuando em trabalho cooperativo, esta técnica necessitou ser estendida. As ações realizadas no método e no próprio WF de autoria são embasadas nos princípios norteadores da cooperação: a definição da equipe de autoria, a definição dos níveis de cooperação, acréscimo de informações temporais em cada tarefa, entre outros. Isto levou à necessidade da adaptação da representação gráfica da tarefa e da extensão dos

templates utilizados, além da inserção de novas tarefas

complementares ao modelo-base.

Antes de apresentar o WF definido para autoria cooperativa de cursos de EAD, algumas das definições que devem ser feitas são apresentadas a seguir, juntamente com as extensões realizadas no modelo de Sizilio.

4.1 DEFINIÇÃODAEQUIPEDEAUTORIA

A definição da equipe de autoria inclui a definição dos papéis (habilidades e competências) que cada membro desta equipe pode desempenhar. Os papéis são classificados em essenciais e suplementares ao processo de autoria. Os seguintes papéis são identificados como aconselháveis para compor uma equipe de autoria de cursos de EAD: coordenador de projeto (essencial), coordenador de equipe (essencial), equipe de tecnologia da informação e comunicação (essencial), especialista da área de conhecimento (essencial), professor conteudista (essencial), especialista em avaliação (essencial), pedagogo (suplementar), designer instrucional (suplementar),

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especialista em EAD (suplementar), especialista em contabilidade e custos (suplementar), revisor (essencial) e profissionais de comunicação social (suplementar).

A seleção dos profissionais para composição da equipe multidisciplinar é feita com base nos conhecimentos exigidos para cada função, nos objetivos do curso e nas peculiaridades de cada projeto. O próprio tamanho da equipe e os papéis utilizados no processo são determinados pelas características do curso e de cada instituição, assim como a experiência e a maturidade da equipe autora.

4.2 DEFINIÇÃODOSNÍVEISDECOOPERAÇÃO

A cooperação no modelo proposto pode ocorrer em três níveis:

(i) cooperação entre tarefas (CT) – interação entre

tarefas, no momento em que estas começam ou terminam. Esta cooperação é inerente aos WFs, nos quais a finalização de uma tarefa habilita a tarefa seguinte. O(s) resultado(s) de uma ou mais tarefas finalizadas subsidiam a realização da próxima tarefa, estabelecendo a cooperação entre agentes de diferentes tarefas;

(ii) cooperação entre tarefas com interação (CTI) –

cooperação entre tarefas durante sua execução. Consiste na cooperação entre agentes de diferentes tarefas executadas em paralelo, não só quando inicia

ou termina a tarefa, mas durante sua execução. Para representar este tipo de cooperação no modelo aqui proposto, foi necessário estender a representação gráfica de Casati, conforme apresentado na seção 3.3;

(iii) cooperação interna à tarefa (CI) – interação entre

os agentes da tarefa. Esta cooperação é direcionada pelos comportamentos cooperativos, definidos para a equipe responsável pela execução da tarefa. A cooperação ocorre entre os agentes da própria tarefa. No modelo aqui proposto, estes comportamentos são indicados no template que descreve cada tarefa, estendido para o atual modelo conforme detalhado na seção 3.4.

4.3 EXTENSÃODAREPRESENTAÇÃOGRÁFICA

Para representar a cooperação CTI, a representação gráfica de Casati, utilizada na proposta de Sizilio, foi estendida com o operador Coo [9]. Esse operador define que as tarefas sobre as quais atua compartilhem resultados intermediários (resultados produzidos antes da finalização da tarefa). As tarefas sobre as quais atua o operador Coo seguem o protocolo de transação Coo apresentado em [9]. A figura 1 traz um resumo dos símbolos que representam a linguagem gráfica resultante, utilizada no WF de autoria cooperativa.

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D o m í n i o ( i n f o r m a ç ã o o b r i g a t ó r i a ) - é a c o n t e x t u a l i z a ç ã o d a t a r e f a , a g r e g a n d o a definição do WF a que esta tarefa pertence (fase de autoria ou execução) e indicando a supertarefa ou multitarefa à qual é vinculada. Lembramos que no atual artigo estamos apresentando somente o WF correspondente à fase de autoria. As supertarefas nas quais a tarefa descrita e s t i v e r d i r e t a m e n t e i n s e r i d a d e v e r ã o s e r precedidas pelo símbolo Þ.

Nome da tarefa (informação obrigatória) – é acompanhado do identificador Tn.n para a denominação da tarefa, semelhante ao nome utilizado no WF (Ex.: T1.1 significa a tarefa 1 da fase de autoria).

Descrição (informação adicional) - visa esclarecer o objetivo da tarefa, devendo ser sucinta e em linguagem natural.

Ações (informações obrigatórias) - descritas em linguagem natural, identificando as ações que deverão ser desenvolvidas durante a execução da tarefa. A definição da seqüência de execução das ações é de responsabilidade do agente. O status de finalização da tarefa é atualizado após a conclusão das ações, constituindo o evento que habilitará as tarefas sucessoras.

Pré-condição – (informação obrigatória) – identifica, em linguagem natural, os eventos responsáveis pela ativação da tarefa. Quando houver mais de um evento deve ser usada uma expressão lógica para validação e ativação da tarefa. Os eventos podem ser a conclusão da tarefa predecessora, o resultado de um fork, de um join, de um Coo e o início do WF. Pós-condição (informação não obrigatória) – também expressa em linguagem natural, indica uma condição que dever ser satisfeita ao final da tarefa. Vale lembrar que a última ação a ser realizada durante a execução da tarefa é a atualização do status de conclusão da tarefa no banco de dados.

Exceção/reação (informação não obrigatória) – indica ações para situações não rotineiras na execução do fluxo de trabalho. Expressa em linguagem natural. Tipo de cooperação (informação obrigatória) - este campo

recebe o tipo de comportamento cooperativo que a equipe de autoria deve adotar durante a execução da tarefa. Deve ser indicado um comportamento do tipo Assistência, Negociação ou Individual. A

assistência é um comportamento assumido pelo(s)

agente(s) responsável (is) pela tarefa, o(s) qual(is) pode(m) solicitar auxílio de outro ou outros agentes (opcionais e/ou externos). Neste caso, o parâmetro “agentes opcionais” indica os papéis

4.4 Extensão do template de detalhamento das tarefas

O template proposto por Sizilio foi também estendido, de modo a representar as definições de cooperação (tabela 1). É composto por vários parâmetros que descrevem em detalhes a tarefa, descritos a seguir.

Tabela 1: Template para descrição de uma tarefa

ITEM CARACTERIZAÇÃO DA TAREFA Domínio Fase: Supertarefa: Nome da Tarefa Tn.n: Descrição Ações Pré-condição Pós-condição Exceção/Reação Tipo de Cooperação Agentes obrigatórios Agentes opcionais Delegação Tipo de delegação Organização Temporal Recursos

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recomendados para auxílio, não sendo necessariamente alocados pelo coordenador de equipe. A negociação busca a resolução da tarefa pelo consenso. A troca de idéias, as opiniões, as reflexões e as contribuições entre os membros da equipe levam à construção coletiva da tarefa. Já o comportamento do tipo individual foi definido, no WF de autoria proposto, para identificar as tarefas onde a execução está vinculada a um único participante.

Delegação (informação obrigatória) - indica através de valor lógico (sim ou não), se o coordenador de equipe pode substituir participantes (inclusive ele próprio), designados para executar a tarefa, por outro participante ou não. O tipo de delegação é uma informação complementar à delegação. É obrigatória somente se o valor do campo delegação for verdadeiro. O tipo de delegação definido para a autoria de cursos de EAD, neste WF, é por comando. Organização temporal (informação obrigatória) - trata os tempos de duração das tarefas, apresentando-se de duas formas: (1) solicitada na instanciação da tarefa; (2) pré-determinada no WF trazendo um tempo fixo de duração da tarefa (Ex. 1: organização temporal - 2 horas, significa que os agentes devem concluir a tarefa em duas horas. Ex. 2: organização temporal – 1 dia, significa que os agentes têm um dia para concluir a tarefa). Caso a tarefa não seja executada no tempo previsto, o prazo máximo é solicitado, sendo utilizados dia e hora como medida temporal. As informações temporais solicitadas devem ser definidas pelo coordenador de equipe da tarefa e autorizadas pelo coordenador de projeto, baseadas no cronograma geral do projeto. Agentes obrigatórios (informação obrigatória) - indica

os papéis imprescindíveis para execução da tarefa. Agentes opcionais (informação não obrigatória) - indica os papéis recomendados, mas facultativos na execução da tarefa. A existência de agentes opcionais está vinculada à ocorrência de pelo menos um agente obrigatório. Agentes opcionais, no todo ou em parte, por decisão do coordenador de projeto, podem ser suprimidos, ou seja, não alocados para executar determinado projeto.

Recursos (informação obrigatória) - descreve os recursos necessários à realização das tarefas. Recebe a relação de recursos básicos pré-definidos e as informações provindas da instanciação de tarefas específicas para definição dos recursos envolvidos no projeto.

4.5 Definição da interface padrão para o curso de EAD

O modelo de autoria cooperativa, apresentado neste artigo, incorpora uma primeira extensão, feita por [5], a qual define a definição da interface padrão para o curso em

construção. Esta definição não era considerada no WF original de Sizilio.

Na implementação de um curso é importante a equipe definir uma interface padrão, de modo que a apresentação de todas as páginas seja feita de forma semelhante, dando assim uma unidade ao curso. A definição desta interface deve ser feita cooperativamente pelo grupo, envolvendo especialistas nas áreas de design gráfico, pedagogos e especialistas no assunto a ser apresentado. Somente deste modo pode ser alcançado o objetivo de transmitir os conteúdos de uma forma correta, adequada aos conteúdos a serem apresentados, e ao mesmo tempo agradável aos alunos.

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COMSUPORTE À

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OOPERAÇÃO

O WF de autoria com suporte à cooperação é composto por uma série de tarefas a serem executadas, juntamente com a seqüência de sua execução, representadas através da notação gráfica apresentada na seção 3.3. Muitas destas tarefas estão agrupadas em supertarefas, cada uma destas especificada através de um

workflow próprio aqui denominados de subworkflows. O

WF de autoria cooperativa completo é formado pelo conjunto de todos os workflows correspondentes. Os

templates que detalham cada tarefa (seção 3.4) completam

a definição do método proposto.

As tarefas que constam do WF compõem conceitualmente as fases de planejamento, de desenvolvimento com os direcionamentos para implantação, e de revisão de cursos para EAD. A execução do WF inicia com as supertarefas analisar e planejar o curso, cadastrar curso, definir critérios de análise e desempenho do aluno, definir interface padrão, implementar módulo e implantar curso e finaliza com as tarefas definir estratégias de avaliação do curso e liberar curso para execução. O detalhamento de cada tarefa incluindo os direcionamentos da cooperação entre os agentes da tarefa, no WF de autoria, é feito nos respectivos templates. Os dados correspondentes são definidos pela equipe autora durante a execução da tarefa.

Neste artigo apresentamos o WF de autoria cooperativa (fig. 2), detalhando somente os seus

subworkflows iniciais e o subworkflow confeccionar

instrumento, visando ao macro entendimento do processo de construção cooperativa de um curso com seu respectivo material educacional. O modelo de autoria com suporte à cooperação na sua totalidade pode ser encontrado em [1]. A supertarefa analisar e planejar o curso (fig. 3) é responsável pelo planejamento geral do projeto. Seus resultados orientam as equipes na execução das tarefas seguintes, de acordo com a seqüência apresentada no modelo de autoria. A supertarefa tem seu início com a tarefa que identifica o projeto, seguindo com as tarefas relativas ao levantamento do perfil do público-alvo [T] e das disponibilidades tecnológicas da instituição para apoio a autoria e execução do curso. Estas últimas podem ser

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executadas em paralelo ou de forma seqüencial (independente da ordem). As tarefas seguidas do identificador [T] indicam que o tempo de duração da tarefa (informações temporais) é determinado na sua execução. A finalização das duas tarefas habilita a execução (paralelo ou seqüencial) de mais três tarefas referentes à definição dos objetivos do projeto, à definição da concepção pedagógica e à identificação do curso. Após a conclusão destas duas tarefas devem ser executadas: uma para definir a ementa [T] do curso e a outra para definir a quantidade de módulos componentes do mesmo. A especificação as mídias que melhor suportam a concepção definida, de acordo com o resultado dos levantamentos efetuados é habilitada na finalização das tarefas anteriores.

Da mesma forma, o final da especificação das mídias aciona a supertarefa definir equipe de trabalho formada por outras tarefas que juntas permitem definir quais serão os papéis suplementares (papéis pré-definidos como opcionais, que podem ser suprimidos a critério do coordenador do projeto) e adicionais (novos papéis não constantes da especificação inicial do WF) a serem utilizados no projeto. Além da quantidade de participantes por papel e as tecnologias de apoio ao trabalho da equipe autora.

A finalização da referida supertarefa permite a execução seqüencial da tarefa definir cronograma e determinar a viabilidade econômica [T] do projeto. A comprovação da viabilidade determina a realização da tarefa que sinaliza a conclusão da supertarefa analisar e planejar o curso. Caso o projeto não seja viável é possível revisá-lo, adequando-o de acordo com as restrições financeiras apresentadas, a partir da retomada das tarefas seguintes a identificação público-alvo e das tecnologias disponíveis na instituição.

A supertarefa cadastrar curso (fig. 4) é responsável pela definição dos parâmetros básicos do curso, sendo acionada com a conclusão da supertarefa analisar e planejar o curso. A maior parte das tarefas que formam esta supertarefa estão aptas a receberem papéis adicionais (definidos na supertarefa definir equipes de trabalho). A identificação destas tarefas é feita pelo identificador [A].

Assim, o cadastramento do curso inicia com a atribuição de papéis adicionais as tarefas desta supertarefa ou com o registro de não-atribuição destes, de acordo com as definições anteriores. A não-atribuição sinaliza a utilização apenas dos papéis pré-definidos para as tarefas em questão. A conclusão de uma das respectivas tarefas dispara a tarefa definir estratégias pedagógicas [A] [T], responsável pela definição das propostas pedagógicas e metodológicas do curso. Após a finalização desta, são acionadas, em paralelo ou em qualquer ordem, as tarefas responsáveis pela definição da bibliografia, dos tipos de instrumento (auto-estudo, comunicação, avaliação e momentos presenciais) que serão disponibilizados para o desenvolvimento do curso e da interface, devendo ser escolhido pelo menos um tipo de instrumento além da interface. Tais tarefas são: (1) definir bibliografia; (2) definir

instrumentos de auto-estudo a serem disponibilizados [A]; (3) definir instrumento de comunicação a serem disponibilizados [A]; (4) definir instrumentos de avaliação a serem disponibilizados [A]; (5) definir utilização de momentos presenciais [A]; (6) definir instrumentos de interface a serem disponibilizados [A]. Após a conclusão destas seis tarefas deverá ser executada a tarefa sinalizar conclusão da supertarefa cadastrar curso, que envia mensagem acionando a supertarefa definir critérios de análise e desempenho do aluno.

A supertarefa definir critérios de análise e desempenho do aluno (fig. 5) é utilizada para que a equipe de autoria possa definir, paralelamente, qual(is) o(s) critério(s) de análise de desempenho que será(ao) utilizado(s) para avaliar se o aluno atingiu ou não os objetivos do curso. Os critérios são opcionais e podem na sua totalidade ou em parte ser descartado pela equipe de autoria, conforme a característica do curso em desenvolvimento. Os critérios considerados são notas obtidas em avaliações, tempo que o aluno levou para executar determinada atividade e percentual de freqüência no curso. Para cada critério são executadas tarefas de definição ou de não-utilização dos mesmos, sendo os autores guiados pelo WF nesta análise. Concluídas estas tarefas, será registrada a não-apresentação da trilha de progresso do aluno caso nenhum critério de desempenho tenha sido selecionado, ou então, definida a forma de apresentação da trilha de progresso do aluno para que os tutores possam, individualmente, direcionar as atividades de cada aluno do curso. Executada uma destas duas tarefas, a tarefa sinalizar conclusão da supertarefa definir critérios de análise de desempenho do aluno é acionada e esta, por sua vez, habilita a supertarefa definir interface padrão (fig. 6).

A supertarefa definir interface padrão (fig. 6) define as configurações básicas de uma interface padrão para o curso. Esta interface é composta por frames, um título, pelos menos um menu, e alguma imagem de identidade visual, tal como um logotipo. Estas configurações são definidas ou é registrada sua não-utilização através de tarefas específicas para tal. O WF guia os autores nestas definições de forma que todas os parâmetros sejam analisados e informados. Logo após é executado em paralelo ou em qualquer ordem outras três tarefas que ocorrem independente das escolhas feitas: definir cores de fundo da interface, definir tipo de fonte da interface e definir cor de fonte da interface. Ao completar as três tarefas, é disparada a tarefa sinalizar a conclusão da supertarefa definir interface padrão.

A supertarefa-multitarefa implementar módulo (fig. 7) é disparada com a conclusão da supertarefa definir interface padrão. Inicialmente a tarefa identificar módulo permite a identificação de cada módulo definido no planejamento (todos os módulos previstos terão que ser implementados, podendo as implementações ser realizadas paralelamente). A conclusão desta tarefa habilita um teste condicional que verifica se as estratégias pedagógicas padrão definidas anteriormente serão aplicadas no módulo; em caso negativo é acionada a tarefa redefinir estratégias pedagógicas para o módulo [T]. A conclusão desta tarefa

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ou o resultado negativo do teste condicional aciona a tarefa definir objetivos do módulo [T] levando a equipe de autoria a registrar a ementa do módulo, devendo esta ser compatível com a ementa do curso. A execução em seguida da tarefa determinar quais tarefas devem obrigatoriamente ser definidas para o módulo [T] registra quais tarefas dentre as que definem aspectos genéricos para o módulo deverão ser implementadas.

Após a determinação das tarefas obrigatórias é realizada paralelamente ou em qualquer ordem, tarefas que determinam se a equipe deve: (1) definir pré-condições para execução do módulo; (2) definir avaliação inicial para o módulo; (3) definir aspectos temporais para o módulo; e (4) definir indicativo de conclusão do módulo com sugestão do próximo módulo a ser executado pelo aluno. Paralelamente a estas definições são estabelecidas às quantidades de cada instrumento a ser implementado. Depois de concluída tal definição é determinado se o módulo seguirá a interface padrão com os respectivos itens de layout definidos, ou apenas terá páginas simples. Se a escolha for afirmativa, utiliza-se a interface padrão definida na supertarefa definir interface padrão; em caso negativo, redefine-se a interface especificamente para o módulo em questão. Após conclusão da seleção da interface do módulo, os instrumentos são efetivamente elaborados na supertarefa-multitarefa elaborar instrumentos (fig. 10), que será considerada concluída quando a quantidade de instrumentos elaborados (por tipo de instrumento) for igual à quantidade de instrumentos previstos (por tipo de instrumento). A tarefa liberar módulo para execução, disparada após conclusão de todas as tarefas anteriores relacionada ao módulo e que tiverem sido determinadas como obrigatórias, registra a conclusão da implementação do mesmo, liberando-o para execução.

A supertarefa-multitarefa elaborar instrumentos (fig. 10) é composta por seis tarefas e uma supertarefa. Estas são responsáveis pela identificação do instrumento e algumas definições finais. A supertarefa confeccionar instrumento (fig. 11) é responsável pela efetiva elaboração dos instrumentos.

A supertarefa confeccionar instrumento inicia com a tarefa de atribuição ou com a tarefa que registra a não-atribuição de papéis adicionais para as tarefas deste

subworkflow. Após a execução de uma destas, é acionada

a tarefa que cria o esboço do instrumento [A] [T]. A conclusão desta tarefa habilita a tarefa selecionar instrumentos existentes [A] [T], responsável pela seleção de materiais (instrumentos completos ou partes) existentes, que poderão ser incorporados ao instrumento em questão. A sua finalização aciona, em paralelo as tarefas desenvolver instrumento [A] [T] e revisar instrumento [A] [T], estas duas tarefas interagem durante a realização, permitindo que resultados intermediários (resultados produzidos antes da finalização da tarefa) sejam compartilhados. Esta interação é coordenada pelo WF de acordo com as regras de cooperação CTI estabelecidas. Após a conclusão das duas tarefas é verificado então a necessidade de produção

hipermídia para o instrumento. Caso o instrumento requeira produção hipermídia a tarefa produzir hipermídia [A] [T] é acionada. Em caso negativo ou após a conclusão da hipermídia é aciona a tarefa avaliar instrumento [A] [T], que avalia o instrumento seguindo uma metodologia de avaliação determinada pela equipe autora. Caso o instrumento necessite ajustes ocorre um retorno a tarefas anteriores com reinicio após a tarefa selecionar instrumento existente. A conclusão da supertarefa confeccionar instrumento é acionada quando a avaliação do instrumento não detectar ajustes a serem realizados no instrumento.

A supertarefa implantar curso (fig. 12) e a tarefa definir estratégias de avaliação do curso [T] são acionadas paralelamente ou em qualquer ordem com a conclusão da implementação de todos os módulos previstos. A primeira é responsável pela definição do suporte técnico e pedagógico à execução do curso, pela elaboração do manual de orientação de estudo e a implementação do ambiente de ensino-aprendizagem e pela capacitação dos participantes envolvidos na aplicação do curso. Já a segunda responde pela determinação das estratégias de avaliação do curso em termos pedagógicos e tecnológicos, englobando as equipes de autoria e os demais profissionais responsáveis pela execução do curso. A avaliação deve ocorrer, preferencialmente, em paralelo com a aplicação do curso. A conclusão desta tarefa aciona a tarefa liberar curso para execução, indicando a conclusão da construção do curso e, conseqüentemente, informando ao administrador que o curso poderá ser disponibilizado para os alunos.

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6 A

NÁLISEDOMÉTODO ETRABALHOS RELACIONADOS

Ao final do estudo de caso apresentado na seção 2, foi feita uma avaliação do método, com base nas opiniões dos integrantes da equipe de autoria. A seguir listamos algumas opiniões de consenso deste grupo durante esta avaliação:

o WF de autoria se constitui em um guia que facilita a condução, a coordenação e a construção sistemática de cursos para EAD;

o WF apresenta o “ideal” para o desenvolvimento de um projeto para EAD. Destacam a relevância da especificação dos agentes obrigatórios e opcionais, da organização temporal e das diretrizes cooperativas do modelo;

a estrutura previamente definida sendo refletida pelas tarefas componentes do WF e suas regras de aplicação, propicia reflexões, definições e elaborações anteriores que facilitam o processo de desenvolvimento dos materiais didáticos, das mídias, da própria interface, da(s) hipermídia(s) educacional(is) e do ambiente tecnológico de apoio; o workflow é flexível possibilitando atender aos anseios de desenvolvimento dos materiais didáticos conciliado com a realidade tecnológica da instituição promotora;

o fator tempo nas tarefas auxilia a coordenação a regular a duração dos processos que envolvem discussões, reflexões e consenso para a tomada de decisões e alcance dos resultados. Porém, existe uma dificuldade inicial na determinação dos prazos por se tratar de tarefas que envolvem muita criatividade e estão inseridas em situações complexas;

os participantes colocam, também, a dificuldade inicial no entendimento do modelo, principalmente aqueles não ligados à área de ciência da computação. O contato dos integrantes da equipe de autoria com o WF de autoria de cursos para EAD despertou o interesse de alguns dos autores participantes do estudo de caso, para método utilizado. Estes decidiram aplicar o WF de autoria na construção cooperativa de outros cursos. O WF proposto está sendo utilizado na construção de mais um curso a distância a ser ofertado no nível de extensão pela UNESC. O curso está na fase de análise e planejamento, com a equipe de autoria formada por três participantes do estudo de caso e pelo menos mais três ou quatro profissionais.

Embora existam várias propostas de ambiente para construção e execução de cursos a distância, o apoio a autoria ainda tem muito a evoluir em função da complexidade envolvida no processo. Trabalhos recentes discutem a sistematização do conhecimento e formas de incorporá-lo nos sistemas eletrônicos.

Em [2], encontramos uma proposta de engenharia ontológica, que poderá ser incorporada em sistemas futuros de autoria, que trata do desenvolvimento conceitual da ontologia da percepção (ontology-awareness) por meio da modelagem do conhecimento relativo ao design instrucional. A proposta implica não somente no desenvolvimento de sistemas, mas também no compartilhamento de conhecimento entre humanos e computadores. Como resultado a sistematização da semântica-base do conhecimento de design instrucional pode prover um caminho para a confecção dos objetos de aprendizagem e seu gerenciamento. As teorias de design instrucional fornecem o principal conhecimento para estabelecer estratégias instrucionais em decisões de alto nível ou para orientar um nível mais baixo de decisão relativo ao material educacional.

Outro trabalho relativo a ontologias para autoria é apresentado em [12]. Este propõe uma antologia-base para configuração automática de features de sistemas de cursos baseado na web, de acordo com a concepção pedagógica e a descrição dos cenários de aprendizagem estabelecidos. Diz Hélic que a vantagem desta estrutura ontológica está na separação de conceitos, modelagem de componentes básicos, reuso e simplificação da autoria. Afirma, ainda, que o principal problema encontrado é o vácuo conceitual existente entre a concepção pedagógica e os aspectos funcionais dos sistemas. Este trabalho apresenta também a possibilidade de aplicação da solução na ferramenta WBT-Master.

O sistema WBT-Master suporta construção e distribuição de cursos para EAD. Este sistema possui serviços e ferramentas de apoio aos usuários com intuito de suprir problemas comuns encontrados na tecnologia www (world wide web). Além de trabalhar com uma sofisticada estrutura para gerenciamento de documentos multimídia e suporte a domínios de conhecimento [10] e [11].

O WF de autoria se propõe a guiar a equipe autora, apoiar a sua gestão e ao mesmo tempo estimular, facilitar e propiciar o trabalho cooperativo do grupo durante todas as fases de construção dos cursos de EAD (planejamento, desenvolvimento e revisão). As ontologias propostas podem vir complementar o WF de autoria como features de apoio a execução, principalmente, das tarefas dos WFs que compõem a etapa de desenvolvimento, sinalizando uma das formas de evolução do mesmo.

Da mesma forma, o WBT-Master relatado em [10] e [11] tem sua especialização voltada as tarefas do

subworkflow elaborar instrumento.

7 C

ONCLUSÕESE

P

ERSPECTIVAS

A EAD ao longo de sua história tem agregado novos elementos aos seus sistemas e superado o fator distância, alicerçada pela evolução tecnológica. Somado a possibilidade de atendimento às exigências sociais atuais

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de uma educação continuada e voltada à aprendizagem autônoma do indivíduo têm sua difusão ampliada, suscitando pesquisas na área tecnológica e educacional.

Este trabalho apresentou a especificação, a partir da proposta de Sizilio, de um WF de autoria de cursos para EAD, com suporte à cooperação. Este WF de autoria se propõe a guiar a equipe autora trabalhando cooperativamente na criação de cursos para EAD. O guia contempla as diversas tarefas e fases que representam um modelo formal de construção cooperativa, auxiliando os membros da equipe de autoria, principalmente aqueles que têm pouca ou nenhuma experiência em EAD.

A continuidade deste ou de outros trabalhos relacionados a este tema envolve o desenvolvimento de ferramentas de apoio à autoria cooperativa que implemente o WF de autoria apresentado, a elaboração de um manual dirigido a autores que não sejam da área de informática, outras formas de validação deste WF abrangendo equipes e complexidade de cursos diferenciadas, a determinação de parâmetros mensuráveis que permitam validar a eficácia dos direcionamentos cooperativos apresentados e a especificação do WF de autoria de hipermídia educacional com suporte a cooperação.

Atualmente, trabalhamos na elaboração de um manual dirigido a autores que não sejam da área de informática, com o intuito de facilitar o entendimento e a disseminar a utilização do WF visando a validação e o aperfeiçoamento do método.

8 R

EFERÊNCIAS

[1] ARAUJO, V. de. Workflow de Autoria de Cursos para Educação a Distância com Suporte à Cooperação. Dissertação de Mestrado em Ciência da Computação, Instituto de Informática - UFRGS, dez 2003.

[2] BOURDEAU, J.; MIZOGUCHI, R. Collaborative Ontological Engineering of Instructional Design Knowledge for an ITS Authoring Environment. In Proceedings of the 6th International Conference on Intelligent Tutoring Systems, 2002.

[3] CAMPOS, G. H. B. de; COUTINHO, L. M.;ROQUE, G. O. Design didático para implementação de cursos baseados na Web. Mini-curso do XIV Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, Rio de Janeiro, pp.1-20, 2003.

[4] COSTA NETO, P.L.O. A Educação a Distância e as Mídias: A Experiência da Fundação Vanzolini. In Anais Eletrônicos do Congresso Brasileiro de

Ensino de Engenharia, Natal, p. 457-464, 1999.

[5] FARIA, F. S. de. Um Assistente para Autoria de um Curso de Ensino a Distância. Trabalho de Diplomação no Curso de Graduação em Ciência da Computação, UFRGS, 2003.

[6] CASATI, F.; CERI, S.; PERNICI, B.; POZZI, G. Conceptual Modeling of workflow. In Proceedings of The Object-Oriented and Entity-Relationship

Conference, Gold Coast-Australia, 1995.

[7] FUKS, H.; RAPOSO, A. B.; GEROSA, M. A. Engenharia de Groupware: Desenvolvimento de Aplicações Colaborativas. In Anais da XXI Jornada

de Atualização em Informática – JAI2002-SBC,

Florianópolis, 2002.

[8] GIRAFFA, L.; MARCZAK, S.; PRIKLADNICKI, R. PDS-E: Em direção a um processo de desenvolvimento de Software Educacional. In XI

Workshop em Informática na Educação – WIE, São

Leopoldo, pp.2833-2841, 2005.

[9] GODART, C; CHAROY, F.; PERRIN, O; SKAF-MOLLI, H. Cooperative Workflows to Coordinate Asynchronous Cooperative Applications in a Simple Way. In Proceedings of the 7th International Conference on Parallel and Distributed Systems – ICPADS´00, Iwate-Japan, 2000.

[10] HELIC, D.; MAURER, H.; SCERBAKOV, N. Aspects of Collaborative Authoring in WBT Systems. In Proceedings of International Conference on

Advances in Infrastructure for Electronic Business, Education, Science, and Medicine on the Internet – SSGRR, 2002.

[11] HELIC, D.; MAURER, H.; SCERBAKOV, N. Web Based Training: What Do We Expect from the System. In Proceedings of International

Conference on Computers in Education - ICCE,

Taiwan, p. 1689-1694, 2000.

[12] HELIC, D. An Ontology-Based Approach to Supporting Didactics in E-Learning Systems. In Proceedings the 5th IEEE International Conference on Advanced Learning Technologies,

Kaohsiung-Taiwan, p. 174-176, 2005.

[13] LABIDI, S.; HAMMOUDI, S. Collaborative Workflow Management in WEICOT. CiteSeer: NEC Research Institute Scientific. Disponível em: <http:/ /citeseer.nj.nec.com/labidi98collaborative.html>. Acesso em: 27 jul. 2002.

[14] SIZILIO, G.R.M.A.; EDELWEISS, N. Modelo de Autoria de Cursos de Ensino à Distância. Revista

Brasileira de Informática na Educação, v.8: 35-51,

2001. ISSN 1414-5685.

[15] SIZILIO, G.R.M.A.; EDELWEISS, N. Workflow for the Authoring of Long Distance Learning Courses. In Proceedings of the International Conference on

Engineering and Computer Education - ICECE,

São Paulo, 2000.

[16] VIANNEY, J.; TORRES, P.; SILVA, E. A Universidade Virtual no Brasil. Editora Unisul, tubaraão, 2003, (anexo IV – Relatório da Comissão Assessora de EAD, agosto 2002, p. 209-250).

Imagem

Figura 1: Resumo dos símbolos usados na representação gráfica do workflow

Referências

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