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Controle preditivo com restrições aplicado ao rastreamento de trajetória de um robô escalador com rodas magnéticas

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Academic year: 2021

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PROGRAMA DE P ´

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MAYARA HARUMI BUENO IMIANOSKI HONDA

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OES APLICADO AO

RASTREAMENTO DE TRAJET ´

ORIA DE UM ROB ˆ

O ESCALADOR

COM RODAS MAGN ´

ETICAS

Dissertac¸˜ao apresentada ao Programa de P´os-graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a como requisito parcial para obtenc¸˜ao do grau de “Mestre em Ciˆencias” – ´Area de Concentrac¸˜ao: Engenharia de Automac¸˜ao e Sistemas.

Orientadora: Profa. Dra. L´ucia Val´eria Ramos de Arruda

Co-orientador: Prof. Dr. Andr´e Schneider de Oliveira

CURITIBA 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

H771c Honda, Mayara Harumi Bueno Imianoski

2018 Controle preditivo com restrições aplicado ao rastreamento de trajetória de um robô escalador com rodas magnéticas / Mayara Harumi Bueno Imianoski Honda.-- 2018.

79 f.: il.; 30 cm.

Disponível também via World Wide Web. Texto em português com resumo em inglês.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial, Curitiba. Área de Concentração:

Engenharia de Automação e Sistemas, 2018. Bibliografia: f. 76-79.

1. Robôs - Sistemas de controle. 2. Robôs móveis. 3. Controle preditivo. 4. Rastreamento automático. 5. Deformações (Mecânica) - Modelos matemáticos. 6. Mínimos quadrados. 7. Gás liquefeito de petróleo - Armazenamento - Inspeção. 8. Métodos de simulação. 9. Engenharia de sistemas. 10. Engenharia elétrica - Dissertações. I. Arruda, Lúcia Valéria Ramos de, orient. II. Oliveira, André Schneider de, coorient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial. IV. Título.

CDD: Ed. 23 -- 621.3

Biblioteca Central do Câmpus Curitiba – UTFPR Bibliotecária: Luiza Aquemi Matsumoto CRB-9/794

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

TERMO DE APROVAÇÃO DE DISSERTAÇÃO Nº 800

A Dissertação de Mestrado intitulada “Controle Preditivo com Restrições Aplicado ao

Rastreamento de Trajetória de um Robô Escalador com Rodas Magnéticas” defendida em

sessão pública pelo(a) candidato(a) Mayara Harumi Bueno Imianoski Honda, no dia 26 de junho de 2018, foi julgada para a obtenção do título de Mestre em Ciências, área de concentração Engenharia de Automação e Sistemas, e aprovada em sua forma final, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial.

BANCA EXAMINADORA:

Prof(a). Dr(a). Lúcia Valéria Ramos de Arruda - Presidente – (UTFPR) Prof(a). Dr(a). Mariana Santos Matos Cavalca - (UDESC)

Prof(a). Dr(a). Flavio Neves Junior - (UTFPR)

A via original deste documento encontra-se arquivada na Secretaria do Programa, contendo a assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do trabalho.

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Agradec¸o a Deus por me dar forc¸as.

Agradec¸o aos meus pais, Cla´udio e Valk´ıria e aos demais familiares e amigos por me apoiarem.

Agradec¸o aos professores Dra. L´ucia Val´eria de Arruda Ramos e Dr. Andr´e Schneider de Oliveira pela orientac¸˜ao.

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Este trabalho teve apoio financeiro da Agˆencia Nacional do Petr´oleo, G´as Natural e Biocombust´ıveis - ANP, da Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP, do Minist´erio da Ciˆencia, Tecnologia e Inovac¸˜ao - MCTI por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP para o Setor Petr´oleo e G´as - PRH-ANP/MCTI do Programa de Formac¸˜ao de Recursos Humanos da PETROBRAS - PRH10-UTFPR e da Coordenac¸˜ao de Aperfeic¸oamento de Pessoal de N´ıvel Superior - CAPES.

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HONDA, Mayara H. B. I. CONTROLE PREDITIVO COM RESTRIC¸ ˜OES APLICADO AO RASTREAMENTO DE TRAJET ´ORIA DE UM ROB ˆO ESCALADOR COM RODAS MAGN ´ETICAS. 79 f. Dissertac¸˜ao – Programa de P´os-graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2018.

Neste trabalho ´e apresentado um controle de rastreamento de trajet´oria para um robˆo escalador com rodas sob ades˜ao magn´etica, cuja func¸˜ao ´e carregar equipamentos que realizam a inspec¸˜ao de tanques de armazenamento de GLP (G´as Liquefeito de Petr´oleo). O robˆo possui acionamento diferencial e, devido a ades˜ao magn´etica, ao realizar curvas fechadas, sofre deformac¸˜ao da estrutura f´ısica do chassis. Isto ocorre porque as rodas tem grande dificuldade em se desgrudar da superf´ıcie met´alica durante a realizac¸˜ao da manobra. O objetivo desta dissertac¸˜ao ´e desenvolver um sistema de controle que, a partir da modelagem das forc¸as que atuam sobre o chassis, seja capaz de solucionar o problema de rastreamento de trajet´oria sem que ocorra a deformac¸˜ao do chassis. Este ´e um problema de controle multivari´avel com restric¸˜ao e a t´ecnica de controle utilizada no desenvolvimento ´e o controle preditivo baseado em modelo MPC (Model Predictive Control), mais especificamente o GPC (Generalized Preditive Control). Para isto um modelo dinˆamico do tipo caixa preta do robˆo foi identificado via m´ınimos quadrados a partir de dados simulados. Para fins de validac¸˜ao do controlador desenvolvido foram realizadas simulac¸˜oes variando os parˆametros do controlador e comparados os resultados obtidos sem e com a inclus˜ao de restric¸˜oes. Tamb´em foram utilizados controladores monovari´aveis do tipo PI em um esquema de controle com desacoplamento a fim de servir como referˆencia para avaliar o desempenho do controlador proposto. Todos os resultados foram validados atrav´es de simulac¸˜oes utilizando as plataformas ROS (Robotic Operating System), V-REP (Virtual Robot Experimentation Platform) e MATLAB.

Palavras-chave: Robˆo escalador, controle com restric¸˜oes, controle de trajet´oria, modelo de deformac¸˜ao

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HONDA, Mayara H. B. I. CONSTRAINED PREDICTIVE CONTROL APPLIED TO TRAJECTORY TRACKING OF CLIMBING ROBOT WITH MAGNETIC WHEELS. 79 f. Dissertac¸˜ao – Programa de P´os-graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2018.

In this work, a trajectory tracking control is presented for a climbing wheeled robot under magnetic adhesion, whose function is to carry equipment that perform the inspection of LGP (Liquefied Gas Petroleum) storage tanks. The robot has differential drive and, due to the magnetic adhesion, when performing closed curves, deforms the physical structure of the chassis. This is due to wheels have great difficulty in detaching themselves from the metal surface during the maneuver. The dissertation purpose is to develop a control system that, based on the modeling forces that act on chassis, is capable of solving the trajectory tracking problem without chassis deformation. This is a constrained multivariable control problem and the control technique used to development is the MPC (Model Predicitive Control), more specifically GPC (Generalized Predictive Control). A black box robot model is identified by least squares from simulated data. For developed controller validation, several simulations experiments are carried out by varying the parameters of the controller and comparing obtained results without and with the inclusion of constraints. Monovariable PI controllers are designed in a decoupling control scheme to serve as a reference for evaluate the performance of the proposed controller. All the results are validated through simulations using the ROS (Robot Operating System), V-REP (Virtual Robot Experimentation Platform) and MATLAB softwares.

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FIGURA 1 Exemplo de robˆo com rodas - Robˆo AIR-2 . . . 16 –

FIGURA 2 Exemplo de robˆo com pernas e brac¸os - Robˆo ASIMO . . . 17 –

FIGURA 3 Manobra para estacionar um robˆo m´ovel holonˆomico. . . 18 –

FIGURA 4 Manobra para estacionar um robˆo m´ovel com restric¸˜oes n˜ao-holonˆomicas 19 –

FIGURA 5 Deformac¸˜ao do chassis do robˆo ao tentar fazer curvas acentuadas. . . 20 –

FIGURA 6 Esquema de controle de robˆos m´oveis . . . 22 –

FIGURA 7 Estabilizac¸˜ao de posic¸˜ao . . . 23 –

FIGURA 8 Seguimento de caminho . . . 23 –

FIGURA 9 Rastreamento de trajet´oria . . . 24 –

FIGURA 10 Exemplo de trajet´oria realizada com movimentos suaves . . . 24 –

FIGURA 11 Exemplo de trajet´oria realizada com movimentos bruscos . . . 25 –

FIGURA 12 Robˆo de inspec¸˜ao da USP . . . 33 –

FIGURA 13 Robˆo Autˆonomo de Inspec¸˜ao AIR-1 . . . 33 –

FIGURA 14 Sistemas de coordenadas com a mesma orientac¸˜ao . . . 34 –

FIGURA 15 UV deslocado em relac¸˜ao a XY . . . 36 –

FIGURA 16 Posic¸˜ao e orientac¸˜ao do robˆo no sistema de coordenadas global. . . 37 –

FIGURA 17 Sistema de coordenadas global e local . . . 39 –

FIGURA 18 Restric¸˜ao de rolamento puro. . . 40 –

FIGURA 19 Fluxograma do GPC MIMO. . . 49 –

FIGURA 20 Compress˜ao no chassis do robˆo. . . 55 –

FIGURA 21 Esquem´atico do controle de rastreamento de trajet´oria. . . 55 –

FIGURA 22 Ambiente de simulac¸˜ao do robˆo. . . 59 –

FIGURA 23 Sa´ıda dSdt e sinal de controle υ variando os horizontes de predic¸˜ao N2dS dt , N2dθ

dt e N2Fm. . . 60 –

FIGURA 24 Sa´ıda dθdt e sinal de controle ω variando os horizontes de predic¸˜ao N2dS dt, N2dθ

dt e N2Fm. . . 60 –

FIGURA 25 Sa´ıda dSdt e sinal de controle υ variando os horizontes de controle Nυ e Nω. 61

FIGURA 26 Sa´ıdadθdt e sinal de controle ω variando os horizontes de controle Nυe Nω. 62 –

FIGURA 27 Sa´ıda dSdt e sinal de controle υ variando a matriz de ponderac¸˜ao R(RdS

dt, R dθ

dt , RFm). . . 63 –

FIGURA 28 Sa´ıda dθdt e sinal de controle ω variando a matriz de ponderac¸˜ao R(RdS dt , Rdθ dt , RFm). . . 63 –

FIGURA 29 Sa´ıda dSdt e sinal de controle υ variando a matriz de ponderac¸˜ao Q(Qυ, Qω). 64

FIGURA 30 Sa´ıdadθdt e sinal de controle ω variando a matriz de ponderac¸˜ao Q(Qυ, Qω). 64

FIGURA 31 Sa´ıda dSdt e entrada υ. . . 66 –

FIGURA 32 Sa´ıda dθdt e entrada ω. . . 66 –

FIGURA 33 Sa´ıda Fme entrada ω. . . 67

FIGURA 34 Sa´ıda dSdt e entrada υ sob a restric¸˜ao da sa´ıda Fm. . . 68

(12)

FIGURA 38 Sa´ıda dSdt e entrada υ - Comparac¸˜ao entre PI e GPC. . . 70 –

(13)

(14)

GLP G´as Liquefeito de Petr´oleo MPC Model Predictive Control GPC Generalized Preditive Control ROS Robotic Operating System

V-REP Virtual Robot Experimentation Platform PI Proporcional - Integral

MIMO Multiple Input Multiple Output AIR-1 Autonomous Inspection Robot - 1 MPC Model Predictive Control

PID Proporcional Integral Derivativo GPC Generalized Predictive Control

LQMPC Linear Quadratic Model Predictive Control MPC Model Predictive Control

EPSAC Extended Prediction Self Adaptive Control FAILC Fuzzy Adaptive Iterative Learning Control FOPI Fractional-Order Proportional Integral ARX Autoregressive with Exogenous Inputs

CARIMA Controlled Auto-Regressive and Integrated Moving Average V-REP Virtual Robot Experimentation Platform

ROS Robot Operating System MSE Mean Squared Error

(15)

x0 Posic¸˜ao inicial do robˆo no eixo XG

y0 Posic¸˜ao inicial do robˆo no eixo YG

θ0 Orientac¸˜ao inicial do robˆo com relac¸˜ao ao eixo XG

vD Velocidade da roda direita do robˆo vE Velocidade da roda esquerda do robˆo

xf Posic¸˜ao final do robˆo no eixo XG

yf Posic¸˜ao final do robˆo no eixo YG

θf Orientac¸˜ao final do robˆo com relac¸˜ao ao eixo XG

ξG(t) Posic¸˜ao e orientac¸˜ao do robˆo na referˆencia global no instante t

x(t) Posic¸˜ao do robˆo no eixo XGno instante t

y(t) Posic¸˜ao do robˆo no eixo YGno instante t

θ (t) Orientac¸˜ao do robˆo com relac¸˜ao ao eixo XGno instante t

R(θ ) Matriz de rotac¸˜ao

ξR Posic¸˜ao e orientac¸˜ao do robˆo na referˆencia local

˙

φi Velocidade da roda wi

φi Posic¸˜ao da roda wi

i Representac¸˜ao da roda wi

υ Velocidade linear do robˆo na referˆencia local, vari´avel manipulada, entrada

r Raio da roda

ω Velocidade angular do robˆo na referˆencia local, vari´avel manipulada, entrada di Vetor de distˆancia entre o centro da roda i e a referˆencia do robˆo

k . k Norma euclideana de um vetor 2L Largura do chassis do robˆo

˙

x Velocidade linear do robˆo na referˆencia global ao longo do eixo XG

˙

y Velocidade linear do robˆo na referˆencia global ao longo do eixo YG

˙

θ Velocidade angular do robˆo na referˆencia global υi Velocidade da roda i relacionada a referˆencia global

υR Velocidade linear do robˆo na referˆencia global

ωR Velocidade angular do robˆo na referˆencia global

× Produto vetorial

Λ Matriz de restric¸˜oes cinem´aticas ˙

q Vetor de velocidades linear e angular do robˆo e velocidade das rodas

dS

dt Deslocamento linear por tempo, vari´avel controlada, sa´ıda dθ

dt Deslocamento angular por tempo, vari´avel controlada, sa´ıda

Fm Forc¸a que age sobre o chassis, vari´avel controlada, sa´ıda gdS

dtυ Func¸˜ao de transferˆencia da sa´ıda

dS

dt e a entrada υ

gdS

dtω Func¸˜ao de transferˆencia da sa´ıda

dS

dt e a entrada ω

gdθ

dtω Func¸˜ao de transferˆencia da sa´ıda

dt e a entrada ω

gdθ

dtυ Func¸˜ao de transferˆencia da sa´ıda

dt e a entrada υ

gFmω Func¸˜ao de transferˆencia da sa´ıda Fme a entrada ω

gdθ

dtυ Func¸˜ao de transferˆencia da sa´ıda

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dt dt N2Fm Horizonte de predic¸˜ao da sa´ıda Fm Nυ Horizonte de controle da entrada υ

Nω Horizonte de controle da entrada ω

R Matriz de ponderac¸˜ao das vari´aveis de sa´ıda Q Matriz de ponderac¸˜ao das vari´aveis de entrada

(17)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 15 1.1 MOTIVAC¸ ˜AO . . . 17 1.2 OBJETIVOS . . . 20 1.2.1 Objetivo Geral . . . 20 1.2.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 20 1.3 ORGANIZAC¸ ˜AO DA DISSERTAC¸ ˜AO . . . 21

2 CONTROLE EM ROB ˆOS M ´OVEIS ESCALADORES . . . 22

2.1 TRABALHOS RELACIONADOS . . . 25

2.1.1 Controle Preditivo em rob´otica m´ovel . . . 27

2.2 CONTROLE DE VELOCIDADE . . . 29

2.3 CONSIDERAC¸ ˜OES FINAIS . . . 30

3 METODOLOGIA . . . 32

3.1 AIR-1 . . . 32

3.2 MATRIZ DE ROTAC¸ ˜AO . . . 34

3.3 MODELO CINEM ´ATICO . . . 36

3.4 IDENTIFICAC¸ ˜AO DO MODELO DIN ˆAMICO . . . 42

3.5 CONTROLE . . . 44

3.5.1 GPC . . . 44

3.5.2 Restric¸˜oes . . . 49

3.5.2.1 Restric¸˜oes sobre a variac¸˜ao da ac¸˜ao de controle . . . 50

3.5.2.2 Restric¸˜oes sobre a excurs˜ao da ac¸˜ao de controle . . . 51

3.5.2.3 Restric¸˜oes sobre a excurs˜ao do sinal de sa´ıda . . . 52

3.5.3 Programac¸˜ao quadr´atica . . . 52

4 ESTRAT ´EGIA DE CONTROLE PROPOSTA PARA RASTREAMENTO DE TRAJET ´ORIA . . . 54

5 RESULTADOS E DISCUSS ˜AO . . . 58

5.1 VARIAC¸ ˜AO DOS PAR ˆAMETROS DE SINTONIA DO GPC . . . 59

5.2 GPC COM RESTRIC¸ ˜OES . . . 67

5.3 COMPARAC¸ ˜AO DO GPC COM PI . . . 69

6 CONCLUS ˜AO . . . 73

(18)

1 INTRODUC¸ ˜AO

Inicialmente a rob´otica estava principalmente focada nos robˆos manipuladores devido ao fato destes serem maioria na ind´ustria. No entanto, a crescente utilizac¸˜ao de robˆos m´oveis nas mais diversas atividades, como explorac¸˜ao de ambientes in´ospitos, detonac¸˜ao e desmontagem de bombas e at´e em tarefas dom´esticas, tem motivado o desenvolvimento de novos m´etodos para modelagem, projeto e controle de sistemas m´oveis (OLIVEIRA, 2001)(RAFFO et al., 2005).

A evoluc¸˜ao de projetos mecˆanicos e de t´ecnicas de controle alavancou o desenvolvimento de robˆos m´oveis que podem ser classificados quanto a sua autonomia, a estrutura e a funcionalidade (JUNG et al., 2005).

A autonomia dos robˆos est´a diretamente relacionada com a soluc¸˜ao do problema da navegac¸˜ao, que pode ser resumido da seguinte maneira: partindo de um ponto inicial, o robˆo deve ser capaz de alcanc¸ar um ponto desejado de destino (BATISTA, 2008). Para que este problema seja resolvido, s˜ao necess´arios alguns itens (BORENSTEIN et al., 1996):

• Mapas: Ter um mapa que represente o ambiente, podendo este ser fornecido ”a priori”ou gerado durante a navegac¸˜ao.

• Planejamento: Com base nos mapas, definir uma trajet´oria entre o ponto inicial e ponto final.

• Sistemas de Controle: Rastrear a trajet´oria previamente definida transformando o caminho em comandos de movimento e analisando a sua execuc¸˜ao.

• Localizac¸˜ao: Estimac¸˜ao global da posic¸˜ao e orientac¸˜ao do robˆo em relac¸˜ao ao ambiente. A maioria dos robˆos utiliza sistemas odom´etricos para estimar a posic¸˜ao do robˆo, no entanto, alguns fatores como o escorregamento das rodas, faz com que erros se acumulem ao longo do trajeto. Os erros de posic¸˜ao fazem com que o robˆo finalize a trajet´oria em um ponto do espac¸o diferente do ponto final previamente estabelecido. Devido a isto ´e

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comum utilizar sistemas de localizac¸˜ao auxiliares que servem para corrigir os erros de odometria.

• Percepc¸˜ao: Sensores que identifiquem caracter´ısticas no ambiente ao redor do robˆo, estes tamb´em auxiliam o sistema de localizac¸˜ao.

Quanto `a autonomia, os robˆos podem ser divididos em trˆes grupos: guiados (dependentes de informac¸˜oes externas), semi-autˆonomo (s˜ao controlados remotamente, no entanto possuem certo grau de autonomia) ou totalmente autˆonomo (n˜ao h´a intervenc¸˜ao humana) (JUNG et al., 2005).

Quanto `a estrutura, basicamente h´a quatro meios de locomoc¸˜ao nos robˆos m´oveis: com rodas (Figura 1), com esteiras, por pernas (Figura 2) e por propuls˜ao1(no ar, na ´agua)(JUNG et al., 2005).

Figura 1: Exemplo de robˆo com rodas - Robˆo AIR-2 Fonte: (SANTOS, 2016)

Nos robˆos dotados de rodas, objeto de estudo desta dissertac¸˜ao, os tipos de rodas (convencionais fixas, convencionais orient´aveis centradas, convencionais orient´aveis n˜ao centradas, suecas) e a disposic¸˜ao das mesmas influenciam no movimento do robˆo (OLIVEIRA, 2001).

Quanto `a funcionalidade, os robˆos m´oveis podem ser utilizados em diversas aplicac¸˜oes como: transporte de materiais pesados, em sistemas de vigilˆancia, explorac¸˜ao espacial (cavernas e vulc˜oes), navegac¸˜ao em estradas, atividades agr´ıcolas e inspec¸˜ao de grandes superf´ıcies (navios, pontes, tanques de armazenamento) (MARCHI et al., 2001).

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Figura 2: Exemplo de robˆo com pernas e brac¸os - Robˆo ASIMO Fonte: (SAKAGAMI et al., 2002)

1.1 MOTIVAC¸ ˜AO

No decorrer dos ´ultimos 20 anos, surgiram v´arias pesquisas com o intuito de aprimorar o desenvolvimento de sistemas rob´oticos m´oveis capazes de se mover em superf´ıcies verticais. Um dos motivos de interesse nesta ´area de robˆos escaladores ´e o aumento de seguranc¸a e a economia proporcionada. Por´em, a ind´ustria foi relutante em adotar o uso deste tipo de robˆo devido `a falta de confiabilidade, restric¸˜oes quanto aos movimentos e `a falta de pessoal qualificado para oper´a-los. No entanto, a ind´ustria nuclear adotou esta tecnologia antes devido ao risco em que os trabalhores eram expostos (WHITE et al., 2005).

A classificac¸˜ao dos robˆos escaladores pode ser feita de acordo com a sua superf´ıcie de ades˜ao (magn´etica, guiado por trilhos, de succ¸˜ao) e tamb´em atrav´es dos seus mecanismos de locomoc¸˜ao (pernas, rodas, guiado por cabos). O tipo guiado por rodas pode se mover em alta velocidade, al´em de possuir estrutura simples e sistema de controle de f´acil implementac¸˜ao (XU; LIU, 2017).

Os robˆos escaladores s˜ao usados em diversas aplicac¸˜oes para aumentar a eficiˆencia operacional e evitar o trabalho humano em ambientes externos como edif´ıcios, pontes e barragens (XU; LIU, 2017). Dentre as v´arias atividades desempenhadas pelos robˆos escaladores est´a a inspec¸˜ao de tanques de armazenamento de G´as Liquefeito de Petr´oleo. Os tanques precisam de inspec¸˜oes regulares, tanto na parte interna quanto na parte externa, para identificar falhas, como fendas, corros˜oes e defeitos de soldagem, evitando assim poss´ıveis transtornos. O controle de rastreamento de trajet´oria faz com que a inspec¸˜ao seja realizada eficientemente,

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garantindo que toda a superf´ıcie do tanque seja inspecionada pelo equipamento instalado no robˆo, executando movimentos precisos e suaves (SANTOS, 2016).

A maioria dos trabalhos desenvolvidos com a finalidade de solucionar o problema de rastreamento de trajet´oria de robˆos m´oveis, como exemplo pode-se citar (BORGES et al., 2003) e (MOUSAVI, 2015), apenas considera o modelo cinem´atico do robˆo. No entanto, para se ter um bom desempenho no rastreamento de trajet´oria em altas velocidades, ambientes irregulares e com forc¸as externas agindo sobre o ve´ıculo ´e necess´ario levar em conta as caracter´ısticas dinˆamicas do robˆo (BOYDEN; VELINSKY, 1994).

O modelo cinem´atico de um robˆo escalador m´ovel dotado de rodas ´e definido como um sistema n˜ao-holonˆomico, ou seja, o modelo possui restric¸˜oes n˜ao integr´aveis, como as oriundas do n˜ao deslizamento lateral das rodas. Para exemplificar, nas Figuras 3 e 4 o robˆo m´ovel tem como objetivo estacionar no canto inferior da figura, logo ap´os o desn´ıvel, partindo da mesma posic¸˜ao inicial. O robˆo da Figura 3 ´e holonˆomico e para estacionar anda para frente e em seguida se movimenta lateralmente. J´a o robˆo da Figura 4 ´e n˜ao-holonˆomico e, por possuir restric¸˜oes de n˜ao deslizamento lateral, precisa fazer movimentos suaves de curvatura para frente e para tr´as a fim de chegar no lugar desejado.

Figura 3: Manobra para estacionar um robˆo m´ovel holonˆomico. Fonte: (GUERRA, 2005)

Robˆos com essas caracter´ısticas n˜ao-holonˆomicas n˜ao podem rotacionar em torno do seu centro de massa. Devido a isto, a dimens˜ao do espac¸o de velocidades ´e menor que a dimens˜ao do espac¸o de configurac¸˜ao do robˆo (K ¨UHNE, 2005).

O modelo dinˆamico do robˆo depende de parˆametros espec´ıficos como os momentos de in´ercia e massas do robˆo e das rodas. Quando estas caracter´ısticas n˜ao s˜ao levadas em conta, o robˆo pode n˜ao se comportar como o esperado. Devido a isto, a modelagem que considera aspectos tanto da dinˆamica quanto da cinem´atica do robˆo tendem a se aproximar do comportamento do robˆo real, tornando o controle mais preciso (VIEIRA, 2005).

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Figura 4: Manobra para estacionar um robˆo m´ovel com restric¸˜oes n˜ao-holonˆomicas Fonte: (GUERRA, 2005)

Para o rastreamento de trajet´oria, al´em da modelagem, ´e importante analisar as condic¸˜oes nas quais o robˆo ir´a operar. Na literatura ´e comum encontrar trabalhos que visam solucionar este problema utilizando t´ecnicas de controle cl´assico, tais como o PI (Proporcional -Integral), onde n˜ao se considera que os valores calculados ir˜ao atingir os limites de saturac¸˜ao dos atuadores, isto ´e, a lei de controle ´e modelada como um problema sem restric¸˜oes. No entanto, os robˆos m´oveis s˜ao constitu´ıdos por partes mecˆanicas e eletrˆonicas, que s˜ao suscet´ıveis `as limitac¸˜oes f´ısicas do sistema. Estas limitac¸˜oes devem ser consideradas restric¸˜oes nos modelos para fins de c´alculo das leis de controle (K ¨UHNE, 2005).

Uma das estrat´egias de controle que podem incorporar restric¸˜oes, como a saturac¸˜ao dos atuadores, ´e o controle preditivo baseado em modelo, o qual calcula as ac¸˜oes de controle para um determinado horizonte de tempo futuro, minimizando uma func¸˜ao custo com relac¸˜ao a determinadas vari´aveis de decis˜ao. Esta estrat´egia ´e caracterizada pela utilizac¸˜ao do modelo matem´atico do sistema no c´alculo da predic¸˜ao do comportamento futuro das vari´aveis que fazem parte da dinˆamica do mesmo (CAMACHO; BORDONS, 1999).

Outra vantagem do controle preditivo baseado em modelo ´e a utilizac¸˜ao de referˆencias previamente calculadas na obtenc¸˜ao da lei de controle. Assegurando que o robˆo possua um sistema de localizac¸˜ao e deslocamento adequado, ´e poss´ıvel conduzir o robˆo m´ovel suavemente, assim como melhorar a autonomia. Al´em disso, este tipo de controle pode ser estendido para sistemas MIMO (Multiple Input Multiple Output) (RAFFO et al., 2005).

Neste contexto, o presente trabalho visa projetar um controle de rastreamento de trajet´oria para um robˆo m´ovel escalador com acionamento diferencial sob ades˜ao magn´etica, o AIR-1(Autonomous Inspection Robot - 1) (mais detalhes na Sec¸˜ao 3.1). Este robˆo possui restric¸˜ao de n˜ao deslizamento lateral e, por ter um forte sistema de ades˜ao magn´etica, sofre

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deformac¸˜oes no chassis ao tentar realizar curvas acentuadas, j´a que os sinais, de grande amplitude, enviados aos atuadores forc¸am o movimento das rodas que, em contrapartida, tem grande dificuldade em se desgrudar da superf´ıcie met´alica.

Na Figura 5 est´a exemplificado a situac¸˜ao em que o robˆo, iniciando na posic¸˜ao e orientac¸˜ao [ x0 y0 θ0] , sujeito as velocidades das rodas, vDe vE, por um determinado tempo,

chega em [ xf yf θf ] e, no decorrer do trajeto, o chassis sofre compress˜ao e consequentemente

h´a uma deformac¸˜ao em sua estrutura.

Figura 5: Deformac¸˜ao do chassis do robˆo ao tentar fazer curvas acentuadas. Fonte: Pr´oprio autor

Para evitar esta deformac¸˜ao do chassis ser˜ao inseridas restric¸˜oes no c´alculo dos sinais de controle que movimentam o robˆo.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo desta dissertac¸˜ao ´e elaborar um controle de rastreamento de trajet´oria para um robˆo m´ovel escalador de ades˜ao magn´etica com a inclus˜ao de restric¸˜oes a fim de evitar a deformac¸˜ao estrutural do chassis em movimento angulares.

1.2.2 OBJETIVOS ESPEC´IFICOS

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• Realizar um levantamento bibliogr´afico das principais t´ecnicas de controle aplicadas em robˆos m´oveis.

• Desenvolver a an´alise cinem´atica de um robˆo m´ovel diferencial de duas rodas para compreender seu movimento.

• Identificar um modelo matem´atico que represente o comportamento do robˆo durante o rastreamento de uma trajet´oria.

• Projetar e desenvolver uma estrat´egia de controle preditivo baseado em modelo para o rastreamento de trajet´oria que considere os limites f´ısicos e as incertezas da modelagem do robˆo.

• Realizar experimentos em ambiente virtual e promover a discuss˜ao dos resultados alcanc¸ados.

1.3 ORGANIZAC¸ ˜AO DA DISSERTAC¸ ˜AO

No Cap´ıtulo 2 ´e apresentado um breve resumo sobre o controle de robˆos m´oveis, ressaltando os trˆes principais tipos de controle que solucionam os problemas de trajet´oria. Tamb´em s˜ao apresentados alguns trabalhos relacionados ao tema da presente dissertac¸˜ao. No Cap´ıtulo 3 ´e descrito o robˆo AIR-1 utilizado no trabalho, assim como a sua modelagem. No Cap´ıtulo 4 ´e apresentada a estrat´egia de controle preditivo desenvolvida para solucionar o problema de rastreamento de trajet´oria. No Cap´ıtulo 5 s˜ao discutidos os resultados das simulac¸˜oes e no Cap´ıtulo 6 as conclus˜oes obtidas e sugest˜oes para trabalhos futuros s˜ao apresentadas.

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2 CONTROLE EM ROB ˆOS M ´OVEIS ESCALADORES

O controle de robˆos m´oveis pode ser exemplificado pelo esquem´atico mostrado na Figura 6. Os sensores fornecem a odometria para a localizac¸˜ao do robˆo e mapeamento do ambiente. Com o mapa, ´e poss´ıvel identificar obst´aculos e fazer o planejamento da trajet´oria a ser percorrida. A partir disto, o controle de movimento ir´a enviar comandos aos atuadores que movem o robˆo para que a trajet´oria planejada seja seguida. Este ciclo ´e executado continuamente durante o rastreamento de trajet´oria. Em cada execuc¸˜ao os dados obtidos atrav´es dos sensores s˜ao atualizados e o controle de movimento ´e ajustado.

Figura 6: Esquema de controle de robˆos m´oveis Fonte: Adaptado de (SIEGWART et al., 2011)

O controle de movimento pode ser desenvolvido de acordo com trˆes metodologias (SERRALHEIRO, 2015):

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• Estabilizac¸˜ao de posic¸˜ao: Considerando o robˆo no ponto R, que tem como coordenadas de posic¸˜ao o vetor ξO = [x, y]T ∈ FO. O controle deve estabiliz´a-lo na posic¸˜ao de

referˆencia ξre f = [xre f, yre f]T ∈FO n˜ao importando o caminho feito, como ´e mostrado

na Figura 7. Um exemplo explicativo ´e um carro manobrando para estacionar em uma vaga de garagem.

Figura 7: Estabilizac¸˜ao de posic¸˜ao Fonte: Adaptado de (SERRALHEIRO, 2015)

• Seguimento de caminho: Considerando o robˆo no ponto R, este deve seguir a curvaC ∈ FO com um valor fixo de velocidade vO6= 0. A distˆancia d, entre o ponto R e o ponto

M mais perto deC , deve ser zerada a fim de que o robˆo atinja e possa seguir o caminho desejado, como ´e mostrado na Figura 8. Um exemplo pr´atico seria dirigir mantendo a distˆancia entre o autom´ovel e o acostamento constante.

Figura 8: Seguimento de caminho Fonte: Adaptado de (SERRALHEIRO, 2015)

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• Rastreamento de trajet´oria: Neste caso a velocidade do robˆo ´e variante no tempo. O rastreamento da curvaC ´e feito com a velocidade do caminho parametrizado pelo tempo t. Definindo a trajet´oria t → (xre f(t), yre f(t)) ∈FO, o objetivo ´e zerar o vetor de erro

linear de posic¸˜ao e(t) = (xre f(t) − x(t), yre f(t) − y(t)). Como pode ser visto na Figura 9.

Figura 9: Rastreamento de trajet´oria Fonte: Adaptado de (SERRALHEIRO, 2015)

Sabe-se que a func¸˜ao do robˆo AIR-1 ´e inspecionar tanques de armazenamento esf´ericos. A inspec¸˜ao deve ser realizada atrav´es movimentos suaves (ver Figura 10) devido `as limitac¸˜oes apresentadas na Sec¸˜ao 1.1. Movimentos bruscos (ver Figura 11), ou seja, realizac¸˜ao de curvas com ˆangulos entre 45◦e 90◦, tendem a deformar o chassis. Para induzir o robˆo a fazer curvaturas suaves ´e feito o controle de rastreamento de trajet´oria.

Figura 10: Exemplo de trajet´oria realizada com movimentos suaves Fonte: (ESPINOZA, 2014)

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Figura 11: Exemplo de trajet´oria realizada com movimentos bruscos Fonte: (MINEO et al., 2016)

Na Sec¸˜ao a seguir ser˜ao apresentados alguns trabalhos relativos a t´ecnicas de controle que solucionam este tipo de controle de movimento, cada uma com seus requisitos e objetivos.

2.1 TRABALHOS RELACIONADOS

Em grande parte dos trabalhos encontrados na literatura, a lei de controle ´e calculada a partir do erro entre uma trajet´oria de referˆencia e a vari´avel controlada realimentada (BATISTA et al., 2013). Alguns exemplos dessas estrat´egias de controle podem ser vistas a seguir.

Em (BORGES et al., 2003) s˜ao apresentados trˆes tipos de controle de trajet´oria baseados apenas no modelo cinem´atico para um robˆo de quatro rodas (sendo duas traseiras fixas e duas dianteiras livres): proporcional, n˜ao-linear e fuzzy. Foram realizadas trˆes simulac¸˜oes, nas quais foram inclu´ıdos o modelo dinˆamico de primeira ordem, um controle adaptativo de velocidade, saturac¸˜oes de atuadores e ru´ıdos na estimac¸˜ao de erro de trajet´oria. Na primeira simulac¸˜ao, definiu-se um erro linear e observou-se que os controladores proporcional e n˜ao-linear tiveram vantagem em relac¸˜ao ao fuzzy, visto que a correc¸˜ao de trajet´oria foi realizada de forma suave e seus parˆametros de controle podem ser calculados analiticamente. Na segunda simulac¸˜ao foi reduzido o erro linear esperado, o que aumentou o ganho dos controladores proporcional e n˜ao-linear provocando uma saturac¸˜ao frequente dos atuadores. Tamb´em foi inserido um termo integral na lei de controle dos trˆes controladores e a partir dos resultados foi observado que o controlador fuzzy gerou um erro linear menor que o proporcional e o n˜ao-linear. Na terceira simulac¸˜ao foi fixado o ˆangulo em que o robˆo se dirige na direc¸˜ao da trajet´oria de referˆencia. Nessa simulac¸˜ao o controlador fuzzy apresentou resultados melhores

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que os outros dois. Com as simulac¸˜oes, os autores concluiram que n˜ao foi poss´ıvel determinar qual dos controladores ´e melhor para se aplicar em sistemas reais.

Em (SHOJAEI et al., 2011) ´e desenvolvido um controlador adaptativo de rastreamento de trajet´oria. Um diferencial deste trabalho ´e que as incertezas param´etricas relativas `as dinˆamicas dos atuadores e dos modelos cinem´atico e dinˆamico s˜ao canceladas por uma lei de controle adaptativa baseada na t´ecnica de linearizac¸˜ao via realimentac¸˜ao entrada-sa´ıda.

Em (MOUSAVI, 2015) ´e apresentado uma estrutura de controle composta por dois controladores fuzzy para rastreamento de trajet´oria, baseado apenas no modelo cinem´atico do robˆo m´ovel. S˜ao calculados a distˆancia e o ˆangulo entre a posic¸˜ao atual do robˆo e a referˆencia. Estes valores s˜ao utilizados, separadamente, em dois controladores fuzzy independentes que tˆem como sa´ıda as velocidades lineares e angulares, respectivamente. Para fins comparativos, esta estrat´egia de controle ´e comparada com um controlador MPC (Model Predictive Control), onde foi observado que o controle fuzzy obteve resultados melhores, em ambiente de simulac¸˜ao, sendo o controlador menos complexo (menos tempo para calcular as entradas de controle) e menos ruidoso.

Em (BORGES et al., 2003), (SHOJAEI et al., 2011), (MOUSAVI, 2015), a referˆencia futura n˜ao ´e considerada, fazendo com que o robˆo demore para atingir os valores de referˆencia estabelecidos afetando, assim, o desempenho do sistema. Outro ponto importante ´e que, em alguns casos, os sinais de controle s˜ao saturados devido a falta de informac¸˜oes do sistema fornecidas a priori que est˜ao dispon´ıveis, mas n˜ao s˜ao usadas no c´alculo da lei de controle.

Em (SERRALHEIRO, 2015) ´e apresentada uma estrat´egia de controle cinem´atico e dinˆamico para rastreamento de trajet´oria. Para o controle da cinem´atica ´e utilizada uma adaptac¸˜ao da abordagem “Siga a Cenoura” (RANKIN, 1997) onde s˜ao calculados o erro de posic¸˜ao e o erro de orientac¸˜ao entre o robˆo e o “ponto cenoura”, este sendo a referˆencia. Esses erros s˜ao usados na lei de controle que ´e composta por uma matriz de ganhos, velocidades lineares de referˆencia e por func¸˜oes n˜ao-lineares da metodologia de linearizac¸˜ao por realimentac¸˜ao2. J´a para o controle dinˆamico (modelo n˜ao-linear) ´e usado um algoritmo PID. Nos resultados das simulac¸˜oes pode-se notar que tanto o erro linear quanto o erro de orientac¸˜ao n˜ao convergem para zero.

No entanto, nesses tipos de abordagens n˜ao ´e levado em conta a trajet´oria de referˆencia futura, que normalmente ´e fornecida a priori. Uma t´ecnica que se beneficia desta informac¸˜aao ´e o controle preditivo.

2A metodologia de linearizac¸˜ao por realimentac¸˜ao consiste em transformar algebricamente uma dinˆamica

(30)

2.1.1 CONTROLE PREDITIVO EM ROB ´OTICA M ´OVEL

O controle preditivo baseado em modelo pode ser vantajoso em relac¸˜ao `as leis cl´assicas: mudanc¸as nos parˆametros de ajuste s˜ao f´aceis de serem realizadas, trata de casos multivari´aveis (sistemas MIMO), o controlador pode ser linear, h´a possibilidade de incluir restric¸˜oes de maneira simples e internamente tem compensac¸˜ao para zona morta (CAMACHO; BORDONS, 1999). Este tipo de controle tem sido aplicado com sucesso tanto no meio acadˆemico, por exemplo, na soluc¸˜ao do problema de rastreamento de trajet´oria, quanto na ind´ustria de controle de processos (BATISTA et al., 2013). Al´em do controle de rastreamento de trajet´oria, esta estrat´egia pode ser usada em outros tipos de controle em robˆos m´oveis, como pode ser visto a seguir.

Em (HUYNH et al., 2017) ´e mostrado um controle de orientac¸˜ao, onde s˜ao comparadas trˆes estrat´egias de controle: PID (Proporcional Integral Derivativo)3, GPC (Generalized Predictive Control) e LQMPC (Linear Quadratic Model Predictive Control)4. Somente foi utilizado o modelo dinˆamico do robˆo, ou seja, controle da velocidade angular das rodas a partir da tens˜ao aplicada ao motor como entrada. O controlador PID foi escolhido como referˆencia, a fim de comparar com as duas estrat´egias preditivas. O ajuste dos parˆametros do LQMPC foi feito para que este m´etodo obtivesse a mesma sa´ıda que o GPC. Nas estrat´egias preditivas foram inclu´ıdas restric¸˜oes quanto `a tens˜ao aplicada ao motor. Foi observado que os controladores preditivos permitiram uma reduc¸˜ao de at´e 70% de consumo de energia. Al´em disso, se fosse utilizado uma estrat´egia MIMO, o desempenho dos controladores GPC e LQMPC poderia ser melhor, visto que ao levar em conta o acoplamento das rodas, o robˆo reagiria melhor `as perturbac¸˜oes.

Voltando ao problema de rastreamento de trajet´oria, abaixo s˜ao mostrados alguns trabalhos que utilizam o controle preditivo baseado em modelo para este fim.

Em (RAFFO et al., 2005) ´e feito o controle de posic¸˜ao e orientac¸˜ao de um ve´ıculo Mini-Baja que possui 4 rodas (as traseiras s˜ao alinhadas com o ve´ıculo e as dianteiras s˜ao gui´aveis). Para o controle da cinem´atica ´e avaliado o custo computacional de duas estrat´egias de controle para seguimento de trajet´oria. A primeira utiliza o MPC (Model Predictive Control)

3A lei de controle do PID leva em considerac¸˜ao o erro entre a sa´ıda e sua referˆencia, um ganho proporcional,

os termos integral e derivativo, que s˜ao calculados a partir das constantes de tempo integral e derivativo, respectivamente, e do per´ıodo de amostragem.

4O LQMPC aplica a teoria de controle ´otimo atrav´es de um regulador quadr´atico linear (LQR) em conjunto

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com o modelo cinem´atico do erro, onde s˜ao feitas linearizac¸˜oes sucessivas ao longo da trajet´oria de referˆencia. A segunda utiliza o GPC MIMO com o modelo cinem´atico linearizado em coordenadas locais, onde ´e utilizada a trajet´oria de aproximac¸˜ao5 Pure-Pursuit6. S˜ao feitas simulac¸˜oes com uma estrutura de controle em cascata: o controle da cinem´atica (GPC MIMO com o modelo cinem´atico linearizado em coordenadas locais) e o da dinˆamica ´e dividido em duas partes (dinˆamica de direc¸˜ao da roda dianteira e de velocidade angular do ve´ıculo e dinˆamica da velocidade linear do ve´ıculo) e em ambas s˜ao aplicadas o controle GPC. Nas simulac¸˜oes o ve´ıculo seguiu as trajet´orias de maneira satisfat´oria. No entanto, ao ser submetido a velocidades mais altas, as forc¸as laterais comec¸am a afetar a dinˆamica, isto ocorre porque o modelo dinˆamico ´e linearizado. J´a no resultados experimentais, foi considerado apenas o controle da cinem´atica. Por´em foi utilizada uma malha de controle de velocidade para mantˆe-la sobre o valor de referˆencia. O ve´ıculo apresentou bom desempenho em velocidades baixas.

Em (KLAN ˇCAR; ˇSKRJANC, 2007) ´e utilizado um controlador preditivo baseado em modelo, onde o erro de rastreamento de trajet´oria linearizado ´e usado para prever o comportamento futuro do sistema, a func¸˜ao custo penaliza o erro de rastreamento e o esforc¸o de controle, al´em disso s˜ao incluidas restric¸˜oes de velocidade e acelerac¸˜ao. Somente foi levado em conta o modelo cinem´atico do robˆo. Ao se comparar o controlador preditivo com um controlador por realimentac¸˜ao de estado variante no tempo, notou-se que o primeiro controlador apresentou melhores resultados, visto que ´e levado em conta valores futuros de referˆencia.

Em (MA et al., 2012) ´e apresentado um controlador preditivo baseado na modelagem n˜ao-linear para rastreamento e estabilizac¸˜ao de robˆos m´oveis n˜ao holonˆomicos. Por´em, esta abordagem tem um alto custo computacional devido ao modelo n˜ao-linear e h´a uma grande dificuldade de implementac¸˜ao em tempo real embarcado.

Em (BATISTA et al., 2013) ´e utilizado o modelo cinem´atico n˜ao-linear do robˆo m´ovel na estrat´egia EPSAC (Extended Prediction Self Adaptive Control)7. Para analisar o custo computacional e a eficiˆencia do algoritmo, este controle ´e comparado com o MPC-LS (MPC linear baseado num modelo de linearizac¸˜oes sucessivas). Ambas as t´ecnicas incluem restric¸˜oes nas vari´aveis de controle (no caso, as velocidades lineares e angulares s˜ao limitadas). Nos resultados apresentados ´e poss´ıvel concluir que as duas t´ecnicas solucionam o problema de rastreamento de trajet´oria, no entanto o EPSAC tem melhor desempenho, o projeto ´e mais simples e possui menor custo computacional. O controle desenvolvido foi aplicado em um robˆo

5Quando o ve´ıculo n˜ao se encontra sobre a referˆencia, deseja-se aproxim´a-lo desta, para isso se utilizam

trajet´orias de aproximac¸˜ao.

6Pure-Pursuit ´e uma algoritmo que calcula a curvatura na qual o ve´ıculo se mover´a da posic¸˜ao atual at´e sua

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com duas rodas com trac¸˜ao e outras duas s´o para apoio.

Em (SHARMA et al., 2016) ´e desenvolvido um controlador preditivo para um robˆo m´ovel com acionamento diferencial. Os modelos cinem´atico e dinˆamico, incluindo dinˆamicas do chassis e do motor, originam um modelo linear em espac¸o de estados. S˜ao inclu´ıdas restric¸˜oes nas ac¸˜oes de controle (tens˜oes aplicadas aos motores) e no vetor de sa´ıda.

At´e agora foram mostrados trabalhos onde o rastreamento de trajet´oria ´e feito baseado em dados relativos `a posic¸˜ao e `a orientac¸˜ao do trajeto a ser seguido e do robˆo. No entanto, este problema pode ser resolvido de outras maneiras, um exemplo disto ´e atrav´es do controle de velocidade.

2.2 CONTROLE DE VELOCIDADE

Na maioria dos trabalhos que visam solucionar o problema de rastreamento de trajet´oria, assume-se que a velocidade enviada ao robˆo ´e rapidamente atingida (LU; FEI, 2016). Por´em, no caso de robˆos com acionamento diferencial, a velocidade que o robˆo se move ´e diferente da que lhe foi estabelecida. Isto ocorre porque geralmente ´e feito um controle independente de velocidade para cada roda, ou seja, n˜ao considera-se o acoplamento entre as rodas, nem as incertezas do sistema (HUANG, 2005). Neste caso, o rastreamento de trajet´oria feito atrav´es do controle de velocidade se torna uma alternativa interessante pois, garante-se que ao se aplicar uma velocidade por determinado tempo, o robˆo de fato atinge o trajeto desejado.

Em (HUANG, 2005) s˜ao elaborados controladores adaptativos baseados em modelo, considerando as dinˆamicas do robˆo, que controlam as velocidades lineares e angulares do robˆo mesmo sob as incertezas do sistema. Atrav´es de simulac¸˜oes, os controladores adaptativos foram comparados com um PID. Os controladores desenvolvidos no trabalho conseguiram controlar as velocidades, j´a o PID n˜ao se mostrou eficaz.

Em (LU; FEI, 2016), baseado no modelo dinˆamico do robˆo e do seu atuador, ´e utilizada uma estrat´egia de controle de aprendizado iterativo adaptativo fuzzy (Fuzzy Adaptive Iterative Learning Control - FAILC) associada a uma lei de controle realimentada para controle de rastreamento de trajet´oria. A lei de controle projetada visa rastrear uma velocidade desejada, assumindo que o erro entre a velocidade real e a desejada tende a zero a medida que o n´umero de iterac¸˜oes tende a infinito. A teoria de estabilidade de Lyapunov ´e usada para mostrar que os parˆametros do sistema fuzzy s˜ao limitados e os erros de rastreamento convergem para zero.

7Estrat´egia de controle que considera o modelo n˜ao linear do robˆo, a referˆencia futura e as restric¸˜oes (OGAWA,

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Em (ORMAN et al., 2016), o controlador FOPI (Fractional-Order Proportional Integral8) faz o rastreamento de trajet´oria e estabilizac¸˜ao na posic¸˜ao desejada atrav´es do controle de velocidade e ˆangulo de direc¸˜ao. S˜ao realizadas simulac¸˜oes com trˆes diferentes trajet´orias, que comparam o FOPI com um controlador PI. O FOPI apresentou melhor desempenho, com menores erros de velocidade.

2.3 CONSIDERAC¸ ˜OES FINAIS

O problema de rastreamento de trajet´oria pode ser abordado de diversas formas. As soluc¸˜oes mais utilizadas s˜ao o controle de posic¸˜ao e orientac¸˜ao. Outra abordagem para soluc¸˜ao deste problema ´e o controle de velocidade, onde ´e projetado um controle suficientemente preciso que, dada uma velocidade de referˆencia e estipulando um determinado espac¸o de tempo, se garante que o robˆo atinja a localizac¸˜ao desejada.

Neste trabalho, o robˆo possui acionamento diferencial, ou seja, a diferenc¸a de velocidade entre as rodas ´e que causa o movimento do robˆo. Quando se deseja realizar o movimento de forma precisa, o controle de velocidade se torna uma opc¸˜ao interessante.

Ao se analisar os trabalhos citados acima, pode-se notar que o controle preditivo baseado em modelo foi mais eficiente quanto ao problema de rastreamento de trajet´oria, visto que ao se utilizar referˆencias futuras para gerar o modelo ´e poss´ıvel prever mais precisamente o comportamento do objeto de estudo. Al´em do mais, a possibilidade de incluir restric¸˜oes, sendo estas operacionais ou f´ısicas, juntamente com o tratamento de sistemas MIMO torna interessante este tipo de estrat´egia para ser utilizada neste trabalho.

Dentre os controladores preditivos vistos, o GPC ´e o mais utilizado por lidar com sistemas de fase n˜ao-m´ınima e com zona morta, sendo capaz de rastrear referˆencias de valores constantes ou vari´aveis, al´em de ser facilmente extendido para sistemas MIMO e possuir mais parˆametros de sintonia que os outros (HOLKAR; WAGHMARE, 2010).

O objetivo deste trabalho ´e fazer com que um robˆo escalador m´ovel com acionamento diferencial rastreie uma trajet´oria previamente definida. Como o robˆo em estudo ´e um sistema multivari´avel e seu movimento ´e altamente dependente da velocidade das rodas, optou-se por realizar o rastreamento de trajet´oria atrav´es do controle de velocidade utilizando a t´ecnica GPC.

8A func¸˜ao de transferˆencia que representa o controlador FOPI ´e dada por:

C(s) = Kp+

Ki

sλ (1)

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Outro ponto abordado nesta dissertac¸˜ao ´e a deformac¸˜ao do chassis, que pode ser evitada atrav´es da inclus˜ao de restric¸˜oes no c´alculo da lei de controle do GPC.

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3 METODOLOGIA

A maioria dos trabalhos encontrados na literatura aborda somente o modelo cinem´atico do robˆo, que ´e justificado quando este opera em baixas velocidades, baixas acelerac¸˜oes, e condic¸˜oes de carregamento menores dos que o robˆo pode operar. Al´em disso, pressup˜oe-se que n˜ao h´a deslizamento das rodas. Partindo destas suposic¸˜oes, o modelo cinem´atico ´e suficientemente v´alido para representar o robˆo. Caso estas hip´oteses n˜ao sejam verdadeiras, a utilizac¸˜ao somente do modelo cinem´atico n˜ao fornece com precis˜ao a localizac¸˜ao do robˆo. Sendo assim, quando o robˆo se encontra em ambientes hostis e precisa operar em altas velocidades, torna-se relevante considerar os aspectos dinˆamicos (BOYDEN; VELINSKY, 1994).

O modelo cinem´atico do robˆo descreve o movimento do robˆo de acordo com as velocidades e orientac¸˜oes das rodas, considerando suas restric¸˜oes de movimento. As caracter´ısticas dinˆamicas do robˆo mostram a sua reac¸˜ao frente `as entradas externas, considerando seu momento de in´ercia e as forc¸as de atrito envolvidas (VIEIRA, 2005).

Neste trabalho, ser˜ao apresentados os modelos cinem´atico e dinˆamico do robˆo de inspec¸˜ao AIR-1.

3.1 AIR-1

Um robˆo para inspec¸˜ao de tanque de GLP (G´as Liquefeito de Petr´oleo) foi desenvolvido no Laborat´orio de Percepc¸˜ao Avanc¸ada da Universidade de S˜ao Paulo (USP). A sua estrutura mecˆanica ´e caracterizada pelo desalinhamento das rodas evitando que duas rodas passem ao mesmo tempo pelos cord˜oes de solda. O prot´otipo, mostrado na Figura 12, possuia tamanho grande e as rodas magn´eticas n˜ao tinham forc¸a suficiente para se mover por todo o tanque. Este robˆo est´a detalhado em (OKAMOTO et al., 2012).

A partir da experiˆencia do robˆo desenvolvido na USP, um prot´otipo para inspec¸˜ao de tanque de G´as Liquefeito de Petr´oleo foi tamb´em desenvolvido pelo Laborat´orio de Automac¸˜ao

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Figura 12: Robˆo de inspec¸˜ao da USP Fonte: (OKAMOTO et al., 2012)

e Sistemas de Controle Avanc¸ado (LASCA) da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a (UTFPR). O projeto mecˆanico inovador foi realizado por (BUCH D.; SOUZA, 2010) e ap´os este trabalho, um novo prot´otipo foi constru´ıdo e melhorias, como o desenvolvimento de uma roda magn´etica que possui maior ades˜ao e mantem a uniformidade ao se movimentar, foram feitas por (ROVANI, 2013).

A primeira vers˜ao do robˆo, chamada de AIR-1 (Autonomous Inspection Robot), mostrado na Figura 13, possui 4 rodas magn´eticas desalinhadas, cada par de rodas ´e interligado por uma correia dentada movida por um motor sem escovas. O acionamento ´e diferencial, ou seja, o robˆo se move de acordo com a diferenc¸a de velocidade entre os dois pares de rodas.

Figura 13: Robˆo Autˆonomo de Inspec¸˜ao AIR-1 Fonte: (VEIGA, 2015)

Alguns trabalhos foram desenvolvidos com esta vers˜ao do robˆo. Em (ESPINOZA, 2014) foi elaborado um estimador da forc¸a de ades˜ao, entre o robˆo com rodas magn´eticas e a superf´ıcie met´alica do tanque, atrav´es de uma rede neural. Em (VEIGA, 2015) foi feito

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o mapeamento, atrav´es de dados de diferentes fontes de odometria, permitindo a navegac¸˜ao autˆonoma do robˆo por toda superf´ıcie do tanque. Em (TEIXEIRA, 2017) foi desenvolvida uma t´ecnica de mapeamento baseada na predic¸˜ao do mapa para a navegac¸˜ao do robˆo que consiste na busca de caracter´ısticas conhecidas, percepc¸˜ao e estimativa do ambiente, predic¸˜ao das caracter´ısticas, construc¸˜ao do mapa, considerac¸˜ao de incertezas nas medic¸˜oes e planejamento de trajet´oria.

Considerando o fato de que o robˆo estudado possui acionamento diferencial e est´a inserido em um ambiente onde as forc¸as que agem sobre o mesmo influenciam no seu movimento, torna-se interessante o detalhamento do modelo cinem´atico. Apesar dos movimentos do robˆo serem realizados em baixas velocidades, ao realizar determinados trajetos, o chassis do robˆo tende a se deformar devido a alta ades˜ao magn´etica das rodas. Assim, a incorporac¸˜ao de caracter´ısticas dinˆamicas se torna essencial. No entanto, neste trabalho, o robˆo AIR-1 ser´a representado pela modelagem de um robˆo m´ovel dotado de rodas que se move em uma superf´ıcie horizontal. As incertezas n˜ao modeladas nestas representac¸˜oes matem´aticas ser˜ao compensadas pelo controlador que ser´a apresentado na Sec¸˜ao 3.5.

Antes de iniciar a modelagem ´e importante apresentar um conceito referente `a representac¸˜ao da posic¸˜ao e orientac¸˜ao espacial do robˆo em trˆes dimens˜oes.

3.2 MATRIZ DE ROTAC¸ ˜AO

Define-se inicialmente dois sistemas de coordenadas OXY Z e OUVW sobre o espac¸o euclidiano de ordem 3, mostrado na Figura 14, centrados na mesma origem.

Figura 14: Sistemas de coordenadas com a mesma orientac¸˜ao Fonte: (SOUSA, 2016)

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Sendo OXY Z o sistema de referˆencia fixo com os vetores de unidade iX, jY, kZ, OUVW

segue o movimento do robˆo m´ovel com os vetores de unidade iU, jV, kW.

Um espac¸o vetorial p do espac¸o ´e definido como:

pXY Z = [pX, pY, pZ]T = pX.iX+ pY.jY+ pZ.kZ (2)

pUVW = [pU, pV, pW]T = pU.iU+ pV.jV+ pW.kW (3)

Considerando a seguinte equivalˆencia:

    PX PY PZ     = R     PU PV PW     (4)

A matriz de transformac¸˜ao ´e dada por:

R=     iX.iU iX.jV iX.kW jY.iU jY.jV jY.kW kZ.iU kZ.jV kZ.kW     (5)

onde, R ´e a matriz de rotac¸˜ao que determina a orientac¸˜ao do sistema OUVW em relac¸˜ao ao sistema OXY Z. R tamb´em ´e chamada de matriz de cossenos e ´e uma matriz ortogonal, ou seja, a inversa da matriz R ´e igual a sua transposta: R−1= RT (BARRIENTOS, 1997).

Esta matriz de rotac¸˜ao ´e ´util quando se deseja representar a orientac¸˜ao de sistemas girando sobre um ´unico eixo do sistema de referˆencia fixo.

Na Figura 15, os eixos OW e OZ permanecem fixos e coincidentes enquanto ´e alterada a orientac¸˜ao de OUV em relac¸˜ao a OXY , sendo representado pela matriz:

R(Z, θ ) =     cos(θ ) −sen(θ ) 0 sen(θ ) cos(θ ) 0 0 0 1     (6)

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Figura 15: UV deslocado em relac¸˜ao a XY Fonte: (SOUSA, 2016)

A propriedade de ortogonalidade da matriz R ´e mostrada abaixo.

R(Z, θ )−1= R(Z, θ )T     cos(θ ) sen(θ ) 0 −sen(θ ) cos(θ ) 0 0 0 1     (7)

Em (CAMPION et al., 1996) ´e mostrado que esta matriz de rotac¸˜ao ´e aplicada em robˆos m´oveis, considerando que o robˆo ´e um corpo r´ıgido com rodas n˜ao deform´aveis e que se movimenta em um plano horizontal.

Ao se definir a matriz de rotac¸˜ao ´e poss´ıvel fazer a modelagem cinem´atica do robˆo.

3.3 MODELO CINEM ´ATICO

A modelagem cinem´atica relaciona o movimento do robˆo `a diposic¸˜ao das rodas e suas velocidades, al´em das limitac¸˜oes a que o robˆo est´a sujeito. O AIR-1 ´e um robˆo escalador m´ovel de quatro rodas por´em, o par de rodas do lado direito ´e interligado por uma correia dentada acionada por um motor sem escovas, o mesmo acontece com as duas rodas do lado esquerdo. Assim, o modelo cinem´atico ´e constru´ıdo como se o robˆo tivesse duas rodas.

(40)

Considerando o sistema de coordenadas, de referˆencia global (fixa) e de referˆencia local (se move junto com o robˆo), mostrado nas Figuras 14, 15 e 16 e definindo a posic¸˜ao e orientac¸˜ao do robˆo na referˆencia global ξG(t) como:

ξG(t) = h xG(t) yG(t) θG(t) iT =h x(t) y(t) θ (t) iT (8)

onde x(t) ´e a posic¸˜ao do robˆo no eixo das abscissas, y(t) ´e a posic¸˜ao do robˆo no eixo das ordenadas e θ (t) ´e a orientac¸˜ao do robˆo com relac¸˜ao ao eixo das abscissas.

Figura 16: Posic¸˜ao e orientac¸˜ao do robˆo no sistema de coordenadas global. Fonte: Adaptado de (DHAOUADI; HATAB, 2013)

A relac¸˜ao entre as referˆencias ´e dada por:

ξG= R(θ )ξR (9)

onde R(θ ) ´e a matriz de rotac¸˜ao, dada na Equac¸˜ao 6, e ξR ´e a posic¸˜ao e orientac¸˜ao do robˆo na

referˆencia local.

Na modelagem cinem´atica, as velocidades do robˆo podem ser definidas com relac¸˜ao as velocidades das rodas, ˙φi, (a posic¸˜ao de cada roda φi ´e ilustrada na Figura 16), como mostrado

abaixo: ˙ φi= υ r (10) ˙ φi= ω r k dik (11)

(41)

υ ´e a velocidade linear na referˆencia local, r ´e o raio da roda, ω ´e a velocidade angular na referˆencia do local, di ´e o vetor de distˆancia entre o centro da roda i e a referˆencia do robˆo e

k . k ´e a norma euclideana de um vetor.

Assim, as velocidades linear e angular do robˆo escalador s˜ao definidas como:

υ = r

2( ˙φ1+ ˙φ2) (12)

ω = r( ˙φ1− ˙φ2)

2L (13)

onde 2L ´e a largura do chassis do robˆo (ver Figura 16).

Ent˜ao, a velocidade do robˆo na coordenada global, dada por ˙x, ˙ye ˙θ , ´e descrita como:

    ˙ x ˙ y ˙ θ     =     r 2cos(θ ) r 2cos(θ ) r 2sen(θ ) r 2sen(θ ) r 2L − r 2L     " ˙ φ1 ˙ φ2 # (14)

Outra maneira de se descrever as velocidades ´e:

    ˙ x ˙ y ˙ θ     =     cos(θ ) 0 sen(θ ) 0 0 1     " υ ω # (15)

Tamb´em ´e poss´ıvel definir todas as velocidades do sistema em relac¸˜ao ao sistema de coordenadas global (ver Figura 17).

(42)

Figura 17: Sistema de coordenadas global e local Fonte: Adaptado de (DHAOUADI; HATAB, 2013)

Para isto, define-se a velocidade de cada roda, υi, como:

υi= υR+ ωR× R(θ )di (16)

onde, υR e ωR s˜ao as velocidades linear e angular do robˆo na referˆencia global,

respectivamente. R(θ ) ´e a matriz de rotac¸˜ao, di ´e o vetor de distˆancia entre o centro da roda i e

a referˆencia do robˆo e × ´e a notac¸˜ao de produto vetorial

Os vetores de distˆancia de cada roda s˜ao:

d1=     0 −L 0     (17) d2=     0 L 0     (18)

Ent˜ao, a velocidade da roda 1 ´e:

υ1=     ˙ x ˙ y 0     +     0 0 ˙ θ     ×     cos(θ ) −sen(θ ) 0 sen(θ ) cos(θ ) 0 0 0 1         0 −L 0     (19)

(43)

υ1=     ˙ x+ L ˙θ cos(θ ) ˙ y+ L ˙θ sen(θ ) 0     =     ˙ x1 ˙ y1 ˙ θ1     (20)

e a velocidade da roda 2 ´e dada por:

υ2=     ˙ x− L ˙θ cos(θ ) ˙ y− L ˙θ sen(θ ) 0     =     ˙ x2 ˙ y2 ˙ θ2     (21)

As restric¸˜oes cinem´aticas do movimento de um robˆo com acionamento diferencial s˜ao de rolamento puro e o n˜ao escorregamento, que ser˜ao discutidas a seguir.

A restric¸˜ao de rolamento puro baseia-se no fato que cada roda possui um ´unico ponto de contato com o ch˜ao, como pode ser visto na Figura 18 que toma como exemplo a roda w1.

Figura 18: Restric¸˜ao de rolamento puro. Fonte: Adaptado de (DHAOUADI; HATAB, 2013)

Considerando que n˜ao h´a deslizamento no eixo X e nem escorregamento no eixo Y , as velocidades tangenciais vP1e vP2, nos pontos de contato P1 e P2 de cada roda com a superf´ıcie,

s˜ao relacionadas com as velocidades das rodas pelas seguintes equac¸˜oes:

vP1= r ˙φ1 (22)

(44)

Utilizando as Equac¸˜oes 20 a 23, e a matriz de rotac¸˜ao (dada pela Equac¸˜ao 6) ´e encontrada uma relac¸˜ao entre a velocidade do centro da roda com a velocidade angular da roda, que de forma generalizada ´e descrita por:

˙

xicosθ + ˙yisenθ = r ˙φi (24)

onde ˙xi ´e a velocidade linear ao longo do eixo x da roda i e ˙yi ´e a velocidade linear ao longo do eixo y da roda i.

Substituindo as Equac¸˜oes 20 e 21 em 24, tem-se:

( ˙x+ L ˙θ cosθ )cosθ + ( ˙y+ L ˙θ senθ )senθ = r ˙φ1

˙

xcosθ + ˙ysenθ + L ˙θ − r ˙φ1= 0

(25)

( ˙x− L ˙θ cosθ )cosθ + ( ˙y− L ˙θ senθ )senθ = r ˙φ2

˙

xcosθ + ˙ysenθ − L ˙θ − r ˙φ2= 0

(26)

A restric¸˜ao de n˜ao escorregamento define que o robˆo s´o pode se movimentar para frente e para tr´as, mas n˜ao pode ter movimento lateral, ou seja, a velocidade linear do robˆo ao longo do eixo y ´e nula ( ˙yR= 0). Ent˜ao, utilizando a Equac¸˜ao 9 com a matriz de rotac¸˜ao definida na Equac¸˜ao 6 e fazendo algumas manipulac¸˜oes alg´ebricas chega-se a:

− ˙xsen(θ ) + ˙ycos(θ ) = 0 (27)

Ap´os estas definic¸˜oes, as restric¸˜oes cinem´aticas do robˆo podem ser definidas como:

Λ(q) ˙q= 0 (28) com ˙ q=h x˙ y˙ θ˙ φ˙1 φ˙2 i (29) Λ(q) =     −sen(θ ) cos(θ ) 0 0 0 cos(θ ) sen(θ ) L −r 0 cos(θ ) sen(θ ) −L 0 −r     (30)

onde Λ ´e a matriz de restric¸˜oes cinem´aticas e ˙q ´e o vetor de velocidades linear e angular do robˆo e velocidade das rodas.

Apesar do modelo cinem´atico fazer uma boa estimativa da velocidade linear e angular do robˆo a partir da velocidade das rodas, este n˜ao ´e suficientemente representativo. Um dos

(45)

motivos que reforc¸am esta afirmac¸˜ao ´e que as dinˆamicas do sistema, como a forc¸a de atrito entre as rodas e o ch˜ao, a influˆencia da forc¸a da gravidade e limitac¸˜oes f´ısicas (material do chassis), n˜ao s˜ao consideradas nos modelos cinem´aticos em geral. A fim de melhorar a representac¸˜ao do robˆo, permitindo experimentos mais pr´oximos da realidade, ser´a feita a identificac¸˜ao de um modelo dinˆamico do robˆo na Sec¸˜ao 3.4.

3.4 IDENTIFICAC¸ ˜AO DO MODELO DIN ˆAMICO

O modelo cinem´atico apresentado na Sec¸˜ao 3.3 representa um robˆo m´ovel de ch˜ao e como consequˆencia pode apresentar um desempenho diferente do robˆo m´ovel escalador. O comportamento dinˆamico do robˆo envolve parˆametros espec´ıficos como massa, momento de in´ercia, diˆametro das rodas e acoplamento entre as mesmas (HUANG, 2005). Estes, por sua vez, s˜ao dif´ıceis de serem medidos com precis˜ao. A fim de modelar estas dinˆamicas, ´e realizado um procedimento de identificac¸˜ao baseado em dados, obtendo assim um modelo dinˆamico do robˆo.

Os m´etodos de identificac¸˜ao precisam de um conjunto de dados de entrada-sa´ıda do sistema. A escolha das vari´aveis, das quais ser˜ao obtidos os dados, ´e uma etapa importante pois, estas devem ser relacionadas dinamicamente (GUERRA, 2005). O modelo do robˆo ´e composto por modelos ARX (Autoregressive with Exogenous Inputs) de cada para entrada-sa´ıda, ou seja, v´arios sistemas SISO, e foi identificado utilizando o m´etodo dos m´ınimos quadrados. A descric¸˜ao deste m´etodo, baseado em (LJUNG, 1999), ´e mostrado abaixo. O modelo ARX ´e composto pelos polinˆomios:

A(z−1)y(k) = B(z−1)u(k − 1) + e(k) (31)

onde

A(z−1) = 1 + a1z−1+ . . . + anaz

−na (32)

B(z−1) = b1+ b2z−1+ . . . + bnbz

−nb+1 (33)

onde y(k) e u(k) s˜ao os vetores de sa´ıda e entrada, respectivamente.

O modelo ARX na forma expandida ´e:

(46)

Para aplicar o m´etodo dos m´ınimos quadrados, a Equac¸˜ao 34 ´e reescrita na forma de regress˜ao linear como:

y(k) = ϕT(k − 1)ϑ + e(k) (35)

ϕT(k − 1) = [−y(k − 1), . . . , −y(k − na), u(k − 1), . . . , u(k − 1 − nb)] (36)

ϑT = [a1, . . . , ana, b0, . . . , bnb] (37)

onde ϕT(k − 1) ´e o vetor de dados coletados das vari´aveis entrada-sa´ıda, ϑ ´e o vetor de coeficientes que ser˜ao estimados atrav´es do m´etodo dos m´ınimos quadrados e e(k) ´e o erro de modelagem.

A qualidade do modelo obtido est´a relacionado ao ´ındice de desempenho do m´etodo, a func¸˜ao custo JMQ, que deve ser minimizada.

JMQ=

N

i=1

e(i)2= eTe= kek2 (38)

JMQ diz o qu˜ao pr´oximo a sa´ıda prevista, ϕTϑ , est´a da sa´ıda real, y. Portanto, estima-se ϑ que minimize JMQ.

Substituindo a Equac¸˜ao 35 na 38, tem-se:

JMQ= (y − ϕTϑ )T(y − ϕϑ ) = yTy− yTϕ ϑ − ϑTϕTy+ ϑTϕTϕ ϑ (39)

A minimizac¸˜ao de JMQ leva a ∂ J∂ ϑMQ = 0, ent˜ao:

∂ JMQ ∂ ϑ = −(y T ϕ )T − ϕTy+ (ϕTϕ + ϕTϕ )ϑ = −ϕTy− ϕTy+ 2ϕTϕ ϑ = 0 (40) ϑ = [ϕTϕ ]−1ϕTy (41) ´

E verificado se ϑ ´e m´ınimo, fazendo:

∂2JMQ

∂ ϑ2 = 2ϕ

T

ϕ > 0 (42)

2ϕTϕ ´e positiva definida, ent˜ao a Equac¸˜ao 42 ´e verdadeira. Logo:

ϑMQ= argϑminJMQ= [ϕ T

ϕ ]−1ϕTy (43)

O m´etodo dos m´ınimos quadrados, descrito acima, estima ϑ que ´e composto pelos coeficientes do modelo ARX. Este modelo representa o sistema como uma func¸˜ao de

(47)

transferˆencia. O sistema abordado nesta presente dissertac¸˜ao envolve trˆes vari´aveis controladas e duas manipuladas, para cada par entrada-sa´ıda ser´a gerada uma func¸˜ao de transferˆencia. Estas func¸˜oes de transferˆencia ser˜ao utilizadas no controlador que ser´a apresentado na Sec¸˜ao 3.5. Al´em do mais, este controlador ir´a compensar as dinˆamicas n˜ao modeladas, como a forc¸a de atrito e o efeito da forc¸a gravitacional.

3.5 CONTROLE

O objetivo deste trabalho ´e projetar uma estrat´egia de controle para rastreamento de trajet´oria que ser´a aplicado no robˆo m´ovel escalador de inspec¸˜ao AIR-1. A partir da an´alise dos trabalhos apresentados na Sec¸˜ao 2.1 e 2.2 foi visto que o controle de velocidade se mostrou uma opc¸˜ao interessante para a finalidade deste trabalho. Pois, pelo fato do robˆo possuir acionamento diferencial, a diferenc¸a de velocidade das rodas resulta no movimento do robˆo. Caso este movimento n˜ao seja executado com precis˜ao, o robˆo pode n˜ao rastrear o trajeto desejado. Al´em disto, a utilizac¸˜ao da trajet´oria fornecida a priori, bem como a possibilidade de lidar com sistemas multivari´aveis e a inclus˜ao de restric¸˜oes culminou na escolha do controlador GPC, o qual ser´a descrito a seguir.

3.5.1 GPC

O controlador GPC foi desenvolvido por (CLARKE et al., 1987b), sendo um dos m´etodos mais utilizados na ind´ustria e no meio acadˆemico (CAMACHO; BORDONS, 1999). Esta t´ecnica ´e f´acil de ser implementada e, al´em disto, os parˆametros de ajuste possibilitam a sintonia tanto das vari´aveis controladas como das manipuladas permitindo, assim, aproximar-se do deaproximar-sempenho deaproximar-sejado aproximar-sem grandes dificuldades. Estas caracter´ısticas possibilitam um bom desempenho e justificam sua ampla utilizac¸˜ao nas mais diversas aplicac¸˜oes (HOLKAR; WAGHMARE, 2010).

O GPC ser´a usado para o controle de velocidade angular e linear de um robˆo com duas rodas que pode ser considerado um sistema multivari´avel. Portanto, nesta sec¸˜ao ser´a deduzido a formulac¸˜ao da t´ecnica GPC MIMO.

Considerando que as relac¸˜oes entre as vari´aveis do robˆo podem ser representadas por func¸˜oes de transferˆencia, ent˜ao uma matriz de transferˆencia n × m P(z−1) ´e:

(48)

onde u(k) ´e o vetor de entradas m × 1 e y(k) ´e o vetor de sa´ıdas n × 1. P(z−1) ´e formado por func¸˜oes de transferˆencia SISO Ppq(z−1):

Ppq(z−1) =z −1B0 pq(z−1) Apq(z−1) = z −1B pq(z−1) Ap(z−1) (45)

onde Apq(z−1) e B0pq(z−1) s˜ao o denominador e o numerador da func¸˜ao de transferˆencia entre

a entrada q e a sa´ıda p, respectivamente. Ap(z−1) ´e o m´ınimo m´ultiplo comum dos polinˆomios

Apq(z−1) para q = 1...m e p = 1...n. Desta forma, a matriz polinomial diagonal A(z−1) ´e formada com os elementos Ap(z−1) e a matriz polinomial B(z−1) com os elementos Bpq(z−1).

A modelagem do robˆo, para fins de controle, considera estes polinˆomios, A(z−1) e B(z−1), parte de um modelo CARIMA (Controlled Auto-Regressive and Integrated Moving Average) (TUFFS; CLARKE, 1985), mostrado na Equac¸˜ao 46, no qual se baseia o algoritmo GPC.

A(z−1) · y(k) = B(z−1) · u(k − 1) +C(z

−1) ∆ · e(k) (46) onde A(z−1) = In×n+ A1z−1+ A2z−2+ . . . + Anaz−na (47) B(z−1) = B0+ B1z−1+ B2z−2+ . . . + Bnbz−nb (48) C(z−1) = In×n+C1z−1+C2z−2+ . . . +Cncz−nc (49)

e C(z−1) ´e uma matriz polinomial n × n que representa os polinˆomios do ru´ıdo colorido. Como estes s˜ao dif´ıceis de serem estimados, j´a que as variˆancias do ru´ıdo dificilmente permanecem constantes, escolhe-se C(z−1) = In×n e considera-se que as diferenc¸as de estimac¸˜ao do

polinˆomio C(z−1) s˜ao absorvidas dentro dos polinˆomios A(z−1) e B(z−1) (CLARKE et al., 1987a; CAMACHO; BORDONS, 1999). Com ∆ = 1 − z−1 e e(k) o vetor de ru´ıdos n × 1, que ´e considerado um ru´ıdo branco com m´edia zero, e envolve as dinˆamicas n˜ao modeladas que n˜ao s˜ao capturadas nas func¸˜oes de transferˆencia da Equac¸˜ao 44.

Cada sa´ıda do modelo MIMO pode ser descrita por um modelo CARIMA da seguinte forma:

Ap(z−1) · yp(k) = Bp(z−1) · u(k − 1) +

e(k)

∆ (50)

onde Bp= [Bp1Bp2· · · Bpm].

(49)

seguinte Equac¸˜ao Diofantina:

1 = Ep j(z−1) · Ap(z−1)∆ + z− jFp j(z−1) (51)

onde Ep j(z−1) e Fp j(z−1) s˜ao polinˆomios de ordem j − 1 e nap, respectivamente.

Multiplicando a Equac¸˜ao 50 por ∆Ep j(z−1)zj, considerando que os termos do ru´ıdo

est˜ao todos no futuro e realizando algumas manipulac¸˜oes matem´aticas, chega-se a predic¸˜ao ´otima da sa´ıda:

ˆ

yp(k + j|k) = Ep j(z−1)Bp(z−1)∆u(k + j − 1|k) + Fp j(z−1)yp(k) (52)

onde Gp= Ep j(z−1)Bp(z−1).

Matricialmente, a Equac¸˜ao 52 ´e escrita como:

ˆyp= Gp∆u + fp (53) onde ˆyp=        ˆ yp(k + 1|k) ˆ yp(k + 2|k) .. . ˆ yp(k + N2p|k)        (54) Gp=h Gp1 Gp2 · · · Gpm i (55) ∆u =        ∆u1 ∆u2 .. . ∆um        (56) fp=        fp(1) fp(2) .. . fp(N2p)        (57) com

(50)

∆uq=        ∆uq(k) ∆uq(k + 1) .. . ∆uq(k + Nuq− 1)        (58) fp( j) = z(1 − ∆Ap(z−1)) fp( j − 1) + Bp(z−1)∆u(k + j) (59)

sendo N2p o horizonte de predic¸˜ao da sa´ıda p e Nuq o horizonte de controle da entrada q.

Utilizando as propriedades recursivas do polinˆomio Ep j (CAMACHO; BORDONS,

1999), tem-se: Gpq =        gpq0 0 · · · 0 gpq1 gpq0 · · · 0 .. . ... . .. ... gpq N2p−1 gpqN2p−2 · · · gpqN2p−Nuq−1        (60)

∆u(k + j) = 0 quando j ≥ 0 e fp(0) = yp(k). Resumidamente, a predic¸˜ao ´otima do

processo MIMO:        ˆy1 ˆy2 .. . ˆyn        =        G11 G12 · · · G1m G21 G22 · · · G2m .. . ... . .. ... Gn1 Gn2 · · · Gnm               ∆u1 ∆u2 .. . ∆um        +        f1 f2 .. . fn        (61)

Os sinais de controle, ∆u, s˜ao calculados minimizando a seguinte func¸˜ao custo (CAMACHO; BORDONS, 1999): J(N2, Nu) = N2

j=1 kˆy(k + j|k) − yre f(k + j)k2R+ Nu

j=1 k∆u(k + j − 1)k2Q (62) onde N2 e Nu s˜ao os horizontes de predic¸˜ao da sa´ıda e da entrada, respectivamente. R e Q s˜ao

matrizes definidas positivas, ou seja, R > 0 e Q > 0, que ponderam o erro entre a sa´ıda predita e sua referˆencia e o esforc¸o de controle.

Substituindo a Equac¸˜ao 61 em 62, tem-se:

J = (G∆u + f − yre f)0R(G∆u + f − yre f) + ∆u0Q∆u (63)

Para encontrar a lei de controle ´otima, faz-se ∂ J

∂ ∆u = 0 e ´e verificado se ∂2J

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