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Conversor CC-CC aplicado à geração fotovoltaica

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELÉTRICA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

HENRIQUE LUIZ DAL MOLIN MARANGON

CONVERSOR CC-CC APLICADO À GERAÇÃO FOTOVOLTAICA

PATO BRANCO 2015

(2)

HENRIQUE LUIZ DAL MOLIN MARANGON

CONVERSOR

CC-CC

APLICADO À

GERAÇÃO FOTOVOLTAICA

Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de graduac¸ ˜ao, apresentado `a disciplina de Trabalho de Conclus ˜ao de Curso 2, do Curso de Engenharia El ´etrica da Coordenac¸ ˜ao de Engenharia El ´etrica - CO-ELT - da Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a - UTFPR, Campus Pato Branco, como requisito parcial para obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Engenheiro.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Marcelo de Oliveira Stein

PATO BRANCO 2015

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TERMO DE APROVAC¸ ˜AO

O Trabalho de Conclusão de Curso intitulado CONVERSOR CC-CC APLICADO À GERAÇÃO FOTOVOLTAICA doacadêmico HenriqueLuiz DalMolin Marangonfoi consideradoAPROVADO deacordo coma ata da bancaexaminadora

N89de2015.

Fizeram parte da banca examinadora os professores:

Prof. Dr. Carlos Marcelo de Oliveira Stein Prof. Dr. Emerson Giovani Carati Prof. Dr. Marcelo Flavio Guepfrih

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Dedico este trabalho ao meu pai, m ˜ae, irm ˜a, namorada e amigos, os quais me apoiaram sempre e sei que sempre poderei contar com, por isto, sou grato!

Em mem ´oria de meu av ˆo Armando Marangon, pessoa ex-traordin ´aria, humilde, exemplo a ser seguido. Infelizmente n ˜ao est ´a mais entre n ´os mas continua vivo dentro de nos-sas lembranc¸as e de nosso corac¸ ˜ao. Seus ensinamentos e exemplo de vida ser ˜ao sempre levados comigo e ficar ˜ao para sempre gravados em minha mem ´oria.

(5)

Dust in the wind. All we are is dust in the wind.

(6)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradec¸o `a minha fam´ılia e minha namorada pelo apoio e paci ˆencia, principalmente na reta final deste trabalho, por acreditar e me apoiar neste conquista.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Carlos Marcelo de Oliveira Stein por todo suporte dado, pela disponibilidade do seu tempo e pelo conhecimento transferido.

Aos professores Emerson Giovani Caratti e Marcelo Flavio Guepfrih pelas contribuic¸ ˜oes como membros da banca avaliadora para construc¸ ˜ao do trabalho.

Aos meus amigos pelo apoio dado, seja este de forma direta ou indireta, com brincadeiras em relac¸ ˜ao ao trabalho. Como prometido, vale um agradecimento especial ao colega e amigo Roner, pois s ´o ele sabe a quantia que me ajudou, seja no desenvolvimento do trabalho ou em todo o percurso da faculdade.

(7)

RESUMO

MARANGON, Henrique. Conversor CC-CC controlador de carga de baterias aplicado `a gerac¸ ˜ao fotovoltaica. 2015. 73 f. Monografia (Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de Graduac¸ ˜ao) - Departamento Acad ˆemico de El ´etrica, Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a, Pato Branco, PR, 2015.

A gerac¸ ˜ao de energia fotovoltaica ´e uma matriz energ ´etica limpa e que se desenvolve a cada dia no mundo. No entanto, como qualquer matriz energ ´etica do planeta, a gerac¸ ˜ao de energia a partir dos raios solares tamb ´em apresenta problemas. Como a incid ˆencia de raios solares sob as placas fotovoltaicas varia durante o dia, ´e ne-cess ´ario uma maneira de manter o fornecimento de energia menos vari ´avel. Este trabalho foca em apresentar um modelo de conversor CC-CC que atue como contro-lador de carga de um banco de baterias. A func¸ ˜ao deste conversor ser ´a estocar o excedente de energia nas baterias em momentos de elevada gerac¸ ˜ao e utilizar esta energia em momentos de baixa produc¸ ˜ao para manter a tens ˜ao no barramento CC dentro dos limites estipulados. Nesse trabalho ser ˜ao exibidos alguns modelos de con-versores CC-CC isolados, modelos el ´etricos equivalentes e m ´etodos de carga de uma bateria, desenvolvimento de um conversor CC-CC isolado e bidirecional e simulac¸ ˜oes do mesmo atrav ´es do software PSIM R. Para controle deste sistema, ser ˜ao utilizados

controladores do tipo PI implementados digitalmente. O sistema simulado apresenta resultados satisfat ´orios, apesar de alguns detalhes que influenciaram nos gr ´aficos fi-nais. No entanto, analisando apenas o funcionamento do controlador, este apresenta um resultado plenamente satisfat ´orio.

Palavras-chave: Gerac¸ ˜ao fotovoltaica, Conversor CC-CC, Controlador de carga, Banco

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ABSTRACT

MARANGON, Henrique. Battery Charger DC-DC Converter Applied to Photovoltaic Energy Generation. 2015. 73 f. Monografia (Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de Graduac¸ ˜ao) Electrical Engineering Department, Federal University of Technology -Paran ´a, Pato Branco, PR, 2015.

Photovoltaic power generation is a clean energy matrix and that develops every day in the world. However, like any energy matrix in the world, generating energy from sunlight also presents problems. As the incidence of sunlight on the photovoltaic slab varies during the day, its needed a way to keep the power supply less variable. This paper focuses on present a DC-DC converter model that act as charge controller of a bank of batteries. The function of this converter is to store the surplus power on the batteries in high generation times and use this energy in low production times to maintain the DC bus voltage within the prescribed limits. This paper will show some models of isolated DC-DC converters, battery equivalent electric models and charging methods, development of a bidirectional isolated DC-DC converter and simulations of this converter through the PSIM software. To control this system will be used PI type controllers digitally implemented. The simulated system shows satisfactory results, despite some details that influenced the final graphics. However, only analyzing the operation of the converter, this provides a fully satisfactory result.

Keywords: Fotovoltaic generation, DC-DC converter, Charge controller, Bank of

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Topologias b ´asicas dos conversores CC-CC: (a) conversor Buck e (b) conversor Boost. Fonte: Autoria Pr ´opria. . . . 20 Figura 2: Diagrama de blocos da gerac¸ ˜ao solar. Fonte: Autoria pr ´opria. . 21 Figura 3: Comparac¸ ˜ao entre o conversor Buck-Boost (a) e o conversor

Flyback (b). Fonte: Adaptado de Hart (2010, p. 267). . . . 23 Figura 4: Comparac¸ ˜ao entre o conversor Buck (a) e o conversor Forward

(b). Fonte: Adaptado de Hart (2010, p. 278). . . 28 Figura 5: Conversor Push-Pull. Fonte: Adaptado de Hart (2010, p. 287). . 30 Figura 6: Conversor Half-Bridge ou meia ponte. Fonte: Adaptado de Hart

(2010, p. 293). . . 31 Figura 7: Conversor Full-Bridge ou ponte completa. Fonte: Adaptado de

Hart (2010, p. 292). . . 32 Figura 8: Conversor Full-Bridge bidirecional. Fonte: Adaptado de Moghaddam et al.

(2012, p. 108). . . 34 Figura 9: Curvas do modo Boost de operac¸ ˜ao do conversor Full-Bridge

bidirecional. Fonte: Adaptado de Moghaddam et al. (2012, p. 108) . . . 35 Figura 10: Curvas do modo buck de operac¸ ˜ao do conversor Full-Bridge

bi-direcional. Fonte: Adaptado de Moghaddam et al. (2012, p. 108) 36 Figura 11: Elementos b ´asicos de uma bateria. Fonte: Lazzarin (2006) . . . 37 Figura 12: Modelo el ´etrico simplificado. Fonte: Adaptado de Seguel (2009,

p. 31). . . 39 Figura 13: Modelo el ´etrico de primeira ordem. Fonte: Adaptado de Seguel

(2009, p. 31). . . 40 Figura 14: Modelo el ´etrico equivalente de Th ´evenin. Fonte: Adaptado de

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Figura 15: Modelo el ´etrico equivalente de Th ´evenin. Fonte: Adaptado de Seguel (2009, p. 31). . . 41 Figura 16: Curvas de corrente e tens ˜ao no processo de recarga da bateria

com m ´etodo de tens ˜ao constante e corrente limitada. Fonte: (SEGUEL, 2009) . . . 42 Figura 17: Curvas de corrente e tens ˜ao no processo de recarga da bateria

com m ´etodo de tens ˜ao constante e corrente limitada conside-rando descarga profunda. Fonte: Adaptado de Lazzarin (2006, p. 17) . . . 43 Figura 18: Caracter´ısticas de auto descarga da bateria EVH 12240. Fonte:

Adaptado de CSB Battery () . . . 48 Figura 19: Circuito utilizado para obter o valor da capacit ˆancia para modelo

das baterias. Fonte: Autoria pr ´opria. . . 50 Figura 20: Modelo el ´etrico equivalente do banco de baterias. Fonte:

Auto-ria pr ´opAuto-ria. . . 51 Figura 21: Fluxograma de controle para ac¸ ˜oes do conversor CC-CC

bidire-cional full-bridge. Fonte: Autoria pr ´opria . . . . 55 Figura 22: Sistema utilizado para simulac¸ ˜ao de carga e descarga do banco

de baterias. Fonte: Autoria Pr ´opria. . . 56 Figura 23: Circuito utilizado para simulac¸ ˜ao do sistema. Fonte: Autoria

pr ´opria . . . 58 Figura 24: Curvas obtidas da simulac¸ ˜ao no modo buck de operac¸ ˜ao do

conversor CC-CC Full-Bridge bidirecional. Fonte: Autoria pr ´opria 59 Figura 25: Curvas de corrente e tens ˜ao do banco de baterias e ac¸ ˜ao do

controlador. Fonte: Autoria pr ´opria . . . 60 Figura 26: Tens ˜ao da bateria e tempo de carga para uso c´ıclico . Fonte:

CSB Battery () . . . 61 Figura 27: Mudanc¸a do modo de operac¸ ˜ao do conversor de 4 para 3. Fonte:

Autoria pr ´opria . . . 62 Figura 28: Modo de operac¸ ˜ao 2 do conversor. Fonte: Autoria pr ´opria . . . 63

(11)

Figura 29: Curvas obtidas na simulac¸ ˜ao do modo boost de operac¸ ˜ao do conversor CC-CC Full-Bridge bidirecional. Fonte: Autoria pr ´opria 64 Figura 30: Descarga do banco de baterias durante 60 segundos. Fonte:

Autoria pr ´opria . . . 66

Figura 31: Picos existentes na simulac¸ ˜ao. Fonte: Autoria pr ´opria . . . 67

Figura 32: Descarga profunda habilitada. Fonte: Autoria pr ´opria . . . 68

(12)

LISTA DE TABELAS

1 Caracter´ısticas de descarga com corrente constante da bateria EVH 12240. Unidade: A. Fonte: Adaptado de CSB Battery () . . . 49 2 Relac¸ ˜ao entre tens ˜ao final da bateria por c ´elula e corrente de descarga.

Fonte: Adaptado de CSB Battery () . . . 49 3 Valores de capacit ˆancia obtidos para o modelo bateria. Fonte: Autoria

Pr ´opria . . . 50 4 Valores dos ganhos dos controladores do modo buck. Fonte: Autoria

Pr ´opria . . . 56 5 Valores dos ganhos dos controladores do modo boost. Fonte: Autoria

Pr ´opria . . . 56 6 Valores obtidos para o banco de baterias, conversor CC-CC bidirecional

full-bridge e barramento CC. Fonte: Autoria Pr ´opria . . . 57 7 Valores utilizados como refer ˆencia para carga e descarga do banco de

baterias. Fonte: Autoria Pr ´opria . . . 57 8 Modos de operac¸ ˜ao do conversor. Fonte: Autoria Pr ´opria . . . 61 9 Valores RMS das correntes para a primeira e para a segunda etapa de

carga. Fonte: Autoria Pr ´opria . . . 64 10 Valores RMS para o modo de operac¸ ˜ao boost. Fonte: Autoria Pr ´opria . 67

(13)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CA-CC Convers ˜ao de corrente alternada para corrente cont´ınua. CC Corrente cont´ınua.

CC-CC Convers ˜ao de corrente cont´ınua para corrente cont´ınua. HV High Voltage - Alta tens ˜ao.

LV Low Voltage - Baixa tens ˜ao.

RMS Root Mean Square - Ra´ız do valor quadr ´atico m ´edio.

SOC State of charge - Estado da carga.

(14)

LISTA DE S´IMBOLOS

L Indutor

Co Capacitor com sub´ındice o R Resist ˆencia

Vo Tens ˜ao com sub´ındice o iL Corrente com sub´ındice L D Ciclo de trabalho (Duty cycle)

T Per´ıodo

N1 N ´umero de espiras do prim ´ario do transformador N2 N ´umero de espiras do secund ´ario do transformador Ps Pot ˆencia com sub´ındice s

f Frequ ˆencia

rc Resist ˆencia s ´erie do capacitor D1 Diodo com sub´ındice 1

C Capacidade da bateria

PID Proporcional, integral e derivativo

PI Proporcional e integral Kp Ganho proporcional Ki Ganho integral

(15)

SUM ´ARIO 1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 15 1.1 HIST ´ORICO . . . 15 1.2 PROBLEMA . . . 16 1.3 MOTIVAC¸ ˜AO DO ESTUDO . . . 17 1.4 OBJETIVOS DO TRABALHO . . . 17 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . 17

2 REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA . . . 19

2.1 CONVERSORES EST ´ATICOS CC-CC . . . 19

2.1.1 Conversores isolados . . . 20 2.1.1.1 Conversor Flyback . . . 22 2.1.1.2 Conversor Forward . . . 27 2.1.1.3 Conversor Push-Pull . . . 29 2.1.1.4 Conversor Half-Bridge . . . 31 2.1.1.5 Conversor Full-Bridge . . . 32 2.1.2 Conversores Bidirecionais . . . 33 2.2 BATERIA . . . 36

2.2.1 Introduc¸ ˜ao `as baterias . . . 36

2.2.2 Tipo da bateria . . . 37

2.2.3 Circuito el ´etrico equivalente . . . 39

2.2.4 M ´etodo de carga de baterias . . . 41

2.3 CONTROLADORES . . . 43

2.4 RESUMO DO CAP´ITULO . . . 45

3 DESENVOLVIMENTO . . . 46

3.1 PROJETO DO BANCO DE BATERIAS . . . 46

(16)

3.2.1 Filtro LC . . . 51

3.2.2 Filtro CHV . . . 52

3.2.3 Resistor RHV . . . 52

3.2.4 Estrat ´egia de controle para o conversor CC-CC bidirecional full-bridge . . . 52

3.3 MODELO COMPLETO . . . 56

3.4 RESUMO DO CAP´ITULO . . . 57

4 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES . . . 58

4.1 MODO BUCK - CARGA . . . 59

4.2 MODO BOOST - DESCARGA . . . 64

4.3 RESUMO DO CAP´ITULO . . . 69

(17)

15

1 INTRODUC¸ ˜AO

1.1 HIST ´ORICO

A busca do homem por energia comec¸ou a muito tempo atr ´as, ainda na era primitiva com o homem tentando controlar o fogo para utiliz ´a-lo da maneira que desejasse, afastando animais, aquecendo alimentos, entre outros. Desde ent ˜ao o homem vem descobrindo novas formas para obter energia e control ´a-la. A partir das descobertas de v ´arios meios para conseguir energia, esta tornou-se indispens ´avel na vida dos homens, aumentando assim a quantia de pesquisas em cima deste assunto, objetivando aumentar a produc¸ ˜ao e diminuir os custos e os impactos ambientais.

Segundo Rosemback (2004, p. 1), o Sol fornece 1,5x1018

kWh de ener-gia na forma de luz e calor para a Terra anualmente, correspondendo a 10.000 vezes o consumo do planeta considerando o mesmo per´ıodo, al ´em de ser uma fonte ines-got ´avel de energia, considerando a escala de tempo terrestre. Observando estes da-dos percebe-se que o Sol ´e a fonte de energia mais importante do planeta, pois emite uma quantia imensa de energia. Vale lembrar ainda que Reis (2012, p. 4) afirma que a maioria das fontes de energia s ˜ao, em ´ultima inst ˆancia, derivadas do Sol, visto que o ciclo da ´agua (hidroel ´etrica), radiac¸ ˜ao solar que gera ventos (e ´olicas) e petr ´oleo, carv ˜ao e g ´as natural (combust´ıveis f ´osseis) s ˜ao provenientes do mesmo.

Para captar a energia proveniente do Sol e transform ´a-la em energia el ´etrica, a qual ´e mais f ´acil de ser transportada, s ˜ao utilizadas pain ´eis fotovoltaicos. Estes pain ´eis utilizam o efeito fotovoltaico, que foi descoberto por Edmond Becquerel, em 1839, e pode ser explicado como o surgimento de uma diferenc¸a de potencial nos ex-tremos de um material semicondutor, chamada de C ´elula Fotovoltaica, produzida pela absorc¸ ˜ao dos raios solares, afirma Rosemback (2004). Logo, um painel fotovoltaico nada mais ´e que o conjunto de v ´arias C ´elulas Fotovoltaicas conectadas.

A primeira utilizac¸ ˜ao de captac¸ ˜ao de energia fotovoltaica foi em lugares onde a energia da rede n ˜ao estava dispon´ıvel, como no espac¸o, comenta Silva (2004). O autor ainda cita que no primeiro teste este tipo de gerac¸ ˜ao de energia decepcionou e muito, s ´o vindo a reverter essa situac¸ ˜ao com Joseph Lindmeyer, no in´ıcio da d ´ecada

(18)

1.2 Problema 16

de setenta, o qual conseguiu aumentar a efici ˆencia das c ´elulas, sendo que atualmente as c ´elulas produzidas a n´ıvel industrial contam com uma efici ˆencia t´ıpica de 15%, en-quanto as melhores c ´elulas produzidas chegam a quase 40%, por ´em sendo invi ´aveis para produc¸ ˜ao em massa, segundo Brito e Silva (2006). Ap ´os isso, essa tecnologia s ´o sofreu avanc¸os e tende a continuar neste percurso. Por ´em, Rosemback (2004, p. 2) aponta que o custo de produc¸ ˜ao de energia atrav ´es de pain ´eis fotovoltaicos ainda ´e alto comparado a outros m ´etodos de gerac¸ ˜ao, mas pode aumentar muito a sua inserc¸ ˜ao no mercado visto que as outras fontes de energia poder ˜ao esgotar-se.

1.2 PROBLEMA

A produc¸ ˜ao de energia utilizando os raios solares depende principalmente da incid ˆencia destes sobre o painel fotovoltaico. Visto que a passagem de nuvens, a mudanc¸a das estac¸ ˜oes de ano, chuvas e mudanc¸a de dia para noite afetam direta-mente o n´ıvel de insolac¸ ˜ao sobre os pain ´eis, a produc¸ ˜ao de energia utilizando essa tecnologia tamb ´em sofre grandes variac¸ ˜oes, tendo momentos de muita insolac¸ ˜ao, con-sequentemente muita gerac¸ ˜ao, e momentos de baixa ou nenhuma insolac¸ ˜ao, acarre-tando numa gerac¸ ˜ao baixa ou quase nula. Assim sendo, a quantidade de energia gerada dificilmente coincidir ´a com a quantidade demandada pela carga el ´etrica.

Um m ´etodo para contornar este problema ´e a utilizac¸ ˜ao de baterias para armazenar a energia quando a produc¸ ˜ao for superior `a demanda.

Nos sistemas fotovoltaicos a bateria serve, ent ˜ao, para armazenar a energia produzida e n ˜ao consumida em per´ıodos de excesso de in-solac¸ ˜ao, para que possa ser posteriormente utilizada em per´ıodos de baixa insolac¸ ˜ao ou durante a noite, de forma a garantir o fornecimento

constante de energia. (REIS, 2012, p. 5)

Por ´em Reis (2012, p. 5) afirma que o banco de baterias pode represen-tar at ´e 15% dos custos iniciais de instalac¸ ˜ao do sistema fotovoltaico ou at ´e 46% considerando-se a manutenc¸ ˜ao das baterias.

Para conectar as baterias ao barramento CC do painel fotovoltaico ´e ne-cess ´aria adaptac¸ ˜ao das tens ˜oes, visto que o conjunto de baterias atua com tens ˜ao diferente da tens ˜ao que existir ´a no barramento CC da gerac¸ ˜ao solar. Esta adaptac¸ ˜ao ser ´a realizada atrav ´es de um conversor CC-CC.

(19)

1.3 Motivac¸ ˜ao do estudo 17

1.3 MOTIVAC¸ ˜AO DO ESTUDO

A principal motivac¸ ˜ao deste trabalho ´e a pesquisa de um conversor CC-CC para aplicac¸ ˜ao entre o barramento CC gerado pelo painel fotovoltaico e o banco de baterias. Sua func¸ ˜ao ser ´a adaptar os n´ıveis de tens ˜ao do barramento para n´ıveis de tens ˜ao aceit ´aveis para as baterias trabalharem com seguranc¸a.

1.4 OBJETIVOS DO TRABALHO

No desenvolvimento deste trabalho foram estabelecidos os seguintes obje-tivos a serem cumpridos:

1. Revis ˜ao liter ´aria sobre conversores CC-CC;

2. Verificac¸ ˜ao da pot ˆencia de trabalho comumente utilizada para os conversores analisados no item anterior, visto que a pot ˆencia que estar ´a envolvida no projeto final ser ´a de 4600W;

3. Revis ˜ao liter ´aria sobre conversores CC-CC isolados e bidirecionais;

4. Escolha do(s) conversor(es) que melhor se adapta(m) `as condic¸ ˜oes de trabalho desejadas;

5. Projeto do(s) conversor(es) escolhido(s) previamente; 6. An ´alise dos resultados obtidos;

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho est ´a dividido em cinco cap´ıtulos, sendo o primeiro uma breve introduc¸ ˜ao sobre o assunto e os objetivos do trabalho.

O segundo cap´ıtulo envolve revis ˜oes bibliogr ´aficas sobre conversores

CC-CC, baterias e controladores. Este cap´ıtulo tem como objetivo definir qual ser ´a o

con-versor CC-CC que ser ´a utilizado para desenvolvimento do projeto, qual ser ´a o m ´etodo de carga e modelo el ´etrico equivalente das baterias e mostrar como foi realizada a implementac¸ ˜ao digital do controlador.

(20)

1.5 Estrutura do trabalho 18

O cap´ıtulo tr ˆes exibe o desenvolvimento do trabalho, com projetos do banco de baterias, dos componentes do conversor CC-CC escolhido no cap´ıtulo dois e uma pr ´evia do sistema utilizado para simulac¸ ˜ao.

O quarto cap´ıtulo exibe resultados obtidos nas simulac¸ ˜oes atrav ´es de gr ´aficos e tabelas para os dois modos de operac¸ ˜ao do conversor: buck e boost.

No quinto e ´ultimo cap´ıtulo s ˜ao apresentadas conclus ˜oes sobre o trabalho e algumas sugest ˜oes para continuidade do trabalho no futuro.

(21)

19

2 REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

Neste cap´ıtulo ser ˜ao feitas revis ˜oes te ´oricas sobre conversores CC-CC, conversores isolados e conversores bidirecionais, baterias e suas peculiaridades de carga e descarga e t ´ecnicas de controle. Estes t ´opicos servir ˜ao como base para o desenvolvimento do trabalho.

2.1 CONVERSORES EST ´ATICOS CC-CC

Conversores est ´aticos CC-CC s ˜ao dispositivos que tem como func¸ ˜ao rece-ber um n´ıvel de tens ˜ao ou de corrente cont´ınua em seus terminais de entrada e ajustar para outro valor desejado nos terminais de sa´ıda.

”Os conversores est ´aticos podem operar no modo tens ˜ao ou no modo corrente. No modo tens ˜ao a vari ´avel de controle ´e a tens ˜ao de sa´ıda e o conversor opera como uma fonte de tens ˜ao. No modo corrente a vari ´avel de controle ´e a corrente de sa´ıda e o conversor opera como

uma fonte de corrente equivalente.”(ROSEMBACK, 2004, p. 17).

Segundo Mohan et al. (2003, p. 161), existem duas topologias b ´asicas para os conversores: conversor abaixador de tens ˜ao, Buck ou Step-down e conversor ele-vador de tens ˜ao, Boost ou Step-up, sendo os outros conversores apenas combinac¸ ˜oes destes b ´asicos. A Figura 1 exibe ambas as topologias b ´asicas para os conversores. Nesta figura S representa a chave semicondutora, L ´e um indutor para ora armazenar e ora fornecer energia para a carga, Co ´e um capacitor que funciona como filtro na sa´ıda, R ´e uma resist ˆencia que simboliza a carga do sistema, Vo ´e a tens ˜ao de sa´ıda, iL(t) ´e a corrente que passa no indutor e Vi ´e a tens ˜ao de entrada.

”Os conversores CC-CC podem ter dois diferentes modos de operac¸ ˜ao: conduc¸ ˜ao de corrente cont´ınua e conduc¸ ˜ao de corrente descont´ınua.”(MOHAN et al.,

2003, p. 163). A determinac¸ ˜ao do modo de operac¸ ˜ao depende da corrente iL(t) que circula no indutor L, afirma Rosemback (2004, p. 17), sendo que no primeiro modo a corrente iL(t) ´e sempre maior que zero durante um per´ıodo de chaveamento e no segundo modo a corrente iL(t) ´e igual a zero por alguns instantes.

(22)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 20 V1 S L R Co (a) V1 S L R Co (b)

Figura 1: Topologias b ´asicas dos conversores CC-CC: (a) conversor Buck e (b) conver-sor Boost. Fonte: Autoria Pr ´opria.

A func¸ ˜ao do conversor neste projeto ser ´a de adaptac¸ ˜ao de n´ıveis de tens ˜ao em relac¸ ˜ao ao barramento CC da gerac¸ ˜ao fotovoltaica e o banco de baterias a ela as-sociado. Um conversor CC-CC pode ter outras aplicac¸ ˜oes dentro da gerac¸ ˜ao aut ˆonoma de energia fotovoltaica, como, por exemplo, servir como controlador de carga operando no ponto de m ´axima pot ˆencia dos pain ´eis. Neste caso o conversor teria como func¸ ˜ao extrair a m ´axima pot ˆencia dos pain ´eis fotovoltaicos, sempre fazendo com que o painel atue no ponto no qual a gerac¸ ˜ao seja a melhor poss´ıvel para a temperatura e insolac¸ ˜ao atuais, segundo Reis (2012, p. 54). Para executar tal func¸ ˜ao, o dispositivo ´e instalado entre os pain ´eis fotovoltaicos e o barramento CC, enquanto para atuar ajustando os n´ıveis de tens ˜ao para as baterias, ele ´e instalado entre o barramento CC e as baterias. Ambas as aplicac¸ ˜oes s ˜ao demonstradas na Figura 2.

2.1.1 Conversores isolados

Os conversores CC-CC podem ser divididos em isolados e n ˜ao isolados. A diferenc¸a b ´asica entre eles est ´a no fato de que existe conex ˜ao el ´etrica entre a

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en-2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 21 Painel Fotovoltaico iP F VP F Conversor CC-CC 1 iCC VC C Barramento CC Carga CC iload Vlo a d Conversor CC-CC 2 Banco de Baterias iCC 2 VC C 2 VB a t iBat

Figura 2: Diagrama de blocos da gerac¸ ˜ao solar. Fonte: Autoria pr ´opria.

trada e a sa´ıda dos n ˜ao isolados, enquanto isso n ˜ao ocorre nos isolados. Segundo Hart (2010, p. 265), o fato de existir esta conex ˜ao el ´etrica nos n ˜ao isolados ´e uma desvantagem, visto que se a entrada estiver aterrada, a sa´ıda tamb ´em estar ´a. Uma forma de contornar este problema ´e utilizar um transformador para isolar a entrada da sa´ıda, caso exista um conversor CA-CC no conversor, visto que o transformador necessita de corrente alternada para funcionar apropriadamente. No entanto, caso a frequ ˆencia de operac¸ ˜ao do transformador seja baixa, este requer um n ´ucleo magn ´etico maior, mais pesado e mais caro, o que tornaria mais dif´ıcil o processo. Por ´em nem to-das as aplicac¸ ˜oes requerem um isolamento entre entrada e sa´ıda, ent ˜ao ´e necess ´ario analisar cada caso para decidir se haver ´a ou n ˜ao este isolamento.

Um m ´etodo mais eficiente de prover esta isolac¸ ˜ao, de acordo com Hart (2010, p. 265), ´e utilizar esquemas envolvendo chaveamento. Como a frequ ˆencia de chaveamento ser ´a muitas vezes maior que a frequ ˆencia da fonte, o transformador poder ´a ser menor e mais barato. Al ´em da isolac¸ ˜ao el ´etrica adicionada pelo transfor-mador, ele tamb ´em fornece flexibilidade entre a entrada e a sa´ıda com a variac¸ ˜ao da relac¸ ˜ao do n ´umero de espiras nos seus dois enrolamentos. Outra situac¸ ˜ao interes-sante ´e que com o uso de v ´arios enrolamentos, conversores com este modo de ac¸ ˜ao podem ter v ´arias tens ˜oes de sa´ıda.

(24)

ne-2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 22

cess ´aria visto que n ˜ao ´e desej ´avel que alguma perturbac¸ ˜ao que ocorra no barramento

CC seja transmitida para as baterias.

As an ´alises sobre os conversores CC-CC isolados a seguir tem o objetivo de destacar e avaliar algumas caracter´ısticas para auxiliar na escolha posterior do con-versor a ser utilizado no projeto, al ´em de averiguar qual a pot ˆencia na qual o concon-versor

´e normalmente utilizado.

2.1.1.1 Conversor Flyback

”O conversor Flyback ´e um conversor id ˆentico ao conversor Buck-Boost, mas que apresenta isolac¸ ˜ao galv ˆanica entre a tens ˜ao de entrada e de sa´ıda.”(PETRY; BARBI,

2001, p.11). Segundo Rech (2009, p. 5), o transformador deste conversor apresenta a func¸ ˜ao de indutor de ac ´umulo de energia atrav ´es da sua indut ˆancia magnetizante, al ´em das func¸ ˜oes cl ´assicas de isolac¸ ˜ao e adaptac¸ ˜ao dos n´ıveis de tens ˜ao e tamb ´em de nunca ter corrente fluindo pelo prim ´ario e secund ´ario ao mesmo tempo. A Figura 3 mostra o desenvolvimento do conversor Buck-Boost para chegar ao conversor

Fly-back.

Este conversor atua em duas etapas. A primeira diz respeito ao momento em que a chave S est ´a conduzindo e a segunda etapa refere-se a quando a chave est ´a aberta. No primeiro momento ”a fonte V1 fornece energia para a magnetizac¸ ˜ao do enrolamento prim ´ario do transformador.”(PETRY; BARBI, 2001, p. 11) Como a tens ˜ao induzida no secund ´ario do transformador ´e negativa, o diodo ficar ´a reversamente po-larizado, isto ´e, bloqueado. Na segunda etapa a tens ˜ao no secund ´ario ´e positiva e o diodo ´e polarizado de modo a permitir circulac¸ ˜ao de corrente, logo a energia armaze-nada no enrolamento prim ´ario do transformador ´e levada at ´e a carga.

Para analisar matematicamente o comportamento deste conversor, primei-ramente ser ´a feita an ´alise com a chave fechada e posteriormente com a mesma aberta. Al ´em disto, necessita-se considerar que o capacitor de sa´ıda ´e grande o sufi-ciente a ponto de considerar-se a tens ˜ao de sa´ıda Vo constante, ou seja, Vripple nulo, que as chaves e os diodos s ˜ao ideais, que o per´ıodo de trabalho da chave ´e D, ficando fechada por um tempo DT e aberta por um tempo (1-D)T, onde T ´e o per´ıodo de cha-veamento, e que o circuito funciona no estado est ´avel, ou seja, todas as correntes e tens ˜oes s ˜ao peri ´odicas, iniciando e terminando sempre no instante de chaveamento.

(25)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 23

2.1.1.1.1 An ´alise com a chave S fechada

Quando a chave est ´a fechada, a tens ˜ao presente no enrolamento prim ´ario do transformador ´e a mesma da fonte, logo

V1 = Vs= LmdiLm dt (1) Vs Lm = diLm dt = ∆iLm ∆t = ∆iLm DT (2)

Isolando a variac¸ ˜ao da corrente na indut ˆancia de magnetizac¸ ˜ao do transfor-mador na Equac¸ ˜ao 2 resulta em

∆iLmF echada = VsDT

Lm (3)

Nas igualdades 2, o valor de∆t ´e substitu´ıdo por DT pois esse ´e o tempo em que a chave permanece fechada.

V1 S L C Ro (a) V1 Lm iLm S iS + − Vsw Ro iR + − Vo C iC iD + −VD N1 N2 T b b (b)

Figura 3: Comparac¸ ˜ao entre o conversor Buck-Boost (a) e o conversor Flyback (b). Fonte: Adaptado de Hart (2010, p. 267).

(26)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 24

2.1.1.1.2 An ´alise com a chave S aberta

No momento em que a chave ´e aberta, ´e imposs´ıvel variar a corrente instan-taneamente na indut ˆancia Lm, logo esta corrente circula pelas espiras do prim ´ario do transformador ideal. A corrente iLm entra pelo terminal do prim ´ario sem o ponto, visto que a bobina de magnetizac¸ ˜ao estava carregada, e, da mesma forma como entrou, sai no lado sem ponto do secund ´ario pois o diodo est ´a permitindo fluxo de corrente. Supondo que a tens ˜ao na sa´ıda ´e constante igual a Vo, consequentemente a tens ˜ao no secund ´ario do transformador torna-se -Vo. Esta tens ˜ao no secund ´ario do transfor-mador retorna para o prim ´ario, fazendo com que a tens ˜ao em Lm torne-se

v1 = −Vo N1

N2 (4)

onde v1 ´e a tens ˜ao no enrolamento prim ´ario do transformador.

Como dito anteriormente, a tens ˜ao no secund ´ario do transformador ´e equi-valente a -Vo, logo v1 = v2 N1 N2 = −Vo N1 N2 (5) LmdiLm dt = v1 = −Vo N1 N2 (6) diLm dt = ∆iLm ∆t = ∆iLm (1 − D)T = −VoN1 LmN2 (7) Isolando o termo da variac¸ ˜ao na indut ˆancia de magnetizac¸ ˜ao do transfor-mador da Equac¸ ˜ao 7 obt ˆem-se

∆iLmAberta = −Vo(1 − D)T N1 LmN2

(8)

Nas igualdades 7, o valor de ∆t ´e substitu´ıdo por (1-D)T pois este ´e o

tempo em que a chave permanece aberta.

Para um indutor funcionar em estado est ´avel, a variac¸ ˜ao da corrente que circula sobre ele num per´ıodo deve ser nula, logo

(27)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 25

Das equac¸ ˜oes 3 e 8 t ˆem-se VsDT

Lm +

Vo(D − 1)T N1 LmN2

= 0 (10)

Resolvendo para Vo resulta na relac¸ ˜ao entre entrada e sa´ıda do conversor Flyback, que ´e

Vo Vs = ( D 1 − D)( N2 N1 ) (11)

Com a chave ainda aberta pode-se estabelecer algumas outras correntes e tens ˜oes que ser ˜ao ´uteis.

iD = −i1 N1 N2 = iLmN1 N2 (12) Vsw = Vs−V1 = Vs+ Vo N1 N2 (13) iR = Vo R (14) iC = iD −iR= iLmN1 N2 − Vo R (15)

onde i1 ´e a corrente no enrolamento prim ´ario do transformador.

Observando a Equac¸ ˜ao 13 percebe-se que a tens ˜ao sobre a chave quando aberta ´e maior que a tens ˜ao da fonte, ent ˜ao, para casos de grande tens ˜ao de entrada o estresse sobre a chave ser ´a grande, podendo impossibilitar o funcionamento do conversor.

Como a pot ˆencia fornecida pela fonte e a pot ˆencia absorvida pela carga devem ser iguais, idealmente falando, tem-se que

Ps = Po (16) o que gera VsIs = V 2 o R (17)

A corrente m ´edia da fonte, Is ou I1, e a corrente m ´edia da indut ˆancia de magnetizac¸ ˜ao, ILm, s ˜ao relacionadas da seguinte maneira

Is = ILmDT

(28)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 26

Substituindo Is da Equac¸ ˜ao 18 na Equac¸ ˜ao 17 e isolando ILmt ˆem-se VsIs= VsILmD= V 2 o R (19) ILm = V 2 o VsDR (20)

Outro modo de calcular a corrente m ´edia no indutor, utilizando a Equac¸ ˜ao 11, ´e dado por

ILm = VsD (1 − D)2R( N2 N1) 2 = VoN2 (1 − D)RN1 (21) Para encontrar o valor m´ınimo que o indutor Lm deve respeitar para o con-versor funcionar em modo de conduc¸ ˜ao cont´ınua, primeiramente s ˜ao descoberto os valores m ´aximo e m´ınimo da corrente no indutor, os quais s ˜ao obtidos pelas equac¸ ˜oes 3 e 21

ILmM ax = ILm+∆iLm

2 = VsD (1 − D)2 R( N2 N1 )2 + VsDT 2Lm (22)

ILmM in = ILm− ∆iLm

2 = VsD (1 − D)2R( N2 N1) 2 − VsDT 2Lm (23)

Como o funcionamento em modo de conduc¸ ˜ao cont´ınua necessita que

ILmM in seja maior que zero, utilizando o limite entre modo de conduc¸ ˜ao cont´ınua e descont´ınua, ou seja, ILmsendo igual a zero e tamb ´em a Equac¸ ˜ao 23, obt ˆem-se

ILm = 0 (24) VsD (1 − D)2 R( N2 N1 )2 = VsDT 2Lm = VsD 2Lmf (25)

onde f ´e a frequ ˆencia de chaveamento da chave. Fazendo uso da Equac¸ ˜ao 25 e resolvendo-a para o valor m´ınimo de Lm, o qual ir ´a garantir o modo de conduc¸ ˜ao cont´ınua do conversor, t ˆem-se

LmM in= (1 − D) 2 R 2f ( N1 N2 )2 (26)

Quando ´e executado o projeto de um conversor Flyback, o indutor Lm tem sempre um valor maior do que LmM inpara garantir a operac¸ ˜ao em modo cont´ınuo. Utili-zando a Equac¸ ˜ao 3 pode-se encontrar uma relac¸ ˜ao entre a indut ˆancia de magnetizac¸ ˜ao e a variac¸ ˜ao da corrente

Lm = VsDT ∆iLm =

VsD

(29)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 27

Como o conversor Flyback tem a mesma sa´ıda que o conversor

Buck-Boost, o ripple na sa´ıda de ambos ´e o mesmo, logo ∆Vo

Vo = D

RCf (28)

Outro detalhe importante a ser destacado ´e a resist ˆencia s ´erie do capacitor. Esta resist ˆencia pode contribuir de maneira significativa para o ripple de sa´ıda. A variac¸ ˜ao pico a pico na corrente do indutor ´e igual `a corrente m ´axima do diodo e `a corrente no secund ´ario do transformador. Logo, utilizando a Equac¸ ˜ao 15, o ripple devido `a resist ˆencia do capacitor ´e

∆VoRES = ∆icrc = ILmM axrcN1

N2 (29)

onde o valor utilizado de ILm ´e o valor m ´aximo pois assim resultar ´a na maior variac¸ ˜ao de tens ˜ao devido `a resist ˆencia intr´ınseca do capacitor e rc ´e a resist ˆencia s ´erie do capacitor. O valor de VoR da Equac¸ ˜ao 15 foi suprimido quando utilizada para obtenc¸ ˜ao da Equac¸ ˜ao 29 pelo mesmo motivo de utilizar-se o valor m ´aximo da corrente.

Segundo Barbi (2001, p. 67), o conversor Flyback tem v ´arias vantagens, como baixo custo, aceita grande variac¸ ˜ao de carga, tem isolamento, dispensa indu-tor de filtragem, entre outros. Por ´em, segundo o auindu-tor, este modelo ´e amplamente utilizado em aplicac¸ ˜oes de baixa pot ˆencia (abaixo de 100W).

2.1.1.2 Conversor Forward

Como o conversor Flyback, o Forward tamb ´em apresenta isolac¸ ˜ao galv ˆanica entre a entrada e a sa´ıda e tamb ´em ´e derivado de um dos modelos b ´asicos de conver-sores, neste caso o conversor Buck, segundo Petry e Barbi (2001, p.14). A sequ ˆencia para obter-se o Forward a partir do Buck est ´a disposta na Figura 4.

A adic¸ ˜ao de um enrolamento a mais no transformador ´e necess ´aria para eliminar a energia armazenada devido `a corrente magnetizante, afirma Petry e Barbi (2001, p. 14).

Este conversor atua em dois momentos distintos. O primeiro diz respeito ao momento em que a chave S est ´a fechada e o segundo quando a mesma est ´a bloqueada. Na primeira etapa a fonte de entrada fornece energia para a carga atrav ´es do transformador, visto que os diodos D1 e D3 estar ˜ao bloqueados. Na segunda parte

(30)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 28 V1 S L Ro C (a) b b b V1 is S + −Vsw Lm iLm N1 i1 N2 i2 N3 D3 i3 D1 D2 − + Vx Lx iLx +VLx− C Ro + − Vo (b)

Figura 4: Comparac¸ ˜ao entre o conversor Buck (a) e o conversor Forward (b). Fonte: Adaptado de Hart (2010, p. 278).

do processo, o transformador ´e desmagnetizado atrav ´es do diodo D3 e o diodo D1 permite a circulac¸ ˜ao da corrente armazenada em Lx para a carga.

Do mesmo modo que o conversor anterior, o modelo matem ´atico do Forward foi obtido em duas etapas, as quais est ˜ao relacionadas com a posic¸ ˜ao da chave. As equac¸ ˜oes necess ´arias para projeto ser ˜ao descritas a seguir, sendo relevado o pro-cesso de obtenc¸ ˜ao das mesmas.

A relac¸ ˜ao entre tens ˜ao de sa´ıda e tens ˜ao de entrada pode ser dada por Vo

Vs = DN2

N1

(30)

O valor do indutor Lx ´e calculado atrav ´es de Lx = Vo(1 − D)

0, 4ILxf (31)

(31)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 29

resist ˆencia equivalente s ´erie, a qual pode ser obtida por rc = ∆Vo

∆iC (32)

Obtendo-se o valor da resist ˆencia equivalente s ´erie, pode-se enfim calcular o valor do capacitor utilizando a relac¸ ˜ao a seguir,

C = K

rc (33)

onde K, segundo Pressman (1999, p. 22), varia entre 50 e 80*10−6.

De acordo com Varga (2001, p. 10), este conversor utiliza muito melhor o transformador do que o Flyback, visto que este, na teoria, n ˜ao estoca energia no transformador. O autor afirma que as aplicac¸ ˜oes para o conversor Forward com uma chave variam em torno de 150W de pot ˆencia.

2.1.1.3 Conversor Push-Pull

”O conversor conhecido por Push-Pull ´e, na verdade, um arranjo de dois conversores Forward trabalhando em contra-fase”, segundo Pomilio (2004, p. 2-6). O circuito do conversor Push-Pull est ´a disposto na Figura 5. Semelhante aos outros conversores j ´a apresentados, neste tamb ´em existe isolac¸ ˜ao entre a entrada e a sa´ıda atrav ´es de um transformador, por ´em o Push-Pull disp ˜oe de duas chaves, portanto, para alcanc¸ar o modelo matem ´atico do conversor Push-Pull ´e necess ´ario conside-rar tr ˆes momentos distintos, sendo um considerando as duas chaves abertas, e dois momentos considerando uma aberta e a outra fechada.

Alguns dos problemas deste conversor, segundo Pomilio (2004, p. 2-6), s ˜ao o fato de que o ciclo de trabalho, ou duty cycle, ser limitado em 0,5, visando n ˜ao permi-tir a conduc¸ ˜ao simult ˆanea das chaves semicondutoras, al ´em de que as chaves devem suportar o dobro da tens ˜ao de entrada. Pomilio (2004, p.2-6) ainda alerta sobre o risco de saturac¸ ˜ao do transformador caso o chaveamento das chaves n ˜ao sejam id ˆenticos, o que garante uma tens ˜ao m ´edia nula aplicada ao prim ´ario do transformador.

As equac¸ ˜oes utilizadas para projetar um conversor Push-Pull ser ˜ao des-critas a seguir. O equacionamento completo pode ser encontrado em Hart (2010, p. 289).

(32)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 30 b b b b Vs P1 P2 S1 S2 Sw1 Sw2 + − Vsw D1 D2 Lx iLx +VLx− C R + − Vo

Figura 5: Conversor Push-Pull. Fonte: Adaptado de Hart (2010, p. 287).

A func¸ ˜ao de transfer ˆencia pode ser definida como Vo

Vin = 2D Ns

Np (34)

Os valores do indutor Lxe do capacitor C s ˜ao dados respectivamente por Lx = Vo( 1 2 −D) ∆ILxfs (35) C = (1 − 2D)Vo 32∆VoLxf2 (36)

As aplicac¸ ˜oes para o conversor Push-Pull s ˜ao as de pequena pot ˆencia, visto que propicia um mau aproveitamento do transformador e dificulta o emprego de t ´ecnicas para evitar a saturac¸ ˜ao do n ´ucleo devido `a desigualdade entre os tempos de comutac¸ ˜ao dos interruptores, afirma Barbi (2001, p. 125).

(33)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 31 b b b Vs Np Ns Ns Sw1 Sw2 D1 D2 Lx iLx +VLx− C C1 + − Vs 2 C2 + − Vs 2 R + − Vo

Figura 6: Conversor Half-Bridge ou meia ponte. Fonte: Adaptado de Hart (2010, p. 293).

2.1.1.4 Conversor Half-Bridge

O conversor Half-Bridge ou conversor em meia ponte, como tamb ´em ´e co-nhecido, ´e uma adaptac¸ ˜ao do conversor Push-Pull, visto que o lado da carga do trans-formador permanece igual, modificando somente a regi ˜ao de entrada. O circuito do

Half-Bridge ´e exibido na Figura 6.

Segundo Pomilio (2004, p. 2-6), o problema de tens ˜ao sobre as chaves ´e resolvido, pois a tens ˜ao m ´axima aplicada sobre as chaves quando abertas ´e Vs e n ˜ao 2Vs, como no conversor Push-Pull, embora a corrente que circular ´a pela chave fechada ser ´a o dobro. Os capacitores tem func¸ ˜ao de garantir uma tens ˜ao m ´edia nula no prim ´ario do transformador, por ´em devem ter valor escolhido para evitar resson ˆancia com o indutor da sa´ıda. Hart (2010, p. 293) afirma que estes capacitores tem valores iguais e elevados.

As chaves Sw1 e Sw2 fecham alternadamente existindo um tempo morto entre o fechamento de uma e a abertura da outra. Este esquema de fechamento das chaves gera uma tens ˜ao alternada e pulsante no prim ´ario do transformador.

(34)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 32

Para projetar os componentes do conversor Half-Bridge, as equac¸ ˜oes uti-lizadas s ˜ao as mesmas do conversor Push-Pull, exceto para a relac¸ ˜ao de tens ˜ao de entrada e sa´ıda, a qual ´e disposta abaixo

Vo Vin = D

Ns

Np (37)

O indutor e o capacitor podem ser definidos a partir das equac¸ ˜oes 35 e 36 do conversor Push-Pull, visto que o filtro de sa´ıda ´e igual.

Barbi (2001, p. 125) afirma que a aplicac¸ ˜ao deste conversor ´e normalmente recomendada para pot ˆencias menores que 500W, enquanto para pot ˆencias maiores o conversor Full-Bridge ´e empregado, visto que este n ˜ao exibe alguns dos problemas que o Half-Bridge demonstra.

2.1.1.5 Conversor Full-Bridge b b b Vs Np Ns Ns Sw1 Sw2 Sw3 Sw4 D1 D2 Lx iLx +VLx− C R + − Vo

Figura 7: Conversor Full-Bridge ou ponte completa. Fonte: Adaptado de Hart (2010, p. 292).

(35)

Half-2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 33

Bridge, segundo Pomilio (2004, p. 2-7), usa-se o conversor Full-Bridge ou conversor

em ponte completa. Este ´e quase igual o conversor anterior, por ´em no lugar dos capacitores existem duas chaves extras. O funcionamento ´e baseado nos pares de chaves, ou seja, as chaves Sw1 e Sw2 funcionam em oposic¸ ˜ao de fase em relac¸ ˜ao `as chaves Sw3 e Sw4, visto que as chaves que formam os pares sempre funcionam de forma id ˆentica. O circuito referente a este conversor ´e exibido na Figura 7.

Para projetar um conversor Full-Bridge, primeiramente necessita-se da func¸ ˜ao de transfer ˆencia do mesmo, a qual ´e igual `a func¸ ˜ao de transfer ˆencia do Push-Pull e ´e definida por

Vo

Vin = 2D Ns

Np (38)

Para especificac¸ ˜ao dos componentes da sa´ıda, pode-se utilizar as mesmas equac¸ ˜oes que o conversor Push-Pull fornece (equac¸ ˜oes 35 e 36), visto que o filtro de sa´ıda de ambos ´e igual.

2.1.2 Conversores Bidirecionais

Partindo dos valores informados nas sec¸ ˜oes 2.1.1.1 - 2.1.1.5, percebe-se que o modelo mais prop´ıcio a ser empregado no projeto ´e o Full-Bridge, visto que a pot ˆencia a ser utilizada no trabalho ser ´a na ordem de poucos milhares de Watts. Por este motivo, foram pesquisadas diversas topologias de conversores CC-CC

Full-Bridge bidirecional e a que melhor se adaptou ao trabalho foi a topologia exposta em

Moghaddam et al. (2012, p. 107), Figura 8, visto que este modelo cont ˆem menos dis-positivos, facilitando o projeto e tamb ´em h ´a explicac¸ ˜oes detalhadas do funcionamento deste modelo.

O funcionamento deste circuito, explica Moghaddam et al. (2012, p. 108), ´e dividido em dois modos: modo Boost e modo Buck.

1. Modo Boost: este modo pode ser dividido em dois intervalos principais, sendo um deles com as quatro chaves ligadas e o outro com apenas duas ligadas. No momento em que as quatro chaves est ˜ao conduzindo, a tens ˜ao do indutor L ser ´a igual `a tens ˜ao VLV e a corrente do indutor ir ´a aumentar proporcionalmente `a tens ˜ao aplicada. Neste momento, o indutor estoca energia para ser utilizada no pr ´oximo intervalo. Enquanto isso ocorre no lado de baixa tens ˜ao (LV), no lado de alta tens ˜ao (HV) a carga ´e alimentada pela energia que foi transferida ao

(36)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 34

capacitor CHV durante o intervalo anterior.

RLV CLV L S1 S3 S2 S4 S5 S7 S6 S8 CHV RHV b b VLV Boost VHV Buck

Figura 8: Conversor Full-Bridge bidirecional. Fonte: Adaptado de Moghaddam et al. (2012, p. 108).

O pr ´oximo intervalo ´e o momento em que a energia ´e transferida para o lado de alta tens ˜ao. Neste instante apenas duas chaves estar ˜ao ligadas, sendo elas S1 e S4 ou S2 e S3, ou seja, sempre relacionadas em diagonal. Supondo que S1 e S4 estejam fechadas e S2 e S3 abertas, a tens ˜ao VLV ser ´a aplicada ao transfor-mador, sendo aumentada pela relac¸ ˜ao de espiras do mesmo e retificada ap ´os o transformador, visto que existir ˜ao diodos em paralelo com as chaves, formando uma ponte retificadora. Na pr ´oxima metade do ciclo de servic¸o, quando a diago-nal ser ´a invertida, a tens ˜ao aplicada no transformador ser ´a negativa, por ´em ser ´a retificada, tornando-se positiva novamente. O ciclo de trabalho das chaves e for-mas de onda de VLV e da corrente e tens ˜ao do indutor s ˜ao exibidas na Figura 9

2. Modo Buck : igualmente ao modo anterior, este pode ser dividido em duas eta-pas principais. A primeira refere-se ao momento em que apenas as chaves das diagonais est ˜ao ligadas, sejam elas S5 e S8 ou S6 e S7, e a segunda etapa ao momento em que todas as chaves ficam desligadas.

(37)

2.1 Conversores est ´aticos CC-CC 35

Figura 9: Curvas do modo Boost de operac¸ ˜ao do conversor Full-Bridge bidirecional. Fonte: Adaptado de Moghaddam et al. (2012, p. 108)

Na primeira fase, a energia ´e transferida do lado de alta tens ˜ao para o lado de baixa, aumentando a corrente no indutor proporcionalmente `a tens ˜ao do lado de alta menos a tens ˜ao do lado de baixa. Desligando todas as chaves, inicia-se o pr ´oximo est ´agio. Neste, o lado de baixa tens ˜ao ´e alimentado pela energia contida no indutor, logo, a corrente no indutor diminui proporcionalmente `a tens ˜ao neste lado. Na pr ´oxima metade do ciclo de servic¸o, como dito no modo anterior, a ´unica diferenc¸a ser ´a que a tens ˜ao aplicada no lado HV ´e negativa, sendo retificada no lado LV. O ciclo de trabalho das chaves, formas de onda da corrente e tens ˜ao no indutor e tens ˜ao VLV s ˜ao mostradas na Figura 10

Para fins de projeto deste modelo de conversor, ser ˜ao utilizadas as equac¸ ˜oes do conversor Full-Bridge convencional (35,36 e 38) para calcular os valores do filtro

LC, visto que este conversor bidirecional comporta-se da mesma maneira que o

con-vencional, quando se tratando do modo buck de operac¸ ˜ao. J ´a o c ´alculo do filtro capa-citivo CHV ser ´a baseado na variac¸ ˜ao m ´axima de tens ˜ao (ripple) aceita no barramento CC quando o conversor est ´a operando no modo boost, ou seja, na variac¸ ˜ao de tens ˜ao

que ser ´a aceita na sa´ıda. Para tal, utilizaremos a Equac¸ ˜ao 39.

C = ICC

(38)

2.2 Bateria 36

Figura 10: Curvas do modo buck de operac¸ ˜ao do conversor Full-Bridge bidirecional. Fonte: Adaptado de Moghaddam et al. (2012, p. 108)

2.2 BATERIA

2.2.1 Introduc¸ ˜ao `as baterias

Segundo Lazzarin (2006, p. 5), pode-se definir o conceito el ´etrico de uma bateria como sendo um elemento que armazena energia el ´etrica em forma de ener-gia qu´ımica, sendo que esta enerener-gia pode ser estocada ou fornecida, por ´em nunca produzida pela bateria. O funcionamento das baterias d ´a-se por meio da chamada oxidorreduc¸ ˜ao, ou seja, a junc¸ ˜ao do fen ˆomeno da oxidac¸ ˜ao (processo de liberar el ´etrons) com o fen ˆomeno da reduc¸ ˜ao (processo de consumir el ´etrons). Lazzarin (2006, p. 5) explica que uma bateria consiste de quatro elementos b ´asicos, sendo eles: um ˆanodo feito com material que sofrer ´a oxidac¸ ˜ao, um c ´atodo feito com um material que sofrer ´a reduc¸ ˜ao, um eletr ´olito e um separador. O esquema b ´asico para montagem de baterias

´e mostrado na Figura 11.

Lazzarin (2006, p. 5) explana ainda que o processo de transformac¸ ˜ao da energia eletroqu´ımica em energia el ´etrica (descarga da bateria) se d ´a da seguinte maneira: o ˆanodo fornece el ´etrons para a oxidac¸ ˜ao, gerando ´ıons positivos. Do mesmo modo, ´ıons negativos ser ˜ao gerados no c ´atodo quando este receber os el ´etrons. Estes ´ıons podem fluir livremente grac¸as ao separador que existe entre o c ´atodo e o ˆanodo, enquanto o fluxo de el ´etrons ´e forc¸ado pelo circuito externo, completando o sistema.

(39)

2.2 Bateria 37

Figura 11: Elementos b ´asicos de uma bateria. Fonte: Lazzarin (2006)

No processo de descarga, o terminal negativo ´e o ˆanodo e o positivo ´e o c ´atodo. J ´a no processo de carga, no caso de uma bateria recarreg ´avel, o ˆanodo vira o terminal positivo e o c ´atodo, negativo.

Segundo Bocchi et al. (2000, p. 4), as baterias podem ser divididas em prim ´arias e secund ´arias. As prim ´arias s ˜ao de uso ´unico, ou seja, essencialmente n ˜ao recarreg ´aveis. Como exemplo pode-se citar as de zinco/di ´oxido de mangan ˆes, zinco/di ´oxido de prata, l´ıtio/di ´oxido de enxofre, etc. J ´a as secund ´arias s ˜ao recar-reg ´aveis, ou seja, podem ser reutilizadas v ´arias vezes. No entanto, para ser con-siderada secund ´aria a bateria deve suportar 300 ciclos completos de carga e des-carga com 80% da sua capacidade. Estas s ˜ao usadas principalmente em aplicac¸ ˜oes que requerem alta pot ˆencia, ou seja, maiores correntes em um baixo per´ıodo de tempo. Como exemplo t ˆem-se as baterias de c ´admio/ ´oxido de n´ıquel, chumbo/ ´oxido de chumbo (ou chumbo ´acido, como ´e comumente chamada), ´ıons de l´ıtio, etc. Neste trabalho o foco ser ´a nas baterias secund ´arias, visto que pretende-se que a bateria seja recarreg ´avel, pois estas s ˜ao utilizadas em UPS.

2.2.2 Tipo da bateria

Existem muitos tipos de bateria em relac¸ ˜ao aos materiais a que comp ˜oe ( ˆanodo e c ´atodo). Alguns j ´a foram citados anteriormente, como zinco/di ´oxido de man-gan ˆes, zinco/di ´oxido de prata, ´ıons de l´ıtio, c ´admio/ ´oxido de n´ıquel, entre outras. Para decis ˜ao entre as v ´arias opc¸ ˜oes, levou-se em considerac¸ ˜ao principalmente o prec¸o, fa-cilidade de acesso, robustez e adequac¸ ˜ao ao sistema. Nestes quesitos, destacou-se a bateria do tipo chumbo ´acido, a qual ´e muito comum e bastante utilizada para v ´arias

(40)

2.2 Bateria 38

aplicac¸ ˜oes.

A bateria de chumbo ´acido apresentam uma caracter´ıstica diferente que ´e o fato de ter chumbo em ambos os eletrodos ( ˆanodo e c ´atodo), segundo Bocchi et al. (2000, p. 7). O autor afirma tamb ´em que este chumbo ´e geralmente recolhido das baterias exauridas, visto que o Brasil n ˜ao disp ˜oe de minas desse metal e seu prec¸o ´e relativamente alto. Entretanto, o m ´etodo utilizado para recolher este metal das bate-rias contamina a atmosfera com ´oxidos de enxofre e com part´ıculas de chumbo. Al ´em disso, como estas baterias cont ˆem chumbo, um metal pesado e t ´oxico, elas represen-tam risco para o meio ambiente.

Al ´em destas divis ˜oes, pode-se tamb ´em classificar a bateria de acordo com o tipo de descarga ao qual ela estar ´a sujeita. As possibilidades, segundo Lazzarin (2006, p. 8), s ˜ao as seguintes:

1. Automotiva: principal func¸ ˜ao deste tipo de bateria ´e dar a partida ou ignic¸ ˜ao de ve´ıculos. Para isto, uma elevada corrente tem um curto per´ıodo de tempo ´e necess ´aria. As placas destas s ˜ao muito finas (1mm) e tem uma ´area grande, al ´em de serem projetadas para n ˜ao descarregar mais que 5% de sua capacidade total. Uma descarga de 80% de sua carga nominal pode danific ´a-las totalmente em 30 a 50 ciclos;

2. Tracion ´arias ou ciclo profundo: diferente das automotivas, estas s ˜ao projetadas para perder at ´e 80% de sua capacidade centenas ou at ´e milhares de vezes du-rante sua vida ´util. Para isto, suas placas s ˜ao mais espessas que as placas das automotivas (4,.2mm). S ˜ao utilizadas em empilhadeiras, ve´ıculos de trac¸ ˜ao e alimentac¸ ˜ao de emerg ˆencia. Comercialmente falando, podem ser encontradas como baterias de grande volume e tens ˜oes de 48V, no m´ınimo;

3. Estacion ´arias: as caracter´ısticas das placas deste modelo s ˜ao um meio-termo entre as duas anteriores, ou seja, nem t ˜ao grossas, por ´em nem t ˜ao finas. Estas s ˜ao muito utilizadas em UPS’s e como s ˜ao projetadas para n ˜ao serem movidas, leva-se em conta no projeto a minimizac¸ ˜ao da sulfatac¸ ˜ao (”recristalizac¸ ˜ao dos finos cristais de PbSO4 em gr ˆanulos de PbSO4. Ocorre durante longos per´ıodos de baixo estado de carga. Reduz os volumes de chumbo e de eletr ´olito. Conse-quentemente, as capacidades de carga e de fornecimento de energia se redu-zem.”(LAZZARIN, 2006, p. 8)).

(41)

2.2 Bateria 39

2.2.3 Circuito el ´etrico equivalente

Segundo Seguel (2009, p. 29), encontrar um modelo el ´etrico ou matem ´atico que descreva a resposta din ˆamica de uma bateria n ˜ao ´e simples, visto que suas reac¸ ˜oes qu´ımicas n ˜ao s ˜ao lineares e sofrem variac¸ ˜oes de acordo com v ´arios fato-res inter-relacionados, como a temperatura, estado de carga, aspectos construtivos, entre outros. Dentre os modelos baseados em componentes el ´etricos existem mo-delos mais simples, os quais desprezam v ´arios fatores da bateria, por ´em s ˜ao mais f ´aceis de serem implementados e os modelos mais sofisticados, por ´em mais comple-xos de se implementar. Os modelos demonstrados a seguir s ˜ao os mais comuns de se encontrar. A explicac¸ ˜ao dos mesmos foi baseada no trabalho de Seguel (2009).

O modelo mais simples ´e mostrado na Figura 12, onde a bateria ´e repre-sentada por uma resist ˆencia Ri, a qual representa a resist ˆencia interna da bateria, em s ´erie com uma fonte de tens ˜ao ideal Vo, que representa a tens ˜ao de circuito aberto. Este modelo ´e simples e f ´acil de ser implementado, no entanto n ˜ao permite estudar fen ˆomenos pr ´oprios das baterias, tais como a capacidade de carga e descarga.

Vo Ri

Vbat

Figura 12: Modelo el ´etrico simplificado. Fonte: Adaptado de Seguel (2009, p. 31).

A Figura 13 mostra um modelo um pouco mais refinado que o primeiro, por ´em ainda simples. Este modelo ´e uma aproximac¸ ˜ao de primeira ordem da bateria, onde o capacitor Cb representa a capacidade de carga e descarga da bateria, o re-sistor Rp a auto-descarga da bateria e o resistor Rs a resist ˆencia interna da mesma. O valor de Rp ´e elevado, visto que a auto-descarga da bateria ´e um processo lento. J ´a a resist ˆencia Rs tem um valor baixo, pois o valor da resist ˆencia interna das bate-rias geralmente ´e pequeno. Neste modelo, a inclus ˜ao da malha RC permite simular fen ˆomenos transit ´orios tanto na carga quanto na descarga da bateria, mesmo sendo um modelo simples.

(42)

2.2 Bateria 40

Rp Rs

Cb Vbat

Figura 13: Modelo el ´etrico de primeira ordem. Fonte: Adaptado de Seguel (2009, p. 31).

O pr ´oximo modelo, apresentado na Figura 14, apresenta o circuito equi-valente de Th ´evenin de uma bateria. Este modelo conta com uma tens ˜ao de cir-cuito aberto Vo, a resist ˆencia interna Rs e uma tens ˜ao em sobretens ˜ao, a qual surge com a combinac¸ ˜ao da resist ˆencia Rp com o condensador Cb. Este circuito permite verificar quais os principais elementos que condicionam o funcionamento das bate-rias. Entretanto, utilizar o modelo equivalente de Th ´evenin em simulac¸ ˜oes produz resultados pouco v ´alidos, visto que realiza uma aproximac¸ ˜ao deficiente dos diferen-tes par ˆametros, por consider ´a-los constandiferen-tes, quando na verdade variam de acordo com o estado de carga, taxa de carga e descarga, capacidade de armazenamento da bateria e da temperatura. Vo Rs Rp Cb Vbat

Figura 14: Modelo el ´etrico equivalente de Th ´evenin. Fonte: Adaptado de Seguel (2009, p. 31).

O ´ultimo e mais sofisticado modelo ´e chamado de modelo de carga e des-carga, exibido na Figura 15. Neste circuito os componentes presentes em Vc1 que representam sobretens ˜ao, as resist ˆencias Rsc e Rsd a resist ˆencia interna, Rp a auto-descarga e Cb a capacidade de carga e descarga. Este modelo resulta em valores satisfat ´orios, por ´em necessita de v ´arios testes f´ısicos na bateria para determinar os valores de todos os par ˆametros envolvidos no circuito, o que, em alguns casos,

(43)

im-2.2 Bateria 41

possibilita a sua utilizac¸ ˜ao.

Rp Cb Rsc Rsd R1d R1c C1 Vbat Vc1

Figura 15: Modelo el ´etrico equivalente de Th ´evenin. Fonte: Adaptado de Seguel (2009, p. 31).

2.2.4 M ´etodo de carga de baterias

De acordo com Seguel (2009, p. 28), providenciar um carregamento com-pleto para a bateria exige do controlador uma estrat ´egia de controle na qual seja poss´ıvel carregar rapidamente a bateria, dentro de seus limites, visto que o per´ıodo de insolac¸ ˜ao (nos casos em que a bateria ´e utilizada em sistemas fotovoltaicos) ´e li-mitado. Para isso ´e recomendado utilizar o m ´etodo de carga por tens ˜ao constante e limitac¸ ˜ao de corrente.

O autor explica que o processo de carga ´e geralmente divido em tr ˆes etapas para se obter uma r ´apida, segura e completa recarga da bateria. A primeira etapa ´e regi ˜ao de carga profunda (bulk charge) a segunda ´e a regi ˜ao de sobrecarga (over

charge) e a terceira ´e a regi ˜ao de carga de flutuac¸ ˜ao (float charge). A Figura 16 mostra

a corrente e a tens ˜ao durante o processo de carga da bateria para cada regi ˜ao.

1. Regi ˜ao 1: Segundo Seguel (2009, p. 29), quando a bateria encontra-se descar-regada, esta chega a um m´ınimo de tens ˜ao VCHGEN B (geralmente 10,5V para baterias de chumbo- ´acido de 12V). Neste momento ´e fornecida uma corrente de carga constante IBU LK, n ˜ao podendo ser uma corrente muito elevada para evitar aquecimento excessivo e desgaste prematuro da bateria, normalmente limitada em 40% do valor da capacidade da bateria ou por um valor determinado pelo

(44)

2.2 Bateria 42

fabricante. Esta regi ˜ao ficar ´a ativa at ´e o momento em que a tens ˜ao da bate-ria atinja um valor de sobrecarga VOCH, normalmente 14,4V para baterias de chumbo- ´acido de 12V.

2. Regi ˜ao 2: Ap ´os a corrente ser mantida constante, agora ser ´a a tens ˜ao que ser ´a controlada no valor de VOCH. A partir deste momento, a corrente comec¸ar ´a a decrescer. Quando a corrente for menor que IT C (geralmente 1% de C), este est ´agio da carga estar ´a conclu´ıdo.

3. Regi ˜ao 3: Com a corrente num valor muito baixo, a tens ˜ao aplicada ser ´a redu-zida de VOCH para VF LOT (normalmente 13,5V para baterias de chumbo- ´acido de 12V). A corrente remanescente IF LOT ´e respons ´avel apenas por compensar a auto descarga da bateria. Nesta condic¸ ˜ao pode-se dizer que a bateria est ´a carregada.

Mota et al. (2012) explica que o m ´etodo de carga apresentado at ´e aqui pode ser melhorado adicionando mais uma regi ˜ao de carga. Esta nova regi ˜ao ser ´a

Figura 16: Curvas de corrente e tens ˜ao no processo de recarga da bateria com m ´etodo de tens ˜ao constante e corrente limitada. Fonte: (SEGUEL, 2009)

(45)

2.3 Controladores 43

utilizada somente quando a bateria sofrer uma descarga al ´em da tens ˜ao m´ınima, ca-racterizando uma descarga profunda (quando a bateria ´e descarregada al ´em do valor m´ınimo de tens ˜ao, podendo danific ´a-la e reduzir muito sua vida ´util, caso a bateria n ˜ao seja projetada para isso). Neste caso, uma regi ˜ao com corrente constante IT RICK (normalmente 1% da capacidade da bateria) ser ´a adicionada anteriormente `a regi ˜ao com corrente constante de valor IBU LK. Esta etapa permanece at ´e que a tens ˜ao da bateria atinja o valor m´ınimo VCHGEN B. As novas curvas de corrente e tens ˜ao durante a carga s ˜ao exibidas na Figura 17

Figura 17: Curvas de corrente e tens ˜ao no processo de recarga da bateria com m ´etodo de tens ˜ao constante e corrente limitada considerando descarga profunda. Fonte: Adap-tado de Lazzarin (2006, p. 17)

2.3 CONTROLADORES

Devido `a variac¸ ˜ao de capacidade da bateria de acordo com o tempo de descarga e `as diversas etapas que envolvem a carga da bateria, precisa-se um sis-tema que varie o ciclo de trabalho das chaves de acordo com a alterac¸ ˜ao do estado de carga das baterias. Por este motivo, ser ´a utilizado um sistema em malha fechada.

V ´arios s ˜ao os m ´etodos de controle utilizados atualmente, como avanc¸o de fase, atraso de fase, avanc¸o e atraso de fase, controladores proporcionais (P), inte-grais (I), proporcional, integral e derivativo (PID), dentre outros. Foi optado por um controlador proporcional e integral (PI), pois este ´e de f ´acil implementac¸ ˜ao e gera um erro nulo em regime.

As ac¸ ˜oes de controle do PI funcionam da seguinte maneira:

(46)

2.3 Controladores 44

da ac¸ ˜ao proporcional, menor ser ´a o erro em regime permanente e maior ser ´a a oscilac¸ ˜ao transit ´oria do sistema. Este controlador n ˜ao ir ´a zerar o erro em regime e caso o ganho aplicado no mesmo seja muito elevado, pode levar o sistema a instabilidade;

2. Integral: Bazanella e Jr. (2000) afirma que a ac¸ ˜ao integral permite obter um erro nulo em regime permanente. No entanto, a introduc¸ ˜ao deste controlador tende a piorar a estabilidade relativa do sistema em malha fechada ou at ´e torn ´a-lo inst ´avel. Por este motivo, o controle integral geralmente n ˜ao ´e utilizado de ma-neira isolada.

Para implementar o PI de forma n ˜ao anal ´ogica, ser ´a necess ´ario discretiz ´a-lo. Para tal, primeiramente necessita-se da func¸ ˜ao de transfer ˆencia do mesmo no dom´ınio da frequ ˆencia. De acordo com J ´unior e Carati (2015, p. 94), a func¸ ˜ao de transfer ˆencia de um controlador PI no dom´ınio da frequ ˆencia ´e dada por:

PI(s)= Kp(Ki + s)

s (40)

O pr ´oximo passo ser ´a discretizar a equac¸ ˜ao acima. Para isso ser ´a utilizado o m ´etodo trapezoidal de discretizac¸ ˜ao, que diz que, segundo J ´unior e Carati (2015, p. 59)

s= 2 T

z −1

z+ 1 (41)

Utilizando a Equac¸ ˜ao 41 na Equac¸ ˜ao 40, obt ˆem-se

PI(z)= Kp 2

(KiT + 2)z + KiT −2

z −1 (42)

J ´unior e Carati (2015, p. 95) afirmam que com algumas manipulac¸ ˜oes alg ´ebricas ´e poss´ıvel obter a equac¸ ˜ao diferenc¸a para a Equac¸ ˜ao 42

ω(n) = ω(n − 1) +Kp

2 [(KiT + 2)ǫ(n) + (KiT −2)ǫ(n − 1)] (43) ondeǫ ´e o erro a ser corrigido do sistema eω ´e a sa´ıda do controlador.

Pode-se simplificar a equac¸ ˜ao anterior utilizando K1 = Kp 2 KiT + 2 (44) K2 = Kp 2 KiT −2 (45)

(47)

2.4 Resumo do cap´ıtulo 45

obtendo assim

ω(n) = ω(n − 1) + K1ǫ(n) + K2ǫ(n − 1) (46) Com isso pode-se aplicar o controle PI em controladores digitais, facilitando a implementac¸ ˜ao dos mesmos.

2.4 RESUMO DO CAP´ITULO

Neste cap´ıtulo foram apresentadas informac¸ ˜oes sobre conversores CC-CC e revis ˜oes bibliogr ´aficas acerca de alguns conversores CC-CC isolados e de um con-versor CC-CC isolado e bidirecional, o qual foi selecionado por suas caracter´ısticas de operac¸ ˜ao serem melhores para o projeto. Al ´em disso, um estudo sobre baterias foi feito, passando por seus tipos, circuitos el ´etricos equivalentes e m ´etodos de carga das mesmas. Posteriormente, tamb ´em foi executado um estudo sobre controladores, sendo enfatizado o controlador PI na sua forma digitalizada.

No pr ´oximo cap´ıtulo ser ˜ao abordados os projetos dos componentes que en-volvem o conversor, o banco de baterias e o barramento CC e a estrat ´egia de controle adotada para definir a direc¸ ˜ao do fluxo de energia no conversor.

(48)

46

3 DESENVOLVIMENTO

Neste cap´ıtulo ser ˜ao demonstrados os c ´alculos e processos para desenvol-ver o trabalho. O projeto ser ´a dividido em duas etapas: projeto do banco de baterias e projeto dos filtros. Posteriormente ser ´a exibido o conjunto completo e os resultados obtidos ser ˜ao expostos no pr ´oximo cap´ıtulo.

Os valores estipulados para os projetos a seguir s ˜ao: 1. VBat = VLV = 192V;

2. VBarr = VHV = 384V; 3. IBarr = 12A;

4. fChaveamento = 30kHz; 5. Relac¸ ˜ao de espiras Np

Ns = 1.

3.1 PROJETO DO BANCO DE BATERIAS

Para iniciar o projeto do banco de baterias deve-se primeiramente definir qual bateria ser ´a utilizada como base de dados e informac¸ ˜oes. Para tal, optou-se pela bateria EVH 12240 de 24Ah e 12V, visto que esta bateria ´e utilizada em laborat ´orios da UTFPR - C ˆampus Pato Branco e facilitaria a utilizac¸ ˜ao da mesma caso se desen-volvesse o trabalho na pr ´atica.

O modelo el ´etrico equivalente que ser ´a utilizado ´e o exposto na Figura 13, visto que este modelo ´e simples e permite simular eventos transit ´orios, n ˜ao havendo assim uma grande perda de informac¸ ˜oes. Para obter o valor de RP, RS e Cb, foram utilizadas informac¸ ˜oes dispon´ıveis no datasheet da bateria.

O primeiro passo deste processo ´e definir o n ´umero de baterias (Nbat) que ser ˜ao necess ´arias no banco para obter a tens ˜ao necess ´aria. Para isto, divide-se a tens ˜ao do lado de baixa tens ˜ao do conversor, onde as baterias estar ˜ao localizadas, pela tens ˜ao de cada bateria.

(49)

3.1 Projeto do banco de baterias 47 NBat= VLV VBat (1) NBat= 192 12 (2) NBat= 16 (3) ´

E preciso averiguar se haver ´a necessidade de mais de um conjunto de 16 baterias em paralelo para suprir a corrente demandada pelo barramento no modo

boost (descarga) de operac¸ ˜ao. No barramento CC circular ´a uma corrente de 12A com

tens ˜ao de 384V, resultando numa pot ˆencia de 4608W. Como a relac¸ ˜ao das espiras do transformador foi definida em 1:1, a pot ˆencia de entrada deve ser igual `a pot ˆencia de sa´ıda. Partindo disso e da tens ˜ao Vbat do banco de baterias de 192V, a corrente que ser ´a necess ´aria no conjunto de baterias ´e:

IBat = P VBat =

4608

192 = 24A (4)

Com isso verifica-se que apenas um conjunto de 16 baterias em s ´erie ´e capaz de ali-mentar o barramento por um per´ıodo de tempo. Como o tempo de fornecimento de energia a partir das baterias para o barramento n ˜ao ´e o escopo do trabalho, apenas um conjunto ser ´a utilizado. Por ´em, caso fosse necess ´ario um tempo maior de forne-cimento, mais conjuntos poderiam ser utilizados em paralelo, diminuindo a corrente de descarga de cada grupo de bateria e, assim, aumentando o tempo em que estas conseguem prover energia.

Ap ´os calcular o n ´umero total de baterias que ser ˜ao necess ´arias para suprir a demanda de energia, necessita-se dos valores para o modelo el ´etrico equivalente (Figura 13). Para isto, os c ´alculos ser ˜ao iniciados pela resist ˆencia interna Rs, a qual ´e a mais simples de ser obtida, visto que, de acordo com CSB Battery (), o valor da resist ˆencia interna de cada bateria ´e de aproximadamente 9mΩ. Dito isso, para obter o valor final de Rs, basta multiplicar no n ´umero total de baterias em s ´erie com o valor da resist ˆencia interna de cada, resultando em

Rs = NBat∗9 ∗ 10−3 = 16 ∗ 9 ∗ 10−3 = 144mΩ (5)

Para calcular o valor da resist ˆencia de auto-descarga, representada por Rp, utilizou-se a Figura 18. Este gr ´afico mostra a capacidade de retenc¸ ˜ao da bateria pelo tempo em que ela est ´a sem uso, ou seja, a taxa de auto-descarga da mesma. Para

(50)

3.1 Projeto do banco de baterias 48

achar um valor de resist ˆencia que seja equivalente `a curva (utilizou-se a curva de 25oC

como base), tomou-se como base um tempo de estoque de 6 meses, pois neste ponto a capacidade da bateria est ´a em aproximadamente 80% do valor total. Partindo deste ponto, tem-se que

C = 24Ah ⇒ 80%C = 19, 2Ah (6)

logo

Cperdida= CT otal −80%C = 24 − 19, 2 = 4, 8Ah (7) ent ˜ao 4, 8Ah 6meses = 0, 8Ah 1mes = 0, 8 ∗ 1000mAh 30 ∗ 24h = 1, 111mA (8)

Esse resultado diz que uma corrente de 1,111mA circulando por uma re-sist ˆencia resultar ´a numa perda de 4,8Ah num per´ıodo de 6 meses, portanto, utilizando a Lei de Ohm e a tens ˜ao de 192V do conjunto de baterias tem-se que

V = RI ⇒ R = 192

1, 111mA ⇒Rp = 172, 8kΩ (9)

Figura 18: Caracter´ısticas de auto descarga da bateria EVH 12240. Fonte: Adaptado de CSB Battery ()

Por fim, para obteve-se o valor da capacit ˆancia, foram utilizadas as Tabelas 1 e 2, exibidas a seguir. Na primeira tabela v ˆe-se a relac¸ ˜ao entre tens ˜ao final da bateria por c ´elula e tempo de utilizac¸ ˜ao dada atrav ´es da corrente de descarga, ou seja, para um corrente de descarga de 29,9A durante 30 minutos, por exemplo, obteve-se uma tens ˜ao final por c ´elula da bateria de 1,6V. Na segunda, v ˆe-se a relac¸ ˜ao entre a tens ˜ao

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