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Caracterização física de resíduos sólidos gerados em ambiente escolar e eficiência de estratégias de sensibilização na qualidade da segregação na fonte

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CAMPUS LONDRINA

CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA AMBIENTAL

YURI MENDES ROSA YOSHIDA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS EM AMBIENTE ESCOLAR E EFICIÊNCIA DE ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO NA

QUALIDADE DA SEGREGAÇÃO NA FONTE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LONDRINA 2016

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CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS EM AMBIENTE ESCOLAR E EFICIÊNCIA DE ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO NA

QUALIDADE DA SEGREGAÇÃO NA FONTE

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso 2 do Curso Superior de Engenharia Ambiental, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina, como requisito parcial para a obtenção do título de “Engenheiro Ambiental”.

Orientador (a): Professora Doutora Tatiane Cristina Dal Bosco

LONDRINA 2016

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Campus Londrina

Coordenação de Engenharia Ambiental

TERMO DE APROVAÇÃO

Caracterização física de resíduos sólidos gerados em ambiente escolar

e eficiência de estratégias de sensibilização na qualidade da segregação

na fonte

por

Yuri Mendes Rosa Yoshida

Monografia apresentada no dia 21 de novembro de 2016 ao Curso Superior de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho _____________________________________________________ (aprovado, aprovado com restrições ou reprovado).

____________________________________ Prof. Dr. Kátia Valéria Marques Cardoso Prates

(UTFPR)

____________________________________ Prof. MsC. Raquel Jackeline Ratz

(UTFPR)

____________________________________ Profa. Dra. Tatiane Cristina Dal Bosco

(UTFPR) Orientador

__________________________________ Profa. Dra. Ligia Flávia Antunes Batista Responsável pelo TCC do Curso de Eng. Ambiental

A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso

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AGRADECIMENTOS

Qualquer agradecimento aqui expresso não sintetiza a grandeza de todo o apoio e suporte recebido durante a realização deste trabalho nos últimos meses.

Por cada vírgula, crase, recuo de parágrafo, dezenas de releituras de texto ou mesmo apoio moral nos momentos difíceis, agradeço primeiramente minha orientadora, Professora Dr. Tatiane Cristina Dal Bosco. Sua disponibilidade, paciência, rigor científico e muita dedicação por aquilo que faz, agregaram muito conhecimento e paixão à minha caminhada acadêmica/profissional.

Também registro meu agradecimento às professoras Dr. Kátia Valéria M. C. Prates e MSc. Raquel Jackeline Ratz, que com sua experiência profissional, contribuíram na composição deste trabalho, sugerindo metodologias, correções e aprimoramentos. À UTFPR, minha instituição de ensino, por tudo que vem me proporcionando e pela bolsa de auxílio à execução do TCC.

Agradeço ao Colégio Interativa de Londrina-PR, instituição que sempre me recebeu como membro de sua equipe, que prontamente aceitou a realização deste trabalho em suas dependências, fornecendo todos os subsídios necessários.

A execução deste trabalho, com tantas etapas e riqueza de dados obtidos, só foi possível devido o apoio da comunidade escolar. Sendo assim, agradeço a toda equipe diretiva do Colégio, na pessoa das diretoras Maria Martins Escaraboto e Jane Orsi, que sempre se dispuseram a auxiliar em todas as etapas do projeto. Foram diversas as reuniões com a direção, coordenações, orientação e equipes de marketing e financeiro. Agradeço também aos professores do Laboratório de Ciências e demais funcionários que dispuseram parte do seu tempo para auxiliar nas tomadas de dados, impressões gráficas e reuniões. Fico honrado de ter trabalhado diariamente com todas as funcionárias da cozinha e limpeza do Colégio. Seu trabalho e auxílio neste projeto foram fundamentais em todas as etapas. Não menos importante, agradeço imensamente às alunas do 9º ano, Giovanna F. Catarin e Luiza M. Brandão e à bióloga Maria Fernanda C. Xavier por toparem participar do projeto e pela parceria diária em sua realização, compartilhando conhecimento, experiência e muito trabalho.

Por fim, agradeço (sempre) a minha família, que nos últimos anos e principalmente, últimos meses, sempre manifestaram total apoio e incentivo para que eu pudesse concluir cada uma das etapas. Em especial agradeço aqueles que estiveram sempre comigo. Deus, caminheiro amigo de todos os momentos, mãe Dóris Mendes e irmã Yasmim Mendes pela compreensão e vivência diária e apoio nas noites mal dormidas. Pai Jorge pelo suporte à graduação e à namorada Mariângela Sanches, sendo sempre um alicerce de determinação, amor e coragem.

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“Uma vez fixada a meta, abala-se o mundo, venha o céu abaixo, é preciso olhar para lá, sempre para lá!” São José Marello

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RESUMO

YOSHIDA, Yuri M. R. Caracterização física de resíduos sólidos gerados em

ambiente escolar e eficiência de estratégias de sensibilização na qualidade de segregação na fonte. 2016. 119 f. Trabalho de conclusão de curso de graduação

apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso 2. – Engenharia Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina. Londrina, 2016.

O gerenciamento adequado de resíduos sólidos é um dos grandes desafios da sociedade atual. A Lei Federal n. 12.305/2010, que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é considerada um marco para a gestão de resíduos em todo país, pois, estabelece princípios, responsabilidades e metodologias de gestão dos resíduos que visam seu adequado manejo. Associado ao disposto nesta Lei, no município de Londrina-PR, o Decreto Nº 769/2009, dentre outras providências, define as responsabilidades do grande gerador de resíduos sólidos. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo caracterizar e monitorar os resíduos sólidos gerados no Colégio Interativa de Londrina-PR - classificado como grande gerador – antes e após a execução de estratégias de sensibilização ambiental de sua comunidade escolar. O trabalho aconteceu em quatro etapas executadas durante quatro meses: diagnóstico (caracterização física dos resíduos e percepção da comunidade escolar sobre o descarte de resíduos); propostas de intervenção (ações de sensibilização ambiental como gincana solidária, palestras em sala de aula e monitoramento qualitativo das lixeiras); levantamento de dados pós-intervenções (análogo ao diagnóstico); e avaliação do processo. Para caracterizar os resíduos gerados, foram utilizados parâmetros físicos como geração per capita, composição gravimétrica e massa específica aparente; e a percepção da comunidade sobre o descarte de resíduos foi avaliada por meio da aplicação e análise de um questionário aos discentes, docentes e funcionários. Constatou-se que o Colégio gera, em média, 1.900 litros de resíduos sólidos por semana, sendo 22,5 % considerados como orgânicos e rejeitos e 77,5 % como recicláveis. Os resultados obtidos indicaram que as ações de sensibilização ambiental resultaram na melhoria do processo de segregação dos resíduos, reduzindo o descarte incorreto na fonte, porém não influenciaram nas características físicas dos resíduos. Após as intervenções, observou-se melhoria de desempenho dos entrevistados em 8 de 11 questões sobre o descarte de resíduos. Ressalta-se que o sucesso do projeto implantado no Colégio se deve ao comprometimento dos gestores e atores participantes do gerenciamento de resíduos na instituição, bem como no envolvimento de toda a comunidade escolar para a melhoria da qualidade de segregação dos resíduos, tornando este assunto, a pauta do dia.

Palavras-chave: Composição gravimétrica. Educação Ambiental. Geração per

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ABSTRACT

YOSHIDA, Yuri M. R. Physical characterization of solid waste generated at

school and efficiency of awareness strategies at segregation’s quality at local of generation. 2016. 119 p. Graduation course work Presented to the course

Conclusion Work Course 2. – Environmental Engineering, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Londrina Campus. Londrina, 2016.

Proper solid waste management is one of the great challenges of today's society. Federal Law 12,305 / 2010, which establishes the National Solid Waste Policy, is considered a milestone for waste management in every country, as it establishes principles, responsibilities and methodologies for waste management aimed at its proper management. Associated to the provisions of this Law, in the city of Londrina-PR, Decree No. 769/2009, among other measures, defines the responsibilities of the big solid waste generator. In this context, the objective of this work was to characterize and monitor the solid waste generated in a school in Londrina-PR, classified as a major generator, before and after the implementation of environmental awareness strategies of its school community. The work was carried out in four stages during four months: diagnosis (physical characterization of the waste and perception of the school community about waste disposal); Proposals for intervention (environmental awareness actions such as solidarity gymnastics, lectures in the classroom and qualitative monitoring of bins); Post-intervention data collection (analogous to diagnosis); And evaluation of the process. To characterize the residues generated, physical parameters such as per capita generation, gravimetric composition and apparent specific mass were used, and the community's perception about waste disposal was evaluated through the application and analysis of a questionnaire to students, teachers and employees. It was verified that the school generates, on average, 1,900 liters of solid waste per week, being 22,5 % considered as organic and wastes and 77,5 % as recyclable. The results indicated that the environmental awareness actions resulted in the improvement of the waste segregation process, reducing the incorrect disposal at the source, but did not influence the physical characteristics of the waste. Following the interventions, interviewees' performance improvement was observed in 8 out of 11 questions on waste disposal. It should be noted that the success of the project implemented in the school is due to the manager's commitment and actors involved in waste management in the institution, as well as the involvement of the entire school community to improve the quality of waste segregation, the agenda of the day.

Keywords: Environmental education. Environmental Awareness. Gravimetric

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Geração Total de Resíduos Sólidos (GRS), taxa de crescimento da Geração de Resíduos Sólidos (tGRS) e taxa de crescimento populacional (tCP) no

Brasil no período 2009 a 2015. ... 18

Figura 2 – Disposição final da quantidade total de resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil em 2015. ... 19

Figura 3 – Caracterização dos resíduos sólidos. ... 24

Figura 4 – Diagrama de Cooper: relação entre os objetivos da Educação Ambiental. ... 31

Figura 5 – Portão principal de acesso ao Colégio Interativa. ... 34

Figura 6 – Croqui de localização das lixeiras no Colégio. ... 36

Figura 7– Lixeiras de rejeito (1), orgânico (2), papel (3), plástico (4) e outros recicláveis (5), situada no refeitório dos alunos... 37

Figura 8 – Fluxograma das etapas do projeto. ... 38

Figura 9- Divisão dos setores geradores de resíduo no Colégio. ... 39

Figura 10 - Identificação do setor de origem de cada saco de resíduos. ... 40

Figura 11 - Processo de análise dos sacos de resíduos orgânico e rejeitos gerados no Colégio. ... 41

Figura 12 - Processo de análise dos sacos de resíduos sólidos recicláveis gerados no Colégio. ... 41

Figura 13- Pesagem dos sacos recicláveis. ... 42

Figura 14 - Segregação manual dos resíduos de cada saco. ... 43

Figura 15- Composição gravimétrica dos resíduos recicláveis... 43

Figura 16 - Propostas de intervenções realizadas no projeto... 46

Figura 17 - Gráfico representativo do percentual de orgânicos/rejeitos e recicláveis descartados no Colégio durante a fase de diagnóstico. ... 48

Figura 18 - Gráfico da geração de resíduos orgânicos e rejeitos nos diferentes setores do Colégio durante a fase de diagnóstico, em unidade de volume. ... 49

Figura 19 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do Colégio na fase de diagnóstico. ... 49

Figura 20 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da educação infantil do Colégio na fase de diagnóstico. ... 50

Figura 21 - Resíduos descartados nas lixeiras das salas de aula da Educação Infantil – destaque para a quantidade de guardanapos. ... 51

Figura 22 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do setor administrativo do Colégio na fase de diagnóstico. ... 52

Figura 23 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis das salas de aula do ensino fundamental e médio do Colégio na fase de diagnóstico.... 52

Figura 24 - Lixeiras em três pontos de coleta no pátio: (a) pátio aberto que dá acesso à salas da aula; (b) corredor que dá acesso à cozinha e ao refeitório; (c) portão de acesso e saída. ... 53

Figura 25 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis das lixeiras do pátio do Colégio na fase de diagnóstico. ... 53

Figura 26 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da sala dos professores do Colégio na fase de diagnóstico. ... 54

Figura 27- Má segregação dos resíduos na sala dos professores: (a) resíduos descartados na lixeira de orgânicos; (b) resíduos descartados na lixeira de recicláveis... 54

(9)

Figura 28 - Volume de copos descartáveis contabilizados ao longo de ma semana na

sala dos professores na fase de diagnóstico... 55

Figura 29- Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da cozinha do Colégio na fase de diagnóstico. ... 56

Figura 30- Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do refeitório do Colégio na fase de diagnóstico... 56

Figura 31- Embalagens do tipo Longa Vida descartadas no refeitório. ... 57

Figura 32 - Líquidos descartados em embalagens nas lixeiras de resíduos recicláveis... 57

Figura 33 - Resíduos orgânicos e rejeitos presentes nas lixeiras de recicláveis no refeitório. ... 58

Figura 34 - Resíduos orgânicos gerados e descartados na lixeira de recicláveis em apenas um dia no refeitório. ... 59

Figura 35 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de resíduos orgânicos: (a) papel guardanapo; (b) sobras de comida e frutas; (c) casca de lápis. ... 61

Figura 36 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de rejeitos: (a) panos velhos; (b) sachês de ketchup, maionese e mostarda. ... 62

Figura 37 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de recicláveis: (a) papel toalha; (b) lata de refrigerante; (c) pote plástico que foi servido gelatina; (d) papel de caderno riscado; (e) copo descartável; (f) isopor... 63

Figura 38 - Troca de cor dos sacos utilizados nas lixeiras de resíduo orgânico. ... 65

Figura 39 - Troca do material gráfico orientativo na parede sobre a bancada do refeitório. ... 65

Figura 40 - Troca dos adesivos das tampas das lixeiras. ... 66

Figura 41 - Implantação de coletor de resíduo líquido no refeitório do Colégio. ... 67

Figura 42 - Palestra expositivo-dialogada com alunos da Educação Infantil. ... 68

Figura 43 - Palestra expositivo-dialogada com professores e equipe diretiva. ... 68

Figura 44 - Dinâmica de separação de resíduos com alunos do Ensino Fundamental. ... 69

Figura 45 - Treinamento com o pessoal da limpeza e cozinha. ... 70

Figura 46 - Parecer de desempenho de separação de resíduos na sala dos professores. ... 72

Figura 47 - Parecer de desempenho de separação de resíduos fixado no portão de acesso dos alunos. ... 72

Figura 48 - Contagem manual das pilhas e baterias arrecadadas na gincana. ... 75

Figura 49 - Armazenamento dos resíduos arrecadados na gincana. ... 76

Figura 50 - Resultado da gincana de sensibilização: grupo 1 (arrecadação de óleo). ... 77

Figura 51 - Resultado da gincana de sensibilização: grupo 2 (arrecadação de pilhas, baterias e medicamentos vencidos). ... 77

Figura 52 - Cartaz expositivo com o resultado da composição gravimétrica do setor. ... 78

Figura 53 - Cartazes expositivos sobre reciclagem. ... 79

Figura 54 - Organograma indicativo de descarte afixado sobre os coletores no refeitório. ... 80

Figura 55 - Coletor de casca de lápis instalado nas salas de aula por iniciativa dos alunos. ... 81

(10)

Figura 56 - Substituição de guardanapo de papel por secadores de mãos elétricos nos banheiros. ... 82 Figura 57- Gráfico do descarte médio de resíduos em orgânico ou rejeito e em recicláveis no Colégio após as intervenções (em massa). ... 82 Figura 58 - Gráfico da geração de resíduos orgânicos e rejeitos nos diferentes

setores do Colégio após as intervenções, em unidade de volume. ... 83 Figura 59 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do Colégio após as intervenções. ... 84 Figura 60 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da Educação Infantil do Colégio após as intervenções. ... 85 Figura 61 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do setor administrativo do Colégio após as intervenções. ... 85 Figura 62 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis das salas de aula do Ensino Fundamental e Médio do Colégio após as intervenções. ... 86 Figura 63 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do Colégio após as intervenções. ... 87 Figura 64 – Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da sala dos professores do Colégio após as intervenções. ... 87 Figura 65 – Resíduos descartados na lixeira reciclável na sala dos professores após as intervenções. ... 88 Figura 66 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da cozinha do Colégio após as intervenções. ... 88 Figura 67 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do refeitório do Colégio após as intervenções... 89 Figura 68 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de resíduos orgânicos após as intervenções: (a) sobras de comida e frutas; (b) papel guardanapo; (c) casca de lápis. ... 92 Figura 69 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de rejeitos após as intervenções: (a) panos velhos; (b) sachês de ketchup, maionese e mostarda. ... 93 Figura 70 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de recicláveis após as intervenções: (a) lata de refrigerante; (b) pote plástico que foi servido gelatina; (c) isopor (d) papel toalha; (e) papel de caderno riscado; (f) copo descartável. ... 94 Figura 71 - Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência das palestras

expositivo-dialogadas realizadas em sala de aula com os alunos (a) e professores (b). ... 96 Figura 72 - Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência da gincana de sensibilização na visão dos alunos (a) e dos professores (b). ... 97 Figura 73 - Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência dos cartazes e painéis ilustrativos com informações sobre a segregação de resíduos na visão dos alunos (a) e dos professores (b). ... 98 Figura 74. Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência das placas de

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação NBR 10004:2004 dos Resíduos. ... 21 Quadro 2 – Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem. ... 22 Quadro 3– Definição de Grande Gerador e Pequeno Gerador para o município de Londrina-PR. ... 23 Quadro 4– Estratégias para realização da Educação Ambiental formal. ... 32 Quadro 5- Ponto de geração, volume, acondicionamento, armazenamento e frequência de coleta de resíduos não inertes (classe IIA) no Colégio Interativa. ... 36 Quadro 6– Histórico da classificação recebida por cada local durante o monitoramento das lixeiras... 73 Quadro 7 - Separação das turmas em grupos para a arrecadações de resíduos. ... 75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil durante o ano de 2012. ... 25 Tabela 2- Composição da população amostrada para aplicação do questionário sobre percepção da comunidade escolar sobre o descarte de resíduos sólidos. ... 45 Tabela 3- Geração per capita semanal média de resíduos recicláveis e orgânicos/rejeitos por setores do Colégio na fase de diagnóstico... 59 Tabela 4- Massa específica aparente média de cada tipo de resíduos coletados nas lixeiras recicláveis nos diferentes setores do Colégio. ... 60 Tabela 5- Quantidade e tipos de resíduos arrecadados na gincana de sensibilização. ... 76 Tabela 6 - Geração per capita média de resíduos recicláveis e orgânicos/rejeitos por setores do Colégio após as intervenções. ... 90 Tabela 7- Massa específica aparente média de cada tipo de resíduos dos diferentes setores do Colégio após as intervenções. ... 91

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 14 2 OBJETIVOS ... 16 2.1 OBJETIVO GERAL ... 16 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 16 3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 17

3.1 PROBLEMÁTICA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 17

3.2 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ... 20

3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ... 23

3.4 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 26

3.5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL ... 29

4 MATERIAL E MÉTODOS ... 34

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO ... 34

4.2 ETAPAS DO PROJETO ... 37

4.2.1 Diagnóstico ... 39

4.2.1.1 Caracterização física dos resíduos sólidos ... 39

4.2.1.2 Aplicação de questionário ... 44

4.2.2 Propostas de intervenções ... 46

4.2.3 Levantamento de dados pós-intervenções ... 46

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 48

5.1 DIAGNÓSTICO ... 48

5.1.1 Caracterização física dos resíduos sólidos ... 48

6.1.2 Resultados do Questionário aplicado na fase de diagnóstico ... 61

5.2 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO ... 64

5.2.1 Adequação dos acondicionadores ... 64

5.2.2 Palestra com alunos e professores ... 67

5.2.3 Palestra com os funcionários ... 70

5.2.4 Monitoramento ... 71

5.2.5 Gincana de Sensibilização ... 74

5.2.6 Outras Intervenções ... 78

5. 3 LEVANTAMENTO DE DADOS PÓS INTERVENÇÕES ... 82

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5.3.2 Resultados do questionário aplicado após as intervenções ... 91

5.3.3 Relatos de avaliação do Trabalho... 100

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 102

REFERÊNCIAS ... 103

APÊNDICES ... 110

(15)

1 INTRODUÇÃO

A geração de resíduos sólidos urbanos decorre das atividades cotidianas do ser humano. Com o aumento populacional, o consumismo e a praticidade do uso de produtos descartáveis, a geração de resíduos sólidos tem se mostrado crescente ano a ano.

Em 2010, um importante passo político associado ao gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil foi dado. Promulgou-se a Lei Federal nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010), que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), definindo a ordem de prioridades a ser adotada no gerenciamento de resíduos sólidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento, bem como disposição final ambientalmente adequada de rejeitos (BRASIL, 2010).

Dentre uma série de exigências e determinações, destaca-se também na PNRS, o princípio da responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população, de forma que atribui à população a responsabilidade de segregar e destinar corretamente seus resíduos.

Apesar dos progressos legais, para que as diretrizes apresentadas na PNRS e outras Leis relacionadas sejam postas em prática pela sociedade e atinjam a efetividade proposta, se faz necessário o entendimento e a sensibilização dos atores envolvidos no processo de geração, segregação e destinação dos resíduos.

Uma importante ferramenta para a sensibilização de uma comunidade acerca do meio ambiente é a Educação Ambiental, que propicia conhecimentos sobre a importância do meio ambiente para a sociedade, bem como da sociedade para o meio ambiente. A Educação Ambiental pode ser realizada de maneira informal ou formalmente estruturada nas instituições de ensino.

Em escolas e colégios, a Lei Federal Nº 9.795, de 27 de abril de 1999 (BRASIL, 1999), fundamenta que a Educação Ambiental deve ser inserida em seu planejamento pedagógico, uma vez que estas instituições possuem relevante papel na formação social de cada indivíduo que assiste.

No município de Londrina, o Decreto n. 769/2009 (LONDRINA, 2009) dispõe que os grandes geradores de resíduos sólidos (acima de 600 litros por semana) são os responsáveis por sua segregação e destinação final. Além disso, cada instituição considerada como grande geradora de resíduos deve desenvolver seu próprio

(16)

programa de gerenciamento de resíduos sólidos, que deve ser submetido e aprovado junto ao órgão municipal competente.

O Colégio Interativa, situado no município de Londrina, possui uma comunidade escolar de aproximadamente 700 pessoas, que produz semanalmente, um volume superior a 1200 litros de resíduos sólidos. Desde março de 2016 o Colégio possui um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS em vigência. Para realizar a segregação dos resíduos de modo adequado, tornando o PGRS mais eficiente, faz-se necessário uma melhor compreensão da comunidade escolar sobre a importância de seu papel na segregação dos resíduos sólidos na fonte geradora.

Neste contexto, o presente trabalho buscou caracterizar fisicamente os resíduos sólidos gerados no Colégio Interativa de Londrina e avaliar a qualidade de segregação na fonte, antes e após ações de sensibilização e Educação Ambiental da comunidade escolar.

(17)

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Caracterizar fisicamente os resíduos sólidos gerados pelo Colégio Interativa de Londrina e avaliar a qualidade da segregação na fonte antes e após ações de sensibilização da comunidade escolar.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Quantificar a geração de resíduos sólidos no início do projeto, bem como determinar a composição gravimétrica, a massa específica e a geração per capta;

 Avaliar a qualidade de segregação dos resíduos no início do projeto;

 Propor medidas de intervenção que auxiliem a diminuir ocorrências de falhas no processo de segregação de resíduos;

 Promover ações de Educação Ambiental no ambiente escolar;

 Monitorar e avaliar o progresso da qualidade da segregação dos resíduos após as intervenções;

(18)

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 PROBLEMÁTICA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A revolução neolítica é um fato histórico que propiciou à espécie humana condições de fixar-se, multiplicar-se e produzir. Para Brandão (2006) trata-se da aurora do domínio da tribo sobre o mundo, uma vez que é a partir deste momento que o homem domina a natureza, deixando de sobreviver com a obtenção de seus produtos para viver coletivamente do que faz sobre ela.

Após ocupar toda a Terra, o homem pós-neolítico já pertencia a sociedades cada vez mais complexas e estáveis, produzindo alimento na agricultura e que, devido aos excedentes, utilizava-se de comércios como os mercados de troca (BRANDÃO, 2006).

Já no período compreendido entre os séculos XVIII e XIX, o movimento de urbanização e de consumismo iniciado na Europa advindo da revolução industrial deu início à problemática da produção excessiva de resíduos sólidos. Segundo Spósito (2000) a produção em larga escala, promovida pela indústria maquinofatureira, associada a uma ideologia de domínio capitalista, provocou a constituição de uma sociedade de consumo em massa.

No Brasil, Campos (2012) acredita que além do maior poder de compra da população, alguns programas governamentais de transferência de renda, associado a um aumento dos postos de trabalho contribuíram, nos últimos anos, para um maior consumo. Segundo Cetelem (2012), entre os anos de 2010 e 2011, houve a migração socioeconômica de mais de 20 milhões de pessoas das classes D-E (renda familiar de até R$ 1,6 mil/mês) para a classe C (renda familiar de até R$ 8,1 mil/mês).

Desta forma, a geração de resíduos tende sempre ao crescimento. Somente no ano de 2015 a geração total de resíduos sólidos urbanos (RSU) no país ultrapassou a marca de 79,9 milhões de toneladas (ASSOCIAÇÃO..., 2015). A geração de RSU é um fenômeno decorrente das atividades cotidianas do ser humano como a alimentação, o lazer, a produção de energia e o fim da vida útil de algum material. O problema passa a existir quando a geração destes resíduos

(19)

ultrapassa a capacidade de degradação do ambiente e da disposição final adequada para este montante.

Na Figura 1 são apresentados os dados relativos à evolução da geração total de RSU no Brasil entre 2009 e 2015, assim como sua taxa de crescimento, que supera a taxa de crescimento populacional nos mesmos períodos (ASSOCIAÇÃO..., 2009-2015).

Figura 1 – Geração Total de Resíduos Sólidos (GRS), taxa de crescimento da Geração de

Resíduos Sólidos (tGRS) e taxa de crescimento populacional (tCP) no Brasil no período 2009 a 2015.

Fonte: Adaptado de ASSOCIAÇÃO...(2009-2015).

Nota-se que até o ano de 2010 a geração de resíduos ocorria em altas taxas e em 2011, segundo Associação ...(2015), a taxa de geração três vezes inferior ao ano anterior revela uma melhoria na conscientização da população brasileira, impulsionada pela promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Segundo Schalch (2002) o manejo inadequado de resíduos sólidos gera desperdícios, ameaça à saúde pública, em especial, nos grandes centros urbanos, além de contaminar solo e recursos hídricos com metais pesados e solventes orgânicos halogenados.

Dos mais de 79,9 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados em 2015 no território nacional, ASSOCIAÇÃO...(2015) ressalta que 7,3 milhões de toneladas deixaram de ser coletadas, ou seja, tiveram um destino final inapropriado.

(20)

Um dos princípios básicos da Lei 10.305/2010 (BRASIL, 2010) é que seja estabelecida a seguinte ordem de prioridades no gerenciamento de resíduos sólidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento, bem como disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) estipulou um prazo de quatro anos a partir da data de publicação da Lei 12305/2010 para que os municípios brasileiros passassem a destinar corretamente seus resíduos sólidos, ou seja, até o mês de agosto de 2014 os lixões deviam ser erradicados. Segundo a ASSOCIAÇÃO...(2015) no ano de 2014, 59,7 % dos municípios brasileiros ainda destinavam seus resíduos a aterros controlados ou lixões e pouco mais de 40 % dispuseram seus resíduos de forma ambientalmente correta em aterros sanitários. Na Figura 2 são apresentadas as quantidades percentuais de disposição final de resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil no ano de 2015 nas suas diferentes formas.

Figura 2 – Disposição final da quantidade total de resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil em 2015.

Fonte: ASSOCIAÇÃO...(2015).

Segundo ASSOCIAÇÃO...(2015b) fazendo uma estimativa dos custos para destinar corretamente os 76,4 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos gerados em 2013 no país, seriam necessários ao menos 10,3 bilhões de reais em investimentos para implantação de infraestruturas adequadas para receber e tratar estes resíduos. O não cumprimento do prazo estipulado para adequação da

17,2% 24,1% 58,7% Lixões Aterros Controlados Aterros Sanitários

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destinação final dos resíduos, ocasionou no Senado, segundo Hendges (2015), a aprovação do Projeto de Lei 425/2014, que prorroga o prazo para julho de 2021.

3.2 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Nas últimas décadas muito se tem discutido sobre a problemática dos resíduos sólidos, seja em âmbitos de administração pública, pesquisa ou mesmo dentro do setor produtivo-privado. Alguns autores e entidades definem os resíduos sólidos de formas diferentes, mas definindo os mesmos fundamentos .

O Instituto Brasileiro de Administração Municipal (INSTITUTO..., 2001) apresenta uma definição na qual todo material semissólido ou sólido que for considerado inútil e precisa ser removido, deve ser considerado como resíduo sólido.

À luz do desenvolvimento sustentável, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou, no ano de 2002, uma comissão de estudos temporários sobre resíduos sólidos, a fim de revisar, atualizar e aperfeiçoar a ABNT NBR 10004:1987. Como produto, obteve-se a NBR 10004:2004, que define resíduos sólidos por:

Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ASSOCIAÇÃO..., 2004).

Para classificar os resíduos sólidos se faz necessário a identificação de três aspectos fundamentais: o processo ou atividade que lhes deu origem, suas características e seus constituintes (ASSOCIAÇÃO..., 2004). A partir deste contexto a Norma Brasileira NBR 10004:2004 apresenta uma classificação dos resíduos sólidos de acordo com seus potenciais riscos ao meio ambiente e à saúde pública. No Quadro 1 são apresentadas as diferentes classificações para os resíduos de acordo com suas propriedades e características segundo a ASSOCIAÇÃO... (2004).

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Quadro 1 - Classificação NBR 10004:2004 dos Resíduos Sólidos. Classe I Perigosos Classe II A Não Perigosos Não Inertes Classe II B Não Perigosos Inertes

Inflamáveis Biodegradáveis Quando amostrados de forma representativa, segundo ABNT NBR 10007:2004 e submetidos a

contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme

ABNT NBR 10006:2006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,

excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Corrosivos Apresentam

combustibilidade Reativos Apresentam Solubilidade

em água Tóxicos

Outras propriedades que não foram listadas nas

classes I e II B Patogênicos Conferem risco ao meio ambiente Conferem risco à saúde humana Fonte: ASSOCIAÇÃO...(2004).

Já a Lei Federal 12.305/2010, que dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), (BRASIL, 2010) considera resíduo sólido:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

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Quadro 2 – Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem segundo PNRS (2010). Classificação quanto à origem

Denominação Origem

a) Resíduos domiciliares Atividades domésticas em residências urbanas b) Resíduos de limpeza

urbana Varrição, limpeza de logradouros e vias públicas c) Resíduos sólidos urbanos Englobados nas alíneas “a” e “b”

d)

Resíduos de

estabelecimentos

comerciais e prestadores de serviços

Gerados nessas atividades, com exceção das alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”

e)

Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico

Gerados nessas atividades com exceção da alínea “c”

f) Resíduos industriais Processos produtivos e instalações industriais g) Resíduos de serviços de

saúde Serviços de saúde

h) Resíduos da construção civil

Construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil

i) Resíduos agrossilvopastoris Atividades agropecuárias e silviculturais, incluindo insumos utilizados nas atividades

j) Resíduos de serviços de transportes

Portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviárias e ferroviárias e passagens de fronteiras k) Resíduos de mineração Atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento

de minérios Fonte: BRASIL (2010).

No parágrafo único, do artigo 13 da PNRS (BRASIL, 2010), estabelece-se que os resíduos que se enquadram na classificação do descrito na alínea “d” quanto à origem podem ser considerados pelo poder municipal, como semelhantes aos resíduos domiciliares, em função de sua natureza, composição e volume, caso estes sejam classificados como não perigosos. Sendo assim, para classificar os resíduos enquadrados na alínea “d” supracitada como equiparados aos resíduos domiciliares, o município de Londrina-PR definiu, por meio do Decreto Municipal nº 769 de 2009 (LONDRINA, 2009), os termos “Grande Gerador ou Gerador Comercial” e “Pequeno Gerador ou Gerador Doméstico”. No Quadro 3 apresentam-se tais definições.

(24)

Quadro 3 – Definição de Grande Gerador e Pequeno Gerador para o município de Londrina-PR. Pequeno Gerador ou Gerador Domiciliar Grande Gerador ou Gerador Comercial Procedência

Pessoas físicas ou jurídicas que gerem resíduos provenientes de habitações

Pessoas físicas ou jurídicas que gerem resíduos decorrentes de atividade econômica ou não econômica

Geração semanal

de resíduos Até 600 litros Superior a 600 litros Responsabilidade

sobre os resíduos

Segregação e repasse do resíduo à coleta municipal

Problemas decorrentes na segregação, coleta/transporte, compostagem e destinação final Fonte: Londrina (2009).

3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Além de classificar os resíduos sólidos de acordo com a fonte geradora ou origem e pela periculosidade, uma etapa importante para um gerenciamento eficaz dos resíduos sólidos é a sua caracterização. Estas características variam de forma similar, com a qual as próprias comunidades e cidades se diferem, sendo influenciadas por aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos (IINSTITUTO..., 2001).

Uma etapa importante no estudo dos resíduos sólidos gerados em um determinado ambiente é a identificação e a quantificação de seus componentes, pois contribui na projeção de uma melhor destinação para cada tipo de resíduo, assim como facilita a segregação destes na fonte geradora (REZENDE et al., 2013).

(25)

Figura 3 – Caracterização dos resíduos sólidos.

Fonte: INSTITUTO... (2001).

Dentre as características físicas que devem ser consideradas na caracterização dos resíduos sólidos, a composição gravimétrica desempenha um papel fundamental, uma vez que traduz o percentual de cada componente em relação à massa total da amostra (Instituto..., 2001). Para Carvalho, Jesus e Portela (2013) alguns fatores como local, hábitos, nível educacional da população, atividade econômica dominante (industrial, comercial ou turística), desenvolvimento econômico e o clima influenciam na composição gravimétrica dos resíduos.

Ainda segundo INSTITUTO... (2001) os componentes comumente utilizados na composição gravimétrica são: matéria orgânica; papel; papelão; plástico rígido; plástico maleável; PET; metais; alumínio; vidro claro; vidro escuro; madeira; borracha; couro; panos/trapos; ossos; cerâmica; agregado fino. Na Tabela 1 é apresentada a participação dos principais resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil em 2012, segundo a ASSOCIAÇÃO... (2012).

Características dos resíduos Sólidos Características físicas Características químicas Características biológicas Composição gravimétrica Geração per capita Teor de umidade Compressividade Peso específico aparente Poder calorífico Potencial hidrogeniônico Composição química Relação carbono/nitrogênio

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Tabela 1 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil durante o ano de 2012.

Resíduos Participação (%)

Material reciclável 32,4

Metais 2,9

Papel, papelão e tetrapak 13,1

Plástico 13,5

Vidro 2,9

Matéria orgânica 51,4

Outros 16,7

Fonte: ASSOCIAÇÃO... (2012).

Por ser um ambiente que possui geração de resíduos sólidos bem definida devido a seu público, atribuições e operações específicas, um Colégio pode apresentar uma composição gravimétrica diferente da coleta urbana no país. Em estudo realizado em uma escola situada no município de Queimadas/PB, que conta com aproximadamente 1500 alunos e 50 funcionários, Cabral e Silva (2002) apresentam que dos 23,94 kg de resíduos sólidos produzidos diariamente, 13 % foram caracterizados como papel, 17 % plástico, 6 % metal, 23 % orgânico e 41 % outros. Já Scupino (2015) realizou o estudo da geração de resíduos sólidos de uma escola do município de Pinhais/PR e observou que a composição de recicláveis foi de 30 % plásticos, 31 % papelão e tetrapak, 20 % papel e 19 % outros. As amostras de resíduos sólidos de uma escola pública do município de Matinhos/PR, estudadas por Adriano e Murata (2014), apresentaram como composição 57 % orgânico, 17 % rejeitos, 15 % plásticos e 11 % papel.

Outra característica física importante para a classificação dos resíduos é a geração per capita. Para Campos (2012) trata-se da quantidade de resíduos coletados em um dia em determinado local, dividida pela população beneficiada por esses serviços. Bresolin, Durks e Pietrobon (2014) verificaram, em estudo de caso, uma geração per capita de 0,12 kg/dia em um ambiente de educação formal no município de Campo Mourão/PR. Em Pinhais/PR, Scupino (2015) identificou uma geração de 0,12 kg de resíduos sólidos/pessoa dia.

O peso específico aparente possui relevância para o dimensionamento de equipamentos e instalações e é dado calculando-se a massa solta de resíduo da

(27)

amostra em função do volume que ocupa livremente, sem haver compactação do material (INSTITUTO..., 2001).

O teor de umidade expressa a quantidade de água presente na amostra e é medida em função de seu peso total. Trata-se de um parâmetro que varia de acordo com a incidência de chuvas e das estações do ano, podendo variar de 40 a 60 % (INSTITUTO..., 2001).

A última característica física dos resíduos é a compressividade, que exprime a redução do volume que a amostra de resíduo sofre após a compactação (INSTITUTO..., 2001).

Já as características biológicas dos resíduos sólidos são determinadas pela população microbiana presente na amostra de resíduo e possuem relevância para a seleção do método de tratamento e disposição final mais adequado (INSTITUTO..., 2001).

O poder calorífico é um dos parâmetros que merecem destaque nas características químicas dos resíduos sólidos, pois indica o potencial de liberar calor que um dado material possui ao ser queimado. Já o potencial hidrogeniônico (pH) indica os teores de acidez e alcalinidade da amostra (INSTITUTO..., 2001).

Além disso, a composição química apresenta os teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral e gorduras presentes. A relação carbono/nitrogênio (C:N) indica o grau de decomposição da matéria orgânica na amostra (INSTITUTO, 2001) e é importante em processos de tratamento biológicos, como a compostagem e a vermicompostagem.

3.4 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E PLANO DE

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei Federal n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, é que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dispondo essencialmente sobre os princípios, objetivos e instrumentos (BRASIL, 2010).

Dentre os objetivos que tangem esta lei, existem alguns tópicos que participam efetivamente de uma mudança na geração de resíduos sólidos que vem acontecendo no país desde a sua promulgação. Trata-se dos princípios de não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos, assim como a

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proteção da saúde pública e da qualidade ambiental e a valorização do catador (PINHEIRO; FRANCISCHETTO, 2016).

Outro aspecto de muita relevância introduzido pela Lei é o de responsabilidade compartilhada entre governos, empresas e população, cabendo a esta última a responsabilidade de destinar corretamente os resíduos, assim como realizar seu gerenciamento. Este princípio de corresponsabilidade elencado no artigo 6° da Lei obriga estes segmentos da sociedade a praticar ações voltadas para assegurar a observância da PNRS, assim como de suas diretrizes (BRASIL, 2010).

A logística reversa, definida no artigo 3º desta Lei, é também responsável por importantes mudanças no panorama da coleta de resíduos sólidos em nível nacional, pois este conjunto de ações viabiliza a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para seu reaproveitamento (BRASIL, 2010). Como exemplo desta situação pode-se citar a evolução na destinação adequada de embalagens plásticas primárias de agrotóxicos no país, que segundo a ASSOCIAÇÃO... (2015) atingiu em 2015 a marca de 45.537 toneladas, representando um montante de 94 % do total utilizado.

Apesar disso, segundo o Compromisso Empresarial para Reciclagem (COMPROMISSO... 2015), a capacidade de reuso de materiais no país ainda não foi atingido, haja vista que um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Instituto..., 2010), aponta que o Brasil, ao destinar os materiais para aterros e lixões, deixa de reaproveitar, por ano, materiais com valor agregado na casa dos 8 bilhões de reais.

A PNRS, em seu artigo 19, atribui aos municípios a responsabilidade em elaborar um plano de gestão integrada de resíduos sólidos, que contemple um diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos do município, bem como a coleta seletiva de materiais recicláveis e o estabelecimento de metas para a redução da geração de resíduos. Cabe ainda a verificação das formas existentes de destinação e a escolha sustentável de alocação final (BRASIL, 2010).

Também é estabelecido na Lei 12.305/2010 que o desenvolvimento de programas e medidas de Educação Ambiental cabe aos governos municipais, sensibilizando a população para a não geração, redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos (BRASIL, 2010).

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Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei (BRASIL, 2010).

Além disso, compreende-se um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) como um dos principais instrumentos utilizados na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Assim como a PNRS institui que cabe aos governos municipais a responsabilidade de elaboração de um plano de gestão integrada de resíduos sólidos, esta mesma estabelece em seu artigo 20 que, dentre outros, os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos não equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder municipal, devem elaborar seu PGRS (BRASIL, 2010).

Para Schalch et al. (2002) a operação e a manutenção dos sistemas de gerenciamento de resíduos devem se dar de forma a garantir a auto sustentabilidade, ou seja, o próprio usuário dos serviços é quem financia o sistema por meio do pagamento de taxas, tarifas e preços públicos.

Dentre os conteúdos que devem constar em um PGRS, vale ressaltar, segundo BRASIL (2010), o diagnóstico dos resíduos gerados, contendo origem, caracterização, volume e passivos ambientais a ele relacionados. Também consta a exigência de ações preventivas e corretivas a serem executadas em caso de acidentes ou gerenciamento inadequado. Além disso, se faz necessário a listagem de metas e procedimentos futuros que minimizem a geração de resíduos sólidos.

O Colégio Estadual do Paraná, situado em Curitiba, gera 3,9 toneladas de resíduos sólidos por mês e por isso hoje, conta com um PGRS que sugere uma série de alterações e investimentos necessários para que se realize um melhor gerenciamento dos resíduos sólidos, tais como o aumento em 50 % do número de lixeiras, reformar o espaço de acondicionamento dos resíduos sólidos (RS), melhorar a infraestrutura de equipamentos e sistema de coleta (PARANÁ, 2014).

Em concordância com o proposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, assim como a Lei Estadual nº 12.493/1999 (PARANÁ, 1999), de diretrizes para gestão de resíduos sólidos no estado do Paraná e a Lei Municipal nº 10.637/2008 (LONDRINA, 2008) sobre aspectos referentes à Política Municipal de Resíduos

(30)

sólidos, o município de Londrina/PR instituiu no ano de 2009 o Decreto nº 769/2009, que define o Programa de Gerenciamento de Resíduos sólidos Orgânicos e Rejeitos da cidade. Este decreto define em seu artigo 11 que os grandes geradores (gerador comercial) devem elaborar um Projeto de Gerenciamento de Resíduos Sólidos que deve contemplar, no mínimo, as seguintes etapas (LONDRINA, 2009):

a) caracterização: identificação e quantificação dos resíduos produzidos; b) separação: realizada na origem ou em áreas licenciadas para essa finalidade;

b) acondicionamento: confinamento dos resíduos da geração até o transporte, além de assegurar condições para compostagem;

c) transporte: em conformidade com etapas anteriores e com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos;

d) destinação: estabelecimento devidamente licenciado e capacitado para o serviço de tratamento e compostagem dos resíduos orgânicos e destinação final dos rejeitos, conforme tecnologia disponível.

3.5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL

O tema Educação Ambiental veio à tona nas últimas décadas devido à grande incidência de desastres naturais que ocasionam uma série de impactos ambientais e têm causado grande preocupação ao homem (REIS; SEMÊDO; GOMES, 2012).

Freire (1980) define “conscientização” como a tomada de posse da realidade por um indivíduo, que passa a observar a realidade de modo mais crítico. Desta forma, a Educação Ambiental deve atuar na conscientização e na exposição à sociedade sobre o papel individual e coletivo que cada um pode exercer para a manutenção sadia dos recursos naturais (FERRARO JUNIOR et al., 2005).

Para Marcatto (2002) a Educação Ambiental é uma das ferramentas existentes para a sensibilização e a informação da população sobre os problemas ambientais. A “sensibilização”, para Souza (2003), é entendida como uma operação pela qual certa cultura interpreta parte dos dispositivos modais, como efeitos de sentido passionais e o sujeito transforma-se em alguém que sofre, sente, reage e se emociona.

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Segundo Effting (2007) o ambiente escolar é o mais propício ao desenvolvimento dos valores que irão influenciar na aquisição de atitudes adequadas para com o meio ambiente. Ao introduzir a Educação Ambiental no aprendizado, os integrantes da comunidade escolar passam a incitar mudanças e ser sensibilizados sobre seus direitos e responsabilidades mediante a integridade do meio ambiente e a importância do tratamento de resíduos sólidos por eles gerados (ADRIANO E MURATA, 2014).

A Lei Federal Nº 9.795, de 27 de abril de 1999 (BRASIL, 1999), dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental. A referida Lei apresenta no artigo 9º que a Educação Ambiental no ensino formal deve ser desenvolvida nos currículos das instituições de ensino público e privada, desde a educação básica (infantil, fundamental e médio), passando pela educação superior, especial, educação de jovens e adultos (EJA), até a educação profissional (BRASIL, 1999). Além disso, os artigos 10 a 12 dispõe que esta deve ser desenvolvida como prática educativa contínua, inter e transdisciplinar, assim como deve constar nos currículos de formação de professores em todos os níveis e disciplinas (BRASIL, 1999).

Como princípios básicos da Educação Ambiental a Lei nº 9.795/1999 (BRASIL, 1999) dispõe:

a) enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; b) concepção do meio ambiente em sua totalidade;

c) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; d) vínculo: ética, educação, trabalho e práticas sociais; e) continuidade e permanência do processo educativo; f) avaliação crítica do processo educativo;

g) abordagem articulada de questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais;

h) reconhecimento e respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.

De acordo com Dias (2004) existem cinco categorias de objetivos a serem desenvolvidos na Educação Ambiental: consciência do meio ambiente global, conhecimento sobre os problemas existentes, comportamento de interesse e participação na proteção do meio ambiente, habilidades necessárias para identificar

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e resolver problemas e participação ativa em tarefas que têm por objetivo a resolução de problemas ambientais.

Ainda segundo Dias (2004) esses objetivos estão interligados de acordo com o Diagrama de Cooper (Figura 4).

Figura 4 – Diagrama de Cooper: relação entre os objetivos da Educação Ambiental.

Fonte: Dias (2004).

Diferente do que ocorre na Educação Ambiental não formal, onde as dificuldades são a falta de informação, investimento e capacitação, dentre os problemas existentes na educação ambiental formal podem ser listados a falta de estímulo à pesquisa científica e prática, a falta de integração e preparo do corpo docente e a falta de atualização de temas a serem abordados (REIS; SEMÊDO; GOMES, 2012).

Segundo Oliveira (2000) a busca por alternativas de metodologias interdisciplinares, a falta de ajuste de tempo pela demanda de horários, conteúdos e avaliações, assim como a sensibilização do corpo docente para uma mudança que exige criatividade são os três maiores desafios a serem superadas no processo de implementação da Educação Ambiental num âmbito escolar.

Implementar um projeto de Educação Ambiental nas escolas propiciará aos alunos e à comunidade uma compreensão fundamental dos problemas existentes, da presença humana no ambiente, de sua responsabilidade e do papel crítico que deve exercer como cidadão (EFFTING, 2007).

Para praticar a Educação Ambiental em escolas, alguns autores propõem estratégias práticas e dinâmicas, que conduzem à conscientização e à sensibilização da comunidade acadêmica (Quadro 4).

Habilidades Conhecimento

Participação Conhecimento

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Quadro 4 – Estratégias para realização da Educação Ambiental formal.

Silva e Leite (2008)

Promover atividades integradas para toda a

comunidade escolar

Realizar gincanas

Utilizar atividades como: dinâmica, aula de campo,

atividade física, oficinas, música e teatro Silva e Sammarco (2009) Realizar campanhas ambientais (como um mutirão para recolhimento

de lixo) Arte-educação: criação de cartazes, murais e decoração de espaço utilizando materiais descartados Elaboração de folhetos e cartilhas Sammarco e Printes (2009) Desenvolver oficinas e palestra aos atores

ambientais

Realizar cursos de capacitação

Promover excursões e passeios a locais que se

relacionem com o tema desejado Fonte: Silva e Leite (2008), Silva e Sammarco (2009) e Sammarco e Printes (2009).

Como parte de programas de Educação Ambiental integrados, instituídos pelo Decreto Federal nº 4.281 de junho de 2002 (BRASIL, 2002) que regulamenta a Lei nº 9.795/1999, dentre outras atividades, devem ser criadas, mantidas e implementadas, as atividades de gerenciamento de resíduos.

No estudo realizado em escola pública no município de Matinhos/PR, Adriano e Murata (2014) identificaram um gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos e, para os autores, a fim de corrigir o gerenciamento e torná-lo mais eficaz, a inserção da temática dos resíduos sólidos associada à Educação Ambiental deve ser uma das prioridades do projeto político pedagógico da direção escolar.

Já Silva e Leite (2008) constataram que para se realizar efetivamente a Educação Ambiental em escolas no século XXI se faz necessária a formação de educadores ambientais que apliquem os conhecimentos de forma dinâmica, criativa, lúdica, baseada na afetividade entre os atores, tornando-os protagonistas dentro da problemática. Oito anos após a pesquisa, a escola estudada é considerada referência no trabalho de Educação Ambiental e conta com gestão integrada de resíduos sólidos, além da elaboração de uma própria Agenda 21 (SILVA; LEITE, 2008).

(34)

Após estudo sobre o gerenciamento de resíduos sólidos de uma escola municipal no Rio de Janeiro, Torres e Rodrigues (2009) acreditam que o trabalho de Educação Ambiental realizado com a equipe de funcionários e alunos tenha contribuído para a comunidade, conduzindo-a a uma redução na quantidade de resíduos sólidos gerados no local.

(35)

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO

O Colégio Interativa (Figura 5), situado no município de Londrina-PR e fundando em 1986 como pré-escola, possui área construída de 3600 m2 e está em constante crescimento. Atende hoje 631 alunos da educação infantil, ensino fundamental e médio, além de contar com um quadro de 94 funcionários nos setores administrativo, educacional e de serviços gerais.

Figura 5 – Portão principal de acesso ao Colégio Interativa.

Fonte: Autoria Própria (2016).

O Colégio possui uma cantina que oferece dois tipos de serviços a alunos e funcionários, sendo estes o lanche e a refeição do almoço. Estes serviços são taxados e opcionais aos alunos, que para utilizá-los devem realizar a adesão mensal. O lanche, que segue ao cardápio elaborado por uma nutricionista, é uma espécie de kit que contém um salgado (ou substituto), um copo de suco e uma fruta/sobremesa. A refeição do almoço é servida no sistema de Buffet. Mensalmente são servidos 2600 lanches e entre 650 e 700 refeições. Além disso, os alunos que não utilizam estes serviços podem levar o seu lanche de casa.

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Perante a classificação da NBR 10.004/2004 (ASSOCIAÇÃO..., 2004), o Colégio possui geração de resíduos perigosos (classe I). Trata-se da troca rotineira de lâmpadas fluorescentes em todos os setores, assim como pilhas e baterias. Há um laboratório de Ciências, utilizado durante as aulas práticas das disciplinas de Biologia, Química, Física e Iniciação Científica, além de auxiliar no desenvolvimento dos projetos de iniciação científica dos alunos. Este laboratório é responsável pela geração de sulfato de cobre, atualmente único resíduo químico produzido. O transporte e a disposição final de lâmpadas, pilhas e baterias segue o princípio de logística reversa. O sulfato de cobre é transportado e tratado por uma empresa especializada terceirizada.

Devido ao enquadramento como grande gerador de resíduos, perante a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) e do Decreto Municipal 769/2009 (LONDRINA, 2009), o Colégio elaborou um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS junto a uma empresa de consultoria ambiental. Este PGRS, estruturado no ano de 2015, foi aprovado pela Secretaria Municipal do Ambiente da Prefeitura de Londrina em março de 2016 e possui validade de um ano a partir da data de aprovação.

Dentre as informações contidas neste PGRS, há uma quantificação dos resíduos gerados pelo Colégio, classificados como não inertes (classe IIA), seus respectivos volumes, ponto de geração, acondicionamento, armazenamento e frequência de coleta. No Quadro 5 estão apresentados estes dados.

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Quadro 5 - Ponto de geração, volume, acondicionamento, armazenamento e frequência de coleta de resíduos não inertes (classe IIA) no Colégio Interativa.

Resíduo gerado Orgânico Reciclável (papel, plástico, vidro, metal) Rejeito de banheiro/ fraudário Rejeito de varrição Embalagem Longa Vida

Ponto de geração Cozinha/ refeitório Administração/ sala de aula/ pátio Banheiros Salas de aula, pátio, administração Refeitório Volume (litros/semana) 150 300 1600 50 50

Acondicionamento Saco plástico e lixeira

Armazenamento Área coberta e fechada, piso impermeável, com porta de acesso restrito Frequência de coleta

realizada por empresa especializada. (vezes/semana)

Três Duas Três Três Duas

Fonte: Colégio Interativa LTDA (2016) adaptado.

As lixeiras para descarte de resíduos estão dispostas no Colégio de acordo com o fluxo de pessoas e a funcionalidade do setor. Na Figura 6 é ilustrado um croqui do empreendimento com a localização das lixeiras recicláveis, papel, orgânico e rejeito.

Figura 6 – Croqui de localização das lixeiras no Colégio.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Legenda Lixeira – Rejeito Lixeira – Reciclável Lixeira – Orgânico Lixeira – Papel Lixeira – Plástico

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Na Figura 7 são apresentadas as lixeiras localizadas no local de maior geração do Colégio.

Figura 7– Lixeiras de rejeito (1), orgânico (2), papel (3), plástico (4) e outros recicláveis (5), situada no refeitório dos alunos.

Fonte: Autoria Própria (2016).

4.2 ETAPAS DO PROJETO

Este trabalho foi realizado em quatro etapas sequenciais (Figura 8), fundamentadas no ciclo de gestão de resíduos sólidos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Londrina (Anexo A).

Boca das lixeiras na bancada

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Figura 8 – Fluxograma das etapas do projeto.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Em acordo com a Direção do Colégio Interativa, para a realização de todas as etapas do projeto foi montada uma equipe de avaliação do gerenciamento de resíduos, composta pelo graduando responsável pelo trabalho de conclusão de curso, duas alunas do 9º ano do ensino fundamental e uma bióloga, servidora do Colégio responsável pelos projetos de iniciação científica.

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4.2.1 Diagnóstico

Na primeira etapa os dados foram coletados de acordo com o atual gerenciamento dos resíduos realizado no Colégio, sem interferência nos processos de disposição, segregação e acondicionamento, assim como sem haver contato prévio com funcionários, professores e alunos, a fim de quantificar e qualificar estes processos e identificar nestes, possíveis oportunidades de melhoria.

4.2.1.1 Caracterização física dos resíduos sólidos

Para avaliar individualmente as fontes geradoras de resíduos na instituição, realizou-se sua caracterização física, considerando diferentes setores do Colégio: educação infantil, banheiro, administrativo, salas de aula (ensino fundamental e médio), pátio, cozinha, refeitório e sala dos professores (Figura 9).

Figura 9- Divisão dos setores geradores de resíduo no Colégio.

Setor 1 - Educação Infantil Setor 4 - Salas de Aula (Fund. E Médio)

Setor 7 – Refeitório

Setor 2 - Banheiros Setor 5 – Pátio Setor 8

Sala dos Professores

Setor 3 - Administrativo Setor 6 – Cozinha Fonte: Autoria Própria (2016).

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Com auxílio dos funcionários da limpeza do Colégio (que realizam a troca de sacos nas lixeiras), diariamente realizava-se a identificação de todos os sacos plásticos, por meio da escrita do setor de origem, conforme apresentado na Figura 10.

Figura 10 - Identificação do setor de origem de cada saco de resíduos.

Fonte: Autoria própria (2016).

Devido ao grande volume de resíduos gerados, durante três semanas, os sacos plásticos foram analisados em todos os dias úteis. Não se realizou amostragem, ou seja, foram analisados todos os resíduos gerados pelo Colégio, a fim de garantir a representatividade desejada.

Nos setores que geravam resíduos orgânicos e rejeitos, foram realizadas análises de geração per capita e análise qualitativa, com pesagem total dos sacos e escolha aleatória diária de um saco que era aberto para análise qualitativa de segregação. Na Figura 11 são apresentados os procedimentos adotados nesta fase de caracterização dos resíduos orgânicos e rejeitos.

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Figura 11 - Processo de análise dos sacos de resíduos orgânico e rejeitos gerados no Colégio.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Nos setores que geram resíduos recicláveis os parâmetros avaliados na caracterização dos resíduos foram: composição gravimétrica, geração per capita e massa específica aparente (Figura12).

Figura 12 - Processo de análise dos sacos de resíduos sólidos recicláveis gerados no Colégio.

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Inicialmente mediu-se a massa de cada saco de lixo identificado, como mostra a Figura 13, e estimou-se seu volume com auxílio de baldes graduados.

Figura 13- Pesagem dos sacos recicláveis.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Em seguida, respeitando a segregação por setores do Colégio, realizou-se a composição gravimétrica dos resíduos recicláveis. Nesta técnica optou-se por não realizar o quarteamento das amostras, uma vez que a quantidade diária a ser caracterizada permitia sua análise total.

Assim sendo, cada saco foi aberto e seus componentes segregados manualmente (Figura 14) de acordo com o tipo de material (papel/papelão, vidro, metal, plástico, embalagem longa vida, orgânico e rejeito), sendo depositados em baldes graduados (Figura 15). Após a segregação de todos os componentes, o volume foi registrado e a massa de cada tipo de material medida em balança e posteriormente registrada.

Referências

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