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Educação, Interculturalidade e tópicos especiais da produção do conhecimento em Educação

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Academic year: 2021

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Editorial:

Educação, interculturalidade e tópicos especiais da produção do conhecimento em Educação

Onde estão a vida, o conhecimento e a sabedoria? Onde está a vida que perdemos quando vivos? Onde está o conhecimento que perdemos com a informação? Onde está a sabedoria que perdemos com o conhecimento? (T. S Eliiot, Coros de a “Rocha”).

Estamos chegando...

Com esta edição, pouco a pouco, estamos “chegando lá”. O de-safio e a meta, como já evocamos no último número, é recuperar e atualizar a periodicidade com conteúdos relevantes para a pós--graduação em Educação. Para tanto, já vimos realizando mudan-ças no escopo, que podem ser visualizadas na página da revista. Essas mudanças se referem aos seguintes pontos: formato da re-vista, atualização do comitê editorial e do corpo de pareceristas (novos membros nacionais e internacionais), ampliação da “quan-tidade” de artigos e, consequentemente, “qualidade” dos estudos publicados, projeto gráfico intercâmbio com grupos de pesquisa consolidados e reconhecidos de universidades nacionais (PAI-DÉIA/UNICAMP, MOVER/CED/UFSC, NUPEIN/CED/UFSC e outros) e estrangeiras (ICS/Portugal, UMINHO/Portugal, Univer-sidade Mondlane/Moçambique, Global Health para a América e outras).

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Isto posto, vamos começar a apresentação pelo dossiê temático Educação e interculturalidade. Esta sessão é composta por 11 ar-tigos organizados pelo nosso editor associado nesta edição, o pro-fessor Reinaldo Fleuri1, o qual já agradecemos de antemão pela sua

participação na Revista Pedagógica. Trata-se de um importante pes-quisador reconhecido nacional e internacionalmente, que traz para a revista diversas contribuições relevantes dos estudos do Grupo de Perquisa MOVER (CED-UFSC). Sua participação neste número empresta à revista um salto qualitativo no âmbito dos estudos sobre Educação e Interculturalidade, ao trazer para o debate temas diver-sos, como processo de formação, etnicidade, colonialidade e outros, como veremos no decorrer deste editorial. Os artigos são produzi-dos no limiar de pesquisas advindas de teses de doutoramento, dis-sertações de mestrado e desdobramentos desses estudos, os quais, apesar de estarem na sessão “Dossiê temático”, se confundem com os “Artigos de demanda contínua”. Isto se dá justamente por se tra-tar de artigos originados de pesquisas de mestrado e doutorado ou de projetos de pesquisa de longa duração. Os leitores perceberão a diversidade de contribuições, oriundas de grupos de pesquisa de universidades nacionais (Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade do Estado de Santa Catarina, Universidade Federal do Ceará e Universidade Federal de Goiás) e universidades estran-geiras, tais como: Peru, México, Chile, Colômbia.

apresentação do “dossiê temático” pelo professor reinaldo Fleuri

A interculturalidade se tornou hoje um tema de moda. Justa-mente por isso se configura como um tema paradoxal2. O interesse

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pela interculturalidade, assumido em programas governamentais, movimentos sociais e mesmo pela pesquisa científica e pela mídia, vem promovendo o reconhecimento da diversidade cultural. Mas, ao mesmo tempo, apresenta-se por vezes como uma nova tendên-cia multicultural que se isenta de qualquer sentido crítico, político, construtivo e transformador. Contraditoriamente, o esforço por promover o diálogo e a cooperação crítica e criativa entre sujeitos socioculturais diferentes corre o risco de reeditar novas formas de sujeição e subalternização. Analisar em profundidade esta contra-dição é o desafio que pesquisadores e pesquisadoras brasileiros e latino-americanos vêm assumindo em cooperação com o Grupo de Pesquisas “Educação Intercultural e Movimentos Sociais”3.

Neste “Dossiê temático” da Revista Pedagógica, reunimos al-guns dos estudos que focalizam tanto os pressupostos teórico-me-todológicos e epistemológicos da “Educação Intercultural”, quanto suas aplicações em diferentes campos socioculturais.

Nicanor Rebolledo, professor de Antropologia na Universida-de Pedagógica Nacional (México), discute os novos Universida-desafios que a interculturalidade vem pondo aos docentes. Em seu texto, aborda alguns ângulos do debate no México sobre a definição do conceito de educação intercultural e da implementação de alguns programas inovadores de educação baseados neste enfoque. A análise das ex-periências pedagógicas e práticas interculturais dos professores é baseada em dados de campo coletados em escolas públicas locali-zadas em bairros pobres da Cidade do México, onde há uma mis-tura entre pobreza e etnicidades. São escolas que tentam realizar ações afirmativas incorporando estudantes indígenas para ensinar novos valores de convivência na escola e os professores enfrentam dificuldades para alcançar as metas educacionais.

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Jorge Gasché, pesquisador do Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (Peru) pergunta-se por “quais valores sociais da floresta ensinar nas escolas da Amazônia rural?”. Considera que nas experiências de programas interculturais não tem encontra-do propostas concretas sobre o manejo e a linguagem pedagógica para trabalhar com os valores das sociedades “tradicionais”. Neste sentido, busca formular uma proposta de prática pedagógica nas escolas para trabalhar com o que o autor chama de “valores sociais da floresta”, ou seja, os valores sociais das populações amazônicas rurais, tanto indígenas, quanto mestiças, ribeirinhas e caboclas. Apresenta uma lista destes valores, com definições e respectivas referências às condutas pessoais e interpessoais observáveis. Tra-ta-se de um conjunto de valores que enunciam, em termos obje-tivos (com os quais cada pessoa da floresta poderia se identificar subjetivamente), o que o autor chama de “identidade da floresta”. Esta proposta cria as bases objetivas de uma solidariedade política e sociocultural possível entre indígenas, mestiços e caboclos ama-zônicos, que compartilham o mesmo universo de valores sociais, claramente distintos dos valores urbanos e nacionais.

Boris Ramírez Guzmán apresenta resultados de sua pesquisa de mestrado (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil), fo-calizando uma análise critica da Educação Intercultural Bilíngue no Chile. Pondera que durante as últimas duas décadas o concei-to de Interculturalidade ganhou destaque no cenário das políticas públicas no Chile. Por um lado, os povos indígenas que convivem nesta nação têm buscado obter reconhecimento jurídico e preser-var sua autonomia. O Estado, por outro lado, tem investido em políticas voltadas para a inclusão desta população na estrutura so-cietária do país. Neste contexto, o autor faz uma leitura crítica do

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entendimento de Interculturalidade sustentado pelo Estado Chileno. Procura avaliar os deslocamentos epistemológicos e discursivos que o Estado realiza ao engendrar a Educação Intercultural para indí-genas, enquadrando-a no contexto social contemporâneo do Chile. Enfim, este artigo traz uma contribuição para a discussão crítica das bases teórico-jurídicas em que se estabelecem os projetos ofi-ciais de Interculturalidade e Educação no Chile.

Valdo Barcelos e Sandra Maders, da Universidade Federal de Santa Maria, retomando o tema da etnicidade sob outro enfoque, refletem sobre os processos culturais que levaram os nativos desta terra de Pindorama (índios brasileiros) a se sentirem estrangeiros em suas próprias terras. O autor e a autora mostram que a ques-tão do ser “estrangeiro” não se reduz a uma dimensão geográfi-ca, tal como se pensava até recentemente. Hoje, com a facilidade de acesso às informações, seja pela internet, seja pelos meios de transporte, as fronteiras geográficas facilmente podem ser supe-radas. Com isto, o sentido do termo “estrangeiro” tem mudado. Constata-se que o “ser estrangeiro” tem mais a ver com o modo de ser, de sentir-se, do que com aspectos territoriais e com um deter-minado local.

Nadir Esperança Azibeiro, professora na Universidade do Es-tado de Santa Catarina, discute a desconstrução de subalternida-des e mudanças paradigmáticas na perspectiva de construção de formas dialógicas e solidárias de ser-sentir-pensar-agir. Discorre sobre a modernidade-colonialidade, que produziu o entendimen-to das outras localizações geográficas como terras vazias, ou dos povos por lá existentes como sem cultura. Nesse sentido, a possibi-lidade de propostas de educação intercultural que se estabeleçam a partir de relações de reciprocidade, supõe a emergência de outros

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paradigmas. Nessa perspectiva se insere, entre outras alternativas, o pensamento fronteiriço, como uma aposta na desconstrução de subalternidades e na emergência de formas mais solidárias de ser--sentir-pensar-agir.

João Batista Albuquerque Figueiredo e Maria Eleni Henrique da Silva, da Universidade Federal do Ceará, focalizam a busca de desconstrução da colonialidade no campo da educação ambien-tal e intercultural. Consideram que a modernidade/colonialidade produziu um distanciamento na relação entre os seres humanos e dos seres humanos em sua relação com a “natureza”. Ao afetar criticamente a dimensão social e ecológica, o paradigma mo-derno/colonial traz implicações para a própria formação d@s educador@s. Neste contexto, autor e autora levantam algumas questões: o que podemos entender por modernidade? O que isto implica para a concepção e prática educacional? Podemos pen-sar em alternativas a este padrão educativo no tocante à formação de educador@s ambientais populares que atendam aos dilemas do mundo atual? Em busca de respostas mobilizadoras de ações potencialmente transformadoras, autor e autora realizam uma pesquisa bibliográfica dialógica. Estabelecem um diálogo entre Educação Intercultural, Educação Popular, Educação Ambiental, Formação de Educadore(a)s e os Estudos da Colonialidade/Mo-dernidade. Concluem com uma proposta que resulta na Forma-ção Relacional Ambientalizada Descolonializante.

Anja María Mackeldey, pesquisadora associada ao grupo de pesquisa Unipluriversidad da Universidad de Antioquia, Sede Me-dellín (Colômbia), propõe o reconhecimento da “co-razón” (neo-logismo castelhano para indicar ambivalentemente o conceito de “co-razão” e a metáfora de “coração”) como elemento

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fundamen-tal da educação intercultural. A autora, de origem alemã imigrada na Colômbia, rastreia o desenvolvimento do conceito de “co-ra-zão” em várias culturas nacionais e geracionais. Busca suas impli-cações para o método de dramaturgia que facilita a encenação, as-sim como reflexões “co-razoadas” na educação intercultural, para se chegar a penetrar com mais facilidade o espaço do “entrelugar”, quem acontecem as ações pedagógicas da educação intercultural. A autora toma seu campo de trabalho, o ColegioAlemán Medellín, como lugar para realizar e documentar experiências de pesquisa co-construída com estudantes e docentes na “Arte de Aprender a Nadar entre duas águas”. Entende, assim, a “co-razão” como um in-grediente anarco-solidário indispensável para mover-se no “inter” da educação intercultural.

Maria Conceição Coppete, professora na Universidade do Es-tado de Santa Catarina, apresenta resulEs-tados de sua tese de dou-torado, desenvolvida com a orientação de Reinaldo Matias Fleuri e coorientação de Tania Stoltz, analisando a possibilidade de uma educação para a diversidade numa perspectiva intercultural. Desta-ca o conceito de diversidade no Desta-campo normativo, passando pelas Ciências Sociais e alcançando sua dimensão cultural, uma vez que no Brasil a expressão “diversidade” tem sido usada como multicul-turalismo, principalmente pelo poder público, revelando distintas proposições. Apresenta o conceito de educação intercultural e suas implicações na prática pedagógica. Dentro dessa abordagem, cul-turas diferentes são entendidas como contextos complexos e a relação entre elas produz confrontos entre visões de mundo diferentes. Essa educação favorece a construção de um projeto comum, mediante o qual é possível integrar dialeticamente as diferenças. Sua orientação está focada na construção de uma sociedade plural, democrática e

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eminentemente humana, capaz de articular políticas de igualdade com políticas de identidade.

Márcio Penna Corte Real, da Universidade Federal de Goiás, confronta as perspectivas do multiculturalismo com a da intercul-turalidade na investigação das relações de saber e poder no campo cultural da capoeira. Entende que o multiculturalismo, como dis-curso das diferenças, tem na interculturalidade seu contraponto fundamental. Desta tensão teórica pode resultar uma concepção político-pedagógica e epistemológica capaz de suportar a produ-ção do conhecimento educacional em contextos permeados pela dinâmica de encontro e confronto entre sujeitos de identidades culturais diferentes. O autor alicerça teórica e empiricamente sua discussão na trajetória de um grupo de pesquisas, na área da edu-cação, da Universidade Federal de Santa Catarina. Particularmen-te, destaca o processo de pesquisa em torno das relações de saber e poder no contexto das identidades culturais. Formula o campo empírico a partir da realização de cursos pilotos de formação de educadores populares de capoeira na perspectiva intercultural da educação. Tal trajetória permitiu demonstrar que a intercultura-lidade, ao assumir o desafio de lidar com a diversidade cultural, apresenta os seguimentos desdobramentos: 1) trata-se de uma concepção político-pedagógica, isto é, uma forma de pensar e de fazer educação, que ao invés de anular os conflitos, tenta lidar com os mesmos a partir da ideia de diálogo intercultural; 2) uma matriz epistemológica, ou seja, uma forma de teorizar práticas educativas em cenários caracterizados pela diversidade cultural e de produ-zir conhecimento; 3) e uma mediação que extrapola o plano das práticas educativas e potencializa referências para a elaboração de políticas públicas e para a convivência em sociedades permeadas pelo encontro e confronto de culturas diferentes.

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Cristiana Tramonte e Katarina Grubisic, da Universidade Fe-deral de Santa Catarina, buscam refletir sobre os aspectos peda-gógicos da educação musical de crianças e adolescentes no projeto social “Orquestra Escola”. Este projeto trabalha a educação musi-cal ao formar uma orquestra de cordas e sopro. Nesta perspectiva, verifica-se que, num projeto de orquestra, o fazer musical é uma prática social com importantes elementos pedagógicos.

Reinaldo Matias Fleuri e Viviane Lima Ferreira, da Universi-dade Federal de Santa Catarina, refletem sobre as implicações da interculturalidade na perspectiva de inclusão digital na escola. Re-tomam inicialmente a conceituação deste novo campo de debate que se apresenta como intercultura, indicando as implicações para a educação intercultural. Focalizam alguns desafios que a escola enfrenta hoje ao desenvolver a perspectiva intercultural, particu-larmente no que se refere à construção do percurso e dos saberes escolares, ao desenvolvimento da subjetividade e da intersubjetivi-dade dos educandos e à formação dos educadores. Por fim, detêm--se na discussão sobre o desenvolvimento de novas tecnologias na escola para promover processos de inclusão intercultural, in-dicando a necessidade de compreensão crítica do contexto tecno-lógico, de formação da cultura digital do professor e de produção colaborativa do conhecimento. Por fim, analisam uma experiência escolar que incorpora participativamente equipamentos e progra-mas digitais de livre uso como propostas alternativas aos modelos mercantis de educação digital.

Em suma, os estudos aqui divulgados trazem contribuições para a discussão de diferentes perspectivas, questões e práticas de educação intercultural.

Do ponto de vista da etnicidade, estes estudos indicam que a incorporação de estudantes indígenas nas escolas (como as do

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México) desafiam os educadores a ensinar novos valores de con-vivência na escola. Nesta mesma direção – particularmente na Amazônia Peruana – busca-se formular uma proposta de prática pedagógica nas escolas para trabalhar com os valores sociais das populações indígenas, mestiças, ribeirinhas e caboclas na floresta amazônicas. Verifica-se, a partir destas propostas, que o trabalho pedagógico com os valores dos povos originários pode criar en-tre esses povos as bases objetivas de uma solidariedade política e sociocultural, assim como mudanças paradigmáticas que ensejem a desconstrução de subalternidades e a construção de formas dia-lógicas e solidárias de ser-sentir-pensar-agir.

Este processo de reconstituição identitária dos povos historica-mente subalternizados, entretanto, vem se constituindo contradi-toriamente em processos socioculturais de interação intercultural. É o que se constata no cenário das políticas públicas chilenas, em que o povo Mapuche, juntamente com outros povos indígenas, resistem à perspectiva subalternizante da Educação Intercultural Bilíngue proposta pelo Estado. É o que se verifica também nos processos culturais que levaram os índios brasileiros a se sentirem estrangeiros em suas próprias terras.

A conflitualidade inerente ao campo das relações interculturais interpela a uma compreensão dos fundamentos epistemológicos da sociedade moderno-colonial que caracteriza a história a nossa história de povos latino-americanos. Ao instituir uma visão di-cotômica da relação entre os seres humanos e dos seres humanos com a “natureza”, o paradigma moderno/colonial traz implicações importantes para o campo educacional, favorecendo processos de sujeição. Neste contexto, coloca-se o desafio de “aprender a na-dar entre duas águas”, ou seja, de se explorar os espaços de “entre

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lugar”, em que acontecem as ações pedagógicas da educação in-tercultural e tornam possível articular políticas de igualdade com políticas de identidade.

Nesta direção, experiências de formação de educadores no campo cultural da capoeira indicam que ao lidar com a diversidade cultural, os conflitos podem ser fatores mobilizadores de diálogo intercultural, de produção de conhecimento e de elaboração de políticas públicas que favoreçam a convivência em sociedades per-meadas pelo encontro e confronto de culturas diferentes. Assim, o trabalho com as diferentes áreas educacionais, tal como as artes, a música, ou as tecnologias digitais, podem ser ressignificadas do ponto de vista intercultural, na perspectiva de descolonializar as relações de saber e de poder, de ser e de viver.

os artigos de demanda contínua

Esta sessão começa com um artigo de Jaime Breilh. Ele é diretor da área de saúde da Universidade Andina Simón Bolivar (Equa-dor). Seu texto, cujo título é “Hacia uma universidad soberana, excelência y crítica: los princípios y caminos de su responsabilidad social”, traz reflexões sobre o papel da universidade na América Latina. Em seguida, vêm diversos textos que abordam diversos tó-picos especiais sobre as diversas problemáticas pungentes e atuais na produção do conhecimento sobre a educação brasileira. Neste sentido, se sobressai uma questão polêmica nas universidades, de-batida por Delcele Mascarenhas Queiroz (PPGE/UNEB/Bahia), a saber: “As políticas de cotas para negros nas universidades brasilei-ras e a posição dos intelectuais”.

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Gisela Maria Silveira Colombi e Diana Carvalho de Carvalho (PPGE/UFSC), contribuem comas reflexões sobre a educação bá-sica, nomeadamente, “O Ensino Fundamental de nove anos no Brasil: Uma análise da produção”. Vale destacar que esse artigo também pode fortalecer as reflexões contidas em outra sessão da revista “Fórum Permanente sobre a Educação Básica”. No que se refere aos estudos, também polêmicos, se insurgem as reflexões pertinentes e profundas sobre a “educação no campo”, com o arti-go “Educação do campo: A luta dos movimentos sociais campesi-nos por uma Educação Escolar específica e diferenciada”, produzi-do pelo coletivo composto por Jansen Felipe da Silva, Denise Xa-vier Torres e Girleide Torres de Lemos (PPGE do Agreste/UFPE). Quando se fala em PROEJA, podemos recorrer a muitas pesquisas do no Portal da CAPES e nos GTs da ANPED. Neste sentido, Es-terzinha A. P. Gevaerd (IFSC/SÃO JOSÉ) e Maria dos Anjos Lopes Viella (IFSC/São José) retomam o tema, a partir do artigo “PRO-EJA – que história é essa?” No tange aos estudos da infância, um tema sempre recorrente é a questão do brincar na infância e suas relações com a escola. Sendo assim, Maria Raquel Barreto Pinto e Jucirema Quinteiro (PPGE/UFSC) lançam seus olhares para uma problemática sempre atual e de suma relevância quando se discute infância, qual seja: “A condição social do brincar na escola: o pon-to de vista da criança”. Encerrando esta sessão, outra problemática de suma relevância e contemporaneidade nos debates acadêmica é a educação a distância. Sobre o tema Carina Elisabeth Maciel e Andréa Ferreira Marques, ambas do PPGE/UFMS, trazem para a cena acadêmica o seguinte debate “Educação à distância e a Uni-versidade Aberta do Brasil: políticas de educação superior para trabalhadores estudantes”.

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as resenhas

Esta sessão é contemplada com uma bela resenha, escrita por José Douglas Alves dos Santos (PPGE/UFS) a partir do livro 10 anos com Mafalda (2010). O livro resenhado reproduz as tiras de Mafalda e sua turma desenhadas por Quino, Joaquín Salvador La-vado, organizadas em 13 temas – a família, a rua, a escola, assim vai o mundo, Mafalda e a sopa, Férias, TV, Guile, Susanita, Felipe, Manolito, Miguelito e Liberdade. O autor, com seu olhar sensível, revisita as tiras, trazendo importantes reflexões sobre a obra rese-nhada.

o Fórum Permanente de debate sobre a Educação Básica

Esta sessão, conforme o seu enunciado pretende instaurar um debate permanente sobre os limites e possibilidades da Educação Básica. A ideia é estimular os pesquisadores da área da educação a realizar pesquisas e publicá-las neste espaço de viés político-peda-gógico. Neste número, a contribuição veio com o texto de Jéssica Schimidt Nunes (Curso de Pedagogia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos), cujo título é “Diálogos com crianças sobre a transição da educação infantil para o ensino fundamental”.

a sessão Caminhos abertos

Nesta sessão, Any Mery Dariva Vasconcelos e Ricardo Rezer (Curso de Educação Física da Unochapecó) sinalizam para um

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problema que também tem intrínsecas relações com a Educação Básica, a saber: a questão do estágio curricular obrigatório (ECO) e o processo de formação. O texto “Estágio curricular obrigatório: contribuições para a formação de professores de educação Física”. Os autores concluem que “[...] o ECO vai ganhando espaço nos cursos de licenciatura, permitindo interlocução mais consistente e orgânica entre os contextos de intervenção e a universidade. O ECO representa um ponto de convergência do processo formati-vo, e suas experiências podem contribuir significativamente para a formação de professores de Educação Física.”

Para finalizar esta sessão, Maria Augusta Martiarena de Olivei-ra e Giana Lange do AmaOlivei-ral (PPGE/UFRGS/Pelotas) tOlivei-razem paOlivei-ra reflexão o artigo “A Escola de Agronomia e Veterinária Eliseu Maciel em fotografias: aspectos da história de uma instituição de ensino superior”. Trata-se de uma pesquisa no âmbito da História da Educação; uma pesquisa sobre a história das instituições edu-cacionais, que se estabelecem como um dos ramos em que há uma maior produção historiográfica, ao mesmo tempo que ainda exis-te uma grande demanda de instituições a serem investigadas. A pesquisa analisa a história de uma instituição durante na Primeira República, utilizando-se de fotografias e textos divulgados na im-prensa local.

os textos audiovisuais

O texto visual que compõe esta sessão é de autoria de Paulo Lima (PPGE/UFBA). As fotografias expostas compõem parte da investigação que elegeu educação, mídia e fotografia como

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cate-gorias teóricas importantes e se constituiu em processo investiga-tivo textual-imagético. O texto tem como título “Educação, Mídia e Fotografia: Lentes Experimentais” e foi desenvolvido no Grupo de Estudos e Pesquisas em Mídia/memória, Educação e Lazer no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação, Sociedade e Práxis Pedagógica da Universidade Federal da Bahia. O diálogo empírico contou com oficinas de fotografia organizadas em três etapas distintas que se entrecruzam em torno da criatividade e critica. Tomou como sujeito crianças em idade escolar que cursa-vam o 6º ano do Ensino Fundamental II, evidenciando a fotogra-fia como dispositivo de pesquisa para além do fazer instrumental acerca da vida ambiental citadina.

Convidamos a todas as leitoras e leitores para terem uma leitura crítica e propositiva desta edição.

Florianópolis, outono de 2013 Maurício Roberto da Silva Editor Reinaldo Fleuri Editor associado nesta edição

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Notas

1 Doutor em Educação pela Universidade de Campinas (1988) e pós-doutor

pela Universitàdegli Studi di Perugia, Itália (1996), pela Universidade de São Paulo (2004) e pela Universidade Federal Fluminense (2010). Professor titular da Universidade Federal de Santa Catarina, com vínculo de professor voluntário após sua aposentadoria em 2011. É professor visitante Nacional Sênior (CAPES) junto ao Instituto Federal Catarinense desde 2012. Coordena o Grupo de Pesquisa Educação Intercultural e Movimentos Sociais (UFSC/ CNPq). É pesquisador 1 do CNPq. E-mail: <fleuri@pq.cnpq.br>.

2 Paradoxo é uma contradição lógica que, se não resolvida, coloca em toda a estrutura lógica da argumentação que a gerou.

3 Os estudos aqui apresentados se articulam com o projeto integrado de pesquisa Educação Intercultural: descolonializar o saber, o poder, o ser e o viver (CNPQ, 2010-2014) desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Educação intercultural e movimentos sociais (cf. http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo. jsp?grupo=0043708JCBVE0N).

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