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Estilo de vida, conhecimento e motivos de adesão ao exercício físico dos idosos participantes do programa saúde em movimento do município de Boa Vista Do Buricá /RS

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - CAMPUS SANTA ROSA

ESTILO DE VIDA, CONHECIMENTO E MOTIVOS DE ADESÃO AO EXERCÍCIO FÍSICO DOS IDOSOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA SAÚDE EM

MOVIMENTO DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO BURICÁ/RS

ANDRÉIA NAIR FRITZEN GRIEBLER Orientador: Prof. Ms. Luiz Serafim de Mello Loi

SANTA ROSA-RS 2015

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2 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL - UNIJUÍ

ESTILO DE VIDA, CONHECIMENTO E MOTIVOS DE ADESÃO AO EXERCÍCIO FÍSICO DOS IDOSOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA SAÚDE EM

MOVIMENTO DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA DO BURICÁ/RS

ANDRÉIA NAIR FRITZEN GRIEBLER

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Curso de Educação Física da Unijuí-Campus Santa

Rosa, como exigência parcial para obtenção do

título de Bacharel e Licenciado em Educação Física.

SANTA ROSA-RS 2015

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3 DEDICATÓRIA

A toda minha família, pais e irmãos, pela segurança e caráter que me deram;

Ao meu noivo Diego José Hammes, pela sua essência, determinação, compreensão, apoio para continuar nesta caminhada, com muito amor e carinho;

Aos amigos, fieis companheiros;

E também a todos os colegas e professores, que estiveram ao meu lado nesta trajetória e em especial ao professor Luiz Serafim de Mello Loi pelo caminho orientado e paciência, durante o desenvolvimento do trabalho.

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4 AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que até aqui tem demonstrado seu grande amor para comigo, através de suas bênçãos maravilhosas nesta longa caminhada dando-me força de vontade, dedicação para estudar conteúdos relacionados a Educação Física.

A minha família, que sempre me incentivou e apoiou, dando-me forças para que não desistisse por mais que fosse difícil esta jornada, e desta forma para que atingisse este objetivo, bem como pela força moral para a conclusão deste trabalho de conclusão de curso.

A todos os professores que passaram pela minha formação, os quais sempre me auxiliaram e estiveram dispostos a ajudar dando sugestões, esclarecendo dúvidas, com certeza todo o esforço e dedicação somaram para meu aprendizado e minha vida.

Agradeço ao Prof.º Loi, meu brilhante e adorável orientador, um exemplo a ser seguido. Agradeço o companheirismo, a confiança e o carinho ao longo desses anos, por ter compreendido minhas “limitações da vida diária” como ninguém. Obrigada pelas lições de vida, por ter influenciado a não estar satisfeita com os conhecimentos, buscando sempre mais, novos estudos.

E também aos idosos participantes do programa Saúde em Movimento, que viabilizaram a concretização desse estudo.

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5 RESUMO

O estilo de vida que as pessoas adotam é o principal responsável por atingir ou não idades mais avançadas, assim, para ter um estilo de vida ativo deve-se ter um conhecimento sobre a importância da prática de exercícios físicos para a saúde e qualidade de vida. Esta pesquisa teve como objetivo verificar e identificar as variáveis que influenciam a população idosa de Boa Vista do Buricá/RS a aderir e manter um estilo de vida ativo, bem como o conhecimento que os sujeitos têm sobre o exercício físico. Trata-se de uma pesquisa descritiva transversal com caráter qualitativo e quantitativo. A amostra constitui-se de 48 idosos, 16 do gênero masculino e 32 do gênero feminino, com idade média 67,35, a qual todos são participantes do programa Saúde em Movimento do município. As variáveis independentes estudadas foram definidas da seguinte forma: gênero, idade, nível de escolaridade, e classe social. A coleta de dados se deu através do questionário Perfil de Estilo de Vida, segundo Nahas, Barros e Francalacci, (2000); questionário sobre Conhecimento e Percepção sobre o Exercício Físico (DOMINGUES, ARAUJO e GIGANTE, 2004); e ainda houve uma questão aberta, que determinou o motivo da adesão ao programa Saúde em Movimento. Os dados foram processados e analisados com o auxílio do Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows, versão 18.0. Utilizou-se da análise descritiva para descrever os resultados obtidos com Tabelas simples que, descrevem as frequências e frequências percentuais. O teste Qui-Quadrado foi adotado com o objetivo de verificar a existência de associação entre duas variáveis qualitativas, o nível de significância foi determinado em P<0,05, e o coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para verificar a correlação entre as variáveis. Ambos os gêneros possuem o mesmo nível de conhecimento sobre exercício físico, e a idade não influenciou para que os sujeitos apresentassem maior ou menor conhecimento sobre exercício físico. As mulheres não se mostraram mais ativas do que os homens e no geral o Estilo de Vida relacionado à saúde é Positivo, porém alguns componentes ainda são negligenciados, sendo eles Nutrição e Atividade Física. Conclui-se que ambos os gêneros participam do programa para melhorar sua saúde, sendo que a grande maioria destes idosos tem conhecimento Bom e Regular sobre exercício físico, e classificaram-se positivamente em todos os componentes do Pentáculo do Bem Estar.

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6 ABSTRACT

The lifestyle that people adopt is mainly responsible for achieving or not older ages, so, to have an active lifestyle, should have knowledge about the importance of physical exercise for health and life’s quality. This research had as objective to verify and identify the variables that influence the elderly population of the municipality of Boa Vista do Buricá, RS State, to join and maintain an active lifestyle, as well as knowledge that individuals have about the exercise. This is a transversal descriptive research, with qualitative and quantitative approach. The sample consisted of 48 seniors, 16 males and 32 females, mean age 67,35, all participants are part of the health in Motion program in the municipality. The independent variables were defined as follows: gender, age, education level, and social class. Data collection occurred through the questionnaire Lifestyle Profile, according Nahas, Barros and Francalacci, (2000); questionnaire on knowledge and perception of the Exercise (DOMINGUES, ARAUJO and GIGANTE, 2004); and there was still an open question, which determined the reason for adherence to the program Health in Motion. Data were processed and analyzed with the help of Statistical Package Program for Social Sciences (SPSS) for Windows, version 18.0. Was used descriptive analysis to describe the results obtained from simple tables, that describe the percentage frequencies and frequencies. The chi-square test was adopted in order to verify the existence of association between two qualitative variables, the level of significance was set at P <0.05, and the Pearson correlation coefficient was used to verify the correlation between the variables. Both genders have the same level of knowledge about exercise, and age didn’t influence that individuals have more or less knowledge about exercises. Women were not more active than men, in general, the health-related Lifestyle is positive, but some components are still neglected, as Nutrition and Physical Activity. It was concluded that both genders participate in the program to improve their health, and the vast majority of these seniors have Good and Regular knowledge about physical exercises, and rated themselves positively in all components of the Pentacle Welfare.

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7 SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO... 12

2. REVISÃO DA LITERATURA... 14

2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL... 14

2.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DECORRENTES DO ENVELHECIMENTO... 17

2.3 A PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA PARA OS IDOSOS E SEUS BENEFÍCIOS... 19

2.4 ATIVIDADES FÍSICAS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL... 22

2.5 ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL... 24

2.5.1 Componente Nutrição... 26

2.5.2 Componente Atividade Física... 27

2.5.3 Componente Comportamento Preventivo... 27

2.5.4 Componente Relacionamento... 28

2.5.5 Componente Controle do Estresse... 29

2.6 MOTIVOS DE ADERÊNCIA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS POR IDOSOS... 31

2.7 CONHECIMENTO SOBRE EXERCÍCIO FÍSICO POR IDOSOS... 32

3. METODOLOGIA... 35

3.1 TIPO DE PESQUISA... 35

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA... 35

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO... 35

3.4 PROCEDIMENTOS... 36

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS... 36

3.6 ANÁLISES DOS DADOS... 37

4. ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTADOS... 39

5. CONCLUSÃO... 54

6. REFERÊNCIAS... 56

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8 LISTA DE TABELAS

TABELA 01. Caracterização da amostra sócio demográfica...39 TABELA 02. Motivo da participação no programa Saúde

em Movimento...40 TABELA 03. Distribuição das variáveis referentes ao

Conhecimento sobre o Exercício Físico...41 e 42 TABELA 04. Pontuação referente ao conhecimento sobre Exercício

Físico dos idosos da amostra associado ao gênero...44 TABELA 05. Pontuação referente ao conhecimento sobre Exercício

Físico dos idosos da amostra associado à idade...45 TABELA 06. Pontuação referente ao conhecimento sobre Exercício

Físico dos idosos da amostra associado ao Nível de Escolaridade...46 TABELA 07. Pontuação referente ao conhecimento sobre Exercício

Físico dos idosos da amostra associado a Classe Social...46 TABELA 08. Análise do Perfil do Estilo de Vida da totalidade

da amostra...47 TABELA 09. Análise do Perfil do Estilo de Vida da totalidade da

amostra estratificado por gênero...48 TABELA 10. Conhecimento sobre Exercício Físico associado ao

componente Nutrição...49 TABELA 11. Conhecimento sobre Exercício Físico associado ao

componente Atividade Física...49 TABELA 12. Conhecimento sobre Exercício Físico associado ao

componente Preventivo...51 TABELA 13. Conhecimento sobre Exercício Físico associado ao

componente Relacionamento...51 TABELA 14. Conhecimento sobre Exercício Físico associado ao

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9 LISTA DE QUADROS

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10 LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Instrumento de coleta de dados. Pentáculo do Bem – Estar...26 Figura 02: Barreiras e facilitadores para a prática regular de atividades

físicas de idosas longevas inativas fisicamente, participantes de grupos de convivência para idosos de Florianópolis-SC...32 Figura 03. Síntese das definições das principais recomendações mundiais para a prática de atividade física...43

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11 LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE- A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO...65 APÊNDICE- B: PERFIL DO ESTILO DE VIDA INDIVIDUAL...66 APÊNDICE- C: QUESTIONÁRIO ESPECÍFICO PARA AVALIAR A

PERCEPÇÃO E O CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE

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12 1. INTRODUÇÃO

Atualmente vêm-se discutindo, assuntos relacionados à qualidade de vida e à promoção de saúde, na qual, a atividade física orientada apresenta grande papel nesse contexto, pois ela auxilia tanto na prevenção quanto no tratamento de determinadas enfermidades. Portanto, juntamente com esta percepção tem-se notado o avanço crescente da população idosa na procura de atividade física no Brasil e no mundo.

Neste sentido, o aumento da expectativa e da aquisição de uma boa qualidade de vida está diretamente relacionado ao controle das doenças, através da prática de exercícios físicos realizados regularmente. De acordo, com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014) o crescimento do número de idoso no Brasil ocorre em ritmo acelerado, sendo que em 2030 constituirá a 6ª maior população de idosos do mundo, o que é atribuído a uma maior expectativa de vida (MELLO, 2005). Em decorrência disso, 77% das mortes nos países em desenvolvimento ocorrerão por doenças não transmissíveis, como por exemplo, AVC, infarto, câncer, diabetes e hipertensão, podendo elas ser tratáveis, mas incuráveis (KALACHE, 1996).

Mas, mesmo que a expectativa de vida do idoso esteja crescendo, não significa que os mesmos estão vivendo com qualidade, pois as alterações decorrentes do processo de envelhecimento requerem maior cuidado e atenção de seus cuidadores, tanto no aspecto físico como psíquico.

No entanto, como alternativa para se ter uma boa qualidade de vida está a prática de atividade física regular, que traz inúmeros benefícios, tanto físicos quanto psicossociais a seus praticantes. Então, acredita-se que a aderência de um programa de atividade física esteja relacionada diretamente pela busca destes benefícios que a mesma proporciona.

Desta forma, o envelhecimento é considerado parte da vida, sendo tipicamente acompanhado por alterações fisiológicas graduais e progressivas, e por um aumento na prevalência de enfermidades agudas e crônicas. Embora não seja uma doença ou incapacidade, o envelhecimento está associado a uma incidência elevada do comprometimento físico e da capacidade funcional.

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13 Aliás, quando se aborda o tema envelhecimento saudável, não se pode deixar de estudar o estilo de vida que o indivíduo adota, pois os hábitos, ou seja, o que as pessoas costumam fazer no seu dia-a-dia, na sua rotina refletem diretamente na sua qualidade de vida.

Também é importante ressaltar que há várias barreiras e facilitadores para a adoção de um estilo de vida ativo por meio da participação de programas de atividades físicas, podendo variar desde aspectos pessoais e sociais a ambientais. Deste modo, qualquer indivíduo necessita de suporte e incentivo para enfrentar a inatividade física (MOTA; SALLIS, 2002).

O conhecimento sobre a importância e os benefícios da prática de atividade física regular para a saúde também pode interferir na decisão das pessoas idosas a aderir à prática física ou não. Geralmente as que não sabem os benefícios que a atividade física promove para a saúde geralmente são as mais inativas fisicamente se comparadas as que têm este conhecimento.

Com isso, a proposta de pesquisa se justifica na tentativa de encontrar parâmetros em relação ao estilo de vida. Desta forma, devido, a crescente procura da prática de atividade física por idosos, houve uma inquietação por parte da pesquisadora, em entender como é o estilo de vida, o conhecimento e quais os motivos de adesão ao exercício físico dos idosos participantes do programa saúde em movimento do município de Boa Vista do Buricá/RS?

Assim, no intuito de responder a pergunta acima, esta pesquisa teve como objetivo verificar e identificar as variáveis que influenciam a população idosa de Boa Vista do Buricá/RS a aderir e manter um estilo de vida ativo, bem como o conhecimento que os sujeitos têm sobre o exercício físico.

Para isso, a pesquisa desenvolveu-se através de uma revisão de literatura que constou dos seguintes tópicos: O processo de envelhecimento saudável; Alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento; A prática da atividade física para os idosos e seus benefícios; Atividades físicas para o envelhecimento saudável; Estilo de vida saudável; Motivos de aderência de exercícios físicos por idosos; e Conhecimento sobre exercício físico por idosos. Logo após, consta a metodologia que demonstra os caminhos trilhados para o desenvolvimento da pesquisa, seguido da análise e discussão dos dados, por fim, a conclusão onde buscou-se retomar os pontos mais importantes da pesquisa.

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14 2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

Nas últimas décadas a população de idosos vem aumentando de maneira expressiva em todo o mundo, sendo indispensável a sua integração na sociedade. Ou seja, as pessoas estão vivendo cada vez mais, a ponto de se prever que em torno do ano 2020 o número de pessoas com mais de 60 anos será equivalente ao número de jovens (NAHAS, 2006). No Brasil, o processo de envelhecimento populacional se dá num ritmo sem precedentes, e isto, faz com que a questão da qualidade de vida a partir da meia-idade desperte o interesse e preocupe pesquisadores, profissionais, liberais, empresários e governantes.

Mas, mesmo que a expectativa de vida do idoso esteja crescendo, não significa que os mesmos estão vivendo com qualidade, pois as alterações decorrentes do processo de envelhecimento, os idosos requerem maior cuidado e atenção de seus cuidadores, tanto no aspecto físico como psíquico.

Neste sentido, o envelhecimento é considerado parte da vida, sendo tipicamente acompanhado por alterações fisiológicas graduais e progressivas, e por um aumento na prevalência de enfermidades agudas e crônicas. Embora não seja uma doença ou incapacidade, o envelhecimento está associado a uma incidência elevada do comprometimento físico e da capacidade funcional.

A partir disso, tem-se o envelhecimento Primário e o envelhecimento Secundário, em que o envelhecimento primário é caracterizado pela perda, como por exemplo, da visão, da audição e da força. Já o envelhecimento secundário é caracterizado como envelhecimento acelerado que ocorre como resultado de doenças ou fatores ambientais (SPIRDUSO, 2005). Logo, o envelhecimento está associado às mudanças físicas, como perda de força, diminuição da coordenação motora, do domínio do corpo e deterioração da saúde, às mudanças cognitivas evocadas por problemas na memória e na aquisição de novos conhecimentos, dentre outras.

Segundo Matsudo (1999), o processo de autonomia funcional ou até mesmo da capacidade funcional do indivíduo está determinado pela saúde, pela aptidão física e pela qualidade de vida, no sentido de que o processo de

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15 envelhecimento varia de pessoa para pessoa, sendo influenciado diretamente pelo estilo de vida que o individuo adota em sua vida diária, como também, fatores genéticos, ambientais e sociais.

De acordo com o conceito de Nahas (2006), o envelhecimento é considerado um processo gradual, universal e irreversível, provocando uma perda funcional progressiva no organismo do ser humano. Este processo é caracterizado por diversas alterações orgânicas, como a redução do equilíbrio e da mobilidade, das capacidades fisiológicas (respiratória e circulatória) e modificações psicológicas (maior vulnerabilidade à depressão).

Porém, Guedes (2001) diz que o envelhecimento se refere a um fenômeno fisiológico de comportamento social ou cronológico, ou seja, o envelhecimento constitui-se através de um processo biossocial de regressão, observável em todos os seres vivos, expressando-se na perda de capacidade ao longo da vida, devido à influência de diferentes variáveis, como as genéticas, efeitos deletérios que envolvem aspectos físicos e mentais, além das mudanças no estilo de vida, com alterações psicoemocionais.

Tradicionalmente, a idade cronológica de uma pessoa é determinada pela contagem dos anos que essa pessoa viveu até a data atual. Por outro lado, observa-se que pessoas com a mesma idade cronológica podem ter características físicas, atitudes e disposição muito diferentes. No entanto, o conjunto desses fatores fisiológicos e psicológicos que caracterizam a condição de saúde e a forma como vivem as pessoas determina o que se refere como idade biológica (NAHAS, 2010).

Entretanto, a legislação brasileira, em concordância com a Organização Mundial de Saúde (OMS), considera idoso, somente as pessoas maiores de 60 anos, de ambos os sexos, sem distinção de cor, raça e ideologia. O primeiro fator que marca a velhice é a aposentadoria, e é nesse momento que muitos idosos acabam se acomodando tornando-se totalmente sedentários, apesar de existir uma parcela de população que se mantém ativa.

No entanto, envelhecimento saudável é definido através de uma série de critérios subjetivos (tais como satisfação de vida e disposição de espírito) e medidas objetivas (tais como morbidez e mortalidade) (GARDNER, 2006). A definição mais proeminente o descreve como sendo a habilidade de manter três

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16 características: baixo risco de doença e deficiências relacionadas à doença, elevada capacidade funcional, física e cognitiva e envolvimento ativo com a vida.

Acredita-se que é possível a maximização de resultados positivos (elevada capacidade funcional, física e cognitiva e envolvimento ativo com a vida) e minimização de resultados negativos (baixo nível de doenças e deficiências) relacionados à velhice a partir da promoção de um envelhecimento saudável através de fatores como a atividade física e nutrição, pois estas duas áreas são particularmente importantes e estão relacionadas na manutenção da saúde durante toda a vida e especialmente na terceira idade (FRANK; SOARES, 2004). Propõe-se então, a associação destes fatores como elementos integradores na promoção de um envelhecimento mais saudável e com qualidade.

De acordo com isso, Moreira (2001, p. 29) salienta que:

Os fatores de risco na terceira idade são: sedentarismo, excesso de colesterol na dieta, hipertensão arterial e tabagismo, considerados primários e reversíveis para as doenças cardiovasculares, ao atingires o homem moderno, provocam muitas vezes a morte súbita e precoce, de maneira significativa, comprometem a qualidade de vida, estando relacionados, principalmente aos hábitos e estilo de viver.

Apesar disso, a ciência está mais preocupada com a qualidade de vida das pessoas do que propriamente com o número de anos. Afinal, um envelhecimento com mais qualidade geralmente está associado com uma vida mais longa, ou seja, pessoas fisicamente ativas com 60 anos de idade, o que em geral têm a idade biológica de um sedentário de 20 anos mais “jovem” (NAHAS, 2010). Então, a partir de toda a propaganda em torno do rejuvenescimento, as evidências atuais indicam que o processo de envelhecimento pode ser acelerado ou desacelerado por fatores ambientais e comportamentais, mas não pode ser revertido.

Em decorrência a isto, de acordo com Verderi (2004), há três etapas do envelhecimento, sendo elas, envelhecimento social, psicológico e funcional.

Com a adoção da aposentadoria, o idoso começa a sentir-se só, criando a ideia de que é improdutivo para a sociedade, com isso ele se isola, influenciando diretamente o seu pensamento a respeito da velhice, como assenta Verderi (2004), é criada uma barreira de isolamento social que impossibilita a pessoa a novas

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17 perspectivas e/ou ações. Essa barreira que é gerada necessita de um estimulo muito grande para ser quebrada, acelerando o processo do envelhecimento.

O envelhecimento psicológico tem como principal característica a depressão, que é o que influencia grande parte do grupo a tentarem o suicídio. Também está relacionada com o processo de aceleração do envelhecimento funcional, pois é a partir dessas concepções, quebradas ou não, que a pessoa começa a delinear seu estilo de envelhecer, ou seja, se ela se isola do mundo acelera, mas se tem uma vida mais saudável, com prática de atividade física, os efeitos desse processo retardam.

No entanto, após o envelhecimento social e o psicológico, vem o envelhecimento que mais afeta na qualidade de vida dos idosos, que é o envelhecimento funcional. É evidente que mudanças, tanto funcionais quanto morfológicas começam a aparecer no organismo e nem sempre são causadas por patologias e sim também podem ser causadas por desequilíbrios no processo de envelhecimento. Uma das principais características do ser humano é sua a individualidade biológica, em sendo um dos fatores que nos diferenciam uns dos outros. Com isso as mudanças biológicas que acontecem no nosso organismo são diferentes, pois os vários tecidos e os órgãos que compõem o nosso corpo têm diferentes velocidades de envelhecimento.

Ademais, para ter-se um envelhecimento saudável é necessário adotar um estilo de vida ativo e uma alimentação saudável, pois, as intervenções que mais afetam a qualidade do envelhecimento estão centradas na eliminação do fumo, no aumento da atividade física habitual e na melhoria dos padrões nutricionais.

2.2 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DECORRENTES DO ENVELHECIMENTO Algumas alterações fisiológicas são comuns a todas as pessoas que envelhecem, porém seu início e sua intensidade variam. Verificadas tanto na aparência física como nos diferentes sistemas orgânicos, não comprometem a qualidade de vida se forem percebidas como situações próprias desse período vital, mas requerem a adoção de novas atitudes e adaptações em relação a um estilo de vida ativo.

Deste modo, as alterações fisiológicas dos idosos refletem não apenas o processo de envelhecimento, mas também os efeitos de anos em exposição a

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18 agentes ambientais, além de processos de doença. Em geral, há um declínio na estrutura e funcionamento do corpo com idade avançada. O declínio resulta na capacidade de reserva diminuída dos vários sistemas orgânicos, que consequentemente produzem capacidades homeostática reduzidas, tornando o idoso mais vulnerável a estressadores, tais como as doenças, trauma, cirurgia, medicações e mudanças ambientais (PORTH, 2004).

Ainda de acordo com Porth (2004) e Dias (2010) há várias alterações fisiológicas decorrentes ao envelhecimento que se agravam com a falta de atividade física, dentre elas, podem ser citadas: alteração da composição corpórea, a diminuição da estatura; perda de 10-20% da força muscular e diminuição da habilidade da força estática; as unhas do idoso tornam-se opacas, frágeis, finas e sem brilho; há alterações no sistema respiratório e pulmonar (dificulta a tolerância ao esforço); sistema nervoso (aumenta as dificuldades de reação e velocidade dos movimentos) e sistema cardiovascular (diminuição no débito cardíaco, frequência cardíaca, menor recuperação e adaptação ao exercício); sistema neuromuscular (redução da massa muscular); sistema imunológico; sistema ósteoarticular e também há alteração no paladar, toque, visão e audição.

Cabe ressaltar, que o coração é o músculo mais importante do corpo humano e afeta as funções fisiológicas. Ele reenvia o sangue oxigenado para o lado esquerdo, e favorece o retorno venoso para o lado direito.

Em consequência, quando o coração não funciona adequadamente, todo o seu corpo se torna menos eficiente (VERDERI, 2004). No entanto, há alterações nos músculos, onde as células diminuem em número e tamanho. Consequentemente temos um aumento no volume de água e gordura, e uma diminuição da massa magra. Diminui a velocidade de contração muscular, diminui a elasticidade, aumenta o colágeno, a resistência e os ligamentos endurecem, sobrecarregando as articulações, além da diminuição de massa óssea (aos 50 anos, as mulheres perdem em torno de 30% e, homens, em torno de 17%) (MAZO, 2001).

No entanto, no sistema osteoarticular, também apresentam algumas alterações, como na postura, mobilidade articular, equilíbrio e marcha. Sendo que, na coluna vertebral pode-se encontrar acentuação da cifose, da lordose e a escoliose. Podem aparecer pontos dolorosos pela redução da mobilização das

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19 articulações e palpação nas musculaturas. As articulações do ombro, do quadril, joelhos e tornozelos, por exemplo, tendem a enrijecer mais rapidamente (MATSUDO et al., 2000).

Portanto, de acordo com Verderi (2004), nas atividades práticas devem-se enfatizar exercícios de mobilidade e soltura das articulações, associados ao fortalecimento das musculaturas que dão sustentação a essas articulações. Com isso, a capacidade funcional deve ser avaliada de forma pessoal, pois o idoso apresenta resultados caracterizados descritivamente pelo seu passado pessoal e crônico.

Com o progresso da idade há uma diminuição na quantidade de força, este fenômeno está associado ao declínio das atividades diárias e intensidade das mesmas. Passamos por redução das propriedades contrateis dos músculos e um aumento da gordura intramuscular e do tecido conjuntivo, a também uma perda gradual de motoneurônios (BARBOSA, 2007).

Deste modo, Dias (2010) afirma que o decréscimo das capacidades motoras, redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2Maximo,

dificultando a realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável, estão diretamente influenciados com o processo de envelhecimento.

Ademais, observa-se que envelhecer de forma saudável está intimamente ligado à prevenção da dependência. No entanto, a importância de oferecer aos idosos informações sobre hábitos saudáveis e prática de atividade física diária, ou seja, ao aderir e manter um estilo de vida ativo, estará entardecendo essas alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento.

2.3 A PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA PARA OS IDOSOS E SEUS BENEFÍCIOS

O organismo humano foi construído para ser ativo, o qual nossos ancestrais eram muito ativos por necessidade da caça, pesca, fuga, busca de refúgio etc. Sendo que, atualmente, a mecanização, a automatização e as tecnologias, têm eximido as pessoas, em grande parte, das tarefas físicas mais intensas no trabalho e nas atividades da vida diária. O lazer passivo, como a televisão e os jogos eletrônicos, tem reduzido muito a parcela de tempo livre em que somos ativos fisicamente, assim, o lazer ativo vem a ser os esportes, a dança, as caminhadas, jogos ao ar livre, entre outros. No entanto, o prazer, a alegria de

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20 viver, a satisfação pessoal e as amizades, são fatores em nossas vidas que certamente antecedem e superam a preocupação com a longevidade, e precisam ser continuamente cultivados para que uma vida mais longa tenha sentido.

Desse modo, a atividade física é definida como um gasto de energia causado por uma contração muscular e que é compreendido, como característica natural do ser humano (GUISELINI, 2006). Ainda define-se a atividade física como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resultam em gasto energético maior do que os níveis de repouso (CASPERSEN et al., 1985). Neste sentido, a quantidade de energia necessária à realização de determinado movimento corporal deverá traduzir o nível de prática da atividade física exigido por esse mesmo movimento. Contudo, a prática regular de atividades físicas é uma das principais características para adquirir um estilo de vida saudável e consequentemente uma boa qualidade de vida.

A atividade física é importante para o envelhecimento, pois, traz além de benefícios funcionais, como a melhora da musculatura, equilíbrio postural, também proporciona para o participante benefício social, pois o reintegra novamente na sociedade e lhe apresenta novas amizades, e também proporciona benefícios psicológicos, esses que por sua vez melhoram a alto estima do idoso e faz com que ele se sinta estimulado a outras atividades da sua vida (VERDERI, 2004).

Em outras palavras, de acordo com Douglas (1999), apesar de o envelhecimento ser um fenômeno natural, a atividade física regular causa grandes benefícios que melhoram a qualidade de vida nesse período da vida. Os principais benefícios são, por exemplo, a diminuição da gordura corporal e aumento da massa muscular, força muscular, flexibilidade e densidade óssea, o aumento do volume sistólico, ventilação pulmonar, consumo máximo de oxigênio, diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial e melhora do perfil lipídico, e ocorre também a melhora da autoestima, autoconceito, imagem corporal, diminuição do consumo de medicamentos, stress, insônia, ansiedade, melhora as funções cognitivas e da socialização. Além desses efeitos, estão associados ainda ao controle e prevenção de doenças crônico-degenerativas, como doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, doenças respiratórias, osteoporose, distúrbios mentais, manutenção da independência funcional do indivíduo e aumento da longevidade.

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21 A atividade física regular de intensidade alta ou moderada produz aprimoramentos fisiológicos, independente da idade. Por isso, é evidente que a magnitude das alterações depende de vários fatores, incluindo o estado inicial de aptidão, genética e tipo específico de treinamento. Sendo que, há três tipos de exercícios importantes para pessoas idosas: aqueles que melhoram a flexibilidade, aqueles que melhoram a força muscular e aqueles que aprimoram a capacidade cardiopulmonar. Já em pacientes severamente descondicionados, um único exercício pode atingir parcialmente todos os objetivos (FREITAS, 2002).

Nesse sentido, é possível perceber que a atividade física regular, ou seja, a adoção de um estilo de vida ativa e saudável é necessária para a promoção da saúde e qualidade de vida durante o processo de envelhecimento. Pessoas mais idosas que pôr algum motivo, não tiveram a chance ou motivação para praticarem algum esporte durante seu período de juventude, poderiam desfrutar dos benefícios da atividade física após esta fase da vida sendo o trabalho de fortalecimento muscular, importante para a diminuição do declínio de déficit motor quanto para a melhora da autoestima desse idoso, causada pela independência funcional que a atividade física lhe ocasionará.

Todavia, existem várias restrições relacionadas à prática de exercício nas seguintes condições: história familiar de morte súbita em uma idade precoce; história de desmaio ou de dor torácica com o exercício; exercício vigoroso com o qual não está acostumado; exercício realizado com estresse psicológico concomitante; extremos de temperatura ambiental; exercício envolvendo um esforço significativo ou um componente de contração muscular estática; exercitar-se durante uma infecção viral ou quando a pessoa não está exercitar-se exercitar-sentindo bem. Da mesma maneira, movimentos abruptos, transições entre altas e baixas intensidades, mudanças bruscas de posição e movimentos rápidos da cabeça são atividades que podem representar um risco desnecessário em programas destinados a esse público (MCARDLE et al., 1998). Há também indicações de que os exercícios em isometria (exercícios estáticos) são contra indicados em programas dirigidos para idosos, devido as suas implicações sobre a elevação da pressão arterial (MARQUES, 1996).

De um modo geral, o exercício físico é contra indicado principalmente para os idosos nas seguintes condições: com febre, hipertensão arterial grave,

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22 insuficiência cardíaca, embolia pulmonar e para diabéticos não controlados. Logo, os idosos devem estar atentos ao praticar exercícios, pois, eles têm uma condição física mais vulnerável pela questão da idade. Os idosos devem evitar praticar exercícios físicos mal orientados, ou sem alguma avaliação especifica feita por um profissional leigo na área da saúde.

Ademais, alguns aspectos devem ser observados, evitando: altas intensidades de exercícios, solicitação do sistema anaeróbico, exercícios isométricos, e movimentos rápidos e bruscos, cuidando para não ultrapassar a amplitude máxima dos movimentos e para o uso de medicamentos. Já o exercício físico para aumento da força e da massa muscular, por exemplo, está diretamente relacionado à saúde do idoso, pois garante sustentação e equilíbrio para que não ocorram quedas e consequentes fraturas.

Respectivamente, estas adaptações ao treinamento melhoram de forma intensa a capacidade funcional das pessoas idosas, interferindo na qualidade de vida desta população. Benefícios adicionais do exercício físico regular incluem melhora da saúde óssea, com consequentemente, diminuição no risco de osteoporose; melhora da estabilidade postural, minimizando assim o risco de quedas, lesões e fraturas associadas, e incremento da flexibilidade e amplitude de movimento.

Por fim, cabe resaltar, que a atividade física vem sendo apontada como um dos fatores comportamentais que contribui para um envelhecimento saudável, protetor da morbidade e mortalidade em idosos, uma vez que reduz o risco de doenças coronárias, diabetes, osteoporose, hipertensão, entre outras; atuando positivamente na saúde mental e na prevenção de quedas.

2.4 ATIVIDADES FÍSICAS PARA O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

A prática regular de atividade física vem sendo amplamente recomendada por profissionais e organizações de saúde como uma forma de promover a saúde. No entanto, a ACSM (2009) e a OMS (2005) recomendam que as pessoas se mantenham suficientemente ativas em todos os ciclos da vida. Contudo, as recomendações são de que as pessoas idosas realizem atividades físicas aeróbias, com intensidade moderada e/ou vigorosa, pelo menos 150 minutos semanais; de força muscular, no mínimo 2 vezes na semana; de flexibilidade pelo menos 2 dias

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23 por semana por, pelo menos, 10 minutos; e exercícios para manter ou melhorar o equilíbrio (MECHLING; NETZ, 2009; ACSM, 2009; HASKELL et al., 2007).

Assim a prática de atividade física deve estar relacionada com as necessidades de cada individuo, buscando suprir as carências de cada um, ou seja, as atividades devem ser escolhidas de acordo com o objetivo final de cada pessoa, no caso do idoso, ela tem muito mais como objetivo a melhoria da qualidade de vida e a facilidade na realização das atividades básicas diárias do cotidiano.

Nesse contexto, Ferreira (2003), diz que ao se programar uma atividade para a terceira idade, deve-se frisar quatro elementos principais, que são: aquecimento, alongamento, desenvolvimento e relaxamento ou finalização. Ainda para este autor, atividades físicas em forma de recreação, são as mais recomendadas para adaptação do idoso, pois usando a ludicidade a sua pratica pode ser de melhor aceitação pelos praticantes e posteriormente pode-se introduzir outros tipos de atividades mais especificas, tais como, treinamento de força, flexibilidade, alongamentos, resistência aeróbica, entre outros.

No entanto, Leite (1996) afirma que o treinamento de força é mais indicado para idosos, pois resulta no aumento da resistência, e leve a moderado ganho de massa muscular. Ou seja, a melhor atividade para os indivíduos idosos é o treinamento de força, pois este proporciona benefícios de grande importância nas perdas biológicas que o individuo apresenta.

Já Polito (2010) afirma que a caminhada realizada 150 minutos por semana, dividindo as sessões em vários tempos, reduz o diagnostico de diabetes tipo 2. E ainda, considera que para melhorar a força o melhor tipo de atividade é o exercício resistido, ou musculação como vulgarmente é conhecido, levando em consideração as necessidades e as especificidades de cada idoso. Ou seja, uma das melhores atividades para a redução dos riscos cardiovasculares, é o treinamento aeróbico, que compreende as atividades como esteira ou atividades aquáticas. Ainda, para a melhora da flexibilidade, que tem grande importância na manutenção e na melhora da autonomia do idoso o autor, classifica o alongamento sendo a principal ferramenta para se utilizar na melhoria das qualidades físicas. Já para a melhora do equilíbrio e da agilidade classifica o tai chi como ferramenta ideal.

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24 Entretanto, Guiselini (2006) considera a ginástica excelente ferramenta para combater os efeitos do processo de envelhecimento. Já Simões et al. (2008) considera a hidroginástica e as atividades aquáticas sendo as melhores atividades para os idosos, pois através de praticas recreativas pode-se fazer um trabalho que proporciona excelentes benefícios.

Contudo, Ferreira (2003) considera o exercício com halteres, uma boa atividade para pessoas que precisam de fortalecimento ósseo e muscular e o alongamento importante para pessoas que estejam precisando melhorar problemas posturais e de coluna vertebral.

A partir disto, conclui-se que todo tipo de atividade física quando bem orientada e realizada de forma correta, de baixa a média intensidade, de acordo com a individualidade biológica de cada idoso irá proporcionar benefícios de acordo com seus objetivos e suas necessidades.

2.5 ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL

Atualmente, o estilo de vida que o indivíduo adota tem causado comprometimentos à saúde humana e reflete diretamente na qualidade de vida dos indivíduos. Neste sentido, os modos de produções adotadas pelas sociedades modernas motivam o próprio modo de vida das pessoas, configurando assim, o trabalho humano como um dos alicerces sociais de relevância científica, tornando-o corresponsável por inúmeras mudanças no comportamento humano, afetando as mesmas nos seus aspectos fisiológico, psicológico e sociológico.

No entanto, entende-se que o estilo de vida está ligado diretamente ao conceito moderno de saúde, não compreendido somente como a ausência de doenças, mas uma preocupação com a qualidade de vida, com a integridade psico-corporal, com preocupações na condução de uma vida saudável (LOPES; PIRES NETO, s.d.). Ou seja, o estilo de vida são padrões de comportamento ou os modos que o indivíduo tipicamente vive.

Segundo Nahas (2006, p. 20) estilo de vida é o “conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas”. Estes hábitos e ações conscientes estão associados à percepção de qualidade de vida do indivíduo. Apesar disso, os componentes do estilo de vida podem mudar ao longo dos anos, podendo ocorrer só se a pessoa

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25 conscientemente avistar algum valor em algum comportamento que deva incluir ou excluir, além de perceber-se como capaz de realizar as mudanças pretendidas.

O estilo de vida ativo é considerado fundamental na promoção da saúde e redução da mortalidade por todas as causas. Para a maior parte da população, os maiores riscos para a saúde e o bem estar, advém do próprio comportamento individual, resultante tanto da informação e ambição da pessoa, como também das oportunidades e barreiras sociais presentes (NAHAS, 2006). Assim, o estilo de vida moderno, principalmente nas grandes cidades, tende a contribuir para o sedentarismo e obesidade da população.

Em outras palavras, a saúde e a qualidade de vida dependem principalmente do gerenciamento dos hábitos do dia a dia (GUISELINI, 2004). Nesse sentido, entende-se que os hábitos saudáveis, estão num conjunto de cuidar-se fisicamente bem, prover de tempo para lazer e vários outros hábitos promovem o bem estar da pessoa. Sendo que estes apoiam para a melhora do humor, definição de objetivos e, o controle da própria vida. Então, pode-se dizer que, a grande maioria dos indivíduos nasce saudável e mais da metade morre antes dos 65 anos por causa do gerenciamento inadequado do estilo de vida.

Há vários estilos de vida saudáveis, o qual é reconhecido como uma prática que ajuda acrescentar “anos à vida e vida aos anos”, tornando menos provável a ocorrência de doenças e incapacidades ao indivíduo que o faz (MENDOZA et al., 1994). No entanto, apesar dessa multiplicidade de estilos de vida, não existe um consenso apoiado por pesquisas científicas e riqueza cultural, pelo qual podemos identificar como um comportamento saudável (por exemplo, a prática de atividade física moderada) ou insalubre (a substância tóxica).

Dessa forma, Mendoza et al.(1994) demonstram quatro tipos principais de fatores que determinam o estilo de vida de uma pessoa: as características individuais, genéticas ou adquiridas, as características do microambiente em que se desenvolve o indivíduo (casa, família, escola, etc.), fatores macro que influenciam diretamente o acima (o sistema social, a cultura dominante, a mídia, etc.) e a geografia física.

Com isso, é importante destacar o pentáculo do bem-estar, o qual propõe justamente observar se a vida do indivíduo está em equilíbrio, de acordo com os

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26 fatores de nutrição, atividade física, relacionamentos, comportamento preventivo e controle do estresse (NAHAS, BARROS e FRANCALACCI, 2000).

Figura 01. Instrumento de coleta de dados. Pentáculo do Bem – Estar. Fonte: Nahas, Barros e Francalacci, 2000.

2.5.1 Componente Nutrição

Nos últimos anos, os hábitos alimentares e os tipos de doenças mais prevalentes mudaram. Ou seja, a era do Estilo de Vida, o que se come, e o que se faz, tem um efeito direto na saúde humana.

No entanto, os alimentos de origem vegetal ou animal fornecem ao ser humano o nutriente necessário ao organismo que desempenham funções específicas no corpo, como por exemplo, promover o crescimento e reparos dos tecidos (proteínas e minerais como o ferro e o cálcio); regular os processos

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27 orgânicos (vitaminas e sais minerais); e fornecer energia para os processos vitais e exercícios físicos (carboidratos e lipídios) (NAHAS, 2001).

2.5.2 Componente Atividade Física

Atualmente a atividade física regular tem sido reconhecida por seus efeitos saudáveis nos praticantes (ACSM, 1998). No entanto, é possível relacioná-las a alterações positivas para combater ou prevenir o aparecimento de diversas doenças, tais como: doenças cardiovasculares, a obesidade, diabetes, osteoporose, entre outras. Por esta razão o sedentarismo aparece como fator de risco para essas doenças.

Portanto, se o exercício físico for prescrito de forma adequada, ele pode melhorar a aptidão física, prevenir e auxiliar no tratamento de diversas doenças, principalmente as de origem cardiovascular (NAHAS, 2001). Os benefícios da prática de uma atividade física regular não estão limitados à saúde física e sim em todo o ser humano de forma global.

Além dos efeitos benéficos na prevenção e controle de doença arterial coronariana e da hipertensão arterial sistêmica. A prática de atividade física regular pode também ajudar no combate a obesidade e na prevenção e controle do diabetes mellitus não insulino dependentes e da osteoporose. A qual se associa também com menor prevalência de acidentes vascular cerebral, perfil lipídio mais favorável e, possivelmente, com menor risco de câncer de cólon (GHORAYEB; BARROS NETO, 1999).

Ainda, Sharkey (1998) diz que a Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte acredita que os benefícios da atividade física regular incluem um estado reduzido de ansiedade, nível diminuído de depressão leve a moderada, redução em neurose e ansiedade, auxilia no tratamento de depressão severa, reduzem o índice de estresse, promovem efeitos emocionais benéficos para todas as idades de ambos os sexos.

2.5.3 Componente Comportamento Preventivo

Nos dias de hoje não se pode falar de comportamentos relacionados à saúde sem incluir certos elementos que passaram a ser fundamentais na vida contemporânea. De acordo com Nahas et. al. (2000), são exemplos desses comportamentos preventivos:

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28  Uso de cinto de segurança e a forma defensiva de dirigir, observando as regras e leis fundamentais de trânsito. Não dirigir depois de ingerir bebidas alcoólicas: risco principal: acidentes graves, muitas vezes fatais.

 Uso de protetor solar, evitando-se a exposição exagerada ao sol, principalmente no horário entre 10 e 16 horas – risco principal de envelhecimento precoce e câncer de pele.

 Uso de preservativo nas relações sexuais, principalmente em casos de múltiplos parceiros - risco principal: DST - doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS.

 Observação de princípios ergonômicos (posturas e mobiliário adequados, intervalos e variação em tarefas repetitivas, adequação de cargas) – risco principal: LER - lesões por esforços repetitivos, acidentes, incapacidade para o trabalho.

 Uso de equipamento de segurança no trabalho – risco principal: acidentes graves, até fatais.

 Não fumar – risco principal: morte prematura por diversas causas (doenças cardiovasculares, câncer).

 Ingestão moderada ou abstinência ao consumo de bebidas alcoólicas, risco principal: doenças hepáticas, câncer, problemas sociais e comportamentais.  Não usar drogas, os riscos envolvidos com uso de drogas são de ordem psicológica, orgânica e social, geralmente associados a problemas familiares, escolares, perda de emprego, debilidade física, comportamentos antissociais e morte prematura, muitas vezes violenta.

2.5.4 Componente Relacionamento

O relacionamento do indivíduo consigo mesmo, com as pessoas à sua volta e com a natureza – representa um dos componentes fundamentais do bem estar espiritual e, por consequência, da qualidade de vida de todos os indivíduos.

De acordo com isso, Nahas (2001), refere-se a duas perspectivas de intimidade ou relacionamento: Horizontal: quando se desenvolve contatos e conexões com outras pessoas (grupos de apoio, desenvolvimento de habilidades comunicativas, confiança, perdão, altruísmo); e a Vertical: quando o

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29 relacionamento (conexão) se dá consigo mesmo em nível psicológico ou espiritual, através da reflexão, meditação ou oração.

Ou até mesmo está se referindo às questões do relacionamento consigo mesmo como política interna, e o relacionamento interpessoal e com a natureza como política externa. O autor relata ainda que diariamente temos que lidar com essas questões de política interna e externa, buscando harmonia e equilíbrio em nossos relacionamentos. Ao menos por cinco minutos, a cada dia, devemos nos ater às nossas questões interiores orando, ouvindo nossa música favorita, apreciando uma bela paisagem ou simplesmente relaxando confortavelmente num ambiente calmo.

Os relacionamentos podem ainda ser melhorados se exercitarmos os “músculos da alma”, expressão usada Nahas (2001): otimismo, bom humor criatividade, curiosidade, persistência, tolerância, confiança, amor, perdão, entre muitos outros.

2.5.5 Componente Controle do Estresse

O estresse, de acordo com Nahas (2001) é a maneira como o organismo responde a qualquer estímulo, seja ele, bom, ruim, real ou imaginário, que altere seu estado de equilíbrio. Já para Battison (1998), estresse é uma combinação de sensações físicas, mentais e emocionais que resultam das pressões, preocupações e ansiedade.

Ainda, Nahas (2001) descreve que o estresse é a alteração da homeostase (estado de equilíbrio dos vários sistemas do organismo entre si e do organismo como um todo com o meio ambiente). Com isso o estresse, não é algo que deva ser necessariamente evitado. Ele pode ser uma ameaça à saúde, mas pode, também, ser o estímulo necessário para adaptações positivas no nosso organismo. Alguns arriscam afirmar que o estresse é “o tempero da vida”. A ausência de estresse é, pois, a própria morte e de fato, em doses adequadas, é o estresse que nos mantém vivos e em constante adaptação.

Sendo que, são inúmeras as causas originárias do estresse, segundo Baptista e Dantas (2002), podendo algumas serem mais relevantes ou não, dependendo da forma em que o indivíduo reage aos fatores estressantes.

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30 Para Battison (1998), os fatores externos do estresse são divididos em três categorias: fatores ambientais; fatores relacionados com o trabalho; fatores químicos.

Ainda, Nahas (2001) afirma que diversas doenças estão associadas aos quadros de estresse, destacando-se as doenças cardíacas, geralmente segue-se à tensão nervosa decorrente do estresse, situações de agressividade e frustração, tristeza e sensação de impotência, que podem acabar somatizadas na forma de diversas doenças, como as citadas a seguir: hipertensão arterial, infartos agudos do miocárdio, derrames cerebrais, câncer, úlceras, depressão /distúrbios nervosos, artrite, alergias, dores de cabeça.

Segundo Baptista e Dantas (2002), existem estratégias, estilos de vida e métodos eficazes na prevenção, redução e controle do estresse, como treinar o indivíduo psicologicamente na vivencia antecipada de uma situação estressante, de modo a desenvolver recursos pessoais de enfrentamento a serem utilizadas durante uma situação real.

Sendo que, todos estes fatores são igualmente importantes para um bom estilo de vida da relação e ligação destes cinco fatores presentes no pentáculo do bem-estar é possível estabelecer hábitos essenciais a mudanças na qualidade de vida e aumentar a perspectiva de longevidade (SENE et al., 2008).

Isso é de suma importância para que haja uma constante conscientização do valor de se cultivar hábitos saudáveis e valorização da vida desde a infância.

Contudo, mudar o estilo de vida é adotar hábitos saudáveis como: exercício físico regular; sono adequado; um bom café da manhã; refeições regulares; controle de peso; abstinência de cigarros e drogas; uso moderado de álcool. No entanto, as condições de bem-estar podem diferir entre pessoas com características individuais e condições de vida similares surgindo a existência de um “filtro” pessoal na interpretação dos fatores indicadores de qualidade de vida.

A prática de atividade física regular é um dos comportamentos que o próprio indivíduo pode controlar dentro de seu estilo de vida e interferir nas características individuais adquiridas, embora, por outro lado, há uma determinação genética tanto no nível de atividade física e no desempenho cardiovascular. Além disso, a participação em atividade física durante o tempo de lazer pode ser influenciada por fatores como temperatura, umidade, qualidade do ar, altitude e as

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31 mudanças climáticas. Assim, os amigos, familiares, clubes esportivos, clubes sociais, etc., podem influenciar significativamente no estilo de vida individual de cada ser humano.

O conceito de qualidade de vida é difícil de ser definido de forma objetiva, pois é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de cada um, pois, existem diversos fatores que determinam a qualidade de vida das pessoas, como: estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até espiritualidade.

Neste sentido, Nahas (2006, p. 14) considera qualidade de vida como “a percepção de bem-estar resultante de um conjunto de parâmetros individuais e socioambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser humano”.

2.6 MOTIVOS DE ADERÊNCIA A EXERCÍCIOS FÍSICOS POR IDOSOS

Sabe-se que existem vários influenciadores que contribuem para a prática ou não de atividade física, que diferem de pessoa para pessoa e que estes fatores podem ser influenciados pela idade. No entanto, a realização de estudos que auxiliem na compreensão dos fatores influenciadores e suas consequências, pode favorecer a promoção de um envelhecimento ativo e de qualidade (BENEDETTI et al., 2011; MAZO, 2008).

Entretanto, são várias as barreiras e facilitadores para a prática de atividades físicas, podendo variar desde aspectos pessoais e sociais a ambientais (SCOTT; JACKSON, 1996; FAHRENWALD; WALKER, 2003; REICHERT et al., 2007).

Além disso, Krug (2012) cita vários outros motivos que podem influenciar a não aderência à prática de atividade física, dentre eles o gênero, o nível socioeconômico, a escolaridade, a autopercepção de saúde, o estado civil, a obesidade, o tabagismo e o álcool, as condições ambientais, de transporte e de segurança, além da imagem negativa do idoso perante a sociedade.

Ainda, Brazão et al. (2009) verificou em sua pesquisa que já ser suficientemente ativo, ser muito velho, necessitar de descanso e ter alguma doença ou lesão não saber os benefícios da atividade física para a saúde, o ambiente da prática ser ruim e sem segurança, o nível socioeconômico baixo e ter doença; ter

(32)

32 problemas de saúde, a falta de companhia, a falta de interesse, a falta de oportunidades para praticar, a falta de transporte, o gênero e o avanço da idade; e a necessidade de descanso e falta de persistência são barreiras para a inserção em programas de atividade física.

A pesar de haver vários fatores que influenciam a inatividade, Krug (2012, p. 48) destaca também que há vários motivos que levam a praticar de atividades físicas, bem como:

Figura 02. Barreiras e facilitadores para a prática regular de atividades físicas de idosas longevas inativas fisicamente, participantes de grupos de convivência para idosos de Florianópolis-SC. Fonte: Krug, 2012, p. 48.

Com base nessas informações, percebe-se que há muito mais barreiras do que facilitadores para a prática da atividade física, sendo que estes fatores podem ser modificáveis a partir da aptidão física e força de vontade do idoso reconhecendo a importância e os benefícios dela sobre sua saúde e qualidade de vida, o qual adotará um estilo de vida ativo.

2.7 CONHECIMENTO SOBRE EXERCÍCIOS FÍSICOS POR IDOSOS

Com relação ao conhecimento sobre o exercício físico ainda não existem muitos estudos que mostrem esse fato em sujeitos de qualquer idade, no entanto, observa-se que o conhecimento influencia diretamente na prática. Porém, sabe-se

(33)

33 que, mudanças comportamentais em relação à aderência é influenciada pela motivação e a quebra das barreiras normalmente presentes em pessoas de todas as idades.

No entanto, Mazo (2004) observa que um fator que pode contribuir para a não adoção e manutenção de um estilo de vida ativo entre os idosos, é a falta de conhecimento e o entendimento acerca da relação exercício físico moderado e saúde, tendo em vista que até alguns anos atrás a literatura reportava a necessidade de exercícios físicos de alta intensidade para a melhoria da saúde.

Para a aderência de exercícios físicos, Nahas (2006, p. 11) considera três fatores de mudanças comportamentais, o que segundo ele, significa que os indivíduos devam ter:

Informação: Conscientização da importância da atividade física regular para a saúde e a qualidade de vida;

Atitudes favoráveis: Desenvolvam o desejo de aplicar tais conhecimentos; e Ação e manutenção: Se motivem para a realização de tais intenções de forma

continuada.

Conforme esses motivos citados por Nahas, a informação refere-se ao conhecimento, o que poderá levá-los a atitudes favoráveis para a prática. Porém, sabe-se que com relação mudanças comportamentais relacionadas ao exercício físico, teorias/modelos tentam explicar como ocorre as mudanças e a aderência, as mais utilizadas em estudos da área da educação física são: a Teoria Cognitivo Social, Teoria do Comportamento Planejado e Modelo Transteorético.

Todas essas teorias e modelos, tentam explicar como ocorre a mudança para a prática do exercício físico regular, e todas elas tem o conhecimento como um dos pilares essenciais, pois segundo Nahas (2006, p. 10),

pesquisas em diversas áreas, principalmente os estudos do comportamento humano, tem revelado que o conhecimento sobre um determinada questão- o fumo ou a prática de exercícios físicos, por exemplo- está relacionado com a atitude que uma pessoa tem diante dessa questão.

Ainda segundo o autor (p. 10), “atitudes positivas em relação a atividade física regular pode ser influenciadas por um melhor conhecimento sobre benefícios, princípios e práticas da atividade física, e vice-versa”.

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34 E segundo Domingues (2011, p. 144) há dois tipos de informação que a população tem acesso:

1) Que a atividade física diminui a chance de uma série de morbidades e que o sedentarismo por si só é prejudicial à saúde.

2) Que em um nível mais elevado de conhecimento, o sujeito saiba como usar este conhecimento em seu favor, transformando os conceitos em ação, buscando assim as atividades que proporcionarão os resultados desejados, sejam eles estéticos, profiláticos ou de lazer.

Contudo, para iniciar e manter níveis satisfatórios de atividade física e alcançar boa condição nos componentes básicos da aptidão física relacionada a saúde requer um esforço individual, bem como a motivação e manutenção para a prática regular. Desta forma, a Educação Física, junto com outras profissões tem um papel importante em relação às informações sobre os benefícios desta prática.

(35)

35 3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa descritiva transversal com caráter qualitativo e quantitativo. Sendo que, a pesquisa qualitativa, tem caráter exploratório, que estimula os entrevistados a pensar e falar livremente sobre algum tema, objeto ou conceito, e a pesquisa quantitativa prevê a mensuração das variáveis previamente escolhidas, buscando verificar e explicar sua existência, relação ou influencia sobre outra variável (BORGES, 2009).

E o método de pesquisa descritivo tem como característica observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a frequência em que ocorre e sua relação com os outros fatores (MATTOS, 2004).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

No município de Boa Vista do Buricá/RS há 6.655 habitantes, e destes 1.048 são pessoas idosas de acordo com o IBGE (2015), sendo que todos estão cadastrados na Unidade de Saúde do município. Desses, apenas em torno de 60 participam do Grupo Saúde em Movimento, coordenado pelo NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família), vinculado com a secretaria municipal de saúde, no qual são atendidos semanalmente 1 hora por dia, ou nas segundas, ou terças e ou quartas, na prática de atividades físicas.

A amostra constou de 48 idosos, desse grupo, 16 do gênero masculino e 32 do gênero feminino, com idades entre 60 e 83 anos, desses, 26 residem em comunidades rurais (Ivagaci; Bom Princípio; Linha Caçador; Vista Alta; Linha Almeida) e 22 residem na zona urbana (Centro; Bairro João de Barro; Bairro Palmeiras).

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

a) Participar do Grupo Saúde em Movimento do município de Boa Vista do Buricá/RS;

(36)

36 c) Aceitar fazer parte da pesquisa e assinar o termo de consentimento livre e

esclarecido;

3.4 PROCEDIMENTOS

Foi realizado um contato prévio com a NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) do município de Boa Vista do Buricá/RS. Após o aceite verbal da administração do Núcleo em colaborar com a pesquisa, os idosos foram consultados e todos aceitaram voluntariamente fazer parte da pesquisa, e informados acerca dos objetivos da investigação assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE- A), o qual foi feito em duas vias, uma das vias ficou com a pesquisadora e uma com os entrevistados, logo em seguida os idosos preencheram os questionários.

3.5 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os instrumentos de coleta de dados foram dois questionários. Sendo que um deles foi o questionário de Nahas, Barros e Francalacci, (2000) “Perfil do Estilo de Vida Individual”, o qual aborda cinco fatores imprescindíveis da boa qualidade de vida: nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamento e controle do estresse. Esse questionário está subdividido em 15 (quinze) perguntas relacionadas a esses fatores, e devem ser preenchidas da seguinte forma: 0 (absolutamente não faz parte do seu estilo de vida); 1 (às vezes corresponde ao seu comportamento); 2 (quase sempre verdadeiro no seu comportamento); ou 3 (a afirmação é sempre verdadeira no seu dia-a-dia; faz parte do seu estilo de vida), sendo que ponto negativo se refere ao predominante de 0 a 1 e ponto positivo 2 a 3 (APÊNDICE- B).

E o questionário que avaliou o “Conhecimento e percepção sobre o exercício físico” (DOMINGUES, ARAUJO e GIGANTE, 2004), o qual tem o objetivo de identificar o conhecimento sobre: benefícios do exercício físico, prejuízos do sedentarismo, limitações e finalidades do exercício físico, e ainda avaliar a percepção sobre o assunto. No entanto, neste questionário tem nove questões fechadas, de simples e múltipla escolha, com a respectiva pontuação para elaboração do escore. As alternativas em destaque indicam as respostas

(37)

37 consideradas corretas. A primeira e a última questão não fazem parte do escore, apenas da análise de percepção.

As questões possuem pesos diferenciados. Esta ponderação foi necessária uma vez que algumas apresentavam maior grau de dificuldade e/ou tratavam de assuntos de maior relevância.

Com base nos dados do questionário foi possível gerar dois conjuntos de informação: um escore de conhecimento e uma descrição dos itens pesquisados. O escore foi obtido por meio das respostas e a pontuação total poderia variar entre 0 (zero) e 25 (vinte e cinco). Respostas erradas não diminuíam a pontuação, apenas não acrescentavam pontos ao escore.

Sendo que, através desta pontuação que os idosos poderiam atingir foram feitas as seguintes classificações: o idoso que ficou com a pontuação menor de 10 (dez) tem um nível de conhecimento Ruim sobre exercício físico, àquele que ficou entre 10 (dez) a 20 (vinte) pontos tem um nível de conhecimento Regular sobre exercício físico e o indivíduo que atingir mais de 20 (vinte) pontos tem um Bom nível de conhecimento sobre exercício físico (APÊNDICE- C).

As variáveis independentes estudadas foram definidas da seguinte forma: Gênero (masculino ou feminino); Idade (coletada em anos completos); Nível de escolaridade (Ensino fundamental completo; Ensino fundamental incompleto; Ensino médio completo; Ensino médio incompleto ou Ensino superior completo, qual); e Classe social (1 salário mínimo, 2 salários mínimos ou 3 ou mais salários mínimos).

E ainda houve uma questão aberta, que determinou o motivo da adesão ao programa Saúde em Movimento: “Qual o motivo da sua participação neste programa de Atividade Física?”. Esta questão foi analisada quantativamente. 3.6 ANÁLISES DOS DADOS

Os dados foram processados e analisados com o auxílio do Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows, versão 18.0. Utilizou-se da análise descritiva para descrever os resultados obtidos com Tabelas simples que, descrevem as frequências e frequências percentuais. O teste Qui-Quadrado foi adotado com o objetivo de verificar a existência de associação entre

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38 duas variáveis qualitativas, o nível de significância foi determinado em p<0,05, e o Fisher’s Exact Test foi utilizado para verificar a correlação entre as variáveis.

Referências

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