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Tecnologias da informação e comunicação na Defesa Civil do Estado de Santa Catarina na gestão de riscos e desastres

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Academic year: 2021

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Artur Bendo Gonçalves

Jonas Becker Vieira

Tecnologias da Informação e Comunicação na Defesa Civil do Estado de

Santa Catarina na Gestão de Riscos e Desastres

Araranguá 2019

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Ciências Tecnologia e Saúde

Bacharelado em Tecnologias da Informação e Comunicação

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Ciências Tecnologia e Saúde -CTS

Bacharelado em Tecnologias da Informação e Comunicação

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Artur Bendo Gonçalves Jonas Becker Vieira

Tecnologias da Informação e Comunicação na Defesa Civil do Estado de

Santa Catarina na Gestão de Riscos e Desastres

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Tecnologias da Informação e Comunicação do Centro de Ciências Tecnologia e Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Tecnologias da Informação e Comunicação

Orientador: Prof.ª. Drª Andréa Cristina Trierweiller

Araranguá 2019

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Ficha de identificação da obra Gonçalves, Artur Bendo

As tecnologias da informação e comunicação na Defesa Civil do Estado de Santa Catarina na gestão de riscos e desastres / Artur Bendo Gonçalve; Jonas Becker Vieira; orientadora, Andréa Cristina Trierweiller,2015.

66 p. : il.

Bibliografia: p. 48-50

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Araranguá, Centro de Ciências, Tecnologias e Saúde, Graduação em Tecnologias da Informação e Comunicação, Araranguá, 2019.

1. Defesa Civil. 2. Matriz SWOT 3.Gestão de Riscos e Desastres. 4.Tecnologia da Informação e Comunicação. I. Vieira, Jonas Becker. II. Trierweiller, Andréa Cristina. III. Universidade Federal de Santa Catarina. Graduação em

Tecnologias da Informação e Comunicação. III. Título.

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Este trabalho é dedicado aos nossos pais, aos meus colegas e amigos que estiveram junto nessa caminhada de 4 anos ao longo do curso, e as nossas orientadoras Profª Andréa Cristina Trierweiller, Drª, e a Profª Fabiana Santos Lima Drª

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AGRADECIMENTOS

Eu, Jonas Becker Vieira, agradeço primeiramente a Deus, por sempre iluminar nossa caminhada ao longo da graduação. Segundo aos meus pais: João Vieira e Leonora Becker Vieira, mestres da vida, que sempre me apoiaram nas minhas escolhas. Agradeço também aos nossos colegas: Vitor de Luca, Michele Souza e Pamela de Bem Paião, que nos acompanharam durante essa jornada no curso. Agradeço também a empresa onde realizei meu estágio: a CONTATO INTERNET EIRELI, em especial a equipe e colegas do setor NOC e do Setor financeiro. Aos meus gerentes Alexandre Freinze e Jaira Mateus, por me darem a oportunidade de estar colocando em prática a teoria da sala de aula com a prática do dia a dia em uma empresa de Telecomunicações, e atualmente estar atuando como auxiliar de infraestrutura de redes de fibra Óptica. E um agradecimento aos meus amigos de ensino médio Guilherme Emerin Nunes e Maykon Jeferson Pereira Antunes. E por último agradeço a UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, pelos valores, conhecimentos, e profissionalismo, aqui adquiridos.

Eu, Artur Bendo Gonçalves agradeço primeiramente a minha mãe Marisa Bendo, minha namorada Amanda Gomes, aos meus tios e tias em especial, Vânio Bendo e Ana Biz Bendo e minha nonna Terezinha Tonetto Bendo. Agradeço a todos os professores e colegas durante o decorrer do curso sem exceção, em especial meu parceiro de TCC Jonas Becker Vieira e as minhas professoras Andréa Cristina Trierweiller e Fabiana Santos Lima, agradeço a Universidade Federal de Santa Catarina pela oportunidade e por fim, agradeço a Deus por me permitir realizar este sonho.

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As Tecnologias da Comunicação e da Informação (TIC) permitem a interação num processo contínuo, rico e insuperável que disponibiliza a construção criativa e o aprimoramento constantes rumo a novos aperfeiçoamentos (TEZANI, 2011).

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RESUMO

Este trabalho trata de uma análise a partir da matriz SWOT, com foco na defesa civil do Estado de Santa Catarina, na gestão de riscos e desastres em que a comunicação e agilidade são importantes para garantir uma resposta rápida e precisa. Para isso, é necessário o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação, que permitem que este objetivo seja alcançado. Porém, é preciso analisar seu uso para se obter os pontos que se apresentam como oportunidades de melhoria. A proposta é ainda mais importante, tendo em vista que a Defesa Civil trata da segurança de vidas humanas. A pesquisa, de caráter exploratório, de campo e qualitativa, buscou levantar informações sobre os desastres e as TICs utilizadas na gestão de riscos e desastres, com dados obtidos através de uma entrevista não estruturada com o gerente de governança de TI e o gerente de Alertas, ambos da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina. Dentre os resultados, destacam-se como ameaças: falta de conhecimento de boa parte da população das tecnologias, de políticas públicas para conscientizar a população de se informar diariamente sobre previsões e boletins meteorológicos, o colapso das redes de telecomunicações, ataques cibernéticos1 às redes de telecomunicação, causando perdas na

comunicação, seja interna ou para a população, fake news2, podendo distorcer notícias e gerar falhas na comunicação com a população, que pela falta de bom senso em checar a fonte, dificulta o trabalho da defesa civil.

Palavras Chaves: Defesa Civil; Matriz SWOT; Gestão de Riscos e Desastres; Tecnologia da

Informação e Comunicação.

1 É uma ação praticada por hackers que consiste na transmissão de vírus (arquivos maliciosos) que infectam, danificam e roubam informações de computadores e demais bancos de dados online, por exemplo.

2Termo que em português significanotícias falsas, consiste na distribuição deliberada de desinformação ou boatos via jornal impresso, televisão, rádio, ou ainda online, como nas mídias sociais.

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ABSTRACT

This paper deals with an analysis based on the SWOT matrix, focusing on Santa Catarina's civil defense, risk and disaster management where communication and agility are important to ensure a fast and accurate response. This requires the use of Information and Communication Technologies, which allow this goal to be achieved. However, it is necessary to analyze its use to obtain the points that present themselves as opportunities for improvement. The proposal is even more important given that the Civil Defense deals with the safety of human lives. The exploratory, field and qualitative research sought to gather information on disasters and ICTs used in risk and disaster management, with data obtained through an unstructured interview with the IT governance manager and the Alert manager, both from the Civil Defense of Santa Catarina State. Among the results, the following stand out as threats: lack of knowledge of a large part of the population of technologies, public policies to make the population aware of daily forecasts and weather reports, the collapse of telecommunications networks, cyber-attacks on networks. telecommunication, causing losses in communication, either internally or to the population, fake news, which may distort news and generate communication failures with the population, which, due to the lack of common sense in checking the source, makes the work of civil defense difficult.

Keywords: Civil Defense; SWOT Matrix; Risk and Disaster Management; Information and

Communication Technology.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Fases da Gestão de Riscos e Desastres...21

Figura 02 – Distribuição anual de desastres em Santa Catarina (1980-2003).Erro! Indicador não definido. Figura 03- Desastres ocorridos em Santa Catarina associados às instabilidades atmosféricas (1980-2003)...26

Figura 04 - Matriz SWOT...30

Figura 05- Dicas da Defesa Civil de Santa Catarina no Instagram -...35

Figura 06 -Postagem de alerta de chuva no Facebook ...35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Gestão de Riscos e Plano de Gerenciamento- Erro! Indicador não definido.

Tabela 2: O Uso das Redes Sociais e Site – ...37 Tabela 3: As Tecnologias da Informação d Comunicação: Investimento Financeiro – ...40 Tabela 4: As Tecnologias da Informação e Comunicação: Comunicação e dados-...43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CHATBOT- É um programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas;

CIGERD - Centro Integrado de Gestão De Riscos e Desastres;

EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina; FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo;

GRAC - Grupo de Ações Coordenadas;

Rádio AM - Amplitude Modulation que significa "Modulação em Amplitude";

Rádio FM - Frequency Modulation que em português significa "Modulação em Frequência; SWOT – Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças).

TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação; WEB - Rede mundial de computadores;

WhatsApp - Aplicativo de mensagens instantâneas, chamadas de voz e vídeo para celulares; SMS - é a sigla de Short Message Service, que em português significa Serviço de Mensagens Curtas. SMS é um serviço muito utilizado para o envio de mensagens de texto curtos, através de telefones celulares.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 OBJETIVOS ... 17 1.1.1 OBJETIVO GERAL ... 17 1.1.3 JUSTIFICATIVA ... 17 1.1.4 PROBLEMA DA PESQUISA ... 18 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 19 2.1 GESTÃO DE RISCOS ... 19 2.1.1 Gestão de Desastres ... 20

2.2 DEFINIÇÃO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ... 21

2.2.1 O Papel das Tecnologias da Informação e Comunicação nas Organizações ... 22

2.2.2 O uso das Redes Sociais na Divulgação de Informações ... 22

2.2.3 Investimento Financeiro em Tecnologias Da Informação ... 23

2.3 DEFESA CIVIL DE SANTA CATARINA ... 23

2.3.1 Mapeamento dos Desastres ocorridos em Santa Catarina ... 24

2.3.2 DESASTRES E A GESTÃO DO CONHECIMENTO ... 27

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 29

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 32

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 47

Apêndice A – ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA ... 53

Apêndice B – ENTREVISTA – Respostas ... 55

Apêndice C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Carlos Eduardo de Lima 65 Apêndice D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Frederico Rudorff ... 66

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A constante interferência do homem no meio ambiente ao longo de décadas vem gerando alterações do ecossistema a fim de suprir suas necessidades. Os, danos causados alteram o equilíbrio da natureza, e isso somado ao aumento das mudanças climáticas geram zonas de vulnerabilidade que, podem criar cenários para ocorrências de eventuais e futuros desastres (BERTONE; MARINHO, 2013).

Segundo a Secretaria Nacional da Defesa Civil o termo desastre é definido como: “Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais e ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais” (BRASIL, 2007, p. 8).

Já, os desastres naturais, são definidos como eventos que, ocorrem na biosfera podendo gerar um incidente potencialmente capaz de acarretar mortes civis ou graves feridos, danos e destruição de estruturas e cidades, depredação da natureza e meio ambiente e a pausa das atividades sociais (INTERNATIONAL STRATEGY FOR DISASTER REDUCTION, 2007). Contudo, deve-se salientar que, há uma discussão na literatura especializada de que o desastre nunca pode ser denominado de “desastre natural”, simplesmente, pelo fato de que o ser humano sempre impacta, em maior ou menor grau, o meio ambiente, causando desequilíbrio. A exemplo do que Monteiro e Brito Junior (2017) denominam como sendo desastre socioambiental.

Segundo Bertone e Marinho (2013, p. 4): “No Brasil, a ocorrência e a intensidade dos desastres dependem mais do grau de vulnerabilidade das comunidades afetadas do que da magnitude dos eventos adversos.”

De acordo com Rudorf (2019):

Em 2011 teve a enchente que atingiu boa parte do município (Itajaí), mas, as pessoas conseguiram proteger seu patrimônio, as pessoas foram para os abrigos, e o mesmo evento pegou Rio do Sul que não teve a mesma preparação e que aí sofreu graves prejuízos com o mesmo evento. Pegando Rio do Sul também que depois dos prejuízos em 2011, em 2013 após investimentos de infraestrutura e sistema de monitoramento e alerta o impacto foi muito menor.

Em 20 anos, em todo o território nacional, foram registrados 31.909 desastres naturais, afetando a vida de mais de 96 milhões de brasileiros e fazendo com que mais de 6 milhões tivessem que, deixar suas residências (UFSC- CEPED, 2012).

Além disso, os dados ainda apontam que eventos hidrológicos (alagamentos e inundações graduais e bruscas) correspondem a 32,7% do total de 31.909 desastres, afetando um montante de 39 milhões de cidadãos. Os eventos desse caráter são disparadamente os que mais causam destruição em termos de morbidade (enfermos e feridos leves e graves) e de

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2012). A região sul é a que registra maior nível de incidência destas ocorrências de eventos hidrológicos, com o caráter de inundações bruscas de 36,5%, de todos os casos no Brasil (UFSC-CEPED, 2012).

Eventos meteorológicos (raios, ciclones tropicais e extratropicais, tormenta, tornados e vendavais) em vista de todos os casos nacionais eles representam apenas 7%, porém desta porcentagem 80% deles ocorreram na região sul e mais precisamente 71% destes 80% ocorreram somente no estado de Santa Catarina (UFSC- CEPED, 2012)

Esses dois tipos de eventos (principalmente) são destrutivos e devastadores, e estatisticamente ocorrem frequentemente no Estado de Santa Catarina. Para reduzir os danos e evitar possíveis fatalidades, o Estado de Santa Catarina precisa estar preparado para amenizar os efeitos causados por tais eventos climáticos. Esse preparo, a fim de regredir os impactos, ocorre na fase que antecede o desastre, ou seja, o período antes de ocorrer um evento, que está relacionada à gestão de riscos.

Essa fase é dividida em três etapas: (1) prevenção, (2) mitigação e (3) preparação. As três são semelhantes, mas, na prevenção se busca evitar o desastre; na mitigação, minimizar os impactos gerados de um possível desastre; a fase de preparação, é considerada uma parte que antecede o impacto, realizando a realocação de pessoas de uma área de risco iminente por exemplo (RUDORF, 2019).

A fim de agregar essas três etapas que antecedem um desastre, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são facilitadoras e possíveis agentes para transição e captação de informação rápida e precisa. Pois, se a informação transita de forma antecipada e com qualidade, pode salvar vidas, já que o tempo é de suma importância para a defesa civil (DE LIMA, 2019).

Segundo Ludwig e Mattedi (2018): “A capacidade de obter e distribuir grande volume de informação, para um grande número de pessoas em um curto período de tempo, torna evidente que as TICs desempenham um papel importante como facilitadoras da gestão do risco de desastres.” Nesse sentido, é necessário identificar as fraquezas e ameaças contidas nesta fase de prevenção e gestão dos riscos para que se evite, ao máximo, as falhas, buscando que as TICs tenham uso efetivo por parte da defesa civil, que protege e defende não apenas estruturas materiais, mas também, vidas.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina na gestão de riscos e desastres.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Identificar os agentes que atuam na Defesa Civil de Santa Catarina;

b) Identificar as TICs utilizadas na gestão de Riscos e Desastres na Defesa Civil - DC do Estado de Santa Catarina;

c) Elaborar as seguintes matrizes para análise dos resultados: Matriz 1 - Gestão de Riscos e Plano de Gerenciamento, Matriz 2 - Uso das Redes Sociais e Site, Matriz 3 - Investimento Financeiro e Matriz 4 - Comunicação e Dados.

1.1.3 JUSTIFICATIVA

Fenômenos, principalmente como chuvas, assolam o território catarinense todos os anos, e podem se tornar desastres, dependendo do seu impacto e magnitude à sociedade.

De acordo com Tobin e Montz (1997), esses eventos apresentam diferentes tipos de consequências, podendo acarretar abalos na infraestrutura do local afetado e até mesmo, óbitos. Além desses danos diretos, ocorre o possível surgimento de doença, devido à contaminação da água por lixo e dejetos. Então, a prevenção é a melhor forma de evitar tais danos à sociedade e, para tanto, faz-se necessário contar com sistemas de monitoramento e alerta, planos de contingência, comunicação ativa com a população para mantê-la informada, sendo uma tarefa complexa, que necessita do suporte das TICs. Segundo Mattedi e Butzke (2011, p. 2):

“o acesso a informações atualizadas e teoricamente consistentes sobre aspectos como, por exemplo, as formas de organização social durante os impactos, as percepções do risco das populações atingidas, a capacidade de auto-organização e o aprendizado dos atores sociais, a adequação das políticas públicas implementadas, os conflitos de interesses em períodos de crise, os efeitos sobre a dinâmica de desenvolvimento socioeconômico, enfim, todo um conjunto de informações indispensáveis para formulação e

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implementação de medidas de confrontação, não se encontram à disposição dos planejadores e tomadores de decisão.”

O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de mostrar o atual cenário em que se encontra o uso das TICs no cenário da Defesa Civil de Santa Catarina e assim, a partir da análise SWOT, elencar o que venham a ser pontos positivos (Forças e Oportunidades) – referentes à comunicação com a população e stakeholders (envolvidos no processo de comunicação) e a utilização das TICs no plano de gerenciamento de riscos – bem como, os pontos negativos (Fraquezas e Ameaças), referentes ao que precisa ser melhorado no processo de comunicação e divulgação da informação, identificando formas eficazes das TICs estarem juntas à Defesa Civil de Santa Catarina, na gestão de riscos e desastres, facilitando a comunicação com a população catarinense.

1.1.4 PROBLEMA DA PESQUISA

O atual cenário das TICs está cada vez mais presente na gestão das empresas, sejam elas públicas ou privadas. Portanto, o presente trabalho busca analisar o uso das TICs no cenário da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina, na Gestão de Riscos e Desastres, com o objetivo de analisar seus pontos fracos e fortes, ameaças e oportunidades, buscando compreender o uso das TICs, para auxiliar a elaboração e implantação de um plano de gestão de riscos.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo tem o objetivo de apresentar uma breve revisão da literatura sobre a temática em estudo.

2.1 GESTÃO DE RISCOS

De acordo com Adams (2009, p.111), “O risco, segundo a definição mais encontrada na literatura sobre segurança, é a probabilidade de um evento futuro adverso multiplicada por sua magnitude”. Para melhor compreender o conceito do risco em desastres, faz-se necessário considerar que o risco é determinado, de ameaça ou perigo. A ameaça é um fato ou situação que tem a possibilidade de causar danos e prejuízos caso venha a ocorrer. Pode ser uma chuva torrencial, um deslizamento de terra em uma encosta, um incêndio estrutural ou qualquer outra situação de perigo.

Para reduzir os riscos de desastres é necessário atuar sobre a relação entre os seus componentes: ameaças e vulnerabilidades. A ameaça se caracteriza pelo evento ou fenômeno que provoca o desastre como, por exemplo, chuva intensa. Contudo, chuvas intensas em alto mar não são ameaças quando não afetam pessoas. Tornam-se ameaças quando incidem sobre um cenário vulnerável. Assim, ameaças e vulnerabilidades se constituem mutuamente e a sua relação compõe o grau de risco de desastre de uma determinada área sócio territorial. Neste sentido, utiliza-se a fórmula: (BRASIL, 2009, p. 14).

Risco = ameaças X vulnerabilidades

Gestão de Riscos de Desastre é um processo social complexo cujo fim último é a redução ou previsão e controle permanente de riscos na sociedade (CEPREDENAC - PNUD 2003). Um componente deste processo é a identificação e instrumentação de soluções concretas a cenários de riscos diversos. Os cenários de risco de uma comunidade ou município podem ser representados por um mapa de risco, que é uma representação gráfica e escrita das condições de risco determinadas pelas ameaças e vulnerabilidades existentes no lugar.

Para desenvolver um adequado processo de gestão de riscos é necessário contar com capacidades locais para gerenciar os riscos e resgatar as experiências passadas. A gestão de riscos, quando ligada à prevenção de desastres, tem o intuito de amenizar os danos causados por desastres de grandes magnitudes. Esta corrente surgiu no fim do século XX, período com

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grande registro de desastres e assim, foram necessárias ações de prevenção e organização para o enfrentamento de tais eventos (NARVÁEZ; LAVELL; ORTEGA, 2009; ARCE; CÓRDOBA, 2012).

Os cenários em que ocorrem os desastres diferem um do outro e, para que se possa prevenir e amenizar os danos causados, se faz necessário buscar conhecer o cenário em que está inserido (sociedade e natureza) e, a fim de diminuir a complexidade de gerar esse conhecimento, se utilizam modelos de gestão de riscos, voltados para a prevenção (LUDWING; MATTEDI, 2018).

Dessa forma, as TICs são ferramentas fundamentais na gestão de riscos, pois permitem o acesso à informação de fontes confiáveis e, em tempo real, com a divulgação de dados em larga escala, permitindo a coleta e análise de dados (LUDWING; MATTEDI, 2018).

2.1.1 Gestão de Desastres

A gestão de desastres procura identificar cenários de vulnerabilidade, em uma determinada localidade ou região, para promover sistemas e ferramentas, visando a melhor forma de minimizar danos de possíveis eventos da natureza ou de ação do homem. Para isso, faz-se a análise do ambiente que se está inserido, considerando-se a experiência local, aprendida com eventos anteriores.

Os desastres, são caracterizados pelas ameaças que extrapolam o limite do risco e se concretizam em um ambiente vulnerável (UNISDR, 2009). Pode-se considerar ainda, que os desastres são o resultado de eventos adversos sobre um cenário vulnerável, causando grave perturbação ao funcionamento de uma localidade, envolvendo grandes perdas e danos humanos, materiais ou ambientais que podem exceder a capacidade própria de contornar os efeitos inclusive dos prejuízos econômicos e correntes (CEPED/UFSC, 2014).

A gestão de desastres compreende o planejamento, a coordenação e a execução das ações de resposta e de recuperação aos desastres, desenvolvendo ações que priorizam a capacidade de resposta individual e coletiva, na proteção da vida, do meio ambiente e do património (LIMA; EYERKAUFER; GONÇALVES, 2013).

O processo da gestão dos riscos e de desastres parte de um contexto que abrange ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à segurança da população em circunstâncias de desastres.

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Ao se abordar a gestão de desastres também é fundamental abordar suas fases. Nesse sentido, a Figura 01 apresenta tais fases: (1) a fase pré-desastres é vista como um período de normalidade, caracterizada pelos processos de prevenção, mitigação e preparação; (2) na anormalidade, ocorre a fase de Resposta aos Desastres, caracterizada pelas ações de assistência e socorro aos desastres; (3) a recuperação que também ocorre no período de anormalidade, é definida como a fase pós-desastres e consiste nas ações de reabilitação e reconstrução.

Figura 01: Fases da Gestão de Riscos e Desastres

Fonte: Adaptado de Tufinkgi, 2006.

2.2 DEFINIÇÃO DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

A Tecnologia da Informação e Comunicação, também denominada de TIC, é a área que corresponde ao uso de fermentas e recursos no âmbito tecnológico para buscar uma comunicação simples e fácil, com um determinado objetivo ou alvo. A TIC é abrangente e pode auxiliar, tanto em questões industriais, de produção, ou ainda, em processos de educação e de pesquisas.

Para Tezani (2011, p. 36): “as Tecnologias da Comunicação e da Informação (TIC) permitem a interação num processo contínuo, rico e insuperável que disponibiliza a construção criativa e o aprimoramento constante rumo a novos aperfeiçoamentos”. Dessa forma, a utilização das TICs, permite às pessoas/usuários executarem suas atividades de maneira mais eficiente e ágil.

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2.2.1 O Papel das Tecnologias da Informação e Comunicação nas Organizações

Primeiramente, já que se está colocando as TICs no âmbito das organizações, sejam elas públicas ou privadas, é fundamental definir o que são organizações.

As organizações segundo Albertin (2004, p.275):

São frequentemente conceituadas como tecnologias, culturas e estruturas sociais e físicas que exercem influência entre si dentro do contexto de ambiente. A tecnologia não é uma aplicação pura da ciência, uma vez que é no meio influenciada por relacionamentos sociais, culturais econômicos e técnicos, que precedem sua existência e colaboram na forma como está tecnologia irá ser desempenhada na organização.

Esta definição de organização menciona a tecnologia, não apenas em termos técnicos, mas a todo o contexto da organização, como: relacionamentos, ambiente de trabalho, um meio para se cumprir os objetivos da organização.

2.2.2 O uso das Redes Sociais na Divulgação de Informações

Com o decorrer dos anos é evidente que os meios de comunicação evoluíram muito, seja com objetivo de lazer ou, profissional. Do correio convencional – com as cartas e sua longa jornada para chegar ao destino – evoluiu-se para as redes sociais digitais. Tal comunicação foi ainda mais facilitada pela evolução dos dispositivos móveis (celulares e tablets), que pela sua fácil portabilidade e desempenho, conectam o mundo, na palma da mão.

De acordo com Torres (2009, p.74): “as redes sociais são sites onde as pessoas se cadastram, registram seus dados pessoais, nos chamados perfis, e, se relacionar com outras pessoas, postando fotos, enviando mensagens e criando listas de amigos.” Cada vez mais, pessoas estão utilizando as redes sociais como uma forma de aumentar seus contatos, colocar suas ideias e se relacionar com pessoas de diversas localidades diferentes, formando assim grupos de amigos. Segundo o autor:

As mídias sociais são sites na internet que permitem a criação e o compartilhamento de informações e conteúdos pelas pessoas e para as pessoas, nas quais o consumidor é ao mesmo tempo produtor e consumidor da informação (TORRES, 2009, p. 113).

Percebe-se, portanto, que as redes sociais fazem o papel de intermediárias entre quem produz a informação e quem consome, assumindo o papel de plataforma de divulgação de informações, como: vendas, campanhas, alertas e descrição de perfil de pessoas.

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2.2.3 Investimento Financeiro em Tecnologias da Informação

A administração hoje, luta com o alto número de processos e suas complexidades, bem como negócios realizados. Para tanto, é necessário o uso das TICs para que seja feita a automação destes processos e realizada a gestão do conhecimento e informação, possibilitando determinar as decisões a serem realizadas (TURBAN et al., 2019). Conforme aumenta, gradativamente, o fluxo de informação com o passar do tempo, as organizações necessitam avaliar os custos, gastos e investimentos, com base nos benefícios que as TICs podem trazer, para alcançar resultados e desempenho excelentes (GUNASEKARAN et al., 2001).

Desta maneira, a defesa civil investe no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, pois lida com um alto fluxo de informação e tem a comunicação como fator primordial. Sendo assim, o Governo do Estado garante altos investimentos, ? Tem uma fonte essa informação? visando a captação das informações através de um sistema de radares, capaz de cobrir todo o território do Estado. Além da qualidade, velocidade e alcance dessas informações, outro ponto importante é a preocupação em realizar investimentos de longo prazo, pois, futuramente, serão necessários apenas acréscimos, já que toda a base está projetada para a recepção de melhorias.

2.3 DEFESA CIVIL DE SANTA CATARINA

Em Santa Catarina a Defesa Civil Estadual foi criada em 1973, pelo ex-governador Colombo Machado Salles, sendo vinculada ao Gabinete da Casa Civil, com afinidade direta ao Governador do Estado (Lei Nº 4.841/1973).

Em 1998, o Sistema Estadual de Defesa Civil foi reeditado através da Lei Nº 10.925, de 22/09/98, que dispõe sobre o Sistema de Defesa Civil – SIEDC e sobre o Fundo Estadual de Defesa Civil – FUNDEC, estando atualmente em vigor a Lei Nº 15.953, de 07/01/13, que dispõe sobre o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil – SIEPDEC e estabelece outras providências.

Em 2011, com a Lei Complementar nº 534, de 20/05/2011, a instituição passou de Departamento Estadual de Defesa Civil – DEDC, vinculado à Secretaria Executiva da Justiça e Cidadania e a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa do Cidadão, para Secretaria de Estado da Defesa Civil.

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2.3.1 Mapeamento dos Desastres ocorridos em Santa Catarina

Nas últimas décadas houve um incremento na frequência e na intensidade dos desastres em todo o globo, conforme dados da OFDA (US Office of Foreign Disaster Assistance) e do CRED (Centre for Research on the Epidemiology of Disaster), que mantém um grande banco de dados sobre desastres, cujos dados revelam que houve um aumento significativo de ocorrências desses eventos a partir da década de 70 (EM-DAT, 2004). Analisando dados do mesmo banco para o período de 1900-1998, Smith (2000) coloca que a média anual de desastres no mundo salta de 50 para 250 casos por ano, a partir da década de 1980. Ressalta-se que, a maioria destes eventos teve como gênese instabilidades atmosféricas severas, que são eventos atmosféricos intensos, que podem causar grandes danos socioeconômicos, em virtude dos episódios pluviais intensos, vendavais, granizo e tornados (EASTERLING et al., 2000; SMITH, 2000; BERZ et al., 2001; MCBEAN, 2004).

Apesar de não haver ainda um consenso sobre a relação direta entre as instabilidades atmosféricas e as mudanças climáticas globais, no século XX (LIGHTHILL et al., 1994; MCBEAN, 2004), entende-se que o aumento das tempestades nas últimas décadas foi significativo. Easterling et al. (2000) e Nicholls (2001) afirmam que em algumas partes do globo (escala regional), já existem indícios significativos do aumento de eventos atmosféricos extremos.

Diversos modelos climáticos têm apontado para aumento de ocorrência de tempestades severas para as regiões Sul e Sudeste do Brasil (SINCLAIR e WATTERSON, 1999; MET. OFFICE, 2004). Dentre os estados que compõem estas regiões, destaca-se Santa Catarina, conforme verificado no “Levantamento dos Desastres, causados pelas Adversidades Climáticas no Estado de Santa Catarina (período 1980-2000)”, organizado por Herrmann (2001). Segundo a autora, para o período 1980-2000 a maioria dos desastres computados está associada às instabilidades atmosféricas severas, isto é, aqueles associados à decretação de emergência e estado de calamidade pública. Destes destacam-se, as inundações graduais como as mais frequentes, com 1.215 episódios, seguidos pelos vendavais e inundações bruscas, com 352 e 322 episódios, respectivamente.

Segundo Marcelino et al. (2005) para o período 1980-2003 foram registrados, em Santa Catarina, 3.373 desastres, sendo 2.881 associados às instabilidades atmosféricas severas, o que representa 85% do total de desastres ocorridos. Entretanto, acredita-se que o número de desastres provocados por instabilidades atmosféricas é bem maior, visto que os desastres computados foram somente os de Nível III e IV. SERIA INTERESSANTE APRESENTAR OS

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DIFERENTES NÍVEIS POSSÍVEIS DE CLASSIFICAÇÃO Como exemplo, analisando as ocorrências de escorregamentos em Santa Catarina, Herrmann et al. (2004) verificaram uma grande diferença entre os registros da Defesa Civil e os obtidos junto ao jornal A Notícia.

Conforme apontam Hermann, op.ciT., no ano de 2001 não houve nenhum registro junto a Defesa Civil; entretanto, ao se analisar as matérias do jornal A Notícia, foram registrados 12 casos de escorregamentos. Com relação à distribuição anual, vê-se na Figura 1 que ao longo do período 1980-2003 ocorreu um aumento gradativo do número de desastres. A média de desastres para este período foi de 120 eventos por ano. É importante frisar que a média saltou de 109,5 para 127,4 eventos/anos em relação aos decênios 1984-1993 e 1994-2003, respectivamente.

Entretanto, este aumento dos desastres, nos últimos anos, não foi mais significativo devido aos picos anômalos ocorridos em 1983 e 1984 (Figura 1), em que a maioria dos municípios catarinenses foi severamente atingida pelas inundações graduais. Somente no ano de 1983, houve 197.790 desabrigados e 49 mortos, com destaque para Blumenau, com 50.000 desabrigados e 9 mortos, o que representou que 29,3% da população total deste município foi afetada.

Esse grande desastre foi desencadeado por precipitações anômalas ocorridas na Região Sul do Brasil, devido à atuação do fenômeno El Niño, considerado de forte intensidade (KOUSK et al., 1984; VOITURIEZ e JACQUES, 2000). Este fenômeno tem influenciado, significativamente, as ocorrências de desastres no território catarinense (HERRMANN, 2001). Na Figura 02, pode-se notar que os maiores picos de desastres (pontos quadrados) estão associados aos anos de El Niño. As exceções foram 1984 e 2001, que se referem a anos de La

Niña, que é a fase negativa do ENOS – El Niño Oscilação Sul.

Figura 02. Distribuição anual de desastres em Santa Catarina (1980-2003).

Fonte: Marcelino (2005).

Conforme aponta Marcelino et al. (2005), dentre os desastres associados às instabilidades atmosféricas severas, a inundação gradual (IG) tem predominado em relação aos demais tipos de desastres, com 1.299 casos, o que representa 45 % do total (Figura 03). As

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inundações bruscas (IB) e os vendavais (VE) também se destacaram, respondendo por 19 e 17 % dos desastres ocorridos. Os casos de granizo (GR) foram relativamente inferiores aos demais, com 12 % das ocorrências, que somados aos escorregamentos (ES) e tornados (TO) alcançaram 18% do total das ocorrências.

Figura 03. Desastres ocorridos em Santa Catarina associados às instabilidades atmosféricas (1980-2003).

Fonte: Marcelino (2005):

As inundações graduais estão associadas, principalmente, às passagens de sistemas frontais que atuam no inverno, em escala regional. Quanto à circulação atmosférica em escala global, a atuação do fenômeno El Niño também desencadeia este tipo de fenômeno em Santa Catarina. Já as inundações bruscas, granizo, vendaval e tornados ocorrem, principalmente, na primavera e verão associadas às intensas instabilidades atmosféricas, como as frentes frias1. Por sua vez, os escorregamentos podem ocorrer associados a qualquer dos sistemas atmosféricos citados; entretanto, estão associados, principalmente, à ocorrência das inundações bruscas, em função das elevadas taxas de precipitação pluviométrica (MONTEIRO e FURTADO, 1995; HERRMANN, 2001; MARCELINO, 2003; HERRMANN et al, 2004)

1 Frente fria corresponde à zona de transição entre uma massa de ar quente e outra de ar frio

(26)

2.3.2 DESASTRES E A GESTÃO DO CONHECIMENTO

Os desastres são fenômenos da natureza causando algum dano econômico, social, ambiental e ou humano, caracterizam-se de acordo com Braga (2011):

Desastres são geralmente provocados por manifestações exacerbadas da natureza tais como: terremotos, erupções vulcânicas, deslizamentos, enchentes, furacões, tornados, tsunamis, incêndios e tempestades. Suas ocorrências podem trazer grandes perdas materiais e humanas. Portanto, trata-se de uma situação em que quaisquer iniciativas que possam ser aplicadas na sua prevenção ou no seu gerenciamento são sempre relevantes.

Paulucci (2013) afirma que: “os desastres são uma realidade cada vez mais presente no nosso cotidiano”. Segundo a autora isso ocorre por diversas razões, com as mudanças climáticas, variabilidade do clima e um aumento da população mundial, que exige um maior consumo dos recursos naturais.

De acordo com o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, da Universidade Federal de Santa Catarina, do ano de 1991 a 2010 ocorreram no Brasil 31.909 desastres, segundo documentos oficiais. Deste total, 10.716 se deram na região Sul, que perde somente para o Nordeste em número de ocorrências, com 12.851 casos (UFSC, 2012, p. 91).

Repetido da página 23. Os órgãos locais da defesa civil são os responsáveis pelas ações operacionais e preventivas em grupos populacionais vulneráveis. Sendo assim, conhecem os principais pontos, áreas críticas e de risco e a fragilidade da população no decorrer de um desastre.

A constante rotatividade dos agentes pode gerar uma perda intelectual muito grande no que se diz respeito à prevenção naquela determinada comunidade (LONDE; SORIANO; COUTINHO, 2015). Por isso, além de uma boa formação e treinamento dos agentes que irão atuar, faz-se necessário, propor e gerar uma continuidade nas atividades quando há troca na equipe, visto o real valor do conhecimento tácito e explicito dos agentes da defesa civil, constituindo este conhecimento uma ferramenta de grande valia para a gestão e prevenção de riscos e desastres. Assim sendo, uma viabilizadora para geração de mais conhecimento.

Segundo Ventura e Nassif (2016, p. 31):

Faz-se mister que a organização compreenda que não só a cultura informacional precisa ser estimulada, mas também todo o contexto formal necessita ser repensado, procurando implantar uma estrutura organizacional que favoreça o trabalho em equipe e diminua o nível de política

De acordo com Nonaka e Takeuchi (1997, p. 65), a definição de conhecimento tácito e explícito é a seguinte “o conhecimento tácito é pessoal, específico ao contexto e, assim, difícil de ser formulado e comunicado. Já, o conhecimento explícito dirija se conhecimento

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transmissível em linguagem formal e sistemática”. Os autores propõem um modelo no qual a criação do conhecimento ocorre na conversão dos conhecimentos em quatro modos diferentes:  Socialização: conversão do conhecimento tácito em conhecimento tácito, que ocorre

através da observação e imitação ou da comunicação entre indivíduos;

 Explicitação: conversão do conhecimento tácito em explícito. Esse processo ocorre através de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses e modelos. A escrita é um exemplo dessa conversão, na medida em que apresenta conhecimentos tácitos em um meio que pode ser difundido para outros indivíduos;

 Combinação: processo de sistematização de diversos conceitos explicitados em um único sistema. Por exemplo, a classificação de diversas informações já explicitadas em um banco de dados pode levar a novos conhecimentos;

 Internalização: “o processo de incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito”. Um indivíduo pode, por exemplo, adquirir conhecimento ao ler uma história de sucesso de outro profissional e construir um modelo mental que seja útil para a execução do seu trabalho.

Os autores definem a criação do conhecimento como um processo em espiral de interações entre o conhecimento explícito e tácito, esta interação é a responsável pela geração do novo conhecimento. Os quatro modos de conversão do conhecimento, socialização, externalização, combinação e internalização, são entendidos pelos autores como um processo que evolui de forma espiral sustentando a aplicação prática do processo, tornando-se útil ao despertar uma visão clara sobre o processo de criação de conhecimento, considerando aspectos do indivíduo, do grupo e da organização.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho, pode ser classificado como uma pesquisa de natureza exploratória, de campo e qualitativa, pois buscou levantar informações sobre o tema da gestão dos desastres e as Tecnologias da Informação e Comunicação, utilizadas para prevenção dos mesmos. Foi adotada a entrevista semiestruturada como técnica de levantamento de dados, enquadrando-se nos critérios de uma pesquisa de campo.

Trata-se de uma pesquisa exploratória ao se buscar maior familiaridade com o problema em estudo, no caso, as TICs atreladas à gestão de desastres. É qualitativa, pois não se utiliza de amostras para que sejam feitas inferências sobre uma população, sendo abordada com profundidade, apenas uma unidade caso (GIL, 2010); neste estudo, a Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina.

A pesquisa descritiva ou de campo é adequada, uma vez que sua característica principal é a coleta de dados, diretamente no local em que acontecem os fenômenos. Nesta coleta, utiliza -se, em geral, técnicas como observação, entrevista e questionário.

De acordo com Marconi e Lakatos (2003), as pesquisas de campo se dividem em três tipos: quantitativa-descritiva, exploratória e experimental. A pesquisa de campo exploratória, de acordo com os autores, pode ser assim classificada por “envolver a entrevista, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos”.

Em relação ao método, o presente trabalho pode ser classificado como qualitativo, pois o método qualitativo de pesquisa científica é “um meio para explorar e entender o significado que os indivíduos ou grupos atribuem a um problema social ou humano” (CRESWELL, 2010, p. 43).

Considerando que a abordagem qualitativa realiza uma aproximação fundamental e de intimidade entre sujeito e objeto, uma vez que ambos são da mesma natureza: ela se volve com empatia aos motivos, às intenções, aos projetos dos atores, a partir dos quais as ações, as estruturas e as relações tornam-se significativas (MINAYO; SANCHES, 1993).

Para análise dos dados e avaliação do ambiente das tecnologias, inseridas na Defesa Civil de Santa Catarina foi utilizada a Matriz SWOT, que segundo Bastos (2008), trata-se de planejamento; em que o termo SWOT é a junção das palavras strength; weaknesses,

opportunities; threats. É uma ferramenta estrutural da administração, que possui como

instrumento de avaliação, os ambientes - interno e externo, formulando estratégias com o objetivo de a organização melhorar seu desempenho no mercado.

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No ambiente em questão, a análise feita observou como as TICs estão inseridas na DC (Defesa Civil) de Santa Catarina, quais pontos devem ser melhorados, que outras TICs poderiam ser utilizadas, de acordo com o planejamento da organização. A matriz SWOT se divide em quatro quadrantes e em dois ambientes, sendo eles:

Ambiente interno:

 FORÇAS: Vantagens internas da empresa em relação às empresas concorrentes.  FRAQUEZAS: Desvantagens internas da empresa em relação às empresas

concorrentes; Ambiente externo:

 OPORTUNIDADES: Aspectos positivos da envolvente com potencial de fazer crescer a vantagem competitiva da empresa;

 AMEAÇAS: Aspectos negativos da envolvente com potencial de comprometer a vantagem competitiva da empresa. Como mostra a Figura 04:

Figura 04. Matriz SWOT

Fonte: Bastos 2008

As perguntas foram elaboradas para atender os seguintes pontos para a realização da montagem da matriz SWOT, sendo dividida em: 1. Gestão de Riscos e Plano de Gerenciamento; 2. Uso das Redes Sociais; 3. Investimento Financeiro; 4. Comunicação e Dados – cada qual,

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com questões necessárias para atender os objetivos do estudo de caso e assim, para cada grupo foi elaborada uma matriz SWOT, analisada individualmente.

Durante a elaboração foi decidido criar questionamentos de caráter aberto, que permitiram que os entrevistados desenvolvessem suas respostas de forma livre, fazendo com que novas ideias surgissem durante o decorrer da entrevista, gerando novas perguntas além das já elaboradas, enriquecendo assim, a entrevista.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O trabalho em questão teve por finalidade analisar o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina na gestão de riscos e desastres.

Assim, para entender como as TICs são utilizadas em todas as etapas, bem como, quais os stakeholders envolvidos junto à defesa civil, no processo de comunicação da gestão de riscos e desastres, utilizou-se uma entrevista com questões abertas, semiestruturadas.

Para tanto, é importante retomar quais são as etapas compostas para a gestão de riscos e desastres: (1) prevenção, (2) mitigação e (3) preparação, as três são semelhantes, mas, na prevenção se busca evitar o desastre; na mitigação, minimizar os impactos gerados de um possível desastre; a fase de preparação, é considerada uma parte que antecede o impacto, realizando a realocação de pessoas de uma área de risco iminente por exemplo (RUDORF, 2019).

As questões foram elaboradas com base no referencial teórico, de forma a identificar o cenário atual de uso das TICs na Defesa Civil do Estado Santa Catarina. Apresenta-se a matriz SWOT para cada grupo analisado, sendo: Matriz 1 - Gestão de Riscos e Plano de Gerenciamento, Matriz 2 - Uso das Redes Sociais e Site, Matriz 3 - Investimento Financeiro e Matriz 4 - Comunicação e Dados.

Para obter as respostas e a coleta dos dados necessários para a criação das matrizes, foi realizada uma entrevista em Florianópolis/SC no prédio do Centro Integrado de Gestão de Riscos e Desastres (CIGERD), em 10 de setembro de 2019, das 14h às 16h, contando com a participação dos autores deste TCC, bem como, dos representantes da DC: Gerente de Governança de TI, Gerente de Alertas. As perguntas foram divididas em quatro categorias (APÊNDICE A):

(i) Gestão de riscos e plano de gerenciamento - as questões foram direcionadas, com o intuito de obter informações referentes ao modelo, a estrutura e ao planejamento de atuação da defesa civil no estado (de forma geral), para o atendimento aos desastres;

(ii) Uso das redes sociais - perguntas com o objetivo de levantar dados acerca da utilização dessas redes pela defesa civil e como ela as emprega;

(iii) Investimento financeiro - teve por objetivo coletar dados em função dos investimentos fornecidos pelo Governo do Estado para ampliar o uso tecnológico na Defesa Civil.

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(iv) Comunicação e dados - direcionado para obter conhecimentos sobre os meios utilizados tanto para a captação, quanto para a disseminação da informação (interna e externa).

4.1 MATRIZ 1: Gestão de Riscos e Plano de Gerenciamento

Conforme as respostas da seção A (APÊNDICE B): Gestão de Riscos e Plano de

Gerenciamento e o referencial teórico (Tabela 1):

Ambiente Interno: a) FORÇAS

 Sistemas de Monitoramento e Radar, possuindo dois radares fixos de longo alcance, e um móvel de médio alcance, a defesa civil tem cobertura total do território catarinense podendo monitorar o território inteiro e emitir relatórios, alertas e boletins do tempo com precisão.

 Sistemas de envio de alertas, o constante e total monitoramento do território catarinense faz com que, frequentemente sejam identificadas possíveis ameaças meteorológicas e, para a divulgação dessas informações, usa-se principalmente, o sistema de envio de alertas via SMS, muito efetivo em sua divulgação. Conta também com envios de alertas constantes em suas redes sociais, principalmente, no Facebook, além do site da DC.

 Grupo de meteorologistas - que revezam seus turnos, cobrindo um período de 24 horas diárias, 7 dias por semana.

 Colaboração com o Grupo técnico científico (FAPESC), gerando ensino e pesquisa, em conjunto com a Defesa Civil.

 Na DC há um setor de ensino para promover visitas em escolas bem como para estimular que os alunos visitem o Centro Integrado de Gestão De Riscos e Desastres (CIGERD), com o objetivo de fomentar a conscientização e orientação da população catarinense desde cedo, incialmente na Capital do Estado.

b) FRAQUEZAS

 Não há plano de ação semiestruturado - caso ocorra um desastre em iminência, pode-se correr riscos, devido falhas no sistema de monitoramento, abrindo brechas para a ocorrência de uma catástrofe.

 Falhas no sistema de monitoramento - na ocorrência de erros há o risco de precipitação da Defesa Civil, o que pode comprometer a gestão de riscos.

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 Planos de contingência são elaborados a partir da ocorrência de um desastre; espera-se que ocorra o desastre em determinado local para somente depois, elaborar um plano de contingência. Ou seja, não se atua com simulações, mas sim com aprendizado, que ocorre após a ocorrência de um desastre, eventos passados, dados históricos. E assim, não se atua de forma preventiva para proteção, justamente o que se discute na literatura, de que a Defesa Civil deveria ser denominada Proteção e Defesa Civil.

 Espera para a criação de planos de contingência - a DC elabora seus planos de contingência a partir de situações que já ocorreram, para que aquele evento especifico não ocorra mais.

 Demora no tempo de resposta, como não há um plano de ação semiestruturado, dependendo da complexidade do desastre, pode gerar perda de tempo valioso para salvar vidas, por exemplo, e ainda, essa espera compromete a operação nos primeiros instantes, em que é necessária uma resposta imediata

Ambiente Externo:

c) OPORTUNIDADES

 Ampliar a integração e colaboração com outros órgãos, como o Grupo de Ações Coordenadas (GRAC), criando um plano de ação e fazendo a inserção do grupo.  Elaboração de planos de contingência a partir de simulação, ao invés de esperar um desastre ocorrer para elaborar planos de contingência. Uma alternativa interessante seria a implementação de possíveis cenários a partir de simulações, que possam ocorrer em determinada região ou cidade.

 Elaborar um plano de ação semiestruturado para a ocorrência de desastre, o que permitiria à DC ganhar tempo na hora da resposta evitando que se perca tempo, elaborando todo um plano de ação a partir do zero.

 Elaborar plano de gestão do conhecimento para garantir que a troca de gestão na Defesa Civil não gere perda de conhecimento e de informação. Pois é um órgão que está atrelado às questões políticas, com troca de pessoas nos cargos, conforme a mudança do Governo do Estado. Situação agravada pelo fato de que, a contratação dos técnicos/agentes não apresenta estabilidade, não sendo concursados; ou seja, eles não possuem perspectiva de continuidade na DC.

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 Promover o ensino em escolas, além da capital do Estado, buscando abranger outras localidades, onde a incidência de eventos é maior. Assim, a longo prazo, a população de uma determinada cidade ou região de maior risco tenderá a estar mais bem preparada para saber como agir em situações de desastre.

d) AMEAÇAS

 Rotatividade da gestão, pode fazer com que todo o conhecimento desenvolvido e gerado para a gestão de riscos, seja perdido com a entrada de uma nova equipe.

Tabela 1 - Gestão de Riscos e Plano de Gerenciamento

Forças Fraquezas

Interno

Sistemas de Monitoramento; Sistemas de envio Alerta; Meteorologistas 24/7;

Grupo técnico científico (FAPESC); Classificação de níveis de Alerta; Setor de ensino;

Sem um plano de ação semiestruturado; Falhas no sistema de monitoramento; Planos de contingência elaborados a partir de desastres;

Espera desastre para elaborar um plano de contingência;

Demora no tempo de resposta;

Oportunidades Ameaças

Externo

Colaboração de outros órgãos (GRAC);

Elaboração de planos de contingência a partir de cenários que ainda não ocorreram;

Semiestruturar um plano de ação; Planos de gestão do conhecimento; Ampliação do setor de ensino;

Rotatividade da gestão;

Fonte: Dos autores (2019).

Conclui-se que, na matriz de Gestão de Riscos e Plano de Gerenciamento, a Defesa Civil do Estado de Santa Catarina faz uso das TICs para a Gestão de Riscos e Desastres, no seu ambiente interno e, existem possibilidade de seu uso no ambiente externos que ainda não são exploradas/utilizadas. Segundo Tezani (2011, p. 36): “as Tecnologias da Comunicação e da Informação (TIC) permitem a interação num processo contínuo, rico e insuperável que disponibiliza a construção criativa e o aprimoramento constante rumo a novos aperfeiçoamentos”.

Assim, a utilização das TICs, permite às pessoas/usuários executarem suas atividades de maneira mais eficiente e ágil. Como relatado na entrevista, as TICs estão presentes não só na comunicação com o usuário, no caso, a população catarinense, mas estão presentes também nos sistemas de monitoramento e radares, os quais desempenham o papel de monitorar todo território catarinense.

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Constatou–se que, o aprendizado da equipe é segundo a gestão do conhecimento caracterizado com Explicitação, de acordo com Nonaka e Takeuchi (1997, p. 65) “é a conversão do conhecimento tácito em explícito. Esse processo ocorre através de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses e modelos”. Por exemplo, os planos de contingência não são elaborados até que um desastre aconteça, para que a partir deste episódio, a DC se mobilize com seus agentes para estudo do evento e elaboração do referido plano. Ou seja, como este plano precisa estar baseado em dados históricos, torna-se posterior e, portanto, é documentado nesta fase e a partir disso, pode-se afirmar que se trata de conhecimento explícito.

A colaboração com outros órgãos, como FAPESC e GRAC, deveria permitir a criação de novos cenários de desastres, para assim instruir a equipe e instituições de ensino, para que preparem a população para uma possível ação de emergência, na ocorrência do desastre, trabalhando com simulações.

4.2 MATRIZ 2: O uso das redes sociais e site

Conforme respostas da seção B: O uso das Redes Sociais e Site (APÊNDICE B) e referencial teórico, pode-se avaliar, conforme a Tabela 02:

Ambiente Interno

A) FORÇAS

Há frequentes publicações de alerta feitas nas redes sociais: Instagram (Figura 5) e Facebook (Figura 6), atingindo no Instagram um número de 60.300 seguidores e um total de 3.960 publicações (INSTAGRAM, 2019). Contudo, o principal meio de comunicação com a população ainda é o SMS.

 Envio de SMS, que atinge um número maior de pessoas, pelo fato de não precisar de conexão com a Internet.

 Redes sociais são fortes aliadas para a divulgação à população do trabalho realizado pela DC. Pois, com base na análise das Páginas do Facebook e

Instagram, constatou-se publicações referentes a campanhas de prevenção de

desastres, alertas, dicas de segurança, obras realizadas pela Defesa Civil, palestras e minicursos - com cerca de 398.312likes, em 21/11/2019.

 Ingresso da informação no WhatsApp; uma vez que o usuário recebe o alerta de mensagem no celular, apenas como SMS;

 Desenvolvimento de um novo site, mais intuitivo e com um canal de contato do usuário como um CHATBOT;

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 Aumento dos investimentos na divulgação de informações no Facebook;  Utilização da WEB 1.0, mais precisamente a TV aberta, para a divulgação aos

usuários sobre a presença das redes sociais e site, WEB 2.0

Figura 5 – Dicas da Defesa Civil de Santa Catarina no Instagram

Fonte: Print screen do aplicativo Instagram

Figura 6: Postagem de alerta de chuva no Facebook

Fonte: Print screen do aplicativo Facebook

 Emissão frequente de alertas no Sitio Oficial da Defesa Civil, localizado no endereço URL: http://www.defesacivil.sc.gov.br/ (Figura 7), a qual demonstra exemplo de alerta de chuva, divulgado em 03 de novembro de 2019.

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Fonte: Página Oficial Defesa Civil de Santa Catarina (2019).

B) FRAQUEZAS

 Falta de investimento nas publicações nas redes sociais da DC, tanto em termos financeiros quanto em informações para divulgação;

Fraca estruturação e organização do site da DC, considerado pouco intuitivo quanto à apresentação das informações. Ou seja, apresenta problemas de usabilidade;

 Dependência de condições favoráveis para a informação chegar até o destino desejado, a população no geral, pois depende da conexão com a internet e da própria vontade do usuário em acessar o site e as redes sociais da DC;

 Passividade na divulgação da informação, que ocorre em apenas uma via, não havendo um canal de mão dupla, em que a população possa se manifestar. Assim, somente a DC transmite a informação, sem feedback.

Ambiente Externo

C) OPORTUNIDADES

 Parcerias com redes de telecomunicações para obter maior alcance da cobertura de celular com maior qualidade;

Uso da Tecnologia pushes. “Push se refere a um modelo de comunicação entre cliente-servidor, onde é o servidor que inicia a comunicação. Neste modelo é possível que um servidor envie dados para um cliente sem que ele tenha explicitamente solicitado”(MEDEIROS; FIGUEIREDO, 2015). Dessa forma, a informação se dá de forma invasiva; ou seja, mesmo sem o usuário procurar por mensagens de chuvas, inundações e outros alertas, tais mensagens da DC apareceriam na tela, a exemplo dos recursos disponibilizados pelo google, que justamente poderia ser um tipo de serviço a ser contratado pela DC.

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D) AMEAÇAS

 Falta de interesse pela população em buscar informações tanto nas redes sociais quanto ao acesso no próprio site da Defesa Civil, fator esse que está ligado ao analfabetismo tecnológico; ou seja, as pessoas não sabem como encontrar as informações de alerta, campanhas ou avisos da Defesa Civil;

 Falta de iniciativa política para investimento na comunicação;

A Tabela 2 ressalta que, apesar das redes sociais serem usadas para a divulgação da informação bem como o site da DC, ainda há a necessidade de uma melhor divulgação desses meios de comunicação à população. E ainda, como destacado como força, a TV aberta apresenta grande interesse por informações meteorológicas e de possíveis riscos e desastres a serem divulgados em seus noticiários e outros programas, constituindo-se assim, em um importante meio, que por ser tão popular e de grande alcance, poderia ser utilizado para disseminação e divulgação das Redes Sociais, site e ainda, o trabalho da DC como um todo.

Tabela 2. O uso das Redes Sociais e Site

Forças Fraquezas

Interno

Envio de SMS de alertas;

Publicações no Facebook, Instagram e Twitter; Emissões de boletins e alertas constantes no site;

Ingressar no WhatsApp para disseminação de informação;

Desenvolvimento de um novo site; Direcionamento e investimento em publicações (Facebook);

Divulgação das Redes Sociais na TV aberta

Dependência de condições favoráveis para a informação chegar até o destino desejado;

Falta de investimento nas publicações em suas redes sociais;

Má estruturação e organização do site (Pouco intuitivo;)

Passividade na divulgação da informação;

Oportunidades Ameaças

Externo

Parcerias com redes de telecomunicações; Maior divulgação do recurso SMS; Trabalhar de forma ativa na divulgação da informação através de pushes;

Falta de interesse da sociedade em buscar as informações;

Analfabetismo Tecnológico; Falta de investimento na área de divulgação nas redes;

Fonte: Criado pelos autores (2019).

Conclui-se que, pela análise do uso das Redes Sociais e Site (Matriz 2), que a Defesa Civil do Estado de Santa Catarina faz uso frequente das redes sociais Facebook e Instagram, para a divulgação das informações. Contudo, cabe salientar que, a disponibilização de

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informações de alertas de chuvas e possíveis inundações não garante a mudança de comportamento das pessoas, em termos de prevenção. Afinal, entende-se que a comunicação acontece não apenas de cima para baixo (da Defesa Civil para a população), de forma passiva, mas sim, o ideal seria construir canais que permitissem o envio de informações da população para a DC, em um formato que se aproxime do que se denomina como coprodução e coparticipação. Dessa forma, a postura seria de colaboração entre as partes e além disso, exigiria um certo altruísmo da população, que sairia de um comportamento passivo, apenas em termos de receber alertas da DC em situações de desastre eminente – para um comportamento proativo e humanitário em favor do bem comum!

A exemplo do que relata Gomes e Londero (2014), em estudo que tinha como objetivo – discutir a contribuição da mídia social Internet, através dos sites de redes sociais, para a democratização e conscientização ambiental – a participação das pessoas, interagindo em um site específico de uma organização ambiental, não necessariamente representou um compromisso com a causa ambiental e, mais do que isso, o uso das ferramentas ‘curtir’, ‘comentar’ e ‘compartilhar’ não significou o real envolvimento das partes. É certo que as interações na Página com as publicações agregam para a comunicação ambiental, mas o diálogo não é estabelecido de maneira eficiente, no sentido de alcançar o comprometimento e coparticipação dos cidadãos, conceitos importantes quando se aborda a conscientização ambiental.

4.3 MATRIZ 3: Investimento Financeiro

Conforme Respostas da seção D: As Tecnologias da Informação e Comunicação:

Investimento Financeiro (APÊNDICE B) e conforme o referencial teórico na Tabela 4:

Ambiente Interno:

A) FORÇAS

A gestão atual da Defesa Civil busca por softwares e soluções gratuitas, o que gera corte nos custos e assim, economia para disponibilizar verbas para outros setores de tecnologia;

 Caso não se identifique soluções gratuitas, busca-se as de melhor custo-benefício, buscando uso eficiente da verba disponibilizada;

 Visão de longo prazo – a construção/reforma de infraestrutura busca suprir com certa folga o que for solicitado, o que cria espaço para futuras melhorias;

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 Exclusividade em soluções desenvolvidas a partir da terceirização, gera um maior custo; contudo, garante ao Estado os direitos autorais sobre os softwares desenvolvidos e código fonte;

 Investimentos no ensino e pesquisa - a Defesa Civil realiza investimento nesse campo em conjunto com a FAPESC para gerar conhecimento e inovações em sua área de atuação;

 Anexar questões tecnológicas de uma obra à previsão orçamentária total, desta maneira agilizaria a implementação de sistema de segurança por exemplo, e ainda, não geraria perda de tempo do setor de TI, ao ter que atender os requisitos de um processo extra de licitação, necessário para verbas além daquelas já previstas para tal obra;

 O SMS é a principal ferramenta de divulgação da defesa civil. Tal fato talvez aconteça em virtude de não haver investimento para impulsionamento de publicações nas redes sociais com publicações de alertas e boletins mais críticos, que direcionariam o alcance e aumentariam a efetividade das publicações;

B) FRAQUEZAS

 Investimentos tecnológicos não ingressados em orçamento de infraestrutura, fazendo com que, o setor tecnológico tenha que fazer solicitações de verba para por exemplo instalar um sistema de monitoramento de barragem, já que, questões assim, não são pautadas no orçamento total da obra, gerando demora devido a densa burocracia para liberação de verbas em processos que exigiriam licitação;

 Falta de investimento em redes sociais, colocadas como força na divulgação de informação pela Defesa Civil; contudo, não há investimentos financeiros em suas publicações, para que atingissem uma parcela maior da população;  Dependência de terceiros para o desenvolvimento de sistemas para a Defesa

Civil, pois não há pessoal próprio dedicado ao desenvolvimento de soluções, apesar dos altos investimentos do Governo na área de TI da DC;

Alto custo para o desenvolvimento de softwares, como não há equipe de desenvolvimento própria, a DC aloca boa parte de seus investimentos na

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terceirização para o desenvolvimento dessas soluções. Tal custo aumenta, caso a defesa civil opte por ter exclusividade e direitos autorais sobre a mesmo.

Ambiente Externo:

C) OPORTUNIDADES

 Criação de um setor de desenvolvimento de soluções (software) a longo prazo, centralizaria o desenvolvimento de projetos na própria Defesa Civil, deixando de ser, gradativamente, dependente de terceiros;

 Maior autonomia para investimentos críticos, pois mesmo aqueles com evidente urgência têm que passar por processos burocráticos, gerando atrasos; assim, a desburocratização em questões críticas de investimento, agilizaria o processo;

D) AMEAÇAS

 Falta de transparência com as informações dos gastos e investimentos para com a população;

 Difícil acesso às informações de gastos e investimentos por parte da população.  Rotatividade na equipe, com a alta troca de agentes, que compõem a DC, podendo gerar alternâncias no foco do investimento e projetos sejam abandonados pela metade.

Tabela 03: As Tecnologias da Informação e Comunicação: Investimento Financeiro

Forças Fraquezas

Interno

Busca de soluções gratuitas;

Melhorias nos sistemas de monitoramento; Identificação da solução de melhor custo-benefício;

Exclusividade dos softwares desenvolvidos por parcerias;

Pensamento a longo prazo; Investimento no ensino e pesquisa;

Anexar questões tecnológicas de uma obra ao orçamento totalitário;

Investimento nas redes sociais;

Questões tecnológicas não ingressadas no orçamento de infraestrutura;

Sem investimento em redes sociais; Falta de setor de desenvolvimento; tecnológico

Alto custo para exclusividade de

softwares;

Oportunidades Ameaças

Externo

Setor desenvolvimento tecnológico;

Maior autonomia para investimentos críticos;

Transparência das informações;

Difícil acesso as informações de gastos e investimento;

Rotatividade na equipe;

Burocracia para conseguir verbas; Fonte: Criado pelos autores (2019).

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