• Nenhum resultado encontrado

ANNA CAMISASSA DITTA (12.68Mb)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ANNA CAMISASSA DITTA (12.68Mb)"

Copied!
152
0
0

Texto

(1)Universidade Presbiteriana Mackenize. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. MORADIA ESTUDANTIL COMO CENTRO SOCIAL E DE CONHECIMENTO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Orientador: Gilberto Belleza. Anna Camisassa Ditta Dezembro 2018.

(2) AGRADECIMENTOS.

(3) A Deus, aos meus pais, minha irmã, meus amigos, meus docentes e colegas da faculdade e aos meus orientadores Gilberto Belleza e Guilherme Motta..

(4) PREFÁCIO.

(5) Trabalho Final de Graduação da aluna Anna Camisassa Ditta do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie sob orientação do professor Gilberto Belleza..

(6) RESUMO. O presente trabalho de conclusão de curso da faculdade de Arquitetura e Urbanismo busca, através da análise de bibliografias e construções existentes, apontar a relação entre moradias estudantis - que foram se desenvolvendo a medida que surgiram as universidades - seus respectivos projetos e o entorno que as engloba. Além disso, discorre sobre a influência social – pelas relações interpessoais, atividades e movimentos que nelas se desenvolvem - que elas têm sob seus residentes. Analisa-se o histórico das universidades de maneira global, desde os primeiros movimentos pendulares em busca de conhecimento, e o panorama brasileiro atual dentro deste contexto, que vai desde o Brasil Colônia, até o cenário atual de produção de profissionais para o mercado de trabalho. Toma-se por base essas considerações e a análise dos estudos de caso para alcançar o exercício de projeto final: uma moradia estudantil alocada próxima a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, um dos campus da Universidade de São Paulo, localizado no bairro do Butantã, São Paulo..

(7) ABSTRACT. The present final Project for Faculdade de Arquitetura e Urbanismo aim to, based on bibliographic analysis and current buildings, go through the relation between students housing – that were developed as presence of universities was growing - their respective projects and surroundings. Furthermore, this dissertation brings conclusions on the social influence – through personal relationships, activities and social movements developed there – that this type of housing has on its residents. The global historic of universities is also analyzed, considering the first pendulous movements seeking knowledge, the current Brazilian scenario and the current development of professionals to supply the labor market. This project considers all the analysis mentioned previously and also some cases studies to achieve its goal: the creation of a student housing near the Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, one of Universidade de São Paulo`s campus, located on Butantã, São Paulo..

(8) I. 1. 2. SUMÁRIO. 3. 4. 5. 6. C. B.

(9) INTRODUÇÃO . 14. 1. AS UNIVERSIDADES . 1.1 CONCEITO E HISTÓRICO  18. 1.2 PANORAMA BRASILEIRO E ATUAL DAS UNIVERSIDADES 23 2. MORADIAS ESTUDANTIS. 2.1 CONCEITO E DIFERENTES TIPOLOGIAS. 2.2 HISTÓRICO. 2.3 ANÁLISE COMO CENTRO SOCIAL E DE CONHECIMENTO. 2.4 DIRETRIZES E PARTIDOS PARA MORADIAS SOCIAIS. 30 32 36 39. 3. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. 3.1 A USP. 3.2 O CRUSP. 48 52. 4. ESTUDOS DE CASO. 4.1 CAMPUS HALL – C. F. MOLLER. 4.2 ROXBURY E+ - ISA. 4.3 MORADIA ESTUDANTIL UNICAMP – JUAN VILLÁ. 58 64 70. 5. O PROJETO. 5.1 A ESCOLHA DO TEMA E OBJETO DE PROJETO. 5.2 LOCALIZAÇÃO. 5.3 PROGRAMA E PARTIDO. 5.4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – PLACAS. FOTOVOLTAICAS. 78 79 82 90. 6. DESENHOS TÉCNICOS 94 CONCLUSÃO 146 BIBLIOGRAFIAS 148.

(10) LISTA DE FIGURAS Figura 01.. Ruínas da Universidade de Nalanda atualmente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19. http://en.ammonnews.net/article.aspx?articleno=21367 - BBC Figura 02. Universidade de Bolonha, Italia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20. http://shootandscrawl.com/bologna/ Figura 03. Universidade de Sorbonne, França. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21. avagabonde.blogspot.com/2011/09/ Figura 04. Universidade de Halle, Alemanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22. https://www.oldbookillustrations.com/illustrations/halle-university/ Figura 05. Edifício que abrigou a Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1920 . . . . . . . . . . . . . . . 24. https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hosp%C3%ADcio_D_Pedro_II_-_Atual_Pal%C3%A1cio_Univer sit%C3%A1rio_da_UFRJ_-_Praia_Vermelha.jpg Figura 06. Antigo edifício Faculdade de Medicina - UFMG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24. https://www.ufmg.br/90anos/ufmg-em-imagens/ Figura 07. Escola de Minas de Ouro Preto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35. https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/mg/2013-04-24/livro-resgata-a-escola-de-minas-que-barrou-san tos-dumont-e-carlos-chagas.html Figura 08. Manifestação estudantil contra a ditadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36. https://www.youtube.com/watch?v=Ijk3eEXOEtk Figura 09. Manifestação estudantil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 http://juventudeasruas.blogspot.com/2013/10/grupo-de-estudos-de-cultura-e-marxismo.html Figura 10. Diagrama de fluxos na implantação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43. Wiese (2017) Figura 11. Diagrama de urbanidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43. Wiese (2017) Figura 12. Diagrama de atividades e comercio voltadas a comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43. Wiese (2017). F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F.

(11) 9. 0. 1. 2. 4. 4. 5. 6. 6. 3. 3. 3. Figura 13. Diagrama da facilitação da sustentabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43. Wiese (2017) Figura 14. Espaços coletivos para a comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43. Wiese (2017) Figura 15. Espaços que incentivem a cultura local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43. Wiese (2017) Figura 16. Pavilhão suíço. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43. https://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquitetura-pavilhao-suico-le-corbusier Figura 17. Baker House - MIT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44. https://www.archdaily.com/61752/ad-classics-mit-baker-house-dormitory-alvar-aalto Figura 18. Vista aerea Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51. https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_Universit%C3%A1ria_Armando_de_Salles_Oliveira Figura 19. Planta pavimento tipo CRUSP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53. https://www.researchgate.net/figure/Figura-50-Plantas-dos-pavimentos-CRUSP-1961-Fonte-acervo . -FAU-USP-Redesenho-Evie_fig15_270642982 Figura 20. Vista aerea CRUSP, atualmente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54. http://sites.usp.br/sas/ Figura 21. CRUSP em construção na decada de 60 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55. https://retomadacrusp.wordpress.com/fotos/fotopbantiga-crusp-original/ Figura 22. Fachada Campus Hall . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58. https://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller Figura 23. Implantação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60. https://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller Figura 24. Planta pavimento tipo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61. https://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller Figura 25. Area de convivio, no centro da planta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62. https://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller Figura 26. Interior de uma das tipologias de dormitorio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62. https://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller Figura 27. Fachada E+. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64. http://www.is-architects.com/roxbury-e/0ssnu0hxxctklaabkxmi1nbqhunn0p Figura 28. Implantação com algumas considerações de partido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66. http://www.is-architects.com/roxbury-e/rvjvry9ov38a2e86lrq3kibndrqpf5 Figura 29. Considerações como o sol, os acessos e a captação de água foram essenciais no projeto . . . . . 67. http://www.is-architects.com/roxbury-e/4jz7v84jen7mairrd95b9ryiiflorw Figura 30. Gráficos sobre a perda/ganho resultante da troca de calor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67. https://www.archdaily.com.br/br/775589/e-plus-interface-studio-architects Figura 31. Diagramas de considerações do projeto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68. https://www.archdaily.com.br/br/775589/e-plus-interface-studio-architects Figura 32. Fachada dos fundos, para jardim privativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68. https://www.archdaily.com.br/br/775589/e-plus-interface-studio-architects  Figura 33. Imagem aerea da Moradia Estudantil da UNICAMP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.154/4895 Figura 34. Implantação do conjunto com eixos verticais de horizontais de circulação. . . . . . . . . . . . . . 73. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.154/4895 Figura 35. Planta de um dos núcleos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.154/4895.

(12) Figura 36. Foto da moradia atualmente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.154/4895 Figura 37. Esquemas sobre cheios e vazios da materialidade e do projeto em si. . . . . . . . . . . . . . . . 74. Montaner (2013) Figura 38. Vista google Maps. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80. https://www.google.com.br/maps/@-23.5689391,-46.7061274,2113m/data=!3m1!1e3 Figura 39. Mapa com acessos e ciclovias/ciclofaixas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80. Autoria própria Figura 40. Imagem Google Maps do terreno - situação atual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80. https://www.google.com.br/maps/@-23.5689391,-46.7061274,2113m/data=!3m1!1e3 Figura 41. Diagrama da concepção do projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82. Autoria própria Figura 42. Diagramas com usos do projeto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84. Autoria própria Figura 43. Planta de setorização das unidades no pavimento tipo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86. Autoria própria Figura 44. Tipologias residenciais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86. Autoria própria Figura 45. Tabela de consumo energetico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92. Autoria própria Figura 46. Implantação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97. Autoria própria Figura 47. Planta terreo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99. Autoria própria Figura 48. Planta 1o pavimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .101. Autoria própria Figura 49. Planta 2o pavimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103. Autoria própria Figura 50. Planta 3o pavimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105. Autoria própria Figura 51. Planta 4o pavimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107. Autoria própria Figura 52. Planta cobertura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109. Autoria própria Figura 53. Planta subsolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111. Autoria própria Figura 54. Corte A-A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .113. Autoria própria Figura 55. Corte B-B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115. Autoria própria Figura 56. Corte C-C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117. Autoria própria Figura 57. Corte D-D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119. Autoria própria Figura 58. Elevação 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121. Autoria própria. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F. F.

(13) 0. 2. 6. 6. 2. 7. 9. Figura 59. Elevação 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123. Autoria própria Figura 60. Elevação 03 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125. Autoria própria Figura 61. Elevação 04 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .127. Autoria própria Figura 62. Detalhe 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128. Autoria própria Figura 63. Detalhe 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128. Autoria própria Figura 64. Ampliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129. Autoria própria Figura 65. Perspectiva 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130. Autoria própria Figura 66. Perspectiva 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130. Autoria própria Figura 67. Perspectiva 03 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .131. Autoria própria Figura 68. Perspectiva 04 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131. Autoria própria Figura 69. Imagem externa 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133. Autoria própria Figura 70. Imagem externa 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .135. Autoria própria Figura 71. Imagem externa 03 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137. Autoria própria Figura 72. Imagem externa 04 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .139. Autoria própria Figura 73. Imagem interna 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .141. Autoria própria Figura 74. Imagem interna 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143. Autoria própria Figura 75. Foto maquete volumetrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .144. Autoria própria Figura 76. Foto maquete volumetrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144. Autoria própria Figura 77. Foto maquete detalhe fachada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .145. Autoria própria Figura 78. Foto maquete detalhe fachada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .145. Autoria própria Figura 79. Foto maquete detalhe fachada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .145. Autoria própria Figura 80. Foto maquete detalhe fachada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .145. Autoria própria.

(14) INTRODUÇÃO.

(15) O presente trabalho apresenta a pesquisa e o embasamento teórico feito para subsidiar o projeto arquitetônico que constitui o trabalho final de graduação. O tema Moradia Estudantil foi escolhido a partir de experiências pessoais e da crescente importância das discussões sobre o ensino e influência do conhecimento no contexto urbano brasileiro.. As universidades são um dos principais pontos de desenvolvimento do conhecimento humano. Desde os primórdios, foram espaços de trocas, discussões, posicionamentos e aprendizados. Reuniram intelectuais e estudiosos e tiveram marcante presença em alguns dos mais importantes acontecimentos da sociedade moderna. Junto com as universidades, foi crescendo o número de moradias estudantis, que serviam como habitação, tanto para professores e intelectuais, quanto para alunos.. A partir de experiências pessoais, de pesquisas e do embasamento teórico desenvolvido durante o curso de Arquitetura e Urbanismo, busca-se nesta monografia apresentar o contexto histórico das universidades e das moradias estudantis, que tiveram seus desenvolvimentos correlacionados. Apresenta-se também um panorama sobre a situação específica do ensino superior brasileiro, e uma análise sobre um dos principais centros universitários do país, a Universidade de São Paulo.. No contexto urbano, no período do desenvolvimento das primeiras universidades, é evidente o importante papel das moradias estudantis como centro de convívio e de aprendizado, uma vez que reúnem diversos indivíduos em busca de conhecimento. Trazendo esse panorama para o cenário atual brasileiro, questiona-se qual seria a influência de uma moradia estudantil - implantada de maneira a valorizar a troca de conhecimento - nos alunos que nela residem, em seu entorno urbano e em sua comunidade local. Também é abordado o papel social que a moradia estudantil possui e as diretrizes projetuais que facilitam a interação da moradia com o meio.. Com base nos pontos apresentados, cria-se uma proposta projetual de uma moradia estudantil localizada nos arredores da Universidade de São Paulo..

(16)

(17)

(18) As Universidades. 1.1 CONCEITO E HISTÓRICO Universidade, hoje, está definida no dicionário como: 2. Instituição de nível superior, responsável por ensino e pesquisa, constituída de várias faculdades que preparam os alunos em diversas áreas profissionais, conferindo-lhes diploma em nível de graduação. Oferece, também, cursos de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado em diversas áreas do saber; e 3. Conjunto de edifícios onde funcionam os diversos setores dessa instituição. (MICHAELLIS, 2018) Define-se também, atualmente, universidade como instituição de ensino e pesquisa constituída por um conjunto de faculdades e escolas destinadas a promover a formação profissional e científica de pessoal de nível superior e a realizar pesquisa teórica e prática nas principais áreas do saber humanístico, tecnológico e artístico e a divulgação de seus resultados à comunidade científica mais ampla (TEIXEIRA, 1998).. 18. F d.

(19) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. Em um conceito mais amplo, a escola de escribas Eduba, fundada por volta de 3500 a.C. é considerada a primeira universidade registrada na história. Ela contava com o ensino apenas de escrita suméria e matemática, mas foi um local de extrema importância para o desenvolvimento do conhecimento. De acordo com o conceito mais atual, a universidade de Nalanda, em Bihar - Índia, pode ser considerada como a primeira universidade. Ela abrangia um currículo extenso como matemática, teologia, filosofia, astronomia, alquimia e anatomia. Porém, em 1193 foi saqueada por invasores e perdeu grande parte de sua importância por reduzir seu currículo.. Figura 01. Ruínas da Universidade de Nalanda atualmente.. As universidades europeias surgiram entre o final do século XI e o começo do século XII. As primeiras que. 19.

(20) As Universidades. se têm registro são a Universidade de Bolonha, fundada em 1088, na Itália, e a Universidade de Sorbonne fundada em 1170, na França. Em uma Europa diretamente influenciada pelo catolicismo, as universidades eram de domínio da Igreja e a doutrina católica influenciava diretamente seus professores, grades curriculares e conceitos desenvolvidos, enviesando o desenvolvimento científico.. Figura 02. Universidade de Bolonha, Italia.. A influência era tão grande que atos considerados proibidos pela igreja, como a dissecação de cadáveres, eram banidos da universidade. Anteriormente à Bolonha ou Sorbonne, algumas das universidades medievais recebiam da Igreja Católica ou de Reis e Imperadores o título de Studium Generale, que indicava que eram um instituto de excelência internacional, considerados como os locais de ensino mais prestigiados do continente. Acadêmicos de um Studium Generale eram encorajados a dar cursos. 20.

(21) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. em outros institutos por toda a Europa, bem como a partilhar documentos. Isso iniciou a cultura de intercâmbio presente ainda hoje nas universidades europeias. Foram criadas as primeiras Studium Generale por influência da igreja, que depois por causa de seu caráter internacional, passaram a ser chamadas de Universitas. Nelas, todos os mestres pertenciam à Igreja. Com o crescente número de alunos, foram criadas as primeiras moradias estudantis, que serão estudadas adiante.. Figura 03. Universidade de Sorbonne, França. O processo da reforma e da contrarreforma, que começou no século XIV, contribuiu para que as universidades rompessem com o domínio religioso e para que em 1694 fosse fundada a primeira universidade aberta, desvinculada da Igreja: a Universidade de Halle, na Alemanha. Esse processo de rompimento seguiu e em 1809 21.

(22) As Universidades. a universidade de Berlin foi local de experimentos de laboratório que rompiam completamente com qualquer doutrina teológica. Pode-se considerar que neste momento o conceito de liberdade de cátedra foi implementado, concedendo aos alunos e professores o direito de buscar a verdade absoluta, sem restrições ideológicas.. Figura 04. Universidade de Halle, Alemanha.. Assim, a Universidade aproximou-se do conceito defendido hoje por muitos intelectuais, no qual é entendida como instituição capaz de libertar o pensamento e os homens dos dogmas e das instituições tradicionais, permitindo o desenvolvimento da cultura definidora de uma sociedade e seu povo, “uma atmosfera de saber para preparar o homem que o serve e o desenvolve” (TEIXEIRA, 1998). Segundo ele, o seu ideal de universidade afasta-se de escolas superiores isoladas, entendendo que somente por um modelo integrado de conhecimento seria possível escapar a um saber instrumental e tecnicista, a fim. 22.

(23) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. de atingir uma educação superior como educação para a cidadania e para a democracia. Sobrinho vai ao encontro de Anísio, que defende a universidade para “a formação, produção dos conhecimentos para aumento da dignidade da vida, desenvolvimento civilizatório, aprofundamento dos valores democráticos e de elevação do humano” (SOBRINHO, 2014, p. 119). 1.2 PANORAMA BRASILEIRO E ATUAL DAS UNIVERSIDADES. Durante o período colonial do Brasil, não existiam universidades no território nacional, apenas escolas superiores. A educação ficou baseada em Coimbra, e sofria influencia religiosa direta. D. João VI criou na colônia cursos que ensinavam economia, agricultura, química e desenho técnico, que em sua visão garantiam a infraestrutura necessária para a sobrevivência da corte na colônia. Mais tarde, esses cursos evoluíram para as escolas e faculdades profissionalizantes.. O desenvolvimento das universidades no Brasil se dá a partir de 1920, como estratégia de governo, focada na capacitação para o trabalho e na formação da elite. A primeira universidade brasileira registrada foi a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que se originou da fusão, em 1920, de três escolas profissionalizantes (politécnica, medicina e direito). Logo em seguida, em 23.

(24) As Universidades. 1927, foi fundada a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e em 1934 a Universidade de São Paulo (USP), que por sua importância nacional será melhor abordada no próximo capítulo. Em 1940 e 1950 são fundadas as primeiras universidades privadas do país, vinculadas a instituições religiosas.. Figura 05. Edifício que abrigou a Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1920.. Figura 06. Antigo edifício Faculdade de Medicina - UFMG. Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956– 1961) fica evidente a situação precária das universidades brasileiras, uma vez que foram expandidas enfatizando. 24.

(25) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. a formação profissional, sem a preocupação com a pesquisa e a produção de conhecimento. A Universidade de Brasília (UnB) é fundada em 1961 com um modelo acadêmico revolucionário, que vem como contraponto a essa situação precária das universidades do momento. Ela propoe-se a romper com o distanciamento da universidade relativo ao processo de desenvolvimento do país e constituir-se como importante centro intelectual e cientifico latino-americano, além de formar quadros para a docência e pesquisa, mas seu modelo é descaracterizado pelo golpe de 1964 (MARICATO; KOHL; PAMPLONA, 1974). Posteriormente, a reforma universitária de 1968 vem com objetivo de melhorar a eficiência e produtividade do ensino. Durante esse período ditatorial, a Universidade assume caráter funcional, com objetivo de atender às demandas da base de sustentação política, da formação rápida de profissionais e da classe média sem poder politico.. O panorama hoje das universidades brasileiras é reflexo de todo o seu processo de desenvolvimento e da sua continua visão ambígua entre seu papel frente a interesses políticos e/ou econômicos e entre seu caráter autônomo e/ou heterônomo. O desenvolvimento das universidades a favor de interesses políticos e econômicos é marcante no Brasil, assim como em diversos países. Com o desenvolvimento das revoluções e do capitalismo, afastou-se da ideia de universidade como produtora de conhecimento e aproximou-se da ideia da produção de profissionais para o mercado. Nas universidades estrangeiras, esse afastamento foi significativo, mas com uma base forte de ensino já desenvolvida, não foi capaz de ex25.

(26) As Universidades. terminar o ideal de universidade. Pode-se perceber, contudo, que no cenário nacional, por um fraco embasamento e um desenvolvimento falho, esse afastamento foi mais significativo e nos levou ao panorama atual.. A ideia da produção de profissionais para o mercado fez com que o número de universidades apresentasse um salto enorme, indo ao encontro das tendências capitalistas de ampliação do mercado. Segundo o censo do INEP1 , em 1998 eram 153 universidades no país, sendo delas 77 públicas e 76 privadas, e em 2005 esse número evoluiu para 2.165 universidades, sendo 231 publicas e 1.934 privadas.. Neste cenário de afastamento, o conhecimento que antes era desenvolvido pelas universidades para os próprios países - impulsionadas pelo confronto direto com outros países - passou a ser globalizado e as informações abertas e distribuídas a todos. Depois disso, as grandes empresas perceberam que desenvolver suas próprias tecnologias poderia ser a solução para questões internas e muitas vezes o diferencial frente a outras empresas. O conhecimento passou a ficar mais privado e restrito e a se afastar da ideia primordial da universidade de compartilhar conhecimento com todos os indivíduos da sociedade.. A universidade também perdeu espaço para a cultura de massa. Anteriormente, era responsável por explorar e incentivar a alta-cultura, que era distribuída de forma pública. Com a mercantilização dos bens de cultura, o dinamismo da indústria ofuscou o meio acadêmico. 26. 1. INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira..

(27) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. Por um lado, surge a ideia da universidade produzindo conhecimento para apropriação privada, que entra em atrito com o ideal da universidade produtora de conhecimento público. Por outro lado, cria-se a ideia do objeto de pesquisa e o modo de acessá-lo como propriedade privada das empresas desenvolvedoras.. Pode-se sintetizar o percurso da Universidade no Brasil como sendo voltado primeiramente para o conhecimento, e posteriormente para o mercado de trabalho, até alcançar o patamar atual onde as universidades são definidas por normas e padrões alheios ao conhecimento e à formação intelectual, voltando seus docentes a atividades e exigências que extrapolam o trabalho intelectual. Apresenta-se o maior dilema enfrentado pelas universidades brasileiras atuais que é oscilar entre atender a perspectiva do mercado na formação de profissionais e a perspectiva de desenvolver conhecimento científico. Nessa oscilação, a Universidade chega em um estágio em que deixa de contemplar a definição apresentada inicialmente como produtora de conhecimento. [...] as funções da universidade são plurais, mas é possível afirmar que a sua principal atribuição é pensar a si mesma, isto é, refletir sobre sua própria função social. Talvez isso caracterize a própria condição humana – pensar-se. E tal exercício deve ser permanente, pois, tal qual o destino de Sísifo, o pensar e o refletir precisam ser feitos e refeitos. (CAMPOS, 2012). 27.

(28)

(29)

(30) Moradias Estudantis. 2.1 CONCEITO E DIFERENTES TIPOLOGIAS. Ao mesmo tempo em que foram se desenvolvendo as universidades ocorreu o surgimento de moradias estudantis. Elas iniciaram com os primeiros sítios de ensino, que se isolavam um pouco da cidade e que recebiam alunos e professores de outras regiões. Para abrigá-los, pequenos conjuntos residenciais foram criados, dentro do próprio campus2 ou perto deles. No cenário brasileiro não poderia ser diferente: mesmo com o desenvolvimento das universidades focadas no mercado de trabalho, moradias estudantis foram criadas para abrigar jovens oriundos de diversas regiões.. Hoje em dia, segundo a Secretaria Nacional da Casa de Estudante - SENCE, existem três tipos básicos de moradias: alojamento estudantil; casa de estudantes e república estudantil. Denomina-se alojamento estudantil. 30. 2. Área que compreende os edifícios e terrenos de uma universidade..

(31) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. a moradia de propriedade da instituição de ensino superior, e /ou secundaristas públicas que com estas mantenham vínculo gerencial administrativo. Casa de estudante é a moradia estudantil administrada de forma autônoma, segundo estatutos de associação civil com personalidade jurídica própria, sem vínculos com a administração da instituição de ensino superior ou secundarista. República estudantil é o imóvel locado coletivamente para fins de moradia estudantil (SENCE, 2006). Para desenvolvimento do objeto de projeto, será dada ênfase aos alojamentos estudantis, por seu vínculo com a instituição de ensino e por seu caráter mais imponente e relevante em um cenário urbano.. Pode-se classificar as moradias estudantis também em dois grandes grupos quanto ao tipo de estudante que nela reside. Existe o grupo de estudantes que assumem a responsabilidade e os custos com a moradia durante os anos de formação, tendo como meio mais comum o aluguel ou compra de espaços. E existe o grupo de estudantes que procura na Instituição de Ensino Superior algum apoio para garantir um local de habitação durante os anos nos quais se dedicarão à vida estudantil. Essa solicitação é ocasionada pela ausência de condições econômicas do aluno, e pode ser atendida por uma vaga em uma residência que tenha vínculo parcial ou total com a instituição. Porém, nem sempre pode ser atendida, tendo em vista que nem todas as instituições de ensino brasileiras oferecem esse tipo de serviço. Nesses casos, as instituições podem oferecer algum tipo de bolsa-auxílio moradia e o estudante terá que encontrar um local para 31.

(32) Moradias Estudantis. alugar.. Como existem diversos tipos de moradias, sejam elas vinculadas com as instituições ou de iniciativa privada ou de iniciativa dos próprios alunos, não existe um padrão arquitetônico nesses imóveis. Elas podem ser parte de edifícios já consolidados, ser o resultado de uma adaptação de casarões antigos ou até mesmo edifícios construídos exclusivamente para o uso da moradia estudantil, como exemplo o CRUSP que será explorado no próximo capítulo. Elas se localizam fora e dentro dos campus e possuem os mais diversos tipos de ocupação: segregadas por sexo, por curso, por origem do estudante ou completamente mistas.. 2.2 HISTÓRICO. Antes mesmo do surgimento das primeiras universidades, já existem registros do deslocamento geográfico do ser humano em busca de conhecimento. Aranha (2006) apresenta que, por volta do século XII ao VII a.C., na Grécia Antiga, crianças nobres, a partir dos sete anos, eram enviadas a outros palácios para aprender. Já no século IV a.C., na educação espartana, a vida educacional era longe da família. Não havia, porém, distinção entre o ambiente de aprendizado e o da residência, uma vez que ambos estavam interligados.. Durante a Idade Média, os mosteiros tinham o papel de educação religiosa e da propagação de outros conhecimentos, tanto para os que tinham pretensão em 32.

(33) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. seguir a vida monástica, quanto para a comunidade externa. É dessa época o registro das primeiras universidades ocidentais, como apresentado anteriormente. Com a importância de alguns centros de ensino e o intercâmbio de alunos entre países, os estudantes começaram a se reunir em casas próximas às instituições para morar, conhecidas como nações, normalmente eram dividas por país de origem.. No Brasil Colônia, diversos jovens partiram para o exterior com o intuito de realizar seus estudos, pois a formação disponível nacionalmente era apenas religiosa. Entre os anos de 1850-1860 é que pode se verificar o inicio do processo de criação das moradias estudantis como definidas hoje. Esse movimento iniciou-se em Ouro Preto durante o Ciclo da Mineração. A exigência por habilidades nos serviços de extração de minérios fez com que surgisse a Escola de Minas de Outro Preto e, com o dever de dar abrigo aos estudantes forasteiros, houve a necessidade da criação de moradias estudantis.. A partir da constituição de 1946, todo sistema educacional passou a ter a obrigação de oferecer serviços de assistência para que os alunos necessitados mantivessem suas eficiências escolares. As moradias estudantis vêm então nesse cenário com o objetivo de acolher estudantes com dificuldades econômicas oriundos de outros municípios, que passam a ter a possibilidade de acesso ao ensino superior. Porém, essa parcela da população a que são oferecidas as moradias hoje em dia continua sendo bem restrita dentro do cenário nacional. 33.

(34) Moradias Estudantis. F O. 34.

(35) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. 3. Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo. Figura 07. Escola de Minas de Ouro Preto.. Diferente do Brasil, nos Estados Unidos as moradias são oferecidas a todos e não apenas a uma parcela especifica da população, incluindo os professores, visando melhorar atividades intra e extraclasse. Essa relação entre discentes e docentes pode ser observada também em exemplos como Oxford e Cambrigde – ambas no Reino Unido - onde os professores são responsáveis pela formação intelectual de seus alunos e para isso, usam o convívio como meio de influência.. Atualmente, existem mais de 115 casas de estudantes no Brasil, desde as repúblicas estudantis de Ouro Preto até conjuntos residenciais de grande porte como o CRUSP3. Por se tratarem de iniciativas isoladas em períodos diversos da história nacional, o registro sobre a origem de cada uma delas é escasso. No geral, contudo, as moradias existentes são fruto de ações locais, motivadas especialmente por pressão estudantil e, em alguns casos, de projetos institucionais.. A criação de moradias estudantis, seja de qualquer tipologia, está diretamente ligada ao surgimento dos Campus, que segundo Fernandes (1974, p.72) se dá a partir do fim da Idade Média como o espaço de uso coletivo com prédios para aulas, museus, academias e equipamentos ao ar livre que pertenciam a universidade, mas eram de acesso livre a população. Inicialmente a ideia de campus foi concebida com a entrada e passagem liberadas permitindo a interação de moradores e frequentadores locais. Depois do século XX, ela é substituída pela ideia de Cidade Universitária, abandonando questões como a intera35.

(36) Moradias Estudantis. ção com a população local, muitas vezes se isolando até geograficamente do meio na qual se insere. Mudança que para Fernandes (1974, p.73) tira o aspecto de continente da universidade e passa a ser uma instituição contida espacial e socialmente: a cidade não invade o campus e o campus não invade a cidade, tanto em questões físicas, quanto de pessoas e intelectuais.. Figura 08. Manifestação estudantil contra a ditadura.. 2.3 ANÁLISE COMO CENTRO SOCIAL E DE CONHECIMENTO. As moradias estudantis muitas vezes substituem a interação do estudante com a família pela interação com os vizinhos, docentes ou discentes. A estrutura de uma casa de estudante permite que seus moradores criem novos valores através da formação acadêmica, desenvolvendo processos alternativos de aprendizado que vão além das salas e laboratórios das universidades. Estudos realizados indicam que a moradia estudantil facilita o desempenho acadêmico de seus moradores no mundo universitário (BOMENY, 1994), além de possibilitar que alunos de baixa renda, que muitas vezes largam a faculdade por causa da distância ou da impossibilidade de frequentar a sala de aula, sintam-se englobados no contexto universitário e concluam o curso. Essa convivência entre alunos de diferentes origens enriquece ainda mais o ambiente de aprendizado que a moradia oferece.. 36. Figura 09. Manifestação estudantil..

(37) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. 37.

(38) Moradias Estudantis. O morar também desempenha um papel fundamental na formação social e política dos estudantes, pois, muito mais do que um imóvel utilizado como moradia, ele possibilita o convívio pacífico e harmonioso com uma gama de indivíduos dos mais diversos e variáreis perfis/ posicionamentos políticos, pessoas com histórias de vidas completamente distintas e de contextos sociais diversos que, convivendo coletivamente, estabelecem um ambiente heterogêneo do ponto de vista sociológico, fundamental para a formação pessoal diferenciada dos estudantes.. Esse convívio com diferentes posicionamentos políticos foi responsável por originar diversos movimentos estudantis e organizações politicas, desde a origem das moradias estudantil. As primeiras que se tem registro foram em Outro Preto - as chamadas Repúblicas - que surgiram da aglomeração de estudantes com ideais republicanos (daí o nome repúblicas) contra o império vigente. Durante a ditadura, esses movimentos se mantiveram progressistas e continuaram se desenvolvendo dentro das moradias estudantis, sendo diversos deles freados e censurados.. As moradias estudantis, portanto, tem a importância não só de abrigo, como fazem parte ativa da vivencia acadêmica dos alunos, que engloba não só as atividades desenvolvidas em sala de aula, mas todo o contexto de ações acadêmicas. Segundo o estudo de Capovilla e Santos (2001) e o de Fior e Mecuri (2003), os próprios estudantes identificam a experiência de residir em uma moradia estudantil como uma vivência acadêmica que 38.

(39) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. propicia grandes mudanças pessoais. Ambos estudos são convergentes a diversas pesquisas realizadas nos Estados Unidos sobre o impacto da moradia estudantil na formação do estudante, concluindo que a vivência estudantil contribui para o aumento do rendimento médio do aluno, para o crescimento cognitivo geral, o aumento na persistência, o aumento no senso de comunidade e a maior abertura para diversidade (GARRIDO, 2012). Além de beneficiar os residentes, esse desenvolvimento pessoal e politico beneficia também a sociedade anexa às moradias, que de alguma forma interagem com o local.. 2.4 DIRETRIZES E PARTIDOS PARA MORADIAS SOCIAIS. Com tamanha importância das moradias estudantis, enquanto espaço fundamental para o desenvolvimento da identidade social e espacial, e pelo seu caráter socializador e formador, durante o XVIII ENANPUR (Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional) foi desenvolvida uma extensa pesquisa intitulada “MORADIA ESTUDANTIL E RESSIGNIFICAÇÃO: Diretrizes para o projeto arquitetônico a partir dos espaços coletivos e de socialização” sobre considerações projetuais para moradias estudantis que destacariam e impulsionariam esse potencial social. Essas considerações, juntamente com outras de renomados estudiosos, foram de extrema im-. 39.

(40) Moradias Estudantis. portância para o exercício projetual desenvolvido ao final desta monografia, portanto, ficam aqui registradas:. - Criar uma relação entre o projeto e a cidade: através da fluidez dos acessos e da dinamização dos espaços e sua flexibilidade que se torna possível essa relação. Cria-se vínculos entre a moradia e a comunidade externa, tornando-a uma extensão das atividades comunitárias e possibilitando uma ativa vivência coletiva. Para isso deve-se garantir acessos e espaços que favoreçam o convívio, tendo o projeto como continuação do entorno urbano local e sem barreiras físicas, fortificando seu caráter de equipamento público. Quanto mais parte da comunidade local a moradia estudantil se der, cria-se uma urbanidade cada vez mais forte. Seguindo o pensamento de Jacobs (2003) e de Gavazza (2013) as calçadas e ruas e seu contato direto são de extrema importância para a vitalidade da cidade.. - Possuir programas que atendam a todos: dentro das moradias estudantis, diferentes programas voltados para a comunidade podem ser responsáveis por criar zonas de transição e sobreposição ao tecido urbano, sendo uma extensão do espaço público, promovendo a interação, a troca de experiências e colaborando para a função social dessa vivência em conjunto. O programa também pode ser responsável por priorizar os espaços coletivos e diminuir os individuais, compartilhando seus espaços com a comunidade. Para valorizar o programa, deve-se embasar em uma pesquisa sobre a comunidade e suas necessidades e, a partir daí escolher comércios/atividades/infraestruturas que supram as carências desta comu40.

(41) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. nidade. O programa pode proporcionar também que diferentes atividades sejam realizadas por diferentes públicos em diferentes tempos, valorizando ainda mais o entorno, como Jacobs (2003) afirma, pelo maior número de motivos e diferentes horários para frequentar o local.. - Buscar a sustentabilidade: como parte do caráter formador de indivíduos, as moradias devem ter características que busquem o ideal da cidade sustentável. Podem ser propostas configurações diferenciadas de espaços e de linguagem arquitetônica ou soluções de eficiência energética e de conforto, artifícios que demonstrem de modo social e educativo a influência da vivência comum no desenvolvimento sustentável. Além disso, os espaços com usos flexíveis permitem a realização de oficinas e cursos que contribuem para a visão do usuário de sua responsabilidade sobre o entorno e a comunidade em que ele se insere. Na questão do transporte, é importante que a moradia valorize ou ofereça condições para que meios mais sustentáveis de transporte sejam utilizados por seus moradores e/ou que ela se implante em um lugar atendido pelo sistema de transporte público.. - Valorizar a cultura local: indo ao encontro às considerações sobre o programa, vale ressaltar a importância de as moradias estudantis permitirem ou incentivarem a divulgação e expressão da cultura local. Seja por espaços abertos que permitam eventos ou a utilização da materialidade predominante e originária da região, a propagação da cultura é de extrema importância para o potencial integrador das moradias e da construção de identidade local.. 41.

(42)

(43) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. Figura 10. (esq). Diagrama de fluxos na implantação. Figura 11. (dir) . Diagrama de urbanidade.. Figura 12. (esq)Diagrama de atividades e comercio voltadas a comunidade. Figura 13. (dir)Diagrama da facilitação da sustentabilidade.. Além das diretrizes apresentadas no XVIII ENANPUR, Junior (2015) expõe três exemplos de moradias que são relevantes na questão do patrimônio cultural e da expressão arquitetônica. Duas destas são relevantes para o desenvolvimento do projeto desta monografia:. - Pavilhão Suíço na Cidade Universitária de Paris – Corbusier: um projeto interessante que demonstra a aplicação máxima das técnicas construtivas modernas e que segue as intenções de Corbusier, com o térreo elevado, fachadas envidraçadas e planta livre. Composta por três blocos: o térreo mais horizontal onde ficam as áreas comuns, uma torre que conta com a circulação e outros espaços comuns e outra torre que é dedicada aos alojamentos. As relações entre espaços públicos e privados são assim de fácil distinção ao exterior.. Figura 14. Espaços coletivos para a comunidade.. Figura 15. (esq)Espaços que incentivem a cultura local. Figura 16. (dir). Pavilhão suíço. 43.

(44) Moradias Estudantis. - Baker House MIT – Alvar Aalto: o projeto foi desenvolvido também seguindo as influências e técnicas construtivas propagadas pelo modernismo. Além disso, Aalto seguiu três diretrizes fundamentais: o sol, a vista e a intimidade dos espaços interiores. Inspirando-se no Pavilhão Suíço, ele cria uma forma ondulada onde todos os quartos ficam na fachada sul com vista para o rio e mantém a circulação no centro.. Figura 17. Baker House - MIT. Com as políticas sociais implantadas no país nos últimos anos, iniciou-se um processo de expansão das universidades federais, ampliando o acesso ao ensino superior, principalmente das camadas mais populares, o que retoma a discussão sobre a importância da moradia estudantil para a permanência desses alunos no ambiente acadêmico. Assim, as considerações levantadas anteriormente sobre as diretrizes de projeto são de extrema. 44.

(45) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. importância para o desenvolvimento de moradias que agreguem ao contexto urbano e não sigam o caminho que os campus seguiram de se isolarem cada vez mais da sociedade e da comunidade local. As diretrizes não são apresentadas como normas, mas sim como objetos de debate e discussão que podem enriquecer a produção arquitetônica e a reflexão sobre o papel da moradia estudantil.. 45.

(46)

(47)

(48) Universidade de São Paulo. 3.1 A USP. Uma das maiores e mais importantes universidades brasileiras, a Universidade de São Paulo serve aqui como objeto de estudo. Após a revolução de 1932, o Estado sentiu a necessidade de formar uma elite que fosse capaz de contribuir para a melhoria do país. Para isso foi criada a Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP) em 1933 e em 1934 foi fundada a Universidade de São Paulo (USP). A ELSP ficou com a função de formar elites administrativas enquanto a USP ficou com a de formar professores para as escolas secundárias e especializadas nas ciências básicas, com principal inspiração no mundo acadêmico francês.. A USP se deu da união entre a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a Escola Politécnica de São Paulo, a Escola Superior de Agricultura, a Faculdade de Me-. 48.

(49) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. dicina, a Faculdade de Direito e a Faculdade de Farmácia e Odontologia. Até a década de 1960, mais faculdades foram sendo agregadas à conjuntura inicial e, a partir daí, as faculdades foram transferindo suas sedes e unidades para a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, localizada no bairro do Butantã, em São Paulo.. No período anterior à ditadura, a USP foi palco de diversas discussões políticas e sociais com vistas a um país com um novo projeto, reunindo diversos pensadores e intelectuais. Durante a ditadura, professores da USP foram cassados e alguns exilados, enquanto outros se envolveram na luta armada contra o Estado. Pós ditadura, aponta-se que a USP passou por um esvaziamento intelectual e diminuiu consideravelmente seu potencial de criação científica. Além disso, ocorreu um processo de fragmentação de suas unidades, durante os anos 70 e 80.. A USP corresponde à ideia de “universidade” como um conjunto de escolas, institutos e faculdades autônomas, cada um deles responsável por uma área do conhecimento, fragmentados em departamentos, aos quais são conferidas autonomia no que concerne à organização didática e a definição curricular. Atualmente a USP é constituída por 36 unidades de pesquisa e ensino, 24 delas em São Paulo capital, juntamente com a Reitoria, um centro de práticas esportivas, quatro museus, dois hospitais, o Centro Universitário Maria Antônia e diversos órgãos especializados. Em 2005 foi fundada a USP Leste, onde fica alocada a EACH - Escola de Artes, Ciências e Humanidades – e, em 2011, foi fundada a USP Santos, com cursos 49.

(50) Universidade de São Paulo. na área de Engenharia do Petróleo. O campus de São Carlos foi fundado em 1948, com a Escola de Engenharia de São Carlos, e hoje abriga mais unidades de ensino. Existem também outros campus como o de Ribeirão Preto, o de Piracicaba, o de Bauru, o de Pirassununga, o de Lorena e o de São Sebastião.. F U l. 50.

(51) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. A Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira será utilizada como foco para análise da influência social desenvolvida nesta monografia, considerando a sua localização no centro urbano, sua importância e dimensão em uma cidade como São Paulo.. Figura 18. Vista aerea Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira.. A Cidade Universitária começou a receber unidades de ensino na década de 60, impulsionadas supostamente por um plano do governo militar para afastar a movimentação estudantil dos centros das grandes metrópoles. Já pode ser apontada aí a importância de um campus na vida social e política da cidade. Ela é hoje composta por vários edifícios que atendem os diversos programas das unidades de ensino. Seus projetos compõem uma unidade atualmente, mas foram desenvolvidos em diferentes proporções e possuem variadas propostas arquitetônicas e urbanísticas.. O Campus como um todo possui três entradas viárias e a algumas entradas para pedestres. Em seu projeto global, os edifícios foram colocados de maneira a seguir o pensamento presente na época de seu desenvolvimento (1960s), que valorizam a superquadra e os espaços amplos e funcionalistas. De maneira geral, isso resultou em uma implantação onde os edifícios são distantes uns dos outros, dificultando o deslocamento a pé entre eles. Além da sua importância social, a USP também é utilizada nesta monografia por seu conjunto residencial de estudantes – CRUSP, que será estudado no próximo subcapítulo.. 51.

(52) Universidade de São Paulo. 3.2 O CRUSP. Em 1961, antes mesmo da implantação de todas as unidades de ensino no campus, foi desenvolvido o projeto para o CRUSP – um conjunto residencial para atender aos alunos da Universidade de São Paulo. O projeto original era composto por 12 edifícios de seis pavimentos, com térreo em pilotis para permitir a permeabilidade física e visual e criar uma área coberta para convivência, além de um maior controle de acesso. Os blocos foram implantados em um longo eixo, com um passeio coberto para pedestres. Entre um bloco e outro foi projetada uma distância de oitenta metros, que garante um amplo espaço ajardinado e melhor insolação para os edifícios de maneira individual. . Cada bloco conta, em projeto, com 60 alojamentos de 40 metros quadrados cada aproximadamente. Cada pavimento, com dez alojamentos, uma sala de estar, uma enfermaria, uma rouparia e uma copa. Cada alojamento comporta três estudantes, uma sala de estudos, um sanitário e um quarto comum. Em cada pavimento há uma copa destinada a refeições leves, uma vez que existe um restaurante comum ao conjunto para outras refeições. No total, foram projetados 720 alojamentos para 2.160 alunos.. 52.

(53) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. Figura 19. Planta pavimento tipo CRUSP.. O CRUSP nasceu a fórceps. Projetado como conjunto residencial na Cidade Universitária para os estudantes da USP, só foi construído diante da necessidade de abrigar os atletas que participaram dos Jogos Pan-americanos de 1963, realizados em São Paulo. Após o encerramento da competição, foi invadido pelos estudantes para que cumprisse a finalidade para a qual fora projetado: abrigar alunos de fora da capital paulista, sem condições de bancar sua moradia durante a duração de seus cursos (CRUSP 68, 2008, p.5).. Em 1962 iniciou-se a construção dos blocos A, B, C, D, E e F e eles foram inaugurados em maio de 1963. O CRUSP serviu como moradia estudantil até 1968 quando os blocos existentes foram invadidos pelo exército e os alunos, expulsos. Os blocos passaram a servir para ou53.

(54) Universidade de São Paulo. tras finalidades, como para a o curso de Letras, e estruturas que não estavam finalizadas foram demolidas, o que causou revolta.. O uso para outras finalidades foi variado até 1979 quando os blocos foram invadidos por alunos e estudantes. Depois de diversas divergências por conta da invasão e da falta de manutenção, os blocos existentes voltaram a ser dedicados a moradia estudantil, com algumas alterações e reformas quanto ao projeto original e áreas destinadas a outros usos. Em 1983, o curso de Letras deixou o CRUSP e as instalações voltaram a ser exclusivamente para uso de acordo com o projeto original (BARROS, 2003). Em 1989, o bloco G foi inaugurado com um projeto diferente dos existentes.. 54. Figura 20. Vista aerea CRUSP, atualmente..

(55) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. Atualmente existem os blocos A, B, C, D, E, F, e G destinados a moradia estudantil e os blocos K e L que abrigam a Reitoria e os órgãos centrais. Os térreos dos edifícios, que no projeto original eram livres, hoje são ocupados por diversos usos. Existe um projeto para recuperação do CRUSP seguindo o projeto original, mas que ainda se encontra em desenvolvimento.. Figura 21. CRUSP em construção na decada de 60.. 55.

(56)

(57)

(58) Estudos de caso. 4.1 CAMPUS HALL – C. F. MOLLER Ficha técnica: Nome: Campus Hall Arquiteto: C. F. Moller Localização: Odense, Dinamarca Área: 13.700 m Ano Projeto: 2015. O Campus Hall é uma moradia estudantil localizada em Odense, na Dinamarca. Projetada pelo escritório C. F. Moller, o edifício localiza-se nos arredores da University of Southern Denmark, em Odense, e atende aos estudantes locais. Sua implantação foi pensada valorizando a iluminação natural, a ventilação e a sustentabilidade do edifício. Além de atender aos residentes, suas áreas comuns também atendem aos estudantes locais. A estrutura da universidade foi uma inspiração para o desenvol-. 58. Figura 22. Fachada Campus Hall.

(59) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. 59.

(60) Estudos de caso. vimento do edifício: com seu layout centrado em espaços comuns em todos os pavimentos, o edifício reinterpreta o campus existente da universidade; é administrado, em escala humana e configurado em torno de ambientes comuns - uma espécie de campus vertical. Para a criação do projeto, o escritório também partiu do principio do forte senso de comunidade.. São três torres de apartamentos, de 15 andares, que se conectam por um vão central onde se localizam as áreas comuns, como cozinhas e espaço social. Nos pavimentos superiores estão localizadas áreas comuns e sociais maiores, para incentivar a interação entre os moradores do edifício e até a comunidade local. No térreo existe um café, uma área administrativa, além do bicicletário e da lavanderia para uso comum.. Figura 23. Implantação.. 60.

(61) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. Figura 24. Planta pavimento tipo.. O conjunto conta com 250 quartos no total, cada um deles com sua varanda privativa. Cada uma delas, além de tornar os ambientes mais atraentes, tem uma função ambiental: o sombreamento das varandas internas ajuda a controlar o ganho solar, poupando uma parcela significativa de energia. Para possibilitar a ventilação de todos os apartamentos, as três torres são rotacionadas, em relação às demais, evitando com essa possibilidade que a janela de apartamento tenha vista para dentro de outro quarto. O edifício conta com três tipologias diferentes: uma padrão, uma acessível e uma para casais/famílias.. O Campus Hall é uma construção de baixo consumo energético, feita a partir de materiais de qualidade que atendem aos rigorosos códigos dinamarqueses, além. 61.

(62) Estudos de caso. de dar prioridade ao transporte público e ao ciclismo - é fornecida uma bicicleta para cada morador. O conceito geral de energia do edifício é baseado na otimização dos parâmetros de design passivo, como forma, orientação, adaptação às condições climáticas, iluminação natural, pé-direito e massa térmica estrutural, bem como um envelope altamente isolado e hermético, uso de ventilação natural cruzada e extensiva recuperação de calor a partir do ar de exaustão, águas residuais e chuveiros.. O projeto pode ser tomado como referência pela sua preocupação com a economia de recursos, a conectividade dos ambientes e pela implantação que beneficia todos os quartos em quesitos de iluminação e ventilação, não possuindo fachadas diretamente voltadas ao norte ou ao sul. Além disso, a materialidade empregada, torna o edifício, mesmo que alto, parte do entorno e ajuda no isolamento térmico do edifício. A implantação dos espaços também é de extrema relevância para o projeto desenvolvido, uma vez que faz de forma exemplar a transição entre a parte que pode ser usada por não-residentes e as partes privativas. Além de criar uma transição sutil entre o campus e os quartos.. Figura 25. Area de convivio, no centro da planta.. Figura 26. Interior de uma das tipologias de dormitorio.. 62.

(63) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. s .. 63.

(64) Estudos de caso. 4.2 ROXBURY E+ - ISA Ficha técnica: Nome: Roxbury E+ Arquiteto: Interface Studio Architects Localização: Boston - Massashusets Área: 732 m2 Ano Projeto: 2015. O projeto foi ganhador de um concurso parte do Programa de Construção Verde de Energia Plus (E+) de Boston, uma iniciativa do governo local que busca soluções residenciais sustentáveis, com um lucro energético positivo para os moradores/investidores, que pudessem revitalizar a área de Roxbury. A proposta apresentada pelo Interface Studio consiste em uma vila residencial, composta por quatro casas, de três pavimentos cada, implantada de maneira a aproveitar as condições locais para. 64. Figura 27. Fachada E+..

(65) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. 65.

(66) Estudos de caso. melhor atender o objetivo do programa.. Figura 28. Implantação com algumas considerações de partido.. As casas são dispostas escalonadas, uma vez que o terreno possui uma inclinação acentuada, permitindo uma orientação solar ideal para todas as unidades. Além disso, durante a concepção do projeto foram considerados outros dois fortes aspectos: a criação de cobertura inclinadas para maximizar o potencial das placas fotovoltaicas que foram implementadas e a existência de uma grande janela em cada unidade que permite uma quantidade generosa de luz natural e ventilação cruzada. Estratégias eficientes de engenharia também ajudaram na sustentabilidade do edifício, possibilitando reduzir os resíduos da construção durante o processo de edificação: foram escolhidos sanitários, torneiras e chuveiros de baixo fluxo e jardinagem por gotejamento, que minimizam o consumo global de água; estratégias de pavimentação e infiltração do terreno também permitem o reuso da água. 66.

(67) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. Figura 29. Considerações como o sol, os acessos e a captação de água foram essenciais no projeto.. A vila possui um sistema de captação de água e de energia solar, que permite que a edificação se torne praticamente autossuficiente. Como parte do projeto de revitalização, a ideia era que o edifício fosse rentável e apresentasse soluções baratas ou com alto índice de retorno para os moradores e é isso que acontece. Cada unidade possui 38 painéis solares fotovoltaicos em suas coberturas, que são utilizados para proporcionar o aquecimento da água e a energia elétrica. A projeção inicial de produção de energia por unidade é superior à demanda dos moradores, considerando uma estimativa padrão de uso, o que permite que o excedente de energia produzido seja vendido para a rede e seja mais uma fonte de renda para a residência.. Figura 30. Gráficos sobre a perda/ganho resultante da troca de calor.. 67.

(68) Estudos de caso. Cada residência conta com aberturas que permitem a circulação natural do ar, tirando o ar quente e entrando o ar mais ameno. Ao mesmo tempo, possui uma camada de isolamento para que em épocas frias a residência não perca calor desnecessariamente e que os custos de aquecimento sejam reduzidos. Todas essas soluções foram utilizadas como referência para o projeto desenvolvido nesta atividade, mas o ponto de destaque consiste na relação entre custo X benefício que os investimentos iniciais na construção têm com o gasto final do morador.. Figura 31. Diagramas de considerações do projeto.. Figura 32. Fachada dos fundos, para jardim privativo.. 68.

(69) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. 69.

(70) Estudos de caso. 4.3 MORADIA ESTUDANTIL UNICAMP4 – JUAN VILLÁ. 4. Universidade Estadual de Campinas. Ficha técnica: Nome: Moradia estudantil UNICAMP Arquiteto: Joan Villá Localização: Campinas Área: 2800 m2 Ano Projeto: 1992 Moradia estudantil da Unicamp4, Universidade de Campinas (1992), foi construída sobre um terreno com ligeira inclinação e com grandes possibilidades ambientais. Ao mesmo tempo, se levou a termo um processo de participação com os estudantes que, em meados dos anos oitenta, haviam ocupado a universidade para reforçar suas reivindicações. Villà conseguiu unir os desejos que tinham os estudantes para as suas residências com. 70. Figura 33. Imagem aerea da Moradia Estudantil da UNICAMP..

(71) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. 71.

(72) Estudos de caso. a sua vontade como um arquiteto social de criar uma comunidade ao ar livre. Um sistema modular e escalonado permite criar residências compartilhadas para dois ou quatro estudantes, com três cômodos e um pátio de acesso ajardinado. Esta combinação permite resolver a grande parcela triangular do recinto, com trânsito perimetral de veículos e toda a sorte de espaços livres em diversas escalas no interior: grandes parques, pequenos recintos arborizados para reunir-se a comer ou estudar, ruas para pedestres e pátios comunitários, terraços em cada unidade, além de muitos metros quadrados dedicados a usos comunitários da Residência. Às qualidades dos novos sistemas construtivos modulares somem-se as qualidades ambientais do espaço aberto e as qualidades compositivas que se percebe na composição modular e escalonada, com pátios e parques que vão se abrindo em perspectiva e em diagonal, de maneira que esta arquitetura moderna, abstrata e de 11 tecnologia de tijolo, evoca as composições clássicas e a harmonia do Renascimento (MONTANER e MUXÍ, 2011, p.28). O projeto desenvolvido por Juan Viila para o alojamento da UNICAMP apresenta um conjunto de residências dispostas com uma praça central que valorizam a iluminação e ventilação natural. Villá dividiu o grande terreno que possuía para implantação da habitação em quadras 72.

(73) Moradia estudantil como centro social e de conhecimento. menores, para isso utilizou uma via de carros (horizontal) e varias vias de pedestres (vertical), dando uma grande permeabilidade para o projeto.. Nessas quadras menores foram implantados edifícios em suas extremidades, deixando o interior livre e criando grandes praças para circulação e permanência. Para permanência, nessa praça interna, aproveitando o desnível do terreno, foram implantados salões de convivência e de usos múltiplos cobertos. Cada quadra é composta de um único edifício que contém 54 casas, duas salas de leitura, uma área de uso comunitário e uma ponte que serve como sala de leitura e que conectam uma quadra a outra.. Figura 34. Implantação do conjunto com eixos verticais de horizontais de circulação.. 73.

Referências

Documentos relacionados

Corograpliiu, Col de Estados de Geografia Humana e Regional; Instituto de A lta C ultura; Centro da Estudos Geográficos da Faculdade de Letras de Lisboa.. RODRIGUES,

Em primeiro lugar, como a pecuária é menos intensiva em capital que a agricultura, mais produtores irão escolher a pecuária quando os preços da terra estiverem baixos em

Combating illegal deforestation and land grabbing generates incentives for producers to improve their productivity, thereby inducing farmers to intensify their pastures or switch

A partir de 2004, com a junção de desenvolvimento tecnológico e inovação em política pública, o Brasil implementou um sistema de vanguarda para monitoramento e fiscalização

3 Drawing on statistical tools to estimate the impact of monitoring and law enforcement efforts on deforestation, they find that, from 2007 through 2016, these efforts avoided

Having controlled for municipal precipitation, temperature, and PRODES satellite visibility, as well as for municipality xed eects, we argue that the only remaining channel

Promptly, at ( τ − 2 ) , there is a reduction of 4.65 thousand hectares in soybean harvested area (statistically significant at the 1% level), an increase of 6.82 thousand hectares

INDICADORES AMBIENTAIS ESSENCIAIS: UMA ANÁLISE DA SUA UTILIZAÇÃO NOS RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS DO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA SUL AMERICANO, ELABORADOS