PROJECTIVE METHODS. LAWRENCE K . FRANK. U m volume com 96 páginas. Ch. C. Thomas, Springfield, Ill., 1948.
ç õ e s p r ó p r i a s de cada paciente, c o m o sejam, idade, sexo, profissão, história clínica e s i n t o m a s peculiares a cada paciente — o A . estabelece u m paralelo com o s dados q u e p o d e m ser obtidos pelos testes m e n t a i s n o estudo e n a evolução d o indivíduo, dentro do meio social. P o u c o úteis serão os dados colhidos quando i n t e r p r e t a d o s e m seu valor intrínseco; utilíssimos q u a n d o vistos globalmente, d e n t r o d u m m e s m o plano em q u e se colocam o u t r o s dados para efeito comparativo. P o r e x e m p l o : será muito mais útil saber-se se o coração d u m indivíduo é suficiente p a r a satisfazer as necessidades sangüíneas dos ó r g ã o s q u e estão e m relação c o m êle, do q u e saber a média dos pesos de vários corações. A i n d a mais, assim como u m a partícula elétrica se des-loca d e n t r o d u m a câmara de W i l s o n , obedecendo, n ã o s ó a s u a carga, m a s t a m b é m à influência do estado elétrico d o meio, o indivíduo segue u m a t r a -j e t ó r i a no meio social, q u e é condicionada pela sua formação intelectual, m o r a l , e pelas solicitações do meio em q u e vive. A s s i m sendo, critica os conceitos obsoletos q u e ainda hoje muitos esposam, como a concepção animística da entidade psíquica.
T ô d a s as espécies animais utilizam-se seletivamente d u m m e i o c o m u m o n d e e n c o n t r a m todos os elementos necessários para funções orgânicas dife-rentes, p a r a os seus " m u n d o s " diferentes. O h o m e m , ao invés de adaptar-se ao meio, c o m o o u t r o s o r g a n i s m o s a u m a z o n a específica, é plástico e diferen-ciado, cria suas a r m a s e i n s t r u m e n t o s , e u m a m a n e i r a h u m a n a de viver. Como m e m b r o de u m g r u p o , desenvolve suas atividades d e n t r o d u m m e i o social e, c o m o personalidade, vive n o seu " m u n d o p r i v a d o " , criado e imposto pelas condições geográficas, culturais, sociais, de conformidade com aquilo q u e êle individualmente aprendeu e sentiu.
N a segunda p a r t e d o livro, que é u m a verdadeira síntese do conhecimento moderno, o A. p õ e em relêvo os conceitos de p a r t e " e de " t o d o " . O " t o d o " n ã o é u m a s o m a ç ã o de " p a r t e s " , m a s u m a interrelação e n t r e as " p a r t e s " q u e a g e m e r e a g e m para criar e m a n t e r o todo. T r a n s p o r t a êsse conceito p a r a o fenômeno biológico, p a r a a interrelação orgânica, criticando os dados co-lhidos n o s estudos a n a t ô m i c o s post m o r t e m quando n ã o relacionados a outros dados q u e c o m êles o c o r r e m n o m e s m o espaço-tempo-energia. P o r isso que a significação dos dados varia c o m os conceitos. O estudo da personalidade envolve então o seu conceito dinâmico, o processus m e n t a l , o c o n s t a n t e estado de vigilância q u e o indivíduo m a n t é m p a r a c o m o m e i o q u e o t o r n o u sensi-bilizado ou anestesiado a d e t e r m i n a d a s situações. Êle ouve e v ê seletivamente aquilo que desperte seu interesse ou t e n h a a l g u m significado emocional, d e -fendendo o q u e considera o seu p r ó p r i o " m u n d o " .
O A . tece considerações gerais s ô b r e as técnicas projetivas: m é t o d o s cons-titutivos, construtivos, interpretativos, c a t á r t i c o s e refrativos. Êste livro, sin-tético p o r excelência, coloca-nos ao p a r do vultoso desenvolvimento cien-tífico atual. M o s t r a - n o s a importância do conceito, q u e sobrepuja a impor-tância dos dados. A b r e nossos olhos diante d o a b i s m o d o a p r o f u n d a m e n t o unilateral d a s pesquisas, q u e se limitariam a investigar infindàvelmente mi¬ núncias, sem procurar estabelecer uma relação entre elas, nos vastos setores do conhecimento h u m a n o .
