02 de Setembro de 2003
Estatísticas Demográficas - Mortalidade Resultados definitivos de 2002
A MORTE OCORRE, EM MÉDIA, CADA VEZ MAIS TARDE
A mortalidade, em 2002, registou um acréscimo muito reduzido, face a 2001, apenas 0,2%; mas a idade média dos falecidos é cada vez maior. Aumenta a esperança de vida e, consequentemente, a população com idade mais avançada.
Por cada 100 casamentos dissolvidos por morte, em 2002, sobreviveram cerca de 71 viúvas, contra 29 viúvos.
Os meses de Inverno, em 2002, continuaram a registar mais óbitos que os meses de Verão.
Número de óbitos por sexo e idade
Em 2002, registaram-se em Portugal 106 690 óbitos; comparativamente aos 105 582 óbitos ocorridos no ano anterior (2001), registou-se uma ligeira variação positiva de 0,2%. Relativamente à taxa de mortalidade geral, quer em 2001 quer em 2002, manteve-se o mesmo valor: 10,2 óbitos por mil habitantes.
Óbitos, por grupo etário 1960-2002
Segundo a estrutura etária, verifica-se que 79,7% do total dos óbitos se refere a indivíduos com 65 ou mais anos;
com idades compreendidas entre os 15 e 64 anos foram 19,4% e com menos de 15 anos 0,9%, em 2002.
Reportando-se a 1960, as percentagens respectivas foram de 50,5, 25,2 e 24,2, ano em que a esperança de vida à nascença se situava, para os homens, nos 60,7 anos de idade e para as mulheres nos 66,4.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2002
< 15 anos 15 a 64 65 ou +
No período de 2001/2002, a esperança de vida à nascença, em Portugal, situava-se nos 73,7 anos de idade para os homens e nos 80,6 anos para as mulheres.
No quadro da União Europeia, a esperança de vida à nascença passou, entre 1960 e 2001, de 67,4 para 75,5 anos de idade nos homens e de 72,9 para 81,6 nas mulheres. Ao nível dos estados membros, a maior longevidade verifica-se na Suécia, no que se refere aos homens (77,7 anos), e na Espanha, relativamente às mulheres (83,1). O país da UE que apresenta os valores mais baixos sobre a esperança de vida à nascença é a Irlanda, com 73,4 e 78,5 anos de idade, respectivamente para homens e mulheres.
Por sexo, em 2002, os óbitos apresentam posições diferentes: nos homens o n.º de óbitos é sempre superior ao das mulheres nas idades inferiores a 75 anos, o que revela novamente que, na sua maioria, os homens vivem menos que as mulheres.
Número de óbitos por sexo e idade 2002
Número de óbitos (crianças com menos de 5 anos)
A mortalidade nas crianças menores de 5 anos tem vindo a diminuir de maneira generalizada ao longo dos anos.
Na série estatística iniciada em 1960, até ao ano transacto (2002), constata-se que a mortalidade tornou-se um fenómeno demográfico cada vez menos frequente na infância.
Na análise retrospectiva à mortalidade em Portugal, observa-se que em 1960 registaram-se 21 502 ocorrências, 22,6% do total dos óbitos, os quais 11 822 diziam respeito ao sexo masculino e 9 680 ao sexo feminino. No início dos anos 80, os óbitos de crianças menores de 5 anos já correspondia a 5,0% da totalidade dos óbitos.
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
< 15 anos 15 - 29 anos
30 - 44 anos
45 - 59 anos
60 - 74 anos
75 - 89 anos
90 ou + anos N.º
Homens M ulheres
Chegando aos anos de 2000 e de 2002, acentua-se a tendência decrescente do número de óbitos de crianças com idade inferior a 5 anos registando-se, respectivamente, 856 (0,8%) e 752 (0,7%) ocorrências.
Número de óbitos de crianças com menos de 5 anos (1960 – 2002)
Uma análise à relação entre os óbitos e a população residente, com menos de 5 anos de idade, mostra que a taxa de mortalidade, em Portugal, nos últimos 10 anos, entre 1993 e 2002, passou de 2,6‰ para 1,4‰ no sexo masculino e de 2,0‰ para 1,2‰ no sexo feminino.
Taxa de mortalidade (crianças com menos de 5 anos) 1993/2002
Número de óbitos (com idades iguais ou superiores a 75 anos)
A mortalidade a partir dos 75 anos de idade, tal como se esperava, tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Em média, vive-se cada vez mais tempo no nosso país.
0 5000 10000 15000 20000 25000
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2002
Homens Mulheres
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
2002 1993
permilagem Homens Mulheres
Em termos comparativos, no ano de 1960 registaram-se 29 831 óbitos com 75 ou mais anos, 31,4% do total de óbitos ocorridos nesse ano, dos quais 11 602 do sexo masculino e 18 229 do sexo feminino. Vinte anos mais tarde, em 1980, a percentagem de óbitos com estas idades situou-se nos 44,0 e, decorridos mais outros vinte anos (2000), elevou-se para 58,4. Em 2002, tornou a verificar-se um número proporcional superior (60,0%), correspondente aos 64 003 óbitos de 75 ou mais anos, dos quais 27 815 do sexo masculino e 36 188 do sexo feminino. O aumento constante dos óbitos com idades mais avançadas tem determinado a contínua subida da esperança de vida em Portugal e a importância cada vez maior da população idosa no total da população.
N.º de óbitos com 75 ou mais anos 1960 - 2002
Nessa mesma análise, pode constatar-se que a taxa de mortalidade em idades iguais ou superiores a 75 anos tem sofrido um decréscimo uma vez que, entre 1993 e 2002, no sexo masculino a taxa passou de 124,5‰ para 100,1‰ e, no sexo feminino, de 97,8‰ para 81,0‰. Este decréscimo deve-se, exclusivamente, ao maior acréscimo da população residente no grupo etário dos 75 ou mais anos, do que nos óbitos observados para as mesmas idades.
Taxa de mortalidade (pessoas com 75 ou mais anos) 1993/2002
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2002 Homens M ulheres
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 2002
1993
permilagem
Casamentos dissolvidos por morte
Em 2002, verificaram-se 46 348 dissoluções de casamentos por morte de um dos cônjuges, mais 0,2% do que os 46 252 casamentos dissolvidos por morte, em 2001.
Número de casamentos dissolvidos por morte 1960-2002
Geograficamente, refira-se que as regiões de Lisboa e Vale do Tejo (14 926) e do Norte (14 283) foram responsáveis por mais de 63% dos casamentos dissolvidos por morte.
Casamentos dissolvidos por morte, por regiões (NUTS II) 2001/2002
Do total dos 46 348 casamentos dissolvidos por morte, 32 984 (71,2%) resultaram do falecimento do cônjuge masculino e 13 363 (28,8%) do falecimento do cônjuge feminino. Assim, em 2002, por cada 100 casamentos dissolvidos por morte, cerca de 71 mulheres ficaram viúvas, ao passo que os homens que enviuvaram foram
0 10 20 30 40 50
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2002
0 4 8 12 16
Norte Centro Lisboa e V. Tejo
Alentejo Algarve R. A.
A ço res R. A.
M adeira 2001 2002
cerca de 29. Estas proporções demonstram que, na sociedade portuguesa, a viuvez é bastante mais frequente nas mulheres que nos homens.
Casamentos dissolvidos por morte, por grupo etário do cônjuge falecido 2002
Casamentos dissolvidos por morte, por grupo etário do cônjuge sobrevivo 2002
Óbitos por meses
À semelhança dos dois anos anteriores, em 2002, Janeiro, Fevereiro, Março e Dezembro continuaram a ser os meses em que a mortalidade adquire maior incidência. Em situação oposta, encontram-se Junho, Julho, Agosto e Setembro, meses em que a frequência é menor. A título de exemplo, no ano de 2002, o mês de Janeiro registou uma média de 387 óbitos por dia, enquanto que, no mês de Setembro, ocorreu uma média de 249 falecimentos diários. Assim, de acordo com os dados de 2002, a probabilidade da morte ocorrer nos meses de Inverno é superior à dos meses de Verão.
0 2 4 6 8 10 12 14 16
< 30 anos 30 a 44 anos 45 a 59 anos 60 a 74 anos
>= 75 anos
Cônjuge falecido masculino Cônjuge falecido feminino
0 2 4 6 8 10 12 14 16
< 30 anos 30 a 44 anos 45 a 59 anos 60 a 74 anos
>= 75 anos
Cônjuge sobrevivo masculino Cônjuge sobrevivo feminino
N.º de óbitos por meses 2002
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2000 2001 2002
A informação estatística sobre as causas de mortes relativas aos óbitos de 2002 serão disponibilizadas através das estatísticas da saúde.
Esperança de vida à nascença – Número médio que uma pessoa à nascença poderá viver, mantendo-se as taxas de mortalidade idade observadas no momento.