ANATOMIA DO APARELHO
DIGESTIVO
Profª Maria Sichonany Moterle
maria_sichonany@hotmail.com
Escola Técnica Estadual Santa Isabel – ETESI São Lourenço do Sul – RS
Curso Técnico em Agropecuária Componente Curricular: Ovinocultura
O QUE SÃO RUMINANTES?
O SISTEMA DIGESTÓRIO DOS OVINOS
Rúmen
Retículo
Omaso
Abomaso
O QUE É RUMINAÇÃO?
DISTURBIOS METABÓLICOS
O QUE SÃO RUMINANTES?
São animais mamíferos e herbívoros
Possui capacidade de digerir e absorver nutrientes oriundo de alimentos fibrosos (pastos)
Seu estômago é composto por quatro compartimentos gástricos
Rúmen (câmara fermentativa, também chamado de bucho)
Retículo
Omaso (também chamado de mil folhas)
Abomaso (estômago verdadeiro, também chamado de coalheira)
O SISTEMA DIGESTÓRIO DOS OVINOS É DIVIDIDO EM:
Cavidade Bucal
Faringe
Esôfago
Pré-estômagos
Rúmen
Retículo
Omaso
Estômago verdadeiro – Abomaso
Intestino Delgado
Intestino Grosso
Ceco
Reto
RÚMEN
INTESTINO DELGADO
OMADO
ABOMASO
RÚMEN
Funciona como uma câmara de fermentação
Possui um grande número de microrganismos (bactérias, protozoários e fungos) responsáveis pela degradação da parede celular dos vegetais, disponibilizando nutrientes para a digestão
A mucosa do rúmen é formada por papilas cônicas, as quais aumentam a área de absorção de nutrientes.
Mucosa do rúmen = formado por papilas
O SISTEMA DIGESTÓRIO DOS OVINOS
O hábito alimentar dos ruminantes determinam o número, distribuição e tamanho das papilas.
Ruminantes que ingerem mais concentrado apresentam distribuição mais uniforme das papilas
Ruminantes que ingerem somente fibra as papilas são de tamanho menor e não apresentam distribuição uniforme
A mucosa ruminal requer um processo adaptativo de três semanas para uma nova dieta
Nos cordeiros (as) o desenvolvimento do rúmen ocorre até os 45 dias de idade.
RÚMEN
O SISTEMA DIGESTÓRIO DOS OVINOS
RETÍCULO
Atua em conjunto com o rúmen na fermentação
Funciona como regular da atividade ruminal
Separado do rúmen pela prega ruminorreticular
Sua membrana possui pregas assemelhando-se a favos de mel
O SISTEMA DIGESTÓRIO DOS OVINOS
Participa do processo de ruminação, pois é responsável pela contração que leva o bolo alimentar ser regurgitado até a boca e inicia o processo de ruminação (mastigação do bolo alimentar)
RETÍCULO
O SISTEMA DIGESTÓRIO DOS OVINOS
OMASO
Possui sua parede coberta por mucosas disposta em folhas
É onde ocorre a absorção do excesso de água do bolo alimentar, será encaminhado para o abomaso
O SISTEMA DIGESTÓRIO DOS OVINOS
ABOMASO
A função do abomaso consiste em posterior digestão do substrato degradado parcialmente pelo rúmen, retículo e omaso.
Possui a mesma função do estômago de monogástricos
É o único estômago verdadeiro, onde ocorre a secreção de suco gástrico e onde se processa a digestão propriamente dita
O SISTEMA DIGESTÓRIO DOS OVINOS
1
2 3
4
1 – Rúmen 2 – Retículo
3 – Omaso
4 – Abomaso
O SISTEMA DIGESTÓRIO DOS OVINOS
O QUE É RUMINAÇÃO?
Ato de remastigar o bolo alimentar
A ruminação exerce um efeito importante sobre a redução do tamanho das partículas dos alimentos para posterior digestão no abomaso
A ingesta que será ruminada não consiste de material grosseiro do rúmen e sim de material que já sofreu alguma atividade digestiva
O início da ruminação ocorre entre meia a uma hora depois da ingestão do alimento.
O número e a duração dos ciclos de ruminação dependem da natureza e estrutura da dieta (teor de fibra), número de refeições e da quantidade de alimento ingerido.
Alimentos concentrados reduzem o tempo de ruminação, enquanto forragens, com alto teor de parede celular (mais fibrosa), tendem a aumentá-lo.
O QUE É RUMINAÇÃO?
DISTÚRBIOS
METABÓLICOS
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
Acidose ruminal
Intoxicação por uréia
Timpanismo
ACIDOSE RUMINAL
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
ACIDOSE RUMINAL
Causada por um desequilíbrio entre a produção de ácidos no rúmen, a partir da fermentação de carboidratos (fonte de energia)
Essa enfermidade ocorre na sua forma aguda com presença de alta concentração de ácido lático no rúmen
Decorrente da alta concentração de amido na dieta dos ruminantes e baixa quantidade de fibra efetiva – principalmente ruimantes mantidos em manejo alimentar de confinamento
Quando os animais são submetidos a mudanças abruptas (sem adaptação) a dietas com concentrado contendo alto valor energético
Isso ocorre em decorrência da fácil e rápida degradação e absorção dos carboidratos (amido, açúcares e pectinas) dos concentrados energéticos
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
ACIDOSE RUMINAL
Diagrama ilustrativo da acidose ruminal em virtude ao consumo
excessivo de
carboidratos
fermentescíceis no rúmen
AGCC – Ácidos Graxos de Cadeia Curta
S. bovis – Streptoccoccus bovis, bactéria
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
Após a ingestão de grande quantidade de carboidratos, ocorre uma rápida fermentação desse material no rúmen levando à produção de alta concentração de ácidos graxos voláteis, compostos que ocasionam uma queda repentina no pH ruminal.
Uma das principais consequências dessa queda do pH representa a morte dos protozoários e bactérias que naturalmente vivem no rúmen e são responsáveis pela degradação da celulose, função indispensável para que os animais ruminantes consigam aproveitar os nutrientes contidos nos volumosos.
ACIDOSE RUMINAL
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
Por sua vez, a queda no pH, que chega a valores em torno de 5,0 a 5,5, favorece o crescimento e proliferação de uma outra classe de microorganismos: os Lactobacilos, responsáveis pela produção de ácido lático que agrava ainda mais a queda do pH ruminal, instalando o quadro de acidose ruminal.
A acidez do líquido ruminal favorece o crescimento dos Lactobacilos que passam a utilizar os carboidratos disponíveis na dieta aumentando a produção de ácido lático e queda contínua do pH ruminal, que pode chegar, nos casos fatais, a valores próximos a 4,0.
ACIDOSE RUMINAL
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
ACIDOSE RUMINAL
Sinais clínicos
Os primeiros sinais clínicos podem ser observados nas primeiras 12 a 36 horas após a ingestão de grandes quantidades de carboidratos.
Anorexia,
Estase ruminal (digesta parada no rúmen)
Fezes pastosas com coloração acinzentada ou amarelada
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
ACIDOSE RUMINAL
Pode ocorrer de forma:
Aguda:
pH do rúmen <5,0
Perda de apetite, desidratação, diarreia com coloração clara e odor, andar cambaleante e quando não é efetuado o tratamento curativo pode levar a morte.
Subclínica ou crônica
pH do rúmen <5,5
Perda de apetite
Queda no ganho de peso
Fezes amolecidas
Laminite - processo inflamatório das estruturas sensíveis da parede do casco
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
Prevenção
Formulação de dietas que não predisponham a produção excessiva de ácidos no rúmen
Adaptação gradual a dietas com altas concentrações energéticas (carboidratos)
Animais confinados, importante que não sofram restrição alimentar por muitas horas
Uso de aditivos alimentares:
Ionóforos
Monensina sódica
Agentes tamponantes (bicarbonato de sódio)
ACIDOSE RUMINAL
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
Tratamento
Acidose Ruminal subclínica - Retirada total do concentrado e fornecimento apenas de volumoso. Até a reestruturação da flora microbiana do rúmen.
ACIDOSE RUMINAL
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
INTOXICAÇÃO POR
UREIA
INTOXICAÇÃO POR UREIA
O uso de ureia e outras fontes de Nitrogênio (N) não-proteico na dieta de ruminantes é uma prática comum para a suplementação como fonte econômica de N.
Na verdade a intoxicação dos ruminantes não se dá pela ureia e sim pela amônia, gerada pela fermentação ruminal.
O que gera a intoxicação é a elevada ingestão de ureia pelo ruminantes
De maneira que o fornecimento excessivo de ureia acelera a produção e absorção de amônia para a corrente sanguínea, ocasionando quadro de intoxicação, o qual pode levar o anima a óbito em 30 minutos após sua alta ingestão
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
INTOXICAÇÃO POR UREIA
Sinais clínicos (30 a 60 minutos após a ingestão em excesso de ureia)
O ruminante fica inquieto e irritado
Apatia
Tremores musculares
Salivação excessiva
Respiração rápida e difícil
Diminuição da coordenação motora
Enrijecimento dos membros
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
INTOXICAÇÃO POR UREIA
Tratamento
O tratamento nos casos de intoxicação pela ureia tem como objetivo reduzir o pH no ambiente ruminal e impedir a absorção excessiva da amônia liberada
Fornecer via oral vinagre
Entrar em contato com um médico veterinário
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
Prevenção
O recomendado é utilizar ureia para animais completamente adaptados, na proporção de 1% do total de matéria seca ingerida pelo ruminante (seu consumo) ou 3% do total de concentrado oferecido.
Recomenda-se que a ureia seja gradualmente administrada na dieta, no decorrer de três semanas aumentando-se 1/3 da dose total em cada uma delas até atingir a dose final, principalmente para animais que anteriormente recebiam dietas com baixo teor de proteína.
Fornecer suplementos que contenham ureia em cochos coberto
INTOXICAÇÃO POR UREIA
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
TIMPANISMO
TIMPANISMO
O timpanismo ruminal é caracterizada pela distensão anormal do rúmen e do retículo causada por acúmulo excessivo de gases provenientes da fermentação ruminal.
Acarreta um quadro de dificuldade respiratória e circulatória, com asfixia e morte do animal.
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
TIMPANISMO
Pode ser classificado em:
Timpanismo espumoso
Causado pela formação de uma espuma estável no rúmen, a qual dificulta a liberação de gases produzidos durante a fermentação ruminal.
Acarreta um aumento na pressão interna do rúmen-retículo.
Essa forma de timpanismo está associada a ingestão de pastagens formadas por leguminosas (alfafa e trevos). Tem menor incidência quando essas forragens são fornecidas como feno.
Esse distúrbio metabólico está ligado a facilidade de ruptura dessa fibra, a qual promove maior produção de gases no rúmen e a formação de um líquido de maior viscosidade levando a formação de bolhas e espuma.
DISTÚRBIOS METABÓLICOS