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A EDUCAÇÃO INCLUSIVA COMO DIREITO FUNDAMENTAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA André dos Santos Gonzaga

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XXVI CONGRESSO NACIONAL DO

CONPEDI SÃO LUÍS – MA

DIREITOS HUMANOS E EFETIVIDADE:

FUNDAMENTAÇÃO E PROCESSOS

PARTICIPATIVOS

EUDES VITOR BEZERRA

(2)

Copyright © 2017 Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito Todos os direitos reservados e protegidos.

Nenhuma parte desteanal poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meiosempregados sem prévia autorização dos editores.

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Profa. Dra. Viviane Coêlho de Séllos Knoerr – UNICURITIBA

D597

Direitos humanos e efetividade: fundamentação e processos participativos [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI

Coordenadores: Eudes Vitor Bezerra, Fernanda Cristina de Oliveira Franco–Florianópolis: CONPEDI, 2017.

Inclui bibliografia ISBN:978-85-5505-568-3

Modo de acesso: www.conpedi.org.br em publicações

Tema: Direito, Democracia e Instituições do Sistema de Justiça

CDU: 34 ________________________________________________________________________________________________

Conselho Nacional de Pesquisa

Comunicação – Prof. Dr. Matheus Felipe de Castro – UNOESC

1.Direito – Estudo e ensino (Pós-graduação) – Encontros Nacionais. 2. Direitos Fundamentais. 3. Utopia. 4. Políticas Públicas. XXVI Congresso Nacional do CONPEDI (27. : 2017 : Maranhão, Brasil).

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XXVI CONGRESSO NACIONAL DO CONPEDI SÃO LUÍS – MA

DIREITOS HUMANOS E EFETIVIDADE: FUNDAMENTAÇÃO E PROCESSOS PARTICIPATIVOS

Apresentação

Caríssima(o) Associada(o), demais leitores,

A questão da efetividade dos direitos humanos constitui elemento central de uma série de

discussões acadêmicas que buscam enfrentar os desafios que se colocam diante do tema,

sobretudo contemporanemante frente às crescentes ameaças que visam desconstruir

conquistas históricas expressas nas formulações deste conjunto de direitos.

Na célebre lição de Norberto Bobbio, a questão premente dos direitos humanos deixou de ser

a de sua fundamentação para ser justamente a de sua efetivação, tema caro aos autores dos

artigos ora apresentados. Neles, são apresentadas diferentes perspectivas ao tema da

efetividade dos direitos humanos, transitando entre abordagens teóricas e pesquisas

empíricas. Muitos deles discorrem acerca de processos participativos capazes de criar ou

exercitar mecanismos que ao final consigam assegurar a almejada efetividade dos direitos

humanos.

Muitos artigos analisam de que forma estes direitos - à exemplo do direito à educação, à

saúde, à alimentação, o direito dos idosos, dos imigrantes, dos refugiados, das mulheres e de

diversos grupos socialmente vulneráveis - encontram-se ameaçados, bem como mecanismos

necessários para reverter ou no mínimo se contrapor aos processos instalados de violações

desses mesmos direitos.

Algumas soluções são trazidas, a exemplo da educação para a mediação de conflitos, da

abordagem da proteção multi-nível, a questão das ações afirmativas, bem como o olhar

realista que desvenda como a estrutura política acaba atuando de forma descomprometida e

despolitizada em relação aos direitos humanos.

Alguns artigos trazem a discussão sobre o direito ao desenvolvimento, entendido como um

direito síntese, a partir do qual vários outros direitos humanos podem ser efetivados,

problematizando em que medida o desvio dos recursos por meio da corrupção acaba minando

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desenvolvimento. A crise da representatividade no sistema político partidário é igualmente

analisada, de forma a demonstrar como esta lacuna de representação acaba por minar as

possibilidades de efetividade dos direitos humanos.

O tema das mídias sociais e da ciberdemocracia surge como horizonte marcante,

potencialmente capaz de criar condições favoráveis à concretização de processos

participativos, desde que adequadamente enfrentada a exclusão e desigualdade no acesso dos

cidadãos às novas tecnologias. Aliada à educação dos cidadãos e dos servidores públicos, são

apresentados como caminhos através dos quais os direitos humanos podem encontrar

caminho frutífero de efetivação.

Destarte, é para nós uma honra escrevermos o prefácio de uma junção de aguerridos

trabalhos científicos, seja pela profundidade, seja pela qualidade das pesquisas realizadas e

apresentadas por alunos e docentes de diversos programas de pós-graduação em Direito do

Brasil, motivo pelo qual agradecemos todos os autores que contribuíram para o desfecho da

presente obra cuja leitura convidamos.

Prof. Dr. Eudes Vitor Bezerra (Universidade Nove de Julho – Uninove)

Profa. Dra. Fernanda Cristina de Oliveira Franco (Universidade Federal do Maranhão)

Nota Técnica: Os artigos que não constam nestes Anais foram selecionados para publicação

na Plataforma Index Law Journals, conforme previsto no artigo 7.3 do edital do evento.

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A EDUCAÇÃO INCLUSIVA COMO DIREITO FUNDAMENTAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

INCLUSIVE EDUCATION AS A FUNDAMENTAL RIGHT OF PEOPLE WITH DISABILITIES

André dos Santos Gonzaga

Resumo

A presente pesquisa tem como centro a educação inclusiva, direito fundamental da pessoa

humana, no que tange às pessoas com deficiência. O objetivo da pesquisa é apresentar e

verificar de forma crítica a concretização desse direito fundamental, analisando a forma como

essa inclusão tem se realizado em nossa sociedade. A metodologia utilizada foi a revisão

bibliográfica, baseada em fontes primárias e secundárias, sendo utilizado o método dedutivo,

com o objetivo de analisar a efetividade da inclusão das pessoas com deficiência em nossa

sociedade por meio ao acesso ao direito à Educação, imprescindível para o exercício da

cidadania.

Palavras-chave: Educação inclusiva, Direitos fundamentais, Pessoa com deficiência,

Cidadania, Dignidade

Abstract/Resumen/Résumé

The present search has as its center the inclusive education, fundamental right of the human

person, with regard to people with disabilities. The objective of the search is to present and

verify critically the concretization of this fundamental right, analyzing how this inclusion has

taken place in our society. The methodology used was the bibliographic review, based on

primary and secondary sources, using the deductive method, with the objective of analyzing

the effectiveness of the inclusion of people with disabilities in our society through access to

the right to education, essential for the exercise of citizenship

Keywords/Palabras-claves/Mots-clés: Inclusive education, Fundamental rights, People with

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INTRODUÇÃO

O direit o à educação está vers ado na Constitui ção Federal, art . 6º,

garantido como di reito fundam ent al de nat urez a soci al. Ainda, nes se

diapas ão, a Constitui ção t raz em s eu corpo um a s eção (art i gos 205 a 214)

para trat ar es peci fi cament e da concretização des se direit o, est abel ecendo

os princípi os, os objeti vos , os di reitos e deveres da Uni ão, Est ados,

Muni cípi os e do Dis trito Federal , bem como a est rutura educaci onal e o

sistema de financi am ent o.

Além das di retriz es const an tes na Carta M aior, o nosso

ordenam ent o jurídico prevê i núm eras legi sl ações acerca da i mplantação,

funcionamento e proteção do di reito e aces so à educação. No âmbit o

internacional , o Brasil é si gnat ári o de divers os t ratados que possuem

enfoque na proteção ao direit o à Educação .

Em que pes e a garanti a e o aces so ao direit o fundam ent al a

educação s er um problem a de grande rel evânci a em noss a soci edade, es se

problema toma proporções incom ensuráveis quando s e trat a de garantir

tal direit o às pessoas com deficiênci as .

Não s e pode negar que exist em diversas norm as j urí dicas , tant o

no plano naci onal c omo int ernacional, que bus cam garanti r os direitos

das pessoas com defi ci ência. Com o ensi na Araúj o, o que d efi ne a pes soa

port adora de de fi ci ênci a não é a falt a de um membro nem a vi são ou

audição reduzida. O que caracteriz a a pes soa port adora de de fi ci ência é a

difi cul dade de se rel aci onar, de s e int egrar na soci edade. O grau de

difi cul dade para a integração social de fi nirá quem é ou não port ador de

defi ciência. (AR AÚJ O, 2003, p. 423 ).

No m esmo pas so , continua Araúj o, é evident e que quant o mais

grave a d efi ci ênci a, maior é a di ficuldade de relaci onament o soci al. O

que s e dá por diversos fatores compli cadores, com o, por exemplo, as

barrei ras e di fi culdade de acesso, a inadequação dos m eios de trans port e

em geral, o preconceito que tom a conta da soci edade, qu e t em um padrão

de norm ali dade est abel eci do e inapto a ser facilm ent e modi ficado.

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A educação inclus iva para as pes soas com defici ênci a s erá o tem a

abordado ness a pesquis a, que bus ca comprovar que apes ar das

legi slações exist ent es e d as ações tomadas pel o poder públi co e a

soci edade, a garanti a e o acesso das pes soas com defi ci ência ao di rei to

fundam ental à educação est a dis tante de alcançar o míni mo neces sário

para a real inclusão des sas pess oas na soci edade de forma a garantir um a

vida di gna e i ndependente .

2. METODOLO GI A UTILI ZADA

A técnica de pes qui sa adot ada para a cons ecução dos obj et ivos

propost os é a aná lis e bibliográfi ca, que abrange a bi bliografia já tornada

públi ca em relação ao t ema de est udo, desde publi cações avul sas,

bol etins , jornais, revist as, li vros, pes quisas , monografi as, t es es, ent re

outros.

Para se al cançar os obj etivos propost os, com maior s egurança e

economia, at ravés de conhecim ent os válidos e verdadeiros, é neces sári a a

adoção de um m ét odo, conj unt o de ati vidades sist êmi cas e racionai s,

para t raçar o caminho a ser segui do. O método adot ado é o da indução,

que pode ser defi ni do, M arconi e Lakatos (2003), como o process o

ment al por int erm édi o do qual, partindo de dados part iculares,

sufi ci ent em ent e constat ados, i nfere -s e uma verdade geral ou univers al,

não conti da nas part es exami nadas. Port ant o, o obj eti vo dos argum entos

induti vos é l evar a conclusões cujo cont eúdo é muit o m ais am plo do que

o das premi ssas nas quais s e basearam.

Assim , com base na pes quis a bibli ográfi ca e no m étodo i ndut ivo

pret ende -s e alcançar os objetivos propost os na pres ent e pesquisa.

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Ent ende -s e como di rei tos fundam entais aquel es impres cindívei s

para garant ir o míni mo de di gnidade ao ser h umano, como ensina M arçal

J ustem Filho, para quem o direito fundamental “c ons ist e e m um conj unto

de n or ma s j ur íd ic a s, p r e vis ta s p r ima r ia me nt e na co ns titui çã o e

dest ina da s a a s se gur a r a d igni da d e huma na e m su a s di ve r sa s

ma nifes ta çõ es, d e que d er i va m posi çõ es j ur í dic a s pa r a os s uje itos

pr iva do s e est a ta is .” (J USTEM F ILHO, 2012, p. 140).

Direit os Fundament ais são sit uações jurí dicas ess enci ais sem as quais o homem “nã o se r e a liza , nã o c on vi ve e , à s vezes n em sobr e vi ve ; funda ment a is d o h o me m n o s enti do qu e a tod os, po r ig ua l, de vem se r ,

nã o a p en a s for ma l me nte r e con he ci dos, ma s con cr et a e ma ter ia l me nte

efeti va d os .” (S ILVA, 2004, p. 191).

Os di reitos f undament ais não s ão est anques, ao cont rário,

evoluem, modifi cam -se de acordo com a s oci edade, m ant endo apenas s eu

núcleo es senci al , essa é a t es e da const rução gradual dos di reitos

fundam entais. C omo ensi na Norberto Bobbi o, os direit os do hom em, por

mais fundam ent ais que s ej am , s ão direit os his tóricos, ou sej a, nasci dos

em certas ci rcuns tanci as, caract erizadas por lutas em defes as de novas

liberdades contra vel hos poderes , e nasci dos de m odo gradual , não todos

de um a vez e nem de um a vez por todas . (BOBBIO, 1992, p. 5).

No ordenam ent o j urídico brasil eiro os di reitos fundam ent ais

encontram -s e previs tos na Constit uição Federal de 1988, s endo que o

direito à educação está est abeleci do no art i go 6º, cl as sificado com o um

direito fundam ent al de naturez a s oci al. Di ant e dess a inform ação é

possí vel cons tat ar que a Educação possui carát er de direit o fundam ent al,

capaz de garant ir ao sujeito o exercí ci o e a util ização de direitos em

condi ções i gualit ári as, com cons equente di gni dade e p roteção pelo

Est ado.

(9)

O di reit o a educação não es ta previ sto apenas na Constituição

Federal , existi ndo uma gam a de instrum ent os int ernacionais e nacionais

que corroboram com a prot eção e garant ia dess e di reito fundament al, t ais

com o o Pact o Interna cional sobre os Direit os Econômi cos, Sociai s e

Culturai s, de 1966; a Lei de Di retrizes e Bas es da Educação Nacional

(Lei n. 9.394/96), o Est atuto da C riança e do Adolescente (Lei n.

8.069/90), o Pl ano Nacional de Educação (Lei n. 10.172/2001), ent re

outros.

3.1 A i mportân cia d a edu cação na formação da soci edad e

A educação pos sui um papel de s uma import ânci a, pois el a t em se

revelado um dos meios mai s efi caz es para a concretiz ação da ci dadani a

na soci edade atual. Por mei o da educação o hom em s e torna m ais

consci ente do s eu papel dent ro da soci edade, e com o nos ensi na Kant “O

home m nã o pod e s e tor na r um ver d a d eir o ho me m s enã o p ela edu ca çã o. Ele é aquilo que a educação dele faz” (KANT, 2006, p. 15).

A educação como um direito fundam ent al bus ca garanti r de forma

filos ófica a idei a de que o hom em dot ado de conhecimento é um suj eito

livre e cons ci ent e , capaz de lut ar pela concretização de t odos os s eus

direitos. Dest a forma, o i ndivi duo que pôde usufrui r o di reito a

educação, s eri a, em tes e, um indi viduo capaz de l utar pel os dem ais

direitos fundam entai s.

Como ens ina M orei ra, s oment e a parti r da educação, di reito

fundam ental soci al, poderá a cidadania pl ena ser al cançada. Uma

soci edade educada s erá composta de pes soas que consi gam reivi ndi car e

conquis tar espaços , sej a i ndividualm ente, a exem plo da l iberdade e

igualdade, seja no campo políti co, como o direito ao s ufrági o uni vers al .

(MOR E IRA, 2007, p. 62).

Não rest a dúvi da que a educação é um direit o soci al, que tem

servido de pré -requi sito para a expansão de outros direit os , já que a

(10)

vida soci al e políti ca do P aís . Vale ress alt ar que o cam i nho para a

conquis ta de uma cidadani a plena é por m ei o de u m a educação de

qualidade, que des envolva o s ens o analíti co e o olhar críti co.

Há muito s e ouve fal ar em univers alização do ensi no,

impres cindível para a form ação de pes soas apt as à parti cipação da vida

soci al e pol íti ca do país, na bus ca da concretiz ação do Est ado

Dem ocráti co de Direito e da frui ção da vi da di gna.

A concretiz ação d o direito públi co s ubj eti vo à educação tornou -s e

uma obri gação uni versal especi alment e com o advento do s éculo XXI,

que t rouxe consi go a era do conheci ment o . Not a -s e que o direit o à

educação s e t ornou t ão import ant e quant o o di reito à vi da, à li berdade e à

igualdade.

Anísi o Teixeira defende que o di rei to à educação faz -s e um

direito de todos , porque a educação já não é um process o de

especi alização de alguns para cert as funções na soci edade, m as a

formação de cada um e de todos para a sua contri bui ção à so ciedade

integrada e naci onal, que s e es tá const ituindo com a m odi fi cação do ti po

de t rabalho e do ti po d e relações hum anas. A educação é um direito , é o

reconhecim ento formal e expres so de que a educação é um interess e

públi co a s er promovido pel a l ei . (TE IXEIR A, 1996, p. 60) .

A educação de quali dade é impres cindível para que o s er humano

consi ga garanti r a concretização de outros di reitos, bem como para que

sej a poss ível o exercí cio da cidadani a com a parti cipação pl ena na vi da

soci al e políti ca da so ci edade. Assim , podemos afi rm ar que a cidadania

ativa só pode ser concebi da num a sociedade em que as pess oas estejam

livres , tenham i gual dade de oportunidades e sej am res peit adas como

seres humanos .

3.2 A edu cação como meio d e lib ertação

Não há di scuss ão de que a e ducação foi respons ável pelos

(11)

durant e toda a his tória. Todavia, ut ilizada como poder, títul o, distinção

ou m eio de domi naçã o perant e os que não a poss uí am, a e ducação , ou a

fal ta del a, foi empregada por det ent ores de poder para a mas sifi cação e

dout rinação da população, com o sim ples intuito de perpet uação no

poder.

Na li ção de Paulo Frei re é possí vel cons tat ar ess a afi rm ação, ao

dem onst rar que, a ut ilização da educação com fi ns de op ress ão pode s er

apli cada conscientement e e i ncons ci ent em ent e pel o det entor do

conhecim ento, poi s a educação com o prá ti ca de dominação, mante m a

ingenui dade dos educandos, o que pr et ende, em s eu m arco ideológi co,

nem s empre percebid o por mui tos dos que a re aliz am, é indout riná-los no

sent ido de s ua acomodação ao m undo da opress ão. (FRE IRE, 1994, p.

38).

Por out ro l ado, é por m eio del a, quando transmitida de modo

crí tico-reflexivo, que o indiví duo é l evado a um pat am ar de diversos

questionam entos , sua cons ciê ncia é des pert ada o colocando com o suj eito

ativo no mundo em que vi ve, ou s eja, quanto m ais ins truí do, m aior a

preocupação e parti cipação no envol vim ento pel a efetivação da cidadania

e l uta pelos di reitos .

A educação é sempre um tema fas ci nante , como ensi na Lim a, pois

consist e n a práti ca contínua e int erm itente de s e transmiti r e receber

inform ações construí das com o t empo, as quais influenci am o hom em e o

ajudam a des envolver e t ransformar o meio em que vive e, tam bém,

des envol ver -se, fi gurando como i nst r um ent o extrem ament e hábil para o

pleno desenvol vim ento da pessoa. ( LIM A, 2003, p. 1 -2).

3.3 As d iferen tes fu nções d a educação

A educação pos sui divers as funções, e por mei o del as que s e

pret ende cri ar no i ndiv í duo competências para lidar nos diferentes

campos soci ais. Ent re as funções da educação podemos cit ar as funções

(12)

Para Torres, a função acadêmi ca da educação pode ser analisada

sob três prism as , a s aber: a soci alização das cri anças pel a int ernalização

das norm as , valores , com portam entos etc. ; a reprodução cult ural, ou s ej a,

a adapt ação das novas ger ações aos padrões constituti vos; e as

construções int el ect uais , como pens am ento indutivo, deduti vo, anális e,

sínt es e, operações lógi cas e m atem áti cas, cientí fi cas , todas baseadas nos

conteúdos. (TORRES , 2003, p.15).

Por outro lado a função dist ribut iva d a educação pass a a t er um

papel de s el eção soci al, i nclusi ve com impact os sobre a questão do

planej am ent o e ducacional. Es sa função distribut iva est á no coração da

noção de pl anej am ento educati vo, porque, s e não existi ss e tal função,

não t eri a s entido us ar a es col a como um mecanism o do pl anej amento

soci al . Tam bém não teria s enti do pens ar na es cola como um i nstrum ent o

de i guald ade soci al. (TORRES, 2003, p.15).

Por sua vez, a função econômica da educação, na vis ão de

Aless andro de M elo, insere-s e no universo da t eori a do capit al hum ano,

e, port ant o, da rel ação ent re educação, trabalho e des envolvimento

econômico. Acre dit a-se que, quanto maior a es col aridade, m ai or a

produti vidade do t rabal hador, o que resulta em um a m ai or i gual dade na

distribui ção de renda na soci edade. (MELO, 2012, p. 35).

No mesmo pass o, a função políti ca da educação leva em conta o

seu papel de ali nhar e fort al ecer a convivênci a s oci al , poi s o ideal de

convivênci a s ocial pode s er extraído da s al a de aula e s er l evado à

soci edade, se todos forem tolerant es ao ouvi r e ser ouvidos . (TORR ES,

2003, p. 17).

4. A PESSO A CO M DE FI CIÈ NCI A E A EDUCAÇÃO I NCL USIVA

Durante m uitos anos , houve uma polí t ica de exclus ão, des at enção

ao grupo das pess oas com defi ci ênci a. Al ias , esse grupo foi excluído por

longo t empo d as preocupações da s oci edade brasil ei ra em todos os nívei s

(13)

ment al ent re outras. As constituições e l egi slações ant eriores

apresent avam, por meio de em endas constit uci onais , traços tímidos de

prot eção ao defi ci ent e, assim m esmo preval ecendo norm as

program áti cas. (M ELLO, MORE IRA, 2015, p. 590).

De fat o, a hi stóri a das pessoas com defi ci ênci a s empre foi

marcada pel a segregação e exclus ão, sej a di ant e da lei, s eja diant e da

própri a s ociedade, rel egadas, quando muito, a ações assist enci alist as de

carát er cari tat ivo ou hospit al ar, que não pass avam de meios de

marginaliz ação, om i ssão e rej ei ção. (A LVIM , C URRA LADAS, 2011, p.

36).

Na constitui ção d e1988, a proteção às pes soas com defi ci ênci a foi

diluíd a ao longo de seu t exto, e a t ermi nologia evol uiu, pas sando a s er

utilizada a express ão pess oa port adora de defi ci ênci a. Os constit uint es

ent enderam que durant e anos houve uma politi ca de exclusão e

des at enção ao grupo, razão pela qual a Constit uição pas sou a presti giar e

a garantir diversos direit os às pes soas com d efi ci ênci a, tais como:

ass egurar a pol ítica de res ervas de vagas em concurs o públi co , garantir a

aces sibili dade nos edi fí cio e l ogradouros públicos e o aces so aos

transportes públicos, bem com o a garanti a do acesso a educação especi al,

preferencial mente no ensino regul ar . (MELLO, M ORE IR A, 2015, p.590.)

O arti go 208 da Constitui ção Federal ao dispor sobre o dever do

Est ado em garanti r o direit o à educação ass egura, no s eu inciso III, o

“atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;”. (BRAS IL, 2017).

A Lei nº. 9.394/1996, que est abel ece as di retriz es e bas es da

educação nacional , também bus ca ass egurar o direit o à i ncl usão da

pes soa com defi ci ênci a, ao dis por em seu arti go 4º i nciso III, o

at endim ento es peci al izado:

D o D i r e i t o à E d uc a ç ã o e d o D e v e r d e E d uc a r

A r t . 4 º O d e v e r d o E s t a d o c o m e d uc a ç ã o e s c o l a r p úb l i c a s e r á e f e t i va d o me d i a nt e a ga r a n t i a d e :

I - e d uc a ç ã o b á s i c a o b r i g a t ó r i a e gr a t ui t a d o s 4 ( q ua t r o ) a o s 1 7 ( d e z e s s e t e ) a no s d e i d a d e , o r ga n i z a d a d a s e g ui n t e f o r ma : a ) p r é -e s c o l a ;

(14)

I I - e d uc a ç ã o i n fa n t i l gr a t ui t a à s c r i a nç a s d e a t é 5 ( c i n c o ) a no s d e i d a d e ;

I I I - a t e nd i me n t o e d u c a c i o n a l e s p e c i a l i z a d o gr a t ui t o a o s e d u c a nd o s c o m d e fi c i ê nc i a , t r a ns t o r no s g l o b a i s d o d e s e n vo l vi me nt o e a l t a s ha b i l i d a d e s o u s up e r d o t a ç ã o , t r a n s ve r s a l a t o d o s o s ní ve i s , e t a p a s e mo d a l i d a d e s , p r e fe r e n c i a l me n t e n a r e d e r e g ul a r d e e n s i no ;

( . . . ) ( B R A S I L, 1 9 9 6 ) .

No m esmo s entido, a Lei nº. 7 .853/1989, que dis põe sobre o

apoio às pess oas portadoras de defi ci ênci a e sua int egração s oci al, entre

outros assuntos , dis ciplina o acess o à educação, em seu arti go 2º, inci so

I, trat ando desde a i ncl usão, a mat ri cul a, a gratui dade e obri gat ori edade

da educação es peci al :

I - na á r e a d a e d uc a ç ã o :

a ) a i n c l u s ã o , no s i s t e ma e d uc a c i o n a l , d a E d u c a ç ã o E s p e c i a l c o mo mo d a l i d a d e e d uc a t i v a q u e a b r a nj a a e d uc a ç ã o p r e c o c e , a p r é -e s c o l a r , a s d e 1 º e 2 º gr a us , a s up l e t i va , a ha b i l i t a ç ã o e r e a b i l i t a ç ã o p r o f i s s i o na i s , c o m c ur r í c u l o s , e t a p a s e e xi g ê nc i a s d e d i p l o ma ç ã o p r ó p r i o s ;

b ) a i n s e r ç ã o , no r e fe r i d o s i s t e ma e d u c a c i o na l , d a s e s c o l a s e s p e c i a i s , p r i va d a s e p ú b l i c a s ;

c ) a o fe r t a , o b r i g a t ó r i a e gr a t u i t a , d a E d u c a ç ã o E s p e c i a l e m e s t a b e l e c i me n t o p úb l i c o d e e n s i no ;

d ) o o fe r e c i me n t o o b r i g a t ó r i o d e p r o gr a ma s d e E d uc a ç ã o E s p e c i a l a n í ve l p r é -e s c o l a r , e m u ni d a d e s h o s p i t a l a r e s e c o n g ê ne r e s na s q ua i s e s t e j a m i nt e r na d o s , p o r p r a z o i g ua l o u s up e r i o r a 1 ( u m) a no , e d uc a nd o s p o r t a d o r e s d e d e f i c i ê nc i a ; e ) o a c e s s o d e a l u no s p o r t a d o r e s d e d e fi c i ê n c i a a o s b e n e fí c i o s c o n f e r i d o s a o s d e ma i s e d u c a nd o s , i n c l u s i ve m a t e r i a l e s c o l a r , me r e nd a e s c o l a r e b o l s a s d e e s t ud o ;

f) a ma t r í c u l a c o m p ul s ó r i a e m c ur s o s r e g ul a r e s d e e s t a b e l e c i me n t o s p úb l i c o s e p a r t i c u l a r e s d e p e s s o a s p o r t a d o r a s d e d e fi c i ê n c i a c a p a z e s d e s e i n t e gr a r e m no s i s t e ma r e g u l a r d e e n s i no ;

O Decreto 3.298/1999, que regulamentou a Lei 7853/89 , trada em

sua seção II do a ces so à educação , m ais precis ament e em s eu arti go 24 ,

defini ndo em termos legais o conceit o de educação especial , com o s endo

a modali dade de educação es colar oferecida preferenci alm ente na rede

regul ar de ensi no para educando com neces sidades educacionai s

especi ais, entre el es o port ador de deficiênci a.

A r t . 2 4 ( . . . )

(15)

c o m ne c e s s i d a d e s e d uc a c i o n a i s e s p e c i a i s , e n t r e e l e s o p o r t a d o r d e d e f i c i ê nc i a .

§ 2o A e d uc a ç ã o e s p e c i a l c a r a c t e r i z a - s e p o r c o n s t i t u i r p r o c e s s o f l e x í ve l , d i n â mi c o e i nd i vi d u a l i z a d o , o f e r e c i d o p r i nc i p a l me n t e no s ní v e i s d e e n s i n o c o n s i d e r a d o s o b r i ga t ó r i o s .

§ 3o A e d uc a ç ã o d o a l u n o c o m d e f i c i ê nc i a d e ve r á i n i c i a r - s e na e d u c a ç ã o i n f a nt i l , a p a r t i r d e z e r o a no .

§ 4o A e d uc a ç ã o e s p e c i a l c o nt a r á c o m e q ui p e mu l t i p r o fi s s i o n a l , c o m a a d e q ua d a e s p e c i a l i z a ç ã o , e a d o t a r á o r i e nt a ç õ e s p e d a gó gi c a s i nd i v i d ua l i z a d a s .

§ 5o Q ua nd o d a c o n s t r u ç ã o e r e fo r ma d e e s t a b e l e c i me n t o s d e e n s i no d e ve r á s e r o b s e r va d o o a t e nd i me n t o a s n o r ma s t é c ni c a s d a As s o c i a ç ã o B r a s i l e i r a d e N o r ma s T é c n i c a s – AB N T r e l a t i v a s à a c e s s i b i l i d a d e .

A educação especi al, como ensina Sueli Fernandes, é um a área de

estudo relati vament e nova na área da pedagogi a. At é o s écul o XV I, não

havia na s oci edade a preocupação em oferecer atendim ent o educacional

às pess oas com necessidades especiai s. Atualm ente, a chamada soci edade

incl usiva des est abili za concepções e es trut uras s ociai s cris taliz adas e

denunci a atit udes de preconceit o e m argi naliz ação a grupo s m inoritários,

com o é o cas o de pes soas com defi ci ênci a. (FERNANDES , 2013, p. 27).

Para que a educação especi al poss a concretizar o s eu objetivo,

qual sej a a educação das pessoas com defi ci ênci a, é neces sári a a

implant ação da verdadei ra educação inclus iva . Na vis ão de Ribei ro,

ent ende -s e por educação incl usi va, a es col a de todos, que ensi na não

apenas conhecim ent o técni co -cientí fico, mais ensina valores , princí pios

e atitudes. É a es cola que ensi na a vi ver juntos , ens ina a conviver em

ambi ent es de tol erânc i a e harmoni a, em meio a di versi dade. (R IBE IR O,

2007, p. 69).

No entanto, apesar das garanti as const itucionai s e

infraconstit ucionais no que diz re s peito ao direit o à educação das

pes soas com defici ênci as, as es col as da rede públi ca de ensino e as

es col as privadas não atendem plen ament e às det ermina ções da lei. Como

ensi na M ell o e Morei ra, t rat a-se de um a omi ssão gravíss ima,

princi pal mente em rel ação ao Est ado, que deveri a dar bom exempl o às

es col as pri vadas e à sociedade . A propósito, é im pos sível fal ar -s e em

(16)

direito de uma pessoa de s er educada. (M ELLO, M ORE IR A, 2015 , p.591

-592).

Qualquer ti po de ação, tendent e a efet i var a i gualdade ent re as

pes soas, s er á capaz de prover a verdadei ra i n clus ão, poi s não se es pera

mais que a pes soa com de fici ênci a é que m deve sozinha, procurar s e

integrar. Es pera -se que o ambi ente, quer s ej am o de trabalho e ou

educacional , est ejam devidam ent e preparados para receber a todas as

pes soas, evit ando -se a exclus ão e a di scriminação. (FÁVERO, 2004 ,

p.161).

Na verdade, a falta de int eress e econôm ico, por part e do poder

públi co, para impl em ent ar os di rei tos cons agrados às pess oas com

defi ciência, faz com que exista um a inadequação da norm a com a

reali dade soci al, o que deve ser contornado, a fim de viabil izar os

direitos das pessoas com de ficiênci a. Não há que s e negar que muit o já

se evoluiu a respeit o da prot eção à pessoa com defi ciênci a, t odavi a,

com o pondera Hones ko e Borges, a im pl ement ação dos direitos

existentes ainda não é apt a a efetivar a neces sári a incl us ão s oci al, o que

exi ge, indubi tavel mente, alteração de postura, tanto por part e do Poder

Públi co, como por part e da soci edade em geral. ( HONES KO, BORGES,

2011, p. 17-18)

Como al ert a P aulo Frei re, s abe-s e que at é o iní cio da década de

90, o de fi ci ent e continuava respons ável por sua adapt ação, ou não, à

es col a com um, pers istindo a prática da mera int egração parci al, que

acabava por margi naliz ar, exclui r e ou desqual i fi car alunos com

defi ciência, constit uindo -s e em verdadei ra opress ão e violênci a, ao

negar-lhes a oportunidade de tentar, na express ão da pedagogi a do

opri mido de, ser m ai s . (FRE IRE, 2011, p. 58).

Ness e s enti do, bast a , que hom ens est ej am s endo proi bidos de s er

mais para que a situação objeti va em que t al proibi ção s e veri fica s ej a,

em si m esm a, uma viol ênci a. Viol ênci a real , não import a que, muitas

vez es, adoci cada pela fals a generosidade a que nos referim os, porque

fere a ontológi ca e histórica vocação dos hom ens – a do ser m ais .

(17)

Apes ar de a Decl aração de S al am anca, de 10/ 06/1994, reconhecer

que os sist em as de educação devem s er planej ados e os program as

educativos impl em entados t endo em vi sta as peculi ari dades de cada

educando, a reali dade de noss as es colas c ontinua dom inada pel a

concepção pedagógi ca tradici onal, na qual s e ensina uma grande

quantidade de informações, geralm ent e t endo com o bas e úni ca e

exclus ivam ent e, o program a do li vro di dáti co, i nform ações es sas que

servi rão momentaneam ent e e que serão desc artadas após a prova, não

chegando s equer a modi ficar as concepções es pont âneas que os alunos

traz em de s eu cotidi ano. (VELTRON I, VELTRON I, 2011, p. 201).

Ess e cenário di fi culta ou quase im pos sibilit a a incl us ão das

pes soas com defi ci ênci a, pois es se model o educacional , nem sem pre é

capaz de cri ar as com pet ênci as neces sárias para o desenvolvimento

soci al pleno e satis fat ório das pes soas que l egalm ent e t em direito a

educação especi al.

A inclus ão social, para Rocha, é a m ani festação do princípi o da

igualdade m ateri al e não há dú vidas ent re os es peci alis tas em educação

que a escol a regul ar é s empre o melhor l ugar para as pess oas com

defi ciência, m as para t ant o, requer que a rede escolar est ej a preparada

para oferecer e res peit ar as condi ções peculiares de cada um a del as.

Assim , não bast a estar com as port as abert as para receber qualquer

cri ança, poi s est aria nes tas condições am pli ando as di ferenças e

prom ovendo a desi gualdade. (R OCHA, 2016, p. 141 -142.)

Como res saltado por Araúj o, ao t rat ar da quest ão relat iva à

educação, todas es tas adequações t êm por fi nal idade a proteção não s ó da

minoria d esi gnada pess oas com de fi ci ênci a, m as das pessoas em geral .

Port ant o, quando fal amos em ensi no incl usivo, não chega aqui um pleito

da minori a. Não chega um pl eito da mi nori a das pes soas portadoras de

defi ciência. Mas o pl eito da m aiori a, daquel es que não puderam conviver

com ami gui nhos port adores de de fici ênci a e que não puderam s e

emocionar nas épocas cert as , en fim , daquel es que foram pri vados de um

convívi o que lhes dari a m uito m ais habi lidades s ensori ais e muito m ais

maturidade em ocional. Para o autor, é des necess ári o a firm ar que o pleit o,

(18)

maiori a, que perdeu a oportunidade do conví vio. Est amos, port ant o,

mudando o foco da questão. De di reito da minori a à inclus ão, est am os

fal ando do di reito da m aioria à i ncl us ão, ou s ej a, de poder part ici par de

um processo inclusivo, conviver com di ferenças e des envolver

tolerânci a. (AR AÚJ O, 2003, p. 425) .

Para que a incl us ão das pess oas com defici ênci a poss a ocorre de

forma real e verdadei ra, é necess ário que a cham ada m aiori a tenha

consci ênci a da neces sidade de s e inclui r nes se uni vers o.

CONCLUSÕ ES

Pess oas com defici ênci a sem pre existi ram , como demonst ra a

históri a. Mas nem s empre ti veram seus lugares garantidos na históri a. Ao

contrário por m uitos sécul os foram excluí das e m arginali zadas pel as

soci edades.

A proteção das pess oas com defi ci ênci as som ent e passou a ganhar

dest aque no cenário internaci onal após a prim ei ra e segunda guerra

mundi al, quando aum ent o u, em muito, o núm ero de pessoas

aparentem ente norm ais que pas saram a poss uir al guma defi ci ência por

caus a dos efeitos nocivos das guerras.

No Br as il, a preocupação com as pess oas com deficiênci a e sua

incl us ão na soci edade é bastant e recent e. E ainda assim , não tem obti do

grande sucesso na s ua impl ant ação. Na verdade, exist em l ei s sufi ci ent es

para garantir o acesso das pes soas com defi ci ênci a ao d i rei to

fundam ental à educação, ai nda que de carát er programátic as .

Neste cont exto, percebe -s e n o P oder Públi co, por m ei o do

Executivo, um a post ura de iné rci a na i mplantação efet iva dos di reitos

das pess oas com defi ci ênci a, poi s apesar de el aborar program as de

incl us ão das pess oas com deficiênci a, dei xa de cumpri -los e observá -los ,

al egando, m uit as vez es, falt a de recursos financeiros.

Como analis ado no decorrer do t rabalho, a educação pos sui papel

(19)

meio de s eu papel libert ador e cri ador de compet ênci as para a

consecução dos direitos inerent es à ci dadani a, e ao gozo de um a vi da

plena.

Na verdade, não s e pode deixar de i m put ar a soci edade o seu

papel -dever na questão da i ncl us ão das pessoas com deficiênci a. É

necess ári o que a sociedade em geral t om e cons ci ênci a da import ânci a de

o defi cient e fazer parte da rotina, dos event os, dos locai s, enfim da vida

soci al .

Sabemos que a es col a é o m elhor ambi ente para que s e aprenda a

conviver em soci edade, pois é nela que, ainda pequeni nos, aprendemos a

lidar com nossos primei ros conflit os, a tolerar e aceit ar o diferent e. E

nes se l ocal , na es cola, que devidam ent e adapt ada para receber todos e

quaisquer indi víduos, que as pessoas com defi ci ênci a terão a

oportunidade de conviver em s ociedade e aprender a lut ar e conqui st ar os

seus di reitos como a grande mai ori a.

Finalm ente, a s oci edade deve s e cons ci entiz ar da necessi dade de

uma educação incl usiva, para garanti r os direitos das pess oas com

defi ciência, mas , para que isso ocorra de forma s ati sfatóri a, é salutar que

ess a m esm a s oci edade tom e cons ciência da necessidade de s e t ornar um a

soci edade inclusi va e s olidária, em subst itui ção a cari dade e

assi stencial ismo.

RE FE RÊNCI AS

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Referências

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