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GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS EM UM FRIGORÍFICO AVÍCOLA

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GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS EM UM FRIGORÍFICO AVÍCOLA

CARLA DAL PIVA carladalpiva@yahoo.com.br UNIVERSIDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A. - UNAES - CAMPO GRANDE ANDRESSA TOGNON DE OLIVEIRA andressatognon@uol.com.br UNIVERSIDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A. - UNAES ESTEVAN HENRIQUE RISSO CAMPELO ehcampelo@uol.com.br UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL - UFMS Resumo: A PESQUISA APRESENTADA ABORDA A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS EM UM FRIGORÍFICO AVÍCOLA, UM TEMA ATUAL E PRIMORDIAL MEDIANTE DA SUA DIMENSÃO. DESDE A II GUERRA MUNDIAL A AVICULTURA PASSA POR UM PROCESSO DE EVOLUÇÃO ESTIMULADA PELO AUMENTO DA DEMANDA POR CARNE DE FRANGO.

DESDE ENTÃO HOUVE MELHORIAS NA QUALIDADE DAS AVES, CAPACIDADE PRODUTIVA, INSUMOS E INTRODUÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS AO PROCESSO PRODUTIVO. PARA ATENDER ESSA DEMANDA CRESCENTE AS QUANTIDADES DE INSUMOS PRODUTIVOS AUMENTARAM E CONSEQUENTEMENTE A EMISSÃO DE RESÍDUOS E TRATAMENTO DOS MESMOS. LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO QUE OS ABATEDOUROS SÃO GRANDES CONSUMIDORES DE ÁGUA POTÁVEL, VERIFICA-SE A NECESSIDADE DE GERIR A UTILIZAÇÃO DESSE BEM FINITO, PRINCIPALMENTE ATRAVÉS DA PREVENÇÃO, CORREÇÃO DE DESPERDÍCIOS, TRATAMENTO DE RESÍDUOS, USO E REUSO DA ÁGUA.

Palavras-chaves: RECURSOS HÍDRICOS. FRIGORÍFICOS. AVES. PRODUÇÃO.

RACIONAMENTO.

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WATER RESOURCE MANAGEMENT IN A REFRIGERATOR BIRDS

Abstract: A SEARCH SUBMITTED ADDRESSES THE MANAGEMENT OF WATER RESOURCES IN A REFRIGERATED POULTRY, A CURRENT AND PRIMARY SUBJECT OF THEIR SIZE. SINCE WORLD WAR II, THE POULTRY INDUSTRY HAS BEEN UNDERGOING A PROCESS OF EVOLUTION DRIVEN BY INCREASED DDEMAND FOR CHICKEN MEAT. SINCE THEN THERE HAVE BEEN IMPROVEMENTS IN THE QUALITY OF POULTRY, PRODUCTION CAPACITY, RAW MATERIALS AND INTRODUCTION OF NEW TECHNOLOGIES IN THE PRODUCTION PROCESS. TO MEET THIS GROWING DEMAND QUANTITIES OF PRODUCTION INPUTS HAVE INCREASED AND THEREFORE THE EMISSION OF WASTE AND TREATMENT OF THEM.TAKING INTO CONSIDERATION THAT THE SLAUGHTERHOUSES ARE LARGE CONSUMERS OF WATER, THERE IS A NEED TO MANAGE THE USE OF FINITE GOOD, ESPECIALLY THROUGH THE CORRECTION OF WASTE, WASTE MANAGEMENT, USE AND REUSE OF WATER.

Keyword: WATER RESOURCES. REFRIGERATORS. BIRDS. PRODUCTION.

RATIONING

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3 1. INTRODUÇÃO

A avicultura era considerada uma atividade artesanal, de pouca importância econômica e havia pouca produtividade, pois os criadores não tinham conhecimentos necessários à nutrição das aves. A partir da II guerra mundial a demanda por carnes vermelhas para os combatentes aumentou, e foi necessário desenvolver pesquisas que atendessem os requisitos nutricionais das aves e o setor de medicamentos para as mesmas. Tal medida resultou na redução de custos, queda acentuada do preço da carne de frango e a substituição das carnes vermelhas pelas brancas. (MICHELS e GORDIN, 2004)

Entre o final da década de 50 e inicio da década de 60, os resultados dessas medidas

começaram a aparecer na produção brasileira; gerando melhorias no uso de insumo, qualidade das aves, aumento da produção e das áreas produzidas. (MICHELS e GORDIN, 2004)

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, perdendo apenas para a China e Estados Unidos que lidera esse ranking, e ainda de acordo com o IBGE (2010) praticamente todos os estados brasileiros têm informantes de abate de frango sob inspeção sanitária, à exceção de Amazonas, Roraima, Amapá e Maranhão onde não há registro deste tipo de produção. No ultimo trimestre de 2009 o Paraná, o maior produtor nacional, abateu 25,2% do total de animais do país, seguido por Santa Catarina (18,0%) e Rio Grande do Sul (16,5%). No Mato Grosso do Sul foram abatidas 33.828.795 cabeças de frango no mesmo período. O Estado se destacou nos meses de julho, agosto e setembro; representando 10,9% de todo abate nacional nos referidos meses.

O crescimento da atividade industrial gerou de maior quantidade de resíduos poluentes, aumento da demanda por produtos e serviços tem forçado o desenvolvimento de inovações tecnológicas para os processos produtivos, simultaneamente à necessidade de novas técnicas administrativas voltadas ao gerenciamento dessas atividades com preocupação ambiental.

(ANDRADE et. al., 2000 apud DAL PIVA et. al., 2007).

Um dos principais problemas refere-se ao consumo excessivo de recursos naturais e seu esgotamento, ou ser ultrapassada a capacidade de suporte dos ecossistemas que por meios naturais ou artificiais são renovados (MOURA 2003). O uso excessivo dos recursos hídricos são interesses conflitantes em relação à futura escassez da mesma e os custos de produção.

Gerloff e Riella (2009) afirmam que “especificamente os frigoríficos que abatem aves são grande consumidores de água potável”.

A demanda mundial de água divide-se em 54% para a agricultura sendo que desse 70% é usado para irrigação;e aproximadamente 38% para uso industrial e pouco menos de 10% para uso doméstico. No uso industrial, 80% abastecem equipamentos de refrigeração.

(GIANSANTI, 1998).

Em busca de uma ação sustentável e aumento da lucratividade se faz necessário procurar inovações que possam otimizar a gestão dos recursos hídricos por meio do seu uso adequado e reuso.

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4 2. OBJETIVOS

Esta pesquisa tem como objetivo principal avaliar e otimizar a utilização dos recursos hídricos nos setores de escaldagem e evisceração em um frigorífico avícola situado no Município de Sidrolândia/MS, buscando evidenciar ganhos de cunho ambiental e financeiro para a organização.

2.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Para tanto ficam definidos os seguintes objetivos específicos:

Diagnosticar e avaliar o consumo de água na empresa;

Levantar custos de tratamento de água e efluentes;

Analisar oportunidades e opções de reutilização da água nos setores escaldagem e evisceração.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia de pesquisa é de abordagem qualitativa fundamentada em estudo de caso, e instituiu-se também um plano de análise bibliográfica baseada em diversos autores através de leitura e interpretação de livros, revistas, pesquisas, etc.

Para tanto se realizou visita técnica na unidade frigorífica para conhecimento do processo produtivo e coleta de dados relacionados ao tema proposto. Na ocasião foram levantados dados referentes à gestão dos recursos hídricos, quantidade de água consumida na

organização, diagnóstico de maiores desperdícios, oportunidades de reaproveitamento da água e elaboração de projetos de melhorias com viabilidade técnica e econômica.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 INDÚSTRIAS DO FRANGO NO BRASIL

A avicultura industrial no Brasil teve seu inicio no final de década de 1950, quando substituiu a antiga avicultura comercial. Seu desenvolvimento foi rápido, principalmente porque a avicultura não depende de fatores climáticos, solo diferente de outras atividades

agropecuárias. (ARAÚJO et. al., 2008)

Na década de 1970 a produção de frango evoluiu de uma produção caseira, para o setor industrial com capacidade de produção em grande escala. O que mostra a diferenciação do Brasil no seu dinamismo produtivo. (JANK, 1996 apud RODRIGUES, 2008) Na década de 1975 o Brasil iniciou sua atuação no mercado externo. (TAVARES e RIBEIRO, 2007) Além disso, nos últimos 20 anos os brasileiros aderiram se alimentar com carne de frango com mais frequência, aumentando o consumo per capita em 298% neste período, enquanto o consumo da carne de boi aumentou 141%, e de suíno 159% (SEBRAE, 2008).

Barczsz e Oliveira Filho (2009) argumentam que no inicio de 2000, houve aquisições de empresas nacionais e estrangeiras, e com isso a inserção produtos com maior valor agregado no mercado. Em paralelo ao crescimento da demanda, o setor de avicultura de corte em Mato Grosso do Sul também se expandiu intensivamente.

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5 A avicultura tornou-se uma das mais eficientes atividades agropecuárias no Brasil, o que lhe garantiu o titulo de maior exportador de carne de frango. Exportando para muitos países em todos os continentes, sendo os principais: Japão, Arábia Saudita, Hong Kong e Europa (TAVARES e RIBEIRO, 2007).

Gordin (2003) explica que a exportação é uma alavanca para o crescimento da avicultura nacional, pois ela estimula a adoção de novas tecnologias, reduz custos, eleva os níveis de competitividade e de sanidade dos produtos.

Indicadores do IBGE (2010) mostram que em 2009 foram abatidas 4,776 bilhões de unidades de frango, durante todo o ano o primeiro trimestre teve o seu pior desempenho em volume devido a crise financeira internacional.

De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango - ABEF, no ano de 2010 foram exportados 3,634 bilhões de toneladas de frango pelo Brasil, gerando uma receita de 5,814 bilhões de Dólares.

Os maiores importadores de 2009 foram a Arábia Saudita com 496.401 toneladas, União Européia importando 495.125 toneladas e Hong Kong com 428.397 toneladas. (ABEF, 2010).

Entre os mercados em crescimento, a China se destaca em seguida o Chile e em terceiro lugar Ilhas Canária conforme mostra a tabela abaixo:

Para Gordin (2003), o destaque do Brasil no mercado competitivo de carne de frango se deve a grande disponibilidade de terras agricultáveis e o baixo preço de grãos que compõem as rações das aves e mão-de-obra.

4.2 RECURSOS HÍDRICOS DO BRASIL

A água líquida existente na Terra, pode se apresentar nos rios, lagos e geleiras sendo que apenas 2,7% de toda água existente é doce. O Brasil possui 16% de toda água doce do mundo (TUNDISI, 2003). Além disso, o Brasil representa 50% do total de Recursos hídricos

componentes da América do Sul (TUCCI, 2001).

De acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH n° 32, de 15 de outubro de 2003 a área do Brasil divide-se em 12 bacias hidrográficas. São elas:

Amazônica, Paraguai, Tocantins Araguaia, Atlântico-NE Ocidental, Atlântico-NE Oriental, Parnaíba, São Francisco, Paraná, Uruguai, Atlântico Sul, Atlântico Sudeste, Atlântico Leste (ANA, 2010).

Machado (2003) afirma que cerca de 70% da água doce brasileira está na região Norte, 6% na região Sudeste, 3,3% na região Nordeste. Portanto, 73% da água doce do país encontram-se na bacia amazônica e 27% está disponível para as demais regiões que abrigam

aproximadamente 95% da população.

As doze Regiões Hidrográficas possuem 27 sistemas principais de aqüíferos Brasileiros, que somam 21 m³/s (ANA, 2010). Dentre estes cerca de 70% são de um dos maiores reservatórios

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6 de água doce do mundo: O aqüífero Guarani; que passa por São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e Goiás. Esse imenso reservatório pode abastecer a população Brasileira por 2.500 anos. (ALMEIDA, 2009).

A produção hídrica brasileira equivale a um deflúvio anual de algo em torno de 5.744 Km³ e a maior disponibilidade hídrica do mundo que atinge a 258.750 m³/s (FREITAS, 2001).

O crescimento demográfico, a migração da população do campo para a cidade, a

industrialização, causou aumento na demanda por água e energia e a partir da década de 1980 a sociedade atentou-se para as ameaças sofridas pelos recursos hídricos e então foram

instituídas comissões em busca da preservação desse bem (LIMA, 2001).

Freitas (2001) defende que os principais problemas de escassez da água são causados também pelo processo de industrialização, expansão agrícola e concentração populacional.

4.3 UTILIZAÇÕES DOS RECURSOS HÍDRICOS NA UNIDADE FRIGORÍFICA A unidade frigorífica possui 2.600 funcionários que trabalham em 3 turnos, com capacidade de abate de 180 mil frangos ao dia, porém a produção ativa é de 170 mil frangos dia.

A organização cumpre com todas as Leis Ambientais vigentes, e possui um Sistema de Gestão Ambiental desde 2004 que controla os parâmetros de efluentes, resíduos sólidos e gases atmosféricos.

As fontes de abastecimento de água para o frigorífico são:

 Córrego brejão: 84 m³ por hora

 Poço 01: 66m³ por hora

 Poço 02: 105 m³ por hora

 Estação de Tratamento de água com capacidade de armazenamento de 1.500m³ Abaixo, o quadro 1 demonstra os pontos de consumo referente ao setor de escaldagem do frango.

Quadro 1 - Consumo de água no setor de Escaldagem

Ponto Uso (h/d) m³/h m³/d

Escaldador 1 21 5,5 115,5

Escaldador 2 21 7 147

Depenadeiras 21 18 378

Escaldador pé 21 2,63 55,2

Torneira p/ chute 21 7 147

Chuveiro Final 21 10,4 218,4

Chuveiro Nórea 21 2,2 46,2

Mangueira piso 3,4 2 6,8

Mangueira piso 3,4 2 6,8

SUB-TOTAL 198,8 56,73 1.129,90

Fonte: Autor

Abaixo, segue o quadro 2 que representa a quantidade de água tratada no ano de 2010, detalhada nos meses de Janeiro á Outubro.

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7 Quadro 2 - Água tratada em 2010

Mês Água tratada (m³)

Janeiro 120.786

Fevereiro 104.430

Março 125.432

Abril 124.333

Maio 131.114

Junho 112.471

Julho 153.894

Agosto 114.177

Setembro 105.253

Outubro 109.364

TOTAL 1.201.254

MÉDIA 2.402.508

Fonte: Autor

O quadro 3 mostra o consumo de água no ano de 2010 detalhado em meses e por turnos de trabalho.

Quadro 3 - Consumo de água em 2010

Mês 1º Turno 2º Turno 3º Turno TOTAL (m³)

Janeiro 37.254 37.466 33.676 108.396

Fevereiro 30.009 32.871 30.835 111.479

Março 39.339 39.927 37.760 117.026

Abril 37.550 38.209 35.377 111.136

Maio 37.484 38.332 35.388 111.204

Junho 37.946 37.614 35.969 111.529

Julho 36.639 42.433 40.208 119.280

Agosto 27.779 31.540 28.197 87.516

Setembro 32.500 36.287 32.865 101.652

Outubro 30.466 33.603 31.671 97.318

TOTAL 346.96 368.28 341.94 1.076.536

MÉDIA 34.697 36.828 34.195 107.654

Fonte: Autor

O quadro 4 refere ao consumo total de água por frango abatido. O objetivo da Organização é atingir a média de consumo de 22 litros por frango.

Quadro 4 - Consumo de água em litros por frango 2010

Mês 1º Turno 2º Turno 3º Turno MÉDIA (litros)

Janeiro 23,4 28,1 29,3 26,6

Fevereiro 24,4 24,4 24,4 24,4

Março 23,9 24,2 26,7 24,2

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8

Abril 24,1 24,8 27,2 25,3

Maio 25 26,4 29,4 26,3

Junho 24,7 24 26 24,8

Julho 23,5 24,4 26,2 25,4

Agosto 20 21,9 22,9 21,5

Setembro 24,8 25 39,6 25,9

Outubro 23,9 24,1 26 24,6

TOTAL 237,7 247,3 277,7 249

MÉDIA 24 25 28 25

Fonte: Autor

A Organização realiza tratamento da água utilizada no processo produtivo, para tanto são gerados gastos com químicos para estes tratamentos. Abaixo, o quadro 5 mostra os custos com tratamentos de água e efluentes.

Quadro 5 - Custos com químicos para tratamentos (m³)

Custo (R$)/(m³)

Tratamento de água 0,035

Tratamento de Efluentes 0,47

Fonte: Autor

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

5.1 DESPERDÍCIOS E OPORTUNIDADES DE MELHORIA 5.1.1. SETOR DE ESCALDAGEM

 Tanques de Escaldagem

Na unidade são utilizados dois tanques de escaldagem, cada um com volume de 8,2 m³. Por exigência do SIF (Serviço de Inspeção Federal) a cada 8 horas a água dos escaldadores deve ser renovada totalizando um consumo de 24,6 m³ de água trocada por dia em cada tanque.

Em um dia o escaldador 1 consome 115,5 m³/dia, enquanto o escaldador 2 consome 147 m³/dia, somando 262,5 m³/dia. Considerando os dois tanques para o funcionamento dos mesmos o consumo ideal seria de aproximadamente 49,2 m³/dia.

A adequação da vazão dos escaldadores para que atenda as especificações do SIF (Serviço de Inspeção Federal) já reduz os gastos excessivos de água.

Resultados: Economia de 213,3 m³ de água por dia - Redução de custos com Tratamento de água por dia: R$ 7,46 - Redução de custos com Tratamento de Efluentes por dia: R$ 100,25.

Para essa ação é percebível que apenas um controle de vazão pode reduzir enormemente o consumo da água.

 Escaldagem dos pés

Para dar vazão aos pés no transporte do escaldador para o depilador não causar entupimento, há uso excessivo de água.

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9 Como ação preventiva há a necessidade de modificação da saída ou o transporte dos pés, adequando a vazão de água necessária apenas para o funcionamento do escaldador.

 Torneira para chute dos pés

A torneira do chute de pés fica aberta 100% do seu tempo de funcionamento, sendo que esta só necessita de água quando a cuba está fechada (65% do tempo). O consumo diário da torneira para chute dos pés é de 147 m³.

Como melhoria, propõe-se a instalação de válvula solenóide para controle e permissão de água somente quando o sistema de vácuo necessita, e fecha-se a válvula quando a cuba estiver aberta.

Resultados: Economia de 51,45 m³ de água por dia - Redução de custos com Tratamento de água por dia: R$ 1,80 - Redução de custos com Tratamento de Efluentes por dia: R$ 24,18.

5.1.4 SETOR DE EVISCERAÇÃO

 Lavador de carcaça na evisceração

De acordo com as exigências do SIF (Serviço de Inspeção Federal), a quantidade de água estipulada para lavar uma carcaça é de 1,5 litros e que a pressão da máquina seja superior a 5 kgf/cm². O consumo atual do lavador de carcaça é de 258,3 m³/dia e para o abate de 170 mil cabeças/dia o consumo adequado é de 255 m³/dia.

A redução do diâmetro da tubulação contribui com o aumento da pressão e a redução do consumo de água para os padrões já estipulados.

Resultados: Economia de 3,3 m³ de água por dia - Redução de custos com Tratamento de água por dia: R$ 0,11 - Redução de custos com Tratamento de Efluentes por dia: R$ 1,55.

Chiller de miúdos

Os chillers passam pelo enchimento em seqüência, o chiller de fígado enche primeiro e enquanto o segundo chiller é preenchido, o primeiro joga água para fora até o terceiro chiller ficar completo. Cerca de 10% do total da água consumida pelos chillers perde-se nesse processo. O consumo diário dos chillers somam 27,3 m³.

A instalação de válvulas de controle em cada um deles para distribua igualmente a pressão e vazão da entrada de água é uma proposta para redução de consumo de água.

Resultados: Economia de 3 m³ de água por dia - Redução de custos com Tratamento de água por dia: R$ 0,10 - Redução de custos com Tratamento de Efluentes por dia: R$ 1,41.

 Bomba Pulmão

A bomba pulmão necessita de água somente para o seu funcionamento, no entanto a empresa utiliza água limpa para essa função. O consumo diário de água na bomba pulmão é de 132,7 m³.

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10 Reutilizar a água que é descartada do chiller dos pés na bomba pulmão, por meio da

instalação de uma caixa de retenção de gorduras e resíduos para que a água possa ser transportada até a bomba pulmão, é uma medida para reaproveitamento de água.

Resultados: Economia de 132,7 m³ de água por dia - Redução de custos com Tratamento de água por dia: R$ 4,64 - Redução de custos com Tratamento de Efluentes por dia: R$ 62,37

 Extração de cabeça

Na extração de cabeça é utilizada água limpa para fazer o transporte da cabeça na calha.

A proposta de melhoria foi aumentar o declive da calha para reduzir a vazão de água utilizada no local.

 Lavador de carcaça da condenação parcial

Há perda de água no lavador de carcaça da condenação parcial.

Foi colocado um registro para acionamento de joelho e reduziu a quantidade de perdas de água.

 Separação de miúdos

Os tubos para separação de miúdos e fluxo das vísceras como a moela possuem estrutura montada na própria plataforma de escaldagem. São utilizados 5 pontos de saída de água que geram no total um consumo de 12 m³ de água por dia.

A confecção de uma vedação de tecnil nas saídas de água utilizando a gravidade da calha e a água utilizada na limpeza da plataforma dos miúdos para o processo de fluxo das vísceras é uma oportunidade de melhoria para essa falha.

 Desperdício na parada da nórea

Há alguns pontos nos setores de escaldagem e evisceração que há desperdícios, sendo que o seu abastecimento de água é constante inclusive quando não há frangos na nórea e em tempos de paradas programadas. Os principais desperdícios são na depenadeira, toalete inicial, toalete final, linha do SIF e separação de miúdos. O tempo de parada é de aproximadamente 50 minutos por dia.

Vazão dos pontos em m³/min:

Depenadeira: 0,26 / Toalete inicial: 0,03 / Toalete final: 1,14 / Linha SIF: 1,2 m³/ TOTAL:

2,63 m³/min.

Considerando o tempo de parada, são perdidos 131,5 m³ de água por dia.

A instalação de sensores fotoelétricos e válvulas solenóides para controle de vazão contribuem para que a água seja restringida nos tempos de parada.

Resultados: Economia de 131,5 m³ de água por dia - Redução de custos com Tratamento de água por dia: R$ 4,60 - Redução de custos com Tratamento de Efluentes por dia: R$ 61,80.

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11 Abaixo figuras 1 representando o desperdício de água durante as paradas de produção

programada.

Figura 1 – Desperdício de água durante paradas de produção programadas.

Fonte: Autor.

6. CONCLUSÃO

Percebeu-se que o presente estudo foi focado na análise do consumo de recursos hídricos dos setores de escaldagem e evisceração de um frigorífico avícola, objetivando a avaliação e otimização da água através de simples ações de melhorias/controles ou mesmo reutilização.

Importante destacar que o alto consumo de água nos frigoríficos se deve principalmente as exigências sanitárias, no entanto, a pesquisa mostra através dos levantamentos de consumo de água que há grandes desperdícios, ultrapassando a média de 22 litros de água/frango. O quadro 4 apresentado nesta pesquisa evidencia que ocorreram consumos médios de até 26,6 litros de água/frango.

Em relação ao processo produtivo conclui-se que com alguns ajustes e melhorias em apenas dois setores do processo produtivo pode-se reduzir o consumo diário de 535,25 m³ de água por dia.

Além do consumo, as melhorias geram economia financeira de R$ 18,71 com tratamento de água por dia, e de R$ 251,56 com tratamento de efluentes por dia. Tais medidas representam redução em um mês de 16.057,5 m³ de água, quanto aos custos com tratamentos economia de R$ 8.108,10.

Mais um ponto analisado mostrou que simples mudanças de hábitos podem efetivamente representar o início do uso sustentável de um recurso tão importante, podendo ser evidenciado na ação de controle de vazão dos tanques de escaldagem do frigorífico.

Em análise a esta pesquisa pode-se perceber que a implantação de melhorias, reutilização e ações de controle do consumo da água nos setores de escaldagem e evisceração de um frigorifico avícola é possível realizar a otimização deste bem precioso e ainda melhorar os resultados financeiros da empresa.

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Referências

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