UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE ENGENHARIA- FAEN
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ENERGIA
RICARDO PARIZATTI DE ANDRADE
PERFIL ENERGÉTICO-ECONÔMICO E AMBIENTAL DOS QUATRO MAIORES PAÍSES CONSUMIDORES DE ENERGIA DA AMERICA LATINA:
ARGENTINA, BRASIL, MÉXICO E VENEZUELA
DOURADOS-MS
2018
2 RICARDO PARIZATTI DE ANDRADE
PERFIL ENERGÉTICO-ECONÔMICO E AMBIENTAL DOS QUATRO MAIORES PAÍSES CONSUMIDORES DE ENERGIA DA AMERICA LATINA:
ARGENTINA, BRASIL, MÉXICO E VENEZUELA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a banca examinadora da Universidade Federal da Grande Dourados para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Energia.
Orientador: Professor Dr. Eduardo Mirko Valenzuela Turdera
DOURADOS-MS
2018
3
4 RICARDO PARIZATTI DE ANDRADE
PERFIL ENERGÉTICO-ECONÔMICO E AMBIENTAL DOS QUATRO MAIORES PAÍSES CONSUMIDORES DE ENERGIA DA AMERICA
LATINA: ARGENTINA, BRASIL, MÉXICO E VENEZUELA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Energia na Universidade
Federal da Grande Dourados, pela comissão formada por:
_____________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Mirko Valenzuela Turdera FAEN UFGD
_____________________________________________
Prof. Dra. Lôide Angelini Sobrinha FAEN UFGD
_____________________________________________
Prof. Dr. Alfa Oumar Diallo FADIR UFGD
DOURADOS-MS
2018
5 AGRADECIMENTOS
Agradreço primeiramente a Deus, pois sem ele nada é possível.
Aos meus pais pela educação que me foi dada, contribuindo para que eu chegasse até aqui.
A Universidade Federal da grande Dourados e aos profissionais que a compõem, que em algum momento contribuíram para minha formação.
Ao Professor Eduardo Mirko Valenzuela Turdera pelo apoio e dedicação em vários momentos ao longo do curso de graduação, disponibilizando, correções e sugestões e principalmente, por todo conhecimento específico e experiência compartilhada.
Aos amigos Rita Andrade, Savio Sanabría e Guilherme Bertechini pela paciência e ajuda, que contribuíram para a qualidade deste trabalho.
À célula de N. Sra. de Guadalupe que sempre orou por mim.
6 RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar o mercado energético dos derivados de petróleo do Brasil e mais três países latino-americanos perante os novos direcionadores da economia mundial, pois é fato que a transversalidade do setor energético é crucial na economia de qualquer país. Os países escolhidos da região se caracterizam por estarem entre os mais populosos do mundo, sobretudo Brasil e México, ou ter disponibilidade abundante de recursos energéticos como a Venezuela ou ter atingido um desenvolvimento social relativamente equânime, o caso da Argentina. A exploração e distribuição desses recursos energéticos deve direcionar para traçar um perfil energético do mercado de derivados de petróleo dos quatro países mencionados. Além do mais, é feita uma análise e uma comparação do comportamento do mercado energético de cada país.
Palavras-chave: mercados energéticos, derivados do petróleo, perfil
energético
7 ABSTRACT
The goal of this work is to analyze the energy market of petroleum derivatives in Brazil and three other Latin American countries the face of the new directions of the world economy. Because, we know that the transversality of the energy sector is very important to the behavior of the economy of any country.
The countries chosen by the region are characterized by being among the most populous in the world, especially Brazil and México, or abundant availability of energy resources, such as Venezuela or have achieved an equitable social development, the case of Argentina. The exploration and distribution of these energy resources should direct to draw an energy profile of the oil derivatives market of the four mentioned countries. In addition, an analysis and a comparison of the energy market behavior of each country is made.
.
Keywords: energy markets, oil derivatives, energy profile
8 ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Consumo de Energia Primária no Mundo (2016) ... 20
Figura 2 - Três Combustíveis Fósseis – Carvão Mineral, Gás Natural, Petróleo ... 23
Figura 3 - Diagrama de McKelvey ... 24
Figura 4 - Relação de Reservas Provadas (2016) ... 26
Figura 5 – Bandeira referente ao grupo das sete irmãs ... 29
Figura 6 - Transporte do Petróleo ... 35
Figura 7 - Destilação Fracionada do Petróleo ... 36
Figura 8 - Pirâmide do Petróleo ... 37
Figura 9 - Consumo de Combustível Por Região e País ... 39
Figura 10 - Preço do Petróleo (2016) ... 40
Figura 11 - Reservas Mundiais provadas de gás natural (2016) ... 43
Figura 12 - Cadeia Produtiva do Gás Natural ... 43
Figura 13 - Principais Referências de Preço dos Mercados de Gás Natural ... 45
Figura 14 – Balanço Energético das Região do Mercado de Gás Natural (2016) ... 46
Figura 15 - Tipos de Carvão, Reservas e Usos ... 48
Figura 16 - Total Das Reservas Provadas no Mundo... 49
Figura 17 - Balanço Energético do Mercado de Carvão Mineral (2016) ... 50
Figura 18 - Demanda dos Recursos Renováveis até 2030 ... 52
Figura 19 - Produção de Biocombustíveis ... 53
Figura 20 - PIB em Bilhões de Dólares (2016) ... 55
Figura 21 – Evolução do PIB dos Últimos 10 anos ... 58
Figura 22 - PIB per capita ... 60
Figura 23 - Intensidade Energética ... 63
Figura 24 - Capacidade das Refinarias (1965-2016) ... 64
Figura 25 - Balanço oferta/demanda do Petróleo (2016) ... 66
Figura 26 - Curva de Elasticidade... 68
Figura 27 - Elasticidade da Demanda (1965-2016) ... 70
Figura 28 - Variação Percentual do Gás Natural (2016) ... 74
Figura 29 - Curva Ambiental de Kuznets ... 76
Figura 30 - Evolução da emissão de CO
2com referência a América Latina ... 78
Figura 31 - Evolução da intensidade de carbono relativa à geração de energia primaria
consumida entre 1965 e 2017 (milhões de toneladas de CO
2por milhões de Tep). .... 79
9 Figura 32 - Evolução da intensidade de carbono relativa em relação ao número de
habitantes em 10 anos (milhões toneladas de CO
2por habitante) ... 80
Figura 33 - Maiores PIB do Mundo 2016 ... 97
Figura 34 - Emissões de CO2 per capita em 2016 ... 97
TABELAS Tabela 1 - Maiores Reservas Provadas de Petróleo (2016) ... 31
Tabela 2 - Maiores Produtores de Petróleo (2016) ... 33
Tabela 3 - Reservas de Petróleo em Diversas Taxas de Crescimento ... 34
Tabela 4 - Maiores consumidores de petróleo (2016) ... 38
Tabela 5 - Dados de Exemplo para o Cálculo de Elasticidade ... 69
EQUAÇÕES Equação 1 - Estimativa da Reserva de Petróleo ... 33
Equação 2 - Cálculo Para Intensidade Energética ... 60
Equação 3 - Cálculo de Elasticidade ... 68
Equação 4 - Intensidade de emissão de CO2 por unidade consumida do PIB... 77
10 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis API - American Petroleum Institute
BMV - Bolsa Mexicana de Valores BTU - “British Thermal Unit”
CFCs – Clorofluorcarbonos CH
4- Metano
CIF - “Cost, Insurance and Freight”
CNH - Comissão Nacional de Hidrocarbonetos CO
2– Dióxido de Carbono
Ep - Elasticidade-Preço da Demanda EUA - Estados Unidos da América FMI - Fundo Monetário Internacional FOB - “Free On Board”
GEE – Gases do Efeito Estufa GLP - Gás Liquefeito de Petróleo GNL - “Liquified Natural Gas”
H
2S - Sulfeto de Hidrogênio HCL - Ácido Clorídrico
IBGE - Instituto Brasileiro de Geográfia e Estatística IRENA - Agência Internacional de Energias Renováveis IEA – “International Energy Agency”
IIE – Índice de Intensidade Energética INE - Instituto Nacional de Ecologia
Kcal/Kg - Quilocaloria obtida por quilo de combustível M
3- Metro Cúbico
N
2- Nitrogênio N
2O – Óxido nitroso
NDC - Contribuição Nacional Determinada O
3– Ozônio
OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
OIN - Instituto Nacional de Estatística
11 OMM - Organização Meterológica Mundial
OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo PB – “British Petroleum”
PDVSA - “Petróleos de Venezuela, Sociedad Anónima”
PEMEX - “Petróleos Mexicanos”
PIB - PIB – Produto Interno Bruto
PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente TEP – Tonelada Equivalente de Petróleo
WMO – “World Meteorological Organization”
WTI – “West Texas Intermediate”
YPF – “Yacimientos Petrolíferos Fiscales”
12
Sumário
INTRODUÇÃO ... 14
1.1 DEMANDA DE ENERGIA PRIMÁRIA NO MUNDO ... 19
1.2 COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS ... 22
1.2.1 PETRÓLEO ... 26
1.2.1.1 CADEIA DE VALOR DO PETRÓLEO ... 26
1.2.1.2 PRINCÍPAIS PLAYERS NO MERCADO DE PETRÓLEO ... 28
1.2.1.3 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO MERCADO MUNDIAL ... 31
1.2.1.4 ESTIMATIVA DA RESERVA DE PETRÓLEO UTILIZANDO CRESCIMENTO COMPOSTO ... 33
1.3 DERIVADOS DO PETRÓLEO ... 34
1.3.1 REFINO DO PETRÓLEO ... 34
1.3.2 PETRÓLEO E O SEU CONSUMO MUNDIAL ... 37
1.3.3 PREÇO DO PETRÓLEO ... 39
1.4 GÁS NATURAL ... 41
1.4.1 CADEIA DE VALOR ECONÔMICO DO GÁS NATURAL ... 42
1.4.2 PRODUÇÃO DO GÁS NATURAL ... 43
1.4.3 PRINCÍPIO DA FORMAÇÃO DO PREÇO NO MERCADO GASÍFERO ... 44
1.4.4 DEMANDA DE GÁS NATURAL NO MUNDO ... 46
1.5 CARVÃO MINERAL ... 47
1.4.2 CADEIA PRODUTIVA DO CARVÃO MINERAL ... 48
1.6 RECURSOS RENOVÁVEIS ... 50
1.4.2 BIOCOMBUSTÍVEIS ... 52
2 MERCADOS ENERGÉTICOS, DE QUATRO PAÍSES LATINOAMERICANOS: ARGENTINA, BRASIL, MÉXICO E VENEZUELA. ... 54
2.1 PRODUTO INTERNO BRUTO ... 54
2.2 PIB PER CAPITA... 58
2.3 INTENSIDADE ENERGÉTICA ... 60
13
2.4 CAPACIDADE E DEMANDA DE PETRÓLEO ... 63
2.4.1 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA ... 66
2.5 MERCADO DE GÁS NATURAL ... 71
2.6 EMISSÃO DE GASES ESTUFA (GEE) ... 74
2.6.1 CURVA AMBIENTAL DE KUZNETS ... 75
2.6.2 EMISSÃO DE GASES ESTUFA POR UNIDADE CONSUMIDA (Per-Capita) 76 3 CONCLUSÕES ... 81
3.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 83
4 REFERÊNCIAS ... 84
ANEXO I... 97
14 INTRODUÇÃO
A moderna indústria do petróleo tem como marco na data de meados do século XIX, quando em 1850, na Escócia, James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e xisto betuminoso, e criou processos de refinação. Em agosto de 1859 o americano Edwin Laurentine Drake, perfurou o primeiro poço para a procura do petróleo, na Pensilvânia. O poço revelou-se produtor e a data passou a ser considerada a do nascimento da moderna indústria do petróleo. A produção de óleo cru nos Estados Unidos, de dois mil barris em 1859, aumentou para aproximadamente três milhões em 1863, e para dez milhões em 1874. (BAHIA, 2006)
Estima-se que até 1961 em torno de 18 bilhões de toneladas de petróleo haviam sido consumidas (ARAGÃO, 2006). Desse total quase 50% foram gastos na década 1950-60 quando a taxa de consumo aumentou rapidamente na maior parte do mundo. Pois no período pós-guerra, principalmente quando os Estados Unidos suspenderam, em agosto de 1945, o racionamento de gasolina, 26 milhões de carros estavam em circulação. Em 1950 as vendas de gasolina nos EUA foram 42% mais altas que cinco anos atrás, ou seja, o petróleo surgia como a principal fonte para atender à necessidade energética americana.
O Consumo de 1960, de mais de 1 bilhão de toneladas de petróleo, tinha sido relacionado com as reservas descobertas, que se situavam naquele ano, um pouco acima de 40 bilhões de toneladas o que indicava um futuro para a indústria de pouco menos de quarenta anos.
Com exceção de um curto período de tempo que foram ultrapassados pela Rússia, os Estados Unidos sempre ocuparam o primeiro lugar entre os países produtores de petróleo, muito a frente de seus concorrentes. Em 1938, mais de 170 milhões de toneladas de petróleo eram extraídas do solo americano, mesmo sob pressão das exigências da guerra e pós-guerra para atender as necessidades civis principalmente. Em 1956, o nível recorde de exploração tinha sido atingido com 352 milhões de tep
1. Destacando-se a região dos Montes Apalaches (Pensilvânia, Ohio, Virgínia) onde foi o início da indústria petrolífera,
1
Tep = 7,11, 7,33, ou 7,4 barris de petróleo equivalente
15 o segundo lugar na produção de petróleo pertencia a Rússia, que depois foi ultrapassada pela Venezuela em 1945. (ROSA e GOMES, 2004)
O Irã, cuja produção se desenvolveu consideravelmente, sobretudo após a primeira guerra mundial, chegou a produzir em 1950, cerca de 132 milhões de toneladas por ano. Já a Arábia Saudita encontrava-se ainda, ao começar a II Guerra, no período da descoberta das suas reservas de petróleo.
As hostilidades retardaram o desenvolvimento dessa região, mas logo que se restabeleceu a paz, a península arábica começou a ser explorada por companhias americanas em ritmo acelerado. Com a produção iniciada em 1945, e uma grande quantidade de reservas provadas, em 1948 a produção alcançou 19 milhões de toneladas, já em 1956, a produção era de 48 milhões de toneladas, e a do Iraque de 50 milhões de toneladas em 1961. (MARTIN, 1992) Kuwait, uma pequena província petrolífera do Golfo Persico, obteve uma ascensão verdadeiramente assombrosa. A produção comercial começou em 1947, em 1951 chegou a 28 milhões de toneladas e, em 1956, num novo salto, atingiu as 55 milhões de toneladas.
Em 1901, pela primeira vez foi encontrado a primeira jazida de petróleo no México e uma das mais importantes para o país, o empresário inglês Weetman Pearson, proprietário da petroleira Mexican Eagle, que se tornou uma das maiores do mundo; em seguida ocorreu uma profusão de descobertas de novas reservas, que levaram o México a se tornar, em 1921, o segundo produtor mundial de petróleo, após os Estados Unidos.
Porém, de 1918 a 1927, viu a sua produção decair quase continuamente a partir de 1921, ano em que atingiu sua produção máxima com 29 milhões de toneladas: os depósitos antigos se esgotaram e as novas políticas desencorajaram novas buscas por reservas. Desde 1947, México se vê lutando contra essa decadência, favorecida pelo monopólio governamental de Petróleos Mexicanos – PEMEX, os gestores e sindicatos corruptos.
Com o refino do petróleo e o crescente interesse pelo querosene como
fonte barata de iluminação, a procura por fontes de petróleo se intensificou nos
Estados unidos, na década de 1850. Em 1854, um grupo de investidores de Nova
York interessado em querosene contratou um cientista renomado, Benjamin
Silliman, da Universidade de Yale nos Estados Unidos, para conduzir um estudo
sobre o potencial do petróleo para a produção de derivados. (MORAIS, 2013)
16 Em seu trabalho, Silliman demonstrou que o petróleo, ao ser aquecido a níveis cada vez mais elevados de temperatura, diversos produtos valiosos, compostos de carbono e hidrogênio, podem ser obtidos, entre os quais o querosene para iluminação. E a partir disso o grupo de investidores levantou capital financeiro, por meio da empresa Pensylvania Rock Oil Company, com o propósito de empreender a exploração do petróleo.
Assim o primeiro poço explorado foi no estado da Pensilvânia no vilarejo de Titusville, pelo explorador Edwin Drake, quem já usava técnicas de perfuração utilizadas por exploradores de sal. A cerca de 21 metros de profundidade, Edwin encontrou a primeira jazida de petróleo a partir da prospecção.
A partir desta descoberta, diversas acumulações de petróleo foram descobertas em seguida, e a partir de 1860 começou a produção de querosene em grande escala, com a construção de diversas destilarias na região, conhecida pela designação de Oil Regions. Como resultado da corrida a descoberta de fontes de petróleo, a produção no estado alcançou 450.000 barris, em 1860, 3 milhões de barris, em 1862 (YERGIN, 2010; SMIL, 2008).
Após a descoberta pioneira, em 1859, o principal acontecimento na indústria petroleira, do século XIX, deu-se em janeiro de 1870, quando cinco empresários, liderados por John D. Rockeller, fundaram a empresa Standard Oil Company, em Cleveland, no estado de Ohio (EUA). Esta companhia desenvolveu conceitos necessários para desenvolver e estabelecer a padronização dos derivados do petróleo possibilitando ampliação do consumo e melhoria na qualidade.
Na década de 1880, o querosene se tornou o principal produto industrial exportado pelos Estados Unidos, a Standard Oil controlava cerca de 90% das refinarias americanas, todas associadas a Standard Oil, que passou a agir de forma coordenada. (YERGIN, 2010).
Standard Oil dominou o mercado de produtos petrolíferos inicialmente através da integração horizontal no setor de refinação e, posteriormente, integração vertical ; a empresa foi uma inovadora no desenvolvimento da confiança das empresas . A confiança Standard Oil aumentou a produção e a logística, reduziu os custos e prejudicou os concorrentes (YERGIN, 2010).
Com isso o avanço na procura de novas jazidas de petróleo avançou pelo
final do século XIX, nos Estados Unidos, Ásia e no Leste Europeu, impulsionados
17 de obter além do querosene, novos produtos, tais como óleo combustível, graxa, óleos lubrificantes, vaselina, parafina e gasolina que já era usada antes da invenção do motor a combustão interna, na década de 1880, como solvente e na produção de gás iluminante (YERGIN, 2010).
No Oriente Médio, exploradores ingleses começaram a perfurar poços na Pérsia (Irã), em 1901, mas só em 1908 em Masjid-i-Suleiman, foi encontrada a primeira jazida, e em 1909, para administrar a exploração como fonte de energia persa foi fundada a companhia Anglo-Persian Oil Company (atualmente British Petroleum), apoiada pela acionaria da empresa Burmah Oil.
Outras explorações importantes ocorreram no Iraque, em 1925, após a assinatura de uma concessão entre o governo do país e empresários ingleses, seguida da presença de geólogos das empresas Anglo-Persian e Royal-Dutch, além de empresários norte-americanos. Assim, após abundancia de petróleo nos campos de Kirkur, na localidade de Baba Gurgur, no Iraque, em 1927, um acordo foi criado em 1928, permitindo dividir a produção entre empresas inglesas, francesas e norte-americanas (YERGIN, 2010).
No Kuwait, foram iniciadas as explorações em 1935, onde em 1938, do campo Burgan, o segundo maior do mundo. Já na Arábia Saudita as descobertas ocorreram em 1938 no campo de Damman, pela empresa norte-americana Standard Oil company, e em seguida, a Socal se associou a Texaco para comercializar o petróleo do Oriente Médio, por meio da empresa Arabian America Oil company (Aramco). Em 1948, foi descoberto no país o maior campo de petróleo e até hoje a região é considerado uma das maiores reservas do mundo, o Campo de Ghawar, responsável pela maior parte de petróleo extraído na Arábia Saudita.
A Standart Oil dominou amplamente o mercado mundial de petróleo até
as primeiras décadas do século XX, e com a abertura de novos mercados e a
inclusão de novos consumidores mundiais, foi reforçada por investir em
tecnologia e na qualidade dos seus derivados. Contudo seu crescente poder
usou práticas anticoncorrenciais que levantou forte oposição política. A
eliminação de competidores e a prática de suborno para aprovação de leis
18 favoráveis levou o presidente Theodore Roosevelt a iniciar uma ação antitruste
2para obter a sua dissolução.
E com um longo processo judicial, a suprema corte determinou em 1911, com base no Ato Antitruste Sherman, de 1890, o desmembramento da Standard Oil em dezenas de companhias, como propósito de diminuir sua força. A maior firma que surgiu após a divisão foi a holding Standard Oil of New Jersey (antiga Esso e, agora, Exxon). Até 1911, a Standard Oil refinava mais de três quartos de todo petróleo dos Estados Unidos (YERGIN, 2010).
E assim as técnicas de exploração de petróleo continuavam a ser aperfeiçoadas nas primeiras décadas do século XX, sempre acompanhando o aumento do consumo de derivados. Após 1920, a procura por petróleo passou a contar com ajuda de uma nova ciência, a geofísica, que com o aprimoramento durante a primeira Guerra Mundial, o sismógrafo de refração, deu uma nova forma de “ver o subsolo”. O sismógrafo foi utilizado em exploração de petróleo na Europa Oriental, e logo depois nos Estados Unidos, em 1923-1924, fornecendo dados e análises geológicas a procura de novas reservas de petróleo (Yergin, 2010, p. 244).
Nos trabalhos de perfuração para atingir maiores profundidades foi adotada a técnica de perfuração rotativa (
3Rotary drilling), a técnica adotada para perfuração de grandes poços, em 1901 no Texas, na cidade de Beaumont a primeira jazida de petróleo em poço jorrante, que chegou a produzir 75.000 barris de petróleo por dia.
Em continuação aos avanços técnicos no refino de petróleo para produção de derivados, uma equipe de pesquisadores da Standard Oil desenvolveu, por meio de pesquisas entre 1909-1912, o processo de craqueamento térmico do petróleo. Esse método ocasionou importantes mudanças da indústria de derivados do petróleo, permitindo dobrar as quantidades de gasolina gerada por barril, e logo em 1910, a gasolina superou
2
Ato de regulação que visava garantir a concorrência entre as empresas nos Estados Unidos, evitando que qualquer delas se tornasse suficientemente grande para ditar as regras do mercado em que atuava.
3
Perfuração rotativa é caracterizada como um método de perfuração que emprega uma broca
afiada erotativa para atravessar a crosta terrestre. Um dos métodos de perfuração mais eficazes
e comuns, é usado nas indústrias de construção, mineração e petróleo por sua capacidade de
cortar até mesmo as formações mais difíceis
19 a produção de querosene, mas o fato que incentivou a procura de mais jazidas foi o aumento na produção de óleo diesel para seu uso em navios, trens e máquinas em geral.
E ao final da Primeira Guerra Mundial o petróleo era o combustível vital para economia e a própria sobrevivência das nações, utilizado no transporte de pessoas e cargas, deslocamento de máquinas de guerra, assim as jazidas passaram a ser consideradas conceito de soberania e independência dos países. Seis anos após o término da guerra, em 1925, os maiores produtores eram os Estados Unidos, que detinham cerca 70% da produção mundial, México, Rússia, Pérsia (Irã), Índias Orientais Holandesas (atual Indonésia), Venezuela e Romênia. Também já se produzia petróleo na Argentina, descoberto na Patagônia, em 1907 (YERGIN, 2010).
1.1 DEMANDA DE ENERGIA PRIMÁRIA NO MUNDO
Os padrões de oferta e demanda de energia sofreram modificações ao longo da história. Assim, pode-se destacar alguns momentos importantes na transformação da matriz energética mundial, como uso da madeira como um dos primeiros recursos energéticos, depois a substituição pelo carvão mineral e a introdução do petróleo como principal recurso energético atualmente.
Na figura 1, é demonstrado a energia primaria consumida no mundo em
porcentagem, conforme o relatório da British Petroil (2014). É de se notar que
apesar do desenvolvimento tecnológico para aumentar a utilização de recursos
renovaveis tais como, solar, eólica, biomassa, entre outras, ainda há barreira
geopolítica e estratégica, para atender a demanda mundial.
20 Figura 1 - Consumo de Energia Primária no Mundo (2016)
Fonte: BP Statistical Review of World Energy 2017
Mas, fatores como o desenvolvimento tecnológico voltado para a extração e a produção, a transmissão e a distribuição de energia, o crescimento demográfico e econômico entre outros, propiciaram as transformações e substituições de fontes energéticas seja para manter os padrões de crescimento, seja para garantir o desenvolvimento e atender as mais diversas necessidades energéticas e desejos de consumo da sociedade.
No ano de 2017 o crescimento econômico global teve acelerado moderadamente para 2,7%, acima dos 2,3% registrados em 2016 à medida que diminuem as dificuldades dos países emergentes para exportarem matérias primas e continuar a sólida demanda doméstica das economias desenvolvidas importadoras. Mantendo, o modelo econômico praticamente imutável. O crescimento nos países de economia desenvolvida estima-se que será de 1,8%
em 2017, frente 1,6% no ano passado, segundo o Banco Mundial. (ISTOÉ, 2018) O estímulo fiscal nas economias desenvolvidas especialmente nos Estados Unidos, poderá gerar um crescimento doméstico e global mais rápido do que o projetado. Agora o avanço nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento deverá acelerar para 4,2% este ano em comparação com 3,4% no ano passado, em meio a um modesto aumento do preço dos produtos básicos. Para o Brasil a projeção é de leve avanço de 0,5% frente a uma queda de 3,4% ocorrido em 2016.
33%
24%
28%
5% 7% 3%
Óleo Gás Natural Carvão Energia Nuclear Hidroeletricidade Renováveis
21 Dentre os países sob o foco de estudo, a redução da consolidação fiscal e o fortalecimento dos investimentos deverão apoiar o crescimento na Argentina que em 2017 caminhou a um ritmo de 2,7%. Ao passo que, segundo, a República Bolivariana da Venezuela continuou a sofrer graves desequilíbrios econômicos ao passar por uma contração de 4,3% do PIB. No Caribe o crescimento deverá ser amplamente estável em 3,2%. (WORLD BANK, 2017)
Enquanto prevalece o crescimento da economia o sistema energético na América Latina tem sido tradicionalmente marcado por dois vetores paralelos: a integração regional com base em abastecer o mercado norte-americano e a heterogeneidade dos vários modelos energéticos nacionais com os próprios países produtores. Ambos os vetores prevalecem embora, experimentam mudanças significativas nos últimos anos, tanto por eventos perturbadores como a revolução não convencional de quantificar as reservas venezuelanas de petróleo pesado ou a descoberta de jazidas de petróleo em águas ultra profundas do pré-sal brasileiro. (MORAIS, 2013)
Atualmente a Venezuela possui aproximadamente um terço das reservas mundiais de petróleo, uma pocentagem semelhante da Arábia Saudita, com uma estimativa de 297,7 bilhões de barris (bb). (BARBOSA, 2016)
Embora, a Venezuela apresente uma grande quantidade das reservas de petróleo, desde o fim de 2008, assistimos a uma queda continuada no preço do petróleo. Isso não é uma consequência das altas demandas de produção de petróleo e sim, uma questão do mercado mundial e da geopolítica que o permeia.
A queda que se acentuou nas primeiras semanas do ano de 2016, em que o barril custava US$130,00 antes da crise, foi para US$ 30 no final do ano, embora especialistas afirmam que a principal causa da queda é o aumento da produção americana, graças a novas tecnologias inovadoras, que apesar de serem caras, no ambiente de preços altos dos últimos anos foi rentável extrair petróleo e gás inalcançável através de poços tradicionais.
Outros motivos seriam também, o aumento da produção de petróleo no
mundo, só o Iraque, passou de uma produção diária de 3,3 milhões de barris,
em 2014, para 4,3 milhões de barris no final de 2015. A Arábia Saudita, o grande
balizador do mercado de petróleo mundial, mesmo com um déficit orçamental
recorde de 89,2 bilhões de euros em 2015 devido à queda do preço do petróleo
bruto continuou a produzir mais e não menos petróleo, como era de se esperar.
22 E para todos os efeitos dessa instabilidade financeira, devido a busca de recursos energéticos, seria possível identificar dois cenários de planejamento energético como prováveis soluções para melhorar a economia principalmente nas nações da América Latina. O primeiro é o da utilização de técnicas convencionais, para a produção de energia elétrica com base tanto nos recursos hídricos quanto nos recursos mineirais, principalmente o carvão e o urânio, este último ainda está sujeito a discussões de toda a ordem. (BECK, 2016)
O segundo cenário seria o da utilização de modelos energéticos importados em aprimoramento, tais como gaseificação e liquefação do carvão, a energia eólica, solar e outros, sempre tangenciando o problema da validade e disponibilidade econômica dessas soluções.
Além de que a utilização de recursos energéticos provenientes de combustíveis fósseis, existe a preocupação, que não passa mais desapercebida, com as emissões de gases do efeito estufa, dentre eles os principais são, dióxido de carbono (CO
2), metano (CH
4), óxido nitroso (N
2O) e clorofluorcarbonos (CFC
s), estão se tornando cada vez mais preocupantes.
O secretário-geral da World Meteorological Organization (WMO), Michel Jarrud, ressaltou que o aumento do efeito estufa na atmosfera atinge “todos os aspectos da vida na terra”. “Já se constata que os oceanos estão ficando mais ácidos, como resultado da absorção de dióxido de carbono, com possíveis repercussões para a cadeia alimentar submarina e corais”, além do aumento da temperatura do planeta em até 2
oC até 2040 (EBC, 2012).
1.2 COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Os combustíveis fósseis são por definição, grupo de recursos naturais são bens extraídos na natureza de forma direta ou indireta e são transformados para para a utilização na vida do ser humano.
A produção de energia por meio de sua queima, e que são oriundos da
decomposição de material orgânico ao longo do tempo. Os três principais tipos
de combustíveis fósseis são o petróleo, o gás natural e o carvão mineral, embora
existam outros, como o xisto betuminoso.
23 Figura 2 - Três Combustíveis Fósseis – Carvão Mineral, Gás Natural, Petróleo
Fonte: próprio autor, 2017.
Mas, antes da formação desses combustíveis fósseis virarem petróleo, gás e/ou carvão, essa matéria orgânica decomposta a milhões de anos, originou- se, segundo muitos cientistas, da formação do querogênio. A matéria orgânica em decomposição e ainda submetida a pequenas profundidades e baixas temperaturas (até 1000 m e 50
oC) ocorrem transformações denominadas de diagênese.
O resíduo da degradação microbiana passa em seguida por mudanças químicas que resultam em uma progressiva condensação e insolubilidade da matéria orgânica. Dando como produto final da diagênese o querogênio, definido como a fração insolúvel da matéria orgânica presente nas rochas sedimentares.
Além do querogênio, existe uma fração solúvel, composta por hidrocarbonetos e não-hidrocarbonetos, denominado betume. (PGT, 2016)
Para o petróleo ter o seu grande valor agregado, quando retirado na sua forma bruta (cru), é levado para o refino e classificada em uma escala hidrométrica criada pelo American Petroleum Institute (API), utilizado para medir a densidade relativa de óleos e viscosidade, a partir disso é estabelecido um parâmetro para quais derivados será retirado no refino.
Petróleo leve, sem impurezas, possui o API maior que 30, constituído basicamente por alcanos (petróleo parafínico), e uma porcentagem de 15 a 25%
de cicloalcanos, um petróleo que contém de 25 a 30% de hidrocarbonetos
aromáticos, um petróleo médio (petróleo naftênico) com um API entre 22 e 30, e
com grande concentração de hidrocarbonetos aromáticos temos o petróleo
pesado (petróleo aromático) com um API menor que 22. (ANP, 2016)
24 E depois que é descoberto e classificado, conforme as definições referentes aos recursos energéticos existentes, é possível análisar como esses recursos são encontrados e quantificados referente a sua descoberta, e um dos métodos para esse tipo de análise é mediante o diagrama de McKelvey.
Esse método desenvolvido por Vincent Mckelvey, geólogo sênior da U.S Geological Survey, chamado diagrama de McKelvey, é usado para categorizar os diferentes tipos de recursos petrolíferos que existem em uma área determinada. O eixo vertical mostra o custo decrescente do produto final, começando pelo canto inferior esquerdo que indica o produto de maior custo de recuperação, como mostra a figura 2, abaixo.
Figura 3 - Diagrama de McKelvey
Fonte: Adaptado MC Kelvey,op. Cit, (2016)
O eixo horizontal mostra a incerteza decrescente da descoberta. As reservas ocupam o canto superior esquerdo desse retângulo e são definidas como aqueles recursos, que são bem conhecidos por meio da prospecção e que podem ser recuperados com preços e tecnologias atuais. O lado direito do diagrama se refere a recursos ainda não descobertos cuja incerteza aumenta na medida em que se afasta do eixo vertical para a direita.
O lado esquerdo, além da área correspondente ás reservas conhecidas
(de baixa incerteza), cujo os custos de extração são inviáveis. Geralmente as
reservas são divididas em reservas comprovadas, indicadas e inferidas, às
25 vezes em provadas, prováveis e possíveis sob outra nomenclatura. As comprovadas são aquelas prontas para sua extração e produção em reservatórios conhecidos, sob condições econômicas e tecnologias consolidadas .
Reservas indicadas são quantidades recuperáveis de jazidas conhecidas por meio de melhoramento das técnicas de recuperação. E as inferidas são os depósitos esperados em jazidas identificadas, porém ainda não quantificadas.
E devido à capacidade de descoberta no mercado petrolífero de curto e médio prazo é condicionado por um limite de disponibilidade mais restritivo, denominado capacidade de produção disponível sustentável, para um dado período de tempo, sem comprometer a quantidade de jazidas de óleo extraído.
Este limite, também conhecido como produção econômica das reservas, é medido pela razão, convencionalmente designada, Reserva por produção
“R/p”. Esta razão relaciona o fluxo de produção (b/d= barris por dia; b/a=barris por ano), num determinado período de tempo t, e a disponibilidade de reservas.
A informação obtida é um valor numérico dado em anos interpretado como as reservas disponíveis para manter de produção nesse fluxo de produção.
(BRUCHER, 2008)
Como já citado, a relação R/p é o principal dado da dinâmica da indústria mundial do petróleo no curto e médio prazo. E tem como objetivo estabelecer a duração, por pais ou por região, da produção atual, considerando as reservas fixas.
A figura apresenta no lado esquerdo a relação da quantidade de reservas provadas de petróleo por região geográfica continental, em seu lado direito a relação ao período de tempo disponível das reservas. Mas é pertinente que haja uma variação, devido a busca de novos campos de prospecção do petróleo, condições de produção e consumo, desenvolvimento de novas tecnologias para extração do petróleo, entre outros.
Ou seja, por exemplo, o Oriente Médio é a região que apresentou a maior
quantidade de reservas, cerca de 800 bilhões de Barris, mantendo os seus níveis
de produção e consumo e sem descorbertas de novas jazidas de petróleo,
demoraria em torno de 70 anos para suas reservas se esgotem.
26 Ao contrário, da América Central e do Sul, onde tem-se uma relação maior entre as reservas provadas, em que matendo seus níveis de produção e consumo supera os 100 anos.
Figura 4 - Relação de Reservas Provadas (2016)
Fonte: BP Statistical Review of World Energy 2017
1.2.1 PETRÓLEO
1.2.1.1 CADEIA DE VALOR DO PETRÓLEO
Este conceito de cadeia produtiva foi desenvolvido como instrumento de visão sistêmica. Parte da premissa de que a produção de bens pode ser representada como um sistema, no qual os diversos agentes estão interconectados por fluxo de materiais, de capital e de informação, objetivando suprir um mercado consumidor final com os produtos do sistema.
Um dos instrumentos para esse conceito seria um preço negociável entre mercadorias na bolsa de valores internacionais, dependente de algumas circunstâncias do mercado, como a oferta e a demanda. Este instrumento é o que denominamos de commodity, que traduzido da palavra inglesa significa mercadoria. (BINI; CANEVER; DENARDIN, 2015)
As commodities são artigos de comércio, bens que não sofrem processos de alteração (ou que são pouco diferenciados). Geralmente, trata-se de recursos
América do Norte
América Central e do Sul
Europa e
Eurásia Oriente
Médio África Asía
Bilhões de Barris 227,5 327,9 161,5 813,5 128,0 48,4
R/P 32,3 119,9 24,9 69,9 44,3 16,5
0 20 40 60 80 100 120 140
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
R/ P
Bi lh õe s de B ar ris
27 minerais, vegetais ou agrícolas, tais como o petróleo, carvão mineral, soja, entre outros. Esses produtos, em grande parte, influenciam o comportamento em determinados setores econômicos ou até da economia como um todo. (BINI;
CANEVER; DENARDIN, 2015)
Outra importância das commodities é no desempenho da economia, sobretudo países que estão em desenvolvimento, e dependem muito de uma cotação no mercado de valores internacional. Pois, nesses países sua economia concentra-se muito na exportação de tais recursos e/ou commodities, normalmente conhecidos como países “rentistas” pois, dependem quase exclusivamente da renda obtida da exportação da commodity.
Assim, quando ocorre uma crise conjuntural ou estrutural, esses países sentem muito as flutuações do mercado, em outras palavras, trata-se de quanto é vulnerável sua economia às flutuações da commodity no mercado internacional. Uma vez que, se as exportações caem a economia nacional entra em choque e sentem muito as oscilações do preço, haja visto que necessita dessas commodities para abastecer e manter sua dinâmica industrial e comercial e as vendas ao mercado externo, no sentido de manter fortalecido seu setor primário
4.
Assim, no que se refere a um empreendimento ou projeto que requer um alto grau de capital intensivo, muitas vezes de elevados riscos, uma vez que um investimento elevado, de dinheiro ou bens corpóreos, é necessário. Geralmente, muitas empresas ou projetos que produzem bens tangíveis exigem mais capital do que as empresas de serviço.
A indústria de petróleo é uma indústria de capital intensivo pois, para a perfuração de petróleo, um grande investimento inicial é feito na compra da terra
4
O setor primário está relacionado a produção através da exploração de recursos da natureza.
Podemos citar como exemplos de atividades econômicas do setor primário: agricultura, mineração, pesca, pecuária, extrativismo vegetal e caça. É o setor primário que fornece a matéria-prima para a indústria de transformação.
O setor secundário está relacionado a economia que transforma as matérias-primas
(produzidas pelo setor primário) em produtos industrializados (roupas, máquinas, automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas, etc.)
O setor terciário está relacionado aos serviços. Os serviços são produtos não meterias em que
pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Como
atividades econômicas deste setor econômicos, podemos citar: comércio, educação, saúde,
telecomunicações, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços
bancários e administrativos, transportes, etc.
28 e/ou no equipamento de perfuração. Este grande investimento é feito antes da primeira perfuração.
Uma vez que o óleo é golpeado no pedaço de terra, a sua retirada por unidade não será de alto valor aregado; o mesmo equipamento de perfuração e a mesma terra é usado para fazê-lo. Assim, quanto mais o bem produzido pelo investimento de capital, mais baixo o custo real do investimento acaba por ser.
1.2.1.2 PRINCÍPAIS PLAYERS NO MERCADO DE PETRÓLEO
O mercado petróleo teve um dos seus maiores agravos, quando a expressão criado por Enrico Mattei, quando era diretor da petrolífera Italiana Agip-ENi, que acusava o oligopólio, formado pelo que chamava das “sete irmãs”, de formar um cartel que dominava o mercado petrolífero mundial em 1960.
Essas empresas eram formadas pela Royal Dutch Shell, atualmente chamada simplesmente de Shell; Aglo-Persian Oil Company, atualmente conhecida pelas iniciais PB (British Petroleum); Standart Oil of New Jersey e Standart Oil of New York, onde fundiram mais tarde formando a ExxonMobil e a Texaco, Standard Oil of California e a Gulf Oil, em que a fusão das três deu origem a Chevron.
Esse grupo das sete irmãs, cinco empresas norte-americanas e duas
britânicas, dificultava na forma que outras empresas entrassem no mercado
petrolífero, dificultando o acesso de novas companhias. Essas petrolíferas além
de controlarem o preço do petróleo ao seu favor, também impediam
simultaneamente que novas companhias tivessem acesso a essas reservas,
bem como impediam que os governos dos países onde petróleo era extraido
assumissem o controle. (ARAÚJO, 2017)
29 Figura 5 – Bandeira referente ao grupo das sete irmãs
Fonte: Adaptado pelo autor (2017).
Em 1960 alguns países do Oriente Medio notaram que detinham grandes reservas e grandes produção de petróleo, notaram que poderiam tomar o controle do mercado petroleiro, que antes era influenciado pelas “Sete Irmãs”. E assim, estatizadno essas grande companhias, criaram pela primeira vez uma organização liderada pelos países que mais exportavam petróleo.
A chamada Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que atua como um cartel e detém aproximadamente 75% das reservas mundiais de petróleo, sendo responsável pelo abastecimento de 40% do mercado mundial. A OPEP também responsável por desenvolver estratégias geopolíticas na produção e exportação do petróleo, além de controlar os valores nas vendas do produto.
Os membros fundadores da OPEP foram: Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela posteriormente outros países integraram à Opep: Catar (1961); Indonésia (1962), Líbia (1962), Emirados Árabes Unidos (1967), Argélia (1969), Nigéria (1971), Equador (1973) - que suspendeu a sua adesão de dezembro de 1992 a outubro de 2007, Angola (2007) e Gabão (1975-1994).
(FRANCISCO, 2017)
Diante da criação da OPEP, e para contestar suas ações, os países
desenvolvidos que aceitaram os princípios da democracia representativa e da
economia livre de mercado, com propósito de solucionar problemas comuns de
30 políticas econômicas e coordenar políticas internacionais, fundaram a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Liderada por Robert Marjolin da França, a OCDE foi criada para ajudar a gerir o Plano Marshall
5para a reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial. A OCDE foi criada em 30 de setembro de 1961, sucedendo à Organização para a cooperação Econômica Europeia, criada em 16 de abril de 1948. A OCDE também é chamada de “Grupo dos Ricos”, porque os 33 países participantes produzem juntos mais da metade de toda riqueza do mundo.
Em virtude da criação da OPEP, foi uma forma de reivindicar perante uma política de achatamente de preços praticada pelo cartel das grandes petroleiras ocidentais – as chamdas “sete irmãs”. O objetivos da OPEP, foram definidos pela organização na conferência de Caracas (1961), em que aumentariam a receita dos países-membros, a afim de promover o desenvolvimento; assegurar um aumento gradativo do controle sobre a produção de petróleo, ocpando o espaço das multinacionais; e unificar as políticas de produção. A OPEP aumentou os royalties pagos pelas transnacionais, alterando a base de cálculo, e as onerou com um imposto.
A crise do petróleo veia a desencandear num décifit de oferta, com o ínicio do processo de nacionalização e de uma série de conflitos envolvendo os produtores árabes da OPEP, como a guerra dos Seis Dias (1967), a guerra do Yom Kipur (1973), a revolução islâmica no Irã (1979) e a gurra Irã-Iraque (a partir de 1980), além especulações financeiras. Assim os preços do barril de petróleo atingiram os mais altos valores comerciais o que provocou prolongada recessão nos Estados Unidos e na Europa e desestabilizou a economia Mundial.
(VICENTE, 2009)
5
Plano Marshall - Com o final da Segunda Guerra Mundial, muitos países ficaram destruídos.
Era necessário muito investimento financeiro para a reconstrução destes países. Neste contexto, foi criado nos Estados Unidos pelo então secretário de Estado George Marshall, um plano econômico cujo principal objetivo era possibilitar a reconstrução dos países capitalistas.
A ajuda foi feita, principalmente, através de empréstimos financeiros. Logo foi uma estratégia
Americana para fortalecer o Capitalismo e a hegemonia dos Estados Unidos, o plano foi colocado
em operação em 1947
31 1.2.1.3 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO MERCADO MUNDIAL
Hoje os Estados Unidos, que são donos da maior economia do Mundo e o mais dependente do petróleo, perceberam a importância de manter algum controle sobre as principais regiões produtoras desde o início do século passado.
Na década de 1930, estabeleceram suas primeiras alianças com os países do Golfo Pérsico entre eles a Arábia Saudita. Algum tempo depois, partiram para as reservas da África acompanhados pelos franceses, belgas e britânicos.
Direta ou indiretamente essas potencias ocidentais e suas empresas petrolíferas acabaram financiando conflitos travados entre governos corruptos e grupos rebeldes. A China é a mais nova potência econômica a entrar na disputa pelo combustível. O país já participa da prospecção e exploração de petróleo tanto na África quanto em outros dois pontos nevrálgicos
6do planeta: o Cáucaso e Ásia Central.
Segundo a relatório do relatório da BP Statistical Review of World Energy, de 2015, ao longo da última década, as reservas globais aumentaram cerca de 25%. Os países da OPEP continuam a dominar o ranking, controlando 71,6%
das reservas mundiais.
Tabela 1 - Maiores Reservas Provadas de Petróleo (2016) Países Bilhões de barris (10
9)
Venezuela 300,9
Saudi Arábia 266,5
Canadá 171,5
Irã 158,4
Iraque 153,0
Rússia 109,5
Kuwait 101,5
Emirados Árabes Unidos 97,8
Líbia 48,4
Estados Unidos 48,0
Fonte: BP Avaliação estatística da energia mundial, 2017
6
Relativo ou semelhante à nevralgia. Fig. Ponto nevrálgico, parte mais importante de uma
questão qualquer.
32 Atualmente a Venezuela é o país detentor do maior volume de reservas de petróleo no planeta. Suas reservas são estimadas em 300 bilhões de barris segundo o relatório da BP de 2016.
O óleo que existe no país é considerado muito pesado, com um API abaixo de 22, de difícil refino, o que exige sua mistura com outros tipos de óleo cru, mais leves. Nos últimos dez anos, foram registradas importações de países como Rússia, Angola e Nigéria. O que não é corriqueiro é que a Venezuela importe petróleo dos americanos, pois exportar petróleo foi simplesmente proibido durante a era Chaves.
No entanto, a lei que proibia as vendas de óleo ao exterior foi derrubada em dezembro em 2018, e a petrolífera venezuelana PDVSA, que entrou rapidamente na fila para comprar petróleo americano. Já que as exportações venezuelanas para os EUA bateram recordes de US$ 48 bilhões em 2008, mas, que de acordo com o FMI, vêm diminuindo drasticamente, chegando a US$ 26 milhões, em 2014.
Contudo, enquanto a Venezuela é a dona da maior reserva de petróleo global, os Estados Unidos, segundo o relatório da BP de 2017, mostram o país produzindo 12,354 milhões de barris por dia, além de desenvolver tecnologia para a produção de petróleo de xisto.
Os EUA são erguidos pela Arábia Saudita com praticamente a mesma produção com 12,349 milhões de barris por dia, cerca de 13,6% da produção mundial quase similar aos Estados Unidos.
A Rússia segue em terceiro lugar, produzindo 12,3% do petróleo crú do mundo. O país tem reservas de petróleo nas jazidas na região de Bajenovskaia, Sibéria Ocidental.
Mas, a relação R/P não parece trazer números satisfatórios para os
Estados Unidos e a Rússia. Por outro lado, é bom frizar que a relação R/p apenas
alerta sobre o tempo de esgotamento do petróleo caso se mantenha o atual
volume de produção e não haja contínuos investimentos na exploração e
descoberta de novas reservas. Contudo, ambos países têm equipes técnicas
qualificadas e tecnologia de sobra para descobrir e aumentar suas reservas
provadas, conforme o mercado exija.
33 Tabela 2 - Maiores Produtores de Petróleo (2016)
Países Milhões de barris
por dia (10
6/ d) Reserva/Produção (R/p)
Estados Unidos 12.353,8 10,6
Arábia Saudita 12.349,3 59
Rússia 11.227,4 26,6
Irã 4.599,9 94,1
Iraque 4.465,1 93,6
Canadá 4.460,2 105,1
Emirados Árabes Unidos 4.073,3 65,6
China 3.999,2 17,5
Kuwait 3.151,4 88
Brasil 2.604,8 13,3
Fonte: BP Avaliação estatística da energia mundial, 2017
1.2.1.4 ESTIMATIVA DA RESERVA DE PETRÓLEO UTILIZANDO CRESCIMENTO COMPOSTO.
A partir da equação abaixo, podemos adotar uma estimativa de quanto tempo levaríamos para dobrar a produção de petróleo.
Equação 1 - Estimativa da Reserva de Petróleo
𝐴 = 𝐴 (1 + 𝑟)
Onde 𝐴 é o valor inicial da produção no ano zero
𝑟 a taxa de crescimento (%) da produção
𝑛 período (anos)
Ajustando a equação temos: 𝑙𝑛𝐴 = 𝑙𝑛𝐴 + 𝑛 ∗ ln(1 + 𝑟) 𝑛 =
( )( )
𝑛 = 𝑙𝑛 /ln (1 + 𝑟) 𝑛 =
( )
=
,( )
34 Assumindo valores de 𝑟
Entre 0,01 ≤ 𝑟 ≤ 0,12
Na tabela 3 é apresentado os respectivos anos da reserva de petróleo para diferentes taxas de crescimento. A leitura da tabela é a seguinte: para uma taxa de crescimento de 10% (r=0,01) da produção por ano, ela dobraria em 7,3 anos.
Tabela 3 - Reservas de Petróleo em Diversas Taxas de Crescimento 𝑟 0,01 0,03 0,05 0,06 0,07 0,09 0,10 0,12 𝑛 69,6 23,4 14,2 11,9 10,2 8,0 7,3 6,1
Apenas para afirmar esta análise, os Estados Unidos correspondem com uma produção de petróleo que cresce a uma taxa de 13,4% a.a. Segundo o relatório da BP (statistical, 2017). Utilizando a fórmula referida anteriormente temos que caso os Estados Unidos dobrassem sua produção em aproximadamente 5,52 anos estariam esgotadas suas reservas.
1.3 DERIVADOS DO PETRÓLEO
1.3.1 REFINO DO PETRÓLEO
Após ser extraído o petróleo, é transportado aos portos de embarque. E para transportar-lo o petróleo são utilizados oleodutos, ou seja, tubos subterrâneos que transportam a matéria prima ou, navios tanques, conhecidos como superpetroleiros, respectivamente.
Este setor da extração é conhecido como Upstream que é a parte da
cadeia produtiva que antecede o refino, quando o petróleo é retirado cru e
transportado até o refino .
35 Figura 6 - Transporte do Petróleo
Fonte: Adaptado pelo autor, 2017
A partir do momento que o petróleo é extraído, segue para o setor logístico ou setor intermediário que é conhecido como Midstream, que envolve o transporte (por trilho, barcaça, navio petroleiro ou caminhão), armazenamento e comercialização por atacado de produtos petrolíferos brutos ou refinados.
Quando o petróleo é extraído, ele vem cheio de impurezas, que são então separados por meio de processos físicos, como é composto por uma mistura complexa de hidrocarbonetos, por isso, ele é enviado para as refinarias a fim de que seus componentes sejam separados e tenham um melhor aproveitamento.
O primeiro método utilizado é a destilação fracionada,seus componentes passam para o estado gasoso, sendo que os mais pesados (de maior massa molar) não sobem, mas ficam líquidos na parte inferior e são separados.
As demais frações no estado gasoso sobem pela torre atmosférica, e quando uma dessas frações atinge uma bandeja no condensador, com uma temperatura menor que seu ponto de ebulição, ela liquefaz-se e é coletada nesta altura da torre.
As demais frações que ainda permanecem no estado gasoso passam
para a próxima bandeja e esse processo vai se repetindo. Desse modo, cada
uma das frações liquefaz-se em um dos pratos e são coletadas separadamente,
como mostra a figura abaixo.
36 Figura 7 - Destilação Fracionada do Petróleo
Fonte: TURDERA, 2017
Cada prato do condensador retém uma pequena parte do líquido formado.
O excesso transborda e escorre até um recipiente chamado panela, onde será bombeada, seguindo para fora da torre por meio de dutos. O vapor de cada subproduto do petróleo, como a gasolina e o diesel vira líquido em uma certa temperatura, atingida em “andares” diferentes da torre. Assim, subprodutos enche uma panela específica.
Os derivados a apartir do refino, vão para um processo de purificação em tanques, sofrendo reações químicas para quebrar e recombinar suas moléculas até atingirem um nível satisfatório de pureza da refinaria.
Os derivados de petróleo obtidos mediante o processo de refino,
dependem do tipo do petróleo. Contudo, os principais são: GLP, Naftas,
Querosene, Gasóleo atmosféricos e de vácuo e os resíduos a vácuo. Quanyo
mais denso é o petróleo, menos se condensa e menos é retirado, derivados com
grande consumo mundial como: gasolina, Solventes, gás, querosene, entre
outros.
37 Figura 8 - Pirâmide do Petróleo
Fonte: TURDERA, 2017
1.3.2 PETRÓLEO E O SEU CONSUMO MUNDIAL
Depois do processo de refino obtêm-se diversos derivados de petróleo, cada refinaria adapta o seu processo de refinamento ao mercado em que atua, de forma a produzir os derivados demandados pelos seus consumidores. O que se denomina setor Downstream que será inserida a exportação.
Atualmente os Estados Unidos ainda seguem na liderança no consumo
dos derivados do petróleo, com 19,63 milhões de barris por dia
aproximadamente (20,3%) do consumo mundial, segundo o relatório da BP,
(2016). A China fica com a segunda posição com 12,3 milhões de barris e
(12,8%) do mundo. Juntos somam mais de um terço do consumo mundial.
38 Tabela 4 - Maiores consumidores de petróleo (2016)
Países Milhões de barris
por dia (10
6/d)
Estado Unidos 19631,2
China 12381,3
Índia 4489,3
Japão 4036,7
Arábia Saudita 3905,6
Rússia 3203,1
Brasil 3017,8
Coreia do Sul 2763,0
Alemanha 2394,5
Canadá 2343,3
Fonte: BP Avaliação estatística da energia mundial, 2017
Sendo uma economia fortemente dependente do petróleo, os Estados Unidos, consomem cerca de 50% do petróleo na produção de gasolina, devido ao país possuir uma grande frota de veículos, estima-se que exista um carro para cada 2,4 cidadãos americanos. (PRATES, 2016)
E o restante é dividido entre diesel e querosene e outros, como na utilização na fabricação de plástico, tecidos sintéticos, asfalto, produtos de limpeza, lubrificantes e até em uso de remédios que contêm benzeno que é um derivado do petróleo ou até na própria comida, onde são usados direta (corantes, flavorizantes e conservantes) ou indiretamente (em fertilizantes artificiais e pesticidas).
Na figura 9 , é mostrado por região e país, os derivados do petróleo mais
consumidos e milhares de barris por dia, os dados coletados mostram as
quantidade de petróleo produzido, da qual uma parte é destinada para o refino
de gasolina, diesel, querosene, óleo combustível e outros dependendo da sua
classificação de petróleo leve e médio.
39 Figura 9 - Consumo de Combustível Por Região e País
Fonte: BP Avaliação estatística da energia mundial, 2017
1.3.3 PREÇO DO PETRÓLEO
O petróleo é a commodity de maior volatilidade do mercado internacional, sendo um dos contratos mais negociados por todo o mundo. Nesses últimos anos houve aumento no consumo e na demanda de petróleo em todo o mundo, mas o preço que era para ser estável caiu mais de dois terços.
Em fevereiro de 2014 o barril do tipo Brent (qualidade de referência definida pelo campo de Brent no Mar do Norte) teve um pico e alcançou mais de US$110. Desde então, o preço caiu para atualmente cerca de US$ 50.
E para que Estados Unidos não sofressem com o aumento do preço do barril, devido ser o maior consumidor, conseguem aumentar sua produção de 10 para 14 milhões de barris por dia, entre 2012 e 2015, por meio de extração não convencional de óleo nas rochas de xisto. (MACHADO, 2016)
Nas cotações do petróleo hoje, duas referências sobre tipos do barril são usadas no mercado: a West Texas Intermediate (WTI) e Brent. Há ainda o barril de Dubai e Nigerian Forcados, que são menos conhecidos como preço de
Destilados
leves dos quais:
gasolina Destilados médios
dos quais:
diesel / gasolina
dos quais:
jato / querosene
Óleo
combustível Outros
Asia 10955 6542 11414 8856 2558 2898 8310
CHINA 4035 2803 4046 3328 718 617 3683
EURO+EURA 4144 3071 9269 7609 1660 1306 4074
EUROPA UNION 2608 1798 7020 5804 1216 848 2466
USA 9556 9327 5594 3981 1614 356 4125