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DIREITOS HUMANOS E O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: um estudo de caso sobre a Delegacia Especializada de

Atendimento à Mulher (DEAM) de Caldas Novas-GO

ARTHUR SANTOS ABREU

RESUMO

O presente trabalho analisa a questão da violência doméstica contra a mulher no contexto do Município de Caldas Novas- Goiás. A partir do estudo de caso dos inquéritos de violência doméstica da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) foi possível averiguar, no ano de 2012, o perfil das vítimas e dos agressores como forma de apresentar a situação da violência bem como as medidas protetivas usadas.

Palavras-chave: violência doméstica; DEAM; Lei Maria da Penha.

INTRODUÇÃO

No paradoxo do contexto de medo, dominação e opressão estão às mulheres e a violência histórica promovida contra elas. Uma violência que de gênero, de classe, cultural e mesmo econômica explicitada nos números alarmantes de casos de espancamento, assassinatos, maus tratos etc. Relegadas a opressão e ao silenciamento as vítimas de violência doméstica são forçados a conviver com agressores.

Se de um lado estão as delegacias, o poder público e a justiça, por outro estão mulheres vítimas de maus tratos envolvidas diretamente com seus agressores. Não se ignora que as emoções vivenciadas pelos indivíduos inerentes ao processo de apreensão da realidade, contribuem para a manifestação da violência. Sendo assim, este contexto opressor não é apenas um fato social, mas uma ação individual e social.

O fenômeno social da violência contra mulher passou a tornar-se foco de estudos quando da tomada de direitos as mulheres passaram a exercer melhores lugares na sociedade.

Os traços mais perversos da dominação e do silenciamento feminino passaram por mudanças culturais e mesmo legais visto que as mulheres conquistam direitos historicamente inexistentes. Porém, mesmo em face de conquistas políticas, sociais e econômicas as marcas

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da violência contra as mulheres ainda se fazem presente como resistência masculina as mudanças. O uso da força física funciona como instrumento de coerção onde o poder imposto às mulheres já não se sustenta. A força física da dominação masculina revela uma dura realidade de opressão feminina vivenciada no Brasil e no mundo.

A necessidade de estudo sobre o tema surgiu a partir de um relatório divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ1, 2013). O objetivo proposto no relatório é avaliar a Lei Maria da Penha tomados 8 anos de sua implantação e, dessa forma, mensurar o trabalho feito sobre o quantitativo de ações e procedimentos de atendimentos realizados em âmbito nacional. Os dados sobre os casos de denúncias, a participação das delegacias, varas e juizados especializados colocou em questão o contexto da cidade de Caldas Novas. Em uma cidade do interior onde o enfrentamento da violência ainda se dá no âmbito das delegacias como são realizados os procedimentos necessários e avaliação da vítima e do agressor?

Este trabalho analisa o enfrentamento da violência doméstica tomando como foco a atuação das delegacias especializadas para mulheres, destaca-se a estrutura, formação, atuação e também os elementos primordiais para uma rotina de delegacia, lançando a importância da mesma para que as mulheres tenham seus direitos garantidos no ordenamento jurídico. Destaca-se como campo empírico desta pesquisa a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) da cidade de Caldas Novas-GO.

Como proposta metodológica este trabalho adota o estudo de caso dos inquéritos abertos pela DEAM para atender às mulheres vítimas de violência doméstica durante o ano de 2012. A tarefa de entender a estrutura e também a aplicabilidade de Lei nº 11.340 é uma forma de apresentar a situação da violência em um contexto micro, problematizando as ações da DEAM.

2 DEAM DE CALDAS NOVAS-GO: um estudo de caso para o enfrentamento da violência

No Estado de Goiás, graças à participação de diversos grupos feministas e dos movimentos sociais, organizaram-se propostas para a implantação de delegacias especializadas. Movimentos como o Grupo Feminino de Estudo, o Eva de Novo e o Centro de

1 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Relatório do Conselho Nacional de Justiça. Disponível em:

<http://www.cnj.jus.br/images/programas/lei-maria-da-penha/cartilha_maria_da_penha.pdf>. Acesso em: 12 fev.

2013.

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Valorização da Mulher, Núcleo Feminino da Metago (Nufem), o Centro Popular da mulher, Transas do Corpo (SILVA, [s.d.], p.02).

A mobilização dos grupos deu suporte para Conselhos municipais organizados e centros de referência. Em Goiás, como mostra o relatório do CNJ (2013), ainda é insuficiente.

Atualmente, segundo dados do IBGE (20102) o Centro Oeste é a região que apresenta maiores deficiências no tratamento às mulheres vítimas de violência.

Depois da Lei Maria da Penha, as DEAMs passaram por melhorias, foram desmembradas de outras delegacias e adquiriram perfis de atendimento exclusivo às mulheres. Atualmente Goiás conta com as DEAMs e mesmo de forma tímida o interior do Estado conta com um contingente para o atendimento e monitoramento de vítimas de violência em âmbito doméstico.

Nesse contexto, a DEAM de Caldas Novas foi criada em 2004, e desde então é a única no âmbito para atender uma cidade com 70.437 habitantes, distribuídos em uma área de 1.596 Km² (IBGE, 20103). Além da cidade de Caldas Novas, a DEAM atende os municípios do entorno como: Rio Quente e Morrinhos. Tem como competência legal apurar crimes ou contravenções de natureza penal cujas vítimas de violência doméstica sejam mulheres.

2.1 Metodologia de pesquisa

Os dados levantados se referem aos aspectos socioeconômicos além de informações quanto ao tipo de crime cometido, bem como as medidas protetivas usadas, relação entre a vítima e o agressor e outras variáveis apresentadas no universo deste trabalho.

A pesquisa foi desenvolvida, tendo em vista o estudo de caso que proporcionou uma descrição e um conhecimento mais aprofundado sobre a realidade dos atendimentos realizados na DEAM no ano de 2012.

2.2 Perfil do atendimento realizado na DEAM- Caldas Novas/GO

Durante o ano de 2012 foram feitos 213 atendimentos, destes apenas 169 vítimas entraram com representação contra seus agressores. Dos 169 casos representados que

2 IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/2011/default.shtm Acesso dia 13 de Maio de 2013.

3 IBGE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=520450#. Acesso em 15 de Abril de 2013.

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seguiram como inquérito, foram selecionados por amostragem aleatória simples trinta e seis (36) casos. Estes 36 casos foram escolhidos aleatoriamente, pois representam cerca de 20%

dos atendimentos realizados

em 2012. Foram escolhidos, a

partir dos doze meses, uma média de 4

inquéritos, ficando Agosto de fora

pois a Polícia Civil do Estado de

Goiás estava em greve4.

Fonte: ABREU, 2013; DEAM, 2012

O levantamento de dados leva em conta variáveis como faixa etária, profissão, local de nascimento, filhos, local de origem entre outros aspectos para o entendimento da vítima e do agressor no contexto da DEAM. Os dados a seguir revelam uma amostra da situação da violência doméstica tomando por base as regras da Lei nº 11.340.

2.2.1 Região de origem das vítimas

4 GREVE DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE GOIÁS. Correio Braziliense. Disponível em:

<http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2012/08/29/interna_cidadesdf,319841/policias-civis- de-goias-encerram-greve-apos-50-dias-de-paralisacao.shtml>. Acesso em: 14 maio 2013.

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As vítimas são, em sua maioria, provenientes da região Centro-Oeste, destacando- se as cidades do interior de Goiás. A cidade de Caldas Novas tem grande fluxo de pessoas por conta do turismo. Esse fator atrai muita gente em busca em emprego e mulheres vindas de cidades vizinhas são exemplos desse fluxo. Além das cidades vizinhas, as mulheres em grande percentual vem da região Nordeste, muitas em busca de melhores condições de vida, de emprego e sustento para os filhos.

2.2.2 Região de origem do agressor

O maior quantitativo de origem dos agressores também é do Centro-Oeste, seguindo por um significativo número de pessoas vindas do Nordeste. As duas regiões citadas e a questão da migração tem relação com o tipo de trabalho que tanto os agressores quanto as vítimas desempenham no contexto de Caldas Novas. Outro ponto, é que dados sobre a origem do agressor constam como “não informado”. Muitas mulheres desconhecem a origem da pessoa com quem convive diariamente não sabendo, dados simples como sobrenome e mesmo informações de local de nascimento.

2.3.2 Profissão da vítima

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A profissão das vítimas, descritas a partir do gráfico acima, revelam um baixo nível de profissionalização decorrente de uma fraca escolaridade. Nas classes sociais menos favorecidas a violência se expressa por meio de uma tradição cultural de submissão, do desemprego e também da falta de valorização das mulheres. Falta de capacitação e oportunidade de frequentar a escola colocam as mulheres na situação do subemprego o que se agrava com a baixa escolaridade. Segundo Jong (apud LIMA; SILVA, 2012, p.114):

A dependência financeira é uma das principais causas associadas ao aumento de violência no âmbito familiar, ocasionada principalmente em razão de grande parte das mulheres não ter emprego para sustento próprio, tornando-se dessa forma submissas aos homens para manterem os filhos e a si.

Muitas mulheres acabam “condenadas” ao trabalho do lar. Juntam-se aos agressores como a noção que estes podem prover pelo sustento. A pesquisa revelou, contudo, que a maioria das mulheres que procuram a DEAM vivam sob maus tratos e violência psicológica, mas fugiam dessa situação silenciando-a, em virtude da segurança financeira que seus companheiros podem proporcionar. Este dado revela um dos pontos sobre o qual a denuncia contra os agressores não acontece de forma efetiva.

Tem-se, portanto 38% das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar sem condições de sustentar a si próprias e aos filhos. Motivo agravante para a acomodação perante a violência sofrida ou renúncia ao processo.

O acúmulo de tarefas domésticas e profissionais é a regra para uma parte das camadas populares mais pobres e para o conjunto das trabalhadoras precárias, que exercem atividades remuneradas informais (sem proteção de direitos sociais) ou estão desempregadas. Elas se ‘viram’ para enfrentar a procura de emprego, as atividades de cuidado dos filhos e de outros e de outros membros da família, frequentemente ampliada, e diversas atividades profissionais, em geral ’bicos’

(HIRATA; KERGOAT, 2005 p. 274-275)

Outro ponto da pesquisa também revela que os homens não possuem qualificação profissional. Trabalham e ganham baixos salários o que perpetua o sentimento de

“dominação” em função da ideologia de “provedor” do sustento do lar. Essa realidade se contrapõe ao fato de um percentual grande de mulheres ajudar nas despesas de casa. A

“dominação masculina”, descrita por Bourdieu (2002), afirma que em estruturas tradicionais existe ainda a ideia de dominação masculina pela força, ou pela opressão da mulher no contexto domiciliar. Sendo inferior ao homem, está relegada aos trabalhos domésticos, ou seja, no exercício do lar.

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2.4.2 Filhos

O gráfico revela que mais da metade dos representados possuem filhos (61%). Em alguns casos a mulher em situação de violência pensa na proteção dos filhos e isso acontece de duas formas: primeiro porque normalmente o homem mantém o sustento da casa e segundo porque grande parte das mulheres sobrevive do subemprego. A questão da maternidade ficou bastante explicita, visto que muitas vezes as crianças estão inseridas diretamente no ato de violência, ou por sofrê-la junto com a mãe ou por presenciá-la. A vontade de manter a união dos laços familiares mesmo pela dependência econômica é um dos fatores que impede que mulheres denunciem essa situação.

A importância da figura paterna na formação dos filhos e mesmo a relação de dependência econômica favorecem essa situação de “silêncio”. Porém, muitas mulheres acabam “cansando” de tanta violência e mesmo tento consciência do impacto de suas ações tomam a iniciativa no enfrentamento da violência.

2.5.2 Faixa etária da vítima

Os gráficos mostram que o maior percentual de mulheres que recorem a DEAM está entre as de 34 a 64 anos, seguindo-se das mulheres de 25 a 29. Nesses casos as mulheres jovens tomam iniciativa de denunciar por meio do apoio de amigas. Outro ponto é que muitas dessas mulheres cujas profissões apresentam baixa remuneração estão condenadas a

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dependência financeira, por outro lado, graças aos avanços na Lei Maria da Penha, as medidas protetivas já determinam que o agressor indenize a vítima e/ou forneça por cestas básicas.

2.6.2 Faixa etária do agressor

O agressor em 48% dos casos estudados está na faixa etária de 35 a 64 anos estando equivalentes às das mulheres. Estes homens em geral são frutos de sistemas ideológicos fortes mantidos pelos seus antecessores, como pais e avós.

2.7.2 Tempo de Convivência entre as partes

O tempo de convivência mostra uma união estável entre as partes envolvidas em até 10 anos. A grande concentração de casos nesse período de tempo mostra que as relações entre agressor e vítima, em sua maioria relações amorosas, tem se mostrado cada vez menor em virtude da efemeridade dos relacionamentos. A relação de convivência estável entre homem e mulher se estabelece no sentido de constituir família. Mesmo sendo desta natureza, a união estável envolve relação de dependência financeira e também emocional das mulheres.

Um ponto importante é que nesses casos, as vítimas tendo menor tempo de relacionamento com seus agressores sentem-se mais encorajadas para fazer denúncias.

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2.8.2 Relação entre agressor e vítima

As relações entre agressor e vítima mostram uma fraca relação conjugal, muitas vezes marcada apenas pela união estável. Os traços na efemeridade são destaque mostrando que a violência se estabelece pela falta de respeito e também pela fraca responsabilidade sobre o outro. Além destes fatores de vulnerabilidade, a mulher pode conviver com a violência doméstica pela falta de abrigo, apoio familiar, medo do agressor e insegurança que certamente exigirá coragem para partir da ruptura ao enfrentamento da situação.

Um dado importante a ser destacado nessa pesquisa é que 31% dos casos revelam que agressor e vítima são parentes, nesse ponto é importante ressaltar que a Lei Maria da Penha amplia sua atuação para casos de violência doméstica em âmbito familiar seja ela praticada por cônjuges ou por pessoas próximas e parentes.

2.3 Tipos de Agressão

Destaca-se a violência doméstica como um dos resultados de um processo histórico de opressão da mulher. A violência perpassa por um fenômeno social e seu enfretamento dá-se pela conscientização, por ações do poder público, da polícia etc. Ao analisar os inquéritos verificou-se que o quadro da violência ainda é grande, mesmo porque as mulheres silenciadas pelo medo passaram a reagir contra seus agressores.

A competência da DEAM é para o registro de acusações e a abertura dos inquéritos, para a execução não só das medidas protetivas, mas também para o cumprimento das determinações judiciais e cumprimento de mandados. Outro ponto importante destacado nos estudos sobre DEAM de Caldas Novas foram os tipos agressão contra as mulheres. No gráfico abaixo foram as principais formas de violência, selecionadas a partir dos crimes no Código Penal brasileiro.

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Existem, agressões por meio da violência psicológica. Ofensas verbais, desqualificar a mulher entre outras coisas que afetam a moral e a honra são constantes nos casos analisados na DEAM de Caldas Novas. O Código Penal diz que:

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

O crime de lesão corporal (art. 129, CP) revela que a violência física está entre um dos grandes motivos de abertura de inquéritos na DEAM. Outro ponto é que

De qualquer modo, mesmo não havendo crime, mas tomando conhecimento a autoridade policial da prática de violência doméstica, deverá tomar as providências determinadas na lei (art. 11): garantir proteção à vítima, encaminhá-la a atendimento médico, conduzi-la a local seguro ou acompanhá-la para retirar seus pertences. Além disso, deverá a polícia proceder ao registro da ocorrência, tomar por termo a representação e remeter a juízo expediente quando a vítima solicitar alguma medida protetiva (art. 12) (BERENICE DIAS, 2010, p.01).

Segue-se para aplicabilidade da Lei nº 11.340 a questão das medidas protetivas de urgência como formas de coibir eventuais agressões e também para que as mulheres fiquem seguras por realizar denúncias.

2.4 Medidas protetivas de urgência

Vale ressaltar o grande número de medidas protetivas solicitadas na DEAM de Caldas Novas. A concessão das medidas tem por objetivo acelerar a resolução dos problemas da mulher agredida, servindo como forma de proteção e garantia aos direitos. Considera-se ainda que as medidas protetivas apresentam-se como tutela antecipada ou ainda como medida cautelar que tem caráter de urgência (CÂMARA, 2009).

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Por sua natureza cautelar as medidas devem ser aplicadas em prol das mulheres.

As medidas vão desde a prisão do agressor até as obrigações de pagamento de cestas básicas e afastamento da vítima. O descumprimento de medidas protetivas enseja em novas formas de atuação da autoridade policial por meio da decorrência da prática e desobediência pelo agressor.

Das mulheres atendidas na DEAM de Caldas Novas no ano de 2012, cerca de 83% solicitaram as medidas protetivas de urgência. A análise da atuação da DEAM de Caldas Novas deixa evidente que, mesmo com avanços, a questão da violência doméstica e familiar é um problema. É um problema sério, pois acontece no seio da família e, por conta disso, na maioria das vezes não ultrapassa os muros dos lares em conflito, isto é, a violência continua acontecendo; a mulher continua vitimizada e toda a família fica à mercê dessa violência.

CONCLUSÃO

Em geral as pessoas que recorrem ao atendimento em delegacias, derivam das camadas sociais menos abastadas. As mulheres suscetíveis à situação de vulnerabilidade, em grande parte derivam de famílias pouco estruturadas, com renda mínima básica ou mesmo dependente de assistência social pública. Outro detalhe que se evidencia é a baixa escolaridade e as profissões sem garantia de seguridade. Com isso, as mulheres são mais expostas aos riscos sociais por falta de informação e mesmo por relações de dependência financeira com os agressores.

No que tange às mulheres, percebe que houve alguns avanços no que se refere à publicização da violência, sobretudo quando o agressor é aquele com quem compartilha sua intimidade. Nesse caso, dependendo do tipo de violência, as mulheres têm recorrido aos órgãos de apoio. Grande parte das mulheres denunciantes deriva das camadas sociais menos favorecidas socioeconomicamente. Somando-se ainda os demais agravantes que inviabilizam o acesso à cidadania e condições sociais dignas de sobrevivência.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940.

______. Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006. Dispõe sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher e dá outras providências, 2006.

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CÂMARA, Alexandre Freitas. A lei da violência doméstica e familiar contra a mulher e o processo civil. Revista de Processo, São Paulo, v.34, n. 168, p.260, 2009.

DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da penha na Justiça: a efetividade da Lei 11.340/2006 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo: Revista dos

Tribunais, 2008.

______. A violência doméstica na justiça. Disponível em:

<http://www.articulacaodemulheres.org.br/amb/adm/uploads/anexos/A_violencia_domestica_

na_justica.pdf. 2010>. Acesso dia 12 de Janeiro de 2013.

HIRATA, Helena; KERGOAT, Daniele. Divisão Sexual do Trabalho profissional e

doméstico: Brasil, França, Japão. In: COSTA, Albertina de Oliveira; SORJ, Bila. O Poder Judiciário na aplicação da Lei Maria da Penha. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2013. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/images/programas/lei-maria-da-

penha/cartilha_maria_da_penha.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2013.

POLÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES. Disponível em:

<http://www.campanhapontofinal.com.br/download/informativo_03.pdf>. Acesso em: 12 jan.

2013.

SILVA, Paula Cristina Pereira. Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher: Breve análise. VII Simpósio de História em Catalão, [s.d.]. Disponível em:

<http://www.catalao.ufg.br/historia/arquivosSimposios/historia/VIISIMPOSIO/comunicacoes /Paula%20Cristina/paula_cristina.pdf>. Acesso em: 14 maio 2013.

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