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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE ANGICOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS CURSO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE ANGICOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS CURSO ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

JOEL DA COSTA CÂMARA NETO SEGUNDO

GESTÃO DE ESTOQUES E MARKETING: UM ESTUDO DE CORRELAÇÃO EM UMA EMPRESA DO RAMO DE COSMÉTICOS LOCALIZADA NA

CIDADE DE SÃO PAULO DO POTENGI/RN

ANGICOS/RN 2019

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JOEL DA COSTA CÂMARA NETO SEGUNDO

GESTÃO DE ESTOQUES E MARKETING: UM ESTUDO DE CORRELAÇÃO EM UMA EMPRESA DO RAMO DE COSMÉTICOS LOCALIZADA NA

CIDADE DE SÃO PAULO DO POTENGI/RN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção.

Orientador (a): Prof. Annyelly Virginia Brito

ANGICOS/RN 2019

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JOEL DA COSTA CÂMARA NETO SEGUNDO

GESTÃO DE ESTOQUES E MARKETING: UM ESTUDO DE CORRELAÇÃO EM UMA EMPRESA DO RAMO DE COSMÉTICOS LOCALIZADA NA

CIDADE DE SÃO PAULO DO POTENGI/RN

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção.

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Ao meu pai, José Virgínio Câmara (in memorian), o Senhor não pôde ver a finalização desta etapa, mas sei que estás olhando por mim.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus, por me proporcionar saúde e disposição para realizar este trabalho.

Depois, gostaria de agradecer aos meus pais, José Virgínio Câmara (in memorian) e Paula Lopes Barbosa, pelo apoio de todas as formas possíveis, buscando sempre o meu melhor e nunca me deixando desamparado. Gostaria de agradecer também ao meu irmão, Joel da Costa Câmara Neto, pelo companheirismo e conhecimentos compartilhados. Obrigado a toda minha família por acreditar no meu potencial e me ajudar mesmo nos momentos difíceis.

Gostaria de agradecer a minha namorada Cleane Dias Ferreira, por estar sempre ao meu lado me incentivando e me proporcionando momentos felizes.

Agradecer também aos meus amigos e colegas da universidade que me ajudaram em algum momento na caminhada acadêmica, João Paulo Silva Leite, Eduardo Henrique, Victória Paes, Alice Abdon, Geovane Lopes, Leonardo Vieira, Alberto Manoel, Douglas Marques, Adão Valério, Denyeivisson Freire, Ramon Marques, Carlos Dantas, Fernando Jales, Eduardo Câmara, Gleydston Neves, Chesman Lima, Jedson Oriel, Dandara Monteiro, Sarah Sunamyta, Jeny Kesia, Emanuel Cunha, Rayane Cabral, Lázaro Everson, Luciana Alice, Yara Ginane, Marcos Antônio, Lorena Cavalcante, Ciro Figueiredo, George Cachina, Palhares Neto, Ivan Farias.

Por fim agradecer a minha orientadora pela paciência e pelo conhecimento passado para a conclusão deste trabalho e aos demais professores e funcionários da UFERSA Campus Angicos.

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“O que não é medido não é gerenciado.”

William Edwards Deming

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RESUMO

Diante do alto nível de exigência do comércio, muitas pessoas usam a possibilidade de ter o próprio negócio como alternativa financeira e para talvez terem um empreendimento de sucesso. Em muitos casos, os pequenos empreendedores enfrentam dificuldades em seus negócios por algumas deficiências de informação sobre a própria empresa, o que dificulta o planejamento e a implementação de estratégias competitivas e de marketing. Este trabalho tem o objetivo de mostrar ao proprietário da empresa Paulinha Cosméticos onde direcionar suas estratégias diante de seus produtos em estoque. Assim, foi utilizada uma metodologia de visitas ao espaço físico da empresa para observar o andamento dos negócios, possíveis problemas e sugestões de melhoria. O estudo de caso foi auxiliado por uma análise ABC, onde se obteve todas as informações sobre o estoque da empresa, quais produtos dão maior retorno financeiro, sugestões para dar maior rotatividade ao estoque e quais produtos devem ser explorados em promoções. Em seu estoque, a empresa Paulinha cosméticos possui uma parcela de 23,08% de produtos que correspondem a 59,17% do valor total de suas mercadorias. Relacionando com os dados da análise ABC com o marketing pode-se concluir que a empresa possui um grande potencial para crescer, mas necessita de uma nova postura no mercado, buscando melhorar a imagem da empresa, atingir mais clientes e se atualizar diante dos novos meios de comunicação.

Palavras-Chave: Cosméticos; Marketing; Análise ABC; Estoque; Empresa.

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ABSTRACT

Faced with the high level of demand of commerce, many people use the possibility of having their own business as a financial alternative and perhaps to have a successful venture.

In many cases, small entrepreneurs face difficulties in their business due to some information deficiencies about their own company, which makes it difficult to plan and implement competitive and marketing strategies. This paper aims to show the owner of the company Paulinha Cosmeticos where to direct their strategies towards their products in stock. Thus, a methodology of visits to the company's physical space was used to observe the business progress, possible problems and suggestions for improvement. The case study was aided by an ABC analysis, which provided all information about the company's inventory, which products give the highest financial return, suggestions for giving greater inventory turnover and which products should be explored in promotions. In its stock, Paulinha Cosmeticos company owns 23.08% of its products, corresponding to 59.17% of the total value of its merchandise. Relating the ABC analysis data to marketing, it can be concluded that the company has great potential to grow, but needs a new market posture, seeking to improve the company's image, reach more customers and update itself in the new media of communication.

Keywords: Cosmetics; Marketing; ABC Analysis; Stock; Company.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mix de marketing. ... 27 Figura 2 - Disposição dos produtos na Empresa Paulinha Cosméticos. ... 31 Figura 3 - Balcão de atendimento de clientes na empresa Paulinha Cosméticos. ... 34

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Curva ABC. ... 23 Gráfico 2 - Curva ABC: Percentual de vendas acumuladas x Valor total dos produtos. ... 33

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Proporções de SKU’s e de valor monetário. ... 32

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MEI – Micro Empreendedor Individual

SKU – Stock Keeping Unit (Unidade de Armazenamento) RN – Rio Grande do Norte

UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 14

1.1. JUSTIFICATIVA ... 15

1.2. OBJETIVOS ... 15

1.2.1. Objetivo Geral ... 15

1.2.2. Objetivos Específicos ... 15

1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO ... 16

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 17

2.1. GESTÃO DE ESTOQUES ... 17

2.2. FUNÇÃO DO ESTOQUE ... 18

2.3. TIPOS DE ESTOQUE... 18

2.4. IMPORTÂNCIA E CLASSIFICAÇÃO DO ESTOQUE ... 20

2.5. CLASSIFICAÇÃO ABC ... 22

2.6. MARKETING ... 24

2.7. OS 4 P’S DO MARKETING ... 25

2.8. RELAÇÃO GESTÃO DE ESTOQUE E MARKETING ... 28

3. METODOLOGIA ... 29

3.1 CONDIÇÕES E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 29

3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 29

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 31

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTOQUE DA EMPRESA ... 31

4.2 ANÁLISE DA CURVA ABC ... 32

4.3 APLICAÇÃO DOS 4P´S ... 34

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 37

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 39

ANEXO A – Tabela com os itens utilizados na Curva ABC. ... 42

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1. INTRODUÇÃO

Com o alto índice de desemprego atual e a dificuldade cada vez maior de entrar no mercado de trabalho, muitas pessoas têm optado por abrir o próprio negócio. Nos últimos anos o empreendedorismo vem se destacando globalmente, isso está associado direta e indiretamente com o desenvolvimento econômico e suas mudanças. O mesmo no Brasil ganhou espaço e passa ser visto como uma opção de carreira e uma forma de absorver os diplomados e os que por algum motivo não conseguem se colocar no mercado de trabalho (SEBRAE, 2015).

O comportamento do empreendedor está diretamente ligado ao seu sucesso. Todas as ações, desde a criação da empresa até sua manutenção, podem ter fortes influências no sucesso ou não do empreendimento. Toda uma experiência na área e capacitação faz toda diferença entre negócios que dão certo e aqueles que, por melhor que sejam, não chegam aos sete anos de vida, como muito acontece no Brasil (LEMANN, 2017).

A pesquisa se concentra no problema de que a empresa Paulinha Cosméticos não acompanhou a evolução dos negócios e a implantação de tecnologias nos processos, deixando assim a empresa menos competitiva em relação aos concorrentes. Silva e Raupp (2017) destacam que as empresas buscam aumentar suas margens, diminuir seus custos e o lead time de seus processos para se tornarem mais competitivas perante o mercado, e para melhorar seu desempenho, a empresa pode atentar para a gestão de estoque.

Dessa forma, Campos e Simon (2017) destacam que as empresas precisam ter sua estratégia bem definida, para poder oferecer produtos ou serviços de qualidade, atendendo a todos os prazos e mostrando um preço atrativo.

Algumas empresas usam a gestão inteligente de seus estoques para poder alcançar o nível de serviço adequado. O estoque sempre vai existir quando há discrepância entre a oferta e a demanda, sem importância sobre “o quê” vai ser estocado. Há um aumento no estoque à medida que a oferta supera a demanda, e uma diminuição quando acontece o contrário. O estoque não existiria se a relação entre oferta e demanda fosse de completa harmonia (SLACK et al., 2009).

O Marketing passou a ter uma grande importância nas empresas, com isso houve a necessidade da interação entre as áreas de logística e marketing, sendo que este tem um papel importante devido suas estratégias competitivas. Com o estudo dessas estratégias, é possível atender ao cliente com mais eficiência, gerando assim, um melhor nível de serviço deixando o cliente satisfeito. (PEREIRA e OLIVEIRA, 2009)

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Dessa forma, foi feito um estudo sobre o gerenciamento do estoque, bem como a integração logística e marketing da empresa Paulinha Cosméticos, onde se notou a ausência de uma gestão inteligente de negócios de forma geral.

1.1. JUSTIFICATIVA

Este trabalho se faz necessário diante da situação estagnada da empresa Paulinha Cosméticos, mesmo tendo um grande potencial. Necessitando assim de um olhar mais empreendedor, pensando mais na maximização do lucro e aumento do nível de serviço, dando assim uma perspectiva positiva visando o futuro do empreendimento.

De acordo com o SEBRAE (2019) a gestão eficiente de estoques diz respeito ao equilíbrio das compras, armazenagem e entregas, ou seja, um ótimo indicativo para ser usado pelo gestor a fim de melhorar seu nível de serviço,

Será de grande importância para a pesquisa, estudar uma empresa de pequeno porte, onde há poucos estudos e pouca atenção de forma geral. Este trabalho vai contribuir com a gestão dos negócios da empresa, visando a melhoria de seu nível de serviço.

Alguns trabalhos semelhantes como, Oliveira (2011) e Campos e Simon (2017) destacam os benefícios que os resultados trazem para as respectivas empresas.

1.2. OBJETIVOS

O presente trabalho será desenvolvido no intuito de alcançar os seguintes objetivos:

1.2.1. Objetivo Geral

Elaborar uma análise ABC para o gerenciamento de estoques de um MEI do setor de cosméticos e propor estratégias/ações de marketing a fim de tornar a gestão mais inteligente e eficiente.

1.2.2. Objetivos Específicos

Apresentar os produtos presentes no estoque da empresa;

Classificar os produtos de acordo com a curva ABC;

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Mostrar estratégias para tornar o estoque da empresa mais rotativo;

Relacionar os resultados da análise ABC com o marketing visando uma nova estratégia para aumentar as vendas e consequentemente os lucros;

Sugerir novas ações administrativas para tornar a gestão da empresa mais inteligente;

1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho foi dividido em cinco tópicos, são eles:

No primeiro tópico é feita uma introdução sobre os temas abordados, inserindo-os em contextos atuais. É mostrado como o empreendedor se comporta e como suas ações dizem respeito ao sucesso ou não de seus negócios. Logo após se tem a justificativa da realização deste trabalho na empresa escolhida e os objetivos que se desejam alcançar.

No segundo tópico é feita a fundamentação teórica dos temas gestão de estoques, marketing, classificação ABC e a relação entre marketing e a gestão de estoques. Nesta parte do trabalho cada tema tem um enfoque maior. Na parte de marketing passando pelas definições por diversos autores até os 4 P’s, na parte de estoques passando pelos conceitos até a gestão inteligente de estoques e estoques de segurança.

O terceiro tópico mostra a metodologia utilizada no trabalho, desde as técnicas utilizadas na coleta de dados até a classificação da pesquisa e demais características da empresa escolhida pelo autor.

O quarto tópico trata-se dos resultados alcançados pela pesquisa e as discussões desses resultados, bem como recomendações práticas visando corrigir os problemas observados.

Por fim, no quinto tópico encontram-se as considerações finais do trabalho, mostrando as conclusões mais importantes ao fim da pesquisa.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. GESTÃO DE ESTOQUES

Slack et al. (2009) define estoque como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação, ou seja, o estoque é um mal necessário dentro de uma empresa e possui uma importância considerável quando falamos em qual nível de serviço uma empresa pretende alcançar.

Outros autores como Ballou (2006); Hong (2008) e Arnold (2010), falam que os estoques devem ser uma peça importante de gerenciamento em uma empresa, pois se a mercadoria é estocada por muito tempo ela gera prejuízo, e por outro lado, se a mercadoria faltar, também será gerado prejuízo por uma possível perca da venda ou insatisfação dos clientes.

Tófoli (2008) representa a quantidade de bens físicos que são mantidos à espera da venda (ou da produção), por um determinado tempo. São considerados como bens em estoques, as matérias-primas, os produtos semi-acabados, os produtos acabados e as mercadorias compradas de terceiros. Os estoques são os materiais que não são utilizados em determinado momento, mas que existe em função de futuras necessidades. Logo, estocar é reservar os produtos/mercadorias para utilização futura.

O conceito de gestão de estoque consiste em integrar as atividades da função a outros setores que servirão de suporte para o planejamento e controle dos itens estocados na empresa, com intuito de manter um nível necessário de abastecimento e armazenagem de produtos e obter maior eficiência nas operações (GOMES et al, 2017).

De acordo com Vendrame (2008), conforme citado em Oliveira (2011), a gestão de estoque constitui uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles utilizam, bem manuseados e bem controlados. Ainda segundo o mesmo autor, a gestão de estoque é o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, numa organização.

Santos et al. (2014) diz que a gestão de estoques é importante pois todo material estocado gera custo, com influência da quantidade do material e o tempo que o material está sendo mantido como estoque.

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A gestão de estoque visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos expressos pelo inventário em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. Pode ser entendido ainda, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços (LOPRETE et al., 2009).

2.2. FUNÇÃO DO ESTOQUE

Segundo Loprete et al. (2009) os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda – no processo de comercialização em empresas comercias – e entre as etapas de compra, transformação e venda – no processo de produção em empresas industriais.

Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas os processos de comercialização e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em que isolam ou diminuem as interdependências das diversas partes da organização empresarial (LOPRETE et al., 2009).

Ainda de acordo com o mesmo autor, as principais funções do estoque são:

a) Garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos de, Demora ou atraso no fornecimento de materiais; Sazonalidade no suprimento; Riscos de dificuldade no fornecimento.

b) Proporcionar economias de escala, Através da compra ou produção em lotes econômicos; Pela flexibilidade do processo produtivo; Pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.

2.3. TIPOS DE ESTOQUE

Conforme Tófoli (2008), a determinação dos níveis de estoque, na fase do planejamento, consiste basicamente na fixação do estoque mínimo, estoque de segurança, do lote de suprimento e do estoque máximo, como são definidos a seguir.

a) Estoque Mínimo: O estoque mínimo também é conhecido como Ponto de Pedido, é a quantidade de itens estocados a partir das quais são efetuados os pedidos de

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reposição. São fundamentais: o estoque de segurança e os tempos de entrega e consumo diário.

Os Pontos de Pedidos, isto é, os pedidos de compra de materiais devem ser emitidos quando as quantidades estocadas atingirem níveis suficientes apenas para cobrir os estoques de segurança (reserva) fixados e os consumos (ou vendas) previstos para os períodos correspondentes aos prazos de entrega dos fornecedores.

Fórmula para estoque mínimo:

𝐸𝑚𝑖 = 𝐸𝑅 + 𝑃𝐸 𝑥 𝐶 Onde:

𝐸𝑚𝑖: 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀í𝑛𝑖𝑚𝑜 𝐸𝑅 = 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 𝑃𝐸 = 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑒𝑔𝑎 𝐶 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠

b) Estoque de Segurança ou Reserva: O consumo médio mensal dos itens de estoque e o tempo de reposição variam muito; variam muito de item para item, de uma época para outra, que leva as empresas a manter os estoques de segurança. O estoque de segurança é um amortecedor destinado a minorar os efeitos de variações, do consumo médio mensal do tempo de reposição ou de ambos conjuntamente. A determinação de seu nível deve receber planejamento criterioso, pois é responsável pela imobilização de capital em estoque. Essa ação concentra-se em determinar uma reserva de estoque que equilibre tanto os custos de oportunidade das possíveis faltas de estoque como os custos de estocagens de maiores quantidades de materiais no almoxarifado. Tem como objetivo compensar as incertezas inerentes ao fornecimento e demanda e permite manter um fluxo regular de produção.

Fórmula de Estoque de Segurança:

𝐸𝑆 = (𝑐 𝑥 𝑎𝑝𝑒) + 𝑎𝑐 (𝑝𝑒 + 𝑎𝑝𝑒)

𝐸𝑆: 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 𝑐: 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐷𝑖á𝑟𝑖𝑜

𝑎𝑝𝑒: 𝐴𝑡𝑟𝑎𝑠𝑜 𝑛𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒𝑔𝑎 𝑎𝑐: 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜

𝑝𝑒: 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒𝑔𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟

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As vendas sofrem variações por diversos motivos, e um deles é a sazonalidade.

Existem períodos específicos dentro de um ano, mês ou até dia que a procura por um determinado produto ou serviço varia repentinamente. Essas oscilações da demanda, tornam necessário a criação do estoque de segurança nas empresas, visando evitar o não cumprimento dos prazos de entregas e fornecedores. (BERTAGLIA, 2009).

O estoque de segurança também pode ser considerado estoque de flutuação, tem o objetivo de proteger a empresa de falta de suprimento ou do lead time. Sendo assim, o estoque de segurança previne possíveis interrupções na produção. (ARNOLD, 2010).

c) Estoque Máximo: O estoque máximo é igual à soma do estoque de segurança mais o lote de suprimento, seja ele o lote econômico ou não. Sofrem limitações de ordem física, manuseio, custos, inventários e riscos. Como os componentes desse tipo de estoque são o suprimento e o estoque de reserva variará todas as vezes que um ou outro ou ambos variarem.

Fórmula do Estoque Máximo:

𝐸𝑚𝑎𝑥 = 𝐸𝑆 + 𝐿𝑜𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑢𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 Onde:

𝐸𝑚𝑎𝑥: 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑜

𝐸𝑆: 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 𝐿𝑜𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑢𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

d) Estoque de Antecipação: O estoque de antecipação pode ser usado para compensar diferenças de ritmo de fornecimento e demanda. É mais comumente usado quando as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis. Ele também pode ser usado quando as variações de fornecimento são significativas.

e) Estoque de Ciclo: Ocorre quando um ou mais estágios na operação não podem oferecer simultaneamente todos os itens que produzem.

2.4. IMPORTÂNCIA E CLASSIFICAÇÃO DO ESTOQUE

Santos et al. (2014) diz que nos diversos tipos de operações, o estoque surge porque as taxas de fornecimento nem sempre coincidem com as taxas de demanda. Portanto, os estoques são necessários para conciliar as diferenças entre fornecimento e demanda. O estoque é importante para que não ocorram interrupções ocasionais e não esperadas no fornecimento ou demanda (estoque de segurança). Outro importante fator é saber lidar com a inabilidade de fabricar todos os produtos simultaneamente (estoque de ciclo), com as flutuações conhecidas

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no fornecimento ou demanda (estoque de antecipação) e lidar com os tempos de transporte na rede de suprimentos (estoque no canal de distribuição).

No pertinente à classificação dos estoques: Estoque é a composição de materiais em processamento, materiais semi-acabados, materiais acabados que não são utilizados em determinado momento na empresa, mas que precisa existir em função de futuras necessidades.

Ele constitui todo o sortimento de materiais que a empresa possui e utiliza no processo de produção de seus produtos ou serviços, ou podem ser entendidos ainda como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros e serviços (LOPRETE et al., 2009).

Vendrame (2008) classifica os estoques da seguinte forma:

Estoques de Matérias-Primas (MPs): constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no processo produtivo da empresa. São os itens iniciais para a produção dos produtos/serviços da empresa.

Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias: também denominados materiais em vias- são constituídos de matérias que estão sendo processado ao longo de diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no almoxarifado – por não serem mais MPs iniciais – nem no deposito – por ainda não serem Pas. Mais adiante serão transformados em Pas.

Estoques de Materiais Semi-acabados: Referem-se aos materiais parcialmente acabados, cujo processamento esta em algum estágio intermediário de acabamento e que se encontram também ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo. Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais avançado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados ou em Pas.

Estoques de Materiais Acabados ou Componentes: Referem-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para serem anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas, constituirão o PA.

Estoque de Produtos Acabados (Pas): Referem aos produtos já prontos e acabados, para vendas, cujo processamento foi completado inteiramente e definitivo. Constitui o estágio final do processo produtivo e já passaram por todas as fases, como MP, materiais em processamentos, materiais semi-acabados, materiais acabados, e Pas.

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2.5. CLASSIFICAÇÃO ABC

Slack (2002) argumenta que existem materiais no estoque com maior e menor valor agregado e com diferentes taxas de saída e por isso tais itens devem ser listados e classificados de acordo com sua movimentação de valor.

Segundo Pinto (2002), conforme citado por Oliveira (2011), a curva ABC trata-se de uma classificação estatística de materiais, baseada no princípio de Pareto, em que se considera a importância dos materiais, baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor. Também pode ser utilizada para classificar clientes em relação aos seus volumes de compras ou em relação à lucratividade proporcionada; classificação de produtos da empresa pela lucratividade proporcionada, etc.

A classificação pelo método ABC, proposto por Wilfredo Paredo, logo após a Segunda Guerra Mundial, pode ser entendida como uma classificação baseada no valor de utilização dos itens de estoque, permitindo o controle seletivo de estoque. É um procedimento que tem por objetivo identificar os produtos em função dos valores que eles representam e, com isso, estabelecer formas de gestão apropriadas à importância de cada item em relação ao valor total dos estoques (VIANA, 2002).

A maioria das empresas trabalha com uma grande diversidade de produtos tornando-se difícil para o setor administrativo manter um padrão único de planejamento e controle de estoques. Dar o mesmo grau de atenção a todos os itens não é uma prática recomendável, uma vez que cada um possui suas peculiaridades como custo, demanda, prazo de entregas e alternativas de fornecimento. Dessa maneira, um tipo de controle adequado para um produto pode ser inadequado para outro, acarretando em falta de material ou estoque excessivo no almoxarifado central (OLIVEIRA, 2011).

Os valores unitários dos materiais formam um conjunto de grandezas diferenciadas nas quais poucos itens podem representar muito valor e muitos itens podem representar pouco valor. Dessa forma, Viana (2002) diz que os itens de estoques podem ser divididos em três classes: Classe A, Classe B e Classe C.

Administrativamente, os materiais da Classe A são importantes, pois representam o

“grosso” do investimento, numericamente acima de 50%. Por isso, merecem um tratamento específico com controle minucioso e frequente. Pertencem a esta classe os poucos itens que comprometem parcela substancial do valor total dos estoques. Devido o montante financeiro que representam para a instituição, há maior atenção no seu controle pelos gerentes.

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Recomenda-se alto índice de rotatividade, aquisição de quantidades menores em curtos espaços de tempo, com maior frequência de compra, para esses materiais, minimizando a imobilização de recursos.

Pertencem a Classe B os itens em número e valor intermediário que devem receber um tratamento menos rigoroso que os da classe A posto que geralmente sua significação financeira oscila entre 20 e 30% do total do investimento.

A vigilância sobre a Classe C de materiais pode ser mais moderada, uma vez que o investimento representa aproximadamente 20% do custo total. Seu controle deve ser simples e econômico, já que o Capital empatado nesta classe de materiais é pequeno em comparação com as outras. Fazem parte dessa classe os numerosos itens de pouca importância em termos de valor.

Pode-se produzir um gráfico ilustrativo da categorização dos itens em estoque. De acordo com Mitiuye et al. (2008), o gráfico é tracejado nos eixos cartesianos, a qual neles são expostos os percentuais de consumo acumulados e demonstrados os percentuais dos números de produtos acumulados pelas respectivas classes. O Gráfico 1 mostra uma demonstração da curva ABC.

Gráfico 1 - Curva ABC.

Fonte: Letti & Gomes (2014).

De acordo com Oliveira (2011), uma classificação ABC de itens de estoque tida como típica apresenta uma configuração na qual 20% dos itens são considerados A e que estes respondem por 65% do valor de demanda ou consumo anual. Os itens B representam 30% do

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total de número de itens e 25% do valor de demanda ou consumo anual. Tem-se ainda que os restantes 50% dos itens e 10% do valor de consumo anual serão considerados de classe C.

2.6. MARKETING

Kotler (1998) diz que marketing pode ser definido como um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Alguns autores resumem o conceito de marketing em qualquer atividade consciente para divulgar, promover e vender um produto ou serviço.

Silva, Santos e Bacchi (2016) assumem que o marketing convencional é a forma que estamos mais familiarizados, pois está presente no nosso cotidiano, em TVs, rádio, jornal entre outros. Os mesmos autores também atentam para os custos dessa atividade, pois custa caro anúncios em canais de TV ou de rádio, fornecendo algo intangível, ou anúncios em jornais e outdoors, trazendo algo tangível.

Algumas empresas possuem departamentos responsáveis por todas as ações de marketing, o que segundo Kotler e Keller (2006) poder ser positivo ou negativo, pois por um lado se tem pessoas capacitadas para realizar funções específicas de marketing, por outro se tem as atividades muito concentradas em uma única célula da empresa, uma vez que ações de marketing devem estar presentes em todas as atividades empresariais.

Peçanha (2013) destaca que as atividades feitas por uma pessoa ou uma empresa no ambiente virtual com o objetivo de atrair novos negócios e criar inter-relações caracterizam o marketing digital. O mesmo autor destaca 3 vantagens de se utilizar o marketing digital, uma destas vantagens é a facilidade de comunicação e interação entre empresa e consumidor, diminuindo o lead time tornando a venda e a solução de possíveis problemas mais fácil. A segunda vantagem é o alcance global que o mundo virtual possibilita, e a terceira se trata da facilidade de traçar um perfil dos consumidores com o fácil acesso aos seus dados.

Essa vertente do marketing vem crescendo cada dia mais, isso devido a múltiplos fatores, mas se deve principalmente ao crescente número de usuários da internet que estão deixando a televisão e o rádio para segundo plano. (FONSECA; SANTOS; PIRES, 2017)

À medida que as mídias sociais se tornarem cada vez mais expressivas, os consumidores poderão, cada vez mais, influenciar outros consumidores com suas opiniões e

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experiências. A influência que a propaganda corporativa tem em moldar o comportamento de compra diminuirá proporcionalmente. (SILVA, SANTOS e BACCHI 2016)

2.7. OS 4 P’S DO MARKETING

O mix do marketing ou 4ps são ferramentas gerenciais que ao impulsionarem o mercado fazendo uma ponte entre o campo de atuação e oferta, o produto e a sua clientela e a sociedade na qual a empresa está inserida, possibilitando ao administrador uma tomada de decisão baseada em todo o contexto e o peso em que cada elemento traz para o negócio. A estrutura dos quatro Ps (Produto, Preço, Praça, Promoção), requer que os profissionais de marketing decidam sobre o produto e suas características, definam sobre preço, o custo que o cliente terá ao consumir serviço, distribuir o produto e selecionem métodos para promove-los.

Analisando os 4ps é possível determinar a abrangência de cada um deles e sua abrangência dentro da organização, bem como avaliar que estão sendo utilizadas e tudo que poderá ser feito pela técnica de atuação para desenvolver um referencial estratégico perante a concorrência. (SALES e XAVIER 2016)

Produto

Kotler (2000) define produto como algo que pode ser oferecido ao mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo, abrangendo tanto um produto quanto um serviço. O mesmo autor ainda classifica produto como 1) bens de conveniência; 2) bens comparados; 3) bens de especialidades; e 4) bens não procurados.

Preço

Se trata da expressão em valor comercial do bem ou serviço que está sendo ofertado, e é determinado com o objetivo de atender a demanda e maximizar a oferta de bens ou serviços (COBRA, 2003).

Promoção

É como o produto é recebido pelo cliente, diz respeito a imagem que chega ao consumidor final. É o estabelecimento de contato com o cliente, para que a empresa possa agir de forma mais rápida visando a satisfação do consumidor. Envolve a propaganda, as relações púbicas e a promoção de vendas (COBRA, 2003).

Praça

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É o ambiente estabelecido para levar produtos ou serviços até os consumidores, envolvendo canais de distribuição e venda e a armazenagem ou transporte do produto (COBRA, 2003).

Sendo assim, para a empresa obter sucesso deverá ter em mente, que para isso contará com o mix de marketing que visa ajudá-la nas análises estratégicas, visando um resultado satisfatório a respeito do produto a ser utilizado, o preço, suas condições e promoção atribuído a propaganda como um meio de chamar atenção do cliente a respeito do produto oferecido, informações via mídias sociais e a praça, ferramenta usada para informar ao cliente sua localidade. (SALES e XAVIER 2016).

Cada variável engloba uma série de atividades. As mais comuns em cada um dos quatro P’s são:

Quadro 1 - Variáveis mais comuns nos 4 P’s do marketing.

Variável Atividades

Produto

Diferentes tipos de Design Características

Diferenciais com a concorrência Marca

Especificações Política de Garantia Embalagem

Preço

Financiamentos

Condições de Pagamento Prazo médio

Número de Prestações Descontos

Crediário

Promoção

Propaganda Publicidade Relações Públicas Trade Marketing Promoções Praça

(Ponto de Venda)

Lojas

Canais de distribuição Logística

Armazenamento Distribuição

Fonte: Serrano et al. (2012).

Os 4 Ps também podem ser considerados a base de uma estratégia de marketing e quando andam em conjunto garantem o sucesso e conquista do público-alvo. Uma empresa

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27

deve analisá-los inicialmente em separado, para então trabalhar seus resultados em conjunto Serrano et al. (2012).

Ainda segundo Serrano et al. (2012), qual a prova de que as quatro ferramentas estão ligadas? Toda empresa possui um produto ou serviço que deseja vender, afinal ninguém produz com o intuito de guardar para si mesmo. Assim precisa trabalhar o valor de sua mercadoria (o preço), escolher um bom ponto de vendas (praça) e divulgar aquilo que se é vendido (promoção).

Figura 1 - Mix de marketing.

Fonte: Serrano et al. (2012).

Quando as quatro ferramentas andam juntas e são direcionadas para o público-alvo certo, a estratégia é um verdadeiro sucesso. O que significa dizer que ao criar um produto é preciso saber quem é a pessoa que vai consumi-lo, determinar um preço que esteja de acordo com esse mercado, escolher um local de vendas em que esse consumidor esteja presente – e se identifique – e finalmente trabalhar na divulgação, deixando claro que seu produto é exatamente o que aquele cliente precisa Serrano et al. (2012).

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2.8. RELAÇÃO GESTÃO DE ESTOQUE E MARKETING

Para Scuadra (2017), a disponibilidade dos produtos anunciados ao público é um componente realmente importante para as ações de marketing. Os produtos que você comercializa precisam estar disponíveis quando o cliente os procuram, bem como devem sair de onde eles são fabricados para alcançar o destino final.

Ainda de acordo com o mesmo autor, se isso não acontece, então, sua empresa não lucra. E sem lucratividade não há sobrevivência no mundo dos negócios. É por isso que sua gestão de estoque precisa estar alinhada ao marketing para que seus clientes sejam eficientemente atendidos.

Os canais de distribuição são importantes para ambas as áreas. Mais do que apenas controlar quantidades e rotatividade de produtos armazenados, sua empresa precisa definir uma estratégia de transporte de produtos. Fabricantes, prestadores de serviços ou varejistas, não importa: todos podem utilizar o transporte aéreo ou rodoviário, terceirizar o armazenamento, contratar uma empresa especializada em embalagens etc (SCUADRA, 2017).

Em suma, as opções são quase infinitas e devem ser definidas de acordo com as características gerais do seu negócio, as especificidades de sua base de clientes e seus objetivos estratégicos. Sempre que sua empresa escolher um canal de distribuição, o foco deve ser colocado na relação entre custos, vantagens e eficácia dos serviços contratados. Isso significa que o canal deve ser adequado o suficiente para garantir que os produtos cheguem ao destino de uma forma realmente oportuna e que satisfaça o cliente final (SCUADRA, 2017).

A gestão de estoque é essencial para o sucesso da sua empresa, justamente porque é indispensável lidar com a proteção dos produtos armazenados. Você deve saber exatamente quais itens constam em seu inventário (a implantação de um software adequado facilita enormemente essa tarefa) e quais devem ser adquiridos para o próximo período. O departamento de Marketing desenvolve promessas e cria expectativas a respeito dos produtos, através de suas campanhas.

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3. METODOLOGIA

3.1 CONDIÇÕES E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa foi aplicada na empresa “Paulinha Cosméticos”, um MEI com cerca de 15 anos de atividade no município de São Paulo do Potengi/RN. A empresa tem apenas um funcionário, que se trata da própria proprietária, e todas as funções, desde vendas e contato com fornecedores até controle de mercadorias e financeiro são de sua responsabilidade.

A empresa se mantém no mercado durante vários anos, pois apesar de algumas deficiências, possui uma clientela fidelizada. Porém, alguns problemas inviabilizam o crescimento dos negócios, tornando mais que necessário um estudo para mensurar estes problemas e sugerir melhorias visando sempre o sucesso do empreendimento em questão.

Sendo assim, por meio de visitas in loco foi realizada a coleta de dados no próprio estabelecimento, durante um período de 53 dias (entre 24 de maio de 2019 e 16 de julho de 2019), em horários combinados com a proprietária da empresa.

A coleta de dados foi feita por entrevistas com a dona da empresa e observação espontânea durante as visitas.

3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Quanto a natureza a pesquisa é aplicada, pois segundo Prodanov e Freitas (2013), busca produzir conhecimentos práticos voltados para a solução de problemas específicos. O método cientifico é dialético pois de acordo com Prodanov e Freitas (2013), fornece as bases para uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade, já que estabelece que os fatos sociais não podem ser entendidos quando considerados isoladamente, abstraídos de suas influências políticas, econômicas e culturais.

Quanto ao objetivo do estudo, temos uma pesquisa descritiva, como Prodanov e Freitas (2013) classificam, pois mostra características de um fenômeno utilizando coleta de dados. A abordagem é quali-quantitativa, pois segundo os mesmos autores, os dados são colhidos no próprio ambiente estudado, bem como a interpretação dos fenômenos e os dados são quantificados em tabela para que classifique os itens pelo método ABC. Por fim o procedimento utilizado foi um estudo de caso, visto que Prodanov e Freitas (2013)

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caracterizam o estudo de caso tendo o foco em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTOQUE DA EMPRESA

A empresa estudada disponibilizou seu espaço físico para que fosse feito o estudo sobre o estoque. Como a proprietária não utiliza nenhum tipo de sistema de informação que auxilie na contagem e controle das mercadorias, foi realizada uma contagem produto por produto. Após a contagem, houve condições da realização de uma análise ABC.

Figura 2 - Disposição dos produtos na Empresa Paulinha Cosméticos.

Fonte: Autoria Própria (2019).

Como não havia um controle das operações, a proprietária seguia com o empreendimento sem alguns conhecimentos importantes, como a quantidade de vendas por mês, quais produtos tem maior saída, quanto se está lucrando a cada mês, entre outros.

De acordo com a proprietária, parte do lucro sempre é revertido em novas mercadorias para girar o estoque, mas mesmo assim foi relatado que já houve problemas com produtos ao atingirem seus prazos de validade, caracterizando um produto que não possui demanda, dessa forma, cogita-se a possibilidade de não ser pedido novamente para os fornecedores e assim evitar novos prejuízos.

A análise da curva ABC na empresa visa um maior detalhamento de produtos em geral, quanto cada classe representa em valor monetário e de unidades de armazenamento

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32

(SKU’s), além de guiar as estratégias de marketing para tornar o estoque responsivo e mais condizente com a realidade atual da empresa, evitando futuras perdas.

4.2 ANÁLISE DA CURVA ABC

Em seu estoque atual, a empresa possui 91 tipos de produtos, sendo que cada produto possui certa quantidade disponível no estoque. A análise foi feita para agrupar os produtos em diferentes classes a fim de fundamentar alguma ação para dar mais rotatividade as mercadorias, ou seja, direcionar corretamente a estratégia de marketing nos produtos que mais dão retorno financeiro.

A tabela do anexo A, mostra os produtos disponíveis na empresa, sua disponibilidade atual e o valor acumulado de todos os itens. Nas demais colunas estão os valores em porcentagem individual de cada produto e acumulada, mostrando não haver produtos que se sobressaem em relação a outros, pois todos possuem uma porcentagem parecida. De acordo com a tabela, a empresa possui um total de pouco mais de 10 mil reais em mercadorias e uma boa variedade de produtos no qual atinge várias classes de clientes.

Tabela 1 - Proporções de SKU’s e de valor monetário.

Fonte: Autoria Própria (2019).

Com uma divisão de 60% da porcentagem acumulada para a categoria A, 85% para a categoria B e 100% para a categoria C, e com base em dados da tabela 1, foi feita a curva ABC da empresa analisada. De acordo com a tabela 1, temos que na categoria A aproximadamente 23,08% das SKU’s são responsáveis por 59,17% do valor total dos produtos da empresa, sendo assim os produtos mais importantes financeiramente. As SKU’s da categoria B são 30,77% do total e representam pouco mais de 25,24% do valor total dos produtos e, por fim, na categoria C temos 46,15% das SKU’s representando 15,60% do valor total.

Classe Corte Proporção de SKU's SKU's Acumulada Proporção de Valor Vendas Acumuladas

A 60% 23,08% 23,08% 59,17% 59,17%

B 85% 30,77% 53,85% 25,24% 84,40%

C 100% 46,15% 100,00% 15,60% 100,00%

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Gráfico 2 - Curva ABC: Percentual de vendas acumuladas x Valor total dos produtos.

Fonte: Autoria Própria (2019).

Após a análise ABC na empresa, pode-se afirmar que os produtos classificados como A devem ter toda a atenção da proprietária da empresa, uma vez que são responsáveis por 59,17% do valor total das mercadorias. Como existem produtos com mais tempo nas prateleiras que outros, isso deve ser levado em consideração para a realização de promoções ou outras alternativas para buscar mais vendas.

Classificados como B, os itens que representam essa faixa caracterizam-se por produtos além de acessíveis ao consumidor, produtos usados na diária, o que define sua importância na curva, precisam estar sempre em estoque já que devido a sua frequência serão procurados mensalmente. Estes produtos possuem outra característica importante pelo fato de ser usado para presentear em datas comemorativas, como aniversários por exemplo.

Os produtos classificados como C representam pouco mais que 15,60% do valor total das mercadorias, dessa forma, a proprietária tem a possibilidade de usar estes produtos em estratégias de marketing como sorteio entre os clientes, montagens de novos kits com produtos semelhantes ou até mesmo brindes. Essas ações tem o objetivo de fazer com que a empresa alcance mais clientes e melhore sua imagem, assim como dar maior rotatividade ao seu estoque. Os riscos para essas atividades são pequenos, pois como estes produtos tendem a ter um volume de vendas maior, o possível prejuízo seria compensado em pouco tempo.

R$ 0,00 R$ 100,00 R$ 200,00 R$ 300,00 R$ 400,00 R$ 500,00 R$ 600,00 R$ 700,00

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

A B C

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4.3 APLICAÇÃO DOS 4P´S

O marketing dentro da empresa não tinha um papel relevante, sendo pouco utilizado por opção da proprietária. Porém, após a interpretação dos dados anteriores, várias ações podem ser feitas com um direcionamento coerente visando a maximização dos lucros da empresa.

O meio de comunicação da empresa com os clientes é basicamente por WhatsApp, onde são mostrados os produtos, consulta de preços e divulgação de promoções. Como a empresa já possui clientes fidelizados, se torna mais fácil atingir novos públicos atraindo novos clientes.

Figura 3 - Balcão de atendimento de clientes na empresa Paulinha Cosméticos.

Fonte: Autoria Própria (2019).

Sobre o P de promoção, foi sugerido que a empresa investisse ainda mais em períodos comemorativos como dia dos pais, dia das mães, dia dos namorados e Natal, por exemplo, no qual as vendas aumentam consideravelmente, com a realização de promoções em produtos da categoria A e utilizando produtos das categorias B ou C em segundo plano.

Produtos que estão a muito tempo no estoque podem ser unidos com outros produtos semelhantes, formando um novo kit que seja mais atrativo que um produto individualmente.

Esta mesma estratégia pode ser utilizada inversamente, vendendo separadamente produtos que

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antes faziam parte de um kit específico, de preferência algum kit com bom tempo na prateleira para que se tenha mais lucro nas vendas separadas.

Foram definidas algumas sugestões de promoções aliadas a uma propaganda de marketing, levando seu cliente a opções pouco convencionais no mercado.

Atualmente se vê com mais frequência famílias formadas, não mais pelo método tradicional e sim com dois pais, duas mães ou só o pai, só a mãe, criado por avós, entre outros. Sendo assim, na compra de dois produtos iguais, dia dos pais ou dia das mães, o segundo produto sai com desconto.

“Ter um super-herói já é bom, imagina quem tem dois!!! Na compra de dois kits masculinos, o segundo ficará com 15% de desconto”.

“Mãe é mãe, agora duas mães é uma MÃEravilha! Na compra de dois kits femininos, o segundo ficará com 15% de desconto.

Esse valor de 15% pode ser praticado uma vez que a margem da proprietária sobre os produtos é de 20%, dessa forma, o lucro diminui, mas em compensação o giro do estoque aumenta.

Ainda assim, sugerimos promoções para a pessoa que for comprar o presente, anexamos produtos que tinham pouca saída a produtos cargo chefe e assim agrada a família por completo.

Na compra de um kit para o papai, ganhe um desodorante feminino ou um sabonete e na compra de um kit da mamãe, ganhe uma espuma de barbear ou um gel para cabelos. São ações que impulsionam a saída de produtos com um maior valor aquisitivo, pertencentes a curva A e também dá saídas aos produtos da curva C que possuem um menor valor de mercado.

Uma ação sugerida como parte de uma nova estratégia de marketing, relacionado ao P de Praça, é a migração para novas redes sociais, como Instagram e Facebook, seguindo assim as tendências dos empreendimentos atuais. Pode-se explorar também modos criados por esses aplicativos para empresários gerirem seus negócios, como um perfil comercial que pode ser usado inclusive no meio de comunicação já usado pela proprietária, que é o WhatsApp.

Essa medida visa organizar melhor assuntos relacionados ao comércio, separando de assuntos pessoais em uma mesma plataforma e ainda passa para o cliente que a empresa é confiável e está se empenhando para crescer e se expandir.

Outro objetivo dessa expansão para outras formas de se relacionar com o cliente é a maximização do número de clientes potenciais e o melhoramento da imagem da empresa, pois

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quanto mais clientes a empresa tiver, mais vendas serão feitas, o estoque terá maior circulação e consequentemente terá mais lucro.

Ainda segundo a tabela 1, podemos ver que alguns produtos classificados como C possuem quantidades em estoque relativamente altas, um espaço que poderia ser utilizado por outro produto de maior importância. Outra ação para essa situação é buscar dados de concorrentes sobre esses produtos, como é feita a comercialização e alguma estratégia para que se justifique a presença de várias unidades no estoque. Futuramente pode-se até questionar se tais produtos devem continuar sendo pedidos aos fornecedores.

O mesmo fato acontece com produtos das demais categorias, porém deve ser explorado de forma diferente, pensando em promoções e levando em consideração os prazos de validades, dando prioridade aos produtos mais antigos para evitar perdas.

Um dos principais papéis do marketing, além de divulgar de forma mais prática e convencional os produtos, é evitar perdas com produtos vencidos, já que a proprietária já atenta que esse problema já aconteceu. Dessa forma qualquer ação para vender esses produtos é válida, porque se o produto está perto de atingir o prazo de validade, provavelmente está a muito tempo na prateleira e consequentemente não teve saída.

Como o lucro é revertido em mercadorias, provavelmente esses produtos antigos são o lucro propriamente dito, logo e mais viável passar esses produtos por um preço mais baixo em forma de promoção do que perdê-lo totalmente.

Como foi visto, nenhuma ação de marketing teve algum custo financeiro associado, ou seja, simples atitudes podem trazer resultados significativos dentro de uma empresa, seja ela de grande ou pequeno porte. A forma como as empresas surgem e se mantem no mercado vai muito da mentalidade de seus proprietários.

No caso da empresa Paulinha Cosméticos, falta um pensamento mais empreendedor, um planejamento mais elaborado e uma visão mais futurista, pois mesmo que seja o caso de uma empresa caracterizada como MEI, de pequeno giro financeiro e com algumas dificuldades, futuramente esta pode crescer e se tornar altamente lucrativa, depende muito de quem administra e de como pensa esses administradores.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao fim deste trabalho, chegou-se a conclusão que a administração correta de estoques tem grande importância para a saúde financeira de qualquer empreendimento. Hoje em dia existem várias ferramentas e técnicas que ajudam o empresário a gerir de forma mais consciente seu negócio, buscando sempre uma melhoria contínua.

A empresa Paulinha Cosméticos possui um estoque diversificado em produtos, mas com algumas deficiências. Com a análise ABC, foi possível mostrar a gestora os principais pontos onde a empresa deve focar sua estratégia competitiva visando um crescimento que sempre se manteve estável e uma maximização nas receitas.

O marketing é a peça chave para que a empresa atinja novos clientes e cresça as vendas por meio da promoção dos produtos devidamente propícios para isso. A análise mostrou ainda os produtos que devem ter mais atenção da proprietária, por serem os que representam a maior parte do valor monetário total.

Para o problema de alguns produtos chegarem ao prazo de validade sem que sejam vendidos, foi sugerida uma análise dos concorrentes para saber a viabilidade de se manter tal produto disponível e também alguma forma de venda por meio de promoção, já que a perda de um produto antigo implica diretamente em prejuízos.

Dessa forma, a análise ABC na empresa pode resultar em uma série de melhorias importantes para o crescimento da mesma e tudo sem custos já que tudo que foi sugerido depende de uma mudança na forma de pensar e gerir a empresa.

Alguns benefícios futuros são a redução de perdas com produtos vencidos, aproveitamento melhor do espaço físico com produtos que tem saída, melhoria no nível de serviço e melhora na satisfação dos clientes.

A empresa Paulinha Cosméticos possui um grande potencial, pois mesmo com suas dificuldades e particularidades, se mantém ativa por mais de 10 anos no mercado. Com uma visão mais empreendedora e algumas ações de marketing, certamente a empresa pode crescer e se tornar a principal fonte de renda para sua dona, já que seus clientes podem não ser muitos mas mostram uma fidelidade e afinidade com a empresa e com o atendimento que recebem.

Pensando no futuro, outros estudos podem sugerir uma previsão de demanda para auxiliar a proprietária sobre o que e quanto pedir aos fornecedores, tendo uma gestão mais enxuta dos negócios.

Por fim, o trabalho contribuiu bastante para aplicação prática de conhecimentos teóricos adquiridos na comunidade acadêmica e também para a proprietária da empresa

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escolhida, fornecendo um maior detalhamento de seu próprio negócio, possibilitando uma gestão mais realista e um direcionamento mais preciso de suas estratégias de marketing.

Referências

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