A decisão de fazer um projeto Universidade-Empresa: uma simples
decisão de comprar ou fazer?
José Luiz Moreira de Carvalho (UFSCar) pjlmc@iris.ufscar.br José Carlos de Toledo (UFSCar) toledo@power.ufscar.br
Resumo
O desenvolvimento tecnológico tem um caráter estratégico para o país. O modelo de industrialização no Brasil, entretanto, não contribuiu para criar nas empresas uma cultura de incentivo à Pesquisa & Desenvolvimento. Fundos governamentais como o Fundo Verde Amarelo representam uma tentativa de incentivar uma cultura de inovação nas empresas brasileiras em colaboração com universidades, mas não são, porém, condições suficientes para atingir esse objetivo. É preciso entender os fatores que motivam as empresas a realizar projetos de pesquisa junto a universidades. Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que verificou, estudando 19 casos de projetos de pesquisa envolvendo universidade e empresas, os principais motivadores dessa relação. Dentre os resultados obtidos, o apoio de recursos humanos altamente qualificados se revelou um fator fundamental e a falta de equipe técnica própria, a intenção de desenvolver uma nova tecnologia com menor investimento e o acesso aos laboratórios e bibliotecas da Universidade se mostraram fatores muito importantes. Incentivos fiscais e fundos governamentais, por outro lado, foram considerados fatores pouco importantes.
Palavras chave: Inovação, Cooperação Universidade-Empresa, Pesquisa & Desenvolvimento.
1. Introdução
No novo ambiente altamente competitivo em que muitas indústrias estão inseridas, o lançamento de novos produtos, sejam estes completamente novos ou evoluções de produtos já existentes, passou a ser muito importante para um bom desempenho no mercado. Kotler (1996) identifica o desenvolvimento contínuo de produtos novos e aprimorados como a chave para a sobrevivência e crescimento das empresas. Segundo Utterback (1996), a inovação é um determinante central do sucesso ou fracasso a longo prazo para as empresas de manufatura. Além da questão mercadológica, o desenvolvimento tecnológico também tem um caráter estratégico para o país. Além de criar uma dependência econômica, pela necessidade de importar componentes sofisticados não produzidos no Brasil, ter que licenciar tecnologias concebidas em outros países e também pagar royalties, um desenvolvimento tecnológico incipiente é prejudicial à competitividade das empresas exportadoras brasileiras que competem no mercado internacional.
Considerando o caso da indústria brasileira, conforme BRASIL (1992), predominou na mesma a opção da importação ou a incorporação através de empresas estrangeiras como forma de absorver as novidades tecnológicas. Essa opção é considerada pela mesma referência muito restrita e limitada em termos de efeitos. Como principais evidências do atraso tecnológico no Brasil daquela época, são apontadas a baixa qualidade e freqüente falta de competitividade dos produtos brasileiros.
Por conta deste modelo de industrialização, as empresas brasileiras adquiriram tecnologias de base por meio de compra ou joint-ventures, transferidas principalmente na forma de hardware
e produtos e sem transferência de know-how. Houve, então, um aprendizado de como operar as tecnologias adquiridas mas, em muitos setores, houve pouco progresso no sentido de desenvolver novas tecnologias. Também não se criou nas empresas uma cultura de incentivo à Pesquisa & Desenvolvimento.
Com a queda de barreiras comerciais e a abertura dos mercados, comprar tecnologia pronta ao invés de desenvolver pode não ser a ação mais adequada do ponto de vista estratégico, pois, com a formação de mega-corporações globais através da instalação de novas fábricas ou da aquisição de empresas já existentes, a empresa licenciadora da tecnologia pode também ser a concorrente no mercado local. Com isso, as tecnologias disponíveis para o licenciamento podem não ser as mais novas ou mais eficientes, dando à empresa licenciadora uma vantagem competitiva em termos de custo e qualidade de produto.
De acordo com Clark & Wheelwright (1993), a capacidade tecnológica pode ser desenvolvida internamente através de investimentos em pessoas, equipamentos e metodologias ou através de projetos de desenvolvimento avançado. Há também as fontes externas. Algumas das formas mais comuns de adquirir novas tecnologias, de acordo com Bateman & Snell (2000), são o desenvolvimento interno, a compra, o intercâmbio de tecnologia, a pesquisa em parceria e joint-ventures, o desenvolvimento contratado e a aquisição de um detentor de tecnologia. No caso brasileiro, há a necessidade de se criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de tecnologia para capacitar suas empresas a competir internacionalmente e também reduzir a dependência externa de tecnologia. Como parte de uma política de Ciência e Tecnologia, em alguns setores estratégicos, o Governo brasileiro criou Fundos Setoriais de apoio à inovação. Um desses fundos, denomidado Fundo Verde Amarelo, é de acordo com MCT (2002), um Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para Apoio à Inovação. O objetivo declarado deste Fundo é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro mediante programas de pesquisa científica e tecnológica que intensifiquem a cooperação de Instituições de Ensino Superior e centros de pesquisa com o setor produtivo, contribuindo para acelerar o processo de inovação tecnológica.
A pesquisa em parceria com universidades é uma das alternativas de aquisição de tecnologia mas os Fundos não são condições suficientes para atingir esse objetivo. É preciso entender os fatores que motivam as empresas a realizar projetos de pesquisa junto a universidades. Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que verificou, estudando 19 casos de projetos de pesquisa envolvendo universidade e empresas, os principais motivadores dessa relação.
2. Metodologia
Para entender os fatores que motivam as empresas a realizar projetos de pesquisa junto a universidades, partiu-se de uma hipótese preliminar de que essa escolha segue uma lógica semelhante à escolha de um fornecedor de produtos ou serviços, mesmo considerando a diferença na natureza das instituições.
A decisão de comprar ou fazer (“make or buy”) envolve alguns critérios. Para Burbidge (1981), as razões que podem levar um fabricante a comprar um item, ao invés de fazê-lo, são: falta de condições técnicas, falta de capacidade (de produzir na quantidade necessária) e por que é mais barato comprar. De acordo com Slack et al. (1997), quando uma organização decide comprar produtos ou serviços de um fornecedor, está implicitamente tomando a decisão de não produzir ela mesma os produtos/serviços. Delegando essas tarefas a especialistas externos, a empresa se permite concentrar naquilo que a faz ser competitiva no mercado (o seu negócio principal). Os mesmos autores identificam o critério financeiro (se é possível produzir com custo menor do que se pode obter do mercado) como principal critério
de decisão.
Estudiosos da Cooperação Universidade-Empresa vêem outras motivações para as empresas buscarem os projetos junto às universidades. Citados por Oliveira (2002), Moraes & Stal identificam o desenvolvimento tecnológico com menor investimento, o apoio de recursos humanos altamente qualificados e o acesso aos laboratórios e bibliotecas da universidade como motivadores. Outros fatores, citados por Segatto-Mendes & Sbragia (2002), são a resolução de problemas técnicos e a identificação de alunos para recutamento futuro.
Para conhecer as características da interação Universidade-Empresa na prática, e entender, na realidade brasileira, as razões que levam as empresas a busca-la, procurou-se investigar, através do método de estudos de casos, projetos de pesquisa realizados entre universidade e empresas conduzidos por 19 pesquisadores (17 professores e 2 professoras) diferentes vinculados à Universidade Federal de São Carlos. Desse conjunto, 18 pesquisadores estão ligados às áreas de Ciências Exatas e de Tecnologia, sendo 11 do Departamento de Engenharia de Materiais, 2 do Departamento de Engenharia de Produção, 2 do Departamento de Química, 2 do Departamento de Física e 1 do Departamento de Engenharia Química. Um pesquisador é da área de Ciências Biológicas, vinculado ao Departamento de Hidrobiologia. Todos os 19 pesquisadores foram entrevistados pessoalmente, ficando a critério destes a escolha do caso a ser analisado.
Dentre outras questões investigadas, procurou-se avaliar a visão do conjunto de pesquisadores sobre os fatores que levaram as empresas a buscar e/ou realizar o projeto. Com base nos critérios da decisão de comprar ou fazer (falta de equipe técnica própria; falta de condições técnicas próprias; mais barato fazer o projeto de cooperação que desenvolver internamente), nos fatores citados pelos estudiosos da Cooperação Universidade-Empresa (apoio de recursos humanos altamente qualificados; desenvolver uma nova tecnologia com menor investimento; acesso aos laboratórios e bibliotecas da Universidade; capacitação dos recursos humanos da empresa; resolução de problemas técnicos da empresa; abrir canais para recrutamento de novos talentos) e em outros também considerados possíveis importantes motivadores (encurtamento do tempo de transformar um novo conhecimento em um novo produto/processo/serviço; dificuldade de acesso/licenciamento de uma nova tecnologia; incentivos fiscais e fundos governamentais; e compartilhamento do risco financeiro da P&D), foram definidos 13 critérios para avaliação.
Além do conjunto de pesquisadores, analisou-se também a influência, sobre os fatores motivadores, do tipo de capital controlador da empresa e do tamanho da empresa.
3. Resultados Obtidos
Nessa avaliação, foi utilizada uma escala de importância atribuindo valores numéricos inteiros de 1 a 5 (1 = irrelevante; 2 = de pouca importância; 3 = de média importância; 4 = de muita importância; 5 = fundamental). No cálculo da média das avaliações, foram considerados os intervalos entre os valores inteiros (0 a 1,49 para irrelevante; 1,5 a 2,49 para pouca importância; 2,5 a 3,49 para média importância; 3,5 a 4,49 para muita importância; e 4,5 a 5 para fundamental).
Além da análise geral dos 19 casos, procurou-se verificar o comportamento das empresas de acordo com o seu tamanho e o seu capital controlador. Das 19 empresas, 8 são produtoras de matérias-primas (plásticas e metálicas), 3 produzem bens de consumo duráveis ou não duráveis (aviões, impressoras, material de higiene e limpeza), 5 fabricam peças ou componentes para bens de consumo (autopeças, embalagens), 2 fabricam material para construção civil (tubos, cabos) e uma presta serviços de segurança pública.
fatores, de acordo com o seu grau de importância. O apoio de recursos humanos altamente qualificados se mostrou a mais importante motivação para as empresas buscarem projetos junto às universidades (gráfico 1). Como fatores muito importantes, aparecem também a falta de equipe técnica própria, a intenção de desenvolver uma nova tecnologia com menor investimento e o acesso aos laboratórios e bibliotecas da Universidade.
Fatores fundamentais e muito importantes
3,53 3,63
3,79
4,53
0 1 2 3 4 5
Acesso aos laboratórios e bibliotecas Desenvolver tecnologia com menor
investimento
Falta de equipe técnica própria Apoio de RH altamente qualificados
Figura 1 – Fatores fundamentais e muito importantes
Nota-se a importância da qualificação e do conhecimento científico dos pesquisadores como fator de atração de projetos com empresas. A falta de uma equipe técnica própria suficientemente qualificada e a necessidade de dispor dos equipamentos de laboratório e bibliotecas da universidade podem ser evidências de pouca disposição das empresas em ter no seu quadro de pessoal pesquisadores qualificados e investir em equipamentos de laboratório (pelo custo que estes podem acarretar, em termos de pessoal e investimentos, ou pela pouca prática em investir em projetos de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D)).
Fatores de média importância
3,00 3,16 3,21 3,26 3,42 0 1 2 3 4 5 Resolução de problemas técnicos Mais barato fazer a
cooperação Capacitação dos RH da empresa Falta de condições técnicas próprias Encurtamento do tempo
Figura 2 – Fatores de média importância
transformar um novo conhecimento em um novo produto/processo/serviço; a falta de condições técnicas (instalações, equipamentos) próprias; a capacitação dos recursos humanos da empresa; por ser mais barato fazer o projeto de cooperação que desenvolver internamente; e a resolução de problemas técnicos da empresa. Considerando a heterogeneidade das empresas, a depender do caso alguns desses fatores foram considerados muito importantes e até mesmo fundamentais.
A importância média de fatores como o encurtamento do tempo de transformar um novo conhecimento em um novo produto/processo/serviço e a resolução de problemas técnicos da empresa explica-se pela própria natureza da relação Universidade-Empresa. Considerando que o tempo de realização de um projeto é relativamente maior na Universidade (pelo rigor científico exigido, pela necessidade de conhecer o know-why), nem sempre as empresas levam às universidades os seus problemas mais urgentes. Da mesma forma, tentam solucionar internamente os seus problemas técnicos, só procurando auxílio quando esgota-se a sua capacidade de resolução.
Como fatores pouco importantes ou irrelevantes (gráfico 3), aparecem a dificuldade de acesso/licenciamento de uma nova tecnologia; a intenção de abrir canais para recrutamento de novos talentos; os incentivos fiscais e fundos governamentais e a intenção de compartilhar o risco financeiro da P&D. Destaca-se, neste caso, a pouca importância (quase irrelevante) dos incentivos fiscais como motivadores dos projetos. Em apenas dois casos houve participação de fundos governamentais (um da FINEP, outro do Fundo Verde Amarelo) e em apenas um os incentivos fiscais, previstos na lei de informática, foram fatores determinantes do projeto.
Fatores pouco importantes e irrelevantes
1,37 1,68
2,05 2,47
0 1 2 3 4 5
Compartilhar o risco financeiro da P&D Incentivos fiscais e fundos governamentais Abrir canais para recrutar novos talentos Dificuldade de licenciamento de tecnologia
Figura 3 – Fatores pouco importantes e irrelevantes
Na investigação da influência do tipo de capital controlador sobre o disposição das empresas em investir em projetos junto a universidades, foram definidas quatro categorias: estatal (incluindo uma corporação prestadora de serviços de segurança púiblica); privada nacional; privada multinacional; e mista (com associação de capitais privados nacionais e multinacionais, ou também com capital estatal). Dos 19 casos, em 2 as empresa são estatais, em 7 são privadas nacionais, em 6 são privadas multinacionais e em 4 casos têm capital misto. No quadro 1 são apresentados os resultados dos fatores fundamentais e muito importantes para estas empresas buscarem os projetos. Em relação a esses fatores, não se observa diferenças significativas entre as categorias. A preocupação com a capacitação dos recursos
humanos da empresa através do projeto, entretanto, apresentou um comportamento bastante heterogêneo, sendo irrelevante para as empresas estatais, de média importância para as privadas multinacionais e muito importantes para privadas nacionais e de capital misto.
Tipo de capital
controlador Fatores fundamentais Fatores muito importantes Estatal (n=2) Apoio de recursos humanos altamente
qualificados; Falta de equipe técnica própria; Desenvolver uma nova tecnologia com menor investimento
Falta de condições técnicas próprias; Acesso aos laboratórios e bibliotecas da Universidade; Encurtamento do tempo de transformar um novo conhecimento em um novo produto/processo/serviço
Privado Nacional (n=7)
-
Apoio de recursos humanos altamente qualificados; Desenvolver uma nova tecnologia com menor investimento; Acesso aos laboratórios e bibliotecas da Universidade; Encurtamento do tempo de transformar um novo conhecimento em um novo produto/processo/serviço; Capacitação dos recursos humanos da empresa; Mais barato fazer o projeto de cooperação que desenvolver internamente
Privado Multinacional (n=6)
-
Apoio de recursos humanos altamente qualificados; Falta de equipe técnica própria; Desenvolver uma nova tecnologia com menor investimento; Acesso aos laboratórios e bibliotecas da Universidade; Encurtamento do tempo de transformar um novo conhecimento em um novo produto/processo/serviço Misto (n=4) Apoio de recursos humanos altamente
qualificados Falta de equipe técnica própria, Capacitação dos recursos humanos da empresa Quadro 1 – Fatores fundamentais e mais importantes, por capital controlador das empresas
Procurou-se também verificar o comportamento das empresas de acordo com o seu tamanho (quadro 2). Pelo critério do número de funcionários, houve apenas três casos em que as empresas não eram grandes (uma pequena, duas médias). Como a amostra não foi estratificada pelo tamanho, esses números também evidenciam uma maior tendência das grandes empresas buscarem esses projetos em relação às médias e pequenas, pela maior capacidade das primeiras em investir em P&D.
Tamanho da
empresa Fatores fundamentais Fatores muito importantes Pequena/médias
(n=3) Apoio de recursos humanos altamente qualificados; Capacitação dos recursos humanos da empresa
Desenvolver uma nova tecnologia com menor investimento; Encurtamento do tempo de transformar um novo conhecimento em um novo produto/processo/serviço
Grandes (n=15) Apoio de recursos humanos altamente
qualificados Falta de equipe técnica própria; Desenvolver uma nova tecnologia com menor investimento; Acesso aos laboratórios e bibliotecas da Universidade
Quadro 2 – Fatores fundamentais e mais importantes, por tamanho das empresas
Os resultados apresentados no quadro 2 mostram os fatores considerados fundamentais e muito importantes, de acordo com o tamanho das empresas. Como diferença significativa entre os dois grupos, nota-se a importância desses projetos como fator de capacitação dos
recursos humanos para as médias/pequenas empresas.
4. Conclusão
Apesar da heterogeneidade dos 19 casos estudados, os resultados gerais evidenciam um conjunto de fatores motivadores da busca por empresas de projetos junto a universidades. Dentre os resultados obtidos, o apoio de recursos humanos altamente qualificados se revelou um fator fundamental e a falta de equipe técnica própria, a intenção de desenvolver uma nova tecnologia com menor investimento e o acesso aos laboratórios e bibliotecas da Universidade se mostraram fatores muito importantes. Incentivos fiscais e fundos governamentais, por outro lado, foram considerados fatores pouco importantes.
A pouca importância atribuída aos incentivos fiscais, porém, não significa que estes não possam ser meios de incentivo a projetos Universidade-Empresa, mas evidencia que estes não são condição suficiente.
A análise dos casos evidencia uma lógica técnica/econômica na decisão das empresas de buscar a universidade como parceira de projetos, mas não a caracteriza como uma simples decisão de comprar ou fazer (“make or buy”). Apesar da importância de fatores como a falta de condições técnicas (tanto de equipe quanto de equipamentos), a intenção de desenvolver tecnologia com menor investimento e por ser mais barato fazer o projeto que desenvolver a P&D internamente, nem sempre predominam critérios estritamente econômicos. Ganhos difíceis de mensurar contabilmente, como a capacitação dos recursos humanos da empresa, também são considerados importantes. O compartilhamento do risco financeiro da P&D, por outro lado, é um fator irrelevante para a maioria dos casos estudados.
Também se constatou, pelo menos para os casos estudados, a importância relativamente pouca da difuldade de acesso/licenciamento de tecnologia como um fator motivador de projetos. Entretanto, como afirma Viotti, citado por Ferreira (2002, p. 9), “quanto mais nova é a tecnologia, menor é a disposição de seu proprietário para comercializá-la e maiores são os ganhos competitivos que ela proporciona”.
Mais que Fundos governamentais, o fortalecimento da relação Universidade-Empresa para o desenvolvimento tecnológico necessita da formação nas universidades de recursos humanos altamente qualificados, tanto para o quadro de pessoal da Universidade quanto para as empresas. Investimentos em laboratórios e bibliotecas, mesmo sendo importantes para possibilitar a realização de pesquisas, não bastam para tornar viável a realização de projetos em conjunto.
Esta pesquisa foi realizada com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os autores também agradecem aos pesquisadores que colaboraram com o trabalho.
Referências
BATEMAN, T.S. & SNELL, S.A. (2000) - Administração: construindo vantagem competitiva. Atlas. São Paulo. BRASIL. (1992) - Causas e dimensões do atraso tecnológico: relatório final. Congresso Nacional. Brasília. CLARK, K.B., WHEELWRIGHT, S.C. (1993) - Managing new product and process development: text and
cases. Free Press: New York.
FERREIRA, E.W.S. (2002) – Um modelo de institucionalização da cooperação entre universidade e empresa: o caso da UFSCar. Dissertação de Mestrado, Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos.
KOTLER, P. (1996) - Marketing. Atlas: São Paulo.
OLIVEIRA, R.M. (2002) - A cooperação da Universidade Federal de São Carlos com a sociedade. Dissertação de Mestrado, Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos.
SEGATTO-MENDES, A.P. & SBRAGIA, R. (2002) – O processo de cooperação universidade-empresa em universidades brasileiras. Revista de Administração. Vol. 37, n. 4, p.58-71.
SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A. & JOHNSTON, R. (1997) - Administração da
produção. Atlas: São Paulo.