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ÁGUA NO ESPAÇO URBANO: RIO GRANJEIRO CRATO- CE

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Academic year: 2021

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Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri IV Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 17 a 19 de Dezembro de 2012

ÁGUA NO ESPAÇO URBANO: RIO GRANJEIRO CRATO- CE

1943-1960

Marilyn Ferreira Machado 1 Yane Ferreira Machado 2 Eurípedes Antônio Funes3

1 Introdução/ Desenvolvimento

Na Serra do Araripe jorram diversas fontes que durante muito tempo foram utilizadas pela população para saciar suas necessidades. Devido as suas fontes abundantes a cidade de Crato tornou-se conhecida como um “Oásis no meio do Sertão”. Assim narrava-se o espaço do vale caririense. Essa era a visão transmitida pelos viajantes, políticos, escritores, poetas e habitantes, no século XIX. Como cita Gardner: Impossível descrever o deleite que senti ao

entrar neste distrito (...) depois de marchar mais de trezentas milhas através de uma região que naquela estação era um pouco melhor que um deserto. (GARDNER, 1975: 92)

Albuquerque (2008) afirma que o discurso regionalista não é dado a partir de outra região, mesmo esta refletida como um recorte geográfico já dado, ou refletida como um produto da regionalização do ambiente nos campos econômico ou político (...). Todo discurso

precisa medir e marcar um espaço de onde se enuncia. Antes de inventar o regionalismo, a região é produto deste discurso. Determinar uma região é imaginá-la como um conjunto de

imagens e enunciados que se reproduzem, com frequência, em diferentes discursos,

1 Graduada em História pela Universidade Regional do Cariri- URCA e aluna do Curso de Pós- graduação em História Contemporânea da Faculdade de Juazeiro do norte – FJN, Crato, Ceará, marilyn-ferreira@hotmail.com

2 Graduanda em Psicologia pela Faculdade leão Sampaio- FALS e Graduanda do curso de História da Universidade Regional do Cariri-URCA, Crato, Ceará, Yane-ferreira@hotmail.com

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momentos, estilos e não imaginá-la de maneira homogênea, uma identidade definida logo de inicio.

Acredita-se que a região não deve ser percebida como alguma coisa exterior aos sujeitos que a habitam e que essa não seja definida simplesmente por sua dimensão física, portadora, dessa forma, de uma particularidade, mas como “uma espacialidade que está sujeita ao movimento pendular de construção/destruição, contrariando a imagem de eternidade que sempre se associa ao espaço”. (ALBURQUERQUE, 2008, p.222)

A problemática central que iremos abordar está direcionada a gestão desse manancial. Destacaremos quais eram os fatores envolvidos no processo de poluição desse afluente. Quais eram os problemas enfrentados pela população no setor de infra-estrutura e saneamento? E quais eram as medidas adotadas pela gestão municipal para sanar os problemas nesses setores? Essas indagações e a pesquisa bibliográfica e de fontes nortearão o nosso estudo do período determinado.

Neste trabalho pretendemos discutir a relação sociedade-natureza, destacando o planejamento urbano e as políticas locais para a gestão do Rio Granjeiro localizado no sul cearense, município de Crato. Este afluente encontra-se totalmente inserido na área sedimentar municipal e do distrito de Belmonte. Nasce na encosta da Chapada do Araripe, ocupa uma área total de 20,96 km² e apresenta 10,3 km de extensão. Esse rio teve grande influência no processo de ocupação e povoamento, a maior concentração populacional é exatamente em áreas adjacentes deste, os rios Batateiras e Saco-Lobo.

2 Metodologia/ Resultados

Tomando como base o que diz Bloch (1944): “Para permanecer uma ciência, a

história deve se mexer, progredir; mais que qualquer outra, não pode parar.” p. 20. A história

vem se mostrando mais aberta as outras áreas aos novos domínios de Clio, como podemos citar a relação entre a história e natureza que até a década de setenta encontrava-se adormecida. Que corrente teórica seguir? Essa é uma das questões que mais incomodam os pesquisadores é determinar a teoria onde seus trabalhos se adaptam.

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natureza. Os historiadores têm conduzido suas indagações de maneira sistemática em direção à natureza, a ponto de criarem uma nova “ramificação” de estudos: a “História Ambiental”.

Dessa forma, para Worster (1991), a história ambiental nasce de um objetivo moral, tendo também fortes compromissos políticos. Ela tem por finalidade “aprofundar o nosso entendimento de como os seres humanos foram através dos tempos, afetados pelo seu ambiente natural, como eles afetaram esse espaço e quais os resultados” (p.199). Optou-se pela abordagem da História Ambiental por sua relevância em incorporar no estudo da sociedade as variáveis ambientais. Assim, não se deve perder de vista a idéia inicial de relacionar às novas abordagens historiográficas às transformações sociais e políticas.

Para a realização dessa pesquisa no primeiro momento realizamos a coleta de fontes primárias e secundárias sobre o tema, como podemos citar tais fontes: O Cariri, A cidade de

Crato e Patuá de recordações. Utilizamos também fontes primarias como os jornais (Gazeta do Cariri e O Araripe). O acervo consultado está disponível no Instituto Cultural do Cariri-

ICC localizado na cidade de Crato- CE. E nos apoiamos também nos estudos de teóricos que seguem a corrente da História Ambiental. Com essa base, pretendemos escrever uma parte da História do Rio Granjeiro, no período delimitado para o presente estudo.

Em sua obra Os Historiadores e os Rios: natureza e ruína na Amazônia brasileira Victor Leonardi (1998) aborda uma vertente substancial que o edifica a condição de uma obra que se torna uma referência para a área de meio ambiente e para as ciências humanas. O estudo sobre meio ambiente e história não aparecem de forma isolada como ocorrem com frequência em outros trabalhos. O autor trata do desenvolvimento de uma cidade de Airão ou de um grupo populacional devido a este localizar-se às margens do rio Jaú, afluente do rio Negro. Atualmente, a cidade é conhecida como Velho Airão (foi fundada em 1694, mais antiga que a primeira capital do Amazonas, as atividades econômicas estiveram centralizadas nessa região).

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3 Considerações Finais

Através do estudo das fontes, concluímos que no período de 1943 a 1960, a situação do rio foi historicamente construída, através das escolhas de projetos e políticas públicas para a gestão deste manancial. Acreditamos que a preocupação com a preservação do meio ambiente é de fundamental importância, visto que nossa vida depende do meio natural.

O esgotamento sanitário é problemático, pois até os dias atuais não existe coleta de esgoto e as águas provenientes dos esgotos domésticos, hospitalares e industriais são lançadas nos rios da região. A sociedade é, em grande parte, caracterizada na história da ocupação e modificação do espaço pelo homem. Mais do que conviver, o homem modifica o meio de forma a atender às suas necessidades e desejos. Esse processo de apropriação e modificação reflete e retrata a postura da sociedade em cada época, dessa forma evidencia o resultado dos conflitos de interesses dos múltiplos atores participantes do processo de construção social.

A partir do que foi relatado, o rio passa de afluente para um efluente, ou seja, o resultado do uso da água nas residências, ou os dejetos gerados a partir desse uso, sem que tenham sido tratados para que haja uma destinação final adequada.

4 Referências

ALBUQUERQUE, Durval Muniz de. Nos destinos de fronteira. História, espaços e identidade regional. Recife: Bagaço, 2008, p.222.

BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da História, ou, O Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.p. 20

DRUMMOND, José A. A história ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, p. 177-197, 1991

FARIAS, Waldemar Arraes de. Crato: evolução urbana e arquitetura 1740-1960. Waldemar Arraes de Farias Filho. –Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, p.183, 2007.

LEONARDI, Victor. Os historiadores e os rios: natureza e ruína na Amazônia brasileira. UNB, 1998.

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RIBEIRO, Simone Cardoso. Susceptibilidade aos Processos Erosivos Superficiais com Base na Dinâmica Geomorfológica na Micro bacia do Rio Granjeiro, Crato/CE. 2004. Dissertação – Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPGG, 2004.

WORSTER, Donald. Para fazer história ambiental. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, p.199, 1991

Jornais

GEORGE HERFORD, A água do rio, Gazeta do Cariri, Crato-CE, p. 02, 30 de junho de 1918

Referências

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