Abordagem Contingencial
•
Contingência:
algo imprevisível, que pode acontecer ou não,dependendo das circunstâncias.
•
Máxima: tudo depende!
‒ Nada é absoluto, não existe uma única melhor maneira de administrar
e organizar, tudo depende do contexto.
‒ Caráter eclético e integrativo: aproveita teorias anteriores.
‒ Oposição às ideias absolutas das escolas clássicas (princípios gerais de Administração).
‒ Relativismo em Administração: tudo é relativo.
•
Ênfase no ambiente e na tecnologia.
Abordagem Contingencial
•
Lawrence e Lorsch: não existe the best way.
‒ As organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais.
•
Chiavenato: “é um passo além da Teoria de Sistemas”.
‒ Organização é um sistema aberto em contínua interação com o ambiente;
‒ Analisa as relações dentro e entre subsistemas, bem como entre a organização e seu ambiente;
‒ Refuta princípios universais de administração e defende que uma
Abordagem Contingencial
•
“Homem Complexo":
‒ ser humano como um sistema complexo de valores, percepções, características pessoais e necessidades.
‒ Busca manter seu equilíbrio interno diante das demandas feitas pelas forças externas do ambiente (família, amigos, organizações etc.).
o Recebe insumos do ambiente, reage, provoca mudanças.
Abordagem Contingencial
•
Fatores situacionais (Sobral e Peci):
Grau de Incerteza e Complexidadedo Ambiente Externo; Tamanho da Organização; Tecnologia; Tarefa; Ambiente interno.
•
Burns e Stalker: modelo Mecânico X Orgânico
Burocrático: rígido, vertical,
forte controle, regras,
hierarquia, especialização, centralização, autoridade
formal, liderança autocrática.
Adhocrático (pós-burocrático) - flexível,
• 2016 TCE-SC Auditor Fiscal de Controle Externo
Segundo a teoria contingencial, não há modelo organizacional exclusivo nem modelo melhor que outro porque as organizações são sistemas
abertos que necessitam de cuidados, de administração e tratamento adequados ao tipo de atividade que desempenhem e ao ambiente em que se encontrem.
• 2015 MPOG Administrador
Uma das principais diferenças entre a abordagem clássica da administração e a contingencial diz respeito às hipóteses de
• 2016 FUNPRESP Analista
Adaptar-se às mudanças conjunturais e conseguir aproveitar as
oportunidades oferecidas pelo ambiente são alguns dos pressupostos do modelo de administração contingencial.
• 2015 FUB Administrador
Apresenta características da teoria contingencial a organização que altera suas estratégias, sua estrutura ou seus processos administrativos em
função de mudanças no cenário macroeconômico; de aumento ou
redução de seu mercado consumidor; de melhora ou piora nos índices de aceitação de seus produtos e serviços; e de sua desatualização em
relação aos avanços tecnológicos.
• 2012 ANAC Técnico em Regulação de Aviação Civil
• 2012 ANATEL Analista Administrativo
O modelo de abordagem contingencial da administração
pressupõe alto valor agregado e prioriza as habilidades técnicas na estrutura administrativa.
• 2013 CPRM Analista em Geociências – Administração
O relativismo dentro da administração é tratado pela teoria
contingencial, que explica não haver nada de absoluto nos princípios gerais de administração.
• 2013 UNIPAMPA Administrador
Na abordagem contingencialista, o ambiente e suas circunstâncias não representam ameaças à estrutura interna da organização.
• 2011 EBC Analista
Modelos Teóricos de Administração Pública
•
Três modelos básicos: patrimonialista, burocrático e gerencial.
Estas três formas se sucedem no tempo, sem que, no entanto,
qualquer uma delas seja inteiramente abandonada.
• Patrimonialismo: res publica não é diferenciada da res principis; o
aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano; os cargos são considerados favores pessoais.
• Burocracia: surgiu para combater o patrimonialismo, por meio do
controle rígido (a priori) dos processos, da impessoalidade, da legalidade e da profissionalização. Na prática, possui inúmeras disfunções.
• Gerencialismo (Nova Administração Publica): busca combater as
disfunções burocráticas (ineficiência); tem foco nos resultados (controle a
posteriori), redução de custos, descentralização da autoridade e aumento
da qualidade dos serviços ofertados aos cidadãos.
Modelo Patrimonialista
• -Primeiro modelo de administração dos Estados Nacionais modernos.
‒ Estado era uma extensão do poder do soberano - não havia diferenciação entre os bens do governante (res principis) e os bens públicos (res publica); ‒ Captura da Administração Pública por entes privados: propriedade e o
exercício do poder são parte do patrimônio pessoal do governante.
‒ Administração é tratada como assunto pessoal do senhor: falta de regras universais – predominância de situações casuísticas e personalistas.
• Max Weber:
‒ Estado Patrimonialista: governos servem ou favorecem os interesses de uma rede de amigos, familiares, apadrinhados e afiliados políticos que demonstram lealdade aos donos do poder.
‒ Estado Não Patrimonialista: defende os interesses da sociedade como um todo de forma impessoal; as instituições e cargos públicos existem para servir a nação e não podem ser usados para ganhos privados.
Modelo Patrimonialista
•
Dominação legitimada pela tradição (Dominação Tradicional -
Weber) tende ao Patrimonialismo.
‒ Tem respaldo nos costumes, nas tradições.
‒ Não se obedece a estatutos, mas a pessoas indicadas pela tradição. ‒ Não se obedece ao líder devido ao seu carisma ou “poder divino”. ‒ Há quadro administrativo, mas não possui elementos como:
o competência fixa segundo regras objetivas; o hierarquia racional fixa;
o nomeação e promoção regulada por contrato; o formação profissional;
o salário fixo - as fontes de sustento dos "servidores" são a
apropriação privada de bens e a degeneração do direito a taxas.
CESPE 2011 PREVIC
O modelo patrimonialista é caracterizado pela confusão entre o
interesse público e o interesse privado, em que prevalece a noção de que o Estado é uma extensão da família real.
CESPE 2011 TRE
O gestor público que se pauta pelo modelo patrimonialista age de acordo com o princípio que preconiza ser o Estado aparelho que funciona em prol da
sociedade.
CESPE 2014 SUFRAMA
No Estado patrimonial, a estrutura pública é tida como extensão do poder do soberano, de modo que seus servidores possuem status de nobreza.
CESPE 2011 PREVIC
Modelo Burocrático
•
Forma de combate ao patrimonialismo:
‒ Busca proporcionar maior controle e eficiência da coisa pública, justiça e tratamento igualitário
para servidores e para cidadãos.
•
Ganha força devido às mudanças ocorridas nas sociedades
modernas (séc. XVIII):
‒ Distinção entre mercado, sociedade e Estado; Liberalismo;
Democratização; Revolução industrial; Emergência de novas classes sociais; Economia monetária; Iluminismo; Protestantismo;
Crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas, etc.
É uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade,
isto é, na adequação dos meios aos objetivos,
a fim de garantir a máxima eficiência (Weber).
O que é burocracia?
•
Diversas visões:
‒Sociológica – Max Weber – tipo puro, tipo ideal.
‒Popular – disfunções.
‒Classe social.
X
Burocracia
•
Remonta à época da Antiguidade, quando o ser humano
elaborou e registrou suas primeiras normas estatais e sociais.
•
Uso da expressão Burocracia: século XVII - Vincent de Gournay
‒Poder exercido pelos funcionários da administração estatal sob a
monarquia absolutista francesa.
Bureau = escritório + Krátos = poder, força
‒“Temos uma doença que faz muitos estragos; essa doença se
chama buromania”.
‒Gounay considerava a burocracia uma quarta forma de governo
(junto com monarquia, aristocracia e democracia).
Max Weber – Teoria da Burocracia
•
1864 – 1920
• Professor, Sociólogo, Filósofo, Jurista, Economista, Cientista Político...
• Era Administrador de empresas? • Inventou a burocracia?
• Defendia a Burocracia?
• Queria entender a forma pela qual
uma comunidade aparentemente amorfa transformava-se em
sociedade dotada de racionalidade.
• Entendia que a peculiaridade histórica do Estado moderno estava
exatamente em ser uma empresa similar a uma fábrica.
Max Weber – Teoria da Burocracia
“A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”
•
Por que algumas sociedades ocidentais desenvolveram o
capitalismo, enquanto outras sociedades não?
‒Por convicções religiosas!
• Catolicismo: lucro = pecado, culpa.
• Ética Protestante: normas sociais e morais que pregam o trabalho
árduo, a poupança e o ascetismo (desapego aos prazeres
mundanos).
‒Reaplicação dos excedentes no próprio negócio, em vez do
consumo em símbolos improdutivos de vaidade e de prestígio.
Max Weber – Teoria da Burocracia
“A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”
•
O capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna são
três formas de racionalidade que surgiram a partir das mudanças
religiosas ocorridas inicialmente em países protestantes - Inglaterra e
Holanda – e não em países católicos.
‒Capitalismo = empresas cujo objetivo é o maior lucro possível e
cujo meio é a organização racional do trabalho/produção.
•
Papel da Burocracia = racionaliza a evolução do capitalismo,
organizando as pessoas e o crescimento econômico, político e social.
Max Weber – Teoria da Burocracia
“Economia e Sociedade”
•
Originalmente: parte da coletânea Grundriss der Sozialökonomik -
Elementos de economia social.
•
Obra póstuma:
‒4 primeiros capítulos (conceitos sociológicos básicos) - escritos
em 1919-1920 e entregues para publicação pelo próprio Weber.
‒Outros segmentos – manuscritos (entre 1909 e 1914)
organizados pela viúva (Marianne Weber).
“Economia e Sociedade”
•
Estudos sobre Poder: probabilidade de impor a própria vontade em
uma relação social.
•
Tipos de poder:
‒Disciplina - obediência pronta, automática
‒Dominação - “probabilidade de encontrar obediência a uma
ordem de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas
indicáveis”
o
Fundamento: crença na legitimidade.
Max Weber – Teoria da Burocracia
•
Três tipos puros de dominação:
‒Carismática: baseada na veneração - características pessoais
especiais, extracotidianas, poderes sobrenaturais, etc.
o
“O Líder” e “os adeptos”: psicologicamente, esse
“reconhecimento” é uma entrega crente e inteiramente
pessoal, nascida do entusiasmo ou da miséria e esperança.
‒Tradicional: baseada em costumes, tradições – típica do Estado
Absolutista – patrimonialismo.
Max Weber – Teoria da Burocracia
•
“Tipo puro” ou “Tipo ideal”: mostra como se desenrolaria uma ação
humana se estivesse orientada para o fim de maneira estritamente
racional, pura, sem perturbações ou desvios irracionais.
‒ Conceito abstrato - não encontrado na vida real.
‒ “A sociologia constrói conceitos de tipos e procura regras gerais dos
acontecimentos”
•
Ação real: influenciada por irracionalidades
•
“A forma de legitimidade mais corrente na sociedade é moderna é a
crença na legalidade, a submissão a estatutos e a procedimentos
formalmente corretos.”
‒Estado Moderno = conjunto de normas e regras, de origem
impessoal e pré-determinada
‒Vantagem da administração burocrática: é a forma mais racional
do ponto de vista técnico e formal
‒É inevitável para a administração de massas
‒É uma forma de profissionalização
Burocracia Weberiana - características
Chiavenato:
‒Caráter legal das normas e regulamentos
‒Caráter formal das comunicações
‒Racionalidade e divisão do trabalho
‒Impessoalidade nas relações
‒Hierarquia de autoridade
‒Rotinas e procedimentos padronizados
‒Competência técnica e meritocracia
‒Especialização da administração
Burocracia Weberiana - vantagens
•
Vantagens = avanço da burocracia sobre as outras formas de
associação
‒Racionalidade e precisão
‒Rapidez nas decisões
‒Univocidade de interpretação
‒Uniformidade de rotinas e procedimentos
‒Continuidade da organização e constância
‒Redução do atrito entre as pessoas
‒Confiabilidade – previsibilidade
Resumo - Burocracia Weberiana
• Palavras-chave: formal, legal, racional, impessoal,
eficiente, profissional, mérito, especialização, controle a priori (processo).
• Coisas que os autores dizem:
‒ Conjunto de regulamentos, leis e normas que os funcionários devem cumprir, sempre supervisionados e respeitando a hierarquia.
‒ É um sistema que busca organizar, de forma estável e duradoura, a cooperação de um grande número de pessoas, cada qual detendo uma função especializada.
‒ Separa-se a esfera privada e familiar da esfera do trabalho, esta vista como a esfera pública do indivíduo.
Disfunções da Burocracia
•
Disfunções = problemas da burocracia na prática
•
Para os autores que criticam a burocracia:
Disfunções da Burocracia
•
Weber era um crítico à burocratização:
‒“É horrível pensar que o mundo possa vir a ser um dia dominado
por homenzinhos colados a pequenos cargos, lutando por
maiores.”
•
Weber foi reinterpretado de forma equivocada: o ponto central de
sua obra era poder e dominação.
‒As críticas à burocracia “tipo puro” de Weber são oriundas desse
erro.
‒Ele não queria tornar a burocracia um modelo administrativo
para as organizações modernas.
Disfunções da Burocracia
•
Merton: burocracia é um sistema social desumano e mecanicista.
‒Internalização das normas.
‒Excesso de formalismo e papelório.
‒Resistência a mudanças.
‒Despersonalização do relacionamento.
‒Categorização do processo decisório - excesso de hierarquia.
‒Superconformidade às rotinas e procedimentos - maior
importância ao modo de fazer do que ao resultado.
‒Exibição de sinais de autoridade.
Disfunções da Burocracia
• Crozier: a fragmentação e a subordinação impostas pelo modelo burocrático paralisam as comunicações e a inovação;
‒ As regras moldam as relações entre os grupos, reforçando a impessoalidade na organização;
‒ A centralização do poder, a estratificação dos indivíduos em grupos homogêneos e fechados induziriam comportamentos que reforçariam ainda mais essas mesmas regras e estruturas, em um círculo vicioso; ‒ É impossível conceber nas organizações burocráticas uma política de
mudança gradual e permanente – a mudança de burocracias é causada por crises;
o Crise é o meio para chegar a operar os reajustes necessários.
Disfunções da Burocracia
•
Autores estruturalistas:
‒O caminho moderno consiste em utilizar o modelo burocrático de
Weber como ponto de partida, mas reconhecendo as suas
limitações e consequências disfuncionais.
o
É adequada para atividades rotineiras e repetitivas; não é para
organizações flexíveis.
Burocracia como classe social
•
Burocratas:
‒Tendência a se unir como um segmento social diferenciado
da população em geral, buscando privilégios e poder.
• Administração da coletividade: burocratismo
• China, Rússia, etc. – classe de funcionários que detinha o Estado como sua propriedade.
• A sociedade moderna é uma sociedade de organizações burocráticas
submetida a uma grande organização burocrática: o Estado.
(CESPE - 2013 - TCE - Oficial de Controle Externo) O capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna constituem formas de
racionalidade que se conformam com os ideais da reforma protestante.
(CESPE - 2013 - TRT-10 - Técnico) A burocracia nos moldes weberianos é definida como o tipo ideal de organização que aplica, em sua forma mais pura, a
autoridade racional-legal.
(CESPE - 2008 - TCU - Analista de Controle Interno) A busca por maior eficiência e produtividade nas organizações é uma tônica em diversas teorias da
administração. Nesse sentido, uma das vantagens destacadas por Max Weber na abordagem burocrática é a rapidez nas decisões.
(CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) Para Max Weber, no modelo burocrático ideal, a escolha ou a promoção do profissional devem ser
fundamentadas exclusivamente no mérito.
CESPE 2013 TCE
O controle dos abusos contra o patrimônio público é uma das características almejadas pela administração pública burocrática. CESPE 2014 TRE
Comparativamente a outros modelos, as desvantagens do modelo burocrático incluem a sua rigidez, que pode levar à ineficiência do aparelho administrativo. CESPE 2013 CNJ
A administração pública burocrática é orientada para a racionalidade absoluta e prevê o controle rígido dos processos e procedimentos como o meio mais seguro para evitar o nepotismo e a corrupção.
CESPE 2013 UNIPAMPA
De acordo com a abordagem burocrática, proposta por Max Weber, as principais características do tipo ideal de burocracia são a formalidade, a impessoalidade e o profissionalismo.
CESPE 2012 MPE-PI
Em seu sentido original, burocracia representa um sistema de execução da
Revisão – Teorias Administrativas
2013 TRE-MS Analista Judiciário
Uma organização pública que se estruture de modo a privilegiar a ênfase nas tarefas, na descrição clara dos processos, na previsibilidade, na
premiação de empregados mediante remuneração variável, sem atentar
muito para aspectos de autorrealização dos colaboradores, de meritocracia ou características do ambiente, alinha-se aos princípios da teoria da
Revisão – Teorias Administrativas
2013 TRE-MS Analista Judiciário
Uma organização pública que se estruture de modo a privilegiar o aspecto organizacional, a meritocracia e a formalidade dos processos, objetivando a previsibilidade, sem oferecer remuneração variável ou se preocupar
muito com o ambiente onde está inserida, é identificada como administração
a) contingencial. b) burocrática. c) sistêmica. d) científica.
Revisão – Teorias Administrativas
• 2016 FUNPRESP Analista
Interesse geral, equidade, iniciativa e espírito de equipe são princípios universais da teoria da administração contingencial. • 2016 FUNPRESP Analista
A teoria estruturalista, voltada ao estudo das organizações formais,
surgiu da necessidade de eliminar as distorções e limitações do modelo burocrático.
• 2016 FUNPRESP Analista
A teoria clássica absorveu concepções da burocracia ao adotar uma abordagem indutiva, que visa atuar das partes para o todo.
• 2016 TCE-PA Auditor de Controle Externo