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SEGUNDO SOCIOLOGIA CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA POSITIVISTA

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SEGUNDO SOCIOLOGIA

CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA POSITIVISTA

Introdução:

A Sociologia é uma “ciência da crise”, pois nasce sob o impacto da Dupla Revolução Burguesa: Industrial e Francesa. Ela nasce para explicar as profundas mudanças sofridas pela Europa no processo de consolidação do Capitalismo.

1. CONTEXTO HISTÓRICO

- crença no vigor da Ciência para explicar o mundo e dominar as forças da Natureza;

- a sociedade, vista como um elemento da natureza, também poderia ser explicada, conhecida e controlada pela razão humana. Estava surgindo o Positivismo.

A) Revolução Econômica

1. Revolução Industrial (Europa Séc. 19-20)

2. A importância da acumulação primitiva de capitais e a falência das práticas mercantilistas, além da ascensão de uma nova forma de organização do espaço produtivo.

3. As transformações na propriedade privada dos meios de produção: a desapropriação de camponeses e artesãos sua concentração nas mãos da burguesia urbana e a formação de uma nova classe (proletariado).

4. As mudanças nas relações de trabalho: a predominância do assalariamento, a disciplina fabril, as péssimas condições de trabalho, o exército industrial de reserva, os baixos salários, a absorção da mão de obra feminina e infantil, a insalubridade e a legislação trabalhista.

5. As mudanças no espaço e no convívio: a urbanização, a violência, o lúmpen, a prostituição, a periferia, etc.

6. Os movimentos sociais: a insatisfação quanto as condições de vida e trabalho, ‘as máquinas como origem do problema”, as primeiras organizações sindicais, a violência das manifestações e a reação da burguesia.

7. O papel do Estado: o apoio na criação de infra-estrutura para a industrialização e a repressão aos movimentos contestatórios.

EFEITOS

Caos social instalado:

- processo de proletarização, acirramento das desigualdades sociais

- insatisfação popular quanto a precariedade das condições de vida e de trabalho (organização do movimento operário)

Visão Positivistas:

- necessidade da ordem e harmonia social como chave para o desenvolvimento capitalista - repressão institucional baseada em argumentação científica

- combate ao caos

- manutenção da ordem burguesa.

- se fazia necessário conhecer a sociedade para barrar seus excessos.

B) Revolução Política

1. O processo de tomada do poder político pela burguesia centrando a atenção na Revolução Francesa.

2. As contradições e obstáculos do Antigo Regime ao desenvolvimento do capitalismo.

3. O impulso teórico e ideológico representado pelos ideais iluministas.

4. As diferentes facções e sua representação no parlamento.

5. A hegemonia da alta burguesia e a oposição dos setores aristocráticos e populares.

6. A necessidade de manutenção do poder político e do resfriamento do ímpeto revolucionário através da utilização do próprio Estado.

EFEITOS:

A tomada do poder pela alta burguesia e a imaturidade/desconhecimento quanto as possibilidades de ação do Estado. Era necessário racionalizar a atuação do órgão estatal a fim de transformá-lo em um ponto de

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apoio para o progresso e a contenção dos movimentos sociais. O esvaziamento do discurso revolucionário e a ascensão de uma retórica conservadora.

C) Revolução Cultural

1. A retomada da cultura greco-latina, a hegemonia da razão, o papel do homem no universo.

2. O percurso das transformações culturais (ciência, artes, religião, etc.) a partir do fim do modo de produção feudal até o momento das revoluções burguesas

3. Os entraves para o desenvolvimento de uma mentalidade burguesa, racional, científica, pragmática e econômica.

4. Iluminismo e o caráter revolucionário de seu conteúdo: o indivíduo, a liberdade, os direitos naturais, a contraposição ás instituições, etc.

5. Desenvolvimento das ciências naturais tomando como base os métodos racionalistas, experimentalistas e naturalistas do período.

EFEITOS:

A absorção pela sociologia do método científico racionalista e sua inspiração nas ciências naturais: o experimentalismo, a tendência ao equilíbrio e à evolução. A inversão do discurso iluminista, pelos positivistas, exaltando as instituições e esvaziando a importância do indivíduo.

Positivismo I:

Sociedade Tradicionais X Sociedades Modernas

A reflexão à busca de um remédio para os males de que a sociedade padecia Positivismo II:

“A ciência conduz à previdência, e a previdência permite regular a ação”.

A França, no início do século XIX, torna-se visivelmente uma sociedade

industrial. Mas, industrialização como se sabe não produz apenas proveitos, a miséria e o desemprego também são seus frutos. O quadro social que se instaura é dramático, no qual o desemprego e a fome multiplicam-se, engrossando, assim, o número de

despossuídos, miseráveis e marginalizados. É bastante comum nessa época, a utilização intensiva da força de trabalho “barato” de mulheres e crianças, uma desordenada

migração do campo para a cidade, gerando problemas de habitação, de higiene, aumento das taxas de alcoolismo, de prostituição e de mortalidade infantil.

A partir da terceira década do século XIX, intensificam-se na sociedade francesa as crises econômicas e as lutas de classes. A contestação da ordem capitalista, levada a cabo pela classe trabalhadora, passa a ser reprimida com violência, como em 1848, quando a burguesia utiliza os aparatos do Estado, por ela dominado, para sufocar as pressões populares. No mesmo ano, com a publicação do Manifesto do Partido Comunista, ficava cada vez mais evidente que a burguesia e seus representantes

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intelectuais teriam dificuldades em romper com o que denominavam estado de

“desorganização e de anarquia política”.

Determinados pensadores da época estavam imbuídos da crença de que para introduzir uma “higiene” na sociedade, para “reorganizá-la”, seria necessário fundar uma nova ciência. Dürkheim, certa vez diz: “esta ciência (sociologia) surge com interesses práticos e não como que por encanto”.

A sociologia positivista nasce como uma jovem ciência ao assumir como tarefa intelectual repensar o problema da ordem social, enfatizando a importância das

instituições que segundo eles desempenham papéis fundamentais na integração e na coesão da vida social.

Assim, por exemplo, Le Play (1806-1882) afirmaria que a instituição-família possuía significação na compreensão da sociedade. “A família é uma unidade

fundamental na transmissão de conhecimento ao indivíduo, assim é um importante objeto para o conhecimento da sociedade”.

Le Play

Le Play, ao realizar um vasto estudo sobre as famílias de trabalhadores, insistia que estas, sob a industrialização, haviam se tornado descontínuas, inseguras e instáveis.

Diante de tais fatos, propunha como solução para a restauração de seu papel de

“unidade social básica” a reafirmação da autoridade do “chefe de família”, evitando a igualdade jurídica de homens e mulheres, e delimitando o papel da mulher às funções exclusivas de mãe, esposa e filha.

Procedendo dessa forma, Le Play, tentava instaurar um estado de equilíbrio numa sociedade dividida pelos conflitos de classe. Este pensamento social revestiu-se de um indisfarçável conteúdo estabilizador, ligando-se aos movimentos de reforma

conservadora da sociedade.

A oficialização da sociologia enquanto disciplina e ciência autônoma foi, em larga medida, uma criação do positivismo francês, na tentativa de manter a ordem e a coesão social.

Faremos nesse módulo uma viagem à construção da Sociologia Positivista, indo de Saint-Simon à Émile Dürkheim.

Saint-Simon

É comum encontrarmos a inclusão de Saint-Simon (1760-1825) entre os primeiros pensadores socialistas. O próprio Engels rendeu-lhe homenagem reputando algumas de suas descobertas geniais, vendo nelas o germe de futuras idéias socialistas. Mas, por outro lado, ele também é saudado como um dos fundadores do positivismo.

Dono de uma cabeça fértil em idéias e de um espírito irrequieto, Saint-Simon sofreu a influência de idéias iluministas e revolucionárias, mas também foi seduzido pelo pensamento conservador. Nesta breve introdução à Sociologia Positivista, será destacada de Saint-Simon apenas sua dimensão conservadora, do que a suposta visão socialista.

Saint-Simon é tido como o “mais eloqüente dos profetas da burguesia”, um grande entusiasta da sociedade industrial. A sociedade francesa pós-revolucionária, no entanto, parecia-lhe “perturbada”, pois nela reinava, segundo ele, um clima de

“desordem” e de “anarquia”, uma vez que todas as relações sociais tinham se tornado instáveis, o problema a ser enfrentado, em sua opinião, era o da restauração da ordem.

O progresso econômico, segundo ele, acabaria com os conflitos sociais e traria segurança para os homens. A função do pensamento social, neste contexto, deveria ser a de orientar a indústria e a produção. Por exemplo: a união dos industriais com os

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homens da ciência, formaria uma elite , a qual seria a força capaz de trazer ordem e harmonia à emergente sociedade industrial.

Saint-Simon percebeu que, apesar de todo o avanço do conhecimento científico, inexistia uma ciência da sociedade. E ela, segundo ele, seria essencial, para o

estabelecimento da nova ordem social.

Essa nova ciência deveria descobrir as leis do progresso e do desenvolvimento social, utilizando em suas investigações, os mesmos métodos das ciências naturais. A ciência, para Saint-Simon, poderia desempenhar a mesma função de conservação social que a religião tivera no período feudal. Os cientistas ao estabelecerem verdades que seriam aceitas por todos os homens, ocupariam o papel que possuía o clero na sociedade feudal, ao passo que os fabricantes, os comerciantes e os banqueiros substituiriam os senhores feudais. Esta nova elite estabeleceria os objetivos da sociedade, ocupando, para tanto, uma posição de mando frente aos trabalhadores.

Mesmo tendo uma visão otimista da sociedade industrial, ele admitia a

existência de conflitos entre os possuidores e os despossuídos. No entanto, acreditava que os primeiros

tinham a possibilidade de atenuar este conflito apelando para medidas repressivas ou elaborando novas normas que orientassem a conduta dos indivíduos. Admitia que a segunda escolha era mais eficiente e racional.

Caberia, portanto, à ciência da sociedade descobrir essas novas normas que pudessem guiar a conduta da classe trabalhadora, ou seja dos despossuídos, refreando seus possíveis ímpetos revolucionários. Saint-Simon, jamais ocultou sua crença de que as melhorias das condições de vida dos trabalhadores deveria ser iniciativa da elite formada pelos industriais e cientistas.

EXERCÍCIOS Questão 01 ::

«Cada etapa da evolução percorrida pela burguesia era acompanhada de um progresso político correspondente. Classe oprimida pelo despotismo feudal, associação armada administrando-se a si própria na comuna, aqui, República urbana independente, ali, terceiro estado, tributário da monarquia, depois, durante o período manufatureiro, contrapeso da nobreza na monarquia feudal ou absoluta, pedra angular das grandes monarquias, a burguesia, desde o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, conquistou, finalmente, a soberania política exclusiva no Estado representativo moderno. O governo do estado moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa. A BURGUESIA DESEMPENHOU NA HISTÓRIA UM PAPEL EMINENTEMENTE REVOLUCIONÁRIO. »

Demonstre que a construção do estado moderno pela classe burguesa apesar de um caráter revolucionário – quando de sua inauguração – assumiu uma dimensão necessariamente conservadora após a Revolução Francesa.

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Questão 02 ::

A imagem ao lado representa a ilustração da capa do livro “O que é sociologia” de Carlos Benedito Martins.

Levando em consideração que você já sabe por que a sociologia nasceu e qual o seu papel no início, interprete a gravura.

Questão 03 ::

Leia o texto abaixo.

“A Revolução segue seu curso: à medida que vai aparecendo a cabeça do monstro, descobre-se que, após ter destruído as instituições políticas, ela suprime as instituições civis e muda, em seguida, as leis, os usos, os costumes e até a língua;

após ter arruinado a estrutura de governo, mexe nos fundamentos da sociedade e parece querer agredir até Deus; quando esta mesma revolução expande-se rapidamente por toda a parte com procedimentos desconhecidos, novas táticas, máximas mortíferas, poder espantoso que derruba a barreira dos impérios, quebra coroas, esmaga povos e – coisa estranha – chega ao mesmo tempo a ganhá-los para a sua causa; à medida que todas estas coisas explodem, o ponto de vista muda. O que à primeira vista parecia aos príncipes da Europa e aos estadistas um acidente comum na vida dos povos, tornou-se um fato novo, tão contrário a tudo que aconteceu antes no mundo e no entanto tão geral, tão monstruoso, tão incompreensível que, ao percebê-lo, o espírito fica como que perdido” (Tocqueville apud MARTINS. O que é sociologia. São Paulo: Brasiliense,1994).

Tocqueville demonstra seu espanto com o turbilhão revolucionário que será comparilhado por Dürkheim, quando este havia afirmado certa vez que “a tempestade revolucionária passou, constituiu-se como que por encanto a ciência social”. Diante destes fragmentos, responda.

a) De que revolução Tocqueville trata?

b) Qual é a relação desta revolução com o surgimento da sociologia?

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Questão 04 ::

Entre os fatores históricos responsáveis pela formação da Sociologia como ciência da vida social, destaca-se o fator da dinâmica do próprio “sistema de ciências”. A respeito desse fator, marque a alternativa INCORRETA.

a) No século XIX, o conceito de leis deterministas, característico do modelo newtoniano de ciência, tornara-se paradigma dominante no mundo do conhecimento, mas, aplicado ao conhecimento da sociedade, não se afigurava útil à defesa da ordem vigente.

b) A formação das Ciências Sociais no mundo moderno está ligada à concepção, segundo a qual, os métodos das ciências da natureza deviam e podiam ser estendidos aos estudos das questões humanas e sociais.

c) A formação das Ciências Sociais no mundo moderno está ligada à concepção, segundo a qual, os fenômenos sociais podiam ser classificados e medidos.

d) No século XIX, as ciências naturais, fundadas em um trabalho experimental e empírico, chamaram para si uma legitimidade sócio-intelectual, influenciando a distinção entre conhecimento científico da sociedade e conhecimento filosófico da sociedade.

Questão 05 ::

Vários eventos combinados fizeram com que a sociologia se consolidasse enquanto ciência. Todos eles marcaram a ciência e contaminaram a visão de seus teóricos, seja com a metodologia cientificista seja com o anseio de retomar o vigor das instituições. Dentre os itens abaixo, selecione aquele que representa tais eventos.

a) Revolução Francesa, reforma protestante, pulverização do poder político e ascensão da burguesia.

b) Nascimento do proletariado e do movimento operário, iluminismo e humanismo.

c) Ascensão da burguesia, urbanização, ampliação dos níveis de miséria e desigualdades sociais e ampliação dos poderes eclesiáticos.

d) Renascimento cultural e científico, racionalização e crescimento das ciências naturais, redução das tensões sociais e do poder da nobreza.

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