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TCC QUALIDADE SERVICOS GRAFICOS PERCEPCAO CLIENTE

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Aluno: Fábio de Assis orientador: Sidney Teixeira

Belo Horizonte – MG 2010 / 2º SeMeSTre

QUALIDADE DOS SERVIÇOS GRÁFICOS NA PERCEPÇÃO DO

CLIENTE: COMPRADOR GRÁFICO OU PRODUTOR GRÁFICO.

CenTro unIVerSITÁrIo unA

DIreTorIA De eDuCAÇÃo ConTInuADA, PeSQuISA e eXTenSÃo

CurSo De PÓS-GrADuAÇÃo eM ProJeToS eDITorIAIS

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Artigo apresentado como Trabalho de Conclu-são de Curso do Programa de Pós- Graduação, nível Latu Sensu do Centro univer sitário unA, como requisito para obtenção do título de especialista em Projetos editoriais Impres-sos e Multimídia.

orientador: Sidney Teixeira

Belo Horizonte – MG 2010 / 2º SeMeSTre

QUALIDADE DOS SERVIÇOS GRÁFICOS NA PERCEPÇÃO DO

CLIENTE: COMPRADOR GRÁFICO OU PRODUTOR GRÁFICO.

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Resumo

o trabalho, voltado para o produtor editorial, apresenta argumentos de alguns

auto-res que tratam do assunto de produção gráfica. Esses assuntos foram compilados e apresentados com o foco na produção gráfica de livros.

Visando a melhor adequação aos objetivos do projeto editorial o artigo aponta

al-gumas variáveis existentes no mercado gráfico e propõe, portanto, a necessidade de um responsável pela área da produção gráfica, dentro de um projeto editorial.

o trabalho apresenta, também, alguns tipos de suportes, retículas, acabamento e encadernação utilizados para a produção de livros, sugerindo sua importância para

a compreensão da publicação. Propondo o melhor relacionamento com o fornece

-dor, o trabalho aponta a necessidade de conhecer a fundo o fornecedor gráfico e o classificar, quanto às suas possibilidades.

Palavras-chave

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1. Introdução

Em um mercado em que se tem uma infinidade de fornecedores de produtos e

serviços há também uma grande concorrência para a conquista de novos clientes.

Assim como se observa em outros setores da economia, o setor gráfico editorial não é diferente. Observa-se neste setor uma grande disputa, por parte das empre

-sas, de novos clientes. Por outro lado, não é incomum de se observar o desprezo à qualidade do produto final, em detrimento do foco na venda do serviço. Ou seja, o que acontece muitas vezes é que empresas do setor gráfico editorial se preocupam mais com a venda de seus produtos e/ou serviços do que com questões ligadas à

qualidade destes últimos.

Visando o aspecto da satisfação no cumprimento dos objetivos de um projeto edito

-rial, este artigo tem como objetivo abordar o livro como um produto gráfico, propon

-do portanto a importância da seleção de fornece-dores gráficos para determina-dos tipos de serviços. Aborda aspectos que envolvem a seleção de fornecedores e a

observação de itens como a escolha do suporte, os tipos de encadernação, o

pro-cesso de reticulagem e acabamento. Diante dessas questões propostas, o artigo levanta um problema fundamental nesse seguimento específico da comunicação impressa: O papel do produtor gráfico dentro de um projeto editorial.

A relevância desse estudo se pauta na carência de literaturas coerentes e voltadas

especifi camente para as questões técnicas que envolvem a atividade do produtor editorial gráfico. Portanto, é necessário um estudo direcionado sob o tema que aborda alguns questionamentos sobre as responsabilidades do profissional envol

-vido em uma produção gráfica.

Para responder ao problema proposto, o objetivo principal do artigo é delinear a

responsabilidade do produtor gráfico dentro de um projeto editorial, sugerindo a im

-portância desse profissional dentro do projeto. O trabalho apresenta também como objetivo, alguns aspectos a serem observados na seleção de um fornecedor grá

-fico. Dentro dessa seleção, o artigo expõe os principais itens a serem observados na produção gráfica de um livro, que ajudam a determinar a escolha do fornecedor para uma determinada demanda. Esses itens estão fundamentados nas palavras de Belo (2008), que conta a história do livro, observando todos os fatores que con

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2. Pesquisa Bibliográfica

2.1 Planejamento do livro impresso com foco na produção gráfica

A história do livro é um dos campos da pesquisa histórica que mais se desenvolveu nas duas últimas décadas. Sobretudo nas universidades européias e norte-americanas e, mais re-centemente, também na América Latina aumentou a investi-gação, lançaram-se grandes empreendimentos de histórias

nacionais do livro, construíram-se bibliografias e bases de

dados, desenvolveram-se projetos interdisciplinares, organi-zaram-se colóquios, nasceram revistas e páginas na Internet, criaram-se centros de pesquisa em história do livro (Belo, 2008, p. 17).

Com esse trecho de Belo (2008), extraído de “História & livro e leitura”, o traba-lho se inicia. este autor relata a história do livro sob a ótica da leitura do conteúdo editorial. Aborda, entre outros papéis, o papel social do livro desde o surgimento

dessa tecnologia da informação aos tempos de hoje. Belo (2008, p.102) afirma que “no livro não é só o texto que ‘fala’, é todo o conjunto, incluindo o suporte físico e a aparência gráfica, que é interpretado pelo leitor.” (Belo, p. 102). Belo (2008) refere se ao projeto gráfico, impressão e acabamento, dentre outros fatores. O autor ainda enfatiza que, em um produto editorial, esses três pontos também devem ser planejados de forma a agregar valor ao livro, pois são atividades expressivas para

o entendimento da publicação.

Outro autor que trata deste assunto, porém com um foco na construção visual do livro (projeto gráfico) é Richard Hendel, em “O Design do Livro”, em 2003. Nesta

publicação, o autor aborda a importância do bom design para o livro, que deve

sem-pre objetivar a comsem-preensão do conteúdo. Hendel (2003), junto ao tipógrafo alemão Jan Tschichold, deixa explícito que, em um projeto gráfico para um livro, deve-se fazer de tudo para facilitar a leitura, e que o designer deve “ser um servidor fiel da

palavra impressa” (HenDel, p.5). O designer de livros deve fazer a escolha da

família tipográfica, da mancha de texto1, do formato do livro, entre outros pontos a

serem observados, de forma a facilitar o entendimento do conteúdo. Em um projeto gráfico, o designer de livros deve focar mais nas suas obrigações, para facilitar a leitura, e menos na auto-expressão, como em uma obra de arte. Hendel (2003)

1 Mancha de texto é a área de uma publicação reservada para o texto. Essa área é definida com

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também aborda, de forma um pouco superficial, a escolha do suporte ideal para a impressão do livro, e julga que este é um dos fatores que deve ser bem planejado

desde o início do projeto.

O trabalho de Hendel (2003) também aborda o processo criativo da construção do layout do livro, apresentando alguns estudos de casos de projetos gráficos feitos por

alguns renomados designers norte-americanos, como David Bullen, ron Costley, Mary Mendell entre outros. em um destes estudos de caso citados, Anita Walker

Scott (2003, p 173) afirma que “um design eficiente não depende de materiais caros ou de uma produção sofisticada. Uma limitação financeira para a produção gráfica deve ser encarada como um desafio para a imaginação na hora de desenvolver o projeto gráfico”. Por outro lado, Scott (2003, p.173) também afirma que “materiais

bonitos – papéis caros, maior número de cores e uma capa dura com produtos caros

– certamente melhoram a boa tipografia e o design”. Tais informações, um pouco divergentes, citadas pela autora, nos faz entender que não significa que o livro deva ser impresso em um determinado suporte mais sofisticado, mas sim que, ao se pro

-jetar um livro, deve-se tomar isso como referência para o projeto gráfico de forma a

planejar o layout com elementos adequados ao suporte a receber a impressão.

Com relação ao suporte de impressão, neste caso, para livros (o papel), Collaro

(2007) relata que a qualidade de um produto gráfico depende diretamente da se

-leção adequada do papel, desde sua estrutura física ao acabamento e gramatura. Estes fatores devem ser bem planejados e considerados a fim de atender as es

-pecificações do trabalho a ser produzido. Segundo o autor, deve-se selecionar o papel de acordo com o objetivo do projeto, utilizando o papel adequado à função do material impresso. Se for, por exemplo, um livro destinado à leitura, deve-se utilizar um suporte que não reflita muito a luz. Já em uma publicação que tenha imagens

com cores vívidas, o ideal é que se use um suporte mais brilhante – com uma

su-perfície mais lisa.

Ainda em relação ao do papel, Baer (2005) cita algumas de suas principais

carac-terísticas. Dentre elas, no grupo das características funcionais, pode se destacar a

absorção da tinta e a imprimibilidade. A absorção de tinta é a capacidade do papel ser atravessado pelo veículo da tinta2. É uma das características que determina a

2 O veículo é a parte fluida da tinta que mantém o pigmento em suspensão. Sua função é possibilitar

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escolha do sistema de impressão e o suporte a ser utilizado. Já a imprimibilidade, segundo Baer (2005), é a aptidão de receber a impressão de modo que o menor

elemento do impresso, o ponto, fique nítido com uma menor quantidade de tinta

aplicada. em um papel com alta imprimibilidade, o ganho de ponto3 é menor,

po-dendo assim, reproduzir uma imagem com uma definição maior.

Bann (2010) ainda lista alguns tipos de papéis. Dentre estes, os mais comuns vistos em livros são os livres de ácidos (também chamados de alcalinos), que possuem durabilidade maior devido ao seu tratamento que neutralizam os ácidos existentes,

naturalmente, na pasta da madeira utilizada na fabricação do papel. Esse trata

-mento faz com que o papel não ganhe a tonalidade amarelada com o passar do

tempo, além de evitar o deterioramento a longo prazo. neste sentido, Baer (2005)

também cita a influência do PH na qualidade do serviço gráfico. Segundo este autor, um papel muito ácido – com PH menor que 4 – afeta o comportamento da tinta e a qualidade da impressão, principalmente a offset. Baer (2005) ainda afirma

que alguns dos principais tipos de papéis para impressão de livros são os papéis

offset (comumente chamados de AP, ou apergaminhado), acetinados, pápeis-bíblia e bouffant (ou bufon).

Apesar de não citar o papel couchê como o suporte comum para a impressão de livros, Bann (2010) tem sua publicação impressa neste papel. Segundo o autor, o papel couchê é um suporte ideal para a impressão de imagens em quadricromia4

ou mais cores, devido ao seu menor ganho de ponto. Além disso, Bann (2010) afir -ma que o papel couchê -matte pode sim ser utilizado nos livros, pois sua aparência

fosca não compromete a legibilidade do conteúdo textual da publicação.

outro ponto a ser observado na hora da escolha do papel é o sentido das suas

fibras. De acordo com Baer (2005), o ideal é que as fibras estejam em sentido paralelo ao eixo dos cilindros, fazendo com que haja uma menor deformação do papel no momento da impressão, o que facilita a manutenção do registro. Já Bann

(2010) especifica que no momento da impressão a gráfica prefere que as fibras

acompanhem o sentido da impressão, ou seja, é preferível que as fibras estejam

perpendiculares ao eixo dos cilindros. Por outro lado, no tocante ao acabamento do

3 Ganho de ponto é o aumento do ponto que pode ocorrer na impressão. Além do papel, a máquina e a blanqueta offset (BAnn, 2010)

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livro, especialmente da sua lombada, Bann (2010) considera que as fibras devem estar em paralelo à lombada. Dessa forma, as páginas do livro são abertas com mais facilidade, tornando a obra mais agradável de ser manuseada, além de deixar a borda da encadernação mais lisa. O autor ainda identifica que existe um conflito entre essas duas especificações de direção das fibras, mas que, no geral, o requisi -to de impressão tem prioridade ao acabamen-to (BAnn, 2010, p.130).

o acabamento do livro, considerado por Belo (2008) uma característica importante a ser observada durante o planejamento editorial, deve também ser bem planejado

junto ao criador do projeto gráfico e junto à gráfica executora do serviço. Bann (2010) aconselha discutir com os fornecedores desses serviços os custos envolvidos nes

-sa etapa, principalmente por ser uma etapa que pode envolver fornecedores tercei -rizados. um bom entendimento entre as partes diminui as chances de insucesso na produção do livro e garante que o resultado esperado seja alcançado. Segundo

Bann (2010), essa etapa de acabamento agrega valor ao produto gráfico, além de influenciar diretamente na facilidade do seu manuseio e na sua durabilidade.

Segundo Baer (2005), os tipos de encadernação mais comuns vistos em livros são os livros brochados (para produção de baixos custos), livros cartonados (para livros

mais robustos) e os livros encadernados à mão (para livros de baixa tiragem), feitos

com materiais mais rebuscados.

em relação aos livros brochados, também conhecidos como brochura, Baer (2010, p. 220) os descreve como “um conjunto de cadernos costurados, com uma simples

capa de cartão ou papel reforçado colada no dorso”. Essa forma de encadernação permite que a capa seja refilada5 junto ao miolo do livro. Ainda segundo o autor,

esse tipo de encadernação pode ser feita sem costuras, utilizando somente colas

sintéticas – como a Poliuretânica, conhecida como Pur –, diminuindo o tempo de

produção e consequentemente refletindo na diminuição dos custos. Essa técnica

de encadernação permite maior agilidade na produção e garante menores custos de acabamento de livros, pois dispensam a etapa da costura dos cadernos. uma

outra forma de encadernação é a com Hot Melt (cola quente), que, juntos à costura

dos cadernos, completam o serviço de encadernação.

outro acabamento bastante comum são os livros cartonados, ou encadernação em capa dura. Segundo Bann (2010), esse tipo de encadernação, em alguns casos

5 Define-se o refilamento como: corte do papel para a impressão ou acabamento, de forma que

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feitos manualmente (livros encadernados a mão), garante ao livro uma aparência

mais luxuosa e concede ao projeto uma maior possibilidade de uso de materiais. Bann aponta alguns materiais utilizados para o revestimento da capa, dentre eles

pode-se identificar como os mais comuns os papéis com revestimentos plásticos, os tecidos – em geral de algodão ou seda artificial (rayon) – e o couro (sintético, reconstituído ou autêntico). esses materiais revestem um tipo de cartão, de es-pessura de 2 a 4 mm, distribuídos em três partes: primeira capa, a lombada e a quarta capa. Podem também ser vistos acabamentos com lombada quadrada, que

utiliza um papelão plano na lombada, e com lombada redonda. Quanto à lombada redonda, Bann (2010) afirma que é importante para livros de grande volume, pois ela evita que as folhas do meio se soltem. Segundo Baer (2005), com esse tipo de acabamento as folhas se acomodam de forma natural (diferente da acomodação

com a lombada quadrada), sendo capazes de se ajustarem aos movimentos do miolo na hora do usuário manusear o livro – tornando mais agradável o manuseio da publicação.

Sobre o papel que reveste a capa dura, este pode ser bem acabado, com a aplica-ção de vernizes especiais, hot stamping, relevos, laminações ou outros acabamen

-tos especiais a fim de agregar valor ao produto e transmitir o conceito proposto pelo projeto editorial/gráfico.

Com relação ao envernizamento6, Collaro (2007) ressalta que este é um recurso

que a gráfica utiliza para melhorar a qualidade dos impressos, aumentar a resistên

-cia do suporte e melhorar o aspecto visual do produto gráfico. Quanto ao aspecto do produto gráfico, o verniz à base d’agua fosco, quando aplicado sob o impresso,

tem a capacidade de inibir o brilho da tinta sob o suporte. Segundo Bann (2010),

este brilho, junto ao reflexo do papel, influencia na legibilidade do conteúdo textual da publicação. É comum ver livros impressos em papel couchê fosco com a aplica -ção desse verniz em todo o seu miolo. em sua publica-ção, Bann (2010) não utiliza esse recurso, deixando exposto o brilho da tinta de impressão, o que prejudica um pouco a leitura.

Se por um lado o acabamento especial do impresso valoriza a sua publicação, por outro, bastante óbvio, a sua impressão também valoriza. Após a escolha do papel

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ideal junto à avaliação do objetivo do projeto, cabe ao produtor a escolha do tipo de

retícula na qual será impresso o serviço.

Segundo Bann (2010), na etapa de produção dos fotolitos – computer to film (CTF) – ou de matrizes de impressão – computer to plate (CTP) –, cada cor do processo de impressão deve ser disposta sob um determinado ângulo. Se esse ângulo não

for respeitado, de acordo com as características físicas da tinta, poderão ocor

-rer padrões conflitantes entre os pontos, formando um efeito denominado moiré7. A disposição dessas cores é gerada através do processamento do Raster Image Process (rIP).

Bann (2010) afirma que esse RIP pode gerar no fotolito ou diretamente na chapa a distribuição dos pontos de impressão de forma regular e com espaçamentos iguais,

denomidando reticulagem normal ou de amplitude modulada (AM). esses rIPs

também podem gerar pontos com frequência modulada (FM) – para isso necessita possuir o módulo instalado e licenciado –, pelos quais a imagem é formada por pon -tos distribuídos aleatoriamente, sem um padrão geométrico. o padrão geométrico de distribuição da cor, por ângulo, no caso das retículas de amplitude modulada, se dá a 75º para o magenta, 45º para o preto, 15º para o ciano e 90º para o amarelo,

em serviços impressos em quatro cores. Para as retículas de frequência modulada

não existe esse padrão. utiliza-se sempre na impressão com retícula AM o ângulo de 45º para a cor de maior densidade, pois, segundo Bann (2010) é o ângulo com menor percepção ao olho humano. Porém, em alguns casos, onde prevalece uma

determinada tinta no impresso, esse ângulo pode ser alterado a fim de deixar em ângulos de menores percepções a tinta predominante do impresso.

Bann (2010) afirma que a reticulagem FM possibilita a impressão com maiores

detalhes nas imagens, especialmente nas áreas mais escuras e nas mais claras.

Por outro lado, o serviço se torna mais difícil de ser impresso, devido ao seu maior

ganho de ponto, causado pela maior quantidade de ponto distribuído no impresso.

Para imprimir com esse tipo de retícula, a gráfica deve possuir máquinas mais

modernas, além de outros equipamentos para o correto gerenciamento de cores. o autor argumenta que, além dessas, existe um outro tipo de retículagem híbrida, que mescla a AM e a FM, utilizando a AM em meios-tons e a FM em áreas claras e escuras. Isso permite um melhor gerenciamento das cores, pois o ganho de ponto nas retículas AM é menor.

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Baer (2005) classifica as retículas quanto a sua forma, que pode ser quadrada,

elíptica ou redonda. o autor aponta ainda que para determinados tipos de serviços

deve-se utilizar um tipo específico de retícula. Por exemplo, para reproduções

com passagens de cores mais suaves o ideal é que se utilize a retícula com pontos

elípticos. Para impressões em máquinas rotativas – geralmente utilizadas para im -primir livros didáticos ou livros de tiragem muito alta – ou até mesmo a offset plana,

utiliza se o ponto redondo. Quanto ao ponto quadrado, Baer (2005) aponta, de for -ma desatualizada, que é ideal para a reprodução dos mínimos detalhes do original. essa retícula já está em desuso quando se busca maior detalhes nos impressos.

Para esse fim, utiliza-se o ponto de forma elíptica.

Baer (2005) afirma que quanto maior for a frequência dos pontos em um impres -so maior é a sua re-solução, possibilitando assim a impressão de um serviço com

maior definição de imagens.

no mostruário de retículas “Usos e Abusos”8 pode-se observar a aplicação ideal

da retícula para cada tipo de serviço gráfico. A publicação afirma que para livros

comuns, impressos com retículas AM, o ideal é utilizar uma lineatura9 de 200 lPIs

enquanto para livros de arte deve-se utilizar a de 354 LPIs ou imprimir em retícula estocástica (FM). A publicação apresenta essas versões de retículas impressas em papéis couchê fosco, brilhante e em papel offset.

2.2 Comprando um serviço gráfico

Em relação à escolha da gráfica ou editora, Bann (2010) afirma que esta escolha

envolve um equilíbrio entre o preço e a qualidade do serviço. o autor relata ainda

que a qualidade da impressão significa a adequação ao objetivo proposto, ou seja,

uma brochura promocional, por exemplo, deve ser mais bem trabalhada do que um

simples panfleto. Logo, um livro de arte também deve ser mais bem trabalhado que um didático. Identificar o objetivo da peça a ser impressa e escolher o fornecedor gráfico demanda certa experiência como comprador de serviços gráficos. Bann

(2010) sugere que a melhor maneira de conhecer o nível de qualidade de uma

gráfica, sem se surpreender, é por meio de indicação de trabalhos feitos por outros

8 Publicação com fins comerciais que objetiva mostrar os diversos pontos de retícula aplicados

sob alguns tipos de papeis. Esse mostruário foi produzido pela Formato Artes Gráficas, em Belo Horizonte, no ano de 2009.

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clientes. Uma outra maneira é a visita à gráfica e a análise da amostra dos seus serviços. Uma boa relação com os fornecedores, segundo Bann (2010), é o segre -do para uma compra bem-sucedida. essa boa relação pode ser construída através

da distribuição dos serviços gráficos entre um pequeno grupo de fornecedores.

Marina Oliveira (2000, p.117), em “Produção Gráfica para Desigenrs”, classifica, de forma geral, os fornecedores gráficos em 3 tipos. Nessa classificação ela aponta algumas vantagens e desvantagens de um tipo de gráfica em relação ao outra, e orienta, também, que a escolha do fornecedor depende do tipo de demanda por parte do comprador gráfico.

No primeiro tipo, o das gráficas grandes, a autora aponta como vantagem a ga -rantia de qualidade e o cumprimento de prazos, mas, em contrapartida, segundo

a autora, dificilmente esse tipo de gráfica permite o acompanhamento do serviço. Oliveira (2000) ainda aponta que essas gráficas possuem impressoras mais aper

-feiçoadas, garantindo assim um melhor controle de qualidade dos impressos, além de maior velocidade de impressão. Esse tipo de gráfica dispõe de uma mão de obra mais qualificada e experiente. Com um fluxo de trabalho mais organizado, essas gráficas permitem uma previsão mais precisa quanto aos prazos de entrega. Olivei

-ra (2000) aborda que a agilidade dessas gráficas se dá pelo fato destas possuírem equipamentos bem diversificados, evitando assim a terceirização de serviços. De acordo com Oliveira, essas gráficas são indicadas para serviços que exigem alta qualidade e em grandes tiragens. Quanto à desvantagem, é apontado pela autora o alto preço dos serviços, se comparado às demais.

O segundo tipo de gráfica são as gráficas médias, que são mais indicadas quando se faz necessário uma economia de custos. Segundo Oliveira (2000), essas gráfi

-cas podem fornecer serviços de excelentes qualidades, porém, exige a necessida

-de -de um acompanhamento -de um produtor gráfico. A qualida-de dos serviços por

elas prestados tende a ser mais instável, seja por conta dos equipamentos, mão de

obra desqualificada, ou armazenamento inadequado do suporte para impressão, além de não haver normas e nem procedimentos padronizados. Essas gráficas

não possuem muitos equipamentos para acabamento, havendo assim a necessi-dade de terceirização de muitos serviços, o que podem comprometer o prazo.

O terceiro tipo de gráfica citada pela autora são as gráficas pequenas, chamadas de “gráficas de fundo de quintal”. Com uma ou duas máquinas, de uma ou, no máxi

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controle de qualidade é pequeno ou inexistente, além do fato destas gráficas de tra

-balharem de forma improvisada, sem normas para armazenamento dos insumos. Segundo a autora, apesar dessas características, essas gráficas podem atender, com certa eficiência, a demanda de serviços para cartões de visitas e papéis tim

-brados. Quanto aos outros tipos de serviços gráficos, Oliveira (2000) sugere que a qualidade irá variar de acordo com a eficiência do produtor gráfico, deixando explicito a necessidade desse profissional. Com o orçamento bem abaixo em rela

-ção aos demais tipos de gráficas, estas costumam terceirizar a maior parte de sua

produção. esses serviços terceirizados, segundo a autora, também necessitam de

um acompanhamento do produtor. Como no caso das gráficas do segundo tipo, a terceirização dos serviços influencia diretamente nos prazos e previsão de entrega, que muitas vezes, para esse tipo de gráfica não é cumprido. (olIVeIrA, 2000).

Quanto à terceirização dos serviços gráficos, principalmente os de acabamentos

e encadernação, Bann (2010) não enxerga isso como um problema, desde que a

gráfica contratante assuma a responsabilidade pelo serviço contratado. Um produ -tor ou comprador desses serviços deve conhecer essas empresas terceirizados a

fim de exigir que a gráfica contratante evite ou dê preferência a uma determinada empresa de sua confiança.

Bann (2010) ainda identifica outro grupo de fornecedores, os internacionais – pre -sentes praticamente só na China para impressão e Índia para acabamentos.

Se-gundo bann, essas gráficas são fornecedores adequados para a impressão de li -vros ou embalagens, pois não têm a mesma restrição de tempo de um material

publicitário, por exemplo. Outro aspecto é o da qualidade. Pelo fato dessas gráficas

trabalharem sempre voltadas para o mercado de exportação e com o custo de mão de obra bastante reduzido, essas possuem preços mais baixos e bastante

compe-titivos. Para produção de grandes tiragens de livros de arte, fotografia ou infantis, essas gráficas, segundo Bann (2010), são as que apresentam maiores vantagens. Para alcançar o nível de qualidade exigido, essas gráficas estão equipadas com máquinas capazes de identificar qualquer defeito na impressão ou encadernação.

Algumas das desvantagens apontadas pelo autor é em relação ao transporte (ma-rítimo ou aéreo) que onera o serviço e os gastos de tempo e dinheiro com o envio

de provas físicas. Uma outra grande desvantagem é a burocracia alfandegária para

a importação desse tipo de serviço, já materializado como produto.

Para fator de controle de qualidade dos impressos, Bann (2010) propõe a avaliação

através de um check list, em que lista alguns defeitos perceptíveis e comuns aos

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Bann (2010) aponta que antigamente, em uma produção gráfica, o produtor tinha a função de avaliar os originais antes de passar para a próxima etapa da produção – o envio para a gráfica. Hoje é um pouco diferente, pois apenas os arquivos digitais são fornecidos, cabendo ao produtor editorial e ao designer avaliarem a qualidade dos originais. Neste viés, segundo o autor, a função do produtor consiste, entre ou

-tras atribuições, na avaliação do produto impresso, descritos a seguir.

Quanto à avaliação do processo de impressão, Bann (2010) diz ser necessário ava -liar os seguintes itens: decalque, variação de cor, pintas (boi) e erro de registro. Já

quanto ao acabamento, devem-se avaliar os defeitos de encadernação.

O decalque, que é a transferência de tinta da frente de um impresso para o verso do outro, e é visto, mais comumente, em capas onde um lado da folha está em branco. Esse defeito é causado pelo incorreto acerto do pó antidecalque10,

tin-ta inadequada ou em excesso, deficiência na secagem ou até mesmo defeito de fabricação do papel.

A variação de cor, segundo Bann (2010), ocorre quando o acerto da densidade de cor11 é incorreto entre os cadernos do livro. Em gráficas grandes, como as consi

-deradas por Marina Oliveira (2000), esse erro se torna quase incomum, as gráficas

possuem equipamentos capazes de controlar a densidade da tinta no impresso e comparar com a de outro caderno, bastando somente ao impressor, em intervalos regulares de tempo, avaliar se houve ou não variação na quantidade de tinta

apli-cada. Collaro (2007) relata que essa avaliação é feita através do densitômetro12. não intencionalmente, toda a publicação de Bann (2010) apresenta esse tipo de

erro, mas pode ser claramente observado quando se compara a página 110 à 112 da sua publicação. Para contrariar a afirmação de Oliveira (2000), o livro de Bann (2010) foi impresso na China.

o aparecimento de pintas ou boi ocorre quando existe uma área suja na blan-queta13. essa sujeira é provinda do pó liberado pelo papel, ou de restos de tinta seca que aderem a blanqueta. esse problema é visto em áreas de cores lisas ou

10 Pó fino utilizado na saída de uma impressora plana, que serve para evitar o contato direto entre

a tinta de uma folha e o verso da outra, dentro da pilha de impressão (BAnn, 2010).

11 Grau de escurecimento de um tom ou uma cor, medido através do densitômetro (BAnn, 2010).

12 Instrumento com célula fotoelétrica utilizado para controlar a qualidade do trabalho impresso,

medindo a densidade de tinta aplicada em determinada área (CollAro, 2007).

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chapadas e, assim que observado, a lâmina impressa deve ser excluída do restante já impresso. Para evitar esse problema, o impressor deve inspecionar regularmente a impressora e lavar regularmente a blanqueta.

o quarto item da impressão a ser observado é o erro de registro. Segundo Bann

(2010), é um problema fácil de se observar, pois no caso da impressão em policro

-mia, as cores, quando fora do registro, apresentam um efeito visual desfocado, se

projetando para as bordas das imagens. o trabalho de Bann (2010) apresenta esse tipo de erro que pode ser claramente observado na página 88 da sua publicação. o problema ocorre entre as cores ciano e magenta.

Outro item de verificação a ser observado são os defeitos de encadernação. Se -gundo Bann (2010), se apresentado algum problema nesse processo,

provavel-mente será necessário a reimpressão de todo o trabalho. Um refile incorreto pode comprometer um texto ou um elemento gráfico disposto próximo às áreas de corte

no layout. A não aplicação de vernizes secantes ou selantes sob a área de

impres-são poderá fazer com que haja decalque ou borrões de tinta no processo de aca

-bamento ou encadernação. Quanto à costura, o autor recomenda o teste de tração e reflexão de página, visando avaliar a resistência da encadernação. Avaliando o espelhamento de páginas, ou o teste de reflexão, podemos observar que esse tipo

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3. Metodologia

Para o trabalho proposto realizou-se uma pesquisa qualitativa pela qual se

objeti-vava o levantamento de referenciais teóricos sobre o tema. Dentro dessa pesquisa foram levantados dados quantitativos sobre o assunto. Na maioria das vezes, os assuntos encontrados eram direcionados para os impressos em geral, sem um foco específico em livros.

Durante a pesquisa identificou-se um apontamento do autor Belo (2008), que abor

-da assuntos sobre artifícios que favorecem o entendimento de uma publicação. O autor afirma que para a melhor compreensão do livro deve-se observar todo o conjunto, como suporte físico e aparência gráfica que incluem o projeto gráfico, o

papel, a impressão e o acabamento. A pesquisa direcionou-se, então, por esses

quatro viéses, porém com ênfase somente nos três últimos. O trabalho proposto é descritivo com levantamento bibliográfico para boas práticas à serem executadas em um projeto editorial. Com foco na produção gráfica, fez-se necessário a busca de assuntos que apontavam as responsabilidades do produtor gráfico.

3.1 Análise dos dados

A partir desse estudo observou-se que para preservar a qualidade da mensagem

portada pelos veículos impressos, especificamente os livros, deve-se observar

também alguns aspectos um pouco além dos textuais. A necessidade de um

proje-to gráfico coerente, a impressão e o acabamenproje-to gráfico, que cumprem o objetivo

conceitual do projeto, também são importantes para a compreensão da publicação. Dentro desses viéses, principalmente os da impressão e do acabamento, pode-se

presumir a importância de um profissional responsável por essas etapas, dentro de um projeto gráfico, para fazer valer as palavras de Belo (2008), em relação à compreensão do livro. Esse profissional também deve estar ciente dos objetivos

do projeto e propor uma solução de produção condizente com o conceito. essa

solução nem sempre é fácil de se encontrar, pois, na maioria das vezes existe uma limitação financeira.

Em um projeto editorial no qual vários profissionais estão envolvidos, a importân

-cia de um profissional entre o designer e o fornecedor do serviço de impressão se vê necessária a cada dia que passa. Essa afirmação se torna verdadeira quando consideramos a ampla concorrência presente no mercado de serviços gráficos.

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re-lação aos concorrentes, essas empresas buscam a redução dos custos, compran-do insumos, que muitas vezes não são adequacompran-dos para o serviço a ser impresso.

Os insumos como citado no trabalho, possuem características específicas que con

-ferem um padrão de qualidade ao impresso. Esses padrões devem ser respeitados

para que não haja problemas durante ou após a impressão.

Podemos observar, de acordo com as palavras de Bann (2010), a importância da

qualidade dos insumos gráficos, principalmente a do papel. O papel é o insumo res -ponsável por 50% dos custos em uma produção de um impresso1, o que justifica a

procura, dos fornecedores gráficos, por diversos fabricantes de papel. A diminuição dos custos em uma produção influencia diretamente no orçamento a ser passado

para o cliente, tornando o preço mais baixo. na maioria das vezes esse reduzido

preço de produção é o fator decisivo para escolha do fornecedor.

Durante todo o trabalho foram descritas as características dos artifícios citados por Belo (2008) que, segundo o mesmo, favorece a compreensão do livro. Em relação ao suporte (papel), cabe ao profissional da produção gráfica analisar as condições

de receber o layout impresso. Conforme o estudo, os vários tipos de papéis têm

comportamentos diferentes, seja ao receber a tinta da impressão, seja no momento

da dobra ou até mesmo mediante o contato com a água, no momento da

impres-são. Quando um designer prepara um layout para a impressão, muitas vezes fo

-cado somente nas suas obrigações, conforme citado por Hendel (2007), fica para segundo plano a escolha ideal do suporte. É papel do produtor gráfico alertar o designer quanto às limitações que determinado suporte oferecem em relação ao

projeto proposto. De acordo com as palavras de Collaro (2007), devemos utilizar o

suporte que melhor atenda às necessidades da proposta do projeto. Em um livro com muito texto, um suporte que não reflita muita luz e tenha uma aparência mais amarelada seria o ideal. Para publicações nas quais se valorizam mais as imagens,

o ideal seria um suporte revestido, com uma aparência mais lisa. essa aparência

lisa garante uma melhor imprimibilidade, fazendo com que se tenha mais detalhes

no layout a ser reproduzido.

Um ponto que foi observado mediante a pesquisa, ainda sobre suportes revestidos para livros, é a necessidade de aplicação do verniz a base d’agua. Esse verniz, quando aplicado, faz com que o brilho característico das tintas seja inibido, facili

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tando a leitura da publicação, independentemente da sua posição em relação à luz. Algumas gráficas que não têm o perfil para publicações editoriais não costumam utilizar esse verniz, a não ser quando solicitado no orçamento. Essas gráficas, de acordo com a classificação de Oliveira (2000), pertencem ao grupo das gráficas mé -dias e pequenas. Apesar dessa aplicação não ser padrão para serviços em papel

revestidos, as gráficas grandes, de acordo com a classificação da autora, já incluem

no orçamento essa aplicação. Isso onera um pouco o custo de produção, mas por

outro lado o serviço fica com melhor aparência, além de se tornar mais durável.

Os fornecedores de grande porte, geralmente possuem equipamentos mais novos e com mais recursos, o que facilita a aplicação desse verniz sem retirar o serviço

da máquina de impressão, ou seja, o verniz já é aplicado imediatamente após a

aplicação das camadas de tinta. Para os demais fornecedores, a aplicação desse verniz ocorre em máquina separada, o que justifica a não inclusão da aplicação do verniz no orçamento, pois a diferença de preço para essas gráficas seria maior. Um produtor gráfico, ao selecionar um grupo de fornecedor para solicitar um orçamen

-to, deve estar atento à essa possibilidade de aplicação do verniz.

Um outro recurso para agregar valor ao produto gráfico, como podemos concluir pelo

estudo, é a escolha do tipo de retícula. De acordo com Baer (2005), existem alguns

tipos de retículas que são ideais para serem aplicadas em determinadas situações. Baer (2005) nos traz uma informação já desatualizada em relação ao uso da retícula quadrada. O autor afirma que esse tipo de retícula é a que melhor reproduz detalhes

no impresso. Atualmente, a retícula que melhor representa o original em suas

repro-duções é a retícula de forma elíptica. A forma do ponto de retícula e sua quantidade por polegada, ou sua frequência de ocorrência (no caso das estocásticas), influên

-ciam diretamente na qualidade do impresso. Os fornecedores de grande porte, de acordo com a classificação de Oliveira (2000), podem oferecer como diferencial de qualidade de serviço vários tipos de padrões de distribuição desses pontos.

A distribuição dos pontos de retícula podem ser de 150 LPI à 345 LPI. De acordo

com o estudo, quanto maior esse valor, denominado por Bann (2010) como

lineatu-ra, menor é a estrutura do ponto, garantindo maior definição no impresso. Os outros grupos de fornecedores, diferentes dos grandes, também são capazes de oferecer

esse tipo de retícula, porém, esse serviço exige que as máquinas de impressão

estejam bem ajustadas, o que muitas vezes não acontecem nessas gráficas. Um

outro agravante desse tipo de retícula com maior lineatura é o seu maior ganho de

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-sor um maior treinamento, além de um melhor gerenciamento de cores em todos

os dispositivos da gráfica. Gráficas de médio e pequeno porte, de forma geral, não possuem esse gerenciamento. Os grandes fornecedores possuem como diferen -cial esse controle de qualidade que se torna necessário para impressão de um livro de arte, por exemplo.

Como um produtor gráfico tem a função de materializar o projeto editorial, trans-pondo-o do meio digital para o meio impresso, esse trabalho deve ser feito de forma que garanta a maior precisão entre as cores do original e as suas reproduções.

essa precisão se torna necessária em uma publicação onde é utilizada o elemento cor para expressar algum conceito. Para transpor essa cor para o papel, cabe ao

produtor gráfico, junto ao designer, escolher o tipo de suporte ideal para aquela proposta e o perfil do fornecedor a executar o serviço, observando os seus padrões

de qualidade em relação ao suporte e aos processos de impressão.

Um grande limitador para uma produção são os custos. A escolha do fornecedor é um dos pontos fundamentais para o sucesso no projeto editorial, pois é através dele que o serviço é materializado. Essa escolha não pode ser feita observando somente o aspecto financeiro. O estudo mostra que é importante que um profissio

-nal especializado avalie as condições do fornecedor em oferecer o serviço gráfico, quanto à qualidade e ao cumprimento dos prazos. Em relação à qualidade, Bann

(2010) sugere um check list, que pode ser trabalhado para a avaliação do fornece -dor. este check list deve feito por um profissional que tenha conhecimento, prévio,

sobre o processo de impressão e acabamento ao qual o livro – ainda não mate-rializado – irá se submeter. Já em relação aos prazos, oliveira (2000) apresenta

uma lista de fornecedores com características operacionais distintas o que podem influenciar na qualidade do serviço e, principalmente, no prazo de entrega.

A boa relação com o fornecedor garante ao produtor gráfico um maior conheci

-mento sobre as possibilidades que a gráfica oferece, o que ajuda na escolha ideal do fornecedor a executar um determinado tipo de serviço. Conforme levantado na pesquisa, Bann (2010) mostra que um bom relacionamento com os fornecedores gráficos é um passo fundamental para o sucesso da produção. São vários os fato -res que contribuem para esse sucesso, dentre eles, pode-se considerar o cumpri-mento dos prazos. em relação a essa variável, a sugestão de oliveira (2000) é que

esses serviços sejam feitos em gráficas de grande porte, onde quase não é feita

a terceirização de alguma etapa de produção. Para esses casos, onde existe um

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4. Considerações Finais

A última etapa da concepção do projeto é a produção gráfica. Dentro dessa etapa, a correta escolha do fornecedor é fundamental, principalmente para o cumprimento dos prazos. Publicações como livros geralmente têm eventos de lançamento, em que a falta do item principal, o livro, provavelmente irá comprometer a sua imagem. Cabe então ao produtor gráfico a função de acompanhar o processo de produ -ção do serviço. em projetos com prazos de produ-ção reduzidos, cabe ao produtor

identificar qual o melhor tipo de acabamento e encadernação de modo que não comprometa o prazo, tendo em vista que o gargalo da indústria gráfica acontece na fase de acabamento do impresso. Um fornecedor que não possui uma máquina de

encadernação com cola Pur, por exemplo, gastará mais tempo do que um outro

que possui essa máquina, pois ainda terá que costurar suas folhas. É função do produtor gráfico a identificação do fornecedor que atenda à demanda solicitada.

Um bom relacionamento com o fornecedor proporciona a possibilidade de agenda -mento de produção, o que evita transtornos causados pela alta demanda de serviço

na gráfica. Além dessa possibilidade, o produtor gráfico passa a conhecer as limi

-tações e virtudes de cada fornecedor, o que faz com que ele possa escolher, entre o seu grupo de fornecedores, aquele que melhor atenda a demanda do serviço. Só um produtor gráfico, com o seu conhecimento e suas experiências vividas, pode avaliar as condições do fornecedor e determinar em qual deles será executado o serviço. Cabe, então, também ao produtor gráfico apresentar soluções para produ

-ção, tornando viável a transposição do projeto gráfico do meio digital para o meio impresso. O produtor gráfico deve fazer com que essa transposição atenda aos

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5. Referências

ArAúJo, emanuel. A Construção do Livro: princípios da técnica de editoração. rio de Janeiro, nova Fronteira, 1986.

BAer, lorenzo. Produção Gráfica. São Paulo: editora Senac, 2005.

BAnn, David. Novo Manual de Produção Gráfica. Porto Alegre: Bookman, 2010.

Belo, André. História & Livro e Leitura. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

CollAro, Antônio Celso. Produção Gráfica: arte e técnica da mídia impressa. São Paulo, 2007.

HenDel, richard. O Design do Livro. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

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