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Vantagens no uso do helicóptero no meio agrícola

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARCELO POLETTO ANDREIS

VANTAGENS NO USO DO HELICÓPTERO NA AVIAÇÃO AGRÍCOLA

Palhoça 2020

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MARCELO POLETTO ANDREIS

VANTAGENS NO USO DO HELICÓPTERO NA AVIAÇÃO AGRÍCOLA

Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Antonio Carlos Vieira de Campos, Esp.

Palhoça 2020

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MARCELO POLETTO ANDREIS

VANTAGENS NO USO DO HELICÓPTERO NA AVIAÇÃO AGRÍCOLA

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 23 de novembro de 2020

__________________________________________ Orientador: Prof. Antonio Carlos Vieira de Campos, Esp.

__________________________________________ Prof. Angelo Damigo Tavares, MSc.

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RESUMO

Esta monografia tem como objetivo geral apresentar as vantagens da utilização do helicóptero como ferramenta de trabalho na aplicação aero agrícola. Utilizando metodologia exploratória descritiva, contempla referenciais bibliográficos sobre o assunto, pesquisa por meio de artigos, sites especializados, materiais disponibilizados por profissionais técnicos da área. Em seu desenvolvimento, apresenta histórico da aviação agrícola no Brasil, bem como o cenário atual quanto a utilização de aviões e helicópteros. Também contextualiza a agricultura no país e a ascensão desse segmento, aumentando a demanda quanto a modernização dos equipamentos e utilização de tecnologias para aumentar produtividade, além de expor as particularidades e diferenciais desse equipamento. Com relação ao rendimento operacional, apresenta vantagens na utilização do helicóptero, bem como resultados referentes ao seu desempenho quando comparado ao avião. Através de análises qualitativas e também quantitativas, utilizando planilha técnica, as considerações finais apresentam os resultados positivos percebidos, conforme tamanho da área, distância da pista e rendimento operacional com o uso do helicóptero.

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ABSTRACT

This monograph aims to present the advantages of the helicopter in the aero agricultural application. Using descriptive exploratory methodology, it includes bibliographic references, research through articles, specialized websites and tools made available by technical professionals in the area. In its development, it presents a history of agricultural aviation in Brazil, as well as the current scenario regarding the use of airplanes and helicopters. It also contextualizes agriculture in the country and the importance of this segment, increasing the demand for equipment modernization and the use of new technologies to increase productivity, in addition to exposing the particularities that become differentials of this type of equipment. In relation to operational performance, it presents advantages in the use of the helicopter, as well as results related to its performance when compared to the airplane. Through qualitative and quantitative analyzes, using a technical electronic spreadsheet, the final considerations present the positive results perceived, according to the size of the area, distance from the runway and operational performance with the use of the helicopter.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Área e produção de grãos de 1977 a 2018 (estimativa)...14

Figura 2 – Área plantada, produção e rendimento médio das principais culturas no Brasil e quantidade produzida de carne bovina, suína e de frango, em 2017 e 2027 (projeções)………..……15

Figura 3 – Vórtices de vento formando downwash de helicóptero...16

Figura 4 – Abastecimento de aeronave……….…………17

Figura 5 – DTM-4 montado em um R44………19

Figura 6 - Simulação da Análise do Rendimento Operacional do Helicóptero...20

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...08 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA……….…...….…09 1.2 OBJETIVOS……….….……...09 1.2.1 Objetivo Geral………..………..…..…..………09 1.2.2 Objetivos Específicos………...……….…….….………09 1.3 JUSTIFICATIVA……….………….………10 1.4 METODOLOGIA……….………….………10 1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO………11 2 REFERENCIAL TEÓRICO...12 2.1 AGRICULTURA NO BRASIL ...13

2.2 VANTAGENS DA APLICAÇÃO DO HELICÓPTERO NO MEIO AGRÍCOLA...15

2.2.1 Efeito Downwhash………..………...………….………...…16 2.2.2 Manobrabilidade………..………....………..16 2.2.3 Infraestrutura………..………...………....17 2.2.4 Topografia………..………..……..……….18 2.2.5 Precisão……….………..…………...……….18 2.2.6 Versatilidade………..………..………..……….18

2.3 PRODUTIVIDADE AVIAÇÃO AGRÍCOLA………..19

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...21

REFERÊNCIAS...23

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1 INTRODUÇÃO

Em um país movido pela agricultura, é notável a demanda pela aplicação de meios eficazes para aumento da produtividade agrícola. Nesse contexto, a pulverização aérea é uma alternativa escolhida por muitos produtores rurais, visto a sua eficiência, com menores danos a lavoura, preservando o meio ambiente.

A aviação agrícola no Brasil surgiu durante um ataque de gafanhotos na região sul do país. Na ocasião, o agrônomo Leôncio Fontelles, chefe do posto de defesa agrícola do Ministério da Agricultura de Pelotas e o piloto Clovis Candiota, localizaram as nuvens de gafanhotos, adaptaram uma polvilhadeira desenvolvida por eles, em uma aeronave Muniz-M9. Em agosto de 1947, o comandante Clóvis realizou a aplicação de BHC e obteve excelentes resultados. Esse foi o início dessa modalidade no país. (DRESCHER, 2017).

Porém, a aviação agrícola tem vasto campo de atuação, aplicável em diferentes etapas do processo produtivo, seja no plantio, manejo, com aplicação de defensivos, fertilizantes, conforme expõe o Ministério da agricultura:

“A aviação agrícola é um serviço especializado que busca proteger ou fomentar o desenvolvimento da agricultura por meio da aplicação em voo de fertilizantes, sementes e defensivos, povoamento de lagos e rios com peixes, reflorestamento e combate a incêndios em campos e florestas. ” (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2020).

Além disso, apresenta uma série de vantagens por suas particularidades, seja por aviões ou helicópteros. Devido a maior velocidade de aplicação em relação ao meio terrestre, é possível aproveitar melhor o período de condições climáticas favoráveis para pulverização aérea, iniciar aplicação logo após período chuvoso sem dificuldades de acesso a lavoura, minimizar riscos a saúde do operador, pois não tem contato com o produto, entre outros. No caso do helicóptero, podemos citar ainda que pela maior manobrabilidade, aliada a capacidade de operar em velocidades menores durante a aplicação, o piloto tem maior controle da operação de toda a pulverização, conseguindo acessar áreas mais difíceis, aumentando a precisão do trabalho.

Entre suas vantagens, não podemos deixar de citar o efeito downwash, que empurra o ar para baixo e permite pulverizar com gotas menores sem perdas durante uma aplicação. Possibilitando ainda maior controle na deriva do produto,

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tornando ainda mais precisa sua aplicação, reduzindo as chances de provocar danos em campos vizinhos e aumentando a eficácia.

Outra vantagem na utilização das asas rotativas é quanto a infraestrutura necessária na fazenda, visto que este equipamento não precisa de pista de pouso para operação.

Apesar dos pontos favoráveis, percebe-se ainda resistência por parte dos produtores visto custos superiores quando comparado a utilização do avião para o mesmo fim. E também, por ser uma tecnologia recente, ainda há poucas informações sobre o tema gerando maior desconfiança sobre sua real eficiência.

É certo que ainda há muito o que se estudar e aprofundar tecnicamente para melhor aproveitamento da aviação de asas rotativas no meio agrícola, mas também, numa visão otimista, as tendências apontam como alternativa satisfatória para melhor aproveitamento dos produtos aplicados e aumento da produtividade em topografias desfavoráveis.

1.1 – PROBLEMA DE PESQUISA

Quais as vantagens da aplicação do helicóptero no meio agrícola?

1.2 – OBJETIVOS

1.2.1 – Objetivo Geral

Apresentar as circunstâncias acerca da aplicação do helicóptero como ferramenta de aplicação agrícola.

1.2.2 – Objetivos específicos

a) Analisar o histórico do uso do helicóptero na agricultura.

b) Demonstrar como os efeitos aerodinâmicos do helicóptero atuam na pulverização.

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1.3 – JUSTIFICATIVA

Os primeiros trabalhos com aeronaves de asas rotativas iniciaram na Europa, Austrália e na Nova Zelândia a partir de 1930, com aplicações de fertilizantes, defensivos e retardantes de chamas (para o controle de incêndios). (PASTO EXTRAORDINÁRIO, 2019). Tecnologia já utilizada nos anos 50 que permaneceu sem movimentação por muitos anos no Brasil. Em 2015, o helicóptero voltou a ser considerado para aplicação em áreas agrícolas no país e tem buscado seu espaço nesse segmento.

Profissionais da área, aliados aos técnicos de campo buscam informações relevantes e argumentos que possam consolidar essa tecnologia no Brasil, já utilizada e reconhecida em muitos países.

Este trabalho apresenta referências e pesquisas bibliográficas, que poderão apoiar produtores rurais e aeronautas que busquem mais informações sobre o tema, contendo informações relevantes bem como resultados obtidos nas lavouras e seus reflexos positivos na preservação do meio ambiente, além do aumento da produtividade em campo.

O estudo também expõe porque a utilização do helicóptero ainda é limitada nacionalmente. E ainda, estabelece parâmetros e condições aonde o helicóptero apresenta vantagens na aplicação agrícola quando comparado com o avião.

1.4 – METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida de maneira exploratória com abordagens qualitativas e quantitativas trazidas através de referenciais teóricos sobre o assunto.

“Por ser uma pesquisa bastante específica, podemos afirmar que ela assume a forma de um estudo de caso, sempre em consonância com outras fontes que darão base ao assunto abordado, como é o caso da pesquisa bibliográfica e das entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado. ” (DUARTE, 2020)

A coleta de dados foi feita através de bibliografias e notícias publicadas pelas aplicações já realizadas no Brasil e está apresentada através de planilhas e imagens, com dados estatísticos e tendências quanto ao aumento da produtividade nas lavouras que utilizem avião ou helicóptero no meio agrícola.

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Para Lakatos e Marconi (2003), o tipo de pesquisa exploratório visa desenvolver hipóteses, permitir ao pesquisador ter maior familiaridade com o tema, ambiente, fato para realizar pesquisa futura mais detalhada ou deixar os conceitos mais claros. Através de observações empíricas ou análises de dados, sugere ainda, obter-se de descrições quantitativas e qualitativas do objeto de estudo, possibilitando assim conceituar as relações sobre o que foi estudado.

1.5 – ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Trabalho apresentado inicialmente com seus objetivos e justificativa. Na sequência foi exposto a metodologia utilizada descrevendo sobre pesquisa exploratória.

O capítulo 1 expõe panorama geral sobre o histórico da aviação agrícola no Brasil, bem como utilização do helicóptero nas lavouras. Na sequência, no capítulo 2, foi apresentado as vantagens do helicóptero, explanando sobre cada diferencial. E o capítulo 3 apresenta a produtividade da aviação na agricultura, utilizando planilha referência para cálculo e análise comparativa entre avião e helicóptero.

As considerações finais expõem as conclusões sobre o estudo realizado seguido das referências bibliográficas utilizadas e anexos os documentos mencionados no desenvolvimento.

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2 – REFERENCIAL TEÓRICO

Para entender a história da aviação no meio agrícola no Brasil é preciso explanar que iniciou com o avião, devido a demanda de otimizar a produtividade e com isso, percebeu-se o quanto poderiam explorar essa tecnologia e além de aumentar significativamente a produção, poderiam ter outras vantagens como redução do impacto no meio ambiente e aumento da área plantada.

“O primeiro avião agrícola brasileiro fez seu voo inaugural em 30 de julho de 1970, e recebeu o nome de “Ipanema” em homenagem à Fazenda Ipanema, do Ministério da Agricultura, dentro da qual teve sua concepção básica definida, em reuniões do fabricante com os técnicos do Ministério da Agricultura e operadores aero agrícolas. ” (ARAÚJO, 2015, p. 7).

O início da aviação foi marcado por pioneirismo, improvisação e teve um crescimento desordenado, o que é compreensível por ser algo inédito até então no país. Porém havia necessidade de formalizações, normas e também desenvolvimento dos profissionais para execução de tal atividade. E após anos de estudos, análises e prática experimental, a atividade foi regulamentada no Brasil. (ARAUJO, 2015).

“A atividade aero agrícola no Brasil está perfeitamente regulamentada por um conjunto de Leis e Regulamentos específicos no plano federal. O marco inicial da regulamentação do setor encontra-se na promulgação do Decreto-Lei 917, de 1969, de seu Decreto Regulamentador 86.765, de 1981 e de Portarias complementares (...)”. (ARAÚJO, 2015, p. 14).

O contexto do início da aviação exposta pelo avião, estendeu-se ao helicóptero, porém, sem continuidade na época. Passados 30 anos, em 2015, novamente retomou-se a utilização do helicóptero na aviação agrícola.

Em notícia publicada no Diário do Noroeste (PR) o texto expõe que a utilização de helicópteros na pulverização agrícola começou no Brasil em 2015 e em 2019 existiam apenas três empresas homologadas para operar esse tipo de aeronave no país. Em países que já utilizam essa tecnologia a mais tempo, como EUA, Austrália e Nova Zelândia, estima-se que 40% das lavouras são pulverizadas com helicóptero. (DIARIO DO NOROESTE, 2019).

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Diversos são os contextos no meio agrícola que o helicóptero pode ser aplicado. O mesmo apresenta vantagens em relação ao avião porque pode ser utilizado para áreas irregulares, montanhosas, degradadas, com necessidade de reflorestamento, para aplicação de fertilizantes, sementes, defensivos e no combate a incêndios em campos e florestas.

Apesar de pouco explorada, a utilização mais comum é para aplicação na pulverização agrícola. Essa já testada e comprovada pelos produtores.

Segundo Camargo, Romagnoli (2004), os resultados de aplicações aéreas de fungicidas realizadas dentro dos limites de condições meteorológicas adequadas podem ser consideradas excelentes técnicas para controle da ferrugem na soja.

“De acordo com o diretor do CETEM, Claodemir Grolli, o serviço permite a pulverização das lavouras com defensivos, adubos, herbicidas fungicidas, inseticidas etc, com mais qualidade de cobertura porque, voando a baixa altitude praticamente não há deriva (desvio) do produto por conta dos ventos. “Não há dano à lavoura, como acontece na pulverização com os tratores, e também promove a boa distribuição do produto, já que a altura da aplicação é semelhante a aplicação terrestre (trator) ”, diz ele. ” (ABAM, 2019)

2.1 – AGRICULTURA NO BRASIL

No Brasil, preservando a área amazônica, ainda temos uma área muito expressiva de produção agrícola. O segmento cresceu muito nos últimos anos, visando atender a demanda mundial.

Segundo Embrapa (2018), há 50 anos o país buscava forte desenvolvimento na área industrial. O país tinha baixa produtividade quanto ao abastecimento interno de alimentos e faltava tecnologia adaptada à produção tropical. Houve forte apoio do governo com políticas visando aumentar produção agrícola, investimentos em pesquisa, desenvolvimento e também os produtores rurais assumiram riscos e empreenderam para fomentar a produtividade do país.

" A partir da década de 1990, as políticas macroeconômicas de estabilização (controle da inflação e câmbio mais realista) e as maiores demandas interna e internacional devem ser consideradas também para explicar o crescimento do setor agrícola, que passou a

ser o principal responsável pelo superávit da balança comercial

brasileira. Entre 1990 e 2017, o saldo da balança agrícola do País aumentou quase dez vezes, alcançando, nesse último ano, US$ 81,7 bilhões, valores que têm contribuído para o equilíbrio das contas externas do País. ” (EMBRAPA, 2018, p. 17).

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Com isso, a agricultura no Brasil alavancou seus resultados e também movimentou a economia nacional, fazendo com que governo e produtores investissem seus esforços na busca por tecnologia e consequente maior eficiência.

Nos últimos 15 anos, as cidades do interior vêm crescendo mais do que as capitais como consequência desse movimento. A demanda por alimento no mundo cresce a cada dia e em decorrência, as oportunidades têm sido maiores no interior, visto que é lá que o agronegócio acontece.

Figura 1 - Área e produção de grãos de 1977 a 2018 (estimativa).

Fonte: CONAB (2018).

O gráfico nos mostra o quanto o aumento da produção foi expressivo, mantendo a área plantada, ou melhor, aumento pouco expressivo quando comparado a grade escala de produção. Isso mostra melhor aproveitamento da lavoura.

Isto posto, também é preciso considerar quais são as projeções do país para os próximos anos, e ainda referenciando Embrapa (2018) a tabela abaixo apresenta valores de 2027, refletindo aumento na área plantada e produção.

Figura 2 - Área plantada, produção e rendimento médio das principais culturas no Brasil e quantidade produzida de carne bovina, suína e de frango, em 2017 e 2027 (projeções).

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(1) Valor estimado pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (SIRE), com base nos dados de área plantada e produção para 2017. Fonte: PROJEÇÕES (2017) / EMBRAPA (2018).

“Um estudo da ONU prevê que até 2050 será necessário aumentar a produção de alimentos em cerca de 70%, muito acima da capacidade atual de todos os países, em torno de apenas 10%, se mantido o ritmo atual. Será necessário, portanto, intensificar agricultura, e o Brasil terá um papel de destaque na superação desse desafio – ou seja, encontrar soluções sustentáveis para multiplicar a produtividade sem aumentar a área plantada. ” (SENAR, 2020).

As definições já são tomadas com visão desse cenário. Agricultores aprenderam um novo jeito de trabalhar e hoje tem suas decisões pautadas pelas análises com olhar no futuro e também no que há de novo em termos de tecnologia. Sabem que sem aumento da área é preciso otimizar o que se tem e buscar soluções que possam aumentar a produtividade nas áreas já mecanizadas.

2.2 - VANTAGENS DA APLICAÇÃO DO HELICÓPTERO NO MEIO AGRÍCOLA

Equipamento de asas rotativas, capaz de voar a baixas velocidades, com diferenciada manobrabilidade e excelente precisão durante uma aplicação. Essas são algumas das vantagens quanto a utilização do helicóptero no meio agrícola que serão descritas com maior detalhamento nesse capítulo.

“Economizar mão de obra, tempo e acessar áreas mais difíceis são os principais objetivos relacionados ao uso do helicóptero em áreas de pastagens. Nas áreas onde existem obstáculos como arbustos e árvores de maior porte, os helicópteros conseguem atingir a altura de pulverização ideal mais rapidamente e permanecem nessa altura por mais tempo, resultando numa cobertura de alvos superior. ” (PASTO EXTRAORDINÁRIO, 2019).

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2.2.1 – Efeito Downwash

No Brasil, o helicóptero ainda é pouco explorado nesse segmento, porém, vem ganhando seu espaço visto suas características peculiares. Entre elas, seu efeito aerodinâmico “downwash”, criado pelo movimento das pás do rotor. O ar é jogado para baixo e aliado a velocidade da aeronave, que é menor em relação ao avião, reduz a deriva das gotas. “Trabalhando em velocidades mais baixas, as gotas quebram menos e, como o vento tende a carregar as partículas mais finas, a deriva diminui”. (INSTITUTO BRASILEIRO DE AVIAÇÃO, 2016).

Figura 3 - Vórtices de vento formando downwash de helicóptero

Fonte: JJ RYAN CONSULTING (2020).

2.2.2 – Manobrabilidade

Aeronaves de asas rotativas apresentam maior manobrabilidade, isso significa maior capacidade para efetuar manobras para acompanhar o terreno. É possível realizar aplicações com menor velocidade, a baixa altura, mantendo os limites do campo, sem invadir áreas vizinhas.

Também se torna aplicável a qualquer perfil de terreno, seja com relevo montanhosos ou áreas planas. Sobrevoando com mais precisão, contornando obstáculos e realizando com agilidade as curvas de reversão durante a aplicação.

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2.2.3 – Infraestrutura

A infraestrutura necessária para a operação é mais enxuta quando comparada ao avião, visto que não necessita de pista para realizar suas manobras e abastecimentos, o que permite realizar o trabalho de forma mais rápida e eficiente. Toda a sua operação é feita dentro da própria área, não sendo necessário grande espaço para manobras e curvas de reversão. Seus abastecimentos são realizados com um caminhão de apoio ao lado da lavoura, ou seja, direto no local de trabalho, evitando o deslocamento até uma pista de pouso.

Figura 4 – Abastecimento de aeronave

Fonte: VERTICAL MAG (2020).

2.2.4 – Topografia

Em alguns casos torna-se a única opção para maior aproveitamento da área, em razão da topografia. Propriedades que apresentam áreas de difícil acesso, terrenos montanhosos, declives, vales, pastagens, a utilização de máquinas tradicionais como tratores e pulverizadores auto propelidos torna-se impraticável e

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muitas vezes, mesmo conseguindo acessar, não se tem qualidade na pulverização e consequente reflexo na produtividade dessas áreas. Helicópteros alcançam com facilidade essas áreas irregulares, muitas vezes inviáveis também para o avião.

2.2.5 – Precisão

Segundo a Revista Pasto Extraordinário (2019), “Os helicópteros possuem a habilidade para operar com precisão dentro dos limites do campo, e as curvas de reversão têm o ganho médio de 22 segundos, se comparados ao do avião agrícola. ” Tempo esse, que multiplicado em toda a extensão aplicada, se traduz em maior produtividade diária.

A aplicação precisa, reduz desperdício do produto e também reduz deriva de produtos químicos no entorno da área aplicada, preservando meio ambiente e sociedade.

2.2.6 – Versatilidade

O equipamento de pulverização é acoplado ao helicóptero e por isso facilmente removível, permitindo assim sua utilização para outros fins em períodos de entressafra. Isso significa sua versatilidade para aplicação em outras atividades, tornando-a uma aeronave com melhor aproveitamento. Diferente do avião que tem sua construção voltada especificamente para uso no setor agrícola.

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Figura 5 - DTM-4 montado em um R44

Fonte: APOLLO SPRAY (2020).

Os fatores citados acima demonstram como o helicóptero pode ser considerado uma ferramenta bastante útil e de grande participação para o setor agrícola, com excelente potencial de desenvolvimento, especialmente no Brasil, devido sua grande extensão territorial e capacidade produtiva.

2.3 – PRODUTIVIDADE AVIAÇÃO AGRÍCOLA

Contemplada as vantagens da utilização das aeronaves, um pouco da história da agricultura no Brasil e perspectiva para os próximos anos, também se faz necessário apresentar dados quantitativos para melhor análise da eficácia. Unindo esses pontos e quantificando os dados, o Engenheiro Agrônomo Marcelo DRESCHER disponibiliza um modelo de planilha eletrônica para cálculo do rendimento operacional (ANEXO 1). Neste cálculo são consideradas algumas variáveis que compõem dados sobre a operação e produtividade do equipamento aéreo, entre elas, a velocidade do voo em aplicação, tempo de balão e distância da pista. Além disso, considera-se também, o comprimento médio da área.

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O objetivo principal desse trabalho não é aprofundar os cálculos matemáticos, mas explanar resultados para compreensão da análise quantitativa relacionada a produtividade das aeronaves.

Considerando voos em cenários idênticos de lavoura, topografia uniforme, sem obstáculos, utilizando como exemplo os valores operacionais aproximados de aplicação do avião Embraer Ipanema e do helicóptero Robinson R44, foram realizadas algumas simulações a fim de comparação e observou-se diferentes resultados conforme exposto abaixo.

Foi simulado com base em situações comuns a ambos os equipamentos, considerando suas capacidades específicas de velocidade, carga e faixa efetiva. Quanto a dosagem de aplicação e tamanho da área a ser aplicada, manteve-se os mesmos valores para análise comparativa.

Figura 6 - Simulação da Análise do Rendimento Operacional do Helicóptero:

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Figura 7 - Simulação da Análise do Rendimento Operacional do Avião:

Fonte planilha: DRESCHER (2020).

O rendimento do helicóptero foi de 62 ha/hora, enquanto o avião teve como resultado 56 ha/hora.

Observa-se que, nos exemplos acima, os resultados do helicóptero foram mais favoráveis visto que demora menos tempo para reabastecimento e não precisa deslocar até uma pista de pouso para reabastecimento. Esses foram fatores determinantes nos resultados apresentados na simulação acima.

Em outra simulação feita, com uma distância da pista de pouso de 5 km para o avião e 0,5 km para o helicóptero, considerando o tamanho médio de tiro (aplicação) de 3000 m, ambos apresentaram o mesmo rendimento. Em áreas com tiros menores que 3000 m, foi possível constatar que o helicóptero apresentou maior rendimento operacional quando comparado ao avião.

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3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo apresentar as vantagens da aplicação do helicóptero para otimizar os resultados na produção agrícola. Foram expostos os diferenciais do mesmo e ainda como pode ser melhor aplicado.

Também foram apresentadas as vantagens por meio de seus efeitos aerodinâmicos, características particulares e como contribuem na pulverização.

Para melhor entendimento do contexto foi apresentado cenário da agricultura no país, mostrando o quanto esse segmento é importante para a economia e como a aviação agrícola pode contribuir com a produtividade, apresentando melhor desempenho em diferentes contextos.

O helicóptero é um aliado na agricultura e pode otimizar os resultados da produção, ganhando em tempo, atendendo topografias desfavoráveis e proporcionando melhor aproveitamento das áreas.

O trabalho foi desenvolvido com referência na aviação de asas rotativas, citando em caráter comparativo, o avião também. Com isso, pode-se perceber as vantagens da aviação de maneira geral e conclui-se que é preciso ponderar alguns fatores, entre eles o tipo de terreno aonde será realizado a aplicação. O helicóptero apresenta vantagens quando o nível de dificuldade de acesso é maior.

Em análises qualitativas, chegou-se a conclusão que o helicóptero apresentou vantagens visto que não precisa se deslocar até a pista para reabastecimentos, tem maior capacidade de manobra, efeito aerodinâmico que aumenta a precisão, capacidade de trabalhar em topografias adversas e a versatilidade, podendo ser aplicado para outros fins em épocas de entressafra.

O objetivo geral do trabalho foi atingido apresentando as circunstâncias acerca da utilização do helicóptero no meio agrícola e oferece oportunidade para pesquisas adicionais futuras.

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REFERÊNCIAS

ABAM. Disponível em: https://abam.com.br/demonstracao-de-pulverizacao-de-lavoura-de-mandioca-com-helicoptero/. Acesso em: 25 ago. 2020.

ANAC. Disponível em: https://www.anac.gov.br/noticias/2016/anac-certifica-operacoes-com-helicoptero-na-agricultura. Acesso em: 16 ago. 2020.

APOLLO SPRAY. Disponível em: https://apollospray.com/#gallery. Acesso em: 31 ago. 2020.

ARAUJO, Eduardo C. Histórico e perfil da aviação agrícola Brasileira. [s.l.]: Agronautas, 2015.

CAMARGO, Tiago V; BONELLI, Maria A. P. O.; ELTON W. C. ROMAGNOLE, Elton W.C. In: Sintag – Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos, 3, 2004. Aplicações aéreas visando controle da ferrugem da soja. Botucatu - SP: Sintag, 2004.

DIÁRIO DO NOROESTE. Disponível em:

http://www.diariodonoroeste.com.br/noticia/cotidiano/estadual/106519-demonstracao-de-pulverizacao-de-lavoura-de-mandioca-com-helicoptero. Acesso em: 14 ago. 2020.

DRESCHER, Marcelo. Manual de Piloto Agrícola. 2ª edição. São Paulo: Editora Bianch, 2017.

DRESCHER. Disponível em https://drescher.com.br/. Acesso em: 11 set. 2020.

DUARTE, Vania Maria do Nascimento. Pesquisas: Exploratória, Descritiva e

Explicativa. Disponível em

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/regras-abnt/pesquisas-exploratoria-descritiva-explicativa.htm. Acesso em: 20 set. 2020. EMBRAPA. Visão 2030 – O Futuro da Agricultura Brasileira. Brasília: Embrapa, 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE AVIAÇÃO. Disponível em:

https://institutoaviacao.org/noticia/helicopteros-sao-nova-opcao-para-aviacao-agricola?n=helicopteros-sao-nova-opcao-para-aviacao-agricola. Acesso em: 26 ago. 2020.

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JJ RYAN CONSULTING. Disponível em https://jjryan.com.au/index.php/helicopter-rotor-downwash-excessive-wind-fod-and-brownouts-what-are-the-risks/. Acesso em: 25 ago. 2020.

JUNIOR, Valnei Guedes Lopes. O Helicóptero na aviação agrícola Brasileira. 2011. Trabalho de conclusão do curso de Tecnologia em Pilotagem Profissional de Aeronaves (Faculdade de Ciências Aeronáuticas). Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2011.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de

Metodologia Científica. 5ª ed. Editora Atlas, 2003.

MACHADO, A. J., REISDORFER, M, L. 2011. Conhecimento geral dos

helicópteros: livro didático. Palhoça, Unisul Virtual, 1ª Edição.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-

br/assuntos/sustentabilidade/tecnologia-agropecuaria/aviacao-agricola#:~:text=A%20avia%C3%A7%C3%A3o%20agr%C3%ADcola%20%C3%A9 %20um,inc%C3%AAndios%20em%20campos%20e%20florestas. Acesso em: 18 set. 2020.

PASTO EXTRAORDINÁRIO. Disponível em:

https://pastoextraordinario.com.br/pulverizacao-com-helicoptero/. Acesso em: 22 ago. 2020.

SENAR. Disponível em:

http://www2.senar.com.br/Noticias/Detalhe/10908#:~:text=Um%20estudo%20da%20 ONU%20prev%C3%AA,se%20mantido%20o%20ritmo%20atual. Acesso em 18 set. 2020.

SINDAG. Disponível em: https://sindag.org.br/servicos-e-procedimentos-aeroagricolas/. Acesso em: 14 ago. 2020.

SIPAER. Manual de boas práticas da aviação agrícola. Disponível em

http://200.144.0.248/DOWNLOAD/CERTIFICADOS/AC2019/Manual-de-Boas-Pr%C3%A1ticas-da-Avia%C3%A7%C3%A3o-Agr%C3%ADcola.pdf. Acesso em: 25 ago. 2020.

VERTICAL MAG. Disponível em: https://www.verticalmag.com/features/flying-bell-47-english-air/attachment/3590/. Acesso em: 18 set. 2020.

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ANEXO A – Planilha para análise do rendimento operacional.

Análise do Rendimento Operacional

Planilha elaborada por:

Digite abaixo Eng. Agr. MSc Marcelo Drescher Tempo de carregamento e rolagem (min) 0 #DIV/0! e-mail : marcelodrescher@gmail.com Dosagem de aplicação (litros ou Kg) 0 Disponivel no site: WWW.CIFE.COM.BR

Carga (litros) 0 1

Velocidade do vôo em aplicação (mph) 0 #DIV/0! DADOS COMPLEMENTARES Rendimento REAL

Velocidade do vôo em translado (mph) 0 Rendimento no tiro (ha/min) 0,00 0,00

Faixa efetiva (metros) 0 Rendimento teórico (ha/hora) 0,00 0

Tempo de balão (segundos) 0 Número de hectares por carga 0,00

Comprimento médio das áreas (metros) 0 #DIV/0! Número total de cargas 0,00

Distância media da pista até a área (Km) 0 #DIV/0! Quantidade total de produto 0,00

Área total da aplicação (hectares) 0 Quantidade total de veiculo 0,00

Consumo de combustível (l/hora) 0 Quantidade total de adjuvante 0,00

Quantidade de produto por hectare (litros) 0 Valor por hectare R$ 0,00

Quantidade de ajuvante por hectare (litros) 0 Valor total R$ 0,00

Valor bruto pretendido por hora de vôo 0 01/07/2022 Rendimento segundo a fórmula 0 ha/hora

Tempo necessário para apllicação 0 horas e 0 minutos

Eficiência da Aplicação 0,00 %

Consumo de combustível 0,00 litros

Calculo de ajuste da vazão de sólidos em função da faixa de aplicação e velocidade da aeronave

Quantidade a ser aplicada por hectare (kg) 0 Quantidade

Velocidade do avião (mph) 0 ha/min Kg/min Kg/30 seg Kg/15 seg ha/hora Valor por hectare

Faixa fornecida 0 0,00 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 0,00 0,00

Alternativa 1 (faixa + 1m) 1 0,00 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 0,00 0,00 Alternativa 2 (faixa + 2m) 2 0,00 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 0,00 0,00 Alternativa 3 (faixa + 3m) 3 0,00 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 0,00 0,00 Alterantiva 4 (faixa + 4m) 4 0,00 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 0,00 0,00 Alternativa 5 (faixa - 1m) -1 0,00 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 0,00 0,00 Alternativa 6 (faixa - 2m) -2 0,00 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 0,00 0,00 Alternativa 7 (faixa - 3m) -3 0,00 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 0,00 0,00 Alternativa 8 (faixa - 4m) -4 0,00 0,00 0,00 0,00 #DIV/0! 0,00 0,00

Peso /Tempo (para ajuste)

Referências

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