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Índice. CAPÍTULO 3 Dívidas ao Estado. CAPÍTULO 1 Avaliar a sua situação financeira. CAPÍTULO 2 Serviços públicos essenciais

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Índice

CAPÍTULO 1

Avaliar a sua situação financeira

Fazer um orçamento 12

Despesas 12 Receitas 14 Regras para um orçamento eficaz 15

Saber quanto vale o seu património 16 Precauções genéricas 18

Listas de compras 18

Verifique a taxa de esforço 19

Não deixe arrastar 20

CAPÍTULO 2

Serviços públicos essenciais

Consumos mínimos e outras proibições 22

Faturar com regras 23

Corte por falta de pagamento 23

Pré-aviso e suspensão nas comunicações eletrónicas 24 Retomar ou rescindir o serviço 25

Com período de fidelização? 25

O que é? 25 Vinculação e desvinculação 26 Dívidas prescrevem 26 Resolução de litígios 27 CAPÍTULO 3 Dívidas ao Estado Segurança Social 32

Como pagar a dívida? 32

Quando prescreve? 36 Dívidas fiscais 39 Pagamento em prestações 40 Reclamar 40 A ação executiva 41 Bens penhorados 42

Provar a ausência de dívidas 44

Prazo de prescrição 44

Contraordenações rodoviárias 45

Pagamento voluntário 45

Apresentar defesa 45

Nem pagamento voluntário

nem apresentação de defesa 46

Prazo de prescrição 47

Portagens 47

Pagar a tempo e horas 47

Onde pagar 48

Serviços de saúde 48

Serviço Nacional de Saúde 48

Setor privado 49

CAPÍTULO 4

Dívidas a bancos e outras instituições de crédito

Renegociar créditos 52

(2)

Crédito ao consumo 55

Consolidação de créditos 55

Soluções à medida 56

Dívidas do cartão de crédito 60

Ter ou não ter cartão de crédito 61

Proteja-se das fraudes 62

Descoberto bancário 64

Conta-ordenado cobra menos juros 64

Contas bancárias low-cost 65

Abertura de conta 66

Encerramento da conta pelo banco 67

CAPÍTULO 5 A Segurança Social e as dívidas do Estado

Segurança Social 70

Rendimento social de inserção 70

Subsídio de desemprego 71

Subsídio social de desemprego 75 Subsídio de desemprego parcial 76 Subsídio para trabalhadores independentes 76

Pensão social de reforma 78

Pensões de viuvez e de orfandade 78 Subsídio por assistência de terceira pessoa 79

Complemento por dependência 80

Complemento solidário para idosos 80

Quando o Estado falha 81

Segurança Social nem sempre assegura 81 Reembolso de irs 82

Penhorar os bens do Estado 82

CAPÍTULO 6 Compensações e danos Salários em atraso 84 Montantes abrangidos 84 Acionar o fundo 85 Assegurar a pensão de alimentos a menores 86

Quem tem direito 86

O que é preciso fazer 87

Indemnização pelo Estado

às vítimas de crimes 88

Montantes envolvidos 88

Os crimes abrangidos 88

Efetuar o pedido 89

Receber ou não o adiantamento 89

Acidente de viação sem rede 90

Danos cobertos 90

Insolvência da seguradora 91

Outros requisitos e exclusões 91

Serviços com despesas colaterais 91

Danos causados pelos

serviços contratados 91

Cobranças por estimativa 92

CAPÍTULO 7 A habitação

Dívidas de condomínio 94

Cuidados a ter antes de adquirir

um imóvel 94

Se não conseguir pagar as despesas

de condomínio 95

Quando não há acordo 97

Prescrição das dívidas ao condomínio 99

Falhar o pagamento das rendas 99

Caução 99

Rendas em atraso 100

As opções do inquilino 102

Pôr termo ao contrato 102

(3)

CAPÍTULO 8

Empréstimos entre particulares Familiares e amigos 110

Condições do empréstimo 110

Custos envolvidos 115

Usura? Não obrigado 115 Resistir às promessas tentadoras 116 Novas formas de empréstimo 117

Plataformas em Portugal 117

Plataformas noutros países 118

CAPÍTULO 9 Dívidas de terceiros

Dívidas do cônjuge 120

Responsabilidade de ambos 120

Responsabilidade individual 121

Pagar com o quê? 122

União de facto 124

Garantir as dívidas de terceiros 125

Ser fiador 125

Ser avalista 127

E depois da execução? 128

Fiança ou aval a dívidas de sociedades 128 Deixar de ser fiador ou avalista 129

Herança com dívidas 129

Responsabilidade tem limites 130

Quem são os herdeiros? 130

Identificar os bens 130

Contabilizar os créditos e os débitos 132

Aceitar a herança 133

Aceitação a benefício de inventário 133

Recusar a herança 133

Dívidas herdadas pelo cônjuge 134

CAPÍTULO 10 As listas negras

Registar os créditos bancários

e o (in)cumprimento 136

Informação centralizada 137

Quem e como pode aceder? 138

Documentação necessária para o acesso 139 Erros na informação comunicada 140

Avalistas e fiadores 140

Direitos dos clientes bancários 140

Restrições ao uso de cheque 141

Entrar na Listagem de Utilizadores de Risco 141 Consequências 142 Erros na informação comunicada 142 Regularização 142 Saber se consta da lur e sair 143

Listas negras do Fisco

e da Segurança Social 144

Como sair? 145

Erros na informação comunicada 146

Lista pública de execuções 147

CAPÍTULO 11

Evitar ou ultrapassar o sobre- -endividamento

Gabinete de Apoio ao Sobre-

-endividado da deco 151

Quem tem acesso 152

O que podem fazer por si 152

O que terá de fazer 152

Plano de Ação para o Risco

de Incumprimento (pari) 154 Procedimento Extrajudicial de Regularização

(4)

Rede de Apoio ao Consumidor

Endividado (race) 156

Quem tem acesso 157

O que podem fazer por si 157

Apoio judiciário 158

Em que consiste o apoio judiciário 158

Consulta jurídica 158

Quem tem acesso 159

Pedir apoio judiciário 161

Apoio durante quanto tempo? 161

CAPÍTULO 12 Os últimos recursos

Penhora de salário 166

Salário quase intocável 166

Penhoras com limites 167

Adiar ou atenuar a penhora 168

Penhora de outros bens 168

O que não pode ser penhorado 168

Outras regras a respeitar 169

Contas bancárias 169

Oposição do devedor 170 Fisco e Segurança Social 170

Casas de penhores 171

Como funciona 171

Custos a contabilizar 172

Cuidados a ter 172

Se alguma coisa correr mal 174

Em síntese 174

Processo de insolvência 174

Por onde começar 175

Plano de pagamentos 175

Efeitos da insolvência 176

Libertar-se das dívidas

ao fim de 5 anos 176

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Diga adeus às dívidas Dívidas a bancos e outras instituições de crédito

em pagar as prestações, diga-o. À partida, mostrar interesse em continuar a cumprir pontualmente as suas obrigações só poderá jogar a seu favor. Seja recetivo às propostas que as instituições financeiras lhe fizerem e nego-ceie. Estude detalhadamente a sua situação financeira e planeie alternativas válidas e justas para ambas as partes. A obtenção do seu mapa de crédito (veja o capítulo As Listas Negras, a partir da página 135) é uma boa ferramenta para esta fase. Partindo da análise do mapa e do seu orçamento, veja se alguns dos exemplos de negociação que indicamos na caixa abaixo são adequados para o seu caso.

Se já faz um orçamento mensal, como sugerimos no primeiro capítulo deste livro, pode, por exemplo, disponibilizá-lo às instituições financeiras e apre-sentar estimativas de evolução desse orçamento. O seu contributo é impor-tante! Esteja também atento às comissões. Consulte o preçário e verifique

NEGOCIAR O QUÊ?

*

Em qualquer contrato existem variáveis negociáveis, sobre as quais as partes terão de che-gar a acordo. Aqui ficam algumas possibilidades de negociação nos contratos de crédito, para tentar ganhar alguma folga financeira.

• Negociar as taxas é a melhor opção para o cliente, mas também será interessante para o banco se existir um risco iminente de incumprimento.

• Prolongamento do prazo do crédito à habitação, eventualmente até ao limite máximo (em alguns bancos pode chegar aos 50 anos, desde que a idade do titular do crédito no final do contrato não seja superior a 75 anos). Atenção ao maior volume de juros a pagar no final. • Revisão das garantias. Alguns exemplos são a prestação de hipoteca sobre outro bem imó-vel ou móimó-vel sujeito a registo, a introdução de uma fiança ou de um aval ou a prestação de penhor sobre uma aplicação financeira.

• Introdução de carência de capital e/ou juros, de preferência durante 12 a 48 meses, para ter tempo de solidificar as suas finanças. Durante este período, não paga nada ou paga apenas juros ou apenas capital, o que lhe permite suspender ou reduzir o pagamento da prestação mensal. Esta opção pode estar associada, ou não, a uma redução do spread.

No entanto, deve ser vista apenas como uma folga momentânea, já que, no final do perí-odo de carência, a prestação será superior à que pagava antes.

• Estipular um valor residual a pagar no final do prazo do empréstimo (por exemplo, 30% do capital em dívida). Desta forma baixa a prestação mensal, mas há mais juros a pagar no final. Além disso, chegada a altura de pagar o valor residual, terá de desembolsar um valor elevado de uma só vez ou pedir ao banco um novo empréstimo para o efeito.

• Consolidação de créditos (veja o título respetivo, a partir da página 55).

• Transferência de crédito, para obter melhores condições financeiras ou para consolidação de créditos.

* Em qualquer destas situações, a instituição financeira irá avaliar novamente a sua solvabilidade e a dos seus eventuais garantes. No que respeita à relação com os bancos e, mais especificamente, com os

créditos contraídos, há um fator fundamental a que é necessário estar atento: a taxa de esforço (verifique a fórmula de cálculo na página 19). O agravamento desta taxa, que deverá ter em conta todos os encargos com créditos (e não apenas o crédito à habitação) é um sinal de alerta a exigir atenção imediata, nomeadamente através da renegociação dos contratos com os bancos antes de a situação se tornar insustentável.

Normalmente considera-se que uma taxa de esforço equilibrada ronda os 35%, embora isso possa variar com o nível de rendimentos da família e o número de dependentes. De facto, 35% de mil euros e 35% de 10 mil são situações muito diferenciadas: no primeiro caso sobram apenas 650 euros para todas as outras despesas da família (o que poderá ser suficiente apenas para uma pessoa, mas já não o ser se forem 5), no segundo sobram 6500, margem que até permitiria um endividamento superior. Importa, ainda, ter em conta as poupanças de que o agregado familiar dispõe. Se estas forem inferiores a metade do seu rendimento anual bruto, a situação pode derrapar mais facilmente.

Renegociar créditos

Se começa a ter dificuldades em pagar os seus créditos ou prevê vir a tê-las no curto ou médio prazo, provavelmente está na altura de os renegociar. Faça-o antes de falhar o primeiro pagamento: a negociação é sempre mais fácil para quem ainda tem os créditos em dia.

Renegociar os créditos não é apenas para quem já está a remar contra a maré. Qualquer redução nas prestações a pagar, por pequena que seja, irá criar uma folga financeira que poderá ser-lhe muito útil para outras finalidades. O objetivo é reduzir o impacto das prestações no seu orçamento mensal. Mas não esqueça que, no longo prazo, poderá vir a pagar mais. Se possível, aproveite as baixas dos spreads. Estas são propícias à renegociação, porque o mercado torna-se mais competitivo.

Comece por contactar o seu gestor de conta no(s) banco(s) onde tem o(s) crédito(s). Averigue quais são as possibilidades de melhoria e considere mudar de banco se não lhe oferecerem condições mais vantajosas. Regra geral, os bancos não gostam de perder (bons) clientes habituais. Seja franco com os seus credores. A renegociação requer acordo entre devedor e credor, pelo que é essencial colocar todas as cartas na mesa. Se está com dificuldades

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Diga adeus às dívidas Dívidas a bancos e outras instituições de crédito

agregado familiar ficar desempregado ou for transferido, no trabalho, para uma distância superior a 50 quilómetros. Neste caso há algumas exigências suplementares: o imóvel estar hipotecado como garantia de um contrato de crédito à habitação e o valor da renda ser depositado na conta à ordem que lhe está associada.

Crédito ao consumo

O crédito ao consumo também pode ser renegociado a qualquer momento, desde que credor e devedor cheguem a acordo. Caso a renegociação impli-que um aumento da dívida, ou o alargamento do prazo de reembolso, será necessário proceder a uma nova avaliação de risco.

Regra geral, as instituições financeiras cobram comissões pela renegociação. Por isso, esteja atento aos preçários. Só quando as negociações ocorrem no âmbito do Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (veja o título persi, na página 155) é que a análise e a forma-lização não podem estar sujeitas à cobrança de comissões.

Tal como no crédito à habitação, as instituições financeiras não podem con-dicionar a negociação à obrigatoriedade de o cliente aceitar outras vendas associadas. Ainda que os bancos possam propor outros produtos como con-trapartida de uma alteração das condições contratuais do crédito, o próprio Banco de Portugal já veio desaconselhar essa prática. Quando uma aquisição facultativa proporcione condições comerciais mais favoráveis, a Ficha de Informação Normalizada Europeia (fine) deve explicitar quais são os bene-fícios dessa contratação conjunta, bem como apresentar eventuais cenários de mudança.

Consolidação de créditos

Muitos dos consumidores que não conseguem fazer face às suas dívidas têm diversos créditos em curso (por exemplo, o da casa, o do automóvel e um crédito pessoal para aquisição de móveis e/ou eletrodomésticos). Juntar todas as prestações numa só, de valor inferior à soma das iniciais, alivia de imediato o orçamento familiar, mas há que avaliar os custos da operação. se compensa renegociar ou se é preferível mudar de banco. No âmbito da

negociação, tente reduzir ou suprimir o pagamento dessas comissões.

Crédito à habitação

Longe vão os tempos em que contratar o crédito à habitação com uma institui-ção financeira significava ficar preso a ela para o resto da vida. De acordo com a lei, os créditos à habitação, os créditos conexos e outros créditos garantidos por hipoteca estão isentos de quaisquer comissões associadas à revisão das condições do contrato. Da mesma forma, estão proibidas as comissões nos casos em que a renegociação incide sobre o regime da taxa de juro ou sobre a mudança de seguradora.

Vendas associadas, só se houver vantagens para o cliente

A renegociação não pode estar dependente da aquisição de outros produtos ou serviços financeiros (aquilo a que se chama vendas associadas). Mas esta proibição não abrange os contratos que preveem, desde o início, que a redução do spread só será possível se forem contratados outros produtos ou serviços financeiros. Tal impedimento também não se aplica às vendas facultativas. A instituição financeira pode propor produtos cuja contratação resulte numa redução dos custos do crédito. Não obstante, ao fazer isso deve informar o cliente sobre o impacto da contratação na Taxa Anual Efetiva Global (taeg). A Ficha de Informação Normalizada Europeia (fine) também deve clarificar os benefícios da contratação conjunta, bem como o peso de quaisquer alterações.

Sem aumento do spread

Se a renegociação implicar mudar a titularidade do contrato, na sequência de divórcio, separação judicial de pessoas e bens, dissolução da união de facto ou falecimento de um dos membros do casal, o spread não poderá sofrer agravamento quando a nova prestação mensal representar para o agregado familiar uma taxa de esforço inferior a 55% (ou 60%, se existirem dois ou mais dependentes). Para uma taxa de esforço superior, o banco considera que o risco de incumprimento é demasiado elevado e, nestes casos, pode subir o spread.

Também é possível arrendar o imóvel que serve de garantia ao crédito sem, com isso, sofrer um aumento do spread. Mas só se um dos membros do

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Diga adeus às dívidas Dívidas a bancos e outras instituições de crédito

Imaginemos que o crédito da casa é de 125 mil euros e que o imóvel foi ava-liado em 200 mil euros. Como, em regra, os bancos financiam até 80% do valor da casa, ainda há margem para aumentar o montante do crédito em 35 mil euros (200 mil × 80% – 125 mil). Ou seja, pode juntar empréstimos até perfazer um valor global de 160 mil euros.

Por esta operação envolver uma alteração ao contrato inicial, o banco pode aproveitar para cobrar comissões ou impor outras condições e aumentar a taxa de juro do crédito à habitação, que passa também a ser aplicada aos restantes empréstimos. Neste caso, há que fazer bem as contas, sobretudo se beneficia de uma taxa baixa. O aumento dos juros pagos até ao final do contrato pode ser significativo. Contudo, se não aceitar as novas condições propostas, a instituição pode recusar a consolidação.

Caso consolide os créditos noutro banco que não o do crédito à habitação existente, conte com penalizações por amortização antecipada (até 0,5% do valor em dívida, se o empréstimo tiver taxa variável, ou 2%, se a taxa for fixa). Contudo, alguns bancos suportam os custos com a transferência do emprés-timo. Negoceie uma redução ou até a isenção das comissões por reembolso antecipado dos créditos a consolidar.

MUITOS CUSTOS ASSOCIADOS

A vantagem de recorrer à consolidação de créditos é óbvia: aliviar as contas da família no curto prazo, permitindo que sobrem mais uns euros, todos os meses, para pagar outras despesas. Contudo, há inconvenientes a considerar. Desde logo, a contratação de um novo empréstimo tem custos, como os de processo e o imposto de selo. Tratando-se de um cré-dito hipotecário, é preciso constituir uma nova hipoteca, ou reforçar a existente, o que tem emolumentos associados. Há ainda a contabilizar o pagamento da avaliação do imóvel apresentado como garantia. Por outro lado, ao fazer um novo crédito, terá de amortizar os que estão em vigor, o que, em certos contratos, acarreta penalizações. No crédito hipote-cário, o montante da penalização não pode exceder 0,5% do valor amortizado, caso a taxa seja variável, e 2%, se for fixa. No crédito ao consumo, não pode ser-lhe cobrada nenhuma comissão se tiver taxa variável. Já nos empréstimos de taxa fixa, a penalização não pode exceder 0,5% (0,25%, se estiver no último ano do contrato). Consolidar os créditos noutro banco poderá ser uma vantagem, se este estiver disposto a suportar parte ou a totalidade destes encargos.

É importante saber que a consolidação implica uniformizar os prazos de todos os créditos, regra geral, tendo como referência o mais longo. Isso significa que os empréstimos com um prazo mais reduzido vão durar mais tempo. Mesmo tendo em conta que a nova taxa de juro será mais baixa do que a de alguns dos créditos anteriores, pode vir a pagar mais juros até ao final do contrato.

A grande desvantagem é aumentar o prazo dos pequenos créditos e, com isso, provavelmente, o volume de juros a pagar ao longo do tempo. O acréscimo de encargos globais no final do empréstimo atinge frequentemente alguns milhares de euros e, por isso, só deve optar pela consolidação dos créditos se for mesmo indispensável (por exemplo, porque está em vias de não conseguir pagar as prestações mensais e já tentou todas as vias para negociar as taxas de juro e/ou alargar o prazo de cada um dos empréstimos).

Soluções à medida

Para encontrar as condições mais vantajosas, dirija-se a vários bancos, incluindo o seu, e compare. Leve consigo a informação sobre todos os empréstimos que detém (montante, taxa de juro, valor da mensalidade e prazo), que encontrará nos respetivos extratos. O objetivo é agregar todas as suas prestações mensais numa só, com a mesma taxa de juro e o mesmo prazo. Claro que isso só vale a pena se a nova mensalidade tiver um valor inferior ao somatório de todas as outras. Como em qualquer crédito, o banco irá fazer uma avaliação do risco da operação. Caso a instituição chegue à conclusão de que a sua taxa de esforço é muito elevada, ou seja, que dificilmente conseguirá pagar a mensalidade, irá negar-lhe o empréstimo. Ou então irá exigir-lhe mais garantias, como a apresentação de fiadores.

Regra geral, há duas vias possíveis para a consolidação de créditos:

— associar todos os empréstimos ao crédito à habitação em vigor, no banco onde este foi contratado ou transferindo-o para outro que lhe dê melhores condições; — se não tiver um crédito à habitação, mas for proprietário de um imóvel,

fazer um crédito hipotecário no montante total da dívida, dando o imóvel como garantia.

Para quem já paga casa ao banco

Geralmente, o crédito à habitação é o mais longo e, simultaneamente, aquele cuja taxa de juro é a mais baixa, pelo que compensa associar os restantes créditos ao da casa. Mas convém não esquecer que fica a pagar, por exem-plo, em 30 anos, a acumulação de vários pequenos empréstimos. A curto prazo, ganha em liquidez, pois fica com uma prestação inferior ao conjunto das prestações iniciais. Mas, a longo prazo, pode ter de suportar mais juros. Caso tenha um crédito à habitação, verifique se o valor da garantia (avalia-ção do imóvel feita pelo banco) cobre o montante de todos os empréstimos.

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EXEMPLO DE CONSOLIDAÇÃO COM CRÉDITO HIPOTECÁRIO...

Consideremos o Renato, com dívidas de 30 400 euros e prestações a totalizar 1092 euros/mês. É proprietário de uma casa avaliada em 200 mil euros, pelo que as dívidas representam apenas 15,2% do valor do imóvel. Com uma taxa nominal de 2,45%, para um prazo de 5 anos, a prestação desce para 542 euros. Ou seja, cerca de metade das atuais. No final do empréstimo consolidado, Renato paga menos 6445 euros de juros, já incluindo o imposto de selo. Existem custos iniciais (comissões de amortização antecipada e com o processo de crédito, avaliação do imóvel e encargos fiscais e notariais) e custos mensais de processamento da prestação que rondam, no total, 1600 euros. Mesmo descontando estas despesas, a operação é bastante vantajosa.

À medida que o montante a consolidar diminui, reduz-se também o ganho obtido com o crédito hipotecário, até ao ponto em que os custos associados pesam mais. Aí, passa a ser preferível o crédito pessoal. Esta é também a solução para quem não pode, ou não quer, dar um imóvel como garantia. As taxas de juro são superiores, mas os custos iniciais menores.

... OU PESSOAL

Recorrendo ao crédito pessoal, a mensalidade baixa para 777 euros. Se o prazo do contrato for o mesmo do empréstimo mais longo (assumimos que seria o do crédito automóvel, de 4 anos), no final do crédito consolidado o Renato terá poupado cerca de 1200 euros. Se o prazo for dilatado, a mensalidade será menor, mas o empréstimo fica mais caro. A prestação desce para 569 euros se o prazo aumentar para 6 anos, mas isso implica um encargo suplementar superior a 2500 euros.

€ 542

Prestação mensal ao consolidar num crédito hipotecário Dívida consolidada € 30 400

€ 777

Prestação mensal ao consolidar num crédito pessoal

Dívida consolidada € 30 400 Auto

€ 452

Dívida € 17 500 Linha de crédito

€ 355

Dívida € 7100

€ 1092

Prestações mensais Cartão de crédito

€ 215

Dívida € 4300 Eletrodoméstico

€ 70

Dívida € 1500 menos

€ 550

por mês menos

€ 6445

de juros menos

€ 315

por mês menos

€ 1196

de juros

EXEMPLO DE CONSOLIDAÇÃO NO CRÉDITO À HABITAÇÃO

Vejamos o caso do Francisco que, devido a três créditos e um cartão de crédito, tem uma dívida global de 142 400 euros. No total, o valor das prestações situa-se perto dos 1200 euros mensais (veja o gráfico abaixo).

Ao consolidar junto do banco no qual tem o crédito à habitação, a mensalidade de Francisco passa para 789 euros. Isto se o banco mantiver o prazo e a taxa de juro anual nominal (TAN de 3,7%) do crédito à habitação. Tal representa uma redução de 404 euros nos encargos mensais, o que pode constituir um verdadeiro balão de oxigénio para a sua família. Mas, no final do contrato, terá pago 4820 euros de juros a mais. Há que contar também com os cerca de 1200 euros de custos iniciais (comissões de amortização antecipada e encargos fiscais e notariais) da operação, aos quais podem acrescer comissões relacionadas com o processo de crédito (480 euros, em média) e a avaliação do imóvel (220 euros, em média). No limite, optando pela consolidação, Francisco pode ter de desembolsar mais cerca de 6700 euros do que se mantiver a situação atual. Caso o banco agrave a taxa de juro em 1%, Francisco passa a suportar 866 euros por mês. Ainda assim, menos 327 euros do que se não consolidar. Por outro lado, os juros pagos no final são bastante superiores. Considerando os restantes custos bancários, fiscais e notariais, o acréscimo de encargos será superior a 27 mil euros.

Já se o empréstimo da casa de Francisco tiver uma TAN mais baixa, de 1%, e o banco

mantiver o prazo e a taxa de juro desse crédito, a mensalidade desce para 601 euros. No final, a consolidação pode ainda valer uma poupança de 600 euros em juros. Mas se o banco lhe propuser uma taxa de juro muito superior (por exemplo, de 4,7%), a consolidação torna-se bastante penalizadora, com um acréscimo de custos até 70 mil euros.

Habitação

€ 693

Dívida € 125 000 Automóvel

€ 279

Dívida € 11 500

€ 1193

Prestações mensais Pessoal

€ 131

Dívida € 4100 Cartão de crédito

€ 90

Dívida € 1800

€ 789

Prestação mensal com prazo e taxa de juro do crédito à habitação Dívida consolidada € 142 400

€ 866

Prestação mensal com prazo do crédito

à habitação e taxa agravada em 1% Dívida consolidada € 142 400 menos

€ 404

por mês mais

€ 4820

de juros menos

€ 327

por mês mais

€ 25 220

de juros

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Diga adeus às dívidas Dívidas a bancos e outras instituições de crédito

para o abismo. E o que muitos titulares de um destes cartões nem sabem é que a simples titularidade do cartão, mesmo sem qualquer utilização, já se consubstancia num crédito potencial comunicado ao Banco de Portugal. Ou seja, o limite de crédito que pode utilizar através do cartão é contabilizado na avaliação de risco que é feita pelos bancos quando tenta contrair outro empréstimo. E pode pesar na decisão de o concederem ou não.

Enquanto, com um cartão de débito, compra e paga em simultâneo, com um cartão de crédito só paga as compras mais tarde. Mas ter um cartão de crédito não é pagar depois sem mais implicações, há vários encargos subjacentes. Embora alguns cartões não imponham o pagamento de anuidade, a maioria exige-a, mesmo que não sejam utilizados. Algo a evitar são os levantamen-tos em dinheiro com cartões exclusivamente de crédito (o cash-advance). As comissões pagas por esta operação são bastante elevadas.

A utilização do crédito associado ao cartão dá lugar à cobrança de juros, que são mais elevados do que nos restantes créditos ao consumo. Sempre que pos-sível, pague a totalidade (100%) do extrato no período em que não há cobrança de juros (20 dias após a emissão do extrato, podendo, no total, chegar aos 50 dias após a transação). Caso não seja possível, opte pela modalidade de pagamento que implicar o mínimo de juros e o maior reembolso da dívida. Muitas famílias sobre-endividadas acabam por contratar cartões de crédito para pagar outros cartões de crédito. Nada mais errado, para quem quer sair da espiral de endividamento! Antes de isso ser necessário pela primeira vez, procure ajuda, por exemplo, junto do gas (veja a página 151).

Se já tem dívidas decorrentes da utilização do cartão de crédito, não hesite em contactar o quanto antes a instituição financeira com a qual o contratou. Quanto mais deixar arrastar a situação, mais difícil será resolvê-la. Antes de começar a falhar os pagamentos mensais, tente negociar um plano de pagamento mais suave, mesmo que, no final, tenha de pagar um maior volume de juros. Outra possibilidade é consolidar essas dívidas. Elas poderão transformar-se num crédito pessoal, com taxas mais reduzidas e simplificação do panorama de endividamento (veja o título Consolidação de créditos, a partir da página 55).

Ter ou não ter cartão de crédito

O cartão de crédito é particularmente interessante para quem consegue pagar a totalidade do extrato no prazo de 20 dias após a sua emissão — o período de crédito sem juros. Mas mesmo o mais cauteloso dos consumidores pode,

Sem crédito à habitação

Se é proprietário de um imóvel, considere usá-lo como garantia de um cré-dito hipotecário. A taxa de juro pode ser ligeiramente superior à do crécré-dito à habitação, mas é inferior à dos restantes créditos, nomeadamente do crédito pessoal. Ao consolidar pequenos créditos ao consumo, paga uma prestação mais baixa. Em regra, o prazo do crédito pessoal é mais curto e a taxa de juro mais elevada do que nos créditos hipotecários.

Dívidas do cartão de crédito

Os cartões de crédito são, provavelmente, a forma de crédito ao consumo mais frequente. Se não houver uma utilização responsável, facilmente se resvala

A DECO PROTESTE ACONSELHA

Aqui ficam os principais conselhos a ter em mente, consoante a situação em que se encontra. Antes de pedir um crédito

Avalie a sua situação financeira. Em regra, o total das prestações não deve ultrapassar 35% do rendimento mensal disponível, mas há muitas variáveis a considerar (veja a introdução deste capítulo, na página 52). Convém ainda prever uma poupança correspondente a 5 ou 6 vezes o rendimento mensal familiar, para fazer face a despesas imprevistas.

Se não consegue pagar as suas dívidas

Tente renegociar o crédito com o banco. Alargar o prazo ou consolidar empréstimos per-mite baixar a prestação. Mas estas opções saem caras: aumentam os juros e há custos, por exemplo, com a abertura do processo ou a penalização por amortização antecipada. Verifique os custos do processo e compare a taeg, que reflete o custo total do crédito. Tente ainda uma redução ou isenção das comissões associadas.

Se tem crédito à habitação

Negoceie com o banco a agregação de todas as prestações na da casa. Tenha atenção à eventual subida do spread e lembre-se de que estará a pagar empréstimos de curta dura-ção em muitos anos, pelo que, provavelmente, acabará por pagar muito mais juros ao longo desse período. É o preço a pagar para aliviar os encargos mensais.

Para quem não tem crédito à habitação

Se for proprietário de um imóvel, opte por um crédito hipotecário: os juros são mais baixos do que num crédito pessoal. Para quem não tem imóveis que possa dar como garantia, a solução de recurso é pedir um crédito pessoal.

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Diga adeus às dívidas Dívidas a bancos e outras instituições de crédito

DESCONFIE DO CRÉDITO FÁCIL E COM TAXAS BAIXAS

Precisa de dinheiro? É com esta questão que várias entidades propõem créditos aos consu-midores. A garantia de crédito fácil e rápido, com taxas de juro baixas, atrai, regra geral, consumidores que se encontram em situações mais vulneráveis. Os problemas surgem depois: algumas destas entidades apenas tentam obter o pagamento de um montante a título de comissão ou despesas de processo, para depois informarem o consumidor de que o crédito não foi aprovado.

• Primeiro conselho: obtenha a identificação e os contactos do potencial credor e certifique--se de que está devidamente registado no Banco de Portugal. Antes de pagar qualquer quantia, peça um comprovativo, por escrito, de que o empréstimo foi pré-aprovado. • Se esteve envolvido com uma suposta instituição de crédito e só percebeu demasiado tarde

estar perante uma proposta fraudulenta, apresente queixa de imediato às autoridades policiais. Forneça todos os elementos relativos ao caso, como documentação, mensagens de correio eletrónico e SMS trocados entre si e a entidade. Na ausência de provas ou de resultados da investigação policial, o mais certo é nunca reaver o seu dinheiro. Daí todo o cuidado ser pouco com as ofertas de crédito fácil.

Vá a www.bportugal.pt/entidades-autorizadas e introduza o nome da instituição que lhe propõe o crédito. Se não obtiver qualquer resultado descarte de imediato a contratação do crédito e não entregue qualquer quantia a essa instituição nem forneça informações pessoais.

um dia, ser obrigado a efetuar o pagamento para além desse prazo, ficando sujeito a juros elevados.

Para quem paga as despesas na totalidade durante o período de crédito sem juros, o único critério a considerar para escolher o cartão é a anuidade. De preferência opte por um cartão que não a tenha e verifique se existem outras vantagens associadas, como, por exemplo, o cash-back, que permite reaver uma percentagem das despesas realizadas.

Desaconselhamos a opção pelo pagamento faseado, já que as taxas de juro são, por norma, elevadas. Se já não consegue passar sem ele, compare as taxas anuais efetivas globais (taeg) dos diversos cartões para verificar qual lhe sai menos caro.

Proteja-se das fraudes

Nunca é demais prevenir. Por exemplo, não repita a introdução do código a menos que o terminal de pagamento indique que a primeira tentativa foi mal sucedida ou anulada.

Exija sempre o comprovativo do pagamento para comparar com os movi-mentos do extrato e, se detetar um que desconhece, contacte de imediato o emissor do cartão. Se faz pagamentos pela Net, assegure-se de que usa uma ligação segura (https:\\ no endereço ou cadeado no ecrã).

Muitas entidades gestoras de cartões de crédito têm programas informáticos que detetam movimentos anómalos. Por vezes contactam o titular, questionando--o sobre os mesmos. Outras vezes, bloqueiam o cartão de forma preventiva. Se tal ocorrer, contacte o emissor e esclareça a situação.

Se, mesmo com uma utilização cuidada, verificar que o cartão foi alvo de utili-zação fraudulenta, comunique-o de imediato. Por lei, a partir desse momento não tem mais responsabilidades sobre qualquer operação. Quanto àquelas que já possam ter ocorrido, a sua responsabilidade fica limitada a um máximo de 50 euros. Ainda assim, alguns bancos têm sistemas de proteção contra fraude, como seguros, que cobrem estes riscos. Se pensa subscrever um, à partida só interessará se garantir que nem os 50 euros são da sua responsabilidade. Tudo o resto já é um direito que lhe assiste por lei.

Referências

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