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6ª edição. revista, ampliada e atualizada. Cod_Const_Conc-Jaime_Barreiros-Cod_Eleitoral_Livro.indb 3 27/01/ :03:18

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2017

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CÓDIGO ELEITORAL –

LEI Nº 4.737,

DE 15 DE JULHO DE 1965

Institui o Código Eleitoral O Presidente da República.

Faço saber que sanciono a seguinte Lei, aprovada pelo Congresso Nacional, nos termos do Art. 4º, caput, do Ato Institucional de 9 de abril de 1964:

`PARTE PRIMEIRA – INTRODUÇÃO Art. 1º Este código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá instruções para sua fiel execução.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O Direito Eleitoral, ramo do Direito Público diretamente relacionado à instrumentalização da

participação política e à consagração do exercício do poder de sufrágio popular, é conceituado, por

Fávila Ribeiro (Direito Eleitoral, 1996, p. 5) como o

ramo do Direito que dedica-se ao estudo das

normas e procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento do poder de sufrágio popular,

de modo a que se estabeleça a precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental”.

Joel J. Cândido (Direito Eleitoral Brasileiro, 2008, p. 25), por sua vez, define o Direito Eleitoral

como sendo o “ramo do Direito Público que trata de institutos relacionados com os direitos políticos

e as eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos titulares dos mandatos eletivos e das

instituições do Estado”.

Pode-se compreender o objeto do Direito Eleitoral como sendo a normatização de todo o

cha-mado “processo eleitoral”, que se inicia com o alistamento do eleitor e a consequente distribuição do

corpo eleitoral e se encerra com a diplomação dos eleitos. Neste ínterim, torna-se objeto do Direito

Eleitoral todo o conjunto de atos relativos à organização das eleições, ao registro de candidatos, à

campanha eleitoral (principalmente no que se refere ao combate ao abuso de poder econômico por

parte de candidatos), à votação, à apuração e à proclamação dos resultados.

O Direito eleitoral tem como objetivo a garantia da normalidade e da legitimidade do

procedi-mento eleitoral, viabilizando a democracia. A normalidade significa a plena garantia da consonância

do resultado apurado nas urnas com a vontade soberana expressada pelo eleitoral. A legitimidade,

por sua vez, significa o reconhecimento de um resultado justo, de acordo com a vontade soberana

do eleitor. Vale ressaltar que a expressão “procedimento eleitoral” utilizada refere-se não apenas às

eleições, mas também às consultas populares, a exemplo do plebiscito e do referendo, sobre as quais

também incidem as normas de direito eleitoral. A competência privativa para legislar sobre Direito

Eleitoral é da União, segundo o artigo 22 da Constituição Federal de 1988.

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O Código Eleitoral, apesar de defasado em muitos aspectos, é ainda uma das mais importantes

fontes do Direito Eleitoral. É nele que encontramos a disciplina de matérias tais como o alistamento

eleitoral, os sistemas eleitorais, os atos preparatórios para a votação, a organização da Justiça Eleitoral,

os recursos eleitorais e os crimes eleitorais.

Outras importantes fontes do Direito Eleitoral, sempre cobradas em concursos, são a Lei das

Eleições (Lei nº 9.504/97), a Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar nº 64/90), a Lei Geral dos

Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95), e as resoluções do TSE, em especial a Resolução nº 21.598/03

(Alistamento Eleitoral).

Embora formalmente seja uma lei ordinária, o Código Eleitoral foi recepcionado pela Constituição

de 1988 com força normativa de Lei Complementar, especialmente no que se refere à organização e

competência da Justiça Eleitoral

Por fim, de acordo com o parágrafo único citado, caberá ao TSE expedir instruções para a fiel

execução do Código Eleitoral e, por conseguinte, de toda a legislação eleitoral complementar. Com

a promulgação da Lei nº 12.034/09, a qual alterou em vários aspectos a legislação eleitoral vigente,

foi modificada a redação do artigo 105 da Lei nº 9.504/97, a qual passou a estabelecer os limites

do chamado “poder normativo da Justiça Eleitoral”. Desde então, deixou claro, o legislador, que o

poder regulamentar da Justiça Eleitoral é limitado, não podendo estabelecer restrições a direitos sem

embasamento legal.

Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido, em seu nome, por mandatários escolhidos, direta e secretamente, dentre candidatos indicados por partidos políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta nos casos previstos na Constituição e leis específicas.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O povo é, no Brasil, o titular do poder soberano, conforme previsão expressada na própria

Cons-tituição Federal de 1988, no seu artigo 1º. No exercício do chamado “poder de sufrágio”, definido

como o poder inerente ao povo de participar da vida política do Estado, o povo brasileiro (brasileiros

natos e naturalizados), além dos portugueses equiparados aos brasileiros, situação atípica prevista

no nosso ordenamento jurídico a ser comentada oportunamente nesta obra, tem a possibilidade de

eleger, de forma periódica, seus representantes políticos através das eleições, de forma direta (sem

intermediários) e secreta.

Vale destacar que o voto direto, secreto, universal e periódico é cláusula pétrea prevista no Art.

60, § 4º, II da Constituição Federal de 1988, podendo, entretanto, haver eleição indireta na situação

excepcional de vacância concomitante dos cargos de prefeito e prefeito, ou governador e

vice--governador, ou mesmo de presidente e vice-presidente da república, desde que tal fato ocorra nos

dois últimos anos de mandato. Neste caso, os substitutos, os quais deverão ocupar os cargos durante o

restante do tempo previsto para o término do mandato acéfalo, deverão ser eleitos de forma indireta,

pelo parlamento respectivo.

Caso a mesma vacância, no entanto, ocorra nos dois primeiros anos de mandato, caberá ao povo,

de forma direta, eleger os substitutos.

É de se destacar que os substitutos dos prefeitos, governadores e presidente da república são os

seus respectivos vices. A eleição suplementar referida só ocorrerá no caso de dupla vacância, do titular

e do vice do mandato.

(4)

Por fim, de acordo com o artigo 14, § 3º, V da Constituição Federal de 1988, é condição de

elegibilidade a filiação partidária.

Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo, respeitadas as condições cons-titucionais e legais de elegibilidade e incompatibilidade.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

De acordo com o artigo 14 da Constituição Federal, são condições de elegibilidade, na forma

da lei, a nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos direitos políticos, o alistamento eleitoral, o

domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária, condições essas que serão melhor detalhadas

oportunamente nesta obra.

A idade mínima, a ser aferida na data da posse (de acordo com o Art. 11, § 2º da Lei nº 9.504/97),

será de 35 anos para os cargos de presidente da república, vice-presidente e senador; 30 anos para

governador; 21 anos para deputado federal, deputado estadual, deputado distrital, prefeito,

vice--prefeito e juiz de paz; e de 18 anos para vereador. Vale destacar que, a partir da Lei 13.165/15, a

idade mínima de 18 anos para o cargo de vereador, ao contrário do que ocorre nas demais situações

citadas, deverá ser aferida na data do pedido de registro de candidatura.

São inelegíveis, segundo o Art. 14, § 4º da CF/1988, os inalistáveis e os analfabetos. Lei

com-plementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger

a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do

candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o

abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta (Art. 14, § 9º

da Constituição). Atualmente, a lei complementar que disciplina esta matéria é a LC 64/90, mais

conhecida como “Lei das Inelegibilidades”, a qual será comentada nesta obra.

Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

A partir da Constituição de 1988, foi admitido o alistamento facultativo de maiores de 16 anos.

2. QUESTÕES DE CONCURSO

01. (PGR 23 CONCURSO – ADAPTADA) O voto é obrigatório para maiores de dezessete anos, se conscritos. 02. (Juiz MS 2010 – ADAPTADA) O alistamento eleitoral NÃO é obrigatório para os maiores de 18 anos.

GAB 1 F 2 F

Art. 5º Não podem alistar-se eleitores: I – os analfabetos;

II – os que não saibam exprimir-se na língua nacional;

III – os que estejam privados, temporária ou definitivamente, dos direitos políticos.

Parágrafo único. Os militares são alistáveis desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, sub-tenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.

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1. BREVES

COMENTÁRIOS

O inciso I deste artigo não foi recepcionado pela Constituição de 1988, uma vez que a mesma

facultou o alistamento eleitoral aos analfabetos. No mesmo sentido, o TSE, por meio da Resolução

nº 23.274/2010, declarou a não recepção do inciso II.

Quanto ao inciso III, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 15, estabeleceu que é vedada

a cassação dos direitos políticos, estabelecendo hipóteses de perda e suspensão de tais direitos. A perda

dos direitos políticos será sempre definitiva, e só ocorre no caso de perda da nacionalidade brasileira. A

suspensão, temporária por sua vez, poderá ocorrer nos casos de incapacidade civil absoluta; condenação

criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; recusa de cumprimento de obrigação

a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos da lei civil; e improbidade administrativa, nos

termos do Art. 37, § 4º da CF/1988.

No que se refere, por fim, ao parágrafo único do artigo 5º do Código Eleitoral, vale destacar

que a CF/88 veda o alistamento apenas ao militar conscrito, durante o serviço militar obrigatório.

2. RESOLUÇÕES DO TSE APLICÁVEIS

` De acordo com a Resolução TSE nº 15.850/89, a palavra “conscritos” alcança também aqueles matriculados nos órgãos de formação de reserva e os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço militar inicial obrigatório.

Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo, salvo: I – quanto ao alistamento:

a) os inválidos;

b) os maiores de setenta anos; c) os que se encontrem fora do País; II – quanto ao voto:

a) os enfermos;

b) os que se encontrem fora do seu domicílio;

c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O inciso I, “a”, deste artigo não foi recepcionado pela Constituição de 1988. Neste sentido, a

Resolução TSE nº 21.920/2004 estabelece, em seu Art. 1º, que o alistamento e o voto são obrigatórios

para as pessoas portadoras de deficiência.

Quanto às hipóteses do inciso II, o eleitor ausente ao pleito deverá apresentar justificativa de

ausência no prazo de 60 dias a contar da realização do pleito, salvo quando estiver no exterior, situação

em que terá 30 dias para apresentar a justificativa, a partir do retorno ao Brasil.

2. RESOLUÇÕES DO TSE APLICÁVEIS

` De acordo com o artigo 1º da Resolução TSE nº 21.920/2004, o alistamento eleitoral e voto são obrigatórios para pessoas portadoras de deficiência. Ainda de acordo com a mesma resolução (Art. 1º, parágrafo único), “não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do voto”.

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3. JURISPRUDÊNCIA

SELECIONADA

` Ac.-TSE, de 10.2.2015, no PA nº 191930 e, de 6.12.2011, no PA nº 180681: alistamento facultativo dos indígenas, independentemente da categorização prevista em legislação infraconstitucional, observadas as exigências de natureza constitucional e eleitoral pertinentes à matéria.

4. QUESTÕES DE CONCURSO

01. (Juiz MS 2010 – ADAPTADA) O alistamento eleitoral NÃO é facultativo para os maiores de setenta anos. 02. (Juiz PR 2010 – ADAPTADA) Estão desobrigados do alistamento eleitoral os brasileiros de um e outro sexo:

inválidos, portadores de deficiência cuja natureza e situação impossibilitem ou tornem extremamente oneroso o exercício de suas obrigações eleitorais, maiores de 70 (setenta) anos e os que se encontrarem fora do País.

GAB 1 F 2 E

Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o Juiz Eleitoral até trinta dias após a realização da eleição incorrerá na multa de três a dez por cento sobre o salário mínimo da região, imposta pelo Juiz Eleitoral e cobrada na forma prevista no Art. 367.

§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor:

I – inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles; II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer nature-za, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subseqüente ao da eleição;

III – participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;

IV – obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos;

V – obter passaporte ou carteira de identidade;

VI – renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; VII – praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. § 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, nº I, sem prova de estarem alistados não poderão praticar os atos relacionados no parágrafo anterior.

§ 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico de dados, será cancelada a inscrição do eleitor que não votar em 3 (três) eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido.

§ 4º O disposto no inciso V do § 1º não se aplica ao eleitor no exterior que requeira novo passaporte para identificação e retorno ao Brasil.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O prazo de justificação da ausência do eleitor ao pleito foi ampliado para sessenta dias, salvo no

caso do eleitor encontrar-se no exterior no dia da votação, caso em que o prazo de justificativa será

de trinta dias contados do seu retorno ao país. Ainda sobre o tema, a Resolução nº 21.920/2004, do

TSE, estabeleceu que “não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne

impos-sível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento

e ao exercício do voto”.

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Quanto ao § 3º, considera-se como eleição para os fins deste artigo, segundo o entendimento do

TSE, turno de eleição ou mesmo consulta popular (plebiscito ou referendo). Assim, se o eleitor deixa

de votar no primeiro e segundo turnos de uma eleição e em plebiscito que ocorra a seguir, seu título

deverá ser cancelado. É de se destacar, finalmente, que a apresentação de justificativa de ausência

(com a respectiva aceitação pela Justiça Eleitoral), no prazo legal, exime o eleitor de punição. Ainda

segundo o TSE, não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossível

ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento e ao

exercício do voto.

Por fim, vale destacar que a Lei nº 13.165/15 incluiu o § 4º a este artigo 7º do Código Eleitoral.

Este novo parágrafo do Art. 7º do Código Eleitoral, incluído pela Lei nº 13.165/15, criou uma exceção

à sanção de impedimento de obtenção de passaporte ou carteira de identidade prevista para aqueles

que, de forma injustificada, deixarem de votar. Doravante, tal penalidade não será aplicada ao eleitor

brasileiro que, estando no exterior, requeira novo passaporte para identificação e retorno ao Brasil.

2. RESOLUÇÕES DO TSE APLICÁVEIS

` De acordo com o Art. 1º, parágrafo único da Resolução TSE nº 21.920/04, “não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do voto”.

` Conforme a Resolução TSE nº 21.538/03, em seu artigo 85, “a base de cálculo para aplicação das multas previstas pelo Código Eleitoral e leis conexas, bem como das de que trata esta resolução, será o último valor fixado para a Ufir, multiplicado pelo fator 33,02, até que seja aprovado novo índice, em conformidade com as regras de atualização dos débitos para com a União”.

` Estabelece a Resolução TSE nº 21.538/03, em seu artigo 80, § 4º, que “a fixação do valor da multa pelo não--exercício do voto observará o que dispõe o Art. 85 desta resolução e a variação entre o mínimo de 3% e o máximo de 10% do valor utilizado como base de cálculo”.

Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os dezenove anos ou o naturalizado que não se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá na multa de três a dez por cento sobre o valor do salário mínimo da região, imposta pelo Juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral através de selo federal inutilizado no próprio requerimento.

Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua inscrição eleitoral até o cen-tésimo primeiro dia anterior à eleição subseqüente à data em que completar dezenove anos.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

Em consonância com o Art. 91,

caput da Lei nº 9.504/97, o prazo previsto no parágrafo único do

artigo 8º do Código Eleitoral deverá ser estendido até o 151º dia anterior à eleição subsequente à data

em que completar 19 anos, e não ao 101º dia, uma vez que “nenhum requerimento de inscrição

elei-toral ou de transferência será recebido dentro dos cento e cinquenta dias anteriores à data da eleição”.

É de se destacar que a Lei nº 5.143/66 aboliu o imposto do selo, não sendo mais aplicável a

expressão “através de selo federal inutilizado no próprio requerimento” prevista no

caput.

2. RESOLUÇÕES DO TSE APLICÁVEIS

` O artigo 4º da Resolução TSE nº 21.975/2004 estabelece que é obrigatório o uso da Guia de Recolhimento da União (GRU) para o recolhimento das multas eleitorais e penalidades pecuniárias.

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` O artigo 1º, parágrafo único da Res. TSE nº 21.920/2004 estabelece que “não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do voto”.

3. QUESTÕES DE CONCURSO

01. (FCC – Analista Judiciário / TRE-PI / 2009 – ADAPTADA) o brasileiro nato deve alistar-se até seis meses após a data em que completar 18 anos de idade.

GAB 1 E

Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do disposto nos arts. 7º e 8º incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três) salários mínimos vigentes na Zona Eleitoral ou de suspensão disciplinar até 30 (trinta) dias.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O artigo 7º, IV da Constituição Federal vedou a vinculação do salário mínimo para qualquer

fim, fazendo com que todas as multas eleitorais previstas neste Código não possam mais ser fixadas

com base no referido salário.

A Resolução TSE nº 21.538/03, em seu artigo 85, estabeleceu, neste sentido, que “a base de

cál-culo para aplicação das multas previstas pelo Código Eleitoral e leis conexas, bem como das de que

trata esta resolução, será o último valor fixado para a Ufir, multiplicado pelo fator 33,02, até que seja

aprovado novo índice, em conformidade com as regras de atualização dos débitos para com a União”.

É de se destacar que a UFIR, sigla de Unidade Fiscal de Referência, instituída pela Lei nº 8.383/91,

foi substituída pelo valor correspondente a R$ 1,0641 a partir da promulgação da Lei nº 10.522/2002.

Atualmente, em conformidade com o artigo 80, § 4º da citada resolução nº 21.538/03, “a

fixa-ção do valor da multa pelo não-exercício do voto observará o que dispõe o Art. 85 desta resolufixa-ção

e a variação entre o mínimo de 3% e o máximo de 10% do valor utilizado como base de cálculo”.

Art. 10. O Juiz Eleitoral fornecerá aos que não votarem por motivo justificado e aos não alistados nos termos dos artigos 5º e 6º, no I, documento que os isente das sanções legais.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

Estando o eleitor no Brasil, o mesmo poderá justificar sua ausência ao pleito no dia da realização

do mesmo ou, se preferir, até 60 dias após, em cartório eleitoral. Para o eleitor que, na data do pleito,

se encontrar ausente do país, por sua vez, o prazo para apresentação de justificativa de ausência será

de 30 dias, contados do seu retorno ao país.

Caso o eleitor justifique sua ausência ao pleito, nos termos da lei, o mesmo estará quite com as

suas obrigações eleitorais.

2. RESOLUÇÕES DO TSE APLICÁVEIS

` Dispõe o artigo 2º da Resolução TSE nº 21.920/04 que o juiz eleitoral, mediante requerimento de cidadão portador de necessidades especiais, de seu representante legal ou procurador devidamente constituído, acompanhado de documentação comprobatória da deficiência, poderá expedir, em favor do interessado, certidão de quitação eleitoral, com prazo de validade indeterminado.

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Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se encontrar fora de sua Zona e necessitar de documento de quitação com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento perante o Juízo da Zona em que estiver.

§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor quiser aguardar que o Juiz da Zona em que se encontrar solicite informações sobre o arbitramento ao Juízo da inscrição.

§ 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento através de selos federais inutilizados no pró-prio requerimento, o Juiz que recolheu a multa comunicará o fato ao da Zona de inscrição e fornecerá ao requerente comprovante do pagamento.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O pedido de justificação será sempre dirigido ao juiz eleitoral da zona da inscrição do eleitor,

po-dendo ser formulado em qualquer zona eleitoral, a qual providenciará sua remessa ao juízo competente.

Vale ainda mais uma vez destacar que foram abolidos os citados “selos federais”, a partir da Lei

nº 5.143/66.

2. RESOLUÇÕES DO TSE APLICÁVEIS

` Res.-TSE n° 21.667/2004: “Dispõe sobre a utilização do serviço de emissão de certidão de quitação eleitoral por meio da Internet e dá outras providências”.

`PARTE SEGUNDA – DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I – o Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo o País;

II – um Tribunal Regional, na capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta do Tribunal Superior, na capital de Território;

III – Juntas Eleitorais; IV – Juízes Eleitorais.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

Criada em 1932, por meio do decreto nº 21.076, de 21 de fevereiro daquele ano (Código

Eleito-ral de 1932), a Justiça EleitoEleito-ral integra o Poder Judiciário FedeEleito-ral, tendo previsão constitucional no

artigo 92, V e

118 a 121 da Constituição Federal de 1988.

À Justiça Eleitoral compete, dentre outras atribuições, administrar todo o processo de organização

das eleições e das consultas populares (plebiscitos e referendos), bem como exercer função jurisdicional

no decorrer do mesmo processo, tecnicamente iniciado com o alistamento

eleitoral e encerrado com

a diplomação dos eleitos.

A Justiça Eleitoral tem previsão constitucional no artigo 118 da CF/1988, o qual estabelece que

“são órgãos da Justiça Eleitoral:

I – O Tribunal Superior Eleitoral;

II – os tribunais regionais eleitorais;

III – os juízes eleitorais;

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Art. 13. O número de Juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

De acordo com o artigo 120 da CF/1988, os tribunais regionais serão compostos por sete

mem-bros, sendo dois desembargadores indicados, através de voto secreto, pelo Tribunal de Justiça

respec-tivo; dois juízes de direito, indicados da mesma forma que os desembargadores; um juiz do Tribunal

Regional Federal com sede na capital do estado ou Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal

escolhido pelo TRF respectivo; e dois juízes dentre lista de seis advogados elaborada pelo Tribunal

de Justiça Estadual, nomeados pelo presidente da república.

O artigo 121 da Constituição, por sua vez, dispõe que lei complementar disporá sobre a

organi-zação e competência dos tribunais eleitorais.

Entendemos que a ampliação do número de membros dos tribunais regionais, dessa forma, só

seria possível mediante emenda constitucional, ante a taxatividade da sua composição no texto da

Lei Maior. A matéria relativa à organização interna e competência de tais tribunais, entretanto, pode

formulada através de lei complementar.

Art. 14. Os Juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos.

§ 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do § 3º.

§ 2º Os Juízes afastados por motivo de licença, férias e licença especial, de suas funções na Justiça comum, ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente, exceto quando, com períodos de férias coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou encerramento de alistamento.

§ 3º . Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição. § 4º No caso de recondução para o segundo biênio, observar-se-ão as mesmas formalidades indispen-sáveis à primeira investidura.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

De acordo com o § 1º do Art. 121 da Constituição Federal, os juízes eleitorais, membros dos

tribunais eleitorais e membros das juntas eleitorais gozarão da garantia da inamovibilidade, não

sendo, entretanto, vitalícios.

Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo,

e nunca por mais de dois biênios consecutivos.

O novo § 3º do Art. 14 do Código Eleitoral, com a redação definida pela Lei nº 13.165/2015,

amplia o lapso temporal de impedimento de atuação, na magistratura eleitoral, de cônjuge ou parente

até o segundo grau de candidato. Doravante, o impedimento persistirá até a diplomação, e não mais,

como outrora, até a apuração final da eleição. Além disso, a nova redação, atualizando a lei eleitoral

aos ditames constitucionais, extirpou a diferença entre parentes consanguíneos legítimos e ilegítimos,

não mais prevista na legislação civil.

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2. RESOLUÇÕES DO TSE APLICÁVEIS

` Res.-TSE n° 20.958/2001: dispõe sobre “Instruções que regulam a investidura e o exercício dos membros dos tribunais eleitorais e o término dos respectivos mandatos”.

3. JURISPRUDÊNCIA

SELECIONADA

` Ac.-TSE, de 10.4.2012, no PA nº 409351: "[...] a eleição de determinado desembargador para o cargo de presiden-te de TRE, duranpresiden-te o seu primeiro biênio, não o reconduz, automaticamenpresiden-te, para um segundo biênio, sendo imprescindível a sua escolha pelo Tribunal de Justiça".

Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

A presente regra foi reproduzida no texto do artigo 121, § 2º da Constituição Federal de 1988.

2. RESOLUÇÕES DO TSE APLICÁVEIS

Res.-TSE nº 23481, de 7.6.2016: “Dispõe sobre a convocação de juízes substitutos nos tribunais

regionais eleitorais no período eleitoral”.

`TÍTULO I – DO TRIBUNAL SUPERIOR Art. 16. Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral:

I – mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de três Juízes, dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; e b) de dois Juízes, dentre os membros do Tribunal Federal de Recursos;

II – por nomeação do Presidente da República de dois dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

§ 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por último.

§ 2º A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O inciso I deste artigo não foi recepcionado pela Constituição de 1988, que em seu artigo 119

estabelece que o TSE será composto de sete membros, sendo 03 deles oriundos do Supremo Tribunal

Federal, 02 do Superior Tribunal de Justiça (o Tribunal Federal de Recursos foi extinto pela CF/1988)

e os outros 02 serão advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, nomeados pelo presidente

da república a partir de lista sêxtupla elaborada pelo STF.

É de se destacar que segundo o STF (ADI nº 1.127), os advogados membros da Justiça

Eleito-ral não estão abrangidos pela proibição de exercício da advocacia contida no Art. 28, II, da Lei nº

8.906/94 (Estatuto da OAB).

(12)

Da mesma forma, de acordo com a súmula nº 72 do STF, no julgamento de questão

consti-tucional, vinculada a decisão do TSE, não estão impedidos os ministros do STF que ali tenham

funcionado no mesmo processo ou no processo originário.

2. JURISPRUDÊNCIA

SELECIONADA

` Ac.-STF, de 17.5.2006, na ADI nº 1127: “A incompatibilidade com o exercício da advocacia não alcança os juízes eleitorais e seus suplentes, em face da composição da Justiça eleitoral estabelecida na Constituição.”

3. QUESTÕES DE CONCURSO

01. (MPF /PROCURADOR DA REPÚBLICA – 18º CONCURSO – ADAPTADA). A Justiça Eleitoral é constituída pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais Eleitorais e pelos Juízes e Juntas Eleitorais em todo o País, compostos os Tribunais exclusivamente de Ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e de Juizes Federais.

GAB 1 F

Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu Presidente um dos Ministros do Supremo Tribu-nal Federal, cabendo ao outro a Vice-Presidência, e para Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral um dos seus membros.

§ 1º As atribuições do Corregedor-Geral serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

§ 2º No desempenho de suas atribuições, o Corregedor-Geral se locomoverá para os Estados e Territórios nos seguintes casos:

I – por determinação do Tribunal Superior Eleitoral; II – a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais;

III – a requerimento de partido deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral; IV – sempre que entender necessário.

§ 3º Os provimentos emanados da Corregedoria-Geral, vinculam os Corregedores Regionais, que lhes devem dar imediato e preciso cumprimento.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O

caput do

presente artigo foi apenas parcialmente recepcionado pela Constituição de 1988,

tendo em vista que a Carta Magna estabeleceu que o corregedor-geral eleitoral deverá ser escolhido

dentre os ministros do TSE oriundos do STJ.

2. RESOLUÇÕES DO TSE APLICÁVEIS

` Res.-TSE nº 7651/1965: fixa as atribuições do corregedor-geral e dos corregedores regionais da Justiça Eleitoral; Res.-TSE nº 23338/2011: aprova a organização dos serviços da Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral.

` Res.-TSE nº 21372/2003: "Estabelece rotina para realização de correições nas zonas eleitorais do país".

3. QUESTÕES DE CONCURSO

01. (Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRE/MT 2009 – Direito Eleitoral/CESPE) Assinale a opção correta a respeito da organização da justiça eleitoral e, especialmente, do TRE.

a) O juiz corregedor do TRE é o representante legal do Ministério Público Eleitoral.

b) Três advogados de notável saber jurídico compõem o TRE e são responsáveis pela indicação do vice-presidente. c) É vedada a indicação de juiz de primeira instância para compor o TRE.

(13)

d) O presidente do TRE deve ser um dos desembargadores do tribunal de justiça. e) Uma vaga do TRE é assegurada a membro do Ministério Público estadual.

GAB 1 D

Art. 18. Exercerá as funções de Procurador-Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador-Geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal.

Parágrafo único. O Procurador-Geral poderá designar outros membros do Ministério Público da União, com exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

De acordo com o artigo 127 da Constituição Federal, “O Ministério Público é instituição

per-manente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do

regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”.

Exerce, assim, o Ministério Público, funções essenciais à justiça

na defesa dos interesses da

so-ciedade, da consolidação do Estado democrático de direito e da realização da justiça social, devendo,

para isso, zelar pela efetivação dos preceitos básicos da Constituição Federal, promovendo ações penais

públicas, inquéritos civis e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do

meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

O Direito Eleitoral guarda a sua existência material no Estado Democrático de Direito, visando

à legitimidade e à normalidade das eleições e consultas populares, de forma a que a supremacia da

vontade popular seja traduzida fielmente, a partir da promoção da igualdade de direitos e da

parti-cipação efetiva de todos na formação da vontade geral. Assim, como não poderia deixar de ser, no

âmbito do direito eleitoral também atua o Ministério Público, em todas as fases e instâncias do

pro-cesso eleitoral, com legitimação para “propor, perante o juízo competente, as ações para declarar ou

decretar a nulidade de negócios jurídicos ou atos da administração pública, infringentes de vedações

legais destinadas a proteger a normalidade e a legitimidade das eleições, contra a influência do poder

econômico ou o abuso do poder político ou administrativo”, conforme literal previsão do artigo 72

da lei complementar nº 75, de 20 de maio de 1993 (Lei Orgânica do Ministério Público da União).

Curiosamente, entretanto, embora dotado de grande relevância para a garantia da normalidade

do processo eleitoral, o Ministério Público Eleitoral não tem previsão expressa de existência na

Cons-tituição de 1988. Afinal, conforme disposto no artigo 128 da Carta Magna, o Ministério Público

abrange o Ministério Público dos estados e o Ministério Público da União, que compreende, por sua

vez, o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e

o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Tal fato, entretanto, ao contrário do que possa

inicialmente transparecer, não exclui a existência e a importância do Ministério Público Eleitoral,

cuja previsão de funcionamento encontra-se, como já destacado, na Lei Complementar nº 75/93

e,

residualmente, no próprio Código Eleitoral (artigos 18, 24 e 27).

Ocorre que, assim como a Justiça Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral é dotado de

peculia-ridades, não contando com um quadro próprio de agentes políticos e servidores de carreira. Cabe,

assim, ao Procurador-Geral da República exercer as atribuições do Ministério Público Eleitoral junto

ao TSE, podendo, para tal mister, ser auxiliado por outros membros do Ministério Público da União.

(14)

2. QUESTÕES DE CONCURSO

01. (MPF /PROCURADOR DA REPÚBLICA – 21º CONCURSO). Ao Ministério Público Eleitoral, nos termos da lei, incumbe:

I. a propositura de ação penal pública incondicionada nas hipóteses de prática de crimes eleitorais; II. a fiscalização das eleições, juntamente com os candidatos, os partidos políticos e as coligações;

III. oficiar nas causas de competência da Justiça Eleitoral e representar sobre a fiel observância da legislação eleitoral e partidária;

IV. promover debates entre candidatos e partidos políticos, visando esclarecer o eleitorado sobre a importância do voto consciente no processo democrático.

Analisando-se as asserções acima, pode-se afirmar que: a) todas estão corretas;

b) apenas as de números I, II e III estão corretas; c) estão corretas as de números II, III e IV; d) somente as de números I, II e IV estão corretas.

02. (MPF /PROCURADOR DA REPÚBLICA – 16º CONCURSO). O Ministério Público Eleitoral:

a) tem como membros exclusivamente os Procuradores Regionais da República que atuam como Procuradores Regionais Eleitorais junto aos Tribunais Regionais Eleitorais e os demais Membros do Ministério Público Federal que oficiam em cada uma das Capitais e em todas as comarcas no interior dos Estados da Federação, vedada a função eleitoral ao Ministério Público Estadual;

b) tem como incumbências, dentre outras, representar à Justiça Eleitoral para a abertura de investigação judicial visando a apurar uso indevido ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou ainda utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social;

c) pode mover ação penal apenas nos casos de crimes eleitorais de ação pública cabendo – lhe opinar, mas não impugnar registros de candidaturas nas hipóteses de inelegibilidades;

d) compõe o quinto constitucional, com os advogados, nos Tribunais Regionais Eleitorais.

GAB 1 B 2 B

Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria de seus membros.

Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição e cassação de registro de partidos políticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum Juiz, será convocado o substituto ou o respectivo suplente.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

A regra prevista neste artigo aplica-se ao TSE, sendo o quórum das deliberações dos tribunais

regionais definido pelo Art. 28 deste mesmo código.

2. JURISPRUDÊNCIA

SELECIONADA

` Ac.-TSE, de 19.10.2010, na Pet n° 337554: ilegitimidade de órgão regional do Ministério Público Federal para atuar perante o TSE.

(15)

` Recurso ordinário. Eleições 2006. Ação de investigação judicial eleitoral. Cassação de diploma. Captação ilícita de sufrágio. Apreensão de listas contendo nomes de eleitores, material de propaganda e de quantia em dinheiro. Arguição de ofensa ao preceito veiculado pelo Art. 93, IX, da Constituição Federal, nulidade de julgamento por falta de observância do quórum previsto pelo Art. 19, parágrafo único do Código Eleitoral e litisconsórcio necessário entre candidato e agremiação política. Preliminares. Afastamento. [...] II – O quórum de deliberação dos tribunais regionais eleitorais é disciplinado pela regra inserta no Art. 28 do Código Eleitoral. Não se aplica, in casu, a regra inserta no Art. 19, parágrafo único da referida norma legal, que exige a presença de todos os membros do Tribunal Superior Eleitoral quando versar perda de diploma. [...] (Ac. 1.589, de 12.11.09, do TSE). ` Ac.-TSE, de 1º.8.2012, no AgR-AC nº 48052; de 12.11.2009, no RO nº 1589 e, de 17.6.2003, no REspe nº 21120:

o qu-orum de deliberação dos tribunais regionais eleitorais é o previsto no art. 28 do Código Eleitoral. Inaplicabilidade do quorum previsto neste parágrafo.

` Ac.-TSE, de 5.12.2013, nos ED-AgR-REspe nº 159389 e, de 17.12.2012, nos ED-AgR-REspe nº 8197: possibilidade de julgamento com o quorum incompleto por suspeição ou impedimento de ministro titular da classe de advogado e impossibilidade jurídica de convocação de juiz substituto.

` Ac.-TSE, de 23.10.2007, nos ED-AgR-Ag nº 8062: exigência de quorum completo no julgamento de agravo regi-mental para evitar perda de diploma.

3. SÚMULAS DO STF APLICÁVEIS

` Súm.-STF nº 72/1963: "No julgamento de questão constitucional, vinculada a decisão do Tribunal Superior Elei-toral, não estão impedidos os ministros do Supremo Tribunal Federal que ali tenham funcionado no mesmo processo, ou no processo originário".

Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado poderá argüir a suspeição ou impedimento dos seus membros, do Procurador-Geral ou de funcionários de sua Secretaria, nos casos previstos na lei pro-cessual civil ou penal e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regimento. Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o excipiente a provocar ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitação do argüido

1. BREVES

COMENTÁRIOS

É pressuposto processual que o juiz seja imparcial. Nos casos de suspeição, há uma presunção

relativa da parcialidade do juiz, enquanto que nos casos de impedimento, tal presunção é absoluta.

De acordo com o artigo 145 do Código de Processo Civil, considera-se suspeito o juiz:

I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois

de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa

ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;

III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou

companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade

de declarar suas razões.

§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:

I – houver sido provocada por quem a alega;

II – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação

do arguido.

(16)

Os impedimentos, por sua vez, são previstos no artigo 144, segundo o qual:

Art. 144.  Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no

processo:

I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou

como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou

mem-bro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente,

consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;

IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou

parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,

inclusive;

V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica

parte no processo;

VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das

partes;

VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação

de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,

companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o

terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;

IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor

público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo

antes do início da atividade judicante do juiz.

§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento

do juiz.

§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de

man-dato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros

advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não

intervenha diretamente no processo.

Art. 21. Os Tribunais e Juízes inferiores devem dar imediato cumprimento às decisões, mandados, ins-truções e outros atos emanados do Tribunal Superior Eleitoral.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O presente artigo não retira a autonomia dos órgãos judiciais inferiores, no âmbito da Justiça

Eleitoral, no que se refere ao exercício da função jurisdicional.

Art. 22. Compete ao Tribunal Superior: I – processar e julgar originariamente:

a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus Diretórios Nacionais e de candidatos a Presidência e Vice-Presidência da República;

(17)

c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador-Geral e aos funcionários da sua Secretaria; d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios Juízes e pelos Juízes dos Tribunais Regionais;

e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que o Juiz competente possa prover sobre a impetração;

f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;

g) as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da República;

h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias da conclusão ao Relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada;

i) as reclamações contra os seus próprios Juízes que, no prazo de trinta dias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos;

j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado;

II – julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos do Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa.

Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 281.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

A alínea “d” do inciso I não foi recepcionada pela Constituição de 1988 que, em seu artigo

102, I, estabeleceu a competência do STF para processar e julgar, nas infrações penais comuns e nos

crimes de responsabilidade, os membros dos tribunais superiores; e no seu artigo 105, I,

a,

determi-nou a competência do STJ para processar e julgar, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, os

membros dos tribunais regionais eleitorais.

Quanto à alínea “j” do mesmo inciso, é importante destacar que, de acordo com a LC 86/96,

apenas o TSE é competente para processar e julgar Ação Rescisória no âmbito da Justiça Eleitoral.

Por fim, vale ressaltar que no julgamento do Respe nº 25.416, em 2007, o TSE manifestou-se

no sentido da sua incompetência para apreciar recurso contra decisão de natureza estritamente

ad-ministrativa proferida pelos tribunais regionais.

2. JURISPRUDÊNCIA

SELECIONADA

` Mandado de segurança. Resolução de Tribunal Regional. Matéria administrativa. Competência. Promotor elei-toral. Concessão de diárias e passagens. Impossibilidade. 1. Ao Tribunal Superior Eleitoral compete apenas julgar mandado de segurança contra ato de Tribunal Regional que verse sobre matéria eleitoral, conforme expressamente dispõe o Art. 22, inciso I, alínea e, do Código Eleitoral. 2. Tratando o ato atacado de matéria de cunho administrativo, a competência para exame do mandamus é da própria Corte Regional. Precedentes. [...] (Ac. 3.093, de 29.5.03, do TSE).

` Agravo regimental. Ação rescisória. Decisão de Tribunal Regional Eleitoral. Não cabimento. Condições de elegi-bilidade. Impossielegi-bilidade. Não-provimento. 1. A ação rescisória somente é cabível no âmbito da Justiça Eleitoral para desconstituir decisão deste c. Tribunal Superior que contenha declaração de inelegibilidade. Não compete a este e. Tribunal, portanto, o conhecimento de ação rescisória contra decisões que versem sobre condição de elegibilidade. Precedentes: AgR-AR nº 284/RJ, Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJ de 20.10.2008; AgR-AR nº 265/ SP, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJ de 16.6.2008; AgR-AR nº 262/SP, de minha relatoria, DJ de 6.5.2008. [...] (Ac. 339, de 11.12.08, do TSE).

` Consulta. Caso concreto. Precedente da Corte. Não-conhecimento. 1. É assente na JURISPRUDÊNCIA do Tribu-nal Superior Eleitoral que “não compete ao TSE responder a consulta fundada em caso concreto, ainda que

(18)

verse sobre matéria eleitoral” (Cta nº 1.419, rel. Min. Cezar Peluso). 2. Consulta não conhecida. (Ac. 22.699, de 12.2.08, do TSE).

` Ac.-TSE, de 28.2.2012, no HC nº 151921: incompetência do TSE para processar e julgar habeas corpus contra decisão de juiz relator de TRE, sob pena de supressão de instância.

` Ac.-TSE, de 19.4.2016, na AR nº 196094: “O cabimento da ação rescisória com base em violação a disposição literal de lei somente se justifica quando a ofensa se mostre aberrante, cristalina, observada primoictu oculi, consubstanciada no desprezo do sistema jurídico (normas e princípios) pelo julgado rescindendo; [...] não há rescisão por discrepância jurisprudencial [...]”.

` Ac.-TSE, de 7.11.2013, nos ED-AR nº 70453; de 30.8.2012, no AgR-AR nº 34977 e, de 16.11.2000, na AR nº 106: competência do Tribunal Superior Eleitoral para processar e julgar ação rescisória de seus próprios julgados que tenham analisado o mérito de questões atinentes à inelegibilidade.

` Ac.-TSE, de 2.10.2013, no AgR-AR nº 59017 e, de 10.11.2011, na AR nº 93296: decadência da rescisória proposta fora do prazo de 120 dias do trânsito em julgado da decisão rescindenda.

` Ac.-TSE, de 27.3.2001, na AR nº 89: incompetência de TRE para julgar ação rescisória. Ac.-TSE, de 25.6.2011, na AR nº 64621 e, de 14.8.2001, na AR nº 124: cabimento de ação rescisória contra decisão monocrática de juiz do TSE. Ac.-TSE, de 20.9.2002, na AR nº 19617: cabimento de ação rescisória de julgado de TRE em matéria não eleitoral. ` Ac.-TSE, de 6.9.2007, no ERMS nº 367; de 16.12.1997, no REspe nº 12644: competência do TSE para apreciar re-curso contra decisão judicial de TRE sobre matéria administrativa não eleitoral; Ac.-TSE, de 22.2.2007, no REspe nº 25836: incompetência do TSE para apreciar recurso contra decisão de natureza estritamente administrativa proferida pelos tribunais regionais.

` Ac.-TSE, de 4.11.2010, no AgR-REspe nº 340044: não equiparação de recurso especial a recurso ordinário em razão do primeiro julgamento do requerimento de registro de candidatura ter sido realizado por TRE.

` Ac.-TSE, de 15.8.2013, no AgR-AI nº 11576: não cabimento de recurso de natureza jurisdicional em processo administrativo. Ac.-TSE, de 8.2.2011, no AgR-AI nº 12139: cabimento de recurso especial somente contra decisão judicial, ainda que o processo cuide de matéria administrativa.

Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: I – elaborar o seu Regimento Interno;

II – organizar a sua Secretaria e a Corregedoria-Geral, propondo ao Congresso Nacional a criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei;

III – conceder aos seus membros licença e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos; IV – aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais; V – propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios;

VI – propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos Juízes de qualquer Tribunal Eleitoral, indi-cando a forma desse aumento;

VII – fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, Senadores e Deputados Federais, quando não o tiverem sido por lei;

VIII – aprovar a divisão dos Estados em Zonas Eleitorais ou a criação de novas Zonas; IX – expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;

X – fixar a diária do Corregedor-Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência fora da sede; XI – enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça, nos termos do Art. 25;

XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político;

XIII – autorizar a contagem dos votos pelas Mesas Receptoras nos Estados em que essa providência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;

XIV – requisitar força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração;

(19)

XVI – requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço de sua Secretaria;

XVII – publicar um boletim eleitoral;

XVIII – tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação eleitoral.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

O inciso VI deste artigo é incompatível com o artigo 120, § 1º da Constituição de 1988, uma

vez que este dispositivo constitucional não prevê a possibilidade de aumento do número de membros

dos tribunais regionais eleitorais. Assim, conclui-se que a única forma de aumento do número de

membros dos TREs passa pela aprovação de emenda constitucional a respeito.

Quanto às consultas previstas no inciso XII, as mesmas deverão ter caráter abstrato,

desvincu-ladas de casos concretos, não tendo também caráter vinculante, segundo a JURISPRUDÊNCIA do

TSE (Ac. 23.404/2004).

2. QUESTÕES DE CONCURSO

01. (CESPE/TRE/ES – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – 2011). Compete, privativamente, ao TSE autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos estados em que essa providência for solicitada pelo tribunal regional respectivo.

02. (Juiz / PB / 2011 / CESPE) Compete, privativamente, ao TSE organizar a sua secretaria e a corregedoria-geral e propor ao Congresso Nacional a criação e a extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei.

03. (Juiz / PR / 2010 – ADAPTADA) É competência privativa do Tribunal Superior Eleitoral propor ao Poder Legis-lativo o aumento do número dos Juízes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse aumento.

GAB 1 C 2 C 3 C

Art. 24. Compete ao Procurador-Geral, como chefe do Ministério Público Eleitoral: I – assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões;

II – exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do Tribunal; III – oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;

IV – manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do Tribu-nal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos Juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário;

V – defender a jurisdição do Tribunal;

VI – representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o País;

VII – requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições; VIII – expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais;

IX – acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas.

1. BREVES

COMENTÁRIOS

Junto ao Tribunal Superior Eleitoral atua o Procurador-Geral Eleitoral, que será o próprio

Procu-rador-Geral da República (chefe do Ministério Público da União), a quem compete exercer as funções

do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral.

Referências

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