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as, Lilteralisra, Bcllas-Arlcs, Thealros e Critica. I^e?

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(1)

TOMO II DOMiNGO, 1 DÊ AGO TO DE 1832;

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as, Lilteralisra, Bcllas-Arlcs, Thealros e Critica. I^e?

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CaSO 0 programa c condiçõis deste jcraul enc( ntrúc-sj na ultima pagina. GSO

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ouvir a esses profjuentos língua--, íW(/as',quenàolal-tão em ioda a par-ie, dizer, com a arrogância c fa-tu idade que lhes facilita a sua to-líce ou a sua vai-dade, que vem a ser a mesma cou-sa — qual ! não acredito quealiu-guagem do

Jor-nal das

Senho-ras—seja língua" gem de tnidLer.

0 ra e por que não acrciiilào vossas mor-cês em tão pouca cousa? isso é força de gênio. Pensão então que a mui-lier, que os criou,

hadesem-pre ser a mesma por todos os séculos dos se-eu los ? Que graça.

Não admiltis no vosso coco, cora seu lindo cabello repartido, annelado, luslrozo e cheiro-so, que a mulher do vosso paiz podo escrever e fallar,como muitas outras já escreverão e falia-rão em outro tempo, e como as que escrevem e

talião hoje em toda a Europa ?

Ora, senhores, nãosejaes assim lão injustos com as vossas patrícias: escutai a este respeito as capacidades da vossa terra, e não vos cause suores frios essa intelligencia e illustração que ellas vão desenvolvendo á custa de sua applica-çáoe estudo, porque não hão de por certo de rou-bar-vos a gloria da vossa muito alta, muito no-bre, e até mesmo muito conhecida illustração. Coi t adi ilhas 1 nem pretendem pedir preyiiegio. 0 que é verdade é que d'essa acanhada in. lelligencia que nos fazem a esmolla de dar e a mal dirigida educação que recebemos, vão sur_ giudo iauelligencias tão nobres e audaciosas, que um dia ainda vos hão de dar um quináo. Se até Ia não vos tornardes velhos cadveos.

Quereis saber o que faz a Snra. D. Chrislina para dar a publico um artigo todas as semanas?

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,sa bem sinales. Arremeda como pode o pnião-M visivelmente os vés.idos preparai os

rto de um dos eseriplores que mais lhe .em por esla artista. E depois não querem que eu

Gouf

éslylo de um dos escriplores q

agradado, e escreve junto Hcllc o que lhe vem á cabeça ; (Ia mesma fôrma a que muitos de vossas mercês o fazem, para que passe por sou, apiillo que nunca lhes ha de pertencer, ainda que cem annos vivão. Ja vedes que não é grande façanha.

Sinto que o meu artigo seja um artigo de modas, senhores praguentos, do contrario da-va-lhes hoje uma tunda de mestre:

Vamos nós, querida leitora, tratar das mo-das, quinhão que me tocou por sorte na espi-tarefa deste Jornal.

A brilhante reunião do Cassino outra vez deu-me o prazer de convencer-me que a vossa humilde Chrislina não tem perdido o seu

tem-po. E quem tal poderá dizer escrevendo por vós

epara vós*? Talvez algum coração dc pidrulipit, alguma cabeça rcelieiada de estradas can .es e vapores assevere o contrario; numa eu, nunca aqudiesqu;4 desejarem vero seu paiz relór-mando mancas velhas e incvin^ativeis com o seciiio... E abi estou eu outra vez deseahindo a sola-vento do meu cuaco cun o chavecotias modas! Estou boje mm to rabugenta!

Sim; eu vi Lin»'.iàsi'mos luiktUs empregados elegantemente em lindíssimas moças, nossas asbignantes pela maior parle; que mal sabiào ellasque eu lhes eslava tão pertinho.... Não lhes pode restar a menor duvida sobre o feliz acerto das cores e dos seus enfeites. Não sei se foi o gosto de ver os nossas figurinos liei-mente copiados , ou a alegria que tive de me ver considerada entre as elegantes que sabem distinguir a moda e quem delia lhes falia, o certo é que as achei tão deliciosamente trajadas, que para logo t( acionei patentear-lhes toda a mi-nht approvação.

E' indubilavel que aqnella scicntiíica the-soura de Mme Barat a cada talho que dá faz nascer uma graça, um chie delicado no acêrlo ce iodas as sita sobras. Conhecião se, dislin- 1

DESCRIPCÃO DA ESTAMPA.

fatlè em seu favor, quando em minha alma e

consciência reconheço que é ella a que melhor me veste, a mim ea muitas outras que votão commigo neste parecer.

Em .ioda a parle; aqui mesmo, sempre ouvi

os homens dizer e escrever que o melhor ai -.

faiate de casacas é o Ignacio —as calças quem

as faz bem feitas—é oMalheiros—os colletes— é o Blachon, etc. Não lhe vejo rasão por lauto

para que não sigamos o mesmo com as nossas

modistas, sobre tudo com a que peiieitameuie bem nos serve.

Quando tratar-mos de chapéos Ia iremos ao

arinasem de Mme llortense Laccamère, como um dos primeiros neste gênero; iremos compri-meutar gme Joséphine Meunier e sabermos o

que de novo uos trouxe; em litn notaremos

todos aquelles que se tornarem dignos de nu ncionar-se pela sua habilidade artística ou pelo sortimento de suas fazendas: e jamais negaremos o mérito a quem o tiver.

Por exemplo, será possível deixar de fallar nos brilhantes e graciosos vestidos de seda com guarnições e barras escocesas, criação a mais fantástica e encantadora que tem appare-ato i não por certo. Equem, a não ser a casa do Walierstein os tem recebido? Não me consta por ora.

Estes vestidos merecem inconteslavclmeute as honras do geuio: ha nelles um destacado de cores vivas e tão artisticamente reunidas, que

a vista lhe encontra uma belleza, uma nóvida-de que sabe fora do circulo nóvida-de todas as mais

criações modernas.

Oílereço-vos hoje um figurino de grande baile e um meio toitette para o mesmo fim,

quando o baile é particular e a dona da casa íaz as honras da funeçào. Reparai para essa novidade do penteado e no mágico effeito que produzem essas Ires listas de veludo escarlalc.

À primeira figura representa um tniktlc de gr n e baile. Vesliio de escomilha branca com irei ordens de saias progressivas guarnecidas < e uma tira de veludo escarlate, de duas pole-gadas a terceira, polegada e meia a segunda, e uma polegada a primeira ; esta saia é arre-gaçadado lado esquerdo por um ramo em forma de espiga de trigo , cujas folhas são de veludo

prender diagonalmente á 'cintura. — Corpmho

atacado por ilhoses nas cosías -, talhado, e de dois bicos. — Cabeção redondo nos hòmbros acompanhando na sua descida a mesma dispo-siçào de talho do bico.—-Uma ordem de três broches, de menor a maior, remalão os enfeites deste corpinho.—Penteado de dois únicos ca-nudos de cahellos encaracalados para diante couro dominadas por marubouls, que se vai I adornados com um lindíssimo enfeite checado

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uliimameule de Paris como grande novidade, o qual compõe-se de canudos de veludo iran-ça los com estreito galão de ouro, marabouls e folhas lambem de veludo desprendendo-se-lhe dos lados. Esle penteado assenia em meio da cabeça somente.

A segunda figura representa um meiotoilet-te: é a dona da casa obsequiando os seus covi-<la los no seu grande baile.

Traja um lindo vestido moiré antique, cizeen-lo rosa, recamado de ramos de rosas bordados

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em se Ia frouxa enlfe uma grade de desenho simples. — O corpinho é lizo, de meio bico. — Mangas de liló bordado,quasi compridas.—Fi-nissima camisinha aberta adiante, fechada por um ramo de peilo composto somente de peque-nos bolòes de rosa.— Penteado de bandos on-deados simulando canudos iransversaes—Pen-temarchelado de prata guarnecido de pérolas por cima.

Eis o que por hoje vos dou; e paremos aqui.

Infante _,_ de Julho. Ciiuistina.

A Mulher verdadeiramente filha de Deus.

Ainda mais esle diamante para o nosso con-lemporaneo avaliar os quilatres que tem.

E labbè Constant quem falia—por ora.

Como o mel entre as pétalas de uma flor, a doçura reside entre os lábios da mulher.

Seu hálito é um perfume que purifica as aimas; seu osculo é uma coroa para a iunoee o -cia, um perdão para o arrependido. Mulheres, minhas irmãs, meus anjos amados! respei-tai vossos lábios e não os abrais mesmo para a meni ira; não os profaneis pelos risos im-puros, não os enveneneis com a flor da ca-lumnia.

Se pareceis escravas e se viveis soffrcdoras

em um mundo que vos não faz justiça, vos-sos suspiros sobem até o Céo, apeuas espi-rados de vossos lábios immaculados, e que vossas palavras desção sobre a terra como o orvalho d^amor para abrandar os corações d'aquelles que vos persegurem.

Iise terminará por comprehender que se crucificou Deus uma segunda vez cm vós,eca-hirãó de joelhos com os olhos cheios de lagri-mas, e debaixo do beijo de vossos lábios, os homens que convertidos exclamarão :

A mulher é verdadeiramente filha de Deus! L^abbé Co_sst*.nt.

O senlimciilo religioso.

Os animaes conlenlão-se com tão pouco, só o homem nunca está contente! Para elles a natureza visível é tudo, o invisível exerce uma acção immensa sobre nós. As suas esperanças, e os seus receios não se estendem além da morle, a morte nem é um termo dos nossos

receios nem das nossas esperanças. Elles,

quando tremem , ou quando soffrein, não pe-dem soecorro ao Céo: nós por mais que as nossas paixões delle nos tenhào feito esque-cer, surprendemo-nos a imploral-o, quando as desgraças nos opprimem, ou os perigos nos acommctlem.

Pergunte-se aos míseros restos de uma

iri-puiação naufragada, que sentimento, a par do

do terror, se despertou nelles quando a morte se lhes apresentou cora todos os seus borro-res, e os abysmos espantosamente se abrirão para os receberem? Que clamor era esse que levanlavão , que fervorosos votos erão os que fazião, a que entes sedirigião; e se em mo-mentos de tanta angustia se observou em

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gum delies alguma apática indiferença, alguns

vestígios de impieiade?

Cousa admirável! O sentimento religioso não c como os outros sentimentos, que dimi-nuem ou se extinguem com o lempo, emmude. cem á vista dos perigos, desaparecem á vista das desgraças: elle pelo contrario forliíica-se com o tempo, cresce com a idade; e ua presen-ça dos infortúnios, nas crises mais arriscadas, exerce a sua maior força, ostenta o seu maior poder.

Abandonados do mundo, elle nos oíTerece uma aliança além do inundo. Perseguidos pela injustiça , e pela prepotência dos homens, elle nos mostra um Tribunal justíssimo çoíloça-do acima de ioçoíloça-dos os homens. Se choramos um objecto, que nos era caro, elle, como se explica um escriptor celebre, nos lança uma ponte sobre o abysmo, e nós a atravessamos com o pensamento. Se a vida nos escapa, elle nos dá azas para voar-mos para outra vida.

Homem, quem quer que tu sejas,

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portunado pelo sentimento religioso na car-rcira de teus delírios, julgas que serias me-nos infeliz sem elle,? engauas-le. Quando

lo-das as fontes do prazer se secarem para

ti, quando as desgraças desfecharem o pru-mo sobre a tua cabeça, onde poderás tu

en-conlraro balsamo para as tuas feridas, o

allivio para as tuas penas? Engolfado no mar das paixões, e invocando em teu au-xilio os sophismas da impiedade,

persuades-te haver despersuades-terrado de persuades-teu peito o mais indc^-Irucliveldos sentimentos? enganas-le ainda. A Mãoomnipotenlc, queahi o gravou, abi o conserva apezar dos teus esforços. Quando íti menos o pensares, ver-te-has agitado por elle; e ai de ti se o seu apparente somno se não desvanecer, senão quando a esperança se tiver retirado; senão para le annunciar as ving inças do Senhor; senão para começar

o tej supplicio. R. em C.

É noite.

Uma casa existe brilhantemente illuiniuada; as serpentinas que ornão às mesas sãósyme-(ricamente' separadas por lindíssimos vasos com flores naturaes, que espalhão seus deli-cados aromas; um lustrje está collocado no centro do salão ao teclo preso, guarnecido de luzes que reflectem seus raios luminosos; iu-zida sociedade se acha reunida, afora aquelles que iilãis vagarosos agora se vão aproximan-do> em summa todas estas apparencias de ga-Ias e fastivaes apreslos provão sufiicienlemen-leque hoje dá cm sua casa o Snr. F.... um bello soirée.

Agora me pergunlarois vós leitora — o que nos prelendeis dizer cqm todo esse arrasoado? preteuderèis imbutir algum casoinconsequeir te, com o titulo de novella, historia ou roman-ce?.. Nada disto, amiga leitora; menos que isto, porém.caio muito visío. tenho em mente pintar-vos em casa do Snr. F... umlisongei-ro de salão. No meio de lodosos convidados que elegantemente trajados abrilhanlãoa com. panhia existe o Snr. Belleza ataviado ao rigor da ni)da : é moço, bonito, bem feito, e todas estas qualidades o constituem e

proelamão-r-um verdadeiro typo do — bom-tom,

Prendendo a lüneta ao sobr'olho, elle lança a vista por esse numeroso concurso feminino, e designa em seu pensamento aquellas que devem ser acommeliidas das suas inveetiyas, e feita á escolha, eii-o no seu caminho.

O Snr. Belleza, aproxiinmdo-se da Snra. I). Experiência, moça elegante que se acha no salão, a julga digna para alvo de seus fingidos aííeclos, e começa por dizer-lhe:

Permillir-me-ha, V. Ex. a troca de algu-mas palavras?

Parque não , Senhor !

Um lisongciro de salão.

me dá de apostar que V. Ex. ainda está isenta do jugo conjugai?

-— Teria ganho a sua aposta.

E no entanto é uma pena... E' sobre-maneira sensível ver que uma flor tão perfei-ta... tão bella... e tão amável, não lenha ainda achado um cultor desvelado, que a lenha colhi-do para bafejal-a com o hálito de seu coração,

fazendo perdurar os allractivos de que é ador-nada! Ainda bem para mim, essa felicidade pode estar reservada: sou solteiro e Y. Ex. me é sobre modo agradável.

Senhor....

Assusta-se V. Ex.? Tenho talvez tido a infelicidade de cahir no seu desagrado. Terei sido per ventura atrevido em manifestar os sentimentos que me animão a seu respeito;

terei... í

Porém esta explicação lio inesperada... Deve, sem duvida, surprender , não é assim? porém quaudo eu tiver feito sentira alteração que machinalmenle Y. Ex. tem feito soífrer todo o meu physico eom a sua eocán-tadora presença; quando V. Ex. conhecer a amisade que em meu coração se tem gerado, desde o primeiro instante que meus olhos tive-rão á felicidade de encarar o sol de vossos olhos.,., oh! nada a admirar, nada a admirar, senhora, seria uma cousa tão natural com).... a ordem natural de todas as cousas.

— Eu declaro que não posso

compreheudèr-vos, senhor.

—E' possivel, senhora, c muito possivel que

me não tenha sabido explicar: quando íne

falha a eloqüência, quando a lógica me não açode, falhão-me os termos e fico ení])rüléci-do.... Ah! mas eu procurarei fazer-me cxpli-car, e V. Ex. me prestará sem duvida a sua attençãò; direi que V. Ex. é bella... bella com > Posso perdão ao meu atrevimento, não se [ quem ? bella como a exlenção de todos o

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tão bella que se a mesma Venus tivesse a in-felicidade de encontar-se cara a cara com V. Ex. metteria a viola no sacco e ficaria corrida de vergonha! V. Ex. é bastantcmenle apre-ciavel pelas maneiras suaves e delicadas com (pie. sabe portar-se nas sociedades; é sullicien-temente instruída porque falia maravilhosa-mente bem, e sobre maneira invejada porque é um proloiypo de virtudes: já deve V. Ex. inferir d^iqifi, que todas estas boas qual ida-des me ngraduo, enloqueeem, e me fazem

amar.... amar-vos TScnhora,

coinprehende-reis vós todo o valor e força desle prazer?... —Compreliendo; porem elle para mim é cxtranho a vosso respeito.

Que desventura!... Será possível!.. Se V. Ex. avaliasse o dissabor que estas pala-vias medevião cansar, as aílieções que me lariãó soíTrer, as lagrimas que me

obriga-riao a derramar... oh!*não teria V. Ex.

animo de as pronunciar, e ter-me-hia dedi-cado todo , lodo o seu alíeclo.

—Acredito na verocidade de vossas

ex-pressões; porem que fazer? existem

inoli-vos, os quaes nào sou obrigada a confes-sar;.. que se oppõe inteiramente á recepção de vosos aífeclos.

Ignorais ainda o que é o amor, Senhora! Quererá V. Ex. que eu lhe diga o que é o amor? é uma serpenle que corróe e devora, sem compaixão as nossas entranhas!... Quan-do se aQuan-dora o objeQuan-do digno de nossa estima o pensamento eslá grudado á pessoa que se ama e não é possível otvidal-o um só momento: admirando as bellezas da uaiureza, na lua cheia, quarto crescente e minguante, se ve a phisionomia do bem querido.

E se vos disser que é-ine inteiramente im-possível aceitar a vossa dedicação? Figurai que existo á margem dc oceano, distante de mim existe uma ilha onde estacs collocado, não existe um só baixei que possa transpor-lar-vos até mim, e mesmo no caso de o ha-ver, seria uma -temeridade, por quanto o mar cncapellado prometle absorver baixei econdüc-tores e esmagai -os'debaixo de suas iradas ca-tadupas. .1 a vedes, que entre Mini e vós exi-leo impossivcl

Oh! se a licçào que tão maravilhosamente acaba V. Ex. de traçar fosse verdadeira, seria muito capaz de atirar-me as vagas como um cação, transcenderia a barreira, só para tor-nar-iue digno dó amor de V. Ex: no caso de nào ter dado á costa.

Ainda nào tinha tido a dita de saber que na-da bem: liçare.i de hoje em dianle reconhe-cendo-ihe mais essa habilidade.

Quando eu procuro manifestar os senti-im-ulos que nulro pnr Y. Ex, interesse todo

fundado nas 'bases de uma sincera amizade,

parece que V. Ex. zomba de mim!... ok é

horrível! perdoai-ma que ves diga : é horrível, senhora!!!

Aqui deu a Senhora D. Experiência com

gosto Uma estrondoza risada, que aturdiu-do o salão, chamou a attenção de algumas pes-soas visinhas. Esta senhora |ena suas razõ-es para zombar do Sr. Bclleza; iião sabemos

cerliíicir á leitora, se provinha de já ler ei-Ia informações desse dandy, ou se por expe-riente do mundo; inclino-me a crer que já eni/ajada, (coni;> se custuma a designar ge-raímente) íiel e sincera aos seus protestos, como sau e devem ser todas as senhoras, nào quiz trahir o objecto das suas mais cha-ras alíeiçoes. 0 certo é que/l/r. Belhza\\\\* gando esla fortaleza inexpugnável, e convic-to de que as suas muralhas erão mais for-les do que o melai com que afr suas bailas erão fabricadas, mudou dc rumo; e dando um pelile promenade rumina em sua imaginação

qual bade ser o seu segundo alvo. Eil-o

que se dirige a Snra. D. Reticência, e fazendo-lhe um diplomático comprimento co-ineça por dizer-lhe:

—- Serei lão feliz que possa ter o prazer de obler de V. Ex. a honra de dançar com-migo uma quadrilha?..

Se o Sr. assim o deseja....

Nào só desejo, minha senhora, como confesso qne me será sobremaneira agra-davel.

Porêra...

Quererá V. Ex. talvez recusar-me es-sa graça.

E' que.,.

V. Ex. parece que tem pouca vontade de me dar esse gosto.

—- Pelo contrario... porem....

Pois então que motivo embaraça a Y. Ex. Eu nào sei como dizer-llfo.

Creio que nada tenho praticado para me-recera desatfeiçào de V. Ex: lenho orgulho de conciderar-me basianle polido para meie-cer a coiitiança de Y. Ex.

Nada... nada não é isso que pre-tendo

dizer..,-Tenha V. Ex. a bondade de explicar-se. Hade desculpar a timidez de meu ge-nio.... tenho lauta vergonha....

— Nao ha de que corar, minha Senhora, muito menos na presença daquelle que sabe ler em grande estima as seduetoras qualidades de V. Ex.

Penso que não terá tanto dezejo de dan ? çar comigo como quer .... nào devo dizer o resto.

Essa é galante minha Ssnhora í A não existir esse desejo, que motivo me obrigaria a vir pedir um favor a V. Ex. e liear-hYo de-vendo.?

Se me dicesse que conlradança exigia..., Uma

qualquer que Y. Ex. queira dispen-sar; muito estimaria que fosse ja a primeira.

-~- A primeira?!

Oh! sim; a primeira.

A. primeira?... é... de primo Manduca.

eSSlv I.imi sei d a b^iinua.

Segunda?... está dada a Quimquim, um moco que veio com nosca: pediu-uVa no

caminho.

Visto isto, a terceira.

A terceira?,.. Eu mi ito estimara:

mas... é daquelle moço que ali eslá, de bigodes prelos.

-Então a quuria.

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A quarta ?.». tarnbem não pode ser: é de Cawsfl.

—- A quinta ?

A quinta? está dada..,, édaqnelle moço que tem um cravo vermelho no peito... senão....

Oh ! eu sei que V. Ex. deseja servir-me, eu fui que vim demasiado tarde : será a sexta. Meu Deus! E' de um moço que primo 'Wanduci

disse que dançasse com elle. E a sétima ?

—Se lhe convém....

Con vem-me pois não. Felismente não se acabou a semana sem que eu tivesse a dita de dançar com V. Ex. par tão inle-ressante. Está (ratado: é minha a sétima.... Aproposito... vejo essa flor que viçosa os-lenta sua belleza animada pelo calor do

peito de V. Ex... essa flor é um cravo;

é talvez uma temeridade pedir que m'o ceda, para que eu me não possa enganar com o meu par dá sétima quadrilha ; elle sorveria de avivar uma bella recordaçãoe merecer-mo-hiu por isso uma grande estima. Poderei alcançar esta ventura ?

O Senhor, pede com modo... que se não pode negar.

O Senhor BéUeÜ tendo alcançado esta victoria enche-se de orgulho e continua a sua conquista amaioria.

Elle diz a si mesmo, transbordado de pra-zer—Quanto sou* feliz!.- a mesma phraso para todas, e todas aggíoineradas ao carro de meu triumpho!...

Finda a Soirée me perguntareis vós: Quem é o Sr. Belkza? E eu vos satisfarei

res-poncendo-- um homem cazado. N.

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Eu a vi — ella estava pensaliva,

No jardim ao luar, mirando a lua, Que, como por encanto, lhe estendia

Do auilado Céo um véo de prata. Não exprimião os seus roseos lábios O pensamento pela voz humana ;

Mas os seus olhos,—tão formosos olhos!-—-Do Céolusentes, scintillantes per'las,

Fallavãomais, que as mais sonoras vozes; Diziâo muito ao coração sensível.

Que vezes não a vi ali sozinha

Sorrindo aos Céos, e namorando a lua! E era tão bella assim—muda e risonha! Su'alm'_ pura, como a flor do valle,

Era doirado templo, onde habitavão, lnnocencia eamor, que ali ardiãò, Como incensos a Deus em um turiblo, Seu coração sensível, mavioso,

Onde não ecoava a voz humana,

Era um templo de Deus— de paz ura' ara. Em seu somblante plácido, tranquillo,

Se divisava apenas una sorriso.

Qual o manso encrespar de clara fonte. Na terra elia não linha uma só alma, Que stfalma entendesse; nem um peito, Um coração si quer, que recolhesse

As vibrações do seu, e os seus suspiros; Só os Céos lhe enviavão doces notas, Uns mysticos harpejos, que soaváo Dentro do peito seu, como partidos De aéria melodia, ou d'harpa d'anjo.

Se assim, tão bella i}0 jardim a visseis, Tão risonha a scismar, sem que um gesto; Um ademan si quer manifestasse

Seu nvystico pensar — dissereis anjo, Que na terra vagava desejoso

De tornar para os Céos, p'ra onde olhava Tão de saudades cheio, que iusensivel Se tornara ao demais, que em torno via! Ou linda estatua, que aspirar par'cia O hálito vital, que não lhe pôde

Imprimir o cinzel, que o gênio move, Para d'(ísse jardim servir de nume! Mas o sorrir anjelico, que ás vezes Abrir lhe vinha em flor os rubros lábios,

Daest.tua a illusão anniquilava,

E só deixava ver, ou anjo, ou virgem! Mas a muda era um anjo; pois sif alma

Era tão pura, tão de crime isenta, Como se d'anjo fora! —era florzinha Ao sorrir da manhã desabrochada,

Sem que ainda a manchasse um supro impuro !

O nnudo para ella era um deserto, Onde a vida tão só ahi passava, Como se nelle única habitasse! Os homens erão sombras, que ella Ante si destilar a cada instante, bem que de sua voz íailaz, impura, O ècho penetrasse o saiictuario, Tão innocente e casto de suláiiha!

via

PilíLADELPIIO A. FlRREIRA Lltf \.

â VIBGE1 DE VAN DICK.

Em um dos vastos salões do palácio de São James, e entre as paredes ornadas de tapece-rias e de damasco, apparecia , como um rico aealate de flores, um grupo de lihcías meni-nas. Cada uma dellas se oecupava em fazer obras de agulha tão engraçadas, que parecião

ramos matizados de mi! cores: conversando entre si cousasdivertidas, esperavão que se le-vantasse a rainha de quem erão damas: só uma por sua idade e pela gravidade da sua pes. soa fazia sombra a esse quadro: era a grahde duqueza dWlby, piimeiradama de honra d0

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palácio. Entre essas flores tão brilhantemente espalhadas, assigiíalavá-se a mais jovem pela simplicidade de seu irage e pela modéstia de seus olhos-. Seu vestido de veludo preto afo-gado, deixava entrever uma saia de setim brance: as mangas, que não passavão alem do çoioyelo, deixa vão relevar-se o torneado dos braços e a perfeição dás mãosr Uma camisi-nha pendia de sou fvescoço; deixando perceber a rçraçae alvura delie: uma cruz presa a uma corrente cabia-lhe pelo cotio, e os cabellos

re-partidos em bandos, erão presos atraz por um

enleitèteíto de rendas.

Ella era filha de uma das mais illuslres casas da Escócia : seu pai, lortl Buthvveu, conde de Gorro, possuía bens consideráveis e um bra-são, ainda mais valioso do que todos os seus bons. Dolly, assim se chamava ella, havia

che-gado ha pouco tempo á corte de Inglaterra,

para ser empregada no palácio da rainha . e

ahi completar a educação religiosa que tinha recebido em casa de seu pai: reclusa e reli-rada, elevava a sua alma . guiada pelo ins-lindo, a pensamentos graves, e pari um co-ração terno e impressionado, a arte sublime disoerlava-lhe o espirito. Na pintura, em que

primava, o pensamento 'lhe

descobria lhesouros infinitos.

Era ahi que esta joven meiga e melancólica encontrava pezares e lagrimas. Seu pai pos-suia immcnsas galerias ornadas das obras dos

primeiros mestres: e ella criou para si

mim-dos animamim-dos, dentre esses grupos inanitna-dos! Paulo Véronez, Guido, Rubens, erão seus amisços, ea elles agradecia tantas obras

primas que lhe davão vida no meio da solidão.

Seus hábitos e mineiras contrastavão com os de suas companheiras acostumadas a mais independência e liberdade. Timida e dócil, mal ousava responder aos motejos loucos, e por ventura malignos, com que as vezes a tralavão.

, Dadas dez horas no grande relógio do salão

iodos os olhos se dirigirão para esse lado. Tarda muito a chegar, disserào muitas vo-zes; e no mesmo instanle um criado grave aummciou o pintor Vau Dick.

Ainda bem não erão ditas estas palavras, mie se sentiu entre as formosas ladys. um como' murmúrio de pendas e sotin>:á seiue-liiíiníía da haste de um t üor sacudida pelo vento , cada uma se meehia no seu assento de veludo, desdobrava o vestido, e endireitando o porte , improvisava alguma nova graça,.

O joven discípulo de Rubens, embora mmfo acostumado a contemplar a belleza, não pode deixar de ma,niíeslar a sua admiração e

sur-preza, vendo-se eín um circulo lào brilhante.

A duqueza dvAll)V, atlriliuiudo a si o emha-raeo, ou para híf líor dizer, o aeanuaineulodo

joven, cujos olhos se fitavão no chão, tentou

tirai-o da sua pertubaeão, e eis aqui cpinp: Dizem que vós tendes talento, meu caro senhor.

K izoiii-me mm ia honra, senhora du-queza: os que assim pensão , julgão-me pela intenção, mas eu ainda uão liz nada que o pos-sa atleslar.

Gum tanta segurança e altivez responueu

Vun Dick á duqueza, quanto linha sido im-pertinente a pergunta d^e^P.

Dolly, orgulhosa como éde ordinário uma Escoceza, secorárade pejo pelo tom insolente da duqueza, sofrhxsemelhantemente tle prazer pela resposta do pven pintor, para o qual levantou os olhos, e elle- comprehendendo-a In'o agradeceu de coração.

Èslá bom, vêl-o-hemos, porque a rainha quer pôr-vos á prova : sua magostade quer

re-novar os ornamenlos da sua capella, e lereis muiloque fazer. Para os trabalhos do inverno, dar- vos-hão e palácio de Bloilíord, antigo

mos-teiro qued'aqui se vê ; ali estareis solitário elivre, e para os trabalhos do verão, será o castello d'Ellhei.n, e de mais a mais uma

pensão do estado. Creio que é bastante para um artista?

A arte, senhora duqueza, é uma realeza que senão paga, ese eu chegasse a possuir o talento a que aspiro, os favores que acabais de me gabar, não bastarião para pagar meus

pincéis.

Tudo está bom; Vós sois altivo, e nós

grandes; mas todas estas honras dependem de

condição: a rainha vos nomeará por seu pin-tor quando' liou verdes ganhado o prêmio no concurso que está aberto para os dicipulos de

Roma: trata-se de uma cabeça de virgem. Sim, minha senhora; mas se a protec-ção da rainha depende d^ssa condiprotec-ção, receio

muito não alcançai-a. Como?

Porque eu não ganharei o prêmio,

res-pondeu Vau Dick, com uma expressão de

íris-teza que repassou a alma de Dolly, e que se manifestou no seu lindo semblante.

E porque recusais essa honra ! Não leu-des fé?

Não, minha senhora, mas é possível representar perfeitamente a do Salvador, se não lenho modello!

Pronunciando estas ultimas palavras, íitou os olhos em Dolly.

Tenho procurado por ioda a parle, porem de balde, esse roslo celeste. Onde achar essa inteira candura da alma que reilecte aos olhos?

onda achar essa doçura e essa espantosa bou

-dade que revela em cada um de seus movi-nienlos a irmã indulgeute das mulheres?

Todas as raparigas levantarão os olhos para Vau Dick, e acharão-no nobre e bello! E na realidade, no seu semblante resplandecia o Gênio.

No entretanto tenho para mim, senhor pintores que nãoTalião modelios.

Por sem duvida, mulheres que recebem salário e que são bellas! Mas nem uma so lia que arremede aquella decência e aquella hei-leza que me surprendeu ! E toda via, ali! essa mulher que eu encontrei, essa mulher, de quem eu careceria, é uma moça nobre , que por certo não se prestaria a servir de tttudeilu a um pobre artista.

Concluindo estas palavras, cravou o; olhos sciniilantes_e animados sobre Dolly. Esta percebeu-o, e perturbou-se: todas as riiaig e

companheiras surprenderãu esse olhar, *

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todas com pesar seu,comprehenderão que Dolly era a mulher de quem fallava o pintor.

A velha duqueza que não linha percebido nada, perguntou-lhe:

E quem é essa grande senhora ! A própria Virgem, senhora.

Saudou a iodas, e enviando a Dully o ullimo adeos, disse a duqueza :

Se eu ganhar o prêmio, tomareis a ver-me, minha senhora, senão deixarei a Ingla-terra.

Van Dick tomou posse do palácio de BlaiffÒrd, situado em frente do palácio de S. James.

Era ali que devia fazer o seu quadro para o concurso, ao mesmo tempo que trabalhava nas pinturas a fresco da capella.

Pegou nos pincéis, e embriagado com a ce-leste figura da joven, procurou retratar a sua imagem. Mas a sensação, lão útil á arte quan-do o tempo a acalma, privava-o n'esse mo-mentode poder prosseguir nos seus intentos. Era ia manha a commoçáo, que o empedia de exprimir a i.déa que lhe dominava a alma!

Passou Jse o dia em votos inúteis, em èsíbr-ços vãos, e_ veio a noite surprondel - o triste e petreíicado ao pé do cavailele, procurando de balde retratar essa semelhança que lhe esçá-pára.

Logo que sahiu do palácio, todas as zom-barias, todos os olhos se dirigirão á pobre Dol-ly: suas invejosas companheiras hzerão-lhe pagar caro a escolha que Van Dick liulía feito delia 1

Separarão-se, porém Dolly tinha um pensa-mento no seu coração. Depois de suas orações á noite, o nome do artista foi o objecto do seu ultimo pensamento.

Era meia noite: o Céo eslava coberto de mi-lhares de estrellas, um doce luar clareava o pórtico do palácio, e reílectião seus raios na velha abbadia que, triste e sombria, parecia que só com seus despojos orava. De repente abre-se uma janella do palácio , uma sombra passa sobre o parapeito, escorrega pelo com-primento da escada, atravessa só a grande praça, e loca na porta do mosteiro.

Era uma mulher.

Não podemos dizer como essa mulher sahiu, como penetrou nessas ruinas, e comludo era preciso que ella conhecesse o caminho, porque em poucos instantes atravessou suas longas sallas , e < hegando a uma das galerias da ca-petla, achou-se no gabinete de trabalho do piu-lor, atravessou ligeiramente sem olhar para nada, pegou em uma cadeira e seuiou-sc de fronte do cavaliete.

O pintor pòz-se a seus pés para agradecer-lhe , porém Dully, lãzendo-agradecer-lhe signaí que se levantasse, mostrou-lhe os seus pincéis.

Van Dick, com os olhos espantados; o peito opprimido, a voz abafada, viu-a sahir sem fa-zer o menor movimento para detel-a. Não era a seus olhos um .ente mortal! Vendo-a fugir, pareceu-lhe ver a Virgem voar para os Céos.

Gaueado pelo trabalho e pela febre, cabiu sobre urna poltrona c adormeceu.

Quando deu acordo de si, o seu primeiro pensamento foi correr ao pano,

Transportado de alegria á vista da sua obra, que lhe parecia viva, ajoelhou-se: agradeceu ao aiijo ou á mulher, a imagem que file tinha apparecido.

De balde procurou elle rasgar o véo da rea-lidado queo cobria: chamou a si sua memória: todos os esforços (pie fazia para descobrira verdade erão imiteis. Confundia de tal forma no s,èu espirito a Virgem e Dolly, que á força de pensar, para sahir da sua perturbação, re-sotveu-se a escrever á joven o bilhete seguinte: «Dizei-me se sois um anjo: dizei-me se não « quereis que enlouqueça o pobre artista a « quem deste a vida; dizei-me quem esta noite « meappareceu, se foi a Virgem ou a .mulher!»

A velha duqueza d'Alby eslava encarregada de abrir todas as cartas dirigidas ás jovens, conliadas á sua guarda, Qual foi o seu espanto quando leu essas linhas!.. Que horror! excla-mou ella ! Uma pessoa de alto colhurno, Ira-hir assim seus deveres, ir á noite... sozinha! procurar um pintor!

Tocando a campainha inundou vir á sua preseuça a criminosa, mas a sua eolera subiu de ponto quando Dolly , íranquilla e meiga co-mo era ordinariamente, lhe assegurou que não comprehendia nada de suas exprobações.

A duqueza, que esperava encontrar gran-de confusão, talvez uma contissão sincera, a qual pode ser lhe ganha-se o perdão , não at-tendeu a mais nada. Houve grande reboliço no palácio % e decidirão que a pobre Dolly, perdida e deshonrada, devia no outro dia mes-mo ir para casa de seu pai.

Lagrimas, rogos, nada foi ouvido : só uma noite havia para arrependimento.

A duqeza para evitar novo escândalo, man-dou que a joven dormisse naquella ndute no seu quarto.

Dando meia noite, Dolly, como na vespora, levantou-se. A duqueza felicitando-sc de po-úav persuadir da verdade á aquellas que ainda aeredilavão na iunocencia , accordou todas as damas de palácio.

Acenderão-se arxotes: a duqueza, acompa-nhada de um grande sequilo, foi pelos passos cie Dolly, Esta atravessou , como na véspera, os salões, os circuitos, a vasta praça de S. James, e chegou também á porta do mosteiro.

Ninguém mais duvidou do crime tia pobre menina.

Forão, como ella á salla do pintor, e virão a moça sentada defronte do cavaliete.

O esl rondo que fizer ao ao redor delia, e os arxotes que lançavao muita claridade a açor-darão.

Era somnambula!

Foi d es far te que serviu de modello ao ar-lista , (pie lhe compensou com o seu amor, a gloria que ella lhejizera adquirir.

Tirou o prêmio no concurso, e foi coberto de honras e riquezas pela corte de Inglaterra. Poucos dias depois desta scena, celebrava-se em S. Paulo o casamenlo do pintor Vau Dick, e de Dolly, filha do nobre conde Bülh-vveu de Gorre.

(Trad. do Francez pda Redaciora.)

&¦¦' Acompanha a este numero uma estampa com dois figurinos para baile.

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