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PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS. Rubens Kindlmann

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Academic year: 2021

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PRINCÍPIOS

TRIBUTÁRIOS

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Princípio do Não Confisco

Art. 150, IV, CF

“Confisco é a tomada compulsória da propriedade privada pelo Estado, sem indenização. [...] refere-se à forma velada, indireta, de confisco, que pode ocorrer por tributação excessiva. Não importa a finalidade, mas o efeito da tributação no plano dos fatos. Não é admissível que a alíquota de um imposto seja tão elevada a ponto de se tornar insuportável, ensejando atentado ao próprio direito de propriedade. Realmente, se tornar inviável a manutenção da propriedade, o tributo será confiscatório”

(3)

Princípio do Não Confisco

Art. 150, IV, CF

“... O poder de taxar somente pode ser exercido dentro dos limites que o tornem compatível com a liberdade de trabalho, de comércio e de indústria e com o direito de propriedade.”

(STF, RE 18.331/SP, rel. Min. Orozimbo Nonato, DJ 21.09.1951)

“Por que a Constituição utiliza a expressão ‘efeito de confisco’? Porque confisco é a sanção, é medida de caráter sancionatório. Não nos esqueçamos que se designa por confisco a absorção total ou parcial da propriedade privada, sem indenização. Seria equivocado dizer, pois, ‘é vedado o confisco’. O que se proíbe é que, por via da exigência de tributo, se obtenha resultado cujo efeito seja equivalente ao do confisco.”

(4)

Nem mesmo a progressividade no tempo do IPTU (182, §4º, II, CF) pode

resultar em confisco.

Princípio do Não Confisco

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Multas desproporcionais ou com “efeito confiscatório” também são inadmissíveis

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO. CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTAFISCAL. Em se tratando de débito declarado pelo próprio contribuinte, não se faz necessária sua homologação formal, motivo por que o crédito tributário se torna imediatamente exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação do sujeito. O valor da obrigação principal deve funcionar como limitador da norma sancionatória, de modo que a abusividade se revela nas multas arbitradas acima do montante de 100%. Agravo regimental a que se nega provimento.

(STF, AI 838302 AgR/MG. Relator Min. Roberto Barroso. j. 25/02/2014, Primeira Turma)

Princípio do Não Confisco

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Princípio do Não Confisco

Art. 150, IV, CF

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA DE 30%. CARÁTER CONFISCATÓRIO RECONHECIDO. INTERPRETAÇÃO DO PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO À LUZ DA ESPÉCIE DE MULTA. REDUÇÃO PARA 20% NOS TERMOS DA JURISPRUDÊNCIA DA CORTE. 1. É possível realizar uma dosimetria do conteúdo da vedação ao confisco à luz da espécie de multa aplicada no caso concreto. 2. Considerando que as multas moratórias constituem um mero desestímulo ao adimplemento tardio da obrigação tributária, nos termos da jurisprudência da Corte, é razoável a fixação do patamar de 20% do valor da obrigação principal. 3. Agravo regimental parcialmente provido para reduzir a multa ao patamar de 20%.

(STF, AI 727872 AgR / RS - AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Julgamento: 28/04/2015, Primeira Turma)

(7)

Princípio do Não Confisco

Art. 150, IV, CF

Lei 13.296/98 – Lei do IPVA em SP

Art. 27 - O imposto não recolhido no prazo determinado nesta lei estará sujeito a acréscimos moratórios correspondentes a 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por dia de atraso, até o limite de 20% (vinte por cento), calculados sobre o valor do imposto.

Parágrafo único - Após a inscrição em dívida ativa, os acréscimos moratórios corresponderão a 1 (uma) vez o valor do imposto.

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Não confisco x Capacidade Contributiva

“Estamos também convencidos de que o principio da não confiscatoriedade(...) Deriva do principio da capacidade contributiva. Realmente, as leis que criam impostos, a levam em conta a capacidade econômica dos contribuintes não podem compeli-los a colaborar com gastos públicos além de suas possibilidades. Estamos vendo que é confiscatório o imposto que, por assim dizer, esgota a riqueza tributável das pessoas, isto é, que não leva em conta as suas capacidades contributivas”

(Roque Antonio Carrazza, Curso de Direito Constitucional Tributário, 9ª edição, Malheiros, 1997, p.70)

Princípio do Não Confisco

(9)

Princípio do Não Confisco

Art. 150, IV, CF

Há limitação na fixação do valor da multa?

DIREITO

TRIBUTÁRIO.

MULTA

CONFISCATÓRIA.

REDUÇÃO.

PERCENTUAL INFERIOR AO VALOR DO TRIBUTO. POSSIBILIDADE. 1. É

admissível a redução da multa tributária para mantê-la abaixo do valor do

tributo, à luz do princípio do não confisco. (...)

(STF. ARE 776273 AgR / DF - AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. Relator(a): Min. EDSON FACHIN. J. 15/09/2015. Primeira Turma)

(10)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

■ Veda a limitação ao tráfego de pessoas e de bens por meio de tributos

interestaduais e intermunicipais. Impede que sejam instituídos

tributos pela passagem ou pela remessa de bens, garantindo a livre

circulação das pessoas e de mercadorias, independente do

pagamento de tributos.

■ Todavia, ressalva a cobrança de pedágio pelo uso da rodovia

conservada pelo Poder Público

(11)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

Sobre a Natureza Jurídica do Pedágio

“O art. 150, V, da Constituição de 1988 põe término à discussão sobre o caráter tributário do pedágio. Não permite mais questionar: pedágio é tributo. E da espécie taxa. Remunera os serviços de conservação pelo serviço dos usuários, na medida do uso. O art. 150, V, do Texto Constitucional dá a essência da materialidade da hipótese de incidência dessa taxa: ‘pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público’. Essa descrição é plenamente harmônica com o conceito geral de taxa (145, II): ‘pela utilização... De serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição’.”

(12)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

Sobre a Natureza Jurídica do Pedágio

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PEDÁGIO. Lei 7.712, de 22.12.88. I.- Pedágio: natureza jurídica: taxa: C.F., art. 145, II, art. 150, V.

II.- Legitimidade constitucional do pedágio instituído pela Lei 7.712, de 1988. III.- R.E. não conhecido.

(STF RE 181475 / RS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO. -J. 04/05/1999 - 2ª Turma)

(13)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

Sobre a Natureza Jurídica do Pedágio

Manutenção de rodovia = Serviço Público que normalmente é feita por concessão

CF, “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre: I – (...)

III - política tarifária; (...)”

(14)

Princípio da não limitação ao tráfego

Art. 150, V, CF

Sobre a Natureza Jurídica do Pedágio

TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO

PÚBLICO. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

CONSTITUCIONALIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de

preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio

da legalidade estrita. 2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.

(STF - ADI 800/ RS - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI -J. 11/06/2014. Órgão Julgador: Tribunal Pleno)

(15)

Princípio da Uniformidade Territorial

(ou Geográfica)

Art. 151, CF

Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional

ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao

Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a

concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio

do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do

País;

(16)

“O dispositivo não permite o estabelecimento de regimes tributários

diversos entre as várias regiões. Consente apenas que para algumas delas,

em virtude de suas características, possa haver incentivos. Note-se que tal

figura supõe uma política de fomento em que se exigem do seu destinatário

certas ações. Diferenças tributárias sem que se verifique o fomento, mesmo

que referidas a regiões menos favorecidas, são inconstitucionais”

(DIAS DE SOUZA, Hamilton. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva (Coord.). Comentários ao Código Tributário Nacional. São Paulo: Saraiva, 1998, v.1, p.8-9)

Princípio da Uniformidade Territorial

(ou Geográfica)

(17)

Princípio da Uniformidade Territorial

(ou Geográfica)

Art. 151, CF

ADCT – ART. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição

ADCT – Art. 92. São acrescidos dez anos ao prazo fixado no art. 40 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

ADCT – Art. 92-A. São acrescidos 50 (cinquenta) anos ao prazo fixado pelo art. 92 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 83, de 2014)

(18)

Princípio da Não diferenciação

Art. 152, CF

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer

diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de

sua procedência ou destino.

“... A procedência e o destino são índices inidôneos para efeito de manipulação

das alíquotas e da base de cálculo pelos legisladores dos Estados, dos Municípios e

do Distrito Federal. E o dispositivo se refere a bens e serviços de qualquer

natureza. Vale como orientação geral, pois sobre ele exercem pressão outras

linhas diretivas, igualmente de raízes constitucionais, que condicionam o

aparecimento de exceções. A contingência de não ser absoluto, todavia, deixa-o

intacto como eminente princípio tributário.”

(19)

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO E DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL. COBRANÇA NAS OPERAÇÕES INTERESTADUAIS PELO ESTADO DE DESTINO. EXTENSÃO ÀS REMESSAS PARA CONSUMIDORES FINAIS. COMÉRCIO ELETRÔNICO. “GUERRA FISCAL”. DENSA PROBABILIDADE DE VIOLAÇÃO CONSTITUCIONAL. LEI 9.582/2011 DO ESTADO DA PARAÍBA. MEDIDA CAUTELAR REFERENDADA. 1. (...) 2. Os entes federados não

podem utilizar sua competência legislativa privativa ou concorrente para retaliar outros entes federados, sob o pretexto de corrigir desequilíbrio econômico, pois tais tensões devem ser resolvidas no foro legítimo, que é o Congresso Nacional (arts. 150, V e 152 da Constituição). 3. (...)

(ADI 4705 MC-REF / DF - REFERENDO NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA - J. 23/02/2012 - Órgão Julgador: Tribunal Pleno)

Princípio da Não diferenciação

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Princípio da Não diferenciação

Art. 152, CF

TRIBUTÁRIO RECURSO ORDINÁRIO MANDADO DE SEGURANÇA IPVA -LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO SECRETÁRIO DE FAZENDA DO DISTRITO FEDERAL - DIFERENCIAÇÃO DE ALÍQUOTAS ENTRE VEÍCULOS NACIONAIS E IMPORTADOS - IMPOSSIBILIDADE.

I - O Secretário de Estado de Fazenda e Planejamento do Distrito Federal possui legitimidade ad causam para figurar no pólo passivo de ação mandamental que vise afastar a cobrança de IPVA de veículos importados, com alíquota diferenciada da cobrada dos veículos nacionais, uma vez que é a Secretaria de Fazenda e Planejamento quem expede o documento de arrecadação do tributo.

II - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido da impossibilidade dos Estados-membros e do Distrito Federal estabelecerem alíquotas de IPVA diferenciadas entre veículos nacionais e importados.

III - Recurso provido.

(RMS 13502 / DF RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA, Relator(a) Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, Data do Julgamento 25/11/2003, Data da Publicação/Fonte DJ 15/03/2004 p. 151)

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Contatos

Professor Rubens Kindlmann

@kindlmann

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