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INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM ÂMBITO HOSPITALAR RESUMO

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INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM ÂMBITO HOSPITALAR

Angélica de Lima Izaguirres*

RESUMO

Objetivos: Verificar os registros dos enfermeiros quanto às medidas de prevenção

implementadas para as lesões por pressão antes e após intervenções educativas em uma unidade de internação de um hospital filantrópico. Método: Estudo quantitativo do tipo coorte retrospectiva. Estudo realizado em uma unidade de internação de um hospital filantrópico de Porto Alegre/RS. A coleta de dados ocorreu no período de 3 meses antes e 3 meses após o início das intervenções de educação em serviço junto à equipe de enfermagem. Resultados: Em 2016, foram analisados 35 registros de prontuários de pacientes, 17 (48,57%) eram do sexo feminino e 18 (51,42%) masculinos. A idade prevalente foi de 80 anos ou mais. Em 2017, foram avaliados 32 prontuários de pacientes. 18 (56,25%) pacientes eram do sexo feminino e 14 (43,75%) masculinos. A idade prevalente foi de 51 a 60 anos (25,80%). Em ambos os anos a maioria dos pacientes tiveram sua internação decorrente de fratura de fêmur. Eram portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica associada a outras patologias. As regiões anatômicas mais acometidas foram sacral. Houve registro de utilização de hidrocolóides, película transparente e outras. Nenhum paciente foi classificado como sem risco ou risco leve, segundo a escala de Braden. Não houve diferença estatística entre os dois anos.

Conclusão: houve diferença nos registros em relação aos de 2016 para 2017 após as

intervenções educativas em serviço, principalmente em relação ao registro de hidratação da pele que passaram a ser notificados.

Palavras-Chave: Lesão por pressão. Escala de Braden. Enfermagem. Educação em serviço.

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, observa-se a crescente preocupação de especialistas,

*Discente do Curso MBA em Gestão em Saúde da Universidade Lasalle - Unilasalle, matriculado na disciplina de Trabalho de Conclusão II, E-mail: angélica.lima88@gmail.com, sob a orientação da Profª. Mª. Márcia Welfer. E-mail: marcia.welfer@unilasalle.edu.br . Data de entrega: 15 mar. 2018.

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pesquisadores, gestores e profissionais da área de saúde com a segurança do paciente, isto é, redução do risco de danos desnecessários associados à assistência em saúde a um mínimo aceitável. (GOMES et al., 2017).

Uma das grandes preocupações na área da saúde, no que diz respeito à segurança do paciente hospitalizado, é a prevenção de lesão por pressão (LP), que corresponde a uma área localizada de lesão tissular, ocasionada por pressão, cisalhamento e/ou fricção. A úlcera por pressão geralmente afeta os locais com maior suscetibilidade de distribuição desigual de peso ou aqueles com excesso de pressão, como a região sacral. (INOUE; MATSUDA, 2015).

O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), em abril de 2016, anunciou a mudança na terminologia Úlcera por Pressão para Lesão por Pressão e a atualização da nomenclatura dos estágios do sistema de classificação por acreditar que a nova terminologia descreva de forma mais precisa a lesão. Membros da Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) e da Associação Brasileira de Enfermagem em Dermatologia (SOBENDE), de forma colaborativa, realizaram a tradução e a validação do documento para o português. Esse documento, portanto, atualiza a versão divulgada pelo NPUAP. As Lesões por Pressão são categorizadas para indicar a extensão do dano tissular. (SOBEST, 2016).

A etiologia das lesões por pressão (LPs) é multifatorial, incluindo fatores intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo, tais como idade, comorbidades, condições de mobilidade, estado nutricional e nível de consciência. Pessoas idosas e/ou com dificuldade para detectar sensações que indiquem a necessidade de mudança de posição, como aquelas com paraplegia, em coma, submetidas a cirurgias de grande porte, com trações ortopédicas, em sedação ou sob-restrição mecânica com aparelhos gessados, constituem a população de risco para o desenvolvimento de LPs. (ROGESKI et al. 2015).

Diferentemente de boa parte das alterações de pele, a LP tem sido alvo de grande preocupação para os serviços de saúde, pois a sua ocorrência causa impacto tanto para os pacientes e seus familiares, quanto para o próprio sistema de saúde, com o prolongamento de internações, riscos de infecção e outros agravos evitáveis. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Na maioria das vezes é um problema evitável e, por isso, tornou-se imperativa a reavaliação dos processos de cuidado prestados pela equipe, que utiliza um protocolo assistencial de prevenção e tratamento de LP. Este está baseado na avaliação de risco pela aplicação da escala de Braden, que é composta por seis subescalas: percepção sensorial (habilidade de responder à pressão relacionada ao desconforto); umidade (nível ao qual a pele é exposta à umidade); atividade (grau de atividade física); mobilidade (capacidade de controlar a posição do corpo); nutrição (padrão usual de consumo alimentar); fricção (quando

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duas superfícies entram em atrito uma com a outra); e cisalhamento (o paciente desliza na cama - esqueleto e tecidos mais próximos se movimentam, mas a pele permanece imóvel). Cada subescala apresenta quatro níveis de pontuação, numerados de um a quatro, com exceção da fricção e cisalhamento que tem três níveis. A soma total desses itens evidencia numericamente o risco para o desenvolvimento da lesão, quanto menor a pontuação maior é o risco para LP. (SCAINT et al., 2012). A Escala de Braden (EB) é um instrumento norte- americano no qual seus autores desenvolveram um esquema conceitual. A presença de qualquer alteração nas sub-escalas, a despeito da intensidade dessa alteração, está associada com o risco de desenvolver LP. (ZAMBONATO et al., 2013).

A prevenção da LP constitui ação primordial, visto que tal agravo causa dor e desconforto para o paciente e família, podendo retardar sua recuperação. O tratamento gera custos à instituição e aumento na demanda de trabalho da enfermagem. Constitui um fenômeno comum a pessoas hospitalizadas em todo o mundo nos diferentes contextos de saúde, especialmente entre os hospitalizados nos quais ela é uma ameaça adicional em doentes já comprometidos fisiologicamente. (BORGHARDT et al., 2016).

As recomendações para a prevenção devem ser aplicadas aos indivíduos vulneráveis em todos os grupos etários. As intervenções devem ser adotadas pelos profissionais de saúde envolvidos no cuidado de pacientes que estejam em risco de desenvolver LP e que se encontre em ambiente hospitalar, sob cuidados continuados, em lares, independentemente de seu diagnóstico ou das necessidades de cuidados de saúde. (BRASIL, 2013).

Uma das consequências mais comuns, resultante de longa permanência em hospitais, é o aparecimento de alterações de pele. A incidência aumenta proporcionalmente à combinação de fatores de riscos, dentre eles, idade avançada e restrição ao leito. A manutenção da integridade da pele dos pacientes restritos ao leito tem por base o conhecimento e a aplicação de medidas de cuidado relativamente simples. (BRASIL, 2013)

Na prática clínica, o enfermeiro tem o papel de reduzir riscos e danos, incorporar boas práticas e fazer uso de indicadores de qualidade, por meio de um sistema de registro, a fim de favorecer a efetividade e o gerenciamento da assistência e a mudança de cultura, alinhados com a política nacional de segurança do paciente. (CAVALCANTE et al., 2016).

As intervenções de enfermagem relacionadas à prevenção devem abordar aspectos como: cuidados com a integridade da pele, uso de emolientes para hidratação, utilização de dispositivos para incontinência urinária e reeducação vesical, posicionamento no leito, cuidados higiênicos, alimentação rica em vitaminas e proteínas. (MEDEIROS et al., 2008).

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Diante da complexidade do tema e da identificação de que a LP é um problema evitável na maioria das vezes, consideramos que a prevenção é fundamental. (MENEGON et al., 2007).

O presente estudo possui como objetivo geral verificar os registros dos enfermeiros quanto às medidas de prevenção implementadas para as lesões por pressão antes e após intervenções educativas em uma unidade de internação de um hospital filantrópico. E, como objetivos específicos: Verificar a prevalência de lesão por pressão através da escala de Braden; Identificar quais as estratégias de prevenção foram implementadas ao paciente durante a internação hospitalar; Identificar os fatores de risco intrínsecos e extrínsecos entre os pacientes incluídos no estudo.

A autora, por atuar na Comissão de Cuidados com a Pele da instituição em estudo, vem constantemente primando pela qualidade e segurança assistencial através do monitoramento do índice de LP. O estudo justifica sua relevância visto que, o olhar clínico de enfermeiros sobre o corpo tegumentar dos pacientes é de suma importância para prevenir LP assim como a realização de treinamentos da enfermagem. Consequentemente, os fatores de risco que levam à ocorrência deste dano devem ser de conhecimento, também, por parte dos gestores e líderes.

Além disso, a educação continuada em serviço é fundamental para qualidade assistencial, conhecer dificuldades de registros e nos processos para melhorar a assistência, auxiliará os profissionais e os gestores da instituição de saúde a desenvolverem ações efetivas no combate e minimização de LP, preservando assim a integralidade da saúde do paciente e qualidade assistencial.

Sendo assim, a presente pesquisa pretende agregar ao conhecimento científico já estabelecido na literatura, na medida em que irá avaliar as medidas de enfermagem implementadas para a prevenção de LP antes e após ações de educação em serviço. Dessa forma, necessitamos constantemente aprimorar e reforçar o cuidado com o paciente, sendo a educação continuada em serviço essencial para manter a qualidade na assistência e diminuir eventos adversos.

2 METODOLOGIA

Pesquisa quantitativa do tipo coorte retrospectiva. Gil (2008) conceitua pesquisa quantitativa a estudos cujos resultados possam ser medidos ou mensurados.

O estudo foi desenvolvido em uma unidade de internação composta por 40 leitos de um hospital filantrópico que atende pelo Sistema Único de Saúde e é referência no serviço de

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traumatologia e ortopedia, localizado na cidade de Porto Alegre/RS.

A coleta de dados foi realizada por meio de prontuário eletrônico do paciente. O setor de Tecnologia da Informação (TI) forneceu uma listagem de número de prontuários de cada paciente que apresentou o escore total da escala de Braden preenchida pelo enfermeiro antes da alta hospitalar com risco moderado (de 13 a 14 pontos), elevado (de 10 a 12 pontos) ou muito elevado (menor ou igual 9). Não foram coletados dados de pacientes que apresentaram baixo risco na escala de Braden.

A coleta ocorreu no período de 3 meses antes (maio, junho e julho de 2016) e 3 meses após (maio, junho e julho de 2017) o início das intervenções de educação em serviço junto à equipe de enfermagem. O instrumento de coleta de dados contempla informações extraídas do prontuário dos pacientes, por via eletrônica, referentes aos fatores intrínsecos e extrínsecos para o desenvolvimento de LP, sua ocorrência e as medidas de prevenção implantadas.

A intervenção educativa em serviço iniciou em setembro de 2016. O primeiro treinamento com a equipe de enfermagem dos turnos, manhã, tarde e noites A e B. O conteúdo abordado da intervenção foram medidas preventivas de LP, novas coberturas, protocolos atualizados de curativos, terminologias e coberturas. Foram realizadas oficinas de posicionamento em loco na unidade por fisioterapeuta, este orientou a mudança correta em pacientes clínicos com lesões traumáticas e ortopédicas.

A pesquisa é isenta de danos ou prejuízos aos pacientes, no entanto, a instituição hospitalar e os pacientes possuem exposição de seus dados através da coleta de dados do prontuário. Esses riscos foram minimizados pela pesquisadora com o agendamento prévio de data e horário para a coleta de dados junto com o setor de tecnologia da informação. Os dados obtidos serão armazenados de forma sigilosa e apenas os membros da equipe de pesquisa possuem acesso as informações dos pacientes.

A instituição e a equipe de profissionais, que prestam atendimento na unidade de internação do hospital, serão beneficiados direta ou indiretamente na medida em que passarão a entender os benefícios da educação continuada na prevenção de lesões por pressão nos pacientes, diminuindo dias de internação e consecutivamente custos à instituição. Novos pacientes também poderão ser beneficiados através de melhorias no cuidado de enfermagem em relação as lesões por pressão.

A pesquisa seguiu os seguintes critérios de inclusão: dados de prontuário de pacientes que estiveram internados na unidade 2 da instituição de saúde, nos meses de maio, junho e julho de 2016 e que apresentavam risco moderado, elevado e muito elevado, conforme a escala de Braden, antes da intervenção educativa à equipe de enfermagem; dados de

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prontuário de pacientes que estiveram internados nos meses de maio, junho e julho de 2017 e que apresentavam risco moderado, elevado e muito elevado, conforme a escala de Braden, após a intervenção educativa à equipe de enfermagem. E como critérios de exclusão: dados de pacientes que apresentaram escore baixo na escala de Braden e registros incompletos no prontuário do paciente.

Na análise de dados, as variáveis contínuas são apresentadas em média ± DP ou mediana e intervalo interquartil (IQ). As variáveis categóricas são apresentadas em número absoluto e percentual. Teste t de student ou teste de Mann-Whitney foram utilizados para variáveis contínuas, e teste do qui-quadrado foi utilizado para variáveis categóricas. O nível de significância foi estabelecido em 0,05. A análise estatística foi realizada através do programa estatístico comercialmente disponível, o Statistical Package for Social Sciences, SPSS 22.0 (SPSS, Chicago, IL, USA).

Os aspectos éticos foram respeitados, de acordo com a Resolução 466/12 (BRASIL, 2013), que regulamenta as pesquisas realizadas com seres humanos. O estudo foi aprovado pela Assessoria de Projeto da RSDP e pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade, em estudo sob o protocolo CAAE nº 73582617.0.0000.5307.

3 RESULTADO E DISCUSSÕES

Durante o ano de 2016 foram analisados 35 registros de prontuários de pacientes, destes, 17 (48,57%) eram do sexo feminino e 18 (51,42%) masculinos. A idade mais prevalente foi de 80 anos ou mais, correspondendo a 16 pacientes (48,48%), seguido de pacientes com idade entre 71 a 80 anos de idade, representam 8 pacientes (24,24%).

O achado de idade avançada é apontado como um dos fatores relevantes na fisiopatologia da LP, principalmente, quando associado a outros fatores como desnutrição, mobilidade e umidade. (MENEGON et al., 2012).

Em relação a via de nutrição, 34 (72, 34%) dos pacientes alimentavam-se por via oral, 6 (6,3%) faziam uso de sonda nasoentérica e 10 (21,27%) utilizavam suplementos. Parte dos pacientes alimentava-se através da combinação de via oral, sonda enteral e suplementos. A avaliação do estado nutricional do paciente é uma variável importante, pois indica risco de LP, por fatores de desnutrição, baixo peso corporal e ingesta pobre de alimentos. (MORO, CALIRI, 2016).

Nos idosos há redução na elasticidade da pele e na frequência da reposição celular, o corpo sofre transformações, há aumento das comorbidades devido à fragilidade, ocorre

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redução da atividade e mobilidade, o que aumenta a sua propensão ao desenvolvimento da LP. (MENEGON et al., 2012).

A maioria dos pacientes teve sua internação decorrente de fratura de fêmur representando 19 (54%) dos pesquisados. Quanto as comorbidades apresentadas pelos pacientes, 14 (40%) eram portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) associada a outras patologias, 4 (11,42%) portavam apenas HAS. Os que possuíam Diabetes Mellitus (DM), HAS e outras representam 3 (8,57%) casos. 1 (2,85%) paciente portava DM e outras e 1 (2,85%) apenas DM. Os pacientes que não apresentavam nenhuma comorbidade somam 6 (17,14%) sendo o restante 6 (17,14%) acometidos por outras patologias.

Dos 35 pacientes analisados 5 (14,28%) desenvolveram LP durante a internação, desta forma verificou-se que a grande maioria, ou seja, 30 (85,71%) pacientes não desenvolveram LP. As regiões anatômicas mais acometidas foram sacral com 2 (40%) sujeitos e calcâneos também com 2 (40%) sujeitos, representando juntas 80% dos casos.

Ao analisar as medidas de prevenção para o desenvolvimento de lesões por pressão os registros mostraram a utilização de hidrocolóides 9 (25,71%), película transparente 21 (60%) e outras 3 (8,57%), não teve registro da utilização de cremes hidratantes de pele, considerando que alguns pacientes faziam uso de mais de uma medida de prevenção e 15 (42,85%) dos pacientes não fizeram uso de material de prevenção.

Analisando os registros no ano de 2017 foram avaliados 32 prontuários de pacientes. Constatou-se sobre as características demográficas que 18 (56,25%) pacientes eram do sexo feminino e 14 (43,75%) masculinos. A idade prevalente foi de 51 a 60 anos (25,80%) seguido de maiores de 80 anos 6 (19,35%).

Em relação a via de nutrição, 29 (87, 87%) dos pacientes alimentavam-se por via oral, 3 (9,09%) faziam uso de sonda nasoentérica e 1 (3,03%) utilizavam suplementos. Parte dos pacientes alimentavam-se através da combinação de via oral, sonda enteral e suplementos.

A maioria dos pacientes teve sua internação decorrente de fratura de fêmur representando 17 (48,57%) dos pesquisados. Quanto as comorbidades apresentadas pelos pacientes, 6 (18,75%) possuíam Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) associada a outras patologias, 4 (12,5%) portavam de HAS, Diabetes Mellitus (DM) e outras, 3 (9,37%) possuíam apenas HAS e 2 (6,25%) possuíam DM associada a outras. Os pacientes que não apresentavam nenhuma comorbidade somam 6 (18,75%) dos casos sendo o restante 11 (34,37%) acometidos por outras patologias.

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Dos 32 pacientes analisados 6 (18,75%) desenvolveram LP durante a internação, sendo assim a maioria que é 26 (81,25%) pacientes não desenvolveram LP. As regiões anatômicas mais acometidas foi a sacra com 4 (66,66%) sujeitos seguido de calcâneos com 1 (16,66%) caso, juntas somam 83,33% das lesões.

Ao analisar as medidas de prevenção para o desenvolvimento de lesões por pressão os registros mostraram a utilização de hidrocolóides 5 (15,62%), película transparente 11 (34,37%) e hidratantes 8 (25%), não houve registro da utilização de outros métodos preventivos. 15 (46,87%) dos prontuários não constam registro da utilização de materiais de prevenção.

Comparando os anos de 2016 e 2017 as doenças mais prevalentes entre os participantes foi a Hipertensão Arterial, este dado condiz com o estudo realizado por Vieira et al (2014) cujo objetivo foi identificar características sociodemográficas e clínicas e levantar os fatores de risco para úlceras por pressão identificadas em idoso hospitalizado. O estudo confirmou que os fatores de riscos mais prevalente foram doenças crônicas não transmissíveis, no caso a Hipertensão Arterial.

Conforme outro estudo que analisou 300 prontuários de idosos institucionalizados afim de verificar a prevalência e os fatores de risco das úlceras por pressão mostrou a HAS como sendo a comorbidade de maior acometimento na população estudada. (FREITAS et al., 2011).

Em relação ao motivo de internação verificou-se a prevalência de fratura de Fêmur. Estudo, realizado em hospital geral, constatou que a maioria da população de risco para desenvolver LPP, encontravam-se internados nas clinicas ortopédicas, possuindo como principal diagnostico fratura de fêmur. Esse dado justifica-se, visto que paciente idosos possuem maior associação de fatores intrínsecos, como perdas relacionadas ao processo de envelhecimento, alterações do sistema cardíaco, neurológico, sensorial e musculoesquelético, além de alterações na marcha, equilíbrio e coordenação motora. (VIEIRA et al., 2014).

Em ambos anos analisados do estudo constatou-se que o local em que mais apresentou LPP foi em região sacral seguida por calcâneo. Com esse dado corroboram outros estudos que relacionaram a ocorrência de lesões por pressão em pacientes hospitalizados revela que a maioria das LPP se desenvolve em região sacra. (SANDERS; PINTO, 2012).

Quanto as eliminações fisiológicas tanto no ano de 2016 (62,85%) quanto em 2017 (62,5%) a prevalência foi de uso de fraldas, seguido do uso de objetos auxiliares como “papagaio” e “comadre”.

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moderado e 12 (34,3%) tiveram risco elevado. Em 2017, 24 (75,0%) tiveram risco moderado e 7 (21,9%) tiveram risco elevado, um paciente (3,1%) apresentou risco muito elevado. Nenhum paciente foi classificado como sem risco ou risco leve, segundo a escala de Braden. Não houve diferença estatística entre os dois anos. p = 0,33

Na Tabela 1 são apresentados os riscos do desenvolvimento de lesões por pressão através da escala de Braden identificados nos registros dos prontuários.

Tabela 1 – Classificação da Escala de Braden nos pacientes internados no ano de 2016 e 2017 nas unidades de internação do Hospital Filantrópico

Escore de Braden 2016 (N=35) 2017 (N=32)

n % n %

Moderado 23 65,71 24 75

Elevado 12 34,28 07 21,87

Muito Elevado 0 0 01 3,12

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. Nota: p=0,33

Conforme os dados apresentados na tabela, no ano de 2016, 35 pacientes foram registrados como risco elevado e moderado, sendo que destes, 5(14,28%) desenvolveram LPP. Enquanto que no ano de 2017, foram encontrados 32 registros de risco moderado, elevado e muito elevado, destes houve 6(18,75%) registros de ocorrência de LPP.

A Escala de Braden destaca-se como instrumento para avaliar o risco de UP. Os profissionais de enfermagem desempenham papel fundamental na prevenção da UP na medida em que garantem: mobilidade do paciente no e fora do leito, oferta e administração de alimentos, menor exposição à umidade, além de evitar fricção e cisalhamento. Assim, as ações de prevenção devem ser difundidas e aplicadas nos hospitais a fim de evitar o desenvolvimento desse dano (ZAMBONATO et al., 2013).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo comprova que há uma relação tendenciosa entre fatores relacionados a faixa etária e comorbidades, visto que indivíduos com maior idade apresentam uma ou mais doenças associadas, além da mobilidade física e equilíbrio prejudicado aumentando o risco de fraturas devido a quedas, podendo levar a hospitalização. As fraturas de fêmur representam a

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maior causa de internação dos indivíduos analisados, este fato constitui um fator agravante tendo em vista maior limitação na mobilização, além de exigir um tempo maior para a reabilitação.

Os dados apresentados revelam que houve diferença nos registros de 2016 para 2017 após as intervenções educativas em serviço, principalmente em relação ao registro de hidratação da pele que passaram a ser notificados. Percebe-se ainda, que houve um leve aumento de registros relacionados a ocorrência de LPP. No entanto, a autora, por atuar diretamente na assistência de enfermagem, percebe que ainda há falhas e subnotificação de registros, o que dificulta no estudo de indicadores que poderão auxiliar no processo de prevenção e redução de fatores de risco.

Houve muitos dados perdidos por não registro das medidas preventivas realizadas e dos locais em que se desenvolveram as lesões por pressão. Não foram mensurados, nos prontuários, os cuidados na mudança de decúbito ou posicionamento, uso de coxins e elevação dos calcâneos.

Os resultados do presente estudo revelam que mesmo realizando a educação em serviço, os profissionais necessitam compreender que os registros são falhos e que precisam ser realizados para que se tenha conhecimento dos riscos. Desta forma, compreende-se que a educação em serviço constitui uma medida para auxiliar na qualidade de registros e de assistência relevante as prevenções de LPP, bem como aspectos do cuidado.

ABSTRACT

Objectives: Verify the nurses records regarding implemented pressure injuries prevention

initiatives before and after educative interventions within a philanthropic hospital unit.

Method: Quantitative study using Coorte retrospective type. Study carried out in an inpatient

unit of a philanthropic hospital in Porto Alegre - RS. The data collection occurred along 3 months before and 3 months after the beginning of the education interventions in service with the nursing team. Results: during the year 2016, 35 patient records were analysed, 17 (48.57%) were female and 18 (51.42%) were male. The prevalent age was 80 years or older. In the year 2017, 32 patient charts were evaluated. 18 (56.25%) patients were female and 14 (43.75%) were male. The prevalent age was 51 to 60 years (25.80%). In both years the most patients had the hospitalization due to femur fracture. They had Systemic Arterial Hypertension associated with other pathologies. The most affected anatomical region was sacral. There was hydrocolloids records, transparent film and others. Any patients had been

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classified as no risk or slight risk according Braden scale. Conclusion: There was differences among 2016 to 2017 after the services educational interventions mainly in relation to the registration of skin hydration that began to be notified. There is a slight increase of records related to the LPP occurrences.

Keywords: Pressure injuries. Braden scale. Nursing. Education on service.

REFERÊNCIAS

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