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RELATÓRIO. 2ª-feira, 13 de outubro de 2014

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Projeto Comenius “Walking in each other’s shoes…”

Reunião de Projeto em Istambul, Turquia, 13-18/10/2014 Tema: “Who will I be? Developing skills for the European Job Market”

RELATÓRIO 2ª-feira, 13 de outubro de 2014

Saímos do Externato às 13:45. Faziam parte do grupo 4 alunos do 10º ano (Rebeca Dias, Bruna Santos, Joseph Collingwood-Carocinho e Miguel Machado) e as professoras Marisa Tomás Santos e Eva Michel.

Depois de 4 horas de voo, na Turkish Airlines, chegamos a Istambul às 22:15 horas (há uma diferença de duas horas entre Portugal e a Turquia).

No aeroporto estavam à nossa espera os parceiros turcos dos nossos alunos e também dos alunos ingleses, que chegaram pouco depois de nós. Os alunos foram para casa das famílias de acolhimento, nós, as professoras portuguesas e inglesas, seguimos para o hotel num serviço de transfer do próprio hotel, situado na parte mais velha (e turística) da cidade, Sultanahmet.

3ª-feira, 14 de outubro de 2014

Acordamos com a chamada à oração amplificada pelos altifalantes de diversas mesquitas na vizinhança do hotel, às 6 da manhã (4 horas, em Portugal!).

Encontramos as professoras das outras escolas (Espanha, Roménia, Inglaterra) e fomos de elétrico até à paragem indicada pela coordenadora turca, onde nos esperavam alguns dos alunos turcos que nos guiaram até à escola. A Haluk Ündeğer Anadolu Lisesi é uma

escola secundária, instalada num edifício de 4 andares e frequentada por quase 2000 alunos, em dois turnos diferentes. Há cerca de 90 professores.

Ao chegarmos, fomos logo ter com os nossos alunos, a inquirir acerca da sua experiência na família turca e a ver se todos

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estavam bem. Referiram com entusiasmo a simpatia das famílias e dos parceiros (que, em alguns casos, serviam de elo de comunicação, uma vez que a maioria dos pais não falava inglês). Mas notámos também que uma das alunas estava a ter algumas dificuldades no relacionamento com a parceira, devido às dificuldades ao nível da língua inglesa e ao facto de as duas terem pouco em comum.

Depois de palavras de boas vindas da parte do diretor da escola, tivemos a oportunidade de visitar as instalações (salas de aula, biblioteca, etc.).

Seguidamente, duas professoras turcas animaram todos os alunos em diversas atividades que os ajudavam a conhecerem-se melhor uns aos outros e a formarem um grupo (atividades de “quebra-gelo”).

Depois dum intervalo, em que todos podiam servir-se de petiscos e de bebidas na sala em que estávamos reunidos, iniciou-se o trabalho sobre o tema do encontro. Depois duma recolha de todas as profissões de que os alunos conseguiam lembrar-se, cada um escreveu no seu cartaz de apresentação (elaborada no âmbito das atividades de “quebra-gelo”) a profissão que gostaria de desempenhar no futuro.

Seguiu-se uma apresentação preparada pela escola turca sobre o mercado de trabalho para jovens na Turquia (com destaque para as competências exigidas no mercado de trabalho deste país).

As restantes escolas pediram para poderem partilhar a sua pesquisa sobre este tema no dia seguinte.

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Para terminar as atividades da manhã, uma banda rock, formada por alunos turcos que participavam no projeto, presenteou-nos com um pequeno concerto, numa sala de música /estúdio.

Depois do almoço num restaurante na vizinhança da escola (onde fomos a pé, o que nos permitiu uma primeira impressão do bairro em que a escola se insere), seguiram-se três visitas:

- A representação tridimensional e bastante realista da conquista de

Constantinopla pelos Turcos em 1453, no Panorama Museu, recordou-nos a longa e atormentada história da atual capital turca e as suas complexas e multifacetadas relações com o resto da Europa.

- A visita ao Mosteiro da Mãe de Deus na Fonte, um pequeno convento

ortodoxo, foi o momento que vários dos alunos aproveitaram para falar da sua prática religiosa – um diálogo entre muçulmanos e cristãos com muita naturalidade, abertura e espontaneidade.

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- Já no fim da tarde, na empresa UPS (United Parcel Service) voltámos ao tema

do mundo do trabalho e ficamos com informação sobre algumas caraterísticas chave desta empresa que opera a nível global.

Ao fim da tarde os alunos partiram com os seus parceiros e os professores foram jantar numa parte diferente da cidade, junto do antigo aqueduto romano (do século IV). Juntou-se a nós mais um professor turco (de História) que, depois do jantar, nos guiou numa visita àquela parte da cidade (vimos a universidade e o enorme complexo de diversas instalações ligadas à grande Mesquita Suleyman, entre outros).

Observações:

- Foi muito bom ter as mesmas duas professoras turcas connosco durante o dia inteiro

(como, aliás durante a semana inteira): num grupo tão internacional e multicultural, esta presença contínua facilitou grandemente a comunicação entre todos e a resolução rápida dos pequenos desentendimentos normais num grupo desta natureza. Rapidamente, sentimos que a elas tudo podíamos perguntar, num clima de confiança. Durante os 4 dias do encontro Comenius, as duas professoras foram dispensadas das suas aulas (os seus alunos ficaram com trabalho a realizar);

- Foi interessante a flexibilidade quanto ao ritmo do programa durante a manhã (sem toque); ajudou também termos alguns “snacks” e bebidas na própria sala (evitou a dispersão do grupo);

- O tempo e as atividades para formar grupo foram importantes;

- Visita à UPS: apesar de relacionada com o tema, por ter sido ao fim da tarde, foi um pouco cansativa, sobretudo por limitar-se a uma apresentação em PowerPoint. Ficámos na dúvida se esta visita foi motivada pelo tema do encontro ou pelo facto de esta empresa ser o grande mecenas da escola (a escola tem um mecenas, apesar de ser uma escola do estado);

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- A deslocação a pé permitiu observar imensos pormenores da vida nesta parte/bairro da cidade (desde os cemitérios separados para cristãos e muçulmanos até às oficinas “artesanais” de carros e a produção de têxteis nas caves de muitos dos prédios…); - os alunos turcos vestem uniforme (calças cinzentas, blusa ou t-shirt/camisa branca), mas podem acrescentar casacos etc. à vontade. Apenas uma minoria das alunas turcas usa lenço (uma única no nosso grupo). Sente-se uma atitude de respeito e de aceitação das diversas maneiras de viver a religião. E há surpresas que desafiam os nossos estereótipos: a aluna com lenço a fazer parte da banda rock; senhoras completamente tapadas a fumar cigarros, etc. Na escola há uma sala de orações; disseram-nos que cerca de 50 porcento dos alunos são muçulmanos praticantes. No entanto, sendo a Turquia um estado laico, a 6ª-feira é dia de trabalho e de escola;

- Percebemos, mais uma vez, o papel fundamental dos professores acompanhantes no sentido de ajudar os alunos a enfrentar e a superar as dificuldades que possam encontrar na comunicação e no relacionamento com os parceiros ou as famílias.

4ª-feira, 15 de outubro

De novo, o dia começou com atividades na

escola, relacionadas com o tema. As

apresentações preparadas pelos alunos romenos, ingleses, portugueses e espanhóis deram-nos uma visão geral do mercado de trabalho nestes países. De destacar, a elevada taxa de desemprego juvenil em todos os países, menos no Reino Unido, e o facto de as mulheres serem menos bem pagas.

A seguir, os alunos responderam, por escrito, a um questionário. Foi-nos prometido que os resultados deste questionário seriam enviados a todas as escolas posteriormente.

Na segunda parte da manhã, escutámos 5 “histórias de sucesso” escolhidas pelos alunos dos 5 países. A ideia desta atividade era sublinhar o conhecimento e as competências que ajudam a “ter sucesso” no mercado de trabalho. Curiosamente, a maioria dos países escolheu pessoas que, provenientes de meios bastante humildes, se tornaram milionários ou “estrelas”.

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Os turcos apresentaram também um pequeno vídeo sobre o “Pai dos Turcos”, Ataturk (Mustafa Kemal). “É graças a ele, que hoje somos um país liberal, moderno e laico”, sublinharam as nossas colegas turcas.

A manhã terminou com uma agradável aula de Arte, em que pudemos experimentar uma técnica tradicional turca, o marmorizar.

A seguir ao almoço, atravessamos o Bósforo, numa das grandes pontes, e subimos a Colina de Çamlica, sítio com um impressionante panorama, quer sobre a parte europeia da

cidade, quer sobre a grande parte asiática. Ambas se estendiam até ao horizonte! Ficamos pasmados ao saber que a população de Istambul é de 17 milhões!

Observações:

- Depois de tantas apresentações digitais, fez bem a aula prática de Arte! A professora de Arte não falava inglês, mas, com a ajuda das duas colegas que nos acompanhavam durante a semana e de algumas das alunas, a comunicação funcionou bem. Foi interessante perceber que o marmorizar é uma antiga técnica que quase tinha caído no esquecimento e que agora está a ser reavivada. Cada aluno pôde levar a sua “obra” para casa, como lembrança;

- Para os alunos é uma experiência nova e exigente apresentar um trabalho em inglês para uma audiência de alunos e professores que ainda dois dias antes não conheciam. Também não é fácil para eles escutar atentamente 5 apresentações seguidas. Reconhecendo esta dificuldade, parece-nos que teria sido importante aprofundar um pouco mais o que foi apresentado e tentar tirar mais proveito da informação apresentada, por exemplo elaborando um quadro comparativo ou tirando algumas conclusões no grupo inteiro;

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- A visita da tarde permitiu ficar com uma sensação da enorme extensão da cidade. Foi um bom complemento das visitas do dia anterior que permitiram ficar com uma visão geral do bairro concreto à volta da escola;

- Depois de alguma reflexão no grupo, tínhamos deixado ao critério dos nossos alunos a escolha da “personagem de sucesso” que iam apresentar, acontecendo o mesmo nas outras escolas participantes. Não lamentámos esta opção; contudo, ficámos um pouco desiludidas com a ideia geral que ficou depois das 5 apresentações, pois pareciam identificar, demasiado pelo nosso gosto, o sucesso (profissional) com a fortuna monetária. Teria sido importante nós, as professoras, desafiarmos os alunos a refletir sobre o que, realmente, constitui o “sucesso” mas, por vários motivos, naquele momento, infelizmente nenhuma de nós tomou a iniciativa neste sentido;

- A travessia do Bósforo na ponte fez-nos pensar, a todos os portugueses, na ponte 25 de Abril em Lisboa. Também encontramos muitos outros pontos em comum entre as duas cidades: visitamos bairros que nos lembravam Alfama ou o Bairro Alto… Encontrar estas semelhanças facilitou certamente lidar com as diferenças das quais, naturalmente, também nos demos conta.

5ª-feira, 16 de Outubro

O programa deste terceiro dia realizou-se inteiramente fora da escola e permitiu conhecer alguns dos monumentos mais importantes de Istambul.

Desta vez, o ponto de encontro foi uma paragem do elétrico na parte antiga da cidade (Sultanahmet). Quando finalmente todos tinham chegado (o facto de todos se deslocarem em meios de transporte público e alguns dos alunos morarem muito longe da escola e do centro da cidade não contribuiu propriamente

para a pontualidade.

Independentemente disso, a pontualidade não parece ser o valor mais importante na

Turquia), caminhámos em

direção aos monumentos que íamos visitar.

Tirámos uma fotografia de grupo em frente da Mesquita Azul (ao lado de incontáveis grupos de turistas das mais diversas proveniências).

Visitámos então o Palácio Topkapi, a residência dos sultões otomanos durante quase 400 anos (1465 – 1856). Este palácio foi considerado Património Mundial pela UNESCO em 1985. Agrupado em volta de quatro grandes pátios, podem ser visitadas,

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entre muitas outras divisões, a cozinha (com explicações sobre as refeições dos sultões), o harém, as salas de audiência dos sultões e outras onde estes passavam os tempos de lazer. Todos os painéis informativos são em turco e em inglês. Impressionam a extensão do palácio e os belíssimos azulejos. Vimos também uma secção de objetos religiosos, onde se podem admirar, entre outros, o bastão de Moisés, a espada de David e pêlos da barba de Mohammad.

Na visita a este palácio o poder e o esplendor do império otomano e da corte dos sultões tornaram-se quase palpáveis. Mas ouvimos também sobre o profundo fosso entre os que viviam no esplendor do palácio, por um lado, e o do povo na cidade, pelo outro, facto esse que nos foi indicado como um dos diversos fatores que contribuiu para a posterior queda deste mesmo império.

Uma vez que o tempo tinha passado rapidamente nesta visita, ficou para depois do almoço a visita à Hagia Sophia, antiga igreja cristã, transformada em mesquita depois da conquista de Constantinopla e atualmente um museu. Curiosa a presença, neste monumento, de mosaicos e pinturas cristãs lado a lado com inscrições e elementos arquitetónicos muçulmanos.

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O programa deste dia terminou com uma visita à Cisterna da Basílica, um extenso e antiquíssimo reservatório de água potável subterrâneo (a recordar a Mãe da Água em Lisboa).

Nesta noite, as professoras juntaram-se para jantar num restaurante típico, com direito a música tradicional (primeiro) e menos tradicional (depois). Foi a única refeição com bebidas alcoólicas na mesa.

Observações:

- Consideramos que a visita a estes monumentos (uma pequena seleção de entre os muitos que se podem visitar nesta cidade) foi importante para alunos e professores. A visita livre permitiu aos alunos (e também a nós, professores) aproveitar o tempo também para dialogar e para aprofundar a amizade.

- Neste dia, os alunos pediram autorização para poderem comer num McDonalds – o fast-food americano continua a unir os jovens em toda a Europa….

6ª-feira, 17 de outubro

Mais do que no dia anterior, os atrasos e talvez alguma falta de comunicação entre alguns dos alunos turcos e as suas professoras atrasaram as visitas previstas para a manhã deste dia. Enquanto estivemos à espera, demos uma primeira vista de olhos a uma das ruas principais que levam à praça Taksim.

Aproveitámos para visitar uma igreja católica nesta rua e ficámos surpreendidos com os elétricos que nela circulam por serem igualíssimos aos nossos em Lisboa, só que vermelhos.

A subida à Torre Gálata, construída pelos genoveses em 1348 para substituir uma anterior destruída pelos cruzados em 1204, permitiu-nos gozar um fantástico panorama sobre a parte monumental antiga da cidade situada no “corno dourado”, tal como sobre o Bósforo.

Depois de algum tempo livre para compras, um passeio de barco no Bósforo permitiu-nos observar não apenas a paisagem ao longo deste estreito, mas também

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ficar com uma ideia do esplendor dos palácios construídos no século XVIII e XIX, no “estilo europeu”.

Depois de duas horas sentados no barco, tocou de novo andarmos a pé, subindo um caminho no meio da floresta do Parque Yildiz, onde teríamos o nosso último jantar, com panorama sobre o Bósforo e vista até à Ásia. O diretor da escola e a sua esposa juntaram-se a nós para jantar. Terminada a refeição, chegou a hora de nos despedirmos uns dos outros: abraços, lágrimas, muitas palavras de agradecimento…. Muitos dos alunos turcos tiveram o cuidado de se despedirem não apenas dos seus colegas dos outros países, mas também de nós, as professoras (o que nem sempre acontece nos intercâmbios).

Sábado, 18 de outubro

Encontramo-nos no aeroporto de Istambul (os alunos vieram de metro, acompanhados pelos seus parceiros e algumas das mães).

O avião levou-nos de volta a Lisboa, onde chegámos às 14:30 horas.

Observações finais:

- “Descobri que os turcos, apesar de terem uma cultura e religião diferentes, no fundo são como nós” – foi com estas palavras que um dos alunos resumiu a aprendizagem mais importante para ele nesta reunião do projeto Comenius. Esta descoberta do outro, sem dúvida, constitui a aprendizagem mais importante de todos os participantes e contribui para o sucesso desta viagem.

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- Todos os alunos aprenderam, para além disso, a enfrentar e a superar dificuldades, por exemplo na comunicação; todos aproveitaram claramente a oportunidade que lhes foi dada.

- Cada aluno contribuiu para um diário comum, que será divulgado através do website do projeto, tal como as apresentações preparadas para o encontro. Construiu-se também um texto para o jornal Sementes, para divulgar esta experiência extraordinária.

- O programa da semana, elaborado pelas colegas turcas, teve muita qualidade, foi bem concebido e construído e contribuiu para o sucesso do encontro. Elas foram incansáveis no seu empenho para que tudo corresse bem e todos se sentissem bem! - Foi um privilégio termos podido acompanhar os alunos nesta experiência de aprendizagem!

Penafirme, 23 de outubro de 2014

Referências

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