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Caderno de apoio Master MASTER /// JURIS

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Academic year: 2021

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Caderno de apoio Master MASTER

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JURIS

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Turma e Ano: Master A (2015)

Matéria/Aula: Direito Civil – Família e Sucessões – Aula 01 – Data: 05.02.2015 Professor: Andréa Amin

Conteúdo: Direito das famílias; Histórico;Novos paradigmas; Princípios (introdução)

Monitora: Carmen Shimabukuro

DIREITO DAS FAMILIAS

É um assunto que mais sofreu modificação, principalmente pós CF de 1988 que deu sustentáculo do que a própria sociedade entendia. Hj não temos um único universo familiar, por isso direito das famílias (no plural).

O direito é uma ciência social tem como fonte material básica a sociedade. a sociedade ao longo da história sofreu inúmeras modificações. Antes a sociedade era marcada por um patriarcalismo. Toda a historia do Brasil ate a CF de 1988 toda a historia social e familiar tinha visão patrimonialista do ser. Isso nos tempos próximos tem marca influencia da revolução francesa.

O CC de 1916 era baseada no código Frances. A família dentro dessa visão, a função era de alguma forma a visão patrimonialista do direito. Isso se faz por meio de um sistema marcadamente patriarcal. Essa visão é repassada para esses núcleos familiar, construindo-se o sistema patriarcal. Teve tb influencia do direito canônico.

A igreja estava mal na Europa, pois o protestantismo crescia. Precisava encontrar novos “fieis” e de certa forma Portugal precisava tb descobrir novas fontes de riqueza. Foi feito acordo entre igreja e Estado. O poder e o prestigio da igreja foram usados na navegação. O Estado ficava com os bens e o povo com a igreja. Não se tinha regras civis cuidando a vida privada familiar e isso ficava a mercê do direito canônico. Por isso a igreja tinha registro de nascimento, morte dos fiéis. Tudo ficava registrado no lv da paróquia. Essa construção andou bem ate que houve a proclamação da republica.

O direito de família, nessa época, tinha por base o direito canônico e só se admitia a família matrimonial, pois o matrimonio é um sacramento. E isso era importante para a passagem nos ensinamentos da igreja.

A família legitima só se constituía com a família. esta tinha como chefe o marido. não era um modelo democrático e sim autocrático, unitário e patriarcal.

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Centralizava o poder no homem. A mulher era colocada num patamar diferenciado, quem cuidava e dava decisões finais nas questões relevantes da família era o pai e o marido.

O pai escolhia com quem a filha iria casar, por se forma de unir fortunas, e com isso o estado angaria riquezas, tudo um modelo econômico.

A mulher migrada da esfera do poder do pai para a esfera do poder do marido. A base da sociedade era a família.

O homem tb exercia o poder sobre os filhos. Naquela época o regime era patriarcal, onde existia o pátrio poder, cujo poder era do pai. Na hora de decidir onde a familiar iria morar, o filho estudar, com quem estudar eram decididos somente pelo pai.

Nessa época a mulher só podia acrescer o sobrenome do marido, mas o sobrenome do pai do marido.

Os filhos era somente aqueles nascidos do fruto do casamento.

Tudo isso era o histórico de modelo familiar.

Com a proclamação da republica tivemos uma segunda fase. O modelo patriarcal não mudou mas houve um rompimento entre igreja e estado.

Não tínhamos uma religião oficial. O Brasil passa a ser laico, a igreja perde seu poder de influencia. Para que fosse família teria que casar pelas leis civis e assim passou-se a ter leis civis para a vida privada.

Começam a surgir as famílias oriundas da união estável incentivadas pela igreja, pois não queria perder a queda de braço com o estado. Incentivava somente se casar perante as leis de Deus. Civilmente viviam em concubinato.

Somente no inicio do século XX a igreja e estado voltaram a se unir nas questões familiares e passou a admitir a casar perante a autoridade religiosa para surtir efeitos civis, seguindo algumas regras que estavam na lei. não muda o modelo familiar. Para ser família tinha que se casar, sempre matrimonializada.

Nessa época a família continua sendo patriarcal, baseada no direito Frances eu foi base do CC de 1916. A família continua tendo uma função perante a sociedade: estruturante da riqueza social. Não importavam os membros da família por isso o modelo continua sendo patriarcal.

Esse modelo da sociedade patrimonialista começa a arrefecer na Europa, com inicio da era moderna, qdo novos vls começam a surgir. Isso vem para o Brasil. E a sociedade vai clamando ao judiciário que passe a reconhecer novos direitos e novos arranjos familiares.

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Filho só era filho se constituído dentro de uma família – filiação legitima e ilegítima. O primeiro era aquele que era fruto do casamento. O sexo era permitido dentro do casamento e com finalidade reprodutiva. Qdo se tinha filho fora do casamento era chamado de filho ilegítimo. Tinha os filhos fruto do pecado, filhos sacrílicos e esses não tinham o direito a ter nome do pai ou da mãe no registro. Quem era casado e tivesse filho fora do casamento, na certidão de nascimento vinha um asterisco na filiação com obs as vezes em embaixo.

A possibilidade de reconhecimento desse filho surge apenas em 1949, lei 883 de 1949. Quem era casado e durante ainda o casamento legitimo e tivesse filho fora do casamento isso fragilizaria o casamento e isso não podia ocorrer, pois a família tinha uma função. Para reconhecer o filho só podia após a morte, pois daí o casamento já tinha acabou com o evento morte. Mas esse filho reconhecido ainda tinha a pecha de filho ilegítimo. Não concorria com os filhos legítimos.

No caso de filho adotivo e posteriormente viesse filho natural este levava a maior parte da herança que o adotivo.

Se foi adotado depois, não teria direito sucessório, se o casal já tinha um filho natural antes.

A condição de igualdade entre filho legitimo e ilegítimo, biológico e adotado somente é reconhecido na CF de 1988.

Em 1962, DL 4121 que é o estatuto da mulher casada. Ate essa data a mulher era considerada incapaz. Mas isso permitiu que a mulher não precisasse sempre contar com a assinatura do marido para a pratica dos atos civis. Mas mantinha as proibições e deveres da mulher no casamento. Era preciso que a mulher fosse colocada a trabalhar. A mulher passou a trabalhar fora, a riqueza precisava circular.

O avanço é que a mulher deixava de ser relativamente incapaz. Com o DL 4121. Mas o casamento continuava a ser indissolúvel pois com isso se matinha riqueza, mantinha a ética da sociedade e do governo naquela época. O máximo se aceitava era o desquite.

Vários países na Europa já adotavam o divorcio. Famílias abastadas iam no exterior para se divorciar.

Mas tínhamos famílias concubinárias, as puras e impuras. Na pura era formada por pessoas não casadas, solteiras ou desquitadas.

Existia um outro núcleo familiar formada pela viúva e filhos. não era visto como modelo de família,e outras realidades familiares surgem e não são contempladas.

Por isso veio um senador do RJ Nelson Carneiro que foi o pai da lei do divórcio. Conseguiu atrair mais pessoa para a votação da EC 09 de 1977. Lei 6515/77.

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Mas o casamento continua tendo uma função econômica, por isso permitiu o divorcio mas trouxe empecilhos para sua concessão. A família era com função estatal, família objeto.

Com a lei do divorcio só se podia divorciar por uma única vez. O divorcio direto não existia. Só tinha uma disposição transitória. Primeiro se separava para depois converter a separação em divorcio. Tínhamos a separação consensual e a separação litigiosa.

Para haver conversão, todas as obrigações estipuladas na época da separação tinham que ser quitadas. Tudo era feito para ter desestimulo a separação. Servia para ter um período de reflexão. Isso era o cenário as vésperas da CF de 1988.

Veio a CF de 1988 – passamos de um regime militar onde muitos direitos fundamentais foram violados em prol da segurança nacional para o momento de abertura democrática. A CF de 1988 trouxe o macroprincipio que é a valorização do ser humano acima de tudo. A pessoa tem que ser valorizada acima de tudo, principio da dignidade da pessoa humana.

Dignidade da pessoa humana – se fala em resguardo e respeito a pessoa como ela é, com a liberdade de se autodeterminar. Cada pessoa é única. Tem que ser respeitado pelas escolhas que faz, boas ou ruins, mas continua sendo pessoa. Toda pessoa tem direito a ser a quem ela deseja ser, e as pessoas tem que respeitar. muda-se a equação do ter para ser. Primeiro a vai ser e depois pode vir a ter.

Reflexo disso: o regime patriarcal ruiu, pois era regime baseado numa discriminação. Passou a adotar novos vls da sociedade contemporânea moderna. São vls manipulados por quem tem grana. Rompeu os paradigmas do direito de família. isso é patente no art 226, caput da CF:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

Essa família é o nosso primeiro núcleo social. Qdo se nasce passamos a integrar a sociedade. A primeira célula da sociedade que fazemos parte é a família, por isso essa família continua tendo tutela social. A base familiar é o local onde o individuo tem para se crescer como pessoa. Aqui a família é vista como porto seguro, local onde se pode realizar os afetos e autonomia de decidir com respeito. É uma nova percepção. Não é mais objeto e sim sujeito.

A família continua sendo base da sociedade. Reconheceu outros arranjos famílias, por isso direitos das famílias.

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§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Hj se entende que a união estável pode se dar entre homem e mulher ou pessoas do mesmo sexo.

Os novos modelos de família reconhecidos pela CF estão nos §§ do art 226, por isso é chamado de pluralismo familiar.

Mas o rol não se esgota. Antes se dizia que o rol do art 226 era taxativo. Mas a base do pluralismo é a dignidade da pessoa humana e a fonte é a sociedade. Os arranjos familiares surgem espontaneamente na sociedade e o direito apenas a baliza. Hj se reconhece que o rol exemplificativo pois outros arranjos familiares podem surgir.

Principio da isonomia entre homem e mulher. Não temos a figura autoritária do pai e sim coordenação mutua entre o casal, mutuamente vai coordenar com os mesmos direito e mesmas prerrogativas a sua família. é um regime isonômico e democrático, cada um tem o poder e o direito de dar a sua opinião nas deliberações familiares.

Os filhos tb gozam de isonomia. Não podem sofrer discriminação, sofrer pelo pecado dos pais. A ideia de propriedade sobre o filho ainda é muito forte, o filho era visto como objeto. Só que toda criança e adolescente hj é tão gente como adulto por isso tem que ser tratado dignamente. Por isso são sujeitos especiais de direito.

Vários paradigmas foram quebrados com a CF de 1988.

O que é hj as novas famílias? São famílias plúrimas, igualitárias, democráticas e estão juntas como centro de realização afetiva.

A outra inovação trazida pela CF foi o divorcio direto. O divorcio tb passou por diversas fases. Hj posso divorciar sem precisar passar por pz de separação. O divorcio é um direito potestativo.

Famílias liquidas – liquido se amolda a qq forma.

PRINCÍPIOS

Os princípios tem caráter normativo e são vls que estruturam o sistema. O CC tem uma organização das normas de conduta e dentro delas traz vls. Temos princípios implícitos dentro dessas normas. Por isso veremos os princípios que orientam as relações familiares.

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PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – é um macroprincipio. Dela se extrai outros princípios: principio do pluralismo familiar; principio da igualdade; principio da liberdade.

Principio da liberdade – tem haver com a autonomia de escolha. Podemos escolher o modelo de família, se quer ou não estar naquele modelo de família, direito de se divorciar. Liberdade do planejamento familiar, sem intervenção de quem quer que seja (ex. art 1565, §2º). O outro viés disso é a paternidade e maternidade responsável e isso é consequência natural da escolha, da liberdade de escolha.

Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.

§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao

Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.

Art 1513 do CC diz:

Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família.

Mas no art 1566 traz a contradição, pois isso é forma do Estado intervir na entidade familiar:

Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca;

II - vida em comum, no domicílio conjugal;

III - mútua assistência;

IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos.

A exemplo disso são casais que vivem em residências separadas, pois isso é emanação do principio da liberdade.

Referências

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