• Nenhum resultado encontrado

Comunicação e linguagem

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Comunicação e linguagem"

Copied!
47
0
0

Texto

(1)

Comunicação

e linguagem

Prof. Me. Leandro Moura

(2)

Objetivo(s) de aprendizagem

• Conhecer a variação linguística; • Comparar as variações sincrônicas;

• Elaborar hipóteses a partir de exemplos práticos;

• Refletir sobre o preconceito linguístico; • Relembrar a noção de texto.

Comunicação e linguagem

Tópico

(3)

Neste Tópico:

Introdução ����������������������������������������������������4

Variação linguística ����������������������������������� 5

Variação regional ��������������������������������������10

Variação social �������������������������������������������13

Variação ligada ao meio

(oral e escrito) ������������������������������������������� 14

Variação de registro

(formal e informal) ������������������������������������17

O preconceito linguístico ���������������������� 23

Noções de texto ����������������������������������������28

Coesão ���������������������������������������������������������34

Como melhorar a coesão textual �����������������������36

Coerência ����������������������������������������������������38

Considerações finais������������������������������ 44

Síntese ���������������������������������������������������������45

(4)

INTRODUÇÃO

A utilização adequada de uma língua é tema de dis-cussão permanente nos mais variados países. De uma região a outra, ou de uma pessoa a outra, cada um tem uma forma de se expressar, dependente de alguns fatores. Além disso, questões vinculadas a melhor maneira de se comunicar também podem ser levantadas: Como me comunicar melhor? Como aproveitar o melhor uso de um idioma?

A forma como nos comunicamos, as palavras que utilizamos para nos fazer entender, depende muito de onde vivemos, com quem convivemos e como nos apropriamos do mundo que nos cerca.

Vamos aprofundar os conhecimentos sobre as rique-zas da língua portuguesa a nosso favor?

Comunicação e linguagem

Tópico

(5)

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Oxe

Cambito

Rango

Xibé

Pila

Lindeiro

Mina

Figura 1: Expressões de diversas regiões do Brasil.

Vamos fazer uma viagem no tempo? Imagine que estamos em outra época da história. As pessoas se comportam de uma maneira diferente da qual você está acostumado. Você tenta se comunicar com algum conhecido pelo telefone. Desista, nin-guém está usando celular. Por aqui, ainda se lê com frequência o jornal impresso. Então, você decide comprar um jornal para conhecer o dia a dia daque-las pessoas, quando, de repente, se depara com o seguinte anúncio:

(6)

Sabão hygienico Capadocia

Quereis manter-se aseiado e prottegido de mo-lestias da pelle?

Compre o sabão hygienico Capadocia: o ideal para elle e para ella.

À venda nas pharmacias!

Se você tivesse recebido essa mensagem pelo celular hoje, provavelmente acharia que é um engano. Talvez você entendesse algumas palavras, mas saberia que esse tipo de escrita não é a mesma que usamos atualmente.

Bem, a sociedade mudou bastante com o passar dos anos. No século XIX, de onde veio esse anúncio, as pessoas tinham costumes completamente diferentes dos nossos. Um exemplo disso é que era possível vender de tudo nessa época – desde sabonetes, ca-sas, roupas até escravos! Hoje, essa ideia parece absurda, já que os escravos foram libertados, mas quando fazemos referência a costumes do século XIX, estamos falando de um período histórico de nos-so país em que o modo de produção era escravista e que era comum e aceitável o comércio de escravos para realizar todo tipo de trabalho forçado.

Assim como nossas crenças e costumes mudaram, nossa forma de expressão – a língua – também mu-dou. Observe no anúncio que, antigamente, as

(7)

con-soantes eram duplicadas, como o L de “elle” e “ella”; o som da letra f era representado pelas letras ph; palavras que muitos desconhecem ou não se usam mais com tanta frequência, eram comuns, como “aseiado” (que quer dizer asseado ou limpo) e “mo-lestia” (enfermidade ou doença). Naquela época, a língua portuguesa utilizada pelos europeus coloniza-dores que vieram para o Brasil tinha características diferentes da que usamos hoje. Aos poucos, ela foi sendo modificada pela cultura, história e crenças de um povo, diferente daquele que nos colonizou, com sua própria identidade – o povo brasileiro.

É por isso que dizemos que a nossa língua é viva: nela, acontecem transformações motivadas por as-pectos históricos, sociais, políticos e econômicos que determinam a identidade de um povo. É como se a língua fosse o código de barras de uma sociedade.

Podcast 1

As variações linguísticas são um fenômeno comum às línguas, pois seus falantes estabelecem relações sociais no tempo e no espaço com diferentes pesso-as, culturas e histórias. O modo de se comunicar se transforma pela influência desses aspectos.

Verifique o que diz a autora Thelma Guimarães:

“As línguas mudam junto com a sociedade que as uti-lizam, tanto do ponto de vista diacrônico (ao longo do tempo), como sob o ponto de vista sincrônico (em um

(8)

mesmo momento do tempo). Essas mudanças rece-bem o nome de variações linguísticas.” (GUIMARÃES,

T., 2012, p. 24, grifo do autor).

À mudança que ocorreu entre as palavras usadas no anúncio antigo e as palavras que usamos hoje, chamamos de variação diacrônica ou histórica, pois nossa língua evoluiu ao longo da história, do tempo. É esse aspecto temporal que explica a mudança do pronome você, que antes era utilizado “vossa mercê”, passou a ser “vosmecê”, depois “você” e, nos tempos de hoje, usamos “vc” para digitar mensagens. Já as expressões que mudam em um mesmo momento do tempo ou da história, como as gírias, os sotaques, os jargões, por exemplo, caracterizam a variação

sincrônica�

Para Guimarães (2013), a variação sincrônica se di-vide em algumas categorias. São as variações: • Regional;

• Social;

• Do meio (oral e escrito);

• De registro (formal e informal).

Verifique na figura a seguir, como essas variações são divididas:

(9)

Variação Linguística regional social do meio do registro diacrônica ou histórica sincrônica

Figura 2: Distribuição das classificações da linguística considerando

(10)

VARIAÇÃO REGIONAL

Tente se lembrar do modo como você fala. Você pro-nuncia o “r” mais forte? Coloca a língua entre os den-tes quando fala “tia”? Observe que como você fala é característico do lugar em que você nasceu ou mora. O Brasil é um país de vasta extensão continental e em cada região (ou mesmo dentro da própria região), as pessoas falam de modo diferente.

Verifique esse exemplo: Ingridienti: 5 den di ái 3 cuié di ói 1 cabêss di repôi 1 cuié di mastumati sali a gosto Mé qui fais?!

Casca u ái, pica u ái e soca o ái cum sali. Quenta o ói; foga o ái no ói quentinho.

(11)

Pica o repôi bem finin, foga o repôi. Poim a mastumati, mexi ca cuié pra fazê o moi.

Prontim!

Entendeu alguma coisa? Você consegue descobrir de onde é o autor dessa receita? Se você respon-deu Minas Gerais, acertou! Os mineiros costumam “encurtar” as palavras, reduzindo suas terminações, além de juntarem várias palavras numa só, como “mastumati”, que é a junção de “massa de tomate”.

Saiba mais

O modo de falar de algumas regiões (dialetos) pode possuir tantas características próprias que é possível encontrar dicionários locais, como: dicionário de “mineirês”, de “gauchês”, de “nordestinês”.

Acesse a reportagem do Jornal Hoje Falares do

Brasil e veja como pessoas de diferentes regiões

do país se comunicam:

Por isso, dizemos que a variação regional é o uso que se faz da língua em uma determinada região. Podemos encontrar essa variação:

• Na pronúncia das palavras (sotaque): o “r” puxado do interior de São Paulo é diferente do “r” carioca; • No vocabulário: para os gaúchos, a palavra “piá” significa “criança”, no Pará, “égua” não é apenas a

(12)

fêmea do cavalo, mas uma expressão usada em várias situações, como “poxa vida”;

• Na conjugação de verbos e construção de frases: no Nordeste, é comum falawwr “tu visse” (em vez de “tu vistes”), assim como a expressão “sei, não” (em vez de “não sei”). (GUIMARÃES, 2012, p.26)

(13)

VARIAÇÃO SOCIAL

A linguagem dos médicos, dos surfistas, dos tatua-dores, da internet, dos roqueiros, do futebol. O que elas têm em comum? Todas elas têm em comum o contato social que seus grupos estabelecem durante a comunicação. Algumas formas de variação social estão relacionadas a:

Grupos profissionais: o modo de se expressar de um

grupo profissional é chamado de jargão. Geralmente, é usado para facilitar a comunicação entre os pro-fissionais de um mesmo setor, mas para quem é de fora do grupo, o chamado leigo, a comunicação pode se tornar um grande empecilho.

Grupos sociais: os grupos profissionais também

se formam social, mas existem outros tipos de gru-pos, como os surfistas, os jovens, os idosos, os fãs de uma série, os amigos do futebol. Estes grupos compartilham escolhas linguísticas em comum, as-sim como outras características, tais como gostos musicais, esportivos.

(14)

VARIAÇÃO LIGADA

AO MEIO (ORAL E

ESCRITO)

Após uma conversa ou apresentação de um trabalho, você já teve a impressão de que não falou tudo o que precisava ter dito? Que se tivesse feito uma “colinha” no papel teria se saído melhor? Esta é uma situação pela qual todos podem passar, mas você sabe por que isso acontece?

Falar e escrever são ações comunicativas, mas exis-tem algumas características que as diferenciam. Repare que o momento de produção e de recepção

de um texto é bem diferente nessas situações: nos

textos orais, esses momentos ocorrem

simultanea-mente – os interlocutores falam e ouvem ao

mes-mo tempo. Contudo, nos textos escritos, há uma

defasagem temporal entre o momento em que se

produz e se recebe uma mensagem. (GUIMARÃES, 2013, p. 28).

Falar ou escrever: existe uma forma melhor ou pior de se expressar? Na verdade, existem vantagens e desvantagens ao usarmos um ou outro meio. Na comunicação oral, podemos:

• negociar o sentido das palavras:

(15)

- Significa que...

• corrigir nossa fala:

- Não importa o que aconteça, eu não vou sair daqui – quer dizer, nós não vamos sair!

A comunicação pela oralidade não acontece apenas pela linguagem verbal. Nossos gestos, expressões faciais, entonação, olhares nos auxiliam durante a fala, ou seja, a linguagem não-verbal complementa

os sentidos durante a comunicação oral. Quando um

professor pergunta aos alunos se todos entenderam sua explicação e alguns deles expressam uma “cara de dúvida”, isso indica que o professor precisará es-clarecer algum ponto da matéria.

Se a linguagem não-verbal ajuda a comunicação oral a ser mais clara – já ouviu falar que nada é melhor que uma boa conversa “cara a cara”? – a comunica-ção escrita, por sua vez, não apresenta a vantagem de colocar em contato os polos mais importantes da mensagem: seus interlocutores.

Ao escrever um texto, o emissor não sabe exata-mente como ele será recebido, qual o conhecimento do receptor sobre o que está escrito e nem a sua condição, disposição e ânimo naquele momento. Do outro lado, ao receber a mensagem, o receptor possui apenas o recurso da escrita para tentar compreender o que o emissor quis dizer – ele não pode contar

(16)

com gestos, olhares ou correções para esclarecer alguma dúvida.

Entretanto, é justamente por isso – pela falta de sin-cronia – que a escrita permite que seus interlocutores tenham mais tempo para editar seus textos. Isso significa que eles podem pensar antes de escrever, planejar sua comunicação, escolher as palavras mais adequadas e corrigir seus textos antes de enviá-los. Além disso, o tempo da escrita permite que o autor pesquise e adicione informações ao seu texto.

Fique atento

Afinal, por que conhecer a linguagem e seus ele-mentos é tão importante para nós? Para nos co-municarmos com os outros, seja na faculdade, no trabalho, em casa ou na rua, utilizamos textos orais ou escritos. Quando produzimos um traba-lho escrito para a faculdade, podemos pesquisar informações, planejar a sequência lógica do tex-to, ler e reler várias vezes, reescrever pontos que não ficaram muito claros. Por outro lado, numa reunião de trabalho, temos apenas nossa memó-ria, inteligência e menos tempo para recuperar os principais assuntos: para ajudar, anote os pontos mais importantes que gostaria de discutir na reu-nião, bem como sugestões e propostas de me-lhoria para a equipe.

A oralidade e a escrita são produzidas pelos interlo-cutores em dois tipos de situações: formais e infor-mais. E é sobre isso que falaremos no próximo item.

(17)

VARIAÇÃO DE

REGISTRO (FORMAL

E INFORMAL)

Leia o exemplo:

Aline foi pedida em namoro por um garoto da escola. Ela sempre foi apaixonada por ele. Por isso, o chama carinhosamente de crush. Só tem um problema: Aline ainda não pediu autorização dos pais para namorar. Chegando da escola, ao entrar em casa, a garota encontra mãe. Com medo, Aline anuncia:

— Ô manhê, quero te contar uma coisa.

A mãe, sentindo cheiro de encrenca no ar, responde: — Filha, o que você aprontou?

— Nada, mãe. É coisa boba. Eu só queria te contar que estou namorando... – a garota complementa apreensiva.

— O quê!? Como assim? Isso é sério? Com quem? – a mãe entra em pânico.

— Se acalma, mãe. Ele é o meu crush.

— Aline, já disse que não quero que fale pala-vrão em casa!

(18)

— Mãe, crush não é palavrão. É a pessoa de quem a gente gosta, se apaixona.

— Agora ficou claro! É que na minha época, a gente chamava os garotos bonitos de pão.

— Pão? Fala sério, mãe!

— Falo sim: quero conhecer o tal do crush. Vamos organizar um jantar!

— Oba! Valeu, mãe!

Figura 3: https://www.dicionariopopular.com/crush/ . Acesso em:

01 dez. 2018.

Fique atento

Usamos a palavra Crush quando queremos nos referir a alguém que gostamos ou sentimos

(19)

atra-ção. Do inglês to crush ou, literalmente, “colidir” “esmagar”, a gíria é muito usadas nas redes so-ciais e representa a paixão “esmagadora” que sentimos pela outra pessoa.

A situação acima nos mostra que Aline e sua mãe fizeram escolhas linguísticas diferentes: embora en-tenda quase todas as palavras sem dificuldade, a mãe de Aline não compreendeu o termo crush, geran-do um ruígeran-do na comunicação. Isso nos revela alguns aspectos: a diferença de idade entre Aline e sua mãe, a escolha de palavras característica de um grupo, e o uso de um tom mais informal durante a conversa. Em uma situação formal, por exemplo, Aline precisa se expressar de outra forma.

Você diria que ela está errada por se expressar assim? Veja o que acontece em outra situação, uma entre-vista de emprego:

Com tantos candidatos competentes para a vaga, por que eu deveria

contratá-lo? Vixe... pera aí um minutinho...

Figura 4: Situação de entrevista de emprego, em que o entrevistador

(20)

Será que esse candidato respondeu o que se es-perava? Qual impressão ele pode ter passado ao entrevistador?

Você já deve ter participado de uma entrevista ou conhece alguém que passou por isso. Sabemos que se trata de uma situação formal de comunicação, mas o que isso quer dizer? O que se espera de quem está se candidatando a uma vaga de emprego é que se expresse com clareza e que evite gírias ou expres-sões informais, como “vixe” e “pera aí”.

Então, é errado se expressar assim? Não, mas a variação informal (ou norma coloquial) da língua é considerada menos privilegiada que a variação ou norma culta. Por isso, se pensarmos que a entrevis-ta era uma situação mais formal de comunicação, a escolha de palavras do candidato foi inadequada para aquele momento.

No exemplo de Aline, ela e a mãe participam de um contexto mais informal de comunicação – foi esse contexto que permitiu o tom casual adequado para a conversa. Claro que, quando estiver entre amigos ou com a família, o candidato também poderá usar expressões coloquiais, que estarão adequadas a um contexto informal.

Você sabe por que isso acontece? De acordo com Guimarães:

Nenhum de nós usa o idioma da mesma maneira o tempo todo. Independentemente de sermos mais ou

(21)

menos escolarizados, de morarmos nessa ou naquela região, de sermos jovens ou velhos, homens ou mulhe-res, surfistas ou roqueiros, todos nós mudamos nossa maneira de falar e escrever conforme o grau de formali-dade da situação comunicativa. (GUIMARÃES, T., 2013,

p.30, grifo do autor).

Dessa forma, a variação formal é o conjunto de

re-gras e combinações que obedece ou se aproxima da gramática normativa – são as chamadas regras gramaticais� São aquelas regras que você aprendeu

na escola. Por ser mais valorizada socialmente, esta variação é usada em contextos de maior prestígio, como discursos políticos, acadêmicos, profissionais, jornalísticos, jurídicos etc.

Já a variação informal é o conjunto de usos

linguís-ticos organizados e combinados de uma maneira conhecida pelos integrantes de um grupo e que faz sentido para eles� Nesta variação, pronomes, verbos,

acentuação, ortografia, concordância de palavras podem ser muito diferentes da variação formal. Em uma situação informal, quando você escolher dizer “E aí, tudo bem?”, ao invés de “Olá, como vai?”, é provável que o interlocutor entenda sem dificuldade que você quer saber como ele está.

Você deve estar se perguntando: com tantos modos de falar, existe um melhor ou pior que o outro?

(22)

Fique atento

Não existem formas melhores ou piores de se fa-lar, mas modos diferentes que usamos para co-municar algo. Esses modos podem ser adequa-dos ou inadequaadequa-dos, mas isso vai depender da situação em que a comunicação acontece.

Olhando à primeira vista, parece uma questão sim-ples, não é? Então, olhe mais de perto: mesmo em situações informais, você já ouviu frases como “ela não sabe falar direito” ou “ele maltrata a língua por-tuguesa”? Vamos pensar um pouco sobre isso: se a língua de um povo é a sua identidade – como estuda-mos antes – como pode ser considerada um “erro”?

(23)

O PRECONCEITO

LINGUÍSTICO

Além de conhecer nossa própria cultura, ao entrar-mos em contato com diferentes variedades linguís-ticas, conhecê-las também pode ser uma forma de combater o preconceito. É isso mesmo! Você deve estar pensando: “já ouvi falar de outros tipos de preconceito, como o preconceito contra mulheres, nordestinos, negros, homossexuais, mas contra a língua? Ainda não!”

O preconceito linguístico é a discriminação de uma pessoa pelo seu modo de se expressar, socialmente considerado incorreto ou inferior, se comparado à língua que segue as regras gramaticais. Como diz o linguista Marcos Bagno, “Nós somos a língua que falamos”. (BAGNO, 2003, p. 17). Em outras palavras, como todo preconceito, quando discriminamos al-guém pelo seu modo de se expressar, não julgamos a língua em si, mas os aspectos socioculturais e eco-nômicos de quem a fala – qual a sua origem, como se veste, onde estudou, qual seu nível de renda etc. Você já deve ter ouvido comentários pejorativos so-bre a fala de quem mora no interior, por exemplo. Fatos como esse acontecem com mais frequência do que imaginamos porque, na maioria das vezes, são vistos como piadas ou brincadeiras, mas não como manifestações de preconceito.

(24)

A língua não é homogênea, pois, como verificamos antes, ela é formada pela diversidade de falares que carregam histórias de vida, cultura e valores de um povo. Sendo assim, quando as pessoas se manifestam por meio da língua, elas mostram seus valores culturais, a forma como vivem e a sua pró-pria história.

Por mais que você corra, irmão Pra sua guerra vão nem se lixar

Esse é o xis da questão Já viu eles chorar pela cor do orixá?

E os camburão o que são? Negreiros a retraficar Favela ainda é senzala, Jão! Bomba relógio prestes a estourar

EMICIDA. Boa esperança. Disponível em https://www.letras.mus.

br/emicida/boa-esperanca/ Acesso em 9 dez. 2018.

A música do rapper Emicida apresenta expressões linguísticas coloquiais como “pra”, “se lixar”, “eles chorar”, “os camburão”, “Jão”, mesmo assim, entende-mos seu objetivo: falar sobre as marcas do racismo deixadas pela escravidão e sentidas até hoje, como encontramos no trecho “Favela ainda é senzala, Jão!”. A linguagem informal e as gírias são algumas das marcas linguísticas que compõem o universo das

(25)

letras de rap e que caracterizam, entre outros as-pectos, o discurso das comunidades. Essas marcas representam a realidade de grupos (em sua maioria, menos favorecidos socialmente), suas experiências e a forma como se comunicam. O rap, assim como o funk, são estilos musicais com vasta presença da oralidade e apelo popular, mas que sofrem precon-ceito linguístico e, em função disso, artístico.

Saiba mais

Quer conhecer um pouco mais sobre a história do rap?

Se a música fosse escrita de outra forma, além de comprometer a sonoridade das palavras, talvez não causasse a mesma intensidade em seus ouvintes, por não retratar a realidade de um problema social considerando o discurso de quem o enfrenta.

Quer dizer que podemos usar expressões informais em qualquer situação? Não, pois assim como usa-mos roupas diferentes para cada ocasião, deveusa-mos usar nossa linguagem adaptando-a às diferentes situações comunicativas. A norma culta é a varia-ção exigida em situações formais de comunicavaria-ção:

para que você consiga se comunicar com clareza em todos os contextos, é essencial que você saiba adequar seu discurso a eles�

Já pensou se você escrevesse um e-mail ao seu chefe da mesma forma como fala? A nossa fala

(26)

tem pausas, entonações, hesitações, repetições e autocorreções que só fazem sentido na dinâmica da própria fala, no acordo que estabelecemos com o outro. A escrita é uma espécie de “versão editada” da comunicação, pois, quando escrevemos, podemos escolher palavras, ler o texto, corrigi-lo antes de en-viar, enfim, usar os mais variados recursos que vão tornar nosso discurso mais claro para o outro.

Saiba mais

A língua falada é uma rica fonte de cultura de um povo. Acesse o vídeo do professor Ataliba de

Cas-tilho para conhecer suas múltiplas possibilidades.

Precisamos adaptar nossa comunicação ao contexto e a quem recebe nossa mensagem, não como forma de superioridade, mas de estabelecer contato com pessoas, histórias e culturas distintas.

Como um fator que colabora para a exclusão social, o preconceito linguístico deve ser combatido – co-meçando pelo respeito ao modo de falar do outro e, por consequência, à sua cultura e modo de vida.

Fique atento

Ser um bom comunicador envolve não só o co-nhecimento das regras gramaticais, mas da for-ma como nos relacionamos com os outros.

(27)

Bom, como observamos, a linguagem é muito di-nâmica, mas você sabe como ela se manifesta? Convido você a desvendar esse mistério em nosso próximo tópico.

(28)

NOÇÕES DE TEXTO

Diariamente, todos nós precisamos lidar com textos. Assistir a um filme, escrever um e-mail, enviar uma mensagem, dar um recado, fazer uma lista: o tempo todo estamos produzindo ou recebendo diferentes tipos de texto.

Mas o que é um texto? Você já parou para pensar, de fato, nisso? Costumamos definir o texto como um conjunto de frases feito para ser lido. Será que é isso mesmo? Vamos fazer um exercício: leia as frases abaixo separadamente:

A casa é de madeira.

Eu moro com minha família numa casa. No final deste ano, viajarei com minha família

para Minas Gerais.

Minha avó mora em Minas Gerais.

Ao ler as frases separadamente, você deve ter com-preendido o que elas querem dizer, mas observe que, quando lidas juntas, elas não fazem sentido, ou seja, elas não se complementam, não constituem uma unidade. Podemos dizer que continuam sendo ape-nas frases soltas e não um texto.

(29)

Então, já sabemos que um texto não é só um conjun-to de frases, mas o que, afinal, é o texto? Imagine que você está vendo sua série de TV favorita quando, de repente, a palavra MADEIRA aparece na tela, sozinha, à frente de um fundo preto. Pode ser que você fique intrigado ou, simplesmente, não dê importância. Agora, imagine que você está no meio de um tempo-ral, procurando um lugar para se abrigar, quando ouve um grito: “MADEEEEEIRAAAAA!”. Se você pretende se salvar, com certeza vai sair correndo. Isso acontece porque, nessa situação, você interpreta que o grito é um sinal de alerta.

Esse exemplo nos leva a algumas conclusões sobre os textos:

• que eles não são apenas palavras escritas, também podem ser orais – como um grito ou uma conversa; • que eles precisam fazer sentido, serem entendidos por quem os recebe.

Bom, considerando o que sabemos até aqui,

[...] o texto pode ser concebido como resultado par-cial de nossa atividade comunicativa, que compreende processos, operações e estratégias que têm lugar na mente humana, e que são postos em ação em situações concretas de interação social. (KOCH, 2011, p. 26)

Como verificamos anteriormente, a comunicação é um processo de interação entre seus participan-tes. Dessa forma, o texto é a materialização deste

(30)

contato, ou seja, a expressão linguística produzida por indivíduos em uma situação comunicativa� O

bom funcionamento das condições dessa situação – emissor, receptor, mensagem, código, canal e contex-to – é fundamental, tancontex-to para a produção do texcontex-to, quanto para a sua compreensão.

Observe a obra a seguir:

Figura 5: Obra Cinco Moças de Guaratinguetá. | Fonte: In:

(31)

Paulo: Itaú Cultural, 2018.Disponível em: <http://enciclopedia. itaucultural.org.br/obra2592/cinco-mocas-de-guaratingue-ta>. Acesso em: 09 de Dez. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

A obra “Cinco moças de Guaratinguetá” é de Di Cavalcanti, um renomado artista brasileiro, que viveu entre 1897 e 1976. Junto com outros reconhecidos artistas, como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Graça Aranha, contribuiu para o movimento modernis-ta e para a Semana de Arte Moderna de 1922. Você diria que esta pintura pode ser considerada um texto? Sabemos que o código pode ser verbal e não-verbal. Quer dizer que, assim como as palavras, as imagens, os sons, os gestos também podem ser textos, como a fotografia, a pintura, os desenhos, um vídeo em LIBRAS, uma mensagem em braile. Existem textos que mesclam os dois recursos, verbal e não-ver-bal: filmes, histórias em quadrinhos, propagandas, diálogos.

Fique atento

O mais importante na comunicação é que o tex-to poder ser interpretado e compreendido por um determinado grupo.

Vamos voltar à pintura de Di Cavalcanti: e agora, você a considera um texto? Ainda que não conheçamos o contexto histórico da época, as influências e o estilo do autor, percebemos que a obra retrata uma

(32)

situa-ção cotidiana de um grupo de mulheres. Chegamos a essa conclusão porque a pintura pode ser interpre-tada e entendida a partir do seu sentido.

O que leva um texto a fazer sentido? Observe o exemplo:

Figura

6: http://www.putsgrilo.com.br/humor/fotos-de-placas-engra-cadas-e-erradas-do-brasil. Acesso em: 21 de jan. 2019.

Quando não entendemos o que um texto quer dizer, dizemos que ele “não faz sentido”, não é mesmo? É o caso dessa placa: a ordem é para jogar lixo no “lixei-ro”, ou seja, no profissional que trabalha recolhendo o lixo. Isso seria um ato de agressividade!

A falta de relação entre as palavras gerou um texto desconexo, sem coesão. A frase correta seria “Jogue

(33)

lixo na lixeira”, ou seja, no local adequado para des-carte do lixo.

Mesmo quando postamos algo nas redes sociais ou enviamos uma mensagem pelo celular, para que um texto faça sentido, alguns fatores são importantes, como a coesão e a coerência.

(34)

COESÃO

Júlio não tem carro. Ele é azul.

A frase parece estranha para você? Se Júlio não pos-sui carro, como ele seria azul? Observe que a segun-da oração não retoma o item “carro” segun-da primeira, ou seja, não estabelece relação com ela. Nesse caso, faltou coesão, prejudicando o entendimento da frase. Para Fávero (2009), a coesão refere-se “às relações de sentido que se estabelecem entre os enuncia-dos que compõem o texto; assim, a interpretação de um elemento depende da interpretação do outro.” (FÁVERO, 2009, p.9). A coesão é o elo que permite

conectarmos as ideias dentro de um texto�

Um texto coeso é aquele que possui um encadeamen-to adequado de ideias. De acordo com Fávero, isso acontece no nível microtextual, ou seja, no nível das palavras (FÁVERO, 2009, p. 10). Por meio da coesão ligamos palavras, orações, frases, parágrafos numa sequência lógica que atua na construção do texto. As palavras que unem as partes de um texto são chamadas elementos coesivos. Se imaginarmos que o texto é um muro, os elementos coesivos são o cimento que liga um bloco a outro.

Os elementos coesivos servem para retomar, refe-renciar, substituir ou confirmar informações de um texto. São eles:

(35)

• pronomes; • terminações verbais; • advérbios; • locuções adverbiais; • preposições; • conjunções • sinônimos. Exemplo:

As reportagens jornalísticas prezam pelo bom voca-bulário e pelo uso correto das normas gramaticais. Por outro lado, os sites com notícias falsas ou men-sagens divulgadas pelo WhatsApp tendem a apresentar uma escrita fora do padrão, com erros de português ou quantidade exagerada de adjetivos. “Os manuais sérios dos grandes jornais orientam o jornalista a não adjetivar quando fizer uma reportagem”, explica Tai. “Se você está diante de um site de notícias falsas, já tem adjetivo no título. Existe uma linguagem que é muito particular do jornalista que não é utilizada em um site de notícia falsa.”

Senso crítico é arma para combater ‘fake news’. Por Marina Dayrell, Matheus Riga e Pedro Ramos. Jornal Estadão. Disponível em: http://infograficos.estadao. com.br/focas/politico-em-construcao/materia/senso--critico-e-arma-para-combater-fake-news 9 dez. 2018.

Acesso em: 10 dez. 2018. (grifos nossos).

A falta dos elementos coesivos em destaque poderia prejudicar o entendimento do texto. Por isso, quan-do produzimos um texto com elementos coesivos

(36)

adequados, facilitamos sua compreensão. E como se faz isso? Fique de olho nessas dicas!

Como melhorar a coesão textual

1� Use conjunções coordenativas: com elas você

poderá explicar, confirmar, contrapor ou concluir uma ideia. Estas estratégias tornam o texto mais articu-lado e interessante.

Exemplos de cada tipo de conjunção:

Aditivas: e, nem, também, bem como, não só...

mas também;

Alternativas: ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer,

seja...seja;

Adversativas: mas, porém, contudo, todavia,

entre-tanto, no entanto;

Explicativas: que, porque, pois, isto é, pois (antes

do verbo);

Conclusivas: logo, pois, portanto, assim, por isso,

por conseguinte, por consequência, pois (depois do verbo).

2� Use palavras sinônimas: ao utilizar termos

di-ferentes que possuem o mesmo significado, você evita que o texto fique repetitivo e se torne cansativo.

(37)

Para aumentar seu repertório de palavras, você pode utilizar o dicionário de sinônimos.

Exemplos:

Prédio = edifício Casa = residência/lar Conhecimento = saber Finalidade = objetivo

3� Escolha palavras simples: o uso de termos

com-plicados pode dificultar a compreensão do seu texto. Isso não significa que seu texto deva ser superficial.

O rebuscamento linguístico não é sinônimo de co-municação

eficiente. Para adotar termos especifi-camente técnicos ou acadêmicos, observe se este uso cabe no contexto. Do contrário, simplifique – menos pode ser mais.

É importante que conheçamos outro mecanismo importante para a elaboração e compreensão de textos: a coerência. Você já deve ter presenciado seu professor do ensino fundamental ou médio dizendo:

(38)

COERÊNCIA

Quando um texto não faz sentido para nós, costuma-mos dizer que ele é incoerente. Isso acontece porque a coerência faz com que um texto tenha sentido para quem o recebe.

Se a coesão ocorre no nível microtextual da articula-ção de elementos gramaticais, a coerência se mani-festa de maneira mais global, no nível macrotextual, da relação lógica entre as ideias de um texto.

Fique atento

A coerência não se relaciona apenas com o que está dentro do texto, mas também com o que é externo a ele. Ela está ligada aos interlocutores e às condições em que a situação comunicativa acontece, ou seja, ao contexto.

Observe a tirinha:

Figura 7: https://tirasarmandinho.tumblr.com. Acesso em: 9

(39)

Você notou alguma incoerência? As palavras podem ter diferentes significados para as pessoas, principal-mente para as crianças que, em fase de aprendizado, compreendem os significados de modo bastante literal (ao pé da letra). É o que acontece na tirinha de Armandinho: a expressão “educação vem de casa” é popularmente usada em seu sentido figurado, ou seja, que a educação também se constrói no am-biente familiar. Como o garoto relacionou “casa” a um objeto da realidade, para ele, quem mora em apartamento deve enfrentar sérios problemas com a Educação.

Para que um texto seja coerente, existem fatores que devem ser levados em conta. Koch e Travaglia (2010) apontam os conhecimentos necessários para a construção da coerência textual, dos quais desta-camos alguns:

• Linguístico: conhecer as palavras e a estrutura sintática empregadas num texto;

• De mundo: conhecimento que adquirimos durante a vida, com as experiências que vivenciamos; • Compartilhado: para que um texto seja compreen-dido, os interlocutores precisam ter algum conheci-mento em comum. Quanto maior for este percentual, menor a necessidade de esclarecimentos;

• Inferências: são os acréscimos de informações que o receptor faz no texto. De acordo com o co-nhecimento que adquiriu das experiências de vida, o receptor deduz elementos que não estão explícitos

(40)

no texto, isto é, preenche suas lacunas textuais. É o mesmo que “ler nas entrelinhas”.

• Fatores de contextualização: elementos que dão pistas sobre uma determinada situação comuni-cativa. O nome do autor, a data, o local de publica-ção, uma assinatura, um carimbo ou qualquer outro elemento gráfico ajudam a identificar o contexto de produção da mensagem. Expressões como “era uma vez”, “há muito tempo” também facilitam a in-terpretação do texto.

• Situacionalidade: a situação em que um texto cir-cula interfere em seu sentido. Em outras palavras, a relação entre um texto e seu contexto de produção é chamada de situacionalidade. Se alguém lhe disser que a bola acertou onde a coruja dorme, quer dizer que alguém chutou a bola no ângulo entre a trave e o travessão do gol, sem chance de defesa para o goleiro. Perceba que o sentido desta expressão está diretamente ligado ao contexto do futebol. Sem esta relação, a expressão seria incoerente.

Observe os exemplos a seguir e tente identificar a incoerência existente:

1� “Anote aí: banana, maçã, morango, uva. Acho

que já temos tudo para o churrasco!”

Como assim? Nosso conhecimento de mundo nos permite supor que, com esses ingredientes, seria feita uma bela salada de frutas, mas um churrasco?

(41)

2� Quando os convidar para o jantar, não se

es-queça de que eles são vegetarianos. Nosso último jantar foi um fiasco!

O que será que aconteceu? A frase não deixa claro, mas, em princípio, os convidados não apreciam um cardápio carnívoro. Além disso, parece que, no jantar anterior, um dos anfitriões serviu carne e acabou cometendo um deslize. Para chegar a essas conclu-sões, precisamos fazer inferências, ou seja, deduzir fatos que não aparecem no texto. Só assim é possível entender completamente o seu sentido.

Figura

8: https://catracalivre.com.br/entretenimento/as-31-noticias--mais-engracadas-e-confusas-do-jornalismo-brasileiro/ Acesso 9 dez. 2018.

Bom, se não for um ataque de zumbis, diríamos que a frase em destaque não faz sentido. Embora a

(42)

tecno-logia tenha avançado bastante, ainda não é possível encontrar mortos andando por aí.

Depois de tudo o que aprendemos sobre a importân-cia da coerênimportân-cia na produção textual, como fazer para que nossos textos sejam claros e tenham sentido?

Dicas para produzir textos mais coerentes:

Desenhe seu texto antes de produzi-lo� Isso

mes-mo! – antes de começar a escrever, faça um mapa mental onde possa identificar o que você pretende falar no texto, qual o seu público-alvo e o objetivo da sua história.

Podcast 3

Organize suas ideias� Para que um texto tenha

coe-rência, ele precisa ter começo, meio e fim. Você pode pensar na ideia geral do texto e, depois, ir definindo melhor a cada parágrafo.

Não caia em contradição� Para construir um texto

coerente, você precisa mostrar que suas ideias se complementam. Quando isso não acontece, temos uma incoerência. É como afirmar a importância da igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, mas defender o pagamento desigual de salário entre eles.

Tenha empatia� Se coloque no lugar de quem vai

receber seu texto e se pergunte: estas informações estão suficientemente claras? Tudo o que precisarei

(43)

deduzir faz parte das minhas experiências de vida? Existem pistas necessárias que me permitem chegar até a conclusão esperada?

Releia seu texto e/ou peça para outra pessoa ler�

Quando escrevemos um texto, podemos ter algumas dificuldades iniciais para organizar nossas ideias. A releitura nos permite substituir informações, acres-centar novas ideias, excluir os excessos, dar mais equilíbrio à produção textual. Aproveite o exercí-cio para rever com atenção aspectos gramaticais, ortográficos.

Lembre-se: antes de entregar seu texto a alguém, verifique se tudo o que você pretendia dizer está nele! Ao ter esses cuidados e criando o hábito de leitura e escrita, seus textos ganharão um novo formato.

Saiba mais

Veja como fazer um mapa mental. Ele é impor-tante e ajudará no planejamento que antecede a escrita.

(44)

CONSIDERAÇÕES

FINAIS

Os desafios de se utilizar a língua portuguesa de for-ma assertiva perpassam os conhecimentos sobre a própria língua como instrumento vivo, que se molda no decorrer dos anos, na composição da sociedade, que é construída no social.

Espera-se que ao conhecer as variações da língua portuguesa, as noções de textos e seus espaços de interação, os preconceitos são extintos, dando lugar a espaços que permitem a construção de novas ideias, ampliando repertórios éticos e estéticos.

(45)

Discriminação pelo modo de expressão Diversidade da Língua

Noções

Textuais

Coerência

Coesão

Preconceito

Linguístico

Variação

Linguística

Regional Social Oral e Escrita Registro Elo entre ideias Elementos coesivos Uso de coesão textual Definição de texto Código verbal e não-verbal Articulação de elementos gramaticais Conhecimentos para construção textual

Síntese

(46)

Referências

BAGNO, Marcos. A norma oculta: Língua &

po-der na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola

Editorial, 2003.

FÁVERO, L. Lopes. Coesão e coerência textuais. 11. ed. – São Paulo: Ática, 2009.

GUIMARÃES, Thelma de Carvalho. Comunicação e linguagem. São Paulo: Pearson, 2012. (Disponível em Biblioteca Virtual. Acesso em 13 de outubro de 2018.) KOCH, Ingedore. Grunfeld Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. – São Paulo: Contexto, 2011.

KOCH, Ingedore. Grunfeld Villaça. Desvendando os segredos do texto. 7. ed. – São Paulo: Cortez, 2011. KOCH, Ingedore. Grunfeld Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. – São Paulo: Contexto, 2011.

KOCH, Ingedore; TRAVAGLIA, L. A coerência textual. 18. Ed. – São Paulo: Contexto, 2010.

(47)

Referências

Documentos relacionados

Engajar a família, amigos e pessoas na causa, trazendo o homem para mais perto da campanha pai, filho, amigos e marido a apoiar na disseminação da informação para todos

variáveis diferentes para avaliar o corporate governance, como a dualidade do CEO, a dimensão do Conselho de Administração, a proporção de administradores não executivos,

(2000a) estudaram exigências nutricionais de sódio e de cloro para pintos de corte na fase pré-inicial (1-7 dias de idade) e verificaram efeito quadrático dos níveis de sódio

Se este produto contiver ingredientes com limites de exposição, pode ser requerido o monitoramento biológico ou da atmosfera do local de trabalho e do pessoal, para determinar

Destacou-se que para a síntese de áudio binaural para reprodução em fones de ouvido é essencial utilizar-se um conjunto de funções de transferência que prevê

Gabinete do Prefeito Municipal, tem por chefe o Controlador Geral do Município, responsável pela coordenação do órgão central do sistema de controle interno

12 O trecho a seguir é adequado, quanto ao formato e à linguagem, para compor um memorando destinado à comunicação entre os seguintes setores do Superior Tribunal Militar: Diretoria

Eletivo = porque o estudante escolhe o eletivo que quer fazer (Porém não pode ser qualquer atividade – tem que se mirar naquilo que o aluno já estudou e também