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32 O CONGRESSO E EXPOMAN: INOVAÇÃO AMPLIA A RELEVÂNCIA DO SETOR DE MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS

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ANO 28 • EDIÇÃO 164

PESQUISA

Documento Nacional confirma: qualidade da manutenção no Brasil registra índices de padrão

internacional

ARTIGO

O uso de drones no setor de manufatura ENTREVISTA O potencial do transporte sobre trilhos

NOVOS RUMOS

32

O

CONGRESSO E EXPOMAN:

INOVAÇÃO AMPLIA A

RELEVÂNCIA DO SETOR DE

(2)

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Sociais

(11) 3032.0262

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2

PALAVRA DO PRESIDENTE

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

C

omum em toda virada de ano, a avaliação do passa-do, com ênfase no aprendizado que trouxemos para o presente e para o futuro, neste final de 2017 po-demos dizer que avançamos na observação. E seguindo a essência da palavra, observar e agir, para, na manutenção e na gestão de ativos, acertarmos nos gastos e investimentos. O avanço da tecnologia, com a possibilidade de registro de dados referentes ao comportamento do maquinário – tempo de uso, frequência das manutenções, troca de pe-ças, etc. – nos permite afirmar, com certeza próxima a 99%, o momento adequado de uma parada para uma revisão.

Infelizmente, no entanto, a prevenção ainda trilha a rota da consolidação no Brasil. Nosso Documento Nacio-nal, um estudo detalhado sobre o comportamento das empresas frente ao setor de manutenção, apresentado ano passado no 32o Congresso de Manutenção &

Ges-tão de Ativos, traz dados muito animadores sobre como

estamos lidando com esta área no País. Nossos índices de qualidade da manutenção já atingem padrões inter-nacionais. Tristeza, porém, foi observar que ainda há uma longa jornada a ser percorrida no quesito prevenção.

A leitura que se faz é que, talvez pela grave crise que

aco-meteu a nossa economia nos últimos anos, deixamos de atuar nesta área de manutenção preditiva, e centramos es-forços na correção de problemas. Um comportamento que nos distancia da prática global, especialmente se levarmos em conta os avanços do conceito de Indústria 4.0, cujo ob-jetivo é ampliar a produtividade da indústria, a qualidade dos produtos e, inovando, personalizar a produção.

O ano de 2018 nos brinda com muitas possibilidades de inovação e o Documento Nacional, alvo de reportagem nesta edição, nos tranquiliza ao apresentar que os pro-fissionais de manutenção estão bem preparados para os desafios das novas tecnologias.

O estudo nos tranquiliza ao apontar que a qualificação do nosso pessoal é alta e crescente, e registra um índice desprezível de mão de obra não qualificada. Resumindo: sob a ótica da mão de obra estamos prontos, e as novas tecnologias colocam a Manutenção em posição estratégi-ca para os negócios. O que nos permite concluir que 2018 promete avanços importantes para a indústria brasileira, e os índices econômicos, que começam a movimentação de decolagem, nos trazem a esperança de dias melhores.

Boa leitura!

UM ANO PARA CHAMAR DE SEU

ÍNDICE / EXPEDIENTE

é uma publicação bimestral da Abraman Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos Av. Marechal Câmara 160, grupo 320, Edifício Orly - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20 020-080 Tel: (21) 3231-7000 / Fax: (21) 3231-7002 / www.abraman.org.br

Críticas, dúvidas e sugestões: revistamanutencao@abraman.org.br

ANO 28 - EDIÇÃO 164

CONSELHO EDITORIAL: Alberto Verri (Verri Veritatis Consultoria), Carlos Alberto Barros Gutiérrez (FM2C Serviços de Manutenção), Carlos de Souza Almeida (Gestalent Consultoria e Treinamento - Engeman/Poli/UFRJ), Edson Kleiber de Castiho e Nelson Cabral (ABRAMAN), Lourival Augusto Tavares (PTC Consultoria), Rogério Arcuri (ELEBROBRAS Termonuclear); PRODUÇÃO: Comunicação Interativa Editora - Tel: (11) 3032.0262 - JORNALISTA RESPONSÁVEL: Jackeline Carvalho (MTB 12456); EDIÇÃO E REPORTAGEM: Jackeline Carvalho, Caio Alves e João Rubens; PUBLISHER: Jackeline Carvalho; DESIGN GRÁFICO: Ricardo Alves de Souza (Diretor) e Josy Angélica (Assistente); ); Administração e Logística: Maria Estela de Melo Luiz.

REVISTA

Entrevista – O potencial do transporte sobre trilhos

Mercado – Documento Nacional: qualidade da manutenção no Brasil alcança índices internacionais

Capa – Inovação, automação e o sucesso da manutenção e gestão de ativos

Artigo – Os drones ganharão força na indústria

Trabalhos Técnicos – Menos insumo, mais disponibilidade e funcionalidade

MEMBRO FUNDADOR DO GLOBAL FORUM TOQUE NOS ASSUNTOS PARA ACESSAR OS CONTEÚDOS

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(5)

ENTREVISTA

O POTENCIAL DO

TRANSPORTE

SOBRE TRILHOS

Ganho em eficiência e a qualificação do serviço

oferecido são os benefícios resultantes do

aprimoramento da manutenção e gestão de ativos

O

setor metroferroviário brasileiro tem sofrido com as consequências da recessão econômica. A aposta das operadoras de transporte de passageiros sobre trilhos para enfrentar este cenário é o investimento em manutenção e modernização, tanto de infraestrutura quanto de equipamento. No setor metroviário nacional, as operadoras consideram que existe uma oferta importante de novas oportunidades de negócios orientados à manutenção e modernização do sistema como um todo, o que pode retomar a dinâmica comercial da indústria nacional.

Para Joubert Fortes Flores, presidente do

Conselho da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilho (ANPTrilhos), o ganho em eficiência e a qualificação do serviço oferecido são os benefícios resultantes do aprimoramento da manutenção e gestão de ativos. Nesta entrevista, ele discorre sobre os desafios para a expansão do transporte de passageiros, cuja malha soma apenas 1 mil km no País, e como a manutenção assume caráter estratégico, especialmente em momentos de baixo investimento em novos equipamentos.

M&GA – Qual a dimensão da malha ferroviária brasileira?

Joubert Flores – A ANPTrilhos foca na malha

ferroviária para transporte de passageiros. A de cargas encolheu ao longo do tempo num país do nosso tamanho. A de passageiros, não encolheu, embora, se formos olhar nos anos 1960, ainda existia uma malha intermunicipal que hoje não existe mais. Mas hoje temos no Brasil 1 mil km de trilhos para atender passageiros, que é um número absolutamente inexpressivo. São Paulo, por exemplo, tem 70 km de metrô e mais 250 km de trens suburbanos e a cidade tem 21 milhões de habitantes. Xangai, que também tem 21 milhões de habitantes, tem 500 km de metrô, com a diferença que os trilhos do Brasil são quase centenários, o de Xangai tem 25 anos. No Rio temos 54 km de metrô mais 250 km de trens suburbanos.

M&GA – Em São Paulo o metrô é imprescindível e no Rio, a malha de trens suburbanos é fundamental.

Joubert Flores – Todas as cidades que estão

estruturadas em termos de mobilidade em que há a dicotomia de trilhos contra pneus, não há como dar certo. Só funciona se essas coisas atuarem de forma integrada. Se há um corredor que tem uma demanda alta, é preciso ter um transporte de alta capacidade e se complementa com um meio de baixa capacidade. Quando, para economizar, se pega um meio de média ou baixa capacidade, como ônibus ou BRT, e se coloca num corredor que precisa de alta capacidade, você finge que atende. Nas grandes cidades que resolveram a questão da mobilidade essas coisas funcionam juntas.

M&GA – Qual seria a capacidade ideal de trilhos?

Joubert Flores – Hoje temos 1 mil km de trilhos,

precisaríamos, minimamente, dobrar, no curto prazo, ou até triplicar. O objetivo é oferecer corredores

estruturantes para essas grandes necessidades.

M&GA – Qual as perspectivas desses investimentos? Levamos décadas até termos a expansão de seis

estações no metrô do Rio e foi preciso aparecerem os grandes eventos.

Joubert Flores – É verdade que não são

investimentos baixos e que o país tem dificuldades em investir. Mas é preciso buscar alternativas para isso. Há alternativas que já funcionaram, a exemplo da Linha 4 de São Paulo e do Metrô de Salvador ou mesmo a Linha 4 do Rio, em que se faz uma concessão e parte do investimento é do setor privado.

M&GA – Quais são os desafios e as boas experiências na área de manutenção e gestão desses ativos?

Joubert Flores – Os custos para operarmos um

sistema desses estão divididos em primeiro lugar mão de obra (40%), energia (20%) e a terceira manutenção (13%). Como não é uma operação com altos volumes de receitas, esses três itens representam 73% dos custos total. A manutenção não é o maior custo. A diferença para uma planta industrial é que ela é quase totalmente automatizada. No caso do metro do Rio, por exemplo, são quase 70 km com gente de qualquer lugar em condição de operar os sistemas das estações – ventilação, bombas, escada rolante – e mais a manutenção dos trens, que é um sistema com 17 subsistemas embarcados, e sinalização, alimentação de energia e vias permanentes. São quatro grandes tecnologias diferentes.

Quando se tem dificuldade de investimentos e há o envelhecimento desses sistemas, é preciso postergar o período ideal de substituição. E quando se usa um equipamento e um sistema mais do que o período indicado, o custo de manutenção aumenta para manter minimamente a mesma confiabilidade e disponibilidade.

M&GA – Nesses períodos de baixo investimento a manutenção e gestão de ativos não se torna mais estratégica?

Joubert Flores – Exatamente por isso. Como há

menor capacidade de investir, há duas necessidades: expandir os sistemas que são pequenos, mas manter a qualidade dos sistemas. Quando o governante tem dinheiro é mais fácil tentar expandir do que investir na manutenção. A manutenção tem que se desafiar a usar as melhores tecnologias para manter o padrão de confiabilidade. Um sistema como a malha ferroviária que transporta pessoas tem que ter a segurança em primeiro lugar. Isso envolve uma série de outros cuidados. Há sistemas operando por 30 anos, há localidades operando por 40 anos. Num trem, a carroceria de aço pode rodar por 60 anos, mas os equipamentos embarcados, não. E hoje quanto mais eletrônica e mais digitais são as tecnologias, mais curta é a vida útil.

M&GA – Por conta da Copa e das Olimpíadas houve uma renovação nas frotas dos trens e metrôs do Rio, não houve?

Joubert Flores – De uma maneira geral,

aproveitamos mal os grandes eventos. Tivemos

muitos estádios que não servem para nadas e muitos projetos de mobilidade urbana acabaram ficando pelo meio do caminho. Alguns vão acabar saindo, outros nem decolaram. O Rio foi uma das cidades que melhor aproveitaram os recursos, a Linha 4 do Metrô representou uma expansão de quase 30% da linha que já existia. E ainda teve o VLT que tem 28 km que requalificou a cidade.

M&GA – Há quem considere que exista uma oferta importante de novas oportunidades de negócio

orientadas para a manutenção e gestão modernização do sistema como um todo. O que existe de inovação em termos manutenção e modernização do setor?

Joubert Flores – Na medida em que se consegue

investir em sistemas que conseguem fazer a diagnose dos problemas que existem nele, ganha-se maior disponibilidade dos ativos. O metro do Rio, por exemplo, tem duas frotas, uma mais antiga e a mais nova. A mais antiga é muito boa, tanto que roda até hoje. A maior parte da manutenção dessa frota exige que se retire o trem, leve para a oficina e siga uma série de procedimentos. Algumas coisas não vão mudar. É como uma turbina de avião, tem de parar para repara periodicamente. Outras só vale a pena mexer se houver um indicativo de falha. Uma frota mais moderna se automonitora. Se houver uma indicação de falha, ela vai indicar, de maneira que não será necessário tirar um sistema de operação.

M&GA – A frota nova já tem recursos de manutenção preditiva?

Joubert Flores – Sim, tem o sistema de diagnose

TMS (Train Management System). Qualquer indicação de falha ele registra. A evolução disso é indicar

diretamente a área de manutenção. Ainda não

temos isso, mas em Paris, por exemplo, o funcionário na oficina de manutenção sabe que o trem X tem uma indicação. Ele não precisa tirar o trem naquela hora, pode fazer a programação para não afetar o passageiro. O desafio disso - e a questão de se ter menos investimento – é que, quanto mais se puder disponibilizar o trem, menos trens são necessários. Um trem desses custa US$ 8 milhões, se precisar ter um de reserva em vez de dois, já economizou US$ 8 milhões. Gasta-se menos e a percepção do passageiro é melhor.

M&GA – Você declarou que todas as operações

metroviárias dependem de uma cultura de manutenção que as indústrias brasileiras e latino-americanas são capazes

de atender. A sua manutençãoé interna ou terceirizada?

Qual o nível de atendimento da nossa indústria?

Joubert Flores – O Metrô do Rio e os metrôs

privados do Brasil têm um nível de manutenção in house elevado. Não fazemos in house as coisas que têm um alto nível de tecnologia que dependem de um alto grau de especialização que não vale a pena ter dentro de casa. Quando se contrata um equipamento de diagnóstico de via permanente, é melhor contratar uma empresa especializada que vai estar sempre utilizando o equipamento mais atualizado. Para os fornecimentos de produtos de manutenção, o Brasil é um dos poucos países em que se você quiser comprar componentes para um trem inteiro, você consegue. A indústria está apta a fornecer. Mas a indústria sofre tanto quanto as cidades e as operadoras pela falta de expansão. Há quem critique por que não temos uma fábrica de trilhos. A demanda é tão baixa que o país iria atender a demanda em 15 dias.

M&GA – O que precisa evoluir para o segmento avançar?

Joubert Flores – Nossas cidades precisam de uma

estrutura de transporte de alta capacidade. Mas para isso é preciso ter uma autoridade que entenda o transporte como um todo e não como é na maioria das cidades. No Rio o estado administra o Metrô, o trem e as barcas, e a prefeitura, os ônibus e o VLT. Eles não conseguem se falar para traçar uma política de transportes efetiva e otimizada. O Brasil tem 26 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes. Em Londres, Paris, Nova York, Berlin, há uma autoridade congregando todos os municípios do entorno. Aqui todos competem. l

JOUBERT FORTES FLORES

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

(6)

QUALIDADE DA

MANUTENÇÃO

NO BRASIL ALCANÇA

ÍNDICES INTERNACIONAIS

DOCUMENTO NACIONAL:

Estudo mostra que o País atingiu a maioridade em termos de manutenção e apresenta custos equivalentes aos padrões mundiais

A

manutenção no Brasil está a par e passo com os referenciais mundiais em termos de qualidade e valores. O valor médio dos últimos dez anos, medido pelo índice de custo de manutenção versus faturamento, foi de 4,2%, enquanto a referência

internacional é de 4,1%. No caso da disponibilidade de equipamentos – o tempo em que o equipamento pode ser operado sem interrupção -, o índice nacional é de quase 90% (88,68%).

O que o país precisa melhorar é o índice de manutenções preventivas e corretivas. O índice de

manutenção preventiva é superior a 50% (54%), a linha de corte considerada ideal. Isso poderia sinalizar que estaríamos fazendo menos manutenções corretivas, mas não é o que ocorreu, porque os indicadores também revelam que estamos fazendo muitas manutenções corretivas. “Isso significa que não sabemos fazer programação”, resume Lourival Tavares, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (ABRAMAN).

Esses dados fazem parte do Documento Nacional, pesquisa realizada a cada dois anos, pela ABRAMAN. O Documento apresenta um medidor da situação da Manutenção no Brasil, a partir de ampla pesquisa realizada entre empresas representantes dos principais setores da economia de todo o país. Os dados e as informações do Documento são ferramentas que apoiam as decisões gerenciais e ainda servem de

subsídios para trabalhos, palestras e artigos publicados no Brasil e no exterior.

A pesquisa permite uma visão sobre como se encontra a Manutenção no país e suas tendências. Os resultados do Documento Nacional 2017, foram apresentados durante o 32o Congresso Brasileiro

de Manutenção e Gestão de Ativos realizado de

7 a 10 de agosto, em Curitiba - Paraná, em paralelo à

XXXII EXPOMAN - Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção e Gestão de Ativos.

Lourival Tavares, explica que o documento apresenta os índices brasileiros de

manutenção a partir de levantamento que é realizado há 18 anos pela ABRAMAN, única instituição no mundo que realiza com tanta frequência o levantamento dos índices.

Por meio de questionário que abrange diferentes áreas, é feito um levantamento de dados para estabelecer índices em nível nacional, com objetivo de determinar os parâmetros que possam balizar a ABRAMAN quanto a controle, melhoria e determinação do desempenho da

Manutenção no Brasil. O trabalho foi conduzido por uma Comissão Técnica, integrada por representantes de diferentes setores com experiência na área de Manutenção & Gestão de Ativos.

HISTÓRICO

Em 1983 o documento foi criado pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo). Com a fundação da ABRAMAN, em 1984, a elaboração deste documento foi

transferida para a Associação. Em 1991, foi feita uma consulta junto a AEM (Associação Espanhola de Manutenção) de modo que fosse desenvolvido com base no já elaborado por esta entidade. A partir de 1993 a ABRAMAN estabeleceu um novo padrão para o desenvolvimento e apresentação do Documento Nacional nos moldes da AEM, mantido até hoje.

A pesquisa levanta mais de 40 índices, entre os quais alguns de classe mundial: seis de custos, três relacionados a equipamentos e materiais, quatro relativos a atividades (tipos de manutenção), cinco ligados a recursos humanos, quatro a qualificação de pessoal, três a organização e dois acerca de segurança.

“Há dois tipos de manutenção preventiva. Uma é a sistemática por tempo, feita por data pré-definida, de acordo com a recomendação do fabricante. E a preventiva por estado, que não tem data definida. Dentro dessa última está a preditiva, que é feita de acordo com os sintomas da máquina. Os nossos índices de confiabilidade e de custos são bons. O que não são bons são os de distribuição de atividades, pois fazemos mais do que devemos fazer, tanto em manutenções preventivas quanto corretivas.

Na preventiva por tempo, o índice é de 38% e a

preventiva por estado – que inclui a preditiva e reparos por defeito - estamos com 17%. Juntas, dão mais de 50%, que é o limite.”, analisa Tavares.

RECURSOS HUMANOS

Os indicadores apontaram que a qualificação de pessoal é alta e crescente. São quatro categorias de mão de obra: nível superior, técnica (escolas técnicas), qualificada (Senai) e não qualificada (práticos). Até 2013, o índice de mão de obra não qualificada era o segundo maior. Em 2015 houve uma reversão e a mão de obra não qualificada começou a reduzir e a qualificada a crescer. Tavares diz que em 2017, verificou-se um alto índice de mão de obra qualificada e índice desprezível de mão de obra não qualificada.

“Em outras palavras, as empresas estão trocando sua mão de obra não qualificada pela mão de obra qualificada. Isso seria uma boa notícia, não fosse o fato de que os valores de custo de pessoal não subiram. As empresas estão fazendo a substituição pagando baixos salários. O nome disso é vilipendia, quando alguém se aproveita da situação de outra. As empresas estão se

aproveitando da recessão despedindo os funcionários para contratar outros com menores salários”, critica Tavares.

Os índices se segurança atingiram os menores valores de toda a série histórica, tanto na taxa de frequência de acidentes quanto na quantidade de homens/hora afastados por acidentes. Tavares diz que os índices estão baixos como consequência da maior qualificação de pessoal. Embora o setor esteja melhor qualificado, não está havendo renovação de máquinas. Os equipamentos estão com idade média com quase 20 anos. Esses

valores no passado eram de cerca de 15 anos.

“Isso contribui para o aumento das manutenções corretivas. Mesmo com o aumento da mão de obra qualificada. Isso não é mais grave justamente porque a mão de obra é mais qualificada, ainda que ganhando menos”, ressalta Tavares.

A pesquisa avalia quatro custos relativos: mão de obra própria, materiais, mão de obra contratada e outras (sistema, segurança, treinamento). A pesquisa de 2017 revelou que os custos com mão de obra própria baixaram de 30% para 27%. O índice de materiais baixou de 30% para 25%. O índice de mão de obra contratada subiu ligeiramente de 24% para 25%. E, por fim, o índice de outras atividades também aumentou de 20% para 24%.

“Isso significa que estamos pagando menos nosso pessoal. Em outras atividades, temos o treinamento que caiu de 3% a 4% em 2015 para 2,7%. As empresas estão investindo menos em treinamento. Essa é outra economia que elas estão fazendo”, volta a criticar Tavares.

Outro índice que ele destaca é a rotatividade de estoque que caiu de 7% para menos de 5%, o que significa que tem menos peças no almoxarifado. Ou seja, não estão fazendo estoques e sim comprando peças apenas quando necessário, e máquina parada esperando peça implica em perda de faturamento.

Ainda em segurança, outro destaque é que há dez anos, o índice de gravidade – quantidade de homens/hora afastados por 1 milhão de horas trabalhadas – era de 430 homens/hora. Hoje está em 60. E a taxa de frequência – quantidade de acidentes – baixou de 20 para 3.

“Isso provavelmente ocorre pela qualidade da mão de obra, mais uma vez. Apesar de vários fatores contrários, como parque de equipamentos mais velhos, não formação de estoques de peças adequados, baixa remuneração, como a qualificação da mão de obra melhorou muito, os resultados não são catastróficos”, diz Tavares.

Apesar de equipamentos mais velhos o custo de manutenção não aumentou. O custo de manutenção pelo capital investido se mantém. E a disponibilidade sofreu pequenas alteração de 89,29 para 88,68, possivelmente por serem equipamentos mais velhos. Mas ainda estão dentro de valores internacionais.

“O que preocupa é que esses 12% de indisponibilidade é devido à manutenção, porque está se fazendo menos preventiva e muita corretiva. A expectativa é de que as empresas despertem para isso e façam investimentos na área de manutenção”, conclui. l

Índice de manutenção preventiva é superior

54

%

/ 50

%

a linha de corte considerada ideal

TAVARES: “O que preocupa são esses 12% de indisponibilidade, porque está se fazendo menos manutenção preventiva e muita corretiva. A expectativa é de que as empresas despertem para isso e façam investimentos na área de manutenção”

MERCADO

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

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INOVAÇÃO, AUTOMAÇÃO

E O SUCESSO DA

MANUTENÇÃO E

GESTÃO DE ATIVOS

32o Congresso e Feira foram marcados pela

renovação do perfil profissional no setor e também pela perspectiva de retomada da economia brasileira; em 2018, eventos acontecerão em Belo Horizonte (MG)

MESA DE ABERTURA do 32o Congresso de Manutenção &

Gestão de Ativos

O

acerto na escolha de temas como o papel do setor na retomada do crescimento econômico, transformação digital, qualificação da mão de obra, novas exigências das empresas, demanda por um perfil gerencial, além da competitividade das empresas brasileiras, fizeram do 32o Congresso Brasileiro

de Manutenção & Gestão de Ativos um grande

sucesso, reunindo mais de 650 profissionais de 8 a 11 de agosto, em Curitiba, Paraná.

A Expoman 2017 foi outro destaque e ponto de encontro durante a programação do 32o CBMGA,

organizada pelos 10 patrocinadores da feira este ano. Produtos e serviços ligados à Manutenção & Gestão de Ativos, muitos dedicados à inovação e melhoria de produtividade, foram a tônica da feira, que contou com soluções de 14 expositores.

O sucesso do 32o CBMGA foi tal, que a Abraman

já anunciou a data e o local do próximo encontro convidando os associados a participarem do 33o

Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos / EXPOMAN 2018, que será realizado em Belo Horizonte – MG, nos dias 13 a 19 de outubro de 2018. Os organizadores esperam um crescimento de 10% na exposição de de 30% no público repetindo a marca obtida em 2017.

O Congresso contou com 37 palestrantes nacionais e internacionais. A Conferência de Abertura, no dia 8, teve como tema “A Inovação na Retomada do Crescimento”, proferida por José Paulo Silveira, presidente da Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS). O encerramento, no dia 10, ficou a cargo de José Pio Martins, reitor da Universidade Positivo, que abordou o tema da “Gestão do

Conhecimento e Produtividade”.

Houve ainda Workshop de Gestão de Ativos - Com João Ricardo Lafraia (Petrobras), Alan Kardec Pinto (TCA) e Alessandro P. Souza (AngloGold Ashanti), além

de cinco mesas redondas e dois painéis (envolvendo 19 palestras) seis conferências nacionais e uma conferência internacional. Foram apresentados um total de 160 trabalhos técnicos (apresentação oral e pôster), sendo cinco palestras de inovação tecnológica. Vale

destacar ainda a divulgação do Documento Nacional 2017 - O Road Map da Manutenção no Brasil (veja matéria nesta edição).

Durante o Congresso, foram apresentados os trabalhos técnicos vencedores nas categorias Sessão Oral e Pôster. Rodrigo de Souza e Silva Ataulo, CMRP, e Gleidson Rogério dos Santos foram os vencedores na categoria Sessão Oral com o trabalho “Acidulação CUB3: aumento da vida útil das ponteiras dos

reatores”. Eles apresentaram o case desenvolvido para a Vale Fertilizantes, cuja unidade CUB3 é caracterizada por forte sazonalidade com concentração de pedidos de julho a novembro.

Em 2015, houve um incremento forte na carteira de pedidos do principal cliente, em função da melhoria da qualidade do produto. Para atender a esse incremento, foi preciso aumentar a taxa de expedição/produção do produto que fica armazenado para enquadrar alguns parâmetros de acidez.

“Para reduzir esse tempo de curar no armazém, tivemos de alterar alguns parâmetros de processo na etapa de reação no reator. Mas, para isso, estávamos gerando uma condição operacional em que aumentávamos a taxa de desgaste por abrasão e corrosão química das ponteiras dos reatores. É nesse ponto que entra o a questão da manutenção”, explica Ataulo, supervisor de confiabilidade da Vale Fertilizantes.

Ele esclarece que tal alteração nas condições operacionais desencadeou um aumento expressivo do consumo das ponteiras dos reatores da unidade de acidulação, gerando impacto significativo na disponibilidade funcional da planta, o que exigindo modificações nos processos de manutenção.

A estratégia adotada, para redução da taxa de desgaste das ponteiras dos reatores, foi o desenvolvimento do estudo para aplicação de um

material constituído por carbonetos de tungstênio com liga matriz a base de níquel, como revestimento das ponteiras, visando a redução de desgastes por abrasão e corrosão química.

“Os resultados obtidos proporcionaram a redução do consumo de materiais, o aumento da disponibilidade funcional da unidade e a mitigação das perdas de produção por lucro cessante, sendo contabilizado o ganho de R$ 1.331.064,76 ao ano”, diz Ataulo.

O primeiro colocado na sessão pôster foi Gustavo Silva Cunha, coordenador de planejamento de manutenção da AngloAmerican, que apresentou o trabalho “Avaliação Estruturada da Maturidade em Gestão de Ativos – Um Case no Segmento de Mineração”. O trabalho apresentou o método utilizado pela Anglo American na determinação da evolução da maturidade na Gestão de Ativos em suas operações,

baseado nos procedimentos internos globais – alinhados à construção da PAS-55 e posterior evolução para ISO-55000.

“A Governança Técnica é um componente vital para obtenção de melhor desempenho nos negócios em um

âmbito global ao agregar valor e mitigar riscos na organização. Políticas e Normas concisas e não-negociáveis são suportadas por diretrizes sobre

importantes questões técnicas e oportunidades onde uma abordagem comum e consistente é adotada em toda Anglo American. A norma técnica que rege as políticas, práticas e requisitos mínimos de Gestão de Ativos na Anglo American é o GTS-20 (Group Technical Standard no20)”, resumiu Cunha na

apresentação do trabalho.

Outro destaque do Congresso foi a participação dos alunos de pós-graduação em engenharia de manutenção da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que tiveram a oportunidade de apresentar

seus TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso), na forma de artigos técnicos. Segundo Carlos Almeida, coordenador executivo do

Engeman, foram apresentados seis trabalhos na sessão oral e sete na sessão de pôster - estes ficaram expostos por dois dias. “O Engeman é uma pós-graduação lato sensu com um ano e meio de duração que pode ser o início de uma trajetória de longo prazo, inclusive para aqueles que buscam seguir carreira acadêmica, chegando até o doutorado, que pode ser fora do País. É notável como a pessoa se transforma ao participar de um congresso como este, que foi excelente e contou com muita gente jovem como palestrantes e ouvintes”, elogia Almeida.

A iniciativa de apresentar trabalhos do Engeman surgiu durante o Congresso de 2015, quando se teve a ideia de identificar os alunos com perfil acadêmico. A sugestão partiu dos organizadores do curso, José Hain Benzecry, Lourival Augusto Tavares, Rogério Arcuri Filho e também de Severino Fonseca da Silva Neto, coordenador geral e representante do Engeman na Poli UFRJ. “O Nelson Cabral, membro do corpo docente do Engeman e diretor da ABRAMAN, e o Rogério Arcuri, contribuíram fortemente para que a participação dos alunos do Engeman fosse uma realidade de sucesso nas duas últimas edições do Congresso - 31a e 32a”, conta o coordenador do curso.

EXPOMAN CRESCE 10%

A Expoman teve um crescimento de 10% em relação a 2016 reunindo 15 expositores – Babcock International, Baker Hugues, GE Company, Grupo Brasanitas, Comau do Brasil, Engefaz Engenharia, Eletrobras Furnas, G.Y.R Adash, Itaipu Binacional, Manserv, Nishi Power

Gestalent e Vivante.

Com companhias de classe mundial, os participantes puderam conferir as novidades e ter experiências que, com certeza contribuirão para a melhoria contínua da área de manutenção e gestão de ativos, levando o setor e o próprio país a um patamar mais elevado em termos de resultados operacionais e empresariais.

“São companhias extremamente representativas. Este ano tivermos a grata surpresa de um crescimento de

10% no número de expositores e de 30% no público – em 2016 foram 12 expositores e 500 participantes, este ano foram14 expositores e um público de 650 pessoas - mesmo com a retração econômica. Isso nos deixa bastante animados para a organização do 33o Congresso, em

2018, em Belo Horizonte. Mesmo porque os indicadores econômicos apontam para uma recuperação e um melhor desempenho do país no próximo ano”, comemora Carlos Alberto Fernandez, membro do Conselho de Administração da Abraman.

Uma boa surpresa foi oferecida pela Itaipu

Binacional que deu aos visitantes da Expoman 2017 a oportunidade de uma visita à Usina por meio da tecnologia de realidade virtual. Utilizando os óculos para realidade virtual, os visitantes foram convidados a passear pelos principais pontos da instalação e perceber a grandiosidade de Itaipu.

Fernandez diz que, se a recuperação de fato se

confirmar, a expectativa é que a feira reúna cerca de 20 expositores em BH. Ele diz que em Curitiba o evento recebeu a visita de muitas empresas interessadas que estudam participar da exposição, num movimento mais forte do que o verificado em 2016.

“O perfil não se altera. São empresas do setor de serviços industriais e fornecedores de produtos para a área de manutenção e gestão de ativos, consultorias e empresas de software. Percebemos no mercado também o interesse de empresas de fora querendo se instalar no país diretamente com abertura de filiais ou via aquisições e para isso buscam informações sobre o mercado de manutenção”, diz Fernandez.

O setor continua sendo estratégico mesmo com as empresas trabalhando com capacidade ociosa. Fernandez diz que em 2018 haverá uma discussão sobre como se aumenta a produtividade, ou como se volta a produzir mais, porém com o mesmo patamar de custo de anos atrás. “Isso vai exigir novos processos e tecnologias. Por isso nosso congresso tem de estar alinhado com essas tendências”, conclui Fernandez. l

Os resultados obtidos

proporcionaram a

redução do consumo de

materiais, o aumento da

disponibilidade funcional

da unidade e a mitigação

das perdas de produção

por lucro cessante, sendo

contabilizado o ganho de

R$ 1.331.064,76 ao ano

RODRIGO DE SOUZA E SILVA ATAULO, CMRP

É notável como a

pessoa se transforma

ao participar de um

congresso como este.

Foi excelente e inspirador,

principalmente porque

contamos com a

participação de muitos

jovens, tanto ouvintes

quanto entre

os palestrantes

CARLOS ALMEIDA, coordenador executivo do Engeman

Crescimento em tempo de crise

A Expoman teve um crescimento de 10% em relação à 2016 reunindo 14 expositores: Babcock International Baker Hugues GE Company Grupo Brasanitas Comau do Brasil Engefaz Engenharia Eletrobras Furnas G.Y.R Adash Itaipu Binacional Manserv Nishi Power Vivante Gestalent Curso Engeman Professores:

Alan Kardec Pinto, Alessandro Jacoud, Alexandre Ferreli Antônio Peres

Celso Azevedo Cristina Heringer

Fernando Castro Pinto , Francisco Chagas

Jorge Nemésio de Souza, José Barreto de Macedo, Laís Franca de Araujo , Manoel

Segadas Vianna, Nelson Cabral Newton Ferro

Newton Richa Nisio Brum Sérgio Amaral

Servidores:

Alice Simas Santos José Maria Bezerra Miriam Cristina Lopes Luiz Otávio de Souza Paulo Brust

(8)

OS DRONES GANHARÃO

FORÇA NA INDÚSTRIA

N

o primeiro semestre de 2017, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou o uso de drones para fins comerciais no Brasil – desde que não coloquem em risco a segurança de transeuntes em espaços públicos. Hoje, o uso dos drones para fins governamentais e corporativo tem se popularizado por causa da possibilidade de inspecionar espaços de difícil acesso, como maquinários industriais, prédios e estruturas, torres elétricas, plataformas de petróleo, entre outras. E é esse tipo de inspeção que, segundo o Gartner, deve crescer 30% até o fim deste ano.

Em um relatório divulgado pela consultoria PwC, os drones para finalidades comerciais poderão movimentar mais de US$ 127 bilhões até 2020. A matemática da consultoria para chegar a esse valor foi simples: a empresa estimou quais tipos de serviços em órgãos públicos e privados podem ser substituídos pelo seu uso. Como resultado, alguns setores se destacaram como os que mais demandariam esse tipo de solução: o de infraestrutura, que trataremos nesse artigo, e que pode gerar US$ 45,2 bi nos próximos três anos; o agrícola; de transportes; segurança; entretenimento; seguros; e telecomunicações.

Sozinhos, os drones resolvem apenas uma parte dos desafios da área de gestão de ativos das indústrias de hoje. Os dados e imagens providos pelo uso dos veículos aéreos não tripulados precisam ser interpretados, e por isso é importante uma camada de inteligência. Com uso de um software de gestão, alinhado à realidade das empresas, é possível

compreender a vida útil dos ativos para, assim, evitar gastos e perdas desnecessárias.

Esses softwares conseguem incorporar os registros de históricos de dados e oferecer às organizações uma ferramenta estratégica. E, com dados específicos que podem ser captados e acessados em tempo real, os gestores têm acesso a informações precisas para determinar o próximo passo dentro do ciclo de vida da gestão do ativo.

POR FALAR EM GESTÃO DE ATIVOS...

Drones e softwares integrados podem otimizar a força de trabalho e melhorar a produtividade na indústria. Pela capacidade de captar dados, imagens (em alta resolução) e interpretar informações, uma rachadura estrutural numa edificação pode ser identificada e resolvida de forma rápida. E, não estamos falando de tecnologias caras e inacessíveis. O drone é uma tecnologia de baixo custo, capaz de auxiliar na manutenção e atividades de segurança, por permitir documentar as condições de ativos físicos em

instalações, e é por essa razão que já tem chamado a atenção dos executivos.

Encorajados pelo retorno de investimento que as tecnologias oferecem, muitos setores estão usando os drones e softwares para monitorar ativos e mudar as rotinas operacionais das áreas de manutenção – tornando o trabalho menos reativo e mais proativo. De forma

prática, é com essas soluções que técnicos de campo podem monitorar a performance de um equipamento e conseguir visualizar, em detalhes, os aspectos mais críticos nas suas instalações, sem colocar em risco um outro ativo importante para as empresas: as pessoas. l

GABRIEL LOBITSKY*

NÃO PAREM AS

MÁQUINAS!

Com aprovação da ANAC para uso dos Drones para fins comerciais, monitorar equipamentos e ativos industriais pode se tornar uma tarefa simples com tecnologias certas

MÔNICA

ANDRADE

* GABRIEL LOBITSKY é diretor de vendas da Infor para Sul da América Latina

ARTIGO

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

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Apresentações dos trabalhos técnicos foram marcadas pela alta qualidade dos profissionais

que participaram do 32o Congresso Brasileiro de

Manutenção e Gestão de Ativos

ENTREGA DE DIPLOMA na apresentação de Trabalhos Técnicos durante o 32o Congresso de Manutenção e Gestão de Ativos, em Curitiba (PR)

E

ntre os destaques do 32o Congresso Brasileiro de

Manutenção & Gestão de Ativos está a excelência e o nível de qualificação dos trabalhos técnicos. Foram apresentados um total de 160 trabalhos técnicos entre sessões orais e pôsteres, sendo cinco palestras de inovação tecnológica. O ponto alto foi a apresentação dos trabalhos técnicos vencedores nas duas categorias.

Rodrigo de Souza e Silva Ataulo, CMRP, e Gleidson Rogério dos Santos foram os vencedores na categoria Sessão Oral com o trabalho “Acidulação CUB3:

aumento da vida útil das ponteiras dos reatores”. Eles apresentaram o case desenvolvido para a Vale Fertilizantes, cuja unidade CUB3 é caracterizada por forte sazonalidade com concentração de pedidos de julho a novembro.

Em 2015, houve um incremento forte na carteira de pedidos do principal cliente, em função da melhoria da qualidade do produto. Para atender a esse incremento, foi preciso aumentar a taxa de expedição/produção do produto que fica armazenado para enquadrar alguns parâmetros de acidez.

“Em razão da oportunidade de incremento na carteira de pedidos de nosso principal cliente, foi necessária a alteração de alguns parâmetros de processo para viabilizar um maior volume de produção no período já caracterizado pela alta demanda sazonal”, diz Ataulo, supervisor de confiabilidade da Vale Fertilizantes.

Ele explica que para reduzir o tempo de cura no

armazém, a empresa teve de alterar alguns parâmetros de processo na etapa de reação no reator. Mas,

para isso, gerou uma condição operacional em que aumentava a taxa de desgaste por abrasão e corrosão química das ponteiras dos reatores.

“É nesse ponto que entra a questão da manutenção. Tal alteração nas condições operacionais desencadeou um aumento expressivo do consumo das ponteiras dos reatores da unidade de acidulação, gerando impacto significativo na disponibilidade funcional da planta, o que exigiu modificações nos processos de manutenção”, completa.

A estratégia adotada, para redução da taxa de desgaste das ponteiras dos reatores, foi o desenvolvimento do estudo para aplicação de um

material constituído por carbonetos de tungstênio com liga matriz a base de níquel, como revestimento das ponteiras, visando a redução de desgastes por abrasão e corrosão química.

“Os resultados obtidos proporcionaram a redução do consumo de materiais, o aumento da disponibilidade funcional da unidade e a mitigação das perdas de produção por lucro cessante, sendo contabilizando o ganho de R$ 1.331.064,76 ao ano”, comemora Ataulo.

O primeiro colocado na sessão pôster foi Gustavo Silva Cunha, coordenador de planejamento de manutenção da AngloAmerican. Ele apresentou o trabalho “Avaliação Estruturada da Maturidade em Gestão de Ativos – Um Case no Segmento de Mineração”. O trabalho demonstrou o método utilizado pela Anglo American na determinação da evolução da maturidade na Gestão de Ativos em suas operações, baseado nos procedimentos internos globais - alinhados à construção da Norma PAS-55 e posterior evolução para ISO-55000.

Cunha destaca que a Gestão de Ativos é cada vez mais adotada em todos os segmentos e tipos de empresas ao redor do mundo, como estratégia de sustentabilidade frente aos desafios da economia globalizada. A busca por maximizar a eficiência operacional é constante, e gerir os ativos se torna crucial na estratégia global das corporações. Neste contexto, torna-se fundamental e imprescindível identificar a situação atual das práticas de Gestão de Ativos, mapear os gap´s e estabelecer os planos de implantação e melhoria.

“A Governança Técnica é um componente vital para obtenção de melhor desempenho nos negócios em um âmbito global ao agregar valor e mitigar riscos na organização. Políticas e Normas concisas e não-negociáveis são suportadas por diretrizes sobre

importantes questões técnicas e oportunidades onde uma abordagem comum e consistente é adotada em toda Anglo American”, resumiu Cunha na apresentação do trabalho.

A norma técnica que rege as políticas, práticas e requisitos mínimos de Gestão de Ativos na Anglo American é o GTS-20 (Group Technical Standard nº20). Cunha explica que essa norma tem como alvo a produção de valor, focalizando a gestão de ativos físicos durante todo o seu ciclo de vida. “O seu objetivo é otimizar de modo sustentável a manutenção de

equipamentos integrados e as atividades relativas à produção”, esclarece no texto.

O trabalho também aborda o Níveis de Maturidade em Gestão de Ativos que são; inocência, conhecimento, entendimento, competência e excelência. l

MENOS INSUMO,

MAIS DISPONIBILIDADE

E FUNCIONALIDADE

TRABALHOS TÉCNICOS

REVISTA MANUTENÇÃO & GESTÃO DE ATIVOS

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