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O CURRÍCULO PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL: POSSSIBILIDADES E LIMITES PARA A DESFRAGMENTAÇÃO ENTRE GESTÃO ESCOLAR E DOCÊNCIA

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ISSN: 1981-3031

O CURRÍCULO PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL: POSSSIBILIDADES E LIMITES PARA A DESFRAGMENTAÇÃO

ENTRE GESTÃO ESCOLAR E DOCÊNCIA

AUTORES: MELLO, Marilice Pereira Ruiz do Amaral¹ BRITO, Regina Lúcia Giffoni Luz de ² Comunicação Oral

RESUMO

Esta pesquisa refere-se às diretrizes curriculares e ao projeto pedagógico do curso de Pedagogia. Analisa a formação do professor para educação infantil: Como os projetos pedagógicos elaborados sob a luz das diretrizes curriculares nacionais do curso estão contemplando efetivamente a formação dos professores da educação infantil? Esta é a questão principal que se desdobra em outras secundárias: Quais as possibilidades e os limites apresentados nos projetos pedagógicos dos cursos que apontam para a desfragmentação do currículo? Como se referem à gestão? Como se referem à docência? Em que medida o projeto pedagógico do curso possibilita a desfragmentação destas duas áreas do saber gestão e docência? Como desfragmentar o currículo a fim de garantir um melhor desempenho do professor da educação infantil, visando à qualidade deste nível de ensino? Objetiva, identificar uma possível desfragmentação do currículo nos cursos de formação inicial do professor da educação infantil.

Palavras-chave: Currículo- Formação inicial de professores- Diretrizes curriculares.

1. Introdução

Com base na trajetória profissional das autoras, quanto ao envolvimento das mesmas no âmbito da educação, surge o interesse pelo objeto de estudo desta pesquisa, qual seja, as ações dos sujeitos, enquanto coordenadores, professores e alunos, que vivenciam o projeto pedagógico dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia.

Diante das mudanças propostas pelo documento das diretrizes curriculares nacionais do curso de pedagogia, os cursos deverão ser voltados à formação de profissionais da educação para atuarem na docência da educação infantil, nos anos iniciais do ensino fundamental, nas disciplinas pedagógicas do curso de ensino médio na modalidade normal e na gestão da educação básica, portanto julgamos ser este um momento propício para mudanças curriculares destes cursos. Cursos que tem se apresentado de forma fragmentada em estruturas curriculares, não raro, dificultadoras para as ações interdisciplinares. Acredita- se que uma nova e inovadora estrutura curricular, possa contribuir para a qualidade do

1 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo- PUC-SP Instituição Financiadora: CNPq- e-mail: m.marmello@uol.com.br

2 Profa Doutora do Programa de Pós- Graduação em Educação: Currículo da PUC-SP e orientadora desta pesquisa. e-mail: luzdebrito@hotmail.com

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profissional a ser formado. Para tanto vislumbramos ementas de disciplinas que se intregrem, e, subsídios para uma nova metodologia favorecedora de uma necessária desfragmentação do do curso. Assim almejamos a qualidade da formação do pedagogo, que, de acordo com as diretrizes curriculares, poderá atuar como docente e gestor nas escolas e outros espaços educativos, e também como pesquisador.

O tema proposto torna-se aqui passível de estudo a partir de uma análise comparativa entre dois projetos pedagógicos de cursos de pedagogia em duas diferentes instituições públicas de ensino superior do estado de Alagoas. Daremos ênfase no que se refere às organizações curriculares que ofereçam aos seus alunos, futuros professores, uma formação inicial voltada à integração da gestão escolar e docência.

É feito um recorte referente às diretrizes e ao projeto pedagógico do curso, e enfatizando-se a formação do professor para a educação infantil. Deste modo a questão orientadora e seus desdobramentos assim se anunciam: Em que medida os projetos pedagógicos elaborados sob a luz das diretrizes curriculares nacionais do curso de pedagogia estão contemplando efetivamente a formação dos professores da educação infantil? Quais as possibilidades e os limites apresentados nos projetos pedagógicos dos cursos que apontam para a desfragmentação do currículo? De que forma se referem à gestão? De que forma se referem à docência? Em que medida os projetos pedagógicos dos cursos possibilitam a desfragmentação destas duas áreas do saber gestão escolar e docência? Como desfragmentar o currículo a fim de garantir um melhor desempenho do professor da educação infantil, visando à qualidade deste nível de ensino?

O termo desfragmentação aqui utilizado, tem o significado de unir e relacionar os conceitos das disciplinas tidas no currículo do curso a fim de contribuir para a melhoria da qualidade na formação de professores para atuarem na educação infantil.

Desta forma, esta pesquisa se propõe a analisar e contribuir para o currículo do curso de pedagogia, verificando o que mudou e se realmente houve inovações no currículo dos cursos após a aprovação das diretrizes curriculares do curso de licenciatura em pedagogia, em duas diferentes instituições de ensino no estado de Alagoas, cenário desta pesquisa.

Sublinho que a escolha se deu por duas Instituições de Ensino Superior, uma delas na cidade de Maceió e a outra em Arapiraca, ambas no estado de Alagoas, por serem duas instituições públicas que têm o curso de pedagogia e terem tido a participação dos professores, alunos e coordenadores dos cursos, na elaboração do projeto pedagógico sobre a luz das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de pedagogia de 2005, e pelo fato de

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que em uma delas uma das autoras do texto ter participado diretamente do processo final de elaboração do projeto pedagógico.

Diante das experiências vivenciadas, apresentamos a seguir indicativos encontrados na elaboração da pesquisa no curso de doutorado e analisados sob a luz de teóricos que escrevem sobre o assunto e a orientadora da pesquisa. Buscamos, assim um resultado que contribua para uma formação de qualidade do futuro professor da educação infantil e que ele possa atuar dentro e fora da sala de aula, preocupado com o seu compromisso social em busca de uma sociedade melhor e mais justa em que o direito do cidadão por uma educação de qualidade, não fique apenas no papel.

2. Problema, Objeto e Objetivo da Pesquisa

O problema específico situa-se nas ações dos atores, objeto da pesquisa, das duas instituições de ensino que iremos pesquisar, nos projetos pedagógicos vivenciados pelos sujeitos. Buscaremos responder às seguintes questões: em que medida os projetos pedagógicos elaborados sob a luz das diretrizes curriculares nacionais do curso de pedagogia estão contemplando a formação dos professores da educação infantil? Questão que se desdobra: Quais as possibilidades e os limites apresentados nos projetos pedagógicos dos cursos que apontam para a não fragmentação do currículo? De que forma se referem à gestão? De que forma se referem à docência? Em que medida o projeto pedagógico do curso possibilita a não fragmentação destas duas áreas do saber gestão e docência? Como não fragmentar o currículo a fim de garantir um melhor desempenho do professor da educação infantil, visando à qualidade deste nível de ensino?

Objetivo geral:

Esta pesquisa propõe-se a analisar e contribuir para uma reflexão sobre o currículo do curso de pedagogia, mostrar o que mudou em currículos dos cursos após a aprovação das novas diretrizes curriculares do curso de licenciatura em pedagogia, em especial no que se refere a formação de professores da Educação Infantil. Acreditamos que a desfragmentação do currículo seria uma das categorias que garantiria a qualidade na educação básica. A partir das ações dos professores, alunos e coordenadores e da análise dos projetos pedagógicos dos cursos de pedagogia, de sua estrutura curricular, nas duas instituições de ensino superior pública do estado de Alagoas, e tendo como eixo norteador as diretrizes curriculares nacionais do curso de pedagogia, explitamos de que forma o Projeto Pedagógico favoreceria ou não a desfragmentação das áreas do conhecimento entre gestão escolar e docência.

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Mostramos a importância da formação de gestores/docentes e docentes/gestores, Gestor aqui entendido enquanto numa concepção que vai para além de ser responsável pela parte burocrática da escola, e o docente em uma concepção de mediador do conhecimento.

Defendemos a necessidade da integração entre as duas áreas, o que contribuiria para a qualidade na formação dos alunos de graduação em Pedagogia. Uma gestão de qualidade entende e preocupa-se com o ensino-aprendizagem e um professor de qualidade entende o papel da gestão e participa dela. Para tanto, a estrutura curricular deveria ser organizada de maneira capaz de permitir o inter-relacionar de tais áreas do conhecimento e os alunos, futuros professores, deveriam acreditar ser esta uma forma de melhorar sua formação inicial.

Traçamos como objetivos específicos da pesquisa aqui abordada:

 (Re) construir um panorama histórico-conceitual das diferentes identidades dos cursos de pedagogia no Brasil, dando atenção especial à problemática das disputas no que se refere à licenciatura e ao bacharelado.

 Aprofundar conceitos teóricos sobre o currículo da pedagogia, com ênfase na formação de professores da educação infantil.

 Proceder a análise documental dos projetos pedagógicos e de sua fundamentação nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de pedagogia das faculdades que são objeto desta pesquisa, com ênfase na integração das duas áreas do saber mencionadas: gestão e docência.

 Identificar possibilidades e limites para a desfragmentação do currículo na formação de professores da educação infantil.

 Apresentar subsídios para a mudança no curso para atingir os objetivos da não fragmentação formativa.

Na busca dos objetivos elencados nos apoiamos especialmente nos autores citados na revisão da literatura.

3. Revisão da literatura e justificativa social, acadêmico-científica

Por meio de uma retrospectiva histórica dos cursos de pedagogia, buscaremos estudos

realizados a partir do debate feito à luz do acervo de conhecimentos teórico-práticos sistematizados pelas principais entidades do campo educacional (ANFOPE, ANPED, CEDES,

FORUMDIR, ANPAE). Estes nos dizem que até os dias atuais o que temos em relação aos

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Diferentes interpretações no campo da pedagogia e as várias identidades atribuídas ao curso

de pedagogia, no Brasil, resultam nas disputas político-pedagógicas dos atores sociais, nos diversos contextos sócio-históricos.

Essas identidades nos revelam alguns conflitos referentes ao estatuto teórico e

epistemológico da pedagogia e do curso de pedagogia, sobretudo em relação às concepções de licenciatura e bacharelado e seus desdobramentos na configuração curricular desse curso. Diferentes visões a respeito dessas concepções tem predominado no debate e se manifestam mais claramente nas propostas que vinculam ou separam licenciatura e bacharelado, ora vistos como cursos distintos, ora como dimensões de uma estrutura única de curso, defendida na necessidade do ensino, pesquisa e extensão.

Nos debates que pontuaram as duas últimas décadas, sobre as propostas de reformulações curriculares do curso de pedagogia, essas posições conflituosas se tornam mais visíveis nas proposições de diretrizes curriculares emanadas das comissões de especialistas do curso de pedagogia e em artigos sobre tal temática divulgados em livros e revistas de circulação nacional.

Como observam Aguiar e Melo (2005a), considerando as interpretações diferenciadas sobre a pedagogia, as diversas identidades atribuídas ao curso de pedagogia no Brasil abrangem desde uma concepção de licenciatura separada do bacharelado, de corte positivista, a uma concepção de curso de estrutura única, envolvendo a relação intrínseca entre ambos, com base num enfoque globalizador, o qual buscamos, com esta pesquisa, mostrar e defender a importância de se criar uma estrutura curricular dentro desta concepção a fim de contribuir para a qualidade da formação dos pedagogos. Tais autoras nos mostram que os:

diferentes sentidos dados historicamente à pedagogia e ao curso de pedagogia materializados no currículo expressam, abordagens sobre teoria-prática, conteúdo-forma e objeto sujeito e reportam-se às questões epistemológicas e socioculturais que permeiam o debate sobre a modernidade. Aguiar e Mello (2005ª).

As instituições formadoras de profissionais de educação estão vivendo um importante momento de transição face às recentes transformações no mundo do trabalho e, mais especificamente, naqueles meios nos quais o conhecimento e a informação são as bases de sustentação dos processos educativos.

A formação inicial do profissional de educação infantil deve garantir condições para que o professor possa dominar conhecimentos específicos e didático pedagógicos para exercer suas funções com eficácia, de forma a garantir o processo de ensino- aprendizagem

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atendendo aspectos da qualidade social enquanto mediação de sua relação com o conhecimento e os alunos.

Em torno dessa ação bipolar, que envolve o ensinar e o aprender como eixo central, é que interagem muitas variáveis tais como: valores, objetivos, informações, procedimentos, normas, espaços e tempos e, sobretudo, sujeitos e grupos sociais com novos papéis a serem definidos em torno dessas ações docentes. O tradicional papel do professor, guardião e transmissor de conhecimentos, vem sendo substituído pela imagem do facilitador, mediador da aprendizagem. Por outro lado, o aluno passa de fiel depositário de conhecimentos à condição de sujeito dinâmico da sua própria formação.

O grande avanço tecnológico que possibilitou e foi possibilitado pelas mudanças nos processos de trabalho e produção do conhecimento afeta toda a prática social, facultando a construção de novos “mapas culturais”, novos valores e referenciais, configurando múltiplos padrões de sociabilidade e de subjetividades, e trazendo a exigência do desenvolvimento de novas competências por parte do cidadão-trabalhador, tendo em vista a emergência constante de novos conhecimentos e a imprevisibilidade de uma colocação em postos de trabalho pré- determinados.

Tais competências se constroem nos diversos espaços de aprendizagem que configuram a trajetória da vida cotidiana de todos esses cidadãos, mas aos espaços responsáveis pela escolarização compete possibilitar a construção de lastros de conhecimentos e habilidades genéricas facultadoras de uma atuação como sujeito autor, gestor e produtor de sua ação, notadamente no desenvolvimento de suas atividades profissionais, para as quais são exigidas hoje as chamadas habilidades básicas, específicas e de gestão administrativa e pedagógica. Para PERRENOUD (1993), a prática do professor não deve ser pensada somente como ação pedagógica em sala de aula nem como colaboração didática entre os profissionais da educação. Deve ser compreendida como uma reflexão de seu cotidiano na carreira, das relações de trabalho e de poder nas organizações escolares e – na autonomia e responsabilidade conferidas aos professores, de forma individual ou coletiva.

O profissional da área de educação tem sobre si a exigência da produção, construção e socialização de conhecimentos, habilidades e competências que permitam sua inserção no cenário complexo do mundo contemporâneo com a função de participar como docente, pesquisador e gestor do processo de formação de crianças, jovens e adultos na vivência de tais relações.

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O objeto de estudo e objetivação de sua prática é o processo educativo do aluno, qual seja a educação em seu acontecer cotidiano nos diversos espaços da prática social em que se processa, traduzido mais especificamente na ação docente, a qual confere sentido e organicidade às diferentes ênfases do trabalho pedagógico e constitui a base comum de formação dos profissionais de educação de maneira geral. (Resolução CNE/CP nº 1).

O processo de trabalho docente, como é hoje compreendido, requer um profissional que alie habilidades do fazer pedagógico com outras referentes ao pensar permanente de sua própria prática, conforme as exigências de perfil para o cidadão-trabalhador na sociedade contemporânea: aquele que acrescente aos conhecimentos básicos para o desenvolvimento de função específica conhecimentos e habilidades de gestão de seu próprio trabalho.

Por outro lado, o currículo tem a função de traçar um percurso educativo capaz de perpassar contradições epistemológicas. Como define Chizzotti (2010), teremos o currículo como processo educativo que auxilie o educando a ampliar seus conhecimentos do saber comum, os saberes produzidos pela humanidade.

Desta forma, surge a questão formulada e novamente aqui lembrada: em que medida os projetos pedagógicos elaborados sob a luz das diretrizes curriculares nacionais do curso de pedagogia estão contemplando a formação dos professores da educação infantil? Quais as possibilidades e os limites apresentados nos projetos pedagógicos dos cursos que apontam para a não fragmentação do currículo? De que forma se referem à gestão? De que forma se referem à docência? Em que medida o projeto pedagógico do curso possibilita a não fragmentação destas duas áreas do saber gestão e docência? Como não fragmentar o currículo a fim de garantir um melhor desempenho do professor da educação infantil, visando à qualidade deste nível de ensino?

O caminho que iremos percorrer para responder as perguntas acima será definido durante a pesquisa de forma bastante flexível de acordo com a necessidade encontrada, porém apresentamos a seguir a metodologia prevista por nós e que pretendemos utilizar.

4. Metodologia

Esta é uma pesquisa qualitativa. Acreditamos que ela se mostra mais apropriada à investigação do objeto de estudo em questão porque nos dá um maior embasamento para a análise dos dados obtidos no decorrer da pesquisa.

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Acredita-se, pois, que a abordagem qualitativa de pesquisa tem um conhecimento prático, de senso comum e representações relativamente elaboradas que formam uma concepção de vida e orientam as suas ações individuais. (CHIZZOTTI, 2001).

Temos como objeto de estudo as ações dos sujeitos enquanto coordenadores, professores e alunos, que vivenciam o projeto pedagógico dos cursos de licenciatura em pedagogia de duas instituições públicas de Ensino Superior. Por meio de análise documental, observação, questionários e entrevistas semi-estruturadas com os atores envolvidos, sejam eles: coordenadores, professores e alunos, coletaremos os dados necessários em busca de respostas as perguntas iniciais e objetivos anunciados.

Os sujeitos entrevistados são: coordenadores, professores e alunos.

Para esta fase usaremos a modalidade do grupo focal, que segundo Morgan e Krueger (1993) in GATTI (2005, p. 25),

“a pesquisa com grupos focais tem por objetivo captar a partir das trocas realizadas no grupo, conceitos, sentimentos, atitudes, crenças, experiências e relações, de um modo que não seria possível com outros métodos... permitindo a captação de significados que, com outros meios, poderiam ser difíceis de se manifestar.”

Segundo André e Ludke (2004) essa técnica de grupo focal valoriza mais o processo que o produto, preocupa-se em retratar a perspectiva dos participantes, produz dados que são possíveis de descrição e críticas, observa um fenômeno com o intuito de descrevê-lo e interpretá-lo, possibilitando o estudo de um universo de significados, de processos e de fenômenos que não são medidos quantitativamente (ANDRÉ & LUDKE, 2004).

Dadas as particularidades do contexto da pesquisa, ocorrerá certamente que o quadro teórico inicial servirá de estrutura básica, mas novos elementos deverão ser acrescentados no entendimento de que o conhecimento não pode ser visto como algo acabado, mas deverá ser construído e reconstruído ao longo do processo.

Faremos ainda uma retrospectiva histórica sobre as diferentes identidades do curso de pedagogia por meio de referenciais teóricos e documentos do Conselho Nacional da Educação e outros órgãos afins, dando enfoque ao estudo crítico aprofundado das diretrizes curriculares do curso de Pedagogia.

As categorias de análise inicialmente proposta recai sobre as perguntas que faremos aos atores deste cenário: desfragmentação do currículo, formação do gestor, a formação do docente e a qualidade da educação infantil. Desta feita algumas questões básicas se colocam para orientar o recolha de dados quanto:

1) As possibilidades e os limites apresentados nos projetos pedagógicos dos cursos que apontam para a desfragmentação do currículo;

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2) A forma os projetos se referem à gestão e quais as ações são identificadas como facilitadora deste processo de formação do gestor;

3) A forma que os projetos se referem à docência e quais as ações que são identificadas como facilitadora deste processo de formação do docente;

4) Na sua percepção do sujeito pesquisado, em que medida o projeto pedagógico do curso possibilita a desfragmentação destas duas áreas do saber gestão escolar e docência;

5) Como desfragmentar o currículo a fim de garantir um melhor desempenho do professor da educação infantil, visando à qualidade deste nível de ensino;

6) Se as disciplinas tidas no currículo garantem a desfragmentação e como.

5. Considerações finais

Buscamos um estudo comparativo no que se refere ao projeto pedagógico das duas instituições pesquisadas, as ações e as possíveis contribuições de cada uma delas para a desfragmentação entre as duas áreas do saber: gestão escolar e docência. Isto de forma que tal desfragmentação seja um fator que possa contribuir para a qualidade da formação do professor para a educação infantil, e esta reverter em qualidade do atendimento na educação infantil.

6. Referências

AGUIAR, M.A.S.; MELO, M.M.O. Pedagogia e as diretrizes curriculares do curso de pedagogia: polêmicas e controvérsias. Revista Linhas Críticas, Brasília, DF, v. 11, 2005a.

BRASIL. LDBEN: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996.

. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Diretrizes Curriculares

para o curso de pedagogia. Brasília, RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE

2006. Disponível em: http//:www.mec.gov.br/sesu/diretriz.htm. Acesso em: 10 de outubro de

2009.

, Resolução CNE/CP n.º 1, de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura.

CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2001. . Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

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GATTI, Bernardete Angelina. Grupo focal na pesquisa em ciências sociais e humanas. Brasília: Liber Livro Editora, 2005.

LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

PERRENOUD, P. Praticas pedagógicas, profissão docente e formação: perspectivas sociológicas. Tradução de Helena Faria, Helena Tapada, Maria João de Carvalho e Maria Nóvoa. Lisboa: Publicação Dom Quixote – Instituto de Inovação Educacional.

Referências

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