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Design inclusivo: uma proposta de mesa de desenho para fruição de pessoas com deficiência física

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UNIVERSIDADE DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DAS CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS – DCEEng CURSO DE DESIGN

Leonardo Augusto Braun

DESIGN INCLUSIVO: UMA PROPOSTA DE MESA DE DESENHO PARA FRUIÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Ijuí/ RS 2019

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Leonardo Augusto Braun

DESIGN INCLUSIVO: UMA PROPOSTA DE MESA DE DESENHO PARA FRUIÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Design da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção ao título de Bacharel em Design.

Ênfase: Design de Produto

Orientador: Professor Mestre José Paulo Medeiros da Silva

Ijuí/RS 2019

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Agradecimentos

À minha família por me apoiar e estar sempre presente nos momentos difíceis, incentivando-me, e dando forças para chegar até aqui, em especial, ao meus pais, que me ensinaram todos os princípios e valores para tornar-me uma pessoa melhor.

A todos os professores que durante a graduação estiveram presentes, prontos e dispostos a ensinar, em especial, o meu orienador professor José Paulo Medeiros da Silva, que muito me ajudou e auxíliou na elaboraração deste Trabalho de Conclusão de Curso.

Aos amigos e colegas que tive o grande prazer de conviver durante estes cinco anos de faculdade, em especial aos colegas da Autres. Sempre levarei lembranças nossas aonde eu for.

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“Tenho a impressão de ter sido uma criança brincando à beira-mar divertindo-me em descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o imenso oceano da verdade continua misterioso diante dos meus olhos.” (Isaac Newton)

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RESUMO

O design social tem como responsabilidade cuidar e amparar pessoas que possuem necessidades especiais e deve essencialmente contribuir para o aumento da qualidade de vida destas pessoas dentro da sociedade. Desta forma, o mobiliário exerce grande influência e possui um papel fundamental, pois através dele, podem ser quebradas várias barreiras e paradigmas sociais que impedem a inclusão social. Por isso, esta monografia é o resultado de uma proposta de mobiliário acessível voltada à inclusão social, através da qual indíviduos portadores de necessidades especiais e pessoas sem deficiências possam fazer usufruto, tornado o móvel um agente de inclusão social. O objetivo foi o desenvolvimento de uma mesa de desenho para o público supracitado. O trabalho deu-se através de uma pesquisa bibliográfica, documental e de campo, que investigaram o ambiente social, a inclusão, as dificuldades encontradas por pessoas portadoras de deficiência física e como o design poderia ajudar a sanar estes problemas sociais. Deste modo, a pesquisa teve como foco principal o desenvolvimento do mobiliário, através de uma pesquisa de campo onde foram obtidos dados e características que fundamentaram o processo criativo da mesa. O projeto resultou em uma mesa de desenho acessível às pessoas sem deficiência e a cadeirantes, buscando proporcionar ajustes e regulagens de fácil acesso. O design sofisticado de uma mesa com tampo que promove a autonomia do desenhista. A proposta buscou incentivo a inclusão social por meio de um projeto com base no design social.

Palavras-chave: design social, mobiliário, inclusão social, necessidades especiais, mesa de

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ABSTRACT

Social design has as its responsibility to care for and support people with special needs and must essentially contribute to raising the quality of life of these people within society. In this way, the furniture exerts great influence and plays a fundamental role, because through it, several barriers and social paradigms that prevent social inclusion can be broken. Therefore, this monograph is the result of a proposal of accessible furniture aimed at social inclusion, through which individuals with special needs and people without disabilities can make use of it, making the furniture an agent of social inclusion. The goal was to develop a drawing board for the aforementioned public. The work was done through a bibliographical, documentary and field research, which investigated the social environment, the inclusion, the difficulties encountered by people with physical disabilities and how the design could help to heal these social problems. In this way, the research had as main focus the development of the furniture, through a field research where data and characteristics were obtained that grounded the creative process of the table. The project resulted in a drawing board accessible to people without disabilities and wheelchairs, seeking to provide adjustments and adjustments of easy access. The sophisticated design of a table top that promotes designer autonomy. The proposal sought to encourage social inclusion through a project.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Aparador Delta OAK TIV branco ... 23

Figura 2 - Projeto de cozinha sob medida ... 24

Figura 3 - Cadeira Ipanema: design por Guto Indio da Costa ... 26

Figura 4 - Mesa adaptada para cadeirantes ... 28

Figura 5 - Mesa escolar adaptada ... 28

Figura 6 - Mesa escolar adaptada junto da cadeira de rodas ... 29

Figura 7 - Mesa de Jantar Sustentável ... 31

Figura 8 - Aparador Alabama ... 31

Figura 9 - Estante feita com perfil tubular de aço ... 32

Figura 10 - Ultra Violet cor Pantone 2018 ... 33

Figura 11 - Living Coral cor Pantone 2019 ... 33

Figura 12 - Mesa com acabamento em Corian Branco ... 35

Figura 13 - Bancada com acabamento em Corian Branco e Laranja ... 36

Figura 14 - Cozinha na cor preto acetinado com puxadores em bronze ... 37

Figura 15 - Amostras de Rauvisio alto brilho... 38

Figura 16 - Amostras de Rauvisio fosco ... 38

Figura 17 - Cozinha fabricada com Rauvisio na cor Sky ... 39

Figura 18 - Principais variáveis usadas em medidas de antropometria estática do corpo humano ... 43

Figura 19 - Movimentos angulares dos componentes corporais ... 44

Figura 20 - Características Visuais ... 45

Figura 21 - Limiar de dores no pescoço ... 46

Figura 22 - Posição correta de inclinação de tampo ... 46

Figura 23 - Dimensões antropométricas críticas a serem consideradas no projeto de um posto de trabalho para a pessoa sentada ... 47

Figura 24 - Dimensões referenciais para cadeiras de rodas ... 53

Figura 25 - Alcance manual frontal sentado ... 53

Figura 26 - Alcance manual lateral sentado ... 54

Figura 27 - Superfície de trabalho ... 54

Figura 28 - Alcance manual frontal em pé ... 55

Figura 29 - Alcance manual frontal pessoa sentada ... 55

Figura 30 - Sexo dos entrevistados ... 57

Figura 31 - Faixa etária dos entrevistados ... 58

Figura 32 - Nível de escolaridade dos entrevistados ... 58

Figura 33 - Renda mensal dos entrevistados ... 59

Figura 34 - Conhecimento dos entrevistados acerca de uma mesa de desenho ... 59

Figura 35 - Utilização da mesa de desenho pelos entrevistados quando eles desenhavam ... 60

Figura 36 - Satisfação em relação as mesas de desenho existentes no mercado ... 60

Figura 37 - Elementos importantes para uma mesa de desenho ... 61

Figura 38 - Escolas na Idade Média - Iluminura do Século XIII ... 62

Figura 39 - Monge copista trabalhando em sua mesa ... 63

Figura 40 - Mesa de desenho do início dos anos 1900 ... 64

Figura 41 - Mesa de desenho com estrutura ferro fundido ... 64

Figura 42 - Mesa de desenho com tampo de vidro ... 65

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Figura 44 - Mesa de desenho Básica ... 66

Figura 45 - Mesa de desenho moderna ... 67

Figura 46 - Futura Craft Station ... 69

Figura 47 - Triflex Drawing Table ... 70

Figura 48 - Mesa de desenho Schmitten ... 71

Figura 49 Mesa de desenho Craft Master II ... 72

Figura 50 - Mesa de desenho Saturn Drawing Table ... 73

Figura 51 - Rafe da alternativa 1 ... 81

Figura 52 - Rafe da alternativa 2 ... 82

Figura 53 - Rafe da alternativa 3 ... 82

Figura 54 - Rafe da alternativa 4 ... 83

Figura 55 - Rafe da alternativa 5 ... 84

Figura 56 - Desenho ilustrativo do tampo da MDA ... 86

Figura 57 - Desenho ilustrativo da estrutura da MDA ... 86

Figura 58 - Início da fabricação da estrutura inferior ... 88

Figura 59 – Estrutura inferior pré-montada ... 89

Figura 60 - Teste das engrenagens ... 89

Figura 61 - Estrutura do quadro do tampo e teste do sistema de regulagem de altura ... 90

Figura 62 - Substituição das engrenagens ... 91

Figura 63 - Substituição das engrenagens e término da estrutura inferior ... 91

Figura 64 - Instalação de rolamentos nos eixos ... 92

Figura 65 - Mancal de sustentação abaixo das engrenagens ... 92

Figura 66 - Instalação do sistema de inclinação do tampo ... 93

Figura 67 - Conclusão do sistema de inclinação do tampo da mesa e reforço de solda ... 94

Figura 68 - Pintura da estrutura da mesa ... 94

Figura 69 - Corte e demarcação para usinagem ... 95

Figura 70 - Usinagem do tampo ... 95

Figura 71 - Usinagem do tampo e aplicação da borda superior frontal ... 96

Figura 72 - Aplicação da borda inferior ... 97

Figura 73 - Processo de acabamento do tampo ... 97

Figura 74 - Instalação do sistema de Iluminação ... 98

Figura 75 - Instalação da Régua Paralela ... 99

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Medida máxima e mínima para a altura de uma mesa...48

Tabela 2 – Dados da mesa 01...69

Tabela 3 – Dados da mesa 02...70

Tabela 4 – Dados da mesa 03...71

Tabela 5 – Dados da mesa 04...72

Tabela 6 – Dados da mesa 05...73

Tabela 7 – Análise estrutural das mesas...75

Tabela 8 – Análise Funcional...76

Tabela 9 – Análise Morfológica...77

Tabela 10 – Análise Ergonômica...79

Tabela 11 – Definição e Hierarquização dos requisitos...80

Tabela 12 – Análise dos requisitos atendidos pelas alternativas...84

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CAST – Centro de Tecnologia Especial Aplicada EUA – Estados Unidos

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LED – Light Emitting Diode

MDA – Mesa de Desenho Acessível MDF – Medium Density Fiberboard PET - Politereftalato de etila

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...13 2 REFERENCIAL TEÓRICO...16 2.1 Design...16 2.2 Design Social...17 2.3 Design de Produto...19 2.4 Mobiliário...20 2.4.1 Tipos de Mobiliário...22 2.4.2 Mobiliário Acessível...26

2.4.3 Tendências para Mobiliário...29

2.4.3.1 Tendências em Materiais...30 2.4.3.2 Tendências em Cores...32 2.4.3.3 Tendências em Acabamentos...34 2.5 Ergonomia...39 2.5.1 Antropometria...42 2.5.2 Design Universal...49 2.5.3 Acessibilidade...51 3 RESULTADOS...57 3.1 Pesquisa de Campo...57 3.2 Análise Diacrônica...62 3.3 Análise Sincrônica...68 3.4 Análise Estrutural...74 3.5 Análise Funcional...76 3.6 Análise Morfológica...77 3.7 Análise Ergonômica...78 3.8 Definição do Problema...80 3.9 Geração de Alternativas...81

3.9.1 Escolha da melhor alternativa...84

3.10 Projeto Detalhado...85

3.11 Memorial Descritivo...85

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4 CONCLUSÃO...100 REFERÊNCIAS...102 APÊNDICE A...109 APÊNDICE B...111 ANEXO A...124 ANEXO B...125 ANEXO C...126 ANEXO D...127 ANEXO E...128 ANEXO F...129 ANEXO G...130 ANEXO H...131 ANEXO I...132 ANEXO J...133 ANEXO K...134 ANEXO L...135

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1 INTRODUÇÃO

A população brasileira atingiu o número de 207,5 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), foi constatado que 24% desta população possui algum tipo de deficiência, o que é um número bem alto, algo em torno de 45 milhões de pessoas. O IBGE estima que destas 45 milhões de pessoas, 15 milhões necessitem de cadeira de rodas para se locomover. De acordo Pearson (2017) o número de pessoas que utilizam cadeira de rodas nos Estados Unidos (EUA) é 3,6 milhões, e este número representa 1,10% da população dos EUA, Pearson ainda estima que nos países da América do Sul e Ásia este número varie entre 10% a 15% da população de cada país.

Atualmente o Brasil possui uma grande quantidade de pessoas com deficiência, e isso reflete diretamente no meio onde as pessoas vivem, pois uma pessoa portadora de uma deficiência física e que necessite o auxílio de algum equipamento para se locomover, precisa de um ambiente acessível para poder realizar suas tarefas, e isso inclui a área do mobiliário, um campo que vem sendo estudado e aprimorado continuamente para tornar a vida de pessoas que possuem alguma necessidade especial mais justa e digna, promovendo a inclusão social, rompendo barreiras e paradigmas que existem na sociedade.

Entende-se que nas áreas de atuação do design, a inovação e a criação são estudadas de forma constante, no entanto, necessárias para a evolução contínua da sociedade. Uma das grandes áreas de atuação do design é a do design de produtos, onde a inovação é um objetivo constante a ser alcançado, visando sempre aprimorar o meio e os produtos onde o usuário convive, e, a partir disto, proporcionar melhorias na vida das pessoas.

A necessidade por produtos com uma maior usabilidade vem tomando destaque nos estudos do design, onde um dos grandes enfoques é a ergonomia, conforme afirma Iida (2005) “A ergonomia é um estudo da adaptação do trabalho ao homem”. Este conceito é aliado a inclusão social das pessoas com necessidades especiais, por meio de projetos que tenham como base o design universal, o que gera uma sociedade mais igualitária e justa para os seus cidadãos. Atualmente o setor moveleiro mostra-se tecnologicamente bem desenvolvido, onde empresas e designers buscam cada vez mais inovar e aperfeiçoar produtos e objetos, para que estes satisfaçam da melhor forma possível os anseios dos compradores. No entanto, nem todos os produtos fabricados conseguem satisfazer todas as necessidades que um comprador singular possa ter. Conforme Carpes Júnior (2014), quando um consumidor compra um produto, a expectativa é de que ele satisfaça suas necessidades e, estas associadas ao desejo de compra.

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A partir destas circunstâncias, objetivou-se a importância de pesquisar de que forma o design atua no aperfeiçoamento de projetos de mobiliário acessível, tendo como viés a inclusão social de pessoas que são portadoras de deficiências físicas e que necessitam de cadeiras de rodas para se locomover, e de que forma um local de trabalho ergonomicamente adequado pode melhorar a vida das pessoas e estimular a criatividade.

Desta forma, tomando como referência todos os aspectos acima citados, este estudo tem como objetivo o desenvolvimento de um mobiliário inclusivo, com base no design universal, tendo como público-alvo estudantes, profissionais liberais, pessoas que necessitam do uso de cadeira de rodas para se locomover e, demais pessoas que desejam possuir uma mesa de desenho. Essa demanda pode ser observada no mercado, pois existe uma grande carência de móveis inclusivos e que supram as necessidades de desenhistas. A criação deste móvel é voltada também para profissionais que executam seus trabalhos em casa, procurando um maior conforto e rendimento na comodidade dos seus lares.

Assim sendo, os objetivos específicos deste trabalho são: realizar uma análise sobre o mobiliário já existente para mesas de desenho; levantar as necessidades dos consumidores não portadores de deficiência física e também cadeirantes que utilizam ou utilizaram mesas de desenho; pesquisar quais são as tendências para este segmento de mercado; explorar conceitos antropométricos, ergonômicos, de usabilidade e multifuncionalidade aplicados a este tipo de mobiliário.

A inclusão social se dá através de projetos que tenham o design universal como tema centralizador para o seu desenvolvimento, pois ao se pensar o design universal para um mobiliário não há a necessidade de adaptar o móvel para um indivíduo que possua alguma dificuldade para se locomover ou utilize cadeira de rodas, já que em projetos desta linha de concepção são levadas todas a características e necessidades individuais em consideração para a realização do projeto.

O segmento de mobiliário acessível apresenta-se predisposto à inovação, com a inserção de móveis novos e cada vez mais funcionais. Este setor vem se aliando constantemente à ideia de inclusão social a partir do design universal. Os produtos destinados a este setor são pouco explorados, pois a qualidade e funcionalidade destes produtos encontrados atualmente no mercado mostra-se baixa, geralmente por serem fabricados em série, onde não é levado em consideração as necessidades individuais de cada pessoa. Necessitando assim, uma ampliação

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do estudo sobre este segmento de mobiliário, visando criação de uma proposta que atenda estas condições.

Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizada uma pesquisa de nível exploratório, a qual segundo Gil (2002) caracteriza-se pelo aperfeiçoamento das ideias ou descobrimento de certas intuições. Nesta etapa foi desenvolvido um estudo bibliográfico e documental que segundo Lakatos e Marconi (2017) é feita com base em textos, livros, artigos científicos enciclopédias, entre outros. Posteriormente foi realizada uma pesquisa de campo, a qual segundo Lakatos e Marconi (2017) consiste na observação de fatos e fenômenos tal como acontecem espontaneamente na coleta de dados a eles referentes e, no registro de variáveis que se presume relevantes para analisá-los. Nesta fase foi elaborado um questionário, que teve como objetivo coletar informações para determinar quais seriam as principais condições deste estudo, apanhando características e requisitos funcionais para o projeto.

Portanto, para o desenvolvimento da metodologia do Projeto da mesa de desenho acessível baseada nos conceitos do design universal, muitos são os fatores envolvidos na identificação das dificuldades acerca da utilização de uma mesa de desenho, o que torna a tarefa mais complexa. Para isso será utilizada a metodologia proposta por Gui Bonsiepe (1984) que tem como base a identificação aprofundada do problema, seguida da realização de análises acerca da questão, para posteriormente elaborar alternativas para uma possível solução e, finalmente executar o projeto para realização de proposta de mesa de desenho acessível.

A estrutura deste trabalho está dividida em 4 capítulos. Sendo o Capítulo 1, a contextualização do trabalho, os objetivos, a justificativa da realização deste estudo e a delimitação de estudo. O capítulo 2, contempla o referencial teórico da pesquisa, onde são abordados todos os temas da pesquisa acerca do design e, a importância da ergonomia na realização do projeto de produtos, como a antropometria auxilia na etapa projetual de um móvel, e, como o design universal gera inclusão social através de um móvel; O referencial teórico teve como escopo o estudo de todos os assuntos que englobam o contexto de uma mesa de desenho direcionando para o tema proposto, tudo isso para a posterior confecção de um mobiliário. Já no capítulo 3, abordou-se a metodologia utilizada para aprofundar o estudo de criação de um novo móvel, ressaltando as técnicas e a forma de construção da pesquisa e apresentação da pesquisa de campo, o projeto desenvolvido, rafes, ilustrações, pranchas técnicas, fotos do mobiliário, além dos resultados das análises e pesquisas de campo realizadas. Por fim, no capítulo 4, serão apresentadas as conclusões, acompanhadas dos anexos e apêndices.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Design

O design é uma área muito abrangente, pois ele pode ser encontrado em diversos locais e das mais diferentes formas, logo, a atividade do design está diretamente ligada ao fato de projetar, criar e desenvolver algo novo, algo que ainda não tenha sido pensado, ou ainda reinventar alguma coisa de modo que, esta passa a satisfazer os novos anseios da sociedade.

Segundo Cardoso (2008) o termo design vem do latim Designare, que significa projetar, abrangendo a significação de atribuir, conceber, designar. Já para Heskett (2008) o design como campo de estudo engloba diversas áreas e possibilidades, sendo um dos aspectos básicos no que diz respeito a um ser humano, pois o design acaba influenciando e interferindo na qualidade de vida das pessoas, buscando sempre aperfeiçoar o meio em que a pessoa vive. Isso acaba afetando tudo e todos, de diferentes formas e aspectos no dia-a-dia dos cidadãos.

Desta forma, o design pode ser entendido como um meio ou uma forma de transmitir uma ideia, um conceito, visando sempre a solução de problemas. Partindo desta perspectiva, Löbach (2001), define o design como sendo um processo de resolução de problemas, o qual atende às relações do homem com o meio onde vive. Dada essa relação do homem com o ambiente em que ele vive, é preciso adaptar e transformar este meio levando em consideração as necessidades específicas de cada usuário.

Acrescentando no contexto do design, ainda nas palavras de Löbach (2001) também deve-se levar em consideração a significação do design através das concepções dos usuários, do fabricante, do crítico e do designer, pois cada um possui uma visão diferente no que diz respeito ao seu significado. O usuário pode não estar ciente sobre o que realmente é design, adquirindo aquilo que necessita sem se interessar pelo significado para o qual o produto foi projetado. O fabricante possui uma visão mais voltada para a área comercial e econômica, vendo o design como uma forma de buscar consumidores e criar valores em cima de um produto para o cliente. Já o crítico vê o design como sendo uma ferramenta voltada à venda e ao capitalismo com a exploração do empregado. Por fim, o designer que vê o design como sendo “um processo de resolução de problemas atendendo às relações do homem com seu ambiente técnico” (LÖBACH, 2001, p. 14).

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Para Gurgel (2014) o design pode ser compreendido pelos usuários de duas maneiras, a primeira por percepção visual, que está relacionada com o desejo do profissional de transmitir uma ideia, e a segunda, pela impressão visual, o modo de como o design será sentido e absorvido, ou seja, se o resultado do projeto é dinâmico. “Chamamos de design a arte de combinar formas, linhas, texturas, luzes e cores para criar um espaço ou objeto que satisfaça três pontos fundamentais: a função, as necessidades objetivas e subjetivas dos usuários e a utilização coerente e harmônica dos materiais. ” (Gurgel, 2014, p. 25).

A criatividade é a alma do design, em todas as etapas do projeto. Para um designer o ato de projetar algo é de fato muito desafiador, porque exige que ele tenha uma bagagem de conhecimento muito grande, pois no mundo atual criar algo completamente “novo” é algo extremamente complicado, já que atualmente o design de um projeto se associa mesmo que indiretamente a algo que já existe, ou ainda, toma algo como referência para desenvolver um projeto novo.

2.2 Design Social

O design é uma atividade de criação e gestão de projeto que pensa nas características exteriores, mas, principalmente na parte estrutural, onde se enquadram a funcionalidade, ergonomia, materiais, conceitos, viabilidade, segurança, entre outros. E todas estas etapas fazem parte de um processo que combina de forma consciente e criativa as inovações tecnológicas e sociais. Como afirma MOURA (2003 apud FRATIN, 2010), design significa:

“Ter e desenvolver um plano, um projeto, significa designar. É trabalhar com a intenção, com o cenário futuro, executando a concepção e o planejamento daquilo que virá a existir. Criar, desenvolver, implantar um projeto – o design – significa pesquisar e trabalhar com referências culturais e estéticas, com o conceito da proposta. É lidar com a forma, com o feitio, com a configuração, a elaboração, o desenvolvimento e o acompanhamento do projeto. ”

A partir disso, chega-se no conceito de que design social, é uma atividade multidisciplinar, que faz uso de vários processos para pôr em prática um projeto que tem sempre como base um determinado grupo social. O design deve interpretar o contexto social onde aquele indivíduo ou grupo estão inseridos, e a partir disto, determinar uma solução ou melhoria no processo para que aquelas pessoas possam ter uma melhoria na qualidade de vida, na inserção no mercado de trabalho e além disso, poder oferecer uma vida realmente digna para elas. Assim como definem PRAHALAD e DRUCKER (2012, apud BESTETTI, 2012).

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“Podemos conceituar, Design Social como um aprimoramento do processo de inovação utilizando-se as ferramentas interdisciplinares de Design, e cujos objetivos podem ser sistematizados da seguinte forma: conscientização social; inserção no mercado; melhoria de processo; desenvolvimento de novos produtos; e valor agregado. Tendo como significado primordial o apelo a responsabilidade social do profissional executor da interferência, bem como o dimensionamento econômico e social do seu trabalho, em âmbitos diversos, tais como Design de produto, de serviços e de sistemas.”

Na atualidade, a sociedade de modo geral está imersa em problemas de ordem global e extremamente complexos, entre estes, a resistência da pobreza e dos agravamentos da exaustão e deterioração do meio-ambiente, envolvendo questões de produção de produtos, consumo, descarte de lixo, educação, acesso a bens de consumo, acesso a informação, bem-estar, democracia, cidadania, entre outros. Tendo em vista estes fatores, nos parece mais do que justificável, uma preocupação maior, com uma visão ampla e sistêmica sobre as práticas de um design social.

Portanto, o design está diretamente ligado com o ser humano, com os objetos que ele utiliza e o ambiente social em que está inserido, o homem por ser um ser que está em constante evolução, busca sempre aprimorar os objetos ou meios onde vive para as necessidades novas que vão surgindo.

No momento em que o design passa a buscar soluções para problemas sociais, sejam eles econômicos ou culturais, passa a ser um design consciente de sua responsabilidade de resultar em melhoria na qualidade de vida da sociedade. É preciso que o design atenda às necessidades reais que vão desde a baixa-renda até as necessidades especiais, sem deixar de considerar os requisitos ergonômicos, simbólicos, técnicos e estéticos do desenvolvimento do produto. (DIERINGS, 2014, p20).

A grande maioria dos projetos sociais envolvendo o design como principal agente de inovação, são realizados em escalas menores, para assim limitarem o público alvo e, testarem sua viabilidade, porém, aumentam ao máximo a função dos produtos com a tecnologia adequada para cada produto. Num projeto que tem a diretriz social como base, os fatores da usabilidade e de ergonomia são muito importantes, pois abrangem o grupo social de uma forma que eleva a autoestima das pessoas e as caraterísticas biomecânicas sejam contempladas da melhor forma possível. O design sempre aplica uma metodologia que visa a solução dos problemas sociais, levando em conta a questão financeira para a realização do projeto.

No presente estudo, o design social será motivado pelas necessidades que as pessoas possuem, englobando principalmente aqueles que possuem deficiências físicas e dificuldades de locomoção, especialmente cadeirantes, o que nos faz pensar sobre como estes indivíduos enfrentam dificuldades em utilizar mesas de desenho projetadas para pessoas que não possuem

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deficiência, onde estas mesas mal contemplam as necessidades das pessoas que não possuem nenhum tipo de deficiência física. Então, isto nos faz refletir que as especialidades e necessidades destes indivíduos são um dever ético e moral do design, já que o mesmo engloba o desenvolvimento de produtos, mobiliários e tecnologias, que podem e devem ser criadas para proporcionar uma maior usabilidade.

O design de móveis é uma vertente do design, voltado especificamente para o mercado consumidor, e este sempre busca satisfazer todos os desejos e anseios que o público tenha, e tudo isso geralmente em uma grande escala de produção. Ainda assim, o design de móveis pode ser pensado socialmente e utilizado como um meio de inclusão social. A relação entre o homem e o mobiliário, ou qualquer outro produto, precisa de estudos técnicos e específicos que sempre levam em consideração a preferência pessoal do indivíduo, mas principalmente a antropometria, a ergonomia e a funcionalidade do produto, para que assim cada pessoa portadora de deficiência física e com necessidade de uso da cadeira de rodas, possa utilizar um móvel da mesma maneira que uma pessoa sem necessidade especial a utiliza.

2.3 Design de Produto

Dentro do design, podemos salientar a importância de uma área que está inserida nele: o design industrial, que conforme Platcheck (2012), pode ser definido como o desenvolvimento de novos produtos industriais, os quais passam a serem produzidos em larga escala, o desenvolvimento neste sentindo em termos tecnológicos, estéticos, funcionais, mercadológicos e de produção.

No mercado atual, o design é utilizado como um diferencial competitivo entre as grandes empresas, gerando assim, uma diferenciação dos produtos e da qualidade dos mesmos, tornando-se um diferencial estético, funcional, ergonômico, social, entre outros, além de tornar o produto um meio para que a pessoa que o adquire obtenha um status social. Segundo Löbach (2001). Um produto industrial carrega consigo um significado, o qual diz muito sobre os hábitos e costumes das pessoas que compram este produto.

Design é a visualização criativa e sistemática dos processos de interação e das

mensagens de diferentes atores sociais; é a visualização criativa e sistemática das diferentes funções de objetos de uso e sua adequação às necessidades dos usuários ou aos efeitos sobre os receptores. (SCHNEIDER, 2010, p. 197)

A contribuição do design entre outras, na criação de produtos representa qualidade e produtibilidade, mas além disso, apresenta-se na forma industrial como sinônimo de “bem feito”, sendo uma parte fundamental no processo produtivo. Segundo Blume e Ledermann

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(2009) o design contribui tanto para a utilidade, funcionalidade e desempenho, quanto para a aparência do produto.

A solução de problemas a partir do design, sempre visa facilitar a utilização de produtos, e está diretamente relacionada com o design de produtos, sendo que o mesmo depende do contentamento e satisfação dos consumidores para obterem resultados concretos. Para Gomes Filho (2006), significa em última instância, proporcionar ao usuário segurança, conforto e eficácia na utilização do produto, aliados de preferência aos fatores conceituais de simplicidade.

Para Martins (2004), o design de produto é um conhecimento mais próximo do saber do engenheiro do que particularmente do designer, pois este visa elaborar uma solução puramente original, vinda particularmente da engenharia mecânica. Partindo deste conceito, a concepção do design de produto vai mais além do que a parte estética e passa para a parte funcional, onde o produto é projetado para ser fabricado da maneira mais fácil e barata possível, para que este possa se tornar mais competitivo no mercado.

O fator mais importante na hora de projetar um produto novo segundo Baxter (2011) é que este novo produto tenha uma ligeira diferenciação em relação a seus principais concorrentes no mercado e, também que este apresente características valorizadas pelos consumidores, pois um produto com melhores qualidades chama mais a atenção do consumidor, o que aumenta relativamente a chance de venda comparado a outro produto com menos qualidades, ou que chame menos a atenção dos consumidores.

No âmbito produtivo de forma estética, os produtos seguem uma constante transformação para atender as novas exigências dos consumidores de forma a satisfazer todas as necessidades, podendo estas necessidades serem um fator que motive o designer a pensar de forma social, de modo a propor produtos que satisfaçam a maioria das pessoas, e isto inclui aquelas que possuem alguma dificuldade ou necessidade específica. No presente estudo, o design de produto será movido pela necessidade de criação de um produto que contemple os aspectos de produção, que viabilize a sua produção em larga escala e que o mesmo possa atender as diferentes necessidades das pessoas que vão utilizar a mesa de desenho, sendo elas pessoas portadoras ou não de necessidades especiais.

2.4 Mobiliário

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categorias: os produtos de consumo, os produtos para uso individual, os produtos para de determinados grupos e os produtos para uso indireto. Estas divisões são resultantes de observações realizadas entre a interação do usuário com o produto. Löbach aponta as principais questões que devem ser levadas em consideração para realizar esta divisão, são elas: o modo como acontece o processo de uso do produto, o significado que o produto possui para o usuário, quantas pessoas utilizam e, se o produto é de uso individual ou coletivo.

O primeiro grupo são os produtos de consumo, produtos estes, que são descartados após o uso, como produtos alimentícios e de higiene pessoal, estes produtos, satisfazem uma necessidade fundamental do homem. O segundo grupo são os produtos para uso individual, os quais são fabricados especificamente para uma pessoa, um exemplo é um óculos de grau, pois este é fabricado de acordo ao tamanho do usuário e ao grau de miopia. O terceiro grupo são os de produtos fabricados para determinados grupos de pessoas, neste grupo está incluído o mobiliário, um exemplo disso, são os móveis de uma cozinha, pois estes podem ser utilizados por toda a família, ou ainda os móveis de um escritório que são utilizados por todos que trabalham nele, o último grupo, são os produtos de uso indireto, estes que muitas vezes os usuários não tem contato direto, porém, necessitam deles no dia-a-dia, como é o caso da turbina de geração de energia elétrica, onde o usuário não tem contanto direto, mas utiliza a energia dentro de sua casa. (LÖBACH, 2001)

O mobiliário surge em sua maioria como um produto de uso para determinados grupos de pessoas (LÖBACH, 2001), e servem para atender as mais variadas necessidades humanas encontradas no cotidiano. O mobiliário pode ter várias funções e não servir somente como um produto estético. Segundo Pinheiro e Crivelaro (2015):

O mobiliário representa a cultura de uma civilização, além de sua utilidade funcional, ele comunica um estilo de vida e de poder. Suas dimensões e acabamentos são características únicas, as quais representam as classes sociais das civilizações na linha de suas histórias (PINHEIRO e CRIVELARO, 2015, p. 98)

Como salientam Pinheiro e Crivelaro (2015), Mobiliário é denominado um conjunto de móveis, objetos e equipamentos que sustentam o corpo humano, tais como cadeiras e camas. Móveis também servem para armazenar objetos ou apoiar objetos sobre eles. Os móveis facilitam as tarefas do dia a dia das pessoas e possuem uma função simbólica, pois, além de serem utilizados como itens funcionais, servem como objetos decorativos em um ambiente e também representam um status social do seu proprietário.

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grupos, aquele mencionado anteriormente, que serve para saciar as necessidades humanas encontradas no dia a dia. Um móvel pode ter diversas utilidades e atender a várias necessidades que o usuário possa ter. Como afirmam Booth e Plunkett (2015), o mobiliário exerce um papel fundamental e provavelmente o mais importante no aperfeiçoamento de novas instalações e na interação física entre os elementos e seus usuários, tendo que cumprir as funções práticas para as quais foi projetado e dar suporte as atividades humanas sem comprometer a eficácia ou o seu conforto.

Booth e Plunkett (2015), complementam que o mobiliário, além de cumprir as funções para as quais foi projetado, deve atender aos requisitos estéticos do usuário, independentemente das funções que vai exercer, porém, deve se levar em consideração que a forma do mobiliário deve ser determinada pela função que o mesmo terá, para que este não se torne um objeto obsoleto, como os autores explicam nas próprias palavras “As cadeiras devem servir para sentar. Os tampos das mesas devem ser horizontais. As dimensões serão determinadas pelas limitações do corpo humano, e os materiais, pelos diferentes graus de uso e abuso a que estiverem sujeitos” (BOOTH, PLUNKET, 2015, p. 6).

Além de toda a parte funcional que o mobiliário possui, ele também traz consigo um legado histórico, pois a partir do momento em que o homem deixa de ser nômade para passar a viver em um local definido, ele passa a sentir a necessidade de ter objetos tanto funcionais, quanto estéticos dentro de sua casa. Conforme afirmam os autores Pinheiro e Crivelaro (2015), a história dos móveis tem início no momento em que o homem deixa de ser nômade e passa a habitar um local fixo e a partir daí, começa a fabricar os próprios móveis.

2.4.1 Tipos de Mobiliário

Os mobiliários podem ser divididos em várias categorias, Booth e Plunkett (2015), dividem os móveis em três categorias principais, os móveis para pronta entrega, os móveis feitos sob medida e, os móveis com design especial.

Os móveis para pronta entrega, são facilmente encontrados em lojas do ramo, geralmente são produtos que já vem montados e não precisam de um montador especializado para montá-los. Este tipo de mobiliário caracteriza-se por ser projetado para atender as características gerais da população, esta categoria não visa muito satisfazer as necessidades específicas vindas de um usuário singular. Um aspecto que diferencia esta categoria para as

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demais é que os móveis a pronta entrega geralmente são produzidos em grande escala. Esta categoria tende a ter um valor comercial mais baixo, por ser produzido em grandes quantidades, o que reduz seu custo, e faz com que seja um produto mais competitivo no mercado de móveis atualmente (figura 1).

Figura 1- Aparador Delta OAK TIV branco

Fonte: ETNA Comércio de Móveis e Artigos para Decoração S.A. (2019)

Por estes motivos os móveis seriados ou de pronta entrega tendem a ser mais comprados pela maioria da população, por terem valores mais acessíveis. Neste caso, as empresas que fabricam este tipo de mobiliário conseguem arcar com mais facilidade a prototipagem dos móveis (BOOTH, PLUNKET, 2015). Nesta categoria de móveis é mais improvável que se encontram características pessoais, pois estes móveis são feitos para a população em geral, sendo assim, sua finalidade é atrair o maior número de pessoas possível. Desta forma, o designer tem como papel projetar um móvel que agrade o maior número de pessoas possível, resolvendo da melhor maneira requisitos de estética e conforto.

Assim como descreve Carpes Júnior (2014), o projeto de um produto voltado a produtibilidade em grande escala determina que este seja orientado para a diminuição de custos, a fácil fabricação e montagem, porém, isto exige processos que muitas vezes podem não ser

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fáceis de serem executados. Löbach (2001) explica também que produtos fabricados em grandes quantidades muitas vezes não conseguem atender as necessidades individuais do usuário, onde o produto artesanal possui uma enorme vantagem por atender as necessidades específicas do mesmo. Desta forma, para realizar o projeto de um produto que será produzido em grandes quantidades, é necessário um conhecimento aprofundado sobre o público alvo deste produto, pesquisando o comportamento, o poder aquisitivo, entre outros, dos futuros usuários, para que este consiga satisfazer as exigências do maior número de pessoas possível.

A segunda categoria de móveis caracterizada por Booth e Plunkett (2015) é a de móveis sob medida, esta classe busca atender a algumas necessidades específicas dos usuários, as quais os compradores geralmente não encontram em móveis a pronta entrega. Estes são os maiores benefícios de se adquirir um móvel deste tipo, pois assim ele será adequado para atender todas as exigências do usuário ou de um determinado grupo de usuários. Além de que, ao comprar este tipo de móvel o consumidor terá a opção de adequá-lo ao espaço que possui, de modo que ao se projetar um móvel sob medida, este será adequado nas dimensões que o cliente decidir, também poderá escolher todos os materiais e acabamentos do móvel, o que fará com que ele atenda aos requisitos do cliente da melhor forma possível, e ainda se torne uma peça única dentro do ambiente (figura 2).

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Fonte: Engster Móveis (2019)

Booth e Plunkett (2015) ainda salientam que nos móveis sob medida, existem questões que podem afetar o projeto inicial e causar alterações no mesmo. Além da atividade que será desempenhada no móvel, existem todas as particularidades do ambiente onde o mesmo será instalado, como por exemplo as dimensões do ambiente, pontos elétricos e hidráulicos entre outros. Desta forma, é de suma importância que o projetista se atente a todos estes detalhes na hora de projetar o móvel sob medida para que este se adeque da melhor maneira possível ao ambiente.

Contudo esta categoria de mobiliário tende a ter um preço mais elevado, devido ao seu processo de fabricação, pois diferente do móvel a pronta entrega, o móvel sob medida requer mais atenção e cuidado na fabricação, isso porque ele deve ser fabricado obedecendo as medidas de cada ambiente e estas, variam de projeto para projeto. Outro fator que encarece o valor do móvel sob medida, é o projeto, pois para cada cliente é feito um projeto novo e único, o que demanda mais tempo do projetista, diferente do móvel a pronta entrega, onde o projeto é realizado somente uma vez e são fabricados milhares de unidades.

A terceira categoria definida por Booth e Plunkett (2015) é a dos móveis com design especial ou com design assinado, esta classe do mobiliário é caracterizada por ser diferenciada das demais, pois todo móvel com design especial é criado a partir de um minucioso estudo feito sobre o design e a ergonomia do ambiente onde será instalado este móvel. Esta categoria do mobiliário exige muito mais do designer, pois ele deve buscar inspirações, ideias e referências para criar o móvel, e posteriormente contratar um artesão para fabricar o mesmo, sendo que na maioria das vezes estes móveis são mais complexos em suas formas e materiais, o que exige mais da parte de um artesão do que realmente um marceneiro (figura 3). Como ressaltam Borges; Cardoso e Herkenhoff (2013) habitualmente um designer tende a pensar de modo mais restrito, porém, no caso de um móvel, ele deve apoderar-se de todo conteúdo possível e, a partir disto, criar parâmetros imutáveis para a realização do projeto, seguindo desta maneira, a possibilidade de criação de um móvel único e diferenciado e maior.

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Figura 3 - Cadeira Ipanema: design por Guto Indio da Costa

Fonte: MUMA (2019)

Entretanto, neste tipo de móvel, devido ao seu processo projetual ser um fator crucial e determinante para o seu sucesso, o seu valor de mercado é um dos mais altos dentro das categorias do mobiliário. Outro fator que contribui para o aumento dos custos do produto é a manufatura, pois, em sua maioria, são produzidos manualmente por artesãos, um processo que leva mais tempo do que o mobiliário seriado, além de não serem fabricadas muitas unidades, o que torna este um móvel especial e diferenciado.

2.4.2 Mobiliário Acessível

De acordo com Simões (2007) o termo Design Inclusivo, compreende a concepção e o desenvolvimento de ambientes e produtos que possibilitam o seu uso por pessoas de diferentes capacidades físicas, contribuíndo assim para a inclusão social e a não discriminação de pessoas com necessidades especiais. Desta forma auxilia e proporciona mais independência e liberdade às pessoas com deficiências físicas, visando sempre explorar ao máximo a usabilidade e a ergonomia, para que assim estes produtos e ambientes possam satisfazer a maior parcela da população.

A criação de produtos centrados no conceito de design universal vem se tornando uma exigência no mercado da arquitetura e do design, estes diretamente ligados a produção

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moveleira. Em projetos de ambientes corporativos e comerciais os espaços vêm evoluindo e se tornando cada vez mais acessíveis a públicos com diferentes necessidades, e esta evolução inclui a área do mobiliário que por sua vez, deve acompanhar estas mudanças, se reinventando quanto aos tipos de materiais que são utilizados, os processos de fabricação e, principalmente o design destes móveis.

Os projetos de mobiliários comprometidos em proporcionar soluções de acessibilidade baseados em conceitos do design universal, contam com o auxílio de tecnologias modernas, como materiais, ferragens, processos de fabricação e montagem, tudo isso para proporcionar mais conforto, segurança e usabilidade para as pessoas portadoras de deficiências físicas e dificuldades para locomoção. O mobiliário acessível vem se tornando uma condição de extrema importância no âmbito das moradias construídas através de financiamentos do governo, como afirmam Neris e De Lima (2014, p. 4):

É importante ressaltar a responsabilidade conjunta entre os entes federados no sentido de impulsionar a equiparação de oportunidades, por meio de políticas públicas que preparem equipamentos utilizáveis por todas as pessoas, além de disponibilizar os meios necessários para que os direitos sejam efetivos, respeitando-se as especificidades das pessoas com deficiência e garantir a efetividade da liberdade de escolha de movimentação ou de moradia.

A partir disto, pode-se definir mobiliário acessível todo aquele móvel que seja concebido a partir do conceito do design universal e que sua utilização possa ser realizada pela grande maioria das pessoas, independentemente de alguma deficiência física ou problema de locomoção, tornando o móvel um agente que promove a inclusão social. Assim como contextualizam Booth e Plunkett (2015) o estabelecimento que possuir mesas com regulagem de altura, e que possam ser ajustadas facilmente, não precisará adaptar-se a portadores de deficiência física que utilizem cadeiras de rodas, já que eles poderão ajustar as mesas que utilizarem e desfrutar desse espaço e poderão posicionar suas cadeiras de rodas de modo que fique mais confortável.

Apesar do mercado de mobiliário acessível apresentar-se bem desenvolvido tecnologicamente, ainda não consegue suprir todas as necessidades de grande parte da população, pois a maioria do mobiliário encontrado atualmente no mercado mostra-se somente acessível a alguns tipos de necessidades físicas que as pessoas possam ter (figura 4), mesa que foi desenvolvida pela empresa Civian, atende somente as necessidades de cadeirantes, pois em sua configuração possui o tampo com recorte frontal para que a mesa se envolva no usuário e possui ainda um sistema de regulagem complexo, o qual o cadeirante não consegue ajustar sem

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o auxílio de outra pessoa.

Figura 4 - Mesa adaptada para cadeirantes

Fonte: CIVIAN (2019)

Pode-se destacar também a existência de alguns móveis que possuem um sistema de regulagem mais complexo, o que permite uma maior comodidade para o usuário, como é o caso da mesa escolar adaptada, fabricada pela Fisiobras (figuras 5 e 6). Esta mesa se destaca pela possibilidade de ser regulada de diversas formas, pois podem ser ajustadas a altura do tampo e a sua inclinação, o que permite uma vasta gama de posições e possibilita atender de forma mais confortável as necessidades de um maior número de pessoas.

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Fonte: Fisiobras (2019)

Figura 6 - Mesa escolar adaptada junto da cadeira de rodas

Fonte: Fisiobras (2019)

Entretanto, este tipo de móvel tende a ser menos procurado pelo público, pois somente uma parcela menor da população necessita e procura por este tipo de mobiliário, outro fator que também influencia na hora da compra, é que esta categoria de mobiliário tende a ter um valor comercial mais alto em relação a outros tipos de móveis, por serem produzidos com um número maior de regulagens e, geralmente possuem formas mais complexas para poder atender as necessidades do usuário com alguma necessidade especial, o que contribui para o aumento dos custos de produção. Outro fator determinante para o custo, é o projeto, pois necessita-se de muito mais tempo para desenvolver um projeto para este fim, pois há uma necessidade muito maior de estudo do problema e coleta de informações antropométricas para se projetar o móvel deste tipo.

2.4.3 Tendências para Mobiliário

(CALDAS, 2004, p.25) A tendência nada mais é que uma espécie de desejo que as pessoas possuem em saber o que vai acontecer num futuro próximo, onde a psicologia trata

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como “orientação das necessidades individuais em direção a um, ou vários objetos que possam satisfazê-la”. O autor explica que uma tendência surge através de uma profunda observação do comportamento, gostos, e o caminho de consumo. Segundo ele há tendência para praticamente tudo em que o ser humano interage, desde o modo de pensar até o que ele vai vestir.

Numa sociedade cada vez mais heterogênea e complexa quanto a sua população, é fundamental fazer previsões e planejamentos sobre o futuro, obtendo assim experiências e dominando as mudanças. Para Oliveira (2006) compreender as tendências de mercado é antes de tudo ter um olhar amadurecido para o futuro, munindo-se de observações minuciosas, pois estas delineações podem influenciar desde uma pessoa singular até um grupo maior de pessoas.

Para Kotler (1998) tendência pode ser definida como uma orientação, ou um processo ininterrupto que acontece em um momento específico e que pode assegurar uma certa durabilidade. Tendências podem ser encontradas em diversas áreas, como a moda, o mobiliário em cores, até mesmo em questões comportamentais da sociedade. Maradei (2018) destaca que a tendência é um reflexo do humor e das demandas que uma sociedade possui, pois, fugir delas é praticamente impossível, porém, saber lidar com elas, é um fator determinante para o sucesso.

Pode-se dizer então, que tendência é um estilo, um costume ou uma preferência, que pode variar de época para época e que pode ser antecipada dependendo do sucesso de um produto. Por este motivo, se faz necessária e fundamental uma análise de tendências antes da realização do projeto, pretendendo assim, analisar as mudanças que podem ocorrer no cenário social e comercial para que se possa ajustar o projeto e evitar que o produto seja refutado pelos compradores.

2.4.3.1 Tendências em materiais

Segundo Maradei (2018) uma tendência para a fabricação de móveis é a utilização de materiais sustentáveis, como fibras, madeiras e cerâmicas, por serem materiais que apresentam muitas virtudes em sua utilização, em razão de que são materiais renováveis e seu processo de produção causa menos impactos ao meio ambiente comparado a outros materiais. Outro fator que põe em alta o uso destes materiais, é seu emprego estético, pois materiais sustentáveis trazem um aspecto confortável e mais elegante ao móvel em si e, ainda remetem à natureza, trazendo assim um ar de tranquilidade e aconchego ao espaço onde são utilizados, como se pode observar na (figura 7), mesa de jantar, fabricada a partir de madeira de reflorestamento e fibras

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naturais.

Figura 7 - Mesa de Jantar Sustentável

Fonte: Iaza Móveis de Madeira (2019)

Outro material que continua tendo muito destaque no mercado dos móveis, segundo a Conexão Decor (2019), é a madeira, mas principalmente a madeira de demolição, porque esta serve como um elemento coringa para qualquer ambiente, pois a madeira traz um charme e uma sensação de aconchego, o que faz com que muitos arquitetos e designers a usam em projetos residenciais. Como podemos ver na (figura 8), o Aparador Alabama, confeccionado com madeira de demolição em seu tampo e estrutura em aço.

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Fonte: Terra Àsia (2019)

Conforme Marelli (2018) um aspecto que vem com muita força para o mercado moveleiro no ano de 2019 é o conceito de design minimalista, ligado a preocupação com o meio ambiente, utilizando assim materiais que tenham uma durabilidade maior, ocupem pouco espaço físico e que possam utilizar diversos acabamentos, como é o caso do metal. Marelli ainda afirma que, o metal em perfis tubulares voltará a ganhar espaço dentro do mercado moveleiro, pois a sua praticidade e versatilidade são qualidades encontradas em poucos materiais similares, como pode-se ver na (figura 9)

Figura 9 - Estante feita com perfil tubular de aço

Fonte: Leen Bakker (2019)

2.4.3.2 Tendências em Cores

(IIDA, 2005, p. 476) “Cor é uma resposta subjetiva a um estímulo luminoso, que penetra nos olhos. O olho é um aparelho integrador de estímulos. Ele nunca percebe um estímulo isolado, mas um conjunto de estímulos simultâneos e complexos, que interagem entre si, formando uma imagem. ” O homem pode esboçar várias reações ao ter contato com as cores, sendo que elas podem influenciar no humor, na produtividade e na qualidade do trabalho. As cores também podem representar diversas coisas, como as estações do ano, sentimentos e

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características sobre algum produto.

O instituto Pantone apresenta anualmente a cor que será tendência no ano seguinte. Em 2018, a cor escolhida foi a Ultra Violet (figura 10), conforme Pantone (2019), um tom de roxo enigmático e misterioso que remte à criatividade e à imaginação. Já neste ano, a cor escolhida foi a Living Coral (figura 11), de acordo com Pantone (2019), um tom nude animado e cheio de vida que irradia a familiaridade. Segundo o próprio instituto, a ideia de trazer a cor do ano é desprender o pensamento das pessoas do tradicional, trazendo cores novas com matizes harmonizadas no intuito de que o consumidor busque novas direções.

Figura 10 - Ultra Violet cor Pantone 2018

Fonte: Pantone (2019)

Figura 11 - Living Coral cor Pantone 2019

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Como afirma Oliveira (2017), o estudo que é realizado para a escolha das tonalidades de uma estação ou até mesmo um ano, leva em consideração tudo de mais expressivo que é apresentado nas passarelas, cinema, teatro, televisão e até mesmo nas comidas. Além destes fatores, o instituto Pantone busca sempre avaliar o poder de consumo da população mundial antes de definir a sua cor do ano.

Segundo Kreutzer (2018) é difícil escolher uma cor para definir uma tendência, ainda mais difícil, é escolher várias cores para definir uma estação ou um ano, pois as cores nunca são as mesmas, é sempre uma nova experiência, porque tudo pode influenciar a “nova” cor, desde contextos sociais, questões ambientais, políticas e principalmente a ideologia da sociedade. Seixas (2018) afirma que a cor do ano definida por Pantone, vem como uma orientação ou como uma base para definir as tendências daquele ano, pois a partir desta cor são criadas texturas para Medium Density Fiberboar (MDF), papéis de parede, tintas, materiais sintéticos similares a granito, entre outros. Desta forma, pode-se observar que o instituto Pantone influencia quase todos os mercados que vendem algum tipo de produto, o que não seria diferente no caso do mercado de móveis.

2.4.3.3 Tendências em Acabamentos

(LESKO, 2012, p.149) “Acabamentos e revestimentos são importantes, pois a aparência do produto é uma das responsabilidades do designer industrial. Aparência, forma e acabamentos são aspectos determinantes de um produto. A aparência pode desempenhar um papel decisivo no sucesso ou fracasso de um produto, seja no mercado industrial ou no varejo. ”

Conforme explica Lima (2006) para realizar acabamentos em produtos com superfícies planas, podem ser utilizados materiais de melamina, Politereftalato de etila (PET), Policloreto de Vinila (PVC), acabamentos líquidos, entre outros, os quais podem ser aplicados sobre a superfície depois do processo de fabricação do móvel. Segundo De Paula (2019) um material que vem com uma forte tendência para acabamentos de móveis de primeira linha é o Corian, material sintético que pode ser aplicado em superfícies sólidas, desenvolvido pela empresa Dupont. O Corian é composto por resina acrílica e hidróxido de aluminío, este acabamento é basicamente uma resina maleável que pode ser utilizada em qualquer superfície, independente do material da mesma. O Corian é aplicado em uma superfície a partir de um processo de termo moldagem.

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O Corian vem sendo bastante utilizado em projetos de designers e arquitetos, por possuir uma grande versatilidade e variedade de cores translúcidas e opacas. Ele é principalmente utilizado em bancadas de cozinhas e revestimentos de balcões, pois sua camada repele a água, projeta o móvel contra o mofo, não amarela e não causa emendas na superfície. A intenção de utilizar-se este acabamento na fabricação de móveis é a sua durabilidade, pois ele pode ser utilizado desde a fabricação da estrutura, até o acabamento em tampos e superfícies molhadas, pois atualmente a Dupont vende o Corian de duas formas: a chapa sólida e a resina líquida, a qual é mais utilizada para fazer alguns detalhes dentro dos projetos, pois como o Corian é um produto importado, possui um alto valor de mercado, o que o torna acessível somente a uma pequena parcela da população.

Conforme a Avitá (2019) uma grande vantagem do Corian é que ele pode ser reparável se houverem avarias na sua superfície, a partir de um simples processo de abrasão da superfície onde ele já está aplicado e, a aplicação de uma nova camada, a qual pode ser aplicada com um rolo ou com pincel. Como o Corian é autonivelante, ele torna-se um acabamento de fácil aplicação, (figuras 12 e 13).

Figura 12 - Mesa com acabamento em Corian Branco

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Figura 13 - Bancada com acabamento em Corian Branco e Laranja

Fonte: Avitá (2019)

Segundo a designer Elizabeth Lawson (2017) uma forte tendência em acabamentos para os próximos anos, é a utilização de Bronze e acabamentos em cores acetinadas para o desenvolvimento de móveis e ambientes, pois segundo Lawson o bronze e as cores acetinadas trazem novamente à tona uma tendência que já havia sido utilizada no final dos anos 1990. Estes acabamentos possuem a capacidade de trazer brilho, charme e elegância para os ambientes.

O cobre e acabamentos acetinados podem ser utilizados de diversas formas dentro de um ambiente, afirma Lawson (2017), pois o seu uso é momentâneo e pode complementar diversos estilos e leiautes dentro de um ambiente, como pode-se perceber na (figura 14), cozinha na cor preta com acabamento acetinado e puxadores de bronze, projetada por Elizabeth Lawson.

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Figura 14 - Cozinha na cor preto acetinado com puxadores em bronze

Fonte: Elizabeth Lawson Design (2019)

Outro acabamento que vem tomando bastante espaço no mercado de móveis segundo a Habitus Brasil (2017) é o Rauviso, um acabamento em forma de lâmina de polímero fabricado pela REHAU, este acabamento consiste em uma lâmina de 2 ou 4 milímetros de espessura e pode ser adquirido em forma de lâmina individual, ou já prensado a um painel de MDF. Segundo a REHAU (2019) atualmente é o que há de mais moderno em acabamento para móveis, pois o Rauvisio é totalmente flexível, anti-riscos, possui somente a metade do peso comparado ao vidro incolor tradicional e a empresa garante uma durabilidade de 20 anos contra raios UV.

O Rauvisio pode ser encontrado em diversas cores e em dois tipos de acabamentos, o alto brilho (figura 15) e o fosco (figura 16), este acabamento laminado vem se tornando destaque nos projetos de interiores e móveis, por ser um produto singular, pois possui uma qualidade superior a qualquer outro acabamento encontrado no mercado. A intenção de se utilizar este acabamento na fabricação de móveis é a durabilidade, devido a sua matéria prima ser um polímero, a sua vida útil é maior comparada a outros tipos de materiais, o que viabiliza mais a sua utilização, porém, é um produto que tem um valor de mercado mais elevado, sendo

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um dos acabamentos mais caros na área de móveis atualmente (figura 17). Outro fator que contribui para o seu valor elevado, deve-se pelo fato de ser um produto patenteado pela REHAU e ainda não existirem lojas que vendem no Brasil, sendo possível adquirí-lo somente através de importação.

Figura 15 - Amostras de Rauvisio alto brilho

Fonte: REHAU (2019)

Figura 16 - Amostras de Rauvisio fosco

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Figura 17 - Cozinha fabricada com Rauvisio na cor Sky

Fonte: REHAU (2019)

2.5 Ergonomia

A ergonomia é uma área de estudo que tem como propósito adaptar e organizar da melhor forma possível ambientes, produtos e sistemas de modo a tornar viável a sua utilização por usuários, visando sempre adaptar o ambiente, produto ou sistema às necessidades e limitações de cada pessoa. Segundo a Abergo (2019) a definição de ergonomia é:

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.

A ergonomia tem como foco dos seus estudos, o homem, e a partir deste, são desenvolvidos produtos, postos de trabalho e sistemas organizacionais, visando reduzir os perigos e prevenir acidentes. Para CORMICK (2001 apud FLORES, 2001, p.17) “A ergonomia tem como foco central os fatores humanos e se refere a consideração dos seres humanos no

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projeto de objetos, meios de trabalho e ambientes onde o homem atua para desempenhar atividades vitais no seu dia a dia.”

Segundo Iida (2005), a ergonomia surgiu após a Segunda Grande Guerra, como uma consequência de um longo trabalho realizado por vários profissionais de diversas áreas, como engenheiros, fisiologistas, psicólogos entre outros. Porém, naquela época era um estudo mais voltado à parte física da ergonomia, pois esta era utilizada para desenvolver armas que fossem de uma empunhadura confortável e manuseio mais fácil durante o combate. Mas ao longo dos anos, este conceito foi evoluindo, e hoje existem diversas áreas onde pode ser aplicada a ergonomia. Conforme Iida (2005) existem três grandes áreas de atuação da ergonomia.

A primeira área de atuação da ergonomia é a ergonomia física, a qual segundo Iida (2005), se ocupa das características da anatomia humana, antropometria e biomecânica relacionadas com a atividade física. Esta área estuda todas as questões que abrangem fatores biomecânicos do ser humano no trabalho, o manuseio de materiais, movimentos repetitivos, postos de trabalho e, principalmente a segurança do trabalhador.

A segunda área de atuação é a da ergonomia cognitiva, conforme Iida (2005) esta área estuda os fatores psicossociais, como a memória, o raciocínio, a percepção e a resposta motora, todos estes relacionados a interações entre o usuário e o objeto com o qual ele se relaciona, o local onde ele trabalha ou complexos postos de trabalho que exigem grande esforço cognitivo para serem operados.

A terceira área de atuação e uma das mais importantes, segunda Iida (2005) é a área da ergonomia organizacional, onde esta abrange a otimização dos sistemas sócio-técnicos, ocupando-se de estruturas organizacionais, políticas e processos produtivos. Esta área engloba projetos de trabalho, programação de trabalho em grupo, projeto participativo, cultura organizacional e gestão de qualidade.

A ergonomia é um campo que estuda todas as condições onde o homem necessita estar para realizar determinada atividade e as interações que o mesmo precisa exercer, e como estas atividades podem ser ajustadas de modo a diminuir o cansaço, fadiga, estresse, erros e acidentes advindos das atividades desempenhadas pelo homem.

A ergonomia estuda diversos fatores que influem no desempenho do sistema produtivo e procura reduzir as suas consequências nocivas sobre o trabalhador. Assim, ela procura reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes, proporcionando segurança, satisfação e

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saúde aos trabalhadores, durante o seu relacionamento com o sistema produtivo. (IIDA, 2005, p. 3).

Assim, a ergonomia passou a colaborar para o atendimento das necessidades da sociedade em geral, até as tarefas do dia-a-dia das pessoas. Os usuários vão se tornando cada vez mais exigentes e procuram constantemente produtos adaptados às suas necessidades e que tenham um bom preço, boa qualidade e que sejam seguros para o manuseio.

Gomes Filho (2003) elaborou um sistema de leitura ergonômica muito eficaz na elaboração de novos produtos, ou até na adequação de produtos já existentes. No entanto, a primeira etapa deste sistema apresenta-se mais explicada e bem definida para a utilização na área do mobiliário. Os Fatores Ergonômicos Básicos (FEB), são três blocos principais, de modo que as análises realizadas em cada um tenham assuntos e temas semelhantes entre si: os requisitos projetuais, as ações de manejo e as ações de percepção. Estes três itens estão inseridos nos demais campos conceituais.

O primeiro bloco refere-se aos requisitos projetuais. Estes são todas as características almejadas no produto que está sendo concebido, sendo esta, uma das partes mais importantes na fase de criação, subdividida em tarefa, segurança, conforto, estereótipo popular, envoltório de alcances físicos, postura, aplicação de força, e materiais. O segundo bloco compreende as ações físicas relacionadas ao manuseio dos produtos, também chamada de ações de manejo, esta é subdividida em limpeza, manuseio operacional, manutenção e arranjo espacial. (GOMES FILHO, 2003).

No terceiro e último bloco, são observadas as sensações cognitivas, isto é, elementos projetuais que transmitem ao usuário alguma informação ou estímulo. Estes elementos são relacionados ao contraste, clareza, localização adequada das imagens ou textos, sons ou superfícies. Estão subdivididos em auditivo, cinestésico, visual, tátil e vibração. Gomes filho (2003) salienta que estes fatores quando mal projetados podem resultar em vários problemas, sendo capaz de influir na segurança do usuário durante a utilização do produto.

Gomes Filho (2003) define postos de trabalho como locais onde são praticadas atividades domésticas, culturais e de lazer, locais estes, onde geralmente estão inseridos os mobiliários. Móveis onde são realizadas tarefas apresentam como fator principal, o conforto do usuário e a aplicação da ergonomia, pois não há como projetar um móvel sem ser realizado um estudo aprofundado dos dados antropométricos dos usuários.Direcionando para este trabalho,

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busca-se adequar da melhor forma possível uma mesa de desenho de modo que o usuário sinta-se o mais confortável possível, reduzindo assim, a fadiga e o estressinta-se ao utilizá-la.

2.5.1 Antropometria

A principal aplicação da ergonomia na área de mobiliário se dá através do uso da antropometria e da tomada de dados antropométricos, que conforme Lawson (2013) estabelece as medidas do mobiliário e da ergonomia em móveis. Segundo Moraes e Mont’Alvão (2010), uma das áreas de estudo de um ergonomista compreende as características antropométricas, envolvendo a altura, a largura e os comprimentos dos diferentes elementos corporais. “ A antropometria é a ciência que estuda as medidas do corpo humano (sobretudo as medidas lineares e periféricas), a fim de estabelecer diferenças e proporções entre indivíduos e grupos de indivíduos. ” (GOMES FILHO, 2003, p. 72).

Conforme Iida (2005) a antropometria trata das medidas físicas do corpo humano, sendo importante ressaltar que estas oscilam de acordo com o sexo, culturas, etnias e religiões. As medidas antropométricas são mensuradas diretamente nos usuários, tendo assim uma amostragem exata de quem serão os usuários. Inicialmente é necessário definir os objetivos, determinando onde e para que as medidas serão utilizadas. Por isso, é fundamental definir quem será o público alvo, aplica-se desta forma a ergonomia estática ou dinâmica. Ainda conforme Iida (2005), a antropometria estática se refere as medidas mensuradas com o corpo parado ou com poucos movimentos e, a antropometria dinâmica mede o alcance dos movimentos corporais.

Iida (2005) destaca que uma das tabelas de medidas antropométricas mais completas que existem atualmente, é a norma Alemã DIN 33402 estabelecida em junho de 1981, a qual apresenta medidas de 54 variáveis do corpo humano, destas 54, 13 do corpo humano sentado, 22 da mão, 3 dos pés e 7 da cabeça, (figura 18)

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