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Do concubinato à união estável: a trajetória feminina da convivente em busca da igualdade jurídica

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Academic year: 2021

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GRANDE DO SUL

CAROLINE DAMKE NOTZOLD

DO CONCUBINATO À UNIÃO ESTÁVEL: A TRAJETÓRIA FEMININA DA CONVIVENTE EM BUSCA DA IGUALDADE JURÍDICA

Três Passos (RS) 2014

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CAROLINE DAMKE NOTZOLD

DO CONCUBINATO À UNIÃO ESTÁVEL: A TRAJETÓRIA FEMININA DA CONVIVENTE EM BUSCA DA IGUALDADE JURÍDICA

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Trabalho de Curso - TCC.

UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. DCJS- Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientador:MSc. Marcelo Loeblein dos Santos

Três Passos (RS) 2014

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Dedico este trabalho à minha família, pelo incentivo, apoio e confiança em mim

depositados durante toda a minha

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AGRADECIMENTOS

À minha família, que sempre me incentivou, apoiou e confirmou nosobstáculos e dificuldades da vida e com quem aprendi, mostrando que o caminho deveria ser seguido sem medo, sejam quais fossem as barreiras.

Ao meu orientador, Marcelo Loeblein dos Santos, por todo o seu empenho, incentivo e dedicação, que teve para conduzir-me firme no objetivo a alcançar durante esta jornada, compartilhando a sua experiência. O seu olhar crítico e construtivo, me ajudou a superar os desafios deste trabalho, serei eternamente grata.

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“O direito deve ser um ativo promotor de mudança social tanto no domínio material como no da cultura e das mentalidades.”

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RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso busca analisar as questões referentes à União Estável no direito brasileiro, bem como, o seu regime jurídico na atualidade, tendo em vista as profundas alterações introduzidas no Direito de Família nas últimas décadas. Em relação à união estável, verifiquei que sua evolução foi expressiva no decorrer das décadas, com isso, realizei uma breve análise histórica, começando pela legislação material civil de 1916 que ignorou a União Estável, impondo-lhe somente sanções. Posteriormente, a Constituição Federal de 1988 tutelou a União Estável como Entidade Familiar. Finalizando com a legislação especial, onde foi gradativamente reconhecido alguns direitos aos Companheiros e que hoje é amparado expressamente pelo Código Civil.

Palavras-chaves: Direito de Família. União estável. Entidade famíliar.Costituição Federal. Código Civil.

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ABSTRACT

This course conclusion work seeks to analyze the issues of Domestic Partnership in Brazilian law, as well as their legal status at present, in view of the extensive modifications in family law in recent decades. Regarding Domestic Partnership, found that its performance was impressive over the decades, with this, I conducted a brief review history, beginning with the civil legislation of the material in 1916 ignored the Stable Union by imposing just sanctions. Subsequently, the Federal Constitution of 1988 tutelou a Stable Union as a Family Entity. Ending with the special legislation, which has been gradually recognizing some rights and the Companions what is now explicitly supported by the Civil Code.

Keywords: Family Law. Stable union. Family entity. Federal Costituição. Civil Code.

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INTRODUÇÃO...8

1 CONSIDERAÇÕES ACERCA DA UNIÃO ESTÁVEL COMO ENTIDADE FAMILIAR ... 11

1.1 Aspectos históricos no direito de família ... 12

1.2 Aspectos conceituais acerca do Concubinato puro e impuro ... 15

1.3 O reconhecimento da sociedade de fato e suas consequencias juridicas .. 18

2 A SITUAÇÃO JURÍDICA DA MULHER – DO CONCUBINATO AO RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL ... 21

2.1 A situação jurídica da mulher no Brasil e seus aspectos históricos ... 21

2.2 O Reconhecimento legislativo da união estável... 25

2.2.1 Requisitos à comprovação da união estável ... 26

2.3 Do concubinato à União estável: a garantia da igualdade de gênero ... 30

CONCLUSÃO ... 34

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta um estudo pelos ramos do Direito de Família, tendo como objetivo enriquecer os estudos acerca da união estável, sua evolução histórica, bem como a igualdade entre homens e mulheres, para que se possa entender como o ordenamento jurídico passou a regulamentar e a garantir os direitos que existem neste tipo de relação, destacando a evolução do concubinato até união estável no Brasil.

Para a realização deste trabalho, a pesquisa foi do tipo exploratório, utilizado no seu delineamento a coleta de dados em fontes bibliográficas disponíveis em meios físicos e na rede de computadores, analisando também as propostas legislativas em andamento, a fim de enriquecer a coleta de informações e permiti r um aprofundamento no estudo do direito de família, especificamente o reconhecimento da união estável, e a trajetória feminina em busca da igualdade, utilizando o método de abordagem, hipotético-dedutivo.

Como problemática para esta pesquisa observa que com a evolução do Direito nos últimos tempos no campo da União Estável, com as disposições das leis válidas para os casados civilmente, a União Estável foi adquirindo características peculiares, alcançando a realidade social e deixando inúmeras dúvidas e questionamentos acerca de sua constituição. Sendo assim, o modo de interpretar essa realidade, decorre de que havendo a vontade contínua de manter os vínculos afetivos, com a conservação do grupo familiar, não era necessária a constituição do ato solene do casamento, para então alcançar a finalidade essencial à vida social, o homem e a mulher puderam unir-se livremente, fundando a União Estável, não importando a forma ou o meio utilizado para esse fim.

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A mulher teve um avanço muito expressivo em relação à busca de sua igualdade perante o homem. Antigamente a função principal da mulher na sociedade era de ser mãe, esposa e educadora. As mulheres eram tidas como relativamente incapazes, sendo aquela em que a pessoa, sujeito de direitos, não pode dispor livremente de seus bens e praticar todos os atos relativos à sua pessoa. Os atos da vida civil somente poderiam ser praticados se assistidos por representante legal, qual seja, seu pai, e quando casada, seu marido. Sem a anuência de seu representante, o ato jurídico por ela praticado era anulado, tornando-se válido apenas se ratificado.

Mas aos poucos, esta resistência em se quebrar com os vínculos tradicionais foi tomando conta, até chegar um dado momento em que o processo foi inevitável e finalmente se puderam reconhecer publicamente as qualidades e potencialidades femininas, pois houve um surpreendente aumento do número de mulheres dedicando-se as atividades fora de casa.

No primeiro capítulo deste trabalho, será realizada uma abordagem a cerca da união estável como entidade familiar, entendendo que a entidade familiar é o sentido mais amplo de família. Também, neste capítulo constará uma breve análise histórica do direito de família, pois esta vem evoluindo gradativamente, desde os tempos mais remotos até a atualidade. Antigamente a relação entre o homem e a mulher era chamada de concubinato, por isso, neste capítulo foi conceituado o concubinato puro e impuro. Posteriormente, será analisado o reconhecimento da Sociedade de Fato e suas consequências jurídicas, com situações mostradas na jurisprudência.

No segundo capítulo abordei mais profundamente a situação jurídica da mulher, do concubinato ao reconhecimento da união estável, considerando que antigamente entendia-se que a legitimidade da família estava condicionada ao casamento, sendo ignoradas as demais uniões. Primeiramente, será analisada a situação jurídica da mulher no Brasil e seus aspectos históricos. Após, foi feito o estudo do reconhecimento legislativo da união estável e seus requisitos. Também a garantia da igualdade de gênero do concubinato à União estável.

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A partir do presente estudo, pode-se notar que com o reconhecimento da união estável, a mulher teve um papel fundamental na família, podendo ser reconhecida da igualdade de gênero do homem e da mulher.

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1 CONSIDERAÇÕES ACERCA DA UNIÃO ESTÁVEL COMO ENTIDADE FAMILIAR

O termo família para Silvio Venosa (2005) é compreendido como o conjunto de pessoas unidas por vínculo jurídico de natureza familiar. Nesse sentido compreendem os ascendentes, descendentes e colaterais de uma linhagem, que se denominam parentes por afinidade ou afins. A família é então formada por pais e filhos que vivem no mesmo teto, formando o poder familiar.

A entidade familiar é devidamente protegida pelo Estado, sendo que este garante àquela toda a guarda e proteção que lhe é de direito, assegurando-a da interferência de terceiros, garantindo os direitos e os deveres que são devidos aos membros de toda a família.

Ao longo dos anos, surgiram novas formas de constituir família, diferente do casamento, sendo a união estável, ou seja, união sem casamento passou a ganhar espaço dentro da sociedade.

Todavia, a proteção dada à família nem sempre existiu da forma como é conhecida hoje, sendo que, somente as uniões iniciadas com o matrimônio eram passíveis de proteção legal. Somente com o advento da Constituição Federal de 1988 no seu artigo 226, § 4º, reconhece que pode existir família, entidade familiar, fora do casamento e fora da união estável, constituída por apenas um dos genitores e deus descendentes, a chamada família monoparental.

O Código Civil de 2002 estipulou um novo conceito de união estável, nos termos do artigo 1.723: “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.”

Nota-se, portanto que o Código Civil optou por distinguir claramente o que se entende por união estável e por concubinato, não podendo mais essas expressões ser utilizadas como sinônimos, como no passado.

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1.1 Aspectos históricos do direito de família

A família, primeira célula de organização social, vem evoluindo gradativamente, desde os tempos mais remotos até a atualidade. Antigamente, no estado primitivo das civilizações, os grupos familiares não se assentavam em relações individuais. As relações sexuais ocorriam entre todos os membros que integravam a tribo.

Na época clássica de Roma, a estrutura familiar fundava-se tipicamente no modelo patriarcal, tendo como figura principal da família romana o pater famílias, ou seja, no entendimento de San Tiago Dantas (1991, p. 18), “o ascendente mais velho, ainda vivo, que reúne os descendentes sob a autoridade, formando família.”

A família era então, uma unidade econômica, religiosa e política, organizada sob o principio da autoridade, onde o ascendente vivo mais velho era ao mesmo tempo, chefe político, que exercia sobre os filhos direito de vida e morte.

Durante a Idade Média, as relações eram regidas exclusivamente pelo direito canônico, sendo o único conhecido o casamento religioso. Segundo José Russo (2005) essa nova família veio alicerçada no casamento, sob a concepção de sacramento consolidada na livre e espontânea vontade dos nubentes. A mulher mereceu um lugar próprio, passando a ser responsável pelo governo doméstico e pela educação dos filhos.

Nesta fase, as mulheres deixaram de ser raras, como outrora, mas por outro lado, a supremacia do casamento fez com que o adultério fosse abominado pela sociedade, sendo praticado de forma discreta, ou seja, os homens mantinham suas concubinas escondidas da família e da sociedade.

Friedrich Engels (2000, p. 39) enfatiza como era a relação materno-filial nas famílias formadas por grupos:

Em todas as formas de famílias por grupos, não se pode saber com certeza quem é o pai de uma criança, mas sabe-se quem é a mãe.

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Muito embora ela chame seus filhos a todos da família comum e tenha para com eles deveres maternais, a verdade é que sabe distinguir seus próprios filhos dos demais. É claro, portanto, que, em toda a parte onde subsiste o casamento por grupos, a descendência só pode ser estabelecida do lado materno e, portanto, reconhece-se apenas a linhagem feminina. De fato é isso que ocorre com todos os povos que se encontram no estado selvagem e no estado inferior da barbárie.

Com isso entendia-se que a mãe era conhecida, mas se desconhecia o pai, permitindo afirmar que a família teve início um caráter matriarcal, porque a criança sempre ficava junto a mãe. Pois era normal que as mulheres se relacionassem com diversos homens, dificultando a identificação do pai, porém a mãe estava sempre certa, vez que estava vinculada à gestação.

Nesse diapasão Engels (2000), ao estudar a família, divide sua evolução em quatro etapas: família consanguínea, família punaluana, família pré-monogâmica e a família monogâmica.

A primeira etapa da família era a consanguínea, para Maria Cláudia Crespo Brauner (2001) nesta etapa “os grupos conjugais se separam por gerações. Todos os avôs e avós, dentro dos limites da família, são em seu conjunto, marido e mulher entre si.”

No entendimento de Engels (2000), nessa espécie:

[...] seus membros se relacionavam sexualmente, entre si: irmãos com irmãs, marido e mulher. Nessa forma de família, portando, só os ascendentes e os descendentes, os pais e os filhos, estão reciprocamente excluídos dos direitos e deveres do casamento.

No entanto, esse modelo de família, acabou desaparecendo, dando lugar ao modelo de família punaluana, excluindo a prática da relação sexual entre os membros da própria família, sendo que em seu auge, foi determinada a proibição do casamento entre primos de segundo e terceiro graus.

Segundo Engels (2000), esta proibição, foi mais importante, mas também, mais difícil, dada a maior igualdade nas idades dos envolvidos. Foi ocorrendo pouco

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a pouco, provavelmente começando pela exclusão de relações sexuais entre irmãos uterinos (isto é, irmãos por parte de mãe), em casos isolados, e terminando pela proibição do casamento até entre irmãos colaterais, quer dizer, entre primos carnais, primos em segundo e terceiro graus.

Sendo então excluídas as relações entre irmãos e irmãs carnais, cria-se a categoria dos sobrinhos e sobrinhas, primos e primas, e a partir daí, o modelo de família onde são instituídas as gens, ou seja, para Engels (2000) era um “circulo fechado de parentes consanguíneos por linha feminina, que não podem se casar uns com os outros” e que através de instituições comuns, de ordem social e religiosa, distinguem-se das outras gens da mesma tribo.

Continuando, ainda com o autor supracitado, com a proibição ao relacionamento sexual entre irmãos e irmãs, sobrinhos e sobrinhas e primos e primas, tornam-se impossíveis às uniões por grupos, e assim, o modelo de família punaluana é substituída pela família sindiásmica, onde os relacionamentos já eram entre pares, ou seja, homens e mulheres, já conviviam como casal.

No entanto, exigia-se rígida fidelidade das mulheres, enquanto o casal permanecesse junto. A infidelidade desta era punida com atos de extrema crueldade. Contudo, as uniões entre os casais se dissolviam com muita facilidade, e o direito de permanecer com os filhos continuava sendo da mulher.

O terceiro modelo de família é a família pré-monogâmica, onde a mulher é proprietária de um homem só, deixando de relacionar-se com os demais, enquanto que ao homem era permitida a prática da poligamia. Mas caso fosse constatado o adultério, por parte da mulher, ela era castigada.

Engels (2000, p. 52) afirma: “por isso começam com o casamento pré-monogâmico, o rapto e a compra de mulheres, sintomas bastante difundidos, mas nada mais que sintomas de uma transformação muito mais profunda que se havia efetuado.” Disso, entende-se que o homem não sentia dificuldades de encontrar mulheres, podiam optar por uma ou mais, porém na família pré-monogâmica esses hábitos tornaram-se raros, sendo necessário procurá-las.

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A última etapa da evolução é a família monogâmica, nesta Engels (2000, p. 54) entendia que, “o homem tinha, entre as muitas mulheres, uma mulher principal (ainda não se pode dizer que fosse a favorita), e era para ela o marido principal entre os outros.” Nesta etapa, o homem é o centro do poder, e só este pode encerrar o casamento.

Para Numa Denis Fustel de Coulanges (1998, p. 47), “tendo sido o casamento contratado apenas para perpetuar a família, parece justo que pudesse anular-se no caso de esterilidade da mulher.”

Neste caso, a mulher além de ser propriedade do marido era obrigada a lhe dar filhos, podendo ser anulado o casamento nos casos de esterilidade. Por outro lado, não se cogitava a hipótese do homem ser infértil.

A partir desta evolução histórica do direito de família, bem como das famílias, surge o casamento, mas também, surge o termo de concubinato, que foi aplicado para as relações entre pessoas impedidas para o casamento, ou seja, pessoas que, mesmo não sendo casadas, vivam sob o mesmo teto.

1.2 Aspectos conceituais acerca do Concubinato puro e impuro

No tópico anterior foi estudada a evolução das famílias, especialmente sob a ótica de Engels (2000), a partir dessa evolução, surge o instituto do casamento no Direito Canônico, o qual sempre foi protegido como forma de constituir família, sendo, inclusive, nos dias atuais, a forma mais aceita pela sociedade para institucionalizar as relações entre homem e mulher. Mas também, surge o conceito de concubinato, ou seja, pessoas que, mesmo não sendo casadas, vivam sob o mesmo teto.

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Quando se refere à evolução jurídica, ou seja, ao histórico da união estável, estará se referindo ao concubinato, posto que a união estável, como hoje se conhece, surgiu com a Constituição Federal de 1988.

De acordo com Edgard MouraBittencourt (1969) a união livre entre homem e mulher sempre existiu e sempre existirá. Entende-se aqui, por união livre, aquela que não se prende às formalidades exigidas pelo Estado, ou seja, uniões não oficializadas e com certa durabilidade. Essas uniões, registradas na história, às vezes acontecem também como relações paralelas às relações oficiais. Antigamente, entre os gregos, a concubinagem não acarretava qualquer desconsideração, e era, em certa medida, reconhecida pelas leis.

No Império Romano não era diferente, pois o concubinato era comum e frequente, inclusive entre homens de grande moralidade, mas não produzia quaisquer efeitos jurídicos, de acordo com Ebert Chamoun(1957, p. 171):

No Baixo Império, torna-se o concubinato um casamento inferior, embora lícito. Com os imperadores cristãos começa a receber o reconhecimento jurídico. Distinguem eles os filhos nascidos de

concubinato (liberinaturales), que se podem legitimar per

subsequensmatrimo-niumdosvulgosquaesitiouspuritioriundos de

uniões sexuais passageiras. Favorece-se, assim, a transformação do concubinato em matrimônio através da legitimação dos filhos.

Do período medieval até a Idade Moderna, o concubinato pode ser definido nas palavras de Rodrigo da Cunha Pereira (2006, p. 15), quando afirma que:

Apesar de combatido pela Igreja, nunca foi evitado, nunca deixou de existir. E se os canonistas o repudiavam de jure divino, os juristas sempre o aceitaram de jure civile. Quem rastrear a sua persistente sobrevivência, por tantos séculos, verá que em todas as legislações em todos os sistemas jurídicos ocidentais houve tais uniões, produzindo seus efeitos mais ou menos extensos.

A doutrina procurou, a partir dos anos 50, construir uma distinção conceitual entre o concubinato puro, ou seja, aquele caracterizado pela união livre e estável de duas pessoas desimpedidas. Já o concubinato impuro, era aquele onde pelo menos um dos parceiros possuía impedimento para contrair casamento.

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Álvaro Villaça de Azevedo (2003) destaca a diferença entre concubinato puro e impuro:

Entendemos que deve de considerar-se puro o concubinato quando ele se apresenta como uma união duradoura, sem casamento, entre homem e mulher, constituindo-se a família de fato, sem qualquer detrimento da família legítima. Assim acontece quando se unem, por exemplo, os solteiros, os viúvos, os separados judicialmente, desde que respeitada outra união concubinária. Tenha-se, por outro lado, que o concubinato será impuro se for adulterino, incestuoso ou desleal (relativamente a outra união de fato), como o de um homem casado.

Já Maria Helena Diniz (1989, p. 253) define o concubinato que se harmoniza com a que foi ora transcrita,verbis:

O concubinato pode ser: puro ou impuro.Será puro se se apresentar como uma união duradoura, sem casamento civil, entre homem e mulher livres e desimpedidos, isto é, não comprometidos por deveres matrimoniais ou por outra ligação concubinária. Assim, vivem em concubinato puro: solteiros, viúvos e separados judicialmente (RT 409:352). Ter-se-á concubinato impuro se um dos amantes ou ambos estão comprometidos ou impedidos legalmente de se casar. Apresenta-se como: a) adulterino (RTJ 38:201; RT 458:224), se se fundar no estado de cônjuge de um ou de ambos os concubinos, p. ex., se o homem casado mantém, ao lado da família legítima, outra ilegítima; e b) incestuoso, se houver parentesco próximo entre amantes.

Diante das duas distinções acima transcritas, pode-se notar que o concubinato puro e impuro, não tem o mesmo critério diferenciador, até porque, o concubinato impuro, pressupõe vida em comum entre os concubinos, como se casados fossem, preenchendo os demais requisitos do concubinato puro, apenas com a ressalva relativa ao impedimento matrimonial.

Todavia, considerando que antigamente as uniões concubinárias eram indispensáveis à comprovação da sociedade de fato, a jurisprudência entendeu na súmula 360 do Supremo Tribunal Federal que: “comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio pelo esforço comum.”

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Disso, consagra a distinção entre companheirismo e sociedade de fato, não sendo suficiente para a partilha do patrimônio apenas a existência do primeiro. Assim podemos ver no próximo tópico, quais as consequências jurídicas para a configuração da sociedade de fato.

1.3 O reconhecimento da Sociedade de Fato e suas consequências jurídicas

Tendo em vista as questões atinentes ao concubinato, pode-se dizer que muitas dessas relações eram consideradas, sob uma ótica jurídica, como uma sociedade de fato entre o casal.

Orlando Soares (2000, p. 41) entende que:

[...] o termo sociedade tem um conceito próprio: revela-se na organização constituída por duas ou mais pessoas, por meio de um contrato ou convenção, tendo o objetivo de realizar certas e determinadas atividades, conduzidas ou empreendidas em benefício e interesses comuns, podendo ser de natureza civil, comercial, industrial, científica, religiosa, profissional.

Dessa forma, pode-se entende por sociedade de fato aquela que é constituída entre duas ou mais pessoas, casadas ou não, que de algum modo tenham contribuído para a constituição de algum patrimônio.

As concubinas viviam muito tempo com seus companheiros, e para ter algum direito, deveria ser comprovada a sociedade de fato. Com isso, os tribunais estão reconhecendo esta sociedade de fato.

Na apelação cível nº 2012.089120-2, do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, rel. Des. João Batista Góes Ulysséa, decidiu que:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE FATO C/C PARTILHA. UNIÃO ESTÁVEL. RECONHECIMENTO DA UNIÃO PELO RÉU EM SEDE DE CONTESTAÇÃO. PROVA DOCUMENTAL QUE CORROBORA A EXISTÊNCIA DA SOCIEDADE. SENTENÇA REFORMADA. O ordenamento jurídico pátrio estabelece os seguintes pressupostos para o reconhecimento da união estável: (a) diversidade de sexos (constitucionalmente questionável, diante das recentes decisões do

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Supremo Tribunal Federal); (b) coabitação; (c) convivência pública, contínua e duradoura; e, (d) o objetivo de constituir família. Comprovada por provas, testemunhal e documental, inclusive com o reconhecimento do próprio Réu em sua peça contestatória, o intuito de formação de família entre as partes, até mesmo com a mudança do Demandado, juntamente com seus dois filhos, para a casa da Autora, deve ser reconhecida a existência da união estável. PARTILHA DE DÍVIDAS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PROVAS. ÔNUS QUE INCUMBIA À AUTORA. EXEGESE DO ART. 333, INCISO I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Dívida eventualmente contraída por uma das partes durante a união estável não gera a presunção de que foi feita no interesse comum da família, motivo pelo qual deverá ser comprovado, que os valores foram revertidos para o casal. Apontando os documentos colacionados que as dívidas que a Autora pleiteia sejam partilhadas estão quitadas, sem a prova de quem as pagou, e as demais foram no período posterior à união estável, improcede o pedido. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 2012.089120-2, de Jaguaruna, rel. Des. João Batista Góes Ulysséa, j. 20-02-2014).

Considerando a decisão apresentada, foi reconhecida por provas testemunhal, documental, inclusive por reconhecimento do próprio réu que o casal viveu em união estável por um período, quanto aos bens adquiridos ao longo deste período, no entendimento do desembargador, deve-se ser comprovada pela apelante que a dívida eventualmente contraída pelo casal, com interesse comum da família, fosse revertidos para o casal. Após comprovada a dívida, será reconhecida está união estável como sociedade de fato, pois ao longo desta foi adquirido algum bem.

Já antigamente, as mulheres não tinham direito aos bens adquiridos durante a convivência com o homem, bem como, não recebiam pelo serviço prestado no lar. Mas para tanto, os tribunais da época encontravam um solução, qual seja: conseguir uma indenização pelos serviços domésticos prestados.

A 4ª Turma do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, na Resp nº 93.698/RS, Rel. Min. César Asfor Rocha, na data 18.10.99, decidiu:

CIVIL. FAMÍLIA. CONCUBINATO. SERVIÇOS DOMÉSTICOS.

INDENIZAÇÃO.

Tem a concubina direito à pretensão postulada de receber indenização pelos serviços prestados ao companheiro durante o período de vida em comum. Recurso parcialmente reconhecido e nessa extensão, provido.

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(4ª Turma, Resp nº 93.698/RS, Rel. Min. César Asfor Rocha, unânime, DJU de 18.10.99).

Tal decisão se fundou no direito da companheira à indenização, pois como está demonstrada na ementa, a concubina faz jus à indenização pelos serviços que prestou durante o relacionamento, de certa forma, no entendimento do magistrado, apesar da mesma não ter contribuído diretamente para a aquisição dos bens, ela prestou serviços domésticos para com o seu companheiro, o que, na visão do desembargador, passa a ser uma contribuição indireta na construção dos bens do casal, mesmo que na constância da relação não se tivesse sido adquirido nenhum bem, mas ao menos se manteve o que se tinha antes.

Pelo exposto neste capítulo, pode-se se notar uma expressiva mudança no tocante ao direito de família, considerando que sua legitimidade estava condicionada ao casamento, sendo o relacionamento entre o homem e a mulher chamado de concubinato, após união estável. Sendo as questões referentes ao concubinato, entendidas como uma sociedade de fato entre o casal.

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2 A SITUAÇÃO JURÍDICA DA MULHER – DO CONCUBINATO AO RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL

Como já visto no capítulo anterior, antigamente, entendia-se que a legitimidade da família estava condicionada ao casamento, sendo ignoradas as demais uniões.

O Direito Civil Brasileiro demorou a se adaptar a realidade social, em que coexistiam, enquanto relações familiares, o casamento e as uniões não reconhecidas, proliferando problemas relacionados à filiação, aos alimentos, aos bens adquiridos durante a convivência.

No entanto, a jurisprudência pátria continuou tratando a união estável como uma relação jurídica familiar de segunda classe, como se nada tivesse sido alterado pela nova Constituição.

Com a evolução do Direito nos últimos anos no campo da União Estável, com as disposições das leis válidas para os casados civilmente, a União Estável foi adquirindo características peculiares, alcançando a realidade social e deixando inúmeras dúvidas e questionamentos acerca de sua constituição. O novo modo de interpretar essa realidade decorre da acepção de que a vontade contínua de manter os vínculos afetivos, com a conservação do grupo familiar, não necessita de ato solene de constituição (Casamento). Alcançando a finalidade essencial à vida social, o homem e a mulher podem unir-se livremente, fundando Família Estável, não importando a forma ou o meio utilizado para esse fim.

2.1 A situação jurídica da mulher no Brasil e seus aspectos históricos

Antigamente, a ideia era de que a função principal da mulher na sociedade era ser mãe, esposa e educadora.

Maria Berenice Dias (2004) entende que a mulher, desde o seu nascimento, esteve submetida a um rigoroso treinamento para o desenvolvimento da missão

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relacionada ao trabalho doméstico, seja a responsabilidade com os filhos e/ou com o lar e o qual permaneceu por um longo tempo.

Neste sentido, no dizer de Maria Berenice Dias (2004, p.15):

A mulher desempenha um papel fundamental para a subsistência não só da família, mas no próprio Estado, pois é responsável pela procriação e criação dos cidadãos de amanhã. Seus filhos serão a força de trabalho que irá garantir a continuidade da sociedade. Ainda assim, o trabalho feminino não é valorizado.

O Código Comercial de 1.850, no seu artigo 1º, inciso IV: “Podem comerciar no Brasil: as mulheres casadas maiores de 18 (dezoito) anos, com autorização de seus maridos para poderem comerciar em seu próprio nome, provadas por escritura pública. As que se acharem separadas da coabitação dos maridos por sentença de divórcio perpétuo, não precisam da sua autorização”, representando um importante passo para a autonomia financeira da mulher.

Outra importante legislação que abordou a questão feminina foi o advento do Decreto n.º 181 de 24 de janeiro de 1.890, onde, em seu bojo, atenua o domínio patriarcal, que permanece de forma mais amena, retirando o direito de imposição de castigos corpóreos à esposa e filhos.

Com o advento do Código Civil de 1.916, a mulher ainda continuou, por mais das vezes, a ser um objeto. Estava elencada no rol dos relativamente incapazes, precisava da ratificação do marido para que seus atos tivessem validade na órbita civil. Era mãe, mas o pátrio poder lhe era conferido de forma subsidiária.

Após o advento do Código Eleitoral, no ano de 1.932, o artigo 2º relatava que “é eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma deste Código”, sendo assim, a mulher teve reconhecido o direito ao voto, aos vinte e um anos de idade. Porém, somente no ano de 1934, quando fora promulgada a nova Constituição, teve reduzida a idade para dezoito anos.

O voto secreto garantia o livre exercício desse direito pelas mulheres: elas não precisariam prestar contas sobre seu voto aos maridos e pais. No entanto,

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somente as mulheres que trabalhavam (aquelas que recebiam alguma remuneração) eram obrigadas a votar. Isso só mudou em 1965, com a edição do Código Eleitoral que vigora até os dias de hoje.

Os tempos foram mudando, as dificuldades continuavam a querer barrar a atuação feminina de forma reconhecida, até chegar um dado momento em que o processo foi inevitável e finalmente se puderam reconhecer publicamente as qualidades e potencialidades femininas.

As mulheres eram tidas como relativamente incapazes, sendo aquela em que a pessoa, sujeito de direitos, não pode dispor livremente de seus bens e praticar todos os atos relativos à sua pessoa. Os atos da vida civil somente poderiam ser praticados se assistidos por representante legal, qual seja, seu pai, e quando casada, seu marido. Sem a anuência de seu representante, o ato jurídico por ela praticado era anulado, tornando-se válido apenas se ratificado.

Somente no ano de 1962, com a entrada em vigor do Estatuto da Mulher Casada, a mulher foi liberada do autoritarismo masculino, a partir de então, uma série de sucessivas leis, buscaram efetivar as conquistas que foram precedidas de grande luta pelas mulheres brasileiras. Conforme Debora Gozzo (1992) foi aí que “a mulher pode se emancipar, adquirindo direitos iguais aos do homem, podendo inclusive reassumir o poder no vínculo familiar”. Também a lei igualmente serviu para modificar os princípios pelos quais eram aplicáveis com relação ao regime de bens.

Em 26 de dezembro de 1.977, a Lei do Divórcio (Lei n.º 6.515/77), desempenha um papel em que estabelece a reciprocidade do casal, em um tratamento extremamente isonômico, quando o regime de bens das partes, passou da comunhão universal de bens para a comunhão parcial de bens. A mulher casada foi incluída no rol dos relativamente capazes, dependendo do marido para exercer alguma profissão.

Entende-se por divórcio a dissolução de um casamento válido, ou seja, a extinção do vínculo matrimonial realizada mediante sentença judicial, habilitando as

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pessoas a convolar novas núpcias. Aqui, diferentemente do que ocorre na separação judicial, as partes podem contrair novo matrimônio, uma vez que o divórcio rompe a sociedade conjugal assim como o vínculo matrimonial. Antigamente no Brasil, bem como, no Código Civil de 1916, o instituto que primeiro tratou da dissolução do casamento foi o desquite, no qual se fazia a separação de corpos e de patrimônio, mas o casamento era indissolúvel.

Sendo assim, àquelas pessoas que se encontravam separadas judicialmente (antigo desquite) por mais de três anos, poderiam requerer a qualquer tempo a sua conversão em divórcio, uma vez que esta permissiva encontrava-se amparada na Lei do Divórcio.

Um grande avanço nos direitos da mulher foi a promulgação da Constituição Federal de 1988, conhecida como constituição cidadã que assegurou o princípio da igualdade entre homens e mulheres do mesmo sexo, no seu artigo 5º principalmente no tocante à sociedade conjugal.

Conforme demonstrado em explanações feitas acima sobre à evolução histórica da família, pode-se notar que a mulher tinha um papel secundário na família e, por muitas vezes, insignificante na sociedade, haja vista que estava sempre submissa a um homem, seja ele seu pai ou seu marido.

Com o passar dos tempos, o papel da mulher na sociedade foi alterado como já visto a cima, foram várias as conquistas femininas até hoje. Portanto, atualmente a mulher é equiparada ao homem, não só quanto aos direitos que antes não possuía, mas também em deveres, inclusive os referentes ao âmbito familiar, ou seja, cuidado e educação dos filhos.

O Código Civil de 2002 utilizou este princípio modificando o termo pessoa, em vez de homem, como era no Código de 1916, predominando o pátrio poder, poder do homem.

Com o surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069 de 13 de julho de 1.990), consagra-se, finalmente, a igualdade de condições do pai e da

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mãe no exercício do pátrio poder, de tal forma que o sustento, guarda e educação dos filhos caberá a ambos.

Essa igualdade também é aplicada à união estável, possuindo toda a proteção do Estado, como uma forma de constituir família. Conclui-se, portanto, a existência da proibição de toda e qualquer discriminação entre marido e mulher, assim como entre companheiro e companheira.

2.2 O Reconhecimento legislativo da união estável

O Código Civil de 1916, com o propósito de proteger as famílias constituídas pelos laços do matrimônio, regulamentou as relações extramatrimoniais. As uniões, surgidas sem o selo do matrimônio, eram identificadas com o nome de concubinato.

A primeira lei promulgada que tentou regulamentar o preceito constitucional de união estável foi a Lei nº 8.971/94, que conferiu direitos sucessórios e alimentares ao companheiro. Em razão das diversas lacunas deixadas pela referida Lei, foi promulgada em 10 de maio de 1996 a Lei nº 9.278, estabelecendo, em seu artigo 1º, que “é reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e de uma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de família”, afastando o requisito objetivo de convivência por cinco anos da Lei de 1994.

De acordo com este artigo 1º da Lei 9.791/94, são requisitos para a união estável, homem ou mulher solteira, separada judicialmente, divorciada ou viúvo, ou seja, os companheiros devem estar desimpedidos, não beneficiados com a união adulterina.

Entretanto, Rodrigo da Cunha Pereira (2004, p; 42) entende que a lei é omissa aos separados de fato: “embora ainda mantenham o estado civil de casados, razão pela qual esta nova definição não contradiz o Principio jurídico da monogamia, que constitui a base e um dos princípios jurídicos organizadores do Direito de Família.”

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Com isso, o prazo mínimo de duração do relacionamento de acordo com o artigo 1º da referida lei é de cinco anos ou que tivesse nascido prole. Uniões de dois, três, ou quatro anos, não podem ter características do casamento.

A lei 9.278/96 entendeu ser contrario os requisitos para caracterização da união estável, regulamentando o § 3º do artigo 226 da Constituição Federal, reconhecendo como entidade família, a união estável com os seguintes requisitos: “a convivência duradoura, pública e contínua, de uma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de família”. Sendo que agora não precisa mais a comprovação do estado civil para os companheiros estarem abrangidos com a lei, não havendo mais prazo mínimo de convivência e não há mais exigência de prole. Isto será aprofundado no tópico referente aos requisitos à comprovação da união estável.

Após isso, com o advento do Código Civil de 2002 um novo conceito de união estável emergiu da legislação brasileira, nos termos do artigo 1.723: “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.”

Assim como o advento da Lei nº 9.278/96, o Código Civil de 2002 não estabeleceu um período mínimo de convivência para a configuração da união estável, não sendo o número de anos que deverá caracterizar uma relação como união estável, mas sim a presença dos requisitos previstos no seu artigo 1.723, compreendendo que as pessoas que mantiveram seu estado civil de casadas, mas estando separadas de fatos, poderão estar constituindo união estável.

2.2.1 Requisitos à comprovação da união estável

A partir desta evolução legislativa até o advento do Código Civil de 2002, Lei nº 10.406, para Maria Helena Diniz (2008, p. 368), a união estável caracteriza-se pela:

[...] convivência pública, contínua e duradoura de um homem com uma mulher, vivendo ou não sob o mesmo teto, sem vínculo

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matrimonial, estabelecida com o objetivo de constituir família, desde que tenha condições de ser convertida em casamento, por não haver impedimento legal para sua convolação.

Esclarece Zeno Veloso (1997. p. 109) que:

[...] malgrado a tônica estável seja a informalidade, não se pode dizer que a entidade familiar surja no mesmo instante em que o homem e a mulher passam a viver juntos, ou no dia seguinte, logo após. Há que existir, aduz uma duração, “a sucessão de fatos e de eventos, a permanência do relacionamento, a continuidade do envolvimento, a convivência more uxório, a notoriedade, enfim, a soma de fatores subjetivos e objetivos, que, do ponto de vista jurídico, definem a situação”.

Sendo assim, considerando as palavras de Veloso (1997), para caracterizar a união estável, é preciso observar alguns requisitos, classificados de ordem subjetiva e objetiva. Podem ser apontados como de ordem subjetiva os seguintes: a) a convivência

more uxório; b) affectiomaritalis: ânimo ou objetivo de constituir família. E como de

ordem objetiva: a) diversidade de sexos; b) notoriedade; c) estabilidade ou duração prolongada; d) continuidade; e) inexistência de impedimentos matrimoniais; e f) relação monogâmica.

A chamada more uxório refere-se a uma comunhão de vidas, as quais se equiparam a de pessoas casadas, consistindo na convivência do casal como se casados fossem, marido e mulher, deixando transparecer para terceiros esta vontade. Este é um requisito essencial para caracterizar a união estável.

No requisito affectio maritalis: entende Carlos Roberto Gonçalves (2008, p. 614) que “é absolutamente necessário que haja entre os conviventes além do afeto, o elemento espiritual caracterizado pelo ânimo, a intenção de constituir família”.

Este requisito diz respeito ao afeto, o amor e o ânimo existente entre o casal, de constituir família. O propósito comum não é a convivência dos companheiros no mesmo teto, mas sim a formação de uma entidade familiar.

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Os requisitos objetivos para a constituição da união estável, na lição de Gonçalves (2008) são a notoriedade, a estabilidade ou duração prolongada, a continuidade, a inexistência de impedimentos matrimoniais, a relação monogâmica e a diversidade de sexos.

É necessária a estabilidade, a convivência duradoura e notória, não podendo a união permanecer em sigilo, em segredo. A lei não estabelece prazo, devendo ser analisado no caso concreto.

Para Dias (2008), a notoriedade não consiste necessariamente na publicidade do relacionamento, mas sim de que a relação não seja furtiva, secreta. Assim, para a configuração desse requisito basta que os companheiros tratem-se socialmente como marido e mulher, revelando sua intenção de constituir família.

Com isso, para que a união estável seja reconhecida, este é um dos requisitos indispensáveis, devendo, o casal mostrar-se em público como tal, tratando-se como marido e mulher. Relacionamento escondido ou em segredo, não faz parte da realidade de uma união estável.

No entendimento de Gonçalves (2008), o requisito da estabilidade ou duração prolongada não exige um tempo mínimo de convivência para a configuração da união estável, mas sim o suficiente para que possa ser reconhecida a estabilidade da relação que pode ser de meses ou de anos, desde que nesse período fique comprovada a intenção de constituir uma família.

Também é requisito para ser configurada a união estável a existência de continuidade no relacionamento, sendo necessário que o relacionamento seja corrido, ininterrupto, vez que a instabilidade causada por constantes rupturas no relacionamento pode provocar insegurança jurídica.

Por comando legal expresso no §1º do artigo 1.723 do Código Civil, estão vedadas as uniões estáveis quando presentes os impedimentos matrimoniais do artigo 1.521 da mesma lei, fundamentados no interesse público.

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Como ressalta Gonçalves (2008, p. 622), “quem não tem legitimação para casar não tem legitimação para criar entidade familiar pela convivência.” A única exceção trazida pelo Código é em relação às pessoas casadas, separadas de fato ou judicialmente que, ainda que impedidas de contrair matrimônio possam conviver em união estável.

Pela mesma razão, é necessária para a caracterização da união estável que ambos os companheiros sejam monogâmicos, ou seja, o casal vive junto para sempre, não possuindo outra relação de caráter conjugal, sendo, nesse caso, considerada concubinato.

Acerca da temática ora estudada, cabe ressaltar que foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal à união estável para pessoas do mesmo sexo, por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4277, estendendo a estas relações a mesma proteção destinada à união estável prevista na Constituição Federal e no Código Civil.

Sendo assim, é requisito para a caracterização da união estável a diversidade de sexo entre os companheiros, conforme preceitua o artigo 226, §3º da Constituição Federal e o artigo 1.723 do Código Civil.

Entende Azevedo (2003, p. 296) que:

[...] provada à sociedade de fato, entre os conviventes do mesmo sexo, está presente o contrato de sociedade, reconhecido pelo art. 1.363 do Código Civil, independentemente de casamento ou de união estável. Sim, porque celebram contrato de sociedade de pessoas que se obrigam, mutuamente, a combinar seus esforços pessoais e/ou recursos materiais, para a obtenção de fins comuns.

Com isso, a diversidade de sexos, constituía requisito natural do casamento, vedando as uniões entre pessoas do mesmo gênero.

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Foi um longo percurso estudado até aqui, para o reconhecimento da união estável como entidade familiar, começando pelo Código Civil de 1916 e chegando, no ano de 2011 ao reconhecimento da mesma para casais do mesmo sexo.

Assim, com o preenchimento dos requisitos acima traçados, estará comprovada a União Estável e, com isso, garantido os direitos resguardados pelo instituto.

2.3 Do concubinato à União estável: a garantia da igualdade de gênero

Como já estudado anteriormente, as uniões, surgidas sem o selo do matrimônio, eram identificadas com o nome de concubinato até a Constituição Federal de 1988. O conceito generalizado do concubinato, também denominado

união livre, tem sido invariavelmente, no entender de Washington de Barros Monteiro

(2007) o de vida prolongada em comum, sob o mesmo teto, com a aparência de casamento.

No entendimento de Maria Alice Zaratin Lotufo (2002), as uniões chamadas de concubinato, era uma expressão que poderia se referir tanto àquela união à margem do casamento, quanto à posse do estado de casado, isto é, no interesse numa comunhão de fato, instituição que recebeu inúmeras restrições pelo legislador do Código Civil de 1916, no qual não reconheciam as uniões extramatrimoniais como família, somente o casamento.

Para Edgar Moura Bittencourt (1969, p.23):

A expressão concubinato, que em linguagem corrente é sinônima de união livre, à margem da lei e da moral, tem no campo jurídico mais amplo conteúdo. Para os efeitos legais, não apenas são concubinos os que mantêm vida marital sem serem casados, senão também os que contraíram matrimônio não reconhecido legalmente, por mais re4speitável que seja perante a consciência, como sucede com o casamento religioso; os que celebram validamente no estrangeiro um matrimônio não reconhecido pelas leis pátrias; e ainda os que vivem sob o casamento posteriormente declarado nulo e que não reunia as condições para ser putativo. Os problemas do concubinato incidem, por conseguinte, em inúmeras situações, o que contribui para revesti-los da máxima importância.

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Assim, a união livre difere do casamento pela liberdade de cumprir os deveres a este inerente. Por isso, a doutrina clássica esclarece que o estado de concubinato pode ser rompido a qualquer instante, qualquer que seja o tempo de sua duração, sem que ao concubinato abandonado assista direito a indenização pelo simples fato da ruptura.

Este termo concubinato foi substituído, na Constituição de 1988, pela expressão união estável, ocorrendo à equiparação das entidades familiares, sendo todas merecedoras de proteção. A Constituição acabou por reconhecer juridicidade ao afeto ao elevar as uniões constituídas pelo vínculo de afetividade à categoria de entidade familiar.

As mulheres foram conquistando condições de igualdade, depois de muito tempo, a sociedade tradicionalmente ser dominada pelos homens. Assim, mesmo depois dos inegáveis avanços da Constituição, as mulheres ainda se defrontam com o preconceito, sendo seu maior adversário os costumes.

O artigo 226 parágrafo 3º da CF/88 reconheceu, para efeito de proteção do Estado em caráter de entidade familiar a união estável. Tal artigo provocou mudanças estruturais no Direito de família, a saber:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

[...] § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Então, pela primeira vez o legislador pátrio reconheceu a união estável enquanto entidade familiar, para efeito de proteção do Estado, surgindo inúmeros projetos de lei que tentaram estabelecer normas para essa nova entidade familiar.

Eduardo de Oliveira Leite, refere que a palavra “família” empregada no artigo 226, caput da CF, deve ser entendida num sentido amplo, abrangendo, não somente

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a família fundada no casamento, mas ainda as novas formas de conjugabilidade como a união de fato.

Hoje a expressão “concubinato” é utilizada para designar o relacionamento amoroso envolvendo pessoas casadas, que infringem o dever de fidelidade, também conhecido como adulterino. Configuram-se segundo o artigo 1.727 do Código Civil, quando ocorrem “relações não eventuais entre homem e a mulher, impedidos de casar”.

Da expressão utilizada, deve-se entender que nem todos os impedidos de casar são concubinos, por isso, o § 1º do artigo 1.723 do Código Civil, trata como união estável, a convivência pública e duradoura entre pessoas separadas de fato e quem mantêm o vínculo de casamento, não sendo separadas de direito.

A conceituação da união estável consta do artigo 1.723 do Código Civil de 2002, in verbis: “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre homem e mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição familiar.”

A preocupação do legislador ao tutelar o instituto da união estável foi proteger a família. Apesar de não haver a efetivação dos atos solenes do casamento, ambos buscam constituir família, primeiramente superando a simples convivência para relação sexual e passando a prestar assistência mútua e contínua. Conforme se observa no dizer de Orlando Soares (2000, p. 41).

Nota-se, pois que no que tange a união estável entre homem e mulher, como entidade familiar, a convivência deve ser duradoura e contínua, possuindo como finalidade a constituição de família, ao contrário do que ocorre nas relações amorosas, passageira, fugaz, em caráter de aventura.

Antonio Carlos Mathias Coltro (1995, p. 165) corrobora ainda que a união estável é:

A família à margem do casamento, merecedora de proteção ampla, de sorte a também cercá-las de garantias legais, desde que os

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presentes elementos indicativos da estabilidade nas relações entre os conviventes, protegendo-se, com isso, não só o próprio respeito que relacionamentos de tal ordem possam merecer, quanto às pessoas daqueles que o integram, alcançados, aí obviamente os filhos.

Demorou para o Direito Civil Brasileiro se adaptar à realidade social, em que existia, enquanto relações familiares, o casamento e as uniões não reconhecidas, gerando problemas relacionados à filiação, aos alimentos, aos bens adquiridos durante a convivência.

Por fim, podemos ver que com esta evolução do concubinato para a união estável, o ordenamento jurídico passou a reconhecer a sociedade de fato, levando a Constituição a dar nova dimensão à concepção de família, havendo uma relação com um vínculo afetivo entre os companheiros.

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CONCLUSÃO

Antigamente, no Direito Romano, a estrutura familiar fundava-se tipicamente no modelo patriarcal, tendo como figura principal da família romana o pater famílias

ou poder familiar, no qual o chefe de família possuía todas as responsabilidades e

direitos daquele grupo, nem sempre dirigida a laços afetivos, como vimos, pela característica do Direito de Família, mas sim a laços de autoridade, sendo uma unidade econômica, religiosa e política, organizada sob o principio da autoridade, onde o ascendente vivo mais velho era ao mesmo tempo, chefe político, que exercia sobre os filhos direito de vida e morte.

O direito de família teve uma evolução bem expansiva, haja vista que, antigamente a legitimidade da família esteve condicionada ao casamento, sendo ignoradas as demais uniões.

O Código Civil de 1916, não reconhece até hoje as uniões extramatrimoniais como família, somente como casamento.

No Direito Civil Brasileiro, o primeiro reconhecimento da união estável pelo Direito Civil Brasileiro foi em 1964, com a súmula nº 380 do STF (Supremo Tribunal Federal), sendo que comprovada à existência de sociedade de fato entre os concubinos seria cabível a sua dissolução judicial.

Diante da realidade do contexto brasileiro atual, o reconhecimento da união estável deu-se na Constituição Federal de 1988, no seu artigo 226, § 4º, onde reconhece que podem existir família, e entidade familiar, sendo que a família nascida fora do casamento passa a denominar-se como união estável. A intenção do

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legislador foi proteger a vivência de homem e mulher, solteiros, separados (mesmo que de fato e não juridicamente), divorciados, viúvos, como companheiros, como aparência de casamento.

Pode-se afirmar que não existe mais determinação legal de que a união estável somente se configura após 05 anos de convivência ou quando o casal tiver filhos, como dizia a Lei 9.791/94. Pois a Lei 9.278/96 entendeu ser contrario os requisitos para caracterização da união estável, regulamentando o § 3º do artigo 226 da Constituição Federal, reconhecendo como entidade família, a união estável com os seguintes requisitos da convivência duradoura, pública e contínua, de uma mulher. Sendo que agora não precisa mais a comprovação do estado civil para os companheiros estarem abrangidos com a lei, não havendo mais prazo mínimo de convivência e não há mais exigência de prole.

Assim como o advento da Lei nº 9.278/96, o Código Civil de 2002 não estabeleceu um período mínimo de convivência para a configuração da união estável, não sendo o número de anos que deverá caracterizar uma relação como união estável, mas sim a presença dos requisitos previstos no seu artigo 1.723, compreendendo que as pessoas que mantiveram seu estado civil de casadas, mas estando separadas de fatos, poderão estar constituindo união estável.

A partir da realização desta pesquisa, percebe-se que antigamente, a ideia era de que a função principal da mulher na sociedade era ser mãe, esposa e educadora. A mulher, desde o seu nascimento, esteve submetida a um rigoroso treinamento para o desenvolvimento da missão relacionada ao trabalho doméstico, seja a responsabilidade com os filhos e/ou com o lar e o qual permaneceu por um longo tempo.

As conquistas femininas foram lentas, especialmente no que tange a igualdade em relação ao marido ou companheiro. Hoje, a mulher é equiparada ao homem, não só nos direitos, mas também nos deveres, ou seja, o cuidado e educação dos filhos é dever do casal.

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Os direitos foram sendo conquistados e reconhecidos paulatinamente, saindo de uma relação de concubinato para o reconhecimento constitucional da união estável, garantindo o princípio da igualdade entre homem e mulher.

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