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Direito de vizinhança: questões pertinentes ao controle de ruídos

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GRANDE DO SUL

NATANA RONCATTO MAZZURANA

DIREITO DE VIZINHANÇA

QUESTÕES PERTINENTES AO CONTROLE DE RUÍDOS

Ijuí (RS) 2016

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NATANA RONCATTO MAZZURANA

DIREITO DE VIZINHANÇA

QUESTÕES PERTINENTES AO CONTROLE DE RUÍDOS

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Trabalho de Conclusão de Curso - TCC. UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

DCJS- Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientador: MSc. Carlos Probst

Ijuí (RS) 2016

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Dedico este trabalho à minha família, pelo incentivo, apoio e confiança em mim depositados durante toda a minha jornada e que não mediram esforços para que eu chegasse até aqui. A todos aqueles qυе dе alguma forma estiveram е estão próximos dе mim, fazendo esta vida valer cada vеz mais а pena.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço à Deus, que iluminou o meu caminho durante esta caminhada e que me abençoou com o dom da vida.

Ao meu pai e minha mãe, que sempre estiveram presentes, me incentivando, apoiando e dedicando em mim toda confiança e suporte, nunca medindo esforços para que eu alcançasse esta vitória e a quem eu devo tudo o que sou hoje e o que irei me tornar daqui para frente.

Ao meu irmão Andrei, quem tenho muito orgulho e admiração, que sempre me apoiou e esteve ao meu lado durante toda minha jornada acadêmica, sempre incentivando e provando que nunca devemos desistir de nossos sonhos.

Ao meu orientador Carlos Probst, com quem eu tive o privilégio de conviver e contar com sua dedicação e disponibilidade, me guiando pelos caminhos do conhecimento.

Aos meus colegas de trabalho e chefes do Escritório de Advocacia Meister, Pereira e Eickhoff Advogados Associados, que colaboraram sempre que solicitados, com boa vontade e generosidade, enriquecendo o meu aprendizado.

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“O maior inimigo do conhecimento não é ignorância, mas a ilusão do conhecimento.” Stephen Hawking

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O presente trabalho de conclusão de curso visa estudar o direito de vizinhança no que tange à limitações de ruído e a existência de legislação pertinente à este tema, levando em consideração o significado do direito de vizinhança, qual seja, as regras que limitam o nosso direito de propriedade e tem a finalidade de evitar possíveis conflitos entre proprietários vizinhos. Estudar de maneira mais aprofundada as limitações de ruídos no direito de vizinhança, estabelecendo os direitos e deveres de cada morador para a boa convivência em sociedade/condomínio, tendo em vista que é no direito de vizinhança que vemos na pratica a limitação do direito de propriedade, pois o direito de um proprietário termina onde começa o do outro. Finaliza concluindo sobre as soluções de possíveis conflitos, as penalidades impostas bem como as medias judiciais cabíveis em cada caso.

Palavras-Chave: Direito de Vizinhança. Controle de Ruído. Perturbação sonora. Função social da propriedade.

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This course conclusion work aims to study the neighborhood right in regard to noise limitations and the existence of relevant legislation on this issue , taking into account the significance of neighborhood law, that is, the rules that limit our right property and is intended to avoid possible conflicts between neighboring landowners . Study more deeply the limitations of noise in the vicinity of law, establishing the rights and duties of each resident for the good life in society / condo with a view that is in the right neighborhood we see in practice the limitation of property rights as the right of an owner ends where the other begins . Terminates concluding on the solutions of possible conflicts the penalties imposed and the judicial media applicable in each case.

Keywords: Neighbourhood Law, Noise control, noise disturbance, social function of property.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1. DO DIREITO DE VIZINHANÇA ... 10

1.1. Origem histórica do direito de vizinhança ... 11

1.2 A função social da propriedade ... 13

1.3 Características do direito de vizinhança ... 16

1.4 Natureza jurídica do direito de vizinhança ... 18

1.5 Limitações ao direito de propriedade ... 19

2. DO CONTROLE DE RUÍDOS ... 22

2.1 Limites e critérios estabelecidos para aferição da poluição sonora ... 24

2.1.1 Lei das Contravenções Penais – Decreto Lei 3.688 de 1941 ... 27

2.1.2 Lei dos Crimes Ambientais – Lei 9.605 de 1998 ... 29

2.1.3 Código de Trânsito Brasileiro – Lei 9.503 de 1997 ... 30

2.2. Planejamento urbano no controle de ruído ... 31

2.2.1 Penalidade para o desrespeito às normas de controle de ruído nas áreas de planejamento urbano ... 32

CONCLUSÃO ... 34 REFERÊNCIAS ... Erro! Indicador não definido.

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta uma pesquisa acerca do direito de vizinhança e tem como objetivo estudar de maneira mais aprofundada as limitações de ruído, tendo em vista que o mesmo nos proporciona limitações e obrigações, estes derivados de normas vigentes, as quais cerceiam o uso e gozo por parte de proprietários e possuidores de prédios vizinhos, afixando deveres a serem obedecidos e limites a serem tolerados, resguardando assim a convivência social e o mutuo respeito à propriedade, reforçando ainda que o direito de vizinhança existe para a coexistência pacífica entre os vizinhos.

Um dos principais objetivos do presente trabalho é estudar de maneira mais aprofundada as limitações de ruídos no direito de vizinhança, estabelecendo os direitos e deveres de cada morador para a boa convivência em sociedade/condomínio, tendo em vista que é no direito de vizinhança que vemos na pratica a limitação do direito de propriedade, pois o direito de um proprietário termina onde começa o do outro.

A principal justificativa para o tema proposto é o fato de que cada vez mais o meio ambiente está sofrendo com a poluição sonora, onde a população não respeita os limites de ruído estabelecidos sejam para com os vizinhos seja para com os locais públicos e de livre circulação. Devemos estar cientes de que cada pessoa tem gosto e personalidade distinta dos demais, sendo que nem sempre o que agrada um vai agradar o outro, portanto não devemos ouvir músicas com um elevado volume, tampouco fazer barulhos durante a noite ou durante o período estipulado para determinada região.

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Quanto aos objetivos gerais, a pesquisa foi do tipo exploratória, utilizando no seu delineamento a coleta de dados em fontes bibliográficas disponíveis em meios físicos e na rede de computadores. Durante o desenvolvimento, foi utilizado o método de abordagem hipotético-dedutivo, observando os seguintes procedimentos:

a) seleção de bibliografia e documentos afins à temática e em meios físicos e na Internet, interdisciplinares, capazes e suficientes para que o pesquisador construa um referencial teórico coerente sobre o tema em estudo, responda o problema proposto, corrobore ou refute as hipóteses levantadas e atinja os objetivos propostos na pesquisa;

b) reflexão crítica sobre o material selecionado;

c) exposição dos resultados obtidos através de um texto escrito monográfico.

Inicialmente, no primeiro capitulo, foi feita uma abordagem do tema de maneira mais ampla, dando ênfase à sua origem histórica, função social da propriedade, as características do direito de vizinhança bem como sua natureza jurídica.

Temos que os três bens tutelados do direito de propriedade são o sossego, a segurança e a saúde. Portanto, no segundo capítulo será abordada a tutela do sossego, mais precisamente as questões pertinentes ao controle de ruído no que diz respeito à perturbação sonora, seus limites e parâmetros, além da análise acerca dos limites permitidos de decibéis em áreas residenciais, comercias e industriais.

A partir desse estudo se verifica a importância do convívio e do respeito para com os nossos semelhantes, sendo que a busca do convívio social e a importância do bom relacionamento são fundamentais para se ter uma boa convivência em sociedade, respeitando os limites impostos e permitidos em lei.

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1. DO DIREITO DE VIZINHANÇA

No presente capítulo será abordado o tema de maneira mais ampla, dando ênfase à sua origem histórica, função social da propriedade, as características do direito de vizinhança bem como sua natureza jurídica.

Assim como os demais, o direito de propriedade tem papel fundamental para a segurança jurídica bem como para a garantia da circulação de riquezas, embora este não mais possui caráter absoluto conforme possuía no período de Estado Liberal.

Hoje, o direito de propriedade privilegia outros princípios de relevância e direitos, quais sejam a defesa de patrimônios históricos, proteção ao meio ambiente, a função social da propriedade urbana e rural, dentre outros. Assim, temos que a propriedade deve se destinar ao beneficio de toda coletividade e não apenas ao detentor desta.

No que tange ao direito de vizinhança propriamente dito, sabe-se que vizinhos não são necessariamente apenas aqueles que moram ao lado de nossa casa, mas sim todos aqueles que se localizam nas proximidades e, desde que os atos praticados por estes incomodem ou causem prejuízos aos outros.

Quando falamos em atos que causam incômodos ou prejuízos, diz-se diretamente em relação ao barulho proveniente das relações de vizinhança, os quais causam grandes incômodos e desavenças entre os moradores próximos.

Ainda, podemos dizer que, para controlar estes eventuais ruídos e estabelecer determinados limites, não existem leis no âmbito federal que proíbem a produção de ruídos e barulhos elevados em determinados horários do dia e da noite, sendo que a regulamentação de tal dispositivo ficou a cargo das autoridades municipais, as quais, em suas leis orgânicas, deverão estabelecer os limites impostos à determinada região, estando este vigente apenas para aquele local para o qual fora destinado.

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A lei do silencio é legislada pelos órgãos municipais e suas regras podem mudar de um município para o outro. Temos que, costumeiramente, a população estipulou que seria proibido praticar ou produzir qualquer barulho antes das 8 horas e após as 22 horas. Embora este determinado horário esteja estabelecido pela comunidade, temos que compreender e respeitar o fato de que, independentemente do horário, em qualquer momento do dia e da noite as penalidades pertinentes ao desrespeito às limitações de ruídos podem ser cabíveis, desde que estejam causando prejuízo e/ou incômodos aos vizinhos e até mesmo na população em geral que se sentir incomodada e/ou lesada com a poluição sonora.

Conforme previsto no artigo 30, incisos I e II da nossa Constituição Federal Brasileira de 1988 a competência para regulamentar e fiscalizar a poluição sonora compete aos municípios, conforme transcrito, que

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber. (BRASIL, 2016)

Desta forma, cabe aos municípios respeitar, cumprir e fiscalizar as normas gerais emanadas pela União e pelo Estado, regulamentando os assuntos de interesse específico, o que se enquadra no presente caso.

É importante o bom uso da propriedade de maneira que não existam incômodos e nem perturbações à vizinhança. A nossa legislação regula o uso nocivo da propriedade justamente visando prevenir possíveis conflitos entre vizinhos, sendo que, com isso percebemos a importância de tal instituto.

1.1. Origem histórica do direito de vizinhança

Quando falamos em origem do direito de vizinhança, percebemos que esta está amplamente ligada à história da propriedade privada.

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Ao aprofundarmos os estudos em relação a este instituto, verificamos que, no princípio da civilização, a propriedade era coletiva, ou seja, comunitária, sendo este um reflexo da estrutura familiar daquela época, restando a cada qual apenas a disponibilidade de poucos objetos pessoais, haja vista que naquele período era prestigiado a gens.

Seja móvel ou imóvel, a propriedade sempre será um bem material. Ao falar em bens imóveis, temos que estes se fundamentam na iniciativa privada, em que o seu detentor pode usar, gozar e abusar de seu domínio. Podemos entender a propriedade como sendo o direito que o proprietário possui sobre determinada coisa, determinado bem, direito este que é sólido, amplo e exclusivo, o qual é um direito absoluto.

Pode-se dizer que a raiz do direito de propriedade tem sua base no direito romano, onde o homem podia usar e dispor de seu direito de propriedade sem que os demais se incomodassem, sendo que neste período preponderava um sentido individualista de propriedade, embora tivesse havido formas distintas de propriedade coletiva, quais sejam, a da família e a da gens.

Durante o desenvolvimento da cultura romana, a propriedade era da coletividade, ou seja, a mesma pertencia à gens, era da cidade, sendo que cada cidadão possuía uma determinada porção de terra, sendo que as mesmas eram inalienáveis, haja vista que somente poderiam alienar coisas móveis. Contudo, tendo em vista o desaparecimento da propriedade coletiva da cidade romana, ganhou destaque a da família.

Ocorre que, levando em consideração o rápido crescimento da população juntamente com o aumento da disputa por terras, começou a ser incentivado a proteção ao direito de propriedade, tornando-se assim necessária a delimitação das áreas.

Desta forma, o uso da terra se intensificou, vindo a tornar-se comercial. Com isso, surgiu também a necessidade de segurança, crédito e gerencia pública e, desta forma, tornou-se necessária a documentação e definição do domínio individual

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e seus limites por meio de registros de terras bem como por meio de mapas, com a finalidade de proteger e resguardar seu direito sobre a posse e propriedade do bem tutelado.

Com a mudança do ponto de vista absoluta da propriedade para uma visão relativa, no qual o direito de exercê-la estava limitado pelos interesses coletivos, surgiu a necessidade de se harmonizar os interesses pessoais aos interesses coletivos e assim, surgiram os direitos de vizinhança, os quais vieram para limitar o uso da propriedade e relativizar o conceito deste.

Conforme já mencionado, o direito de vizinhança surge no momento em que se altera o conceito de propriedade, passando esta de uma visão absoluta (onde o dono poderia fazer o que bem entendia) para uma visão relativa (onde o proprietário deve respeitar o direito do próximo).

Assim, devido à necessidade de conciliar o uso e o exercício da propriedade, os proprietários ficam submetidos à determinadas restrições, as quais servem de delimitação para o uso e gozo dos bens particulares.

Assim, sempre que um ato praticado pelo dono de um prédio ou estado de coisas por ele mantidas ultrapassarem seus limites, causando incomodo para o proprietário alheio, haverá conflito de interesses entre vizinhos, sendo o incomodo e/ou a perturbação os elementos fundamentais do conflito.

Portanto deve haver entre os proprietários um respeito mútuo, baseando-se sempre na boa convivência social, no diálogo e de forma inerente, na boa-fé das relações, a fim de manter a paz e o respeito mutuo, sempre buscando evitar possíveis conflitos e ou desgastes de convivência.

1.2 A função social da propriedade

Inerente à natureza humana, a propriedade representa a condição de existência e liberdade de todo o homem, segundo Carlos Edison do Rêgo Monteiro

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Filho (2003, p.79). Surgiu devido a necessidade da manutenção da ordem bem como da convivência em sociedade.

Ainda, segundo José Afonso da Silva (2002, p.270), sociedade trata-se de uma relação jurídica entre um individuo e um sujeito passivo universal integrado por todas as pessoas, o qual tem o dever de respeitá-lo. Assim, podemos entender que cada ser é de certa forma, responsável pelos seus pertences, o que deve ser respeitado pelos demais integrantes da coletividade.

Para Washington de Barros Monteiro, (2003, p.83),

“O direito de usar compreende exigir da coisa todos os serviços que ela pode prestar, sem alterar-lhe a substância. O direito de gozar consiste em fazer frutificar a coisa e auferir-lhe os produtos. O direito de dispor, o mais importante dos três, consiste no poder de consumir a coisa, de aliená-la, de gravá-la de ônus e de submetê-la ao serviço de outrem.”

Assim, temos que todos os proprietários possuem o direito de usar, gozar e dispor da sua propriedade, desde que assim o faça de maneira adequada, que não acarrete em prejuízos para a sociedade e seus vizinhos em geral.

Ademais, tem que a função social da propriedade está ligada à existência do direito público e o direito privado, a hermenêutica e a interpretação conforme a Constituição, e a concretização dos princípios fundamentais, em especial da dignidade da pessoa humana e da justiça social.

Com a nova dimensão da propriedade, observam-se três formas do principio da função social da propriedade, quais sejam eles a obrigação de o proprietário exercer faculdades elementares do domínio, a vedação ao proprietário do exercício de determinadas faculdades, e a criação de um complexo de condições para o exercício das faculdades atribuídas pelo direito de propriedade, conforme disposto por Orlando Gomes (1999, p. 107).

Quando falamos em obrigação de o proprietário exercer faculdades elementares do domínio, se está mencionado o fato de que, por ser proprietário o individuo possui obrigações e deveres que são inerentes à ele e à propriedade que

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este possui, sendo que estas pertencem apenas à ele, pelo simples fato de ser o detentor da propriedade.

Já no que tange à vedação ao proprietário do exercício de determinadas faculdades, temos que, mesmo sendo proprietário, existem limitações impostas à este, sendo que o mesmo não pode deixar sua propriedade sem a devida utilização ou então sem mantê-la limpa e produtiva.

Temos que a função social representa um elemento inseparável da estrutura do direito de propriedade. Desta forma, podemos dizer que o não cumprimento da função social influencia na restrição do bem e não ao direito de propriedade deste, levando em consideração o direito de propriedade, haja vista que este estaria desconfigurado frente a ausência do elemento da função social, necessitando assim da interferência do estado para dar o devido aproveitamento adequado aos fins coletivos.

Segundo Gomes (1999, p.109),

“A propriedade deixou de ser o direito subjetivo do indivíduo e tende a se tornar uma função social do detentor da riqueza mobiliaria e imobiliária; a propriedade implica para todo detentor de uma riqueza a obrigação de emprega-la para o crescimento da riqueza social e para a interdependência social. Só proprietário pode executar uma certa tarefa social. Só ele pode aumentar a riqueza geral utilizando a sua própria; a propriedade não é, de modo algum, um direito intangível e sagrado, mas um direito em contínua mudança que se deve modelar sobre as necessidades sociais às quais deve responder.”

É de ordem constitucional a função social da propriedade. Seus efeitos estão previstos em diversos dos dispositivos constitucionais, vindo a torná-lo um princípio direcionador de todo o ordenamento jurídico infraconstitucional. Enquanto direito fundamental, a propriedade carrega consigo o dever de cumprimento da sua função social.

A primeira aparição da função social da propriedade no Direito Brasileiro surgiu com a Constituição Federal de 1934, a qual, garantia em seu artigo 113, que “É garantido o direito de propriedade, que não poderá ser exercido contra o interesse social ou coletivo, na forma que a lei determinar”.

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Após isso, as demais constituições foram adequando o conceito de função social da propriedade, até chegar na atual e vigente Constituição Brasileira de 1988, a qual consagrou a função social da sociedade como cláusula pétrea, ou seja, não podem ser alterados seus dispositivos nem mesmo por meio de emendas, prevista no artigo 5º, XXII e XXIII, que dispõe que

“Artigo 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; (BRASIL, 2016)”

Ainda, para Silva (1994, p.280),

“A Constituição consagra a tese, que se desenvolveu especialmente na doutrina italiana, segundo a qual a propriedade não constitui uma instituição única, mas várias instituições diferenciadas, em correlação com os diversos tipos de bens e de titulares, de onde ser cabível falar não em propriedade, mas em propriedades. Agora, ela foi explícita e precisa. Garante o direito de propriedade em geral (art. 5º, XXII; garantia de um conteúdo mínimo essencial), mas distingue claramente a propriedade urbana (art. 182, § 2º) e a propriedade rural (art. 5º, XXVI, e, especialmente, arts. 184, 185 e 186), com seus regimes jurídicos próprios, sem falar nas regras especiais para outras manifestações da propriedade.”

Desta forma, na sociedade brasileira atual, a função social da propriedade tornou-se um direito meio, a fim de consagrar os direitos coletivos e não mais um direito fim.

1.3 Características do direito de vizinhança

Em relação às características dos direitos de vizinhança, temos que suas normas são recíprocas, ou seja, aquilo que o indivíduo não pode fazer, o vizinho dele também não pode. Desta forma, levando como base a legislação vigente, não se pode beneficiar um imóvel e prejudicar outro.

Importante também salientar que outro aspecto importante deste instituto diz respeito ao fato de serem uma obrigação real, a qual encontra-se vinculada à coisa,

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aplicando-se a qualquer proprietário, inquilino, detentor, etc., que fica responsável ou obrigado a reparar uma coisa.

Podemos dizer que, em primeiro lugar, são características do direito de vizinhança, regular todas as situações pertinentes aos proprietários, estabelecendo limites e restrições quanto ao uso da propriedade. Temos ainda, que no direito de vizinhança, não se busca criar vantagens para os proprietários, independente do prédio, pois o mesmo visa evitar prejuízos.

Assim, temos que estas restrições são denominadas pela doutrina de restrições defensivas. A vizinhança surge da lei e por intermédio de normas imperativas, as quais visam evitar prejuízos.

Restrições defensivas são as limitações ao uso do imóvel, estabelecidas por lei, as quais têm por finalidade defender a saúde, sossego e segurança dos ocupantes.

Outro renomado autor que conceitua o direito de vizinhança é San Tiago Dantas (1981, p. 249), o qual preceitua que:

“São os direitos que têm o proprietário de um imóvel a que os proprietários dos imóveis vizinhos satisfaçam, em seu favor, determinados deveres jurídicos, os deveres de vizinhança, expressão que tem grande força persuasiva, por isso que, como quer Lacerda de Almeida, serve também para extremar os deveres de vizinhança das servidões.”

Segundo Silvio Rodrigues (1981, p. 114) direitos de vizinhança “são as limitações impostas pela lei às prerrogativas individuais e com o escopo de conciliar interesses de proprietários vizinhos, reduzindo os poderes inerentes ao domínio e de modo a regular a convivência”. Assim, demonstra-se que o interesse coletivo prevalece sobre o direito da propriedade individual.

Outra importante característica do direito de vizinhança, é que, por intermédio das normas que compõe as relações entre vizinhos, procura-se coibir as interferências indevidas em imóveis vizinhos, de propriedade alheia. No presente caso, vale mencionar que o termo interferência é utilizado para substituir o termo

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imissão, por se entender que este ultimo possui um significado material, palpável, e, com a evolução do direito de vizinhança, passou-se a utilizar o termo técnico “interferência”, o qual possui o mesmo significado que incomodo.

Ainda, essas interferências devem ser sempre mediatas ou indiretas, as quais irão decorrer sempre da utilização do imóvel vizinho. Se a interferência for direta ou com esse fim, não se estará em sede de direito de vizinhança e sim frente a um ato ilícito da utilização deste instituto.

Temos como exemplos duas situações hipotéticas, quais sejam: O particular atira uma pedra em imóvel vizinho, esta situação independe das regras de vizinhança para a sua composição, pois se trata mesmo de ato ilícito e será sancionado como tal. Por outro lado, noutro exemplo, se em exploração de uma pedreira, voam fragmentos para a propriedade próxima, aí sim, inserem-se as normas do direito de vizinhança (MONTEIRO FILHO, anais o novo código civil).

1.4 Natureza jurídica do direito de vizinhança

Direito de vizinhança são as regras que limitam o nosso direito de propriedade e tem a finalidade de evitar possíveis conflitos entre proprietários de prédios vizinhos.

Este direito constitui obrigações propter rem, ou seja, acompanham a coisa, haja vista que independente de quem for o morador do prédio este sempre terá a obrigação de manter o convívio social, objetivo este do direito de vizinhança.

Tem-se a necessidade de esclarecer que os direitos de vizinhança e as ações inerentes a estes direitos não são, especificamente, direcionados aos proprietários, mas também a todos que por ventura possam vir a figurar na relação com a propriedade, como por exemplo, o possuidor, o detentor, usuários e entre outros.

Quanto à natureza jurídica, a própria doutrina não é unânime no que tange à definição dos direitos de vizinhança. Há quem diz serem limitações de obrigações in

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rem scriptae (natureza real), servidão legal e obrigações propter rem (obrigações

reais).

Podemos dizer que os direitos de vizinhança, como limitações ao direito de propriedade, se encaixam nas obrigações in rem scriptae, ou seja, nas obrigações de natureza real, pois seus efeitos ficam vinculados ao prédio e não à pessoa que o assume, possuindo responsabilidades portanto, o real possuidor do imóvel.

Ainda, há quem diga que a natureza jurídica do direito de vizinhança decorre da servidão legal, tendo em vista que estes, por si só, visam dirimir conflitos entre as pessoas que exercem seu direito de propriedade, motivo pelo qual que se compreende o fato de o direito de propriedade ser relativo, haja vista que o mesmo não pode ser exercido em prejuízo ao direito de propriedade de terceiro. Desta forma, podemos dizer que as relações de vizinhança está envolto em situações jurídicas devidamente amparadas por lei.

Em um terceiro contraponto, temos ainda que os direitos de vizinhança podem ser meras obrigações propter rem, haja vista que estas se vinculam ao vizinho e o tornam devedores, fazendo com que estes fiquem obrigados à respeitá-los pelo fato de serem proprietários e confinante. Nesta obrigação, diferentemente da obrigação

in rem scriptae, o morador está vinculado ao imóvel que o acompanha,

independente de ser proprietário ou apenas mero possuidor, incumbindo a este obrigações e deveres, tornando-o assim vizinho.

Levando-se em consideração o enunciado até o presente, temos que, por questão de lógica e de direito, o mais adequado seria de que a natureza jurídica do direito de vizinhança são de obrigações propter rem, ou seja, em função da coisa e afetando tanto o possuidor quanto ao proprietário.

1.5 Limitações ao direito de propriedade

Como em todos os ramos, o uso e o gozo da propriedade também possuem algumas limitações, as quais podem decorrer da vontade das partes, ou seja, dos

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proprietários, ou então em virtude da lei. Estas são chamadas, respectivamente, de limitações voluntárias e limitações legais.

As limitações que decorrem da vontade das partes, ou seja, as limitações voluntárias abrangem a criação de direitos reais sobre coisa alheia e, temos como exemplos, o usufruto servidão, habitação, entre outros. Já as limitações decorrentes em virtude da lei, as chamadas limitações legais subdividem-se em duas ordens, quais sejam: restrições de direito publico (abrangem direito constitucional e direito administrativo) e, restrições de direito privado (ligado ao direito civil).

A primeira limitação está estabelecida em favor da coletividade, onde o sujeito ativo deve ser uma pessoa jurídica de direito publico; enquanto que a segunda, está estabelecida em favor dos interesses de particulares.

Os direitos de vizinhança não constituem limitações ao direito de propriedade, devido ao fato de que o proprietário não sofre sacrifícios, pois o mesmo deve exercer seu direito apenas sem abusar das prerrogativas, valendo ressaltar que os limites impostos deverão ser respeitados por todos os proprietários, de maneira que, desta forma, acabam sendo para seu próprio interesse. Exercerá abuso de direito de propriedade no âmbito das relações de vizinhança, aquele que praticar atos ilegais, contrários a uma disposição expressa de Lei; atos abusivos, com os quais o direito é exercido com desvio de sua finalidade; atos excessivos, nos quais, embora não tenha havido abuso propriamente dito, se verifica o prejuízo de outrem.

Ainda, podemos questionar o fato de que, por serem direitos, o direito de vizinhança não deveria possuir limitações. Neste sentido, explica Carlos Guilherme Probst (2013, p.03):

Há uma contradição quando se define os direitos de vizinhança como sendo limitações ao direito de propriedade, pois, se são direitos, não podem ser limitações. Entretanto, o conceito de justifica, em face da parêmia: “Jus obligatio sunt correlat”. Ou seja: a limitação imposta a um proprietário equivale a um direito subjetivo de seu vizinho e vice-versa.

Para Luciano de Camargo Penteado (2008), não é adequada a utilização da expressão limitação à propriedade e, desta forma o mesmo diferencia três categorias

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fundamentais quais sejam as limitações, as restrições e os limites, conforme prevê abaixo

“São limitações as compreensões à esfera jurídica do titular de situação real que derivem do ordenamento jurídico, ou seja, a limitação diminui as vantagens da situação jurídica de direito das coisas e decorre da norma jurídica estatal, não de ato voluntário. A causa da limitação, a sua fonte, é normativa. Requerem, para a sua existência, um desenho constitucional, legal ou de atos equiparados à lei, como a medida provisória, as portarias e, em alguns casos, o ato administrativo. (...) Já as restrições consistem em compressões à esfera jurídica do titular de situação real fundadas em negócio jurídico. Por compressão aqui se quer referir a diminuição de vantagens das posições jurídicas ativas, pois, tendendo a se expandir por todo o bem, têm a pretensão de se tornarem mais amplas o possível. A atuação dos privados, por si só, através de preenchimento de norma jurídica por atuação particular, por razões mais diversas, emite comandos orientados a diminuir prerrogativas do domino em atenção a determinados interesses. (...)

Os limites à propriedade dizem respeito à sua projeção física. Em matéria mobiliária, o domínio abrange a coisa, com seus acessórios e acrescidos. Em matéria imobiliária, o domínio abrange a coisa, o solo, com acessórios e acrescidos, bem como o subsolo e o espaço aéreo correspondentes (CC 1229). Estes são os limites físicos elementares ou fundamentais. Existem outros limites determinados por normas especiais.”

Desta forma, podemos concluir que, limitação seria o gênero, o qual comporta as três espécies, mais precisamente falando em limitações, restrições e os limites.

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2. DO CONTROLE DE RUÍDOS

Os três bens tutelados do direito de propriedade são o sossego, a segurança e a saúde. Portanto, neste capítulo será abordada a tutela do sossego, mais precisamente as questões pertinentes ao controle de ruído, no que diz respeito à perturbação sonora, seus limites e parâmetros bem como a justiça brasileira tem tratado este tema.

Temos que existem dois tipos de sons que causam perturbações, são eles o som humano e o som inumano e a propagação destes pode ser feita através da ação ou da omissão.

As perturbações causadas pelo som humano são as algazarras e gritarias, comuns em festas. Já o som inumano é aquele causado por instrumentos musicais, por maquinas, buzinas, sinos e entre outros.

A propagação da perturbação por meio da ação acontece quando o causador da perturbação é o próprio agente, já na por omissão, embora o agente também seja responsável, o ato não decorre diretamente deste mas sim por este permitir que o ato aconteça. Segundo J. Nascimento Franco (2001, p. 148):

“A poluição sonora constitui grave infração dos deveres de vizinhança porque prejudica o sossego e a própria saúde das pessoas. Todos têm o direito de fazer, ou de não fazer, em sua casa o que bem entender, desde que não cause nenhuma intranqüilidade ou dano a seu vizinho. Muitos supõem que o barulho deve ser coibido apenas depois das 22 horas. Trata-se de um engano, porque o incômodo aos vizinhos tem de Trata-ser evitado em qualquer hora do dia ou da noite e o barulho excessivo impede o trabalho nas horas úteis e o repouso no final do dia. Na medida em que lesa a paz e o sossego alheio, o barulho tem de ser coibido independentemente do horário em que é produzido.”

Não somente nocivo à audição, o barulho também causa efeitos nocivos no sistema respiratório, circulatório e digestivo, devido ao estresse que este causa, além do fato de que, se ficar exposto por longo período de tempo ao ruído, este pode causar cansaço, dores de cabeça, além de ter grandes possibilidades de elevar a pressão arterial.

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Ainda, em relação ao barulho, temos que muitos pensam que as industrias e até mesmo as áreas comerciais não precisam se adequar as normas de prevenção e controle de ruídos, porém isso é inadmissível, como explica Gilberto Passos de Freitas (2002, p. 51):

“Os ruídos e vibrações anormais, independentemente das atividades desenvolvidas, desde que molestos e prejudiciais à segurança, saúde e sossego dos vizinhos, devem ser reprimidos, mesmo nas chamadas „zonas industriais ou comerciais‟, tais perturbações não podem ser tidas como ônus a que todos devem se sujeitar, devendo as fontes, que as geram, adequar-se às exigências da lei, razão pela qual o Poder Público tem elaborado leis e regulamentos para minimizar os efeitos da poluição sonora nociva ao indivíduo, à coletividade e ao meio ambiente.”

Muitas vezes o barulho do cotidiano pode causar danos à saúde e, na maioria das vezes esses barulhos são emitidos por instrumentos musicais, caminhões, conversas, obras... Acontece que o grau do dano causado depende do nível de decibéis emitido por cada um.

Mas afinal, o que é um decibel? Temos que essa é a unidade de medida utilizada para aferir/medir o grau do volume do som em determinado ambiente. Através dele, é utilizado uma escala logarítmica, a qual demonstra a intensidade do barulho em forma de decibéis.

Segundo a lei do silencio, a qual é um conjunto de leis estaduais, municipais e federais, o barulho auferido pelo medidor de decibéis não pode ser maior que 50 decibéis no período compreendido entre as 22 da noite e às 7 horas da manhã, sendo que no período do dia seria permitido 70 decibéis.

Ainda, levando em consideração a Organização Mundial da Saúde, já podem ser considerados estressantes sons com mais de 55 decibéis, devido ao fato de que estes podem vir a prejudicar a saúde. Ainda, salienta que a partir de 85 decibéis, o volume produzido já é suficiente para estimular a perda auditiva, sendo que o dano irá depender do período em que a pessoa ficar exposta a esse som bem como a intensidade deste.

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Desta forma, tendo em vista a dúvida existente em relação aos parâmetros e limites sobre o que realmente é permitido ou tolerado, foram criados parâmetros para fins de aferição, os quais podem medir se as emissões sonoras são ou não prejudiciais à população, o que será trabalhado no decorrer do presente capítulo.

2.1 Limites e critérios estabelecidos para aferição da poluição sonora

Direito de vizinhança são as regras que limitam o nosso direito de propriedade e tem a finalidade de evitar possíveis conflitos entre proprietários de prédios vizinhos. Este direito constitui obrigações propter rem, ou seja acompanham a coisa, haja vista que independente de quem for o morador do prédio este sempre terá a obrigação de manter o convívio social, objetivo este do direito de vizinhança.

Segundo Carlos Roberto Gonçalves, (2011, p.350)

Os direitos de vizinhança são obrigações propter rem, por que vinculam os confinantes, acompanhando a coisa. Obrigações dessa natureza só existem em relação à situação jurídica do obrigado, de titular do domínio ou de detentor de determinada coisa, e, portanto, de vizinho.

Como acontece com toda obrigação propter rem, a decorrente das relações de vizinhança se transmite ao sucesso a titulo particular. Por se transferir a eventuais novos ocupantes do imóvel (ambulat cum domino), é também denominada obrigação ambulatória.

Obrigações ambulatórias nada mais são do que aquelas que se pode transferir ao credor ou devedor sem as devidas formalidades, as quais podem ser passadas de um titulo à outro, ou seja, sempre que a não determinação do devedor ou do credor for da essência da obrigação examinada.

O nosso Código Civil de 1916 já previa em seu artigo 554 questões pertinentes ao direito de vizinhança, conforme transcrito abaixo:

Art. 554. O proprietário, ou inquilino de um prédio tem o direito de impedir que o mau uso da propriedade vizinha possa prejudicar a segurança, o sossego e a saúde dos que o habitam. (BRASIL, 2016)

Ademais, a fim de efetuar um breve comparativo entre o Código Civil Brasileiro de 1916 e o vigente Código Civil Brasileiro de 2002, ao verificarmos os

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direitos dos proprietários, possuidores ou inquilinos de prédios, temos que no atual código vigente, em seu artigo 1.277, parágrafo único, o mesmo nos dá a seguinte redação:

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.

Parágrafo único: proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinário de tolerância dos moradores da vizinhança. (BRASIL, 2016)

Entre vizinhos, podemos dizer que uma das principais fontes de queixa seria o excesso de barulho produzido. Ademais, ao contrário do que se pensa, não podemos ver a poluição sonora apenas como um simples desconforto acústico.

Os ruídos excessivos tem se tornado cada vez mais um inimigo da qualidade de vida, sendo que para Carlos Roberto Gonçalves (2.010, p. 351), “abusivos são os atos que, embora o causador do incômodo se mantenha nos limites de sua propriedade, mesmo assim vem a prejudicar o vizinho, muitas vezes sob a forma de barulho excessivo”.

Esse autor considera abusivos não apenas “os atos praticados com o propósito deliberado de prejudicar o vizinho”, como também “aqueles em que o titular exerce o seu direito de modo irregular, em desacordo com a sua finalidade social”.

Deste modo, analisando o artigo 1.277 do atual Código Civil de 2002, temos que os atos prejudiciais à propriedade podem ser de 03 (três) formas: Ilegais, quando forem atos ilícitos; lesivos, que causam danos ao vizinho e não decorrem do uso anormal da propriedade (exemplo: fuligem que polui o meio ambiente); e, abusivos, aqueles que causam incômodos aos vizinhos porém estão dentro do limite da propriedade (barulho excessivo, por exemplo), o que se encaixa no estudo do presente projeto.

Ainda, no que tange ao respeito dos direitos do próximo bem como na obrigação que possuímos de respeitar a integridade de nossos semelhantes e

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vizinhos, temos nas palavras de Clayton Reis (2.002, pp. 57-58), uma passagem doutrinária, na qual o mesmo assegura que:

Quando ultrapassamos a fronteira existente entre o nosso direito e o do próximo, violamos um dever moral consistente na obrigação de respeitar a integridade física e psíquica do nosso vizinho. A obrigação de não causar prejuízo a ninguém é o retrato de uma regra primária de convivência harmoniosa, princípio de comportamento moral sobre o qual se assentam todas as regras de direito.

Temos que a poluição sonora acontece quando o som altera a condição normal de audição e, embora essa poluição não se acumule no meio ambiente, causa sérios danos à qualidade de vida das pessoas.

Barulhos de animais, ruídos provocados por equipamentos, música alta, gritaria, buzinas, alarmes de veículos, ruídos provocados por equipamentos, obras de construção e de reforma são exemplos de situações que, além de incomodar, desrespeitam o direito dos indivíduos de viverem em um ambiente equilibrado. O excesso de ruído toma proporção quando alguém acaba invadindo, com ou sem intenção, o modo de vida do outro, o qual se vê obrigado a interromper o que estava praticando em razão do excesso de barulhos.

Outro autor de renome e que nos auxilia na compreensão dos danos e efeitos que o excesso de ruídos causa no ser humano é Valdir Sznick (1.991, p.207), o qual sabiamente menciona que:

O ruído provoca uma diminuição da potencialidade do indivíduo, dispersando a sua atenção, impedindo a concentração, e chegando a ser incômodo à própria saúde: aos nervos, abalando-os, causando irritabilidade e provocando, em grau mais intenso, perturbações mentais.

Todavia, embora o excesso de barulho seja proibido em qualquer horário, seja do dia ou da noite, não existem determinações especificas sobre o horário em que é permitido ou não fazer barulhos, tornando assim a ideia das 22 horas uma crença, a qual foi desenvolvida com base na lei do silencio, lei esta que é de competência municipal.

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Desta forma, foram criadas leis do silencio para combater a poluição sonora, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida de grandes centros urbanos. Estas leis estabelecem restrições objetivas para a geração de ruídos durante dia e noite, especialmente em casas noturnas e bares, além de partirem da contravenção penal conhecida como perturbação do sossego.

Para que todos possam usufruir de melhor qualidade de vida, as atividades humanas devem ser efetuadas dentro das normas de convivência pacífica, sempre baseadas no respeito ao próximo e no dever de não prejudicar ninguém e na obediência às leis.

O direito de viver sem barulho é tutelado pela Lei de Contravenções Penais (Decreto Lei número 3.688 de 03 de outubro de 1.941), em seus artigos 42 e 65; pela Lei dos Crimes Ambientais (Lei número 9.605) em seu artigo 54 e, pelo Código de Trânsito Brasileiro (Lei número 9.503 de 23 de setembro de 1.997) em seus artigos 228 e 229.

2.1.1 Lei das Contravenções Penais – Decreto Lei 3.688 de 1941

Neste subitem serão analisados dois artigos específicos da Lei de Contravenções Penais, os quais estão ligados à perturbação do sossego e tranqüilidade, quais sejam artigos 42 e 65, respectivamente.

As contravenções penais são as infrações consideradas de menor potencial ofensivo. São aquelas que, de certa forma, toleradas pela sociedade, são cometidas quase que diariamente pelas pessoas, muitas vezes sem que essas se dêem por conta que as estão cometendo. Porém, estas pequenas infrações, chamadas de contravenções penais, não podem deixar de receber a sua devida punição.

No que diz respeito á aplicação da Lei das Contravenções Penais ao direito de vizinhança, mais precisamente no âmbito do controle de ruído, é o fato de que no artigo 42 deste decreto lei (Decreto Lei 3.688), o mesmo refere-se ao fato de

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“perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheio”, o que nos é de suma importância.

Segundo o mencionado artigo 42 da Lei das Contravenções Penais,

“Art. 42. Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheio: I – com gritaria ou algazarra;

II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;

III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;

IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda:

Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.” (BRASIL, 2016)

Segundo Jesus, (2001, p. 138), as condutas típicas desse artigo “consistem em causar perturbação à tranquilidade das pessoas mediante gritaria ou algazarra, exercício de profissão ruidosa, abuso de instrumentos sonoros ou sinais acústicos e provocação de barulho por intermédio de animais”.

Porém, para que a denúncia seja acatada, se faz necessário que o incomodo tenha atingido mais que um indivíduo ou família, sendo que estes poderão reclamar seus direitos tanto na Delegacia de Polícia, mediante Boletim de Ocorrência ou ainda, procurando o Ministério Público. Ainda assim, as reclamações somente serão atendidas se os danos causados pelo excesso de ruídos forem realmente intoleráveis.

Desta forma, temos que o objetivo jurídico deste artigo está diretamente relacionado á paz pública, ao sossego e bem estar da coletividade, onde o sujeito ativo do direito é qualquer pessoa e o passivo, a coletividade.

Temos que a perturbação do sossego atinge um numero indeterminado de pessoas, sendo que, conforme se percebe ao analisar o artigo 42, que na contravenção prevista nele, ocorre apenas perturbação e não o dano iminente.

Por sua vez, temos o artigo 65, da mesma lei, sendo que este trata da perturbação da tranqüilidade, a qual atinge pessoa determinada. No mesmo está disposto que “molestar alguém ou perturbar-lhe a tranqüilidade, por acinte ou por

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motivo reprovável” terá como punição a pena de “prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.”.

Neste caso, o objeto jurídico afetado é a tranqüilidade pessoal. Para se configurar perturbação da tranqüilidade, a perturbação tem que ser privada, tendo em vista que, se a mesma atingir um número indeterminado de pessoas, esta será contravenção, a qual está elencada no artigo 42, da Lei de Contravenções Penais, conforme já mencionado anteriormente. O sujeito passivo desta perturbação é qualquer pessoa determinada. Como exemplo, temos o trote telefônico.

2.1.2 Lei dos Crimes Ambientais – Lei 9.605 de 1998

Além da Lei das Contravenções Penais, temos também a Lei dos Crimes Ambientais, a qual é regida pela Lei 9.605 de 1998, na qual, em seu artigo 54, prevê que

“Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. § 2º Se o crime:

I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade;

IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.” (BRASIL,2016)

Neste artigo, podemos perceber claramente que o mesmo prevê penas para todo e qualquer tipo de crime em face do meio ambiente, estando assim incluído, a poluição sonora, a qual pode causar danos à saúde humana.

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São considerados crimes ambientais toda e qualquer agressão ao meio ambiente e à seus componentes, desde que esta agressão ultrapasse os limites previstos em lei.

Assim, tendo em vista que o Direito Penal sentiu a necessidade de se manifestar e agir em prol do meio ambiente, este, como ultima ratio, criou o artigo anteriormente citado, como forma de dispor sobre os crimes ambientais e a pena aplicável a quem descumpri-la.

2.1.3 Código de Trânsito Brasileiro – Lei 9.503 de 1997

Tendo em vista as inúmeras perturbações causadas por condutores de veículos automotores e que resultaram em perturbação do sossego e paz publica, ocasionando poluição sonora, o Código de Transito Brasileiro também precisou agir frente a esta intempérie humana, aplicando penalidades aos infratores, como forma de punição pelo ato realizado.

O mesmo prevê, em dois artigos, as punições relativas ao uso inadequado do volume ou freqüência do som bem como do uso inadequado da buzina e alarme, os quais são responsáveis por perturbações do sossego, conforme transcritos abaixo

Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou freqüência que não sejam autorizados pelo CONTRAN:

Infração - grave; Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que produza sons e ruído que perturbem o sossego público, em desacordo com normas fixadas pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo (BRASIL, 2016)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o som deve ficar até 55 decibéis (db) para não causar prejuízos ao ser humano. Ao ultrapassar essa medida, efeitos negativos podem começar a aparecer, sendo que alguns podem ocorrer em curto prazo e outros podem levar anos para serem notados.

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Em algumas cidades, a solução para os problemas relacionados aos ruídos dependem do registro de boletim de ocorrência ou até então da intervenção do Ministério Público, tendo em vista que a legislação destas ainda não prevê sanções e limites estabelecidos para a questão da resolução de conflitos pertinentes ao elencado.

2.2. Planejamento urbano no controle de ruído

Levando-se em consideração o planejamento urbano no que tange ao controle de ruído, temos as áreas dividias em industriais, comerciais e residenciais, sendo que para cada uma delas os limites de ruído toleráveis são distintos.

O desenvolvimento de programas bem como seu processo de criação visando a melhoria da qualidade de vida dos habitantes em áreas urbanas é conhecido como planejamento urbano. É através dele que são desenvolvidos os processos de produção, apropriação e estruturação do espaço urbano, adequando-o de melhor maneira possível às necessidades da população em geral.

A seguir, será abordado o controle de ruído em cada uma das áreas que fazem parte do planejamento urbano, sendo que através delas, podemos perceber a organização e o planejamento desenvolvido a fim de melhorar a qualidade de vida dos habitantes, quais sejam as áreas residenciais, comerciais e industriais.

Temos que em áreas residenciais, aquelas em que predomina a habitação e que não são ocupadas pelo comercio nem pela indústria e, se caso for, as mesmas não são predominantes, o limite tolerável de ruído variam de 50 decibéis durante o dia e de 45 decibéis para a noite. O mesmo é valido também para as áreas hospitalares e escolares. Já em áreas rurais, fazendas e sítios, o permitido durante o dia é de 40 decibéis e para a noite, 35.

Nas áreas comerciais, ou seja, aquelas em que predomina o desenvolvimento do comércio, os comerciantes, ou seja, proprietários dos estabelecimentos comerciais devem requerer licença perante a administração regional, sendo que o

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volume permitido durante o dia é de 60 decibéis enquanto que para a noite é de 55 decibéis. Ademais, para que a licença seja provida, os proprietários devem apresentar laudo no qual consta e comprove o isolamento acústico do local, a fim de evitar possíveis conflitos.

Para as áreas industriais, nas quais predominam a existência de grandes fábricas e a produção de ruído acaba se tornando intensa, a legislação foi mais banda, permitindo uma maior produção de ruído, a qual perfaz o montante de 70 decibéis durante o dia e 60 decibéis para a noite.

2.2.1 Penalidade para o desrespeito às normas de controle de ruído nas áreas de planejamento urbano

No que tange às penalidades impostas a quem descumprir as normas de controle de ruído, temos que as mesmas são as mais variadas e poderão resultar em danos materiais e até extra patrimoniais.

Conforme mencionado anteriormente, no artigo 42 da Lei das Contravenções Penais, a penalidade imposta para o crime descrito neste, pode ser de prisão simples, a qual tem duração de quinze dias, podendo chegar a três meses, ou então multa pecuniária.

Já na Lei dos Crimes Ambientais, o artigo 54, prevê pena de detenção de seis meses, podendo chegar a um ano mais multa, e até mesmo reclusão de cinco anos.

Já o Código de Transito Brasileiro, prevê em seu artigo 228 que a penalidade aplicada é de multa por infração grave, além de ser aplicável a medida administrativa de retenção do veículo para a regularização. Já em seu artigo 229, cabe a aplicação de infração média, sendo a multa e a apreensão do veículo a penalidade aplicável, além da medida administrativa de remoção do veículo.

Temos que os responsáveis por fiscalizar a lei do silencio é a policia militar, a qual, de maneira geral, desempenha a sua função. De praxe, a abordagem inicial

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dos fiscais da lei é para que seja diminuído o volume que está sendo produzido em excesso, sendo que, se caso isso não acontecer, penalidades poderão ser impostas, como por exemplo, advertências formais bem como pedidos de indenização.

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CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento do presente trabalho, pode-se perceber que o direito de vizinhança bem como o direito de propriedade são motivos de discussão e preocupação desde os primórdios da civilização, sendo que em cada época os mesmos ganharam um tratamento em especial, com normas distintas em virtude da importância que as mesmas possuíam.

Conforme se percebeu, nos primórdios da civilização, a propriedade era coletiva, onde todos trabalhavam em prol do bem comum, utilizando a mesma para produzir alimentos e alimentar a tribo, ou seja, a população/civilização que dependia do alimento que nela era produzido, cultivado e compartilhado entre todos.

Já com o passar dos anos, a propriedade adquiriu valores materiais e, desta forma, deixou de ser vista apenas como um bem comum, a qual era utilizada em prol do bem comunitário e passou a ser vista como objeto de poder e riqueza.

A partir deste dado momento, surgiu a necessidade de registrar a mesma, a qual passou a ser um bem que visava lucros. Basicamente relacionada ao direito de propriedade, o direito de vizinhança começou ganhar forças, vindo a se desenvolver e criar origem juntamente com o direito de propriedade.

Assim também surgiu a necessidade de criações de regras, as quais tinham por objetivo proteger o bem tutelado bem como seus detentores. Com o passar dos anos, estas regras passaram a ser chamadas de leis, as quais hoje são

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fundamentais para reger o sistema e controlar, de certa forma, os impulsos da população.

Sendo que os principais propósitos, conforme observa-se no desenvolvimento do trabalho, era esclarecer alguns pontos. Dentre eles citamos que principais objetivos, quais sejam, conhecer a história do Direito de vizinhança, em especial no que tange à limitações de ruídos; verificar como funcionam as leis que regulamentam o silencio – sossego público; estudar quais são os horários em que devemos limitar a produção de ruídos e se há limitações e ou legislações pertinentes a esta questão. Desta forma, incansavelmente buscamos uma resposta a esses questionamentos, sendo que, aparentemente acreditamos ter chegado a um desfecho bastante interessante.

No que tange às hipóteses previstas para discussão na presente pesquisa, concluímos que, no que tange à legislação pertinente ao controle de ruído, podemos dizer que no âmbito federal, a mesma apenas é tratada na Lei do Silêncio, a qual é legislada pelos órgãos municipais e podem variar de município para município, pois cada um possui sua lei orgânica e é esta que prevê os limites e parâmetros para a aferição e aplicação da lei do silêncio.

Pode-se concluir que todos os objetivos e problemas abordados foram alcançados de maneira eficiente, corroborando com o aprendizado e a dinâmica de trabalho.

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Referências

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