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ROTEIRO DE AULA Aula 16 (07.06.2010 – segunda feira)

Direito Processual Penal I Turma: 4º semestre

OBS: Mero roteiro de aula. Proibido divulgação e reprodução. Somente para alunos do 4º semestre que cursam a disciplina de Processo Penal I.

TEMA I

COMPETÊNCIA- CONTINUAÇÃO GUIA DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA 1. Qual a justiça competente?

Justiça especial ou comum? Justiça Especial:

Justiça Militar (para julgamento dos crimes militares definidos em lei -Art. 124 e 125, 4º da CF/88) Justiça Eleitoral (para julgamento das infrações penais dessa natureza, art. 118 a 121 da CF/88)

Justiça do Trabalho – ADI 3684-0 DF(cautelar-unanimidade: o art. 114 da CF/88 não atribuiu competência criminal à Justiça do Trabalho)

Justiça Política/Extraordinária – Competência política do Senado Federal: relacionada aos crimes de responsabilidade, Art. 52, I da CF/88

Crimes dolosos contra a vida (Tribunal do Júri) Justiça Comum:

Justiça Federal (Art. 109, IV da CF/88) Justiça Estadual (competência residual) 2. Competência originária

O acusado tem foro de prerrogativa de função? STF, STJ, TRF, TJ

3.Competência de foro / territorial Qual a comarca competente?

Do local da infração, do domicílio ou residência do réu, prevenção 4.Competência de juízo

Qual é a vara competente?

Vara criminal, júri, de lavagem de capitais, etc... 5.Competência interna/de juiz

Qual é o juiz competente? Distribuição, prevenção.

DISTRIBUIÇÃO (art. 75 do CPP):

Havendo mais de um juiz competente no foro do processo, a competência será determinada pelo critério da distribuição.

Estabelecida a competência de foro, pelo lugar da infração ou pelo domicílio ou residência do réu, é por distribuição entre os juízes da jurisdição que se fixa a competência concreta daquele perante o qual se movimentará a ação penal.

Não se procederá à distribuição quando:

-Se em razão de conexão e continência, as infrações devem ser apuradas em processo já afeto à autoridade judiciária prevalente;

-Em razão de prevenção, deva a ação penal ser distribuída à apreciação de autoridade judiciária que já tenha de algum modo tomado conhecimento do caso;

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(art. 75, § único do CPP, a distribuição de inquérito policial e a decretação de prisão preventiva, a concessão de fiança ou a determinação de qualquer diligência, antes mesmo da distribuição do inquérito, tornam o juízo competente para a futura ação penal).

6.Competência recursal Para onde vai o recurso?

CRITÉRIOS DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA:CONEXÃO E CONTINÊNCIA Conexão e continência são hipóteses de prorrogação/modificação de competência necessária.

1. CONEXÃO: É vínculo, o liame, o nexo que se estabelece entre dois ou mais fatos, que os torna entrelaçados por algum motivo, sugerindo a sua reunião no mesmo processo, a fim de que sejam julgados pelo mesmo juiz, diante do mesmo compêndio probatório e com isso se evitem decisões contraditórias. Efeitos da conexão: reunião de ações penais em um mesmo processo e a prorrogação de competência. Espécies:

a.intersubjetiva:

- por simultaneidade (art. 76, I, 1ª parte, do CPP): é o caso de autoria colateral. Ex: após uma partida de futebol, os torcedores, sem ajuste prévio começam a destruir o estádio.

- concursal (art. 76, I, 2ª parte, do CPP). Neste caso há ajuste prévio. Ex: quadrilha de assalto a bancos. -por reciprocidade (art. 76, I, parte final, do CPP). EX.lesões corporais recíprocas, onde dois grupos rivais se agridem.

b.objetiva/lógica ou material

-teleológica (Art. 76, II, 1ª parte, do CPP): quando uma infração é praticada pra facilitar a execução de outra. Ex: Agente que falsifica cartão de crédito e com ele pratica inúmeros estelionatos.Mata policial para facilitar o tráfico.

-conseqüencial (Art. 76, II, 2ª parte, do CPP) uma infração é cometida para ocultar, garantir a vantagem ou impunidade e relação a outra. Ex: Sujeito que mata a pessoa q é testemunha ocular do crime.Oculta cadáver para se conseguir impunidade no crime de homicídio.

c.instrumental ou probatória (Art. 76, III do CPP).Ex: prova do furto influência na prova da receptação.

2. CONTINÊNCIA

Não há possibilidade de cisão em processos diferentes porque uma causa está contida na outra.

Hipóteses:Art. 77, I do CPP (por concurso de pessoas: co-autoria e participação) e Art. 77, II do CPP (por concurso formal de crimes(art. 70 CP), aberratio ictus(erro na execução com unidade complexa, art. 73 CP, 2º parte) e aberratio delicti (resultado diverso do pretendido com unidade complexa, art. 74 CP, 2º parte)

ART. 78 DO CPP-FORO PREVALENTE: I – JÚRI X JUSTIÇA COMUM: JÚRI

II – CONCURSO DE JURISDIÇÕES DE MESMA CATEGORIA: a.Local onde foi cometido a infração mais grave:

Ex

Cidade A B C

Crime Latrocínio 1 roubo 1 furto

b. Local onde foi cometido o maior nº de infrações, caso as penas sejam de igual gravidade Ex:

Cidade A B C

Crime 2 roubos 3 roubos 4 roubos

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Ex:

Cidade A B C

Crime 2roubos 2 roubos 2 roubos

III - CONCURSO DE JURISDIÇÕES DE DIVERSAS CATEGORIAS: predominará a de maior graduação. Ex: crime cometido por juiz de direito em concurso com outros agentes, caberá ao TJ julgar todos os acusados

IV – JUSTIÇA COMUM X JUSTIÇA ESPECIAL: JUSTIÇA ESPECIAL. Desde que ambas estejam fixadas por lei.

OBS:Entretanto quando a competência comum tiver sido estabelecida diretamente pela CF, não haverá reunião de processos, devendo cada qual seguir perante seu corresponde juízo.EX: crime político praticado em conexão com um crime eleitoral. Justiça Federal julga crime político (art. 109, IV CF) e Justiça eleitoral julga o crime eleitoral, é que leis infraconstitucionais, como os dispositivos do CPP, que prevêem o deslocamento da competência e conseqüente reunião de processos pela conexão e continência, não podem se sobrepor as regras constitucionais de fixação de competência, como por exemplo as da Justiça Federal.

OBS: -Crime conexo de competência federal e estadual: competência da Justiça Federal (súmula 122 do STJ)

DESMEMBRAMENTO: Art. 79 e 80 do CPP Jurisdição comum x jurisdição militar

Jurisdição comum x justiça da infância e juventude Co-réu doente mental

Art. 80 CPP separação facultativa

ART. 81 DO CPP-PERPETUATIO JURISDICTIONIS

Havendo reunião de processos em razão de conexão ou continência o juízo do foro prevalente continua competente para julgar as demais infrações ainda que absolva o réu ou desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência.

Não se aplica a regra do art. 81 do CPP na primeira fase do tribunal do júri, (judiciium accusationis, ou sumário de culpa), pois se o juiz nesta primeira fase desclassificar, absolver ou impronunciar o acusado, havendo crime conexo, deverá remeter os autos ao juiz competente. Neste caso aplica-se a regra do art. 81, § único do CPP.

Já na segunda fase do tribunal do júri (judicium causae):

-se os jurados desclassificam : juiz presidente do Tribunal do Júri deverá julgar o fato, inclusive os crimes conexos, dissolvendo-se o conselho de sentença. Neste caso é aplicada a regra da perpetuatio jurisdictionis, a qual, porém, não se dá em relação ao conselho de sentença, mas em relação ao Juiz presidente.

-se os jurados absolvem o crime doloso,continuam competentes para julgar o conexo

-se os jurados condenam pelo crime doloso continuam também competentes para julgar o conexo Criação de nova vara: desloca-se a competência somente se o juízo anterior se tornar absolutamente incompetente em razão da matéria e da prerrogativa de função. Caso contrário a competência perpetua-se.(aplica-se por analogia o art. 87 do CPC)

AVOCATÓRIA: Art. 82 do CPP

TEMA II

ATOS DO PROCESSO

O processo penal desenvolve-se por um conjunto de atos processuais que integram os distintos procedimentos previstos no CPP e em leis extravagantes.

Esses atos processuais como atos jurídicos, seguem as mesmas classificações a estes atribuídos:atos processuais em que a manifestação de vontade encontra-se presente (Ex: oferecimento de denúncia) e

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fatos processuais em que se independe da vontade das partes (EX:morte do ofendido e transferência da titularidade do direito de queixa ao CADI).

Na tradicional classificação adotada por Mirabete, os atos processuais são divididos em: 1.Atos das partes

2.Atos dos órgãos jurisdicionais 3.Atos dos auxiliares da justiça 4.Atos praticados por terceiros 1..ATOS DAS PARTES:

Podem ser: postulatórios, instrutórios, reais e dispositivos.

a. Atos postulatórios: referem-se aos requerimentos feitos pelas partes, sobretudo pelo autor da ação. Ex: denúncia e queixa.

b. Atos instrutórios: toda a atividade probatória desenvolvida pelas partes. Ex: oferecimento de rol de testemunhas, pedido de acareação

c. Atos reais: Manifestam-se em concreto, como a juntada de documentos, prestação de fiança. d. Atos dispositivos: Consistem em declaração de vontade destinada a dispensar a prestação jurisdicional. Ex: perdão do ofendido, renúncia ao direito de queixa.

2. ATOS DOS JUÍZES

Podem ser: decisórios, instrutórios, e de documentação.

a. Atos decisórios:, como intuitivo, são privativo dos juízes, são os que solucionam questões do processo.

Dividem-se em:decisões interlocutória simples, interlocutória mista (terminativa ou não terminativa), decisões definitivas (absolutória e condenatória) ou com força de definitivas e despacho de mero expediente.

Decisão interlocutória simples:são aquelas em que o juiz decide questões emergentes no processo, ou seja, resolve questões processuais sem extinguir o processo. Ex: decretação de prisão preventiva, concessão de fiança. Desafiam, em regra, recurso em sentido estrito.

Decisão interlocutória mista: encerram uma relação processual, sem julgamento do mérito,neste caso chamada de decisão interlocutória mista terminativa(Ex:rejeição da denúncia, que acolhe a exceção de litispendência, de coisa julgada, de ilegitimidade de parte); ou encerram uma fase específica do processo, neste caso chamada de decisão interlocutória mista não terminativa (Ex: pronúncia).Regra geral, o recurso cabível é o RESE.

OBS: Serão, portanto, interlocutórias, qualquer decisão que não julgue o mérito da pretensão penal.

Decisão definitiva: Que pode ser condenatória ou absolutória. Sendo que a absolutória pode ser própria ou imprópria(absolve o réu, mas impõe medida de segurança).

OBS: Eugênio Pacelli, no que tange a absolvição sumária prevista no art. 397, I , II e III do CPP, trazida pela reforma processual da Lei 11719/08, e a absolvição sumária do procedimento do júri (art. 415 do CPP), diz tratar-se de sentença absolutória sumária ou antecipada.

Decisão com força de defintiva:São aquelas decisões não contempladas no rol do art. 581 do CPP (RESE), que poriam fim a determinados procedimentos incidentes, tais como restituição de coisa apreendida, cancelamento da inscrição da hipoteca, levantamento de seqüestro.Neste caso há apreciação do mérito do processo incidente e não da ação penal.

b.Atos instrutórios: são aqueles em que a atividade do juiz está destinada a esclarecer a vontade dos fatos. Ex: interrogatório, oitiva de testemunhas.

c.Atos de documentação: São aqueles atos em que o juiz participa da documentação dos atos processuais, tais como subscrever termos de audiência.

Praticam ainda os juízes: atos de coerção (ex; condução coercitiva de testemunhas- art. 218 CPP); atos de polícia processual, mantendo a ordem na audiência (art. 794 do CPP); atos tipicamente administrativos, como o alistamento de jurados; atos anômalos de juiz, requisitar inquérito policial , recorrer de ofício.

3.ATOS DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA:

Auxiliares da justiça são pessoas responsáveis pelo andamento do processo. Seus atos podem ser: a. Atos de movimentação: promovem o desenvolvimento do processo, ex, conclusão, vista.

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c. Atos de documentação: em que dão fé dos atos que foram executados por determinação do juiz. Ex: certidão de intimação, citação, notificação.

4.ATOS DE TERCEIRO

Que podem ser terceiros interessados e desinteressados. EX: Testemunho (ato de terceiro desinteressado)

Pedido de Restituição de coisa apreendida pelo 3º de boa fé (ato de terceiro interessado) -ESPÉCIES DE ATOS:

Seguindo a linha de orientação de Mirabete, os atos processuais podem ser simples, complexos e compostos.

Atos processuais simples: São os que resultam da manifestação de vontade de uma pessoa, de um órgão. EX: denúncia, interrogatório, sentença

Atos processuais complexos: São aqueles em que se observa uma série de atos entrelaçados. Ex: Sentença proferida no tribunal do júri, pois proveniente de dois órgãos, juiz presidente e conselho de sentença.

Ato composto:Resulta da manifestação de vontade de uma pessoa, dependendo contudo, para ter eficácia, de aceitação ou ratificação de outra pessoa. EX: perdão do ofendido o qual depende de aceitação do querelado.

-TERMOS:

Definindo com Mirabete, temos que TERMO significa a documentação de um ato levado a efeito por um funcionário ou serventuário da justiça no exercício de suas atribuições.

Destinam-se a movimentação do processo.São chamados de:

a. termo de autuação:foi iniciado o processo com a apresentação de den/queixa; b. termo de juntada: foi anexado aos autos um doc ou coisa;

c. termo de conclusão: remetem os autos ao juiz; d. termo de vista:autos a disposição das partes;

e. termo de recebimento: autos retornaram ao cartório;

f. termo de apensamento: de terem sido juntados outros autos ou peças de informação aos autos principais;

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