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Painéis pré-moldados de concreto: análise de conformidade às normas técnicas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOL ´OGICA FEDERAL DO PARAN ´A DEPARTAMENTO ACAD ˆEMICO DE CONSTRUC¸ ˜AO CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

HELOIZA CANDEIA RUTHES

PAIN ´

EIS PR ´

E-MOLDADOS DE CONCRETO: AN ´

ALISE

DE CONFORMIDADE `

AS NORMAS T ´

ECNICAS

TRABALHO DE CONCLUS ˜AO DE CURSO

PATO BRANCO 2015

(2)

HELOIZA CANDEIA RUTHES

PAIN ´

EIS PR ´

E-MOLDADOS DE CONCRETO: AN ´

ALISE

DE CONFORMIDADE `

AS NORMAS T ´

ECNICAS

Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de graduac¸ ˜ao, apresentado ao curso de Enge-nharia Civil, da Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a, C ˆampus Pato Branco, como requisito parcial para obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Engenheira Civil.

Orientador: Prof. Dr. Volmir Sabbi

PATO BRANCO 2015

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TERMO DE APROVAC¸ ˜AO

PAIN ´EIS PR ´E-MOLDADOS DE CONCRETO: AN ´ALISE DE CONFORMIDADE `AS NORMAS T ´ECNICAS

Heloiza Candeia Ruthes

No dia 20 de novembro de 2015, `as 10h20min, na Sala de Treinamento da Universi-dade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a, este trabalho de conclus ˜ao de curso foi julgado e, ap ´os arg ¨uic¸ ˜ao pelos membros da Comiss ˜ao Examinadora abaixo identificados, foi considerado APROVADO como requisito parcial para obtenc¸ ˜ao do grau de Bacharel em Engenharia Civil, conforme ata de defesa p ´ublicaN33 de 2015.

Fizeram parte da banca examinadora:

Orientador: Prof. Dr. Volmir Sabbi

Membro 1 da Banca: Prof. Msc. Cleovir Jos ´e Milani

(4)

Dedico este trabalho aos meus maiores incentivadores, meus pais!

(5)

“- Onde foi, se posso perguntar? Disse Torin a Gan-dalf, enquanto cavalgavam.

- Ver o caminho para frente!”

(6)

AGRADECIMENTOS

Minha mais sincera gratid ˜ao e todo meu amor aos meus pais, Luis Fernando Ruthes e Eliana Candeia Ruthes, pelos esforc¸os de toda a vida em prol da nossa fam´ılia, pelo incentivo de sempre, pelo amparo nos momentos dif´ıceis, por aceitar toda a aus ˆencia durante todos estes anos e principalmente por acreditar na minha capacidade. Voc ˆes s ˜ao meu ch ˜ao!

Agradec¸o ainda, o meu maior motivador, Allan Gregori de Castro, por toda a ajuda durante toda a graduac¸ ˜ao, pelas palavras duras no in´ıcio, que me fizeram cres-cer e me tornar o que sou hoje, por todo o companheirismo, amor e paci ˆencia nessa caminhada, por n ˜ao me deixar cair em nenhum momento. Voc ˆe ´e minha inspirac¸ ˜ao!

`

As minhas melhores amigas e irm ˜as, Angela Candeia Ruthes e Ana Clara Candeia Ruthes, obrigada por todas as risadas e por serem meu ponto de apoio em toda esta caminhada e por acreditarem em mim. Tenho muito orgulho de voc ˆes.

E `a minha fam´ılia, toda a minha gratid ˜ao por todo amor, carinho e compre-ens ˜ao durante todo esse per´ıodo.

Aos meus poucos, mas sinceros amigos, meu muito obrigada por todo o suporte, n ˜ao s ´o na realizac¸ ˜ao deste trabalho, mas em toda a graduac¸ ˜ao. Agradec¸o especialmente, Victor Hugo Suardi Calin, pelas palavras carinhosas e motivadoras, Anna Caroline Araldi, por me mostrar que eu podia e me inspirar, Ana Paula Penso Arendt, Let´ıcia Col Debella pelo coleguismo nos ´ultimos per´ıodos.

Agradec¸o ainda, meu colega, Thiago Wrublack por todo o aux´ılio no desen-volvimento deste trabalho e pelo coleguismo em todos estes anos de graduac¸ ˜ao.

Meu muito obrigada `a o meu orientador Professor Doutor Volmir Sabbi por toda contribuic¸ ˜ao na realizac¸ ˜ao deste trabalho e ao Professor Msc. Cleovir Milani, por todos os ensinamentos de uma vida repassados, pelas conversas sinceras e pela contribuic¸ ˜ao neste trabalho.

Agradec¸o, por fim, `as empresas que possibilitaram o estudo de campo e todos as pessoas que se envolveram direta ou indiretamente na realizac¸ ˜ao deste tra-balho. Muito Obrigada!

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RESUMO

Este trabalho apresenta uma an ´alise de normas t ´ecnicas de forma a encon-trar diretrizes e m ´etodos para o dimensionamento e execuc¸ ˜ao de pain ´eis de vedac¸ ˜ao pr ´e-moldados de concreto, bem como um estudo de campo em empresas produ-toras destes elementos, visando comparar os m ´etodos utilizados por elas com as requisic¸ ˜oes de norma. Esta an ´alise dos pain ´eis pr ´e-fabricados vem a contribuir para se obter maior conhecimento dos processos de fabricac¸ ˜ao e dimensionamento dos mes-mos, visto que este processo construtivo n ˜ao est ´a consolidado na literatura j ´a que ´e uma tecnologia construtiva recente e de m ´edia utilizac¸ ˜ao. Os pain ´eis pr ´e-moldados de vedac¸ ˜ao surgiram nos anos 50, no per´ıodo de recuperac¸ ˜ao p ´os-guerra e tiveram seu auge de utilizac¸ ˜ao nos anos 60, ap ´os houve um per´ıodo de decl´ınio em sua utilizac¸ ˜ao por sua limitac¸ ˜ao est ´etica e s ´o voltaram a ser largamente empregados atualmente por ter havido uma revitalizac¸ ˜ao dos modelos conseguindo dar maior flexibilidade ao elemento. A realizac¸ ˜ao desta pesquisa oportunizou maior conhecimento sobre o di-mensionamento e fabricac¸ ˜ao destas placas de vedac¸ ˜ao bem como, constatou que h ´a uma grande dificuldade no seguimento de normas pelas empresas estudadas, visto que estes documentos s ˜ao vagos em relac¸ ˜ao `a este tipo de elemento pr ´e-moldado. Palavras-chave: pain ´eis de vedac¸ ˜ao, pr ´e-moldados, normas, concreto.

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ABSTRACT

This work presents an analysis of technical standards in order to list wall panels design and execution guidelines. In addition, a field study is realized at ma-nufacturers of these elements, intending to compare the practical methods with the standards requisitions. The main goal of analyzing different wall panels standards is evoke recommendations in common once the procedures of the use of wall panels in constructive processes aren’t consolidated in literature since this is a recent construc-tive technique and is very employed. The pain ´eis pr ´e-moldados de vedac¸ ˜ao emerged at 50s as an aesthetic element and today are widely used thanks to greater flexibility reached of these elements. This research has pointed clearly that manufacturers have difficulties to follow standard recommendations once these documents have no precise design or manufacturing instructions.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fachada de edificac¸ ˜ao com a utilizac¸ ˜ao de pain ´eis pr ´e-fabricados

de concreto . . . 24

Figura 2: Painel de concreto utilizado na fachada do Perot Museum, em Dallas . . . 25

Figura 3: Fachada em construc¸ ˜ao do Perot Museum . . . 25

Figura 4: Painel utilizado em edificac¸ ˜ao residencial . . . 26

Figura 5: Fachada do condom´ınio residencial em Melrose Park . . . 26

Figura 6: Disposic¸ ˜oes poss´ıveis das placas no v ˜ao a ser vedado . . . 27

Figura 7: Sec¸ ˜ao transversal de um painel alveolar . . . 29

Figura 8: Esquema de painel nervurado . . . 29

Figura 9: Sec¸ ˜ao transversal de um painel nervurador . . . 30

Figura 10: Sec¸ ˜ao transversal de um painel sandu´ıche . . . 30

Figura 11: Utilizac¸ ˜ao dos pain ´eis pr ´e-fabricados de concreto em barrac ˜oes industriais . . . 31

Figura 12: F ˆormas do tipo bateria utilizadas para a fabricac¸ ˜ao dos pain ´eis 32 Figura 13: Processo de desf ˆorma dos pain ´eis pr ´e-fabricados . . . 33

Figura 14: Ic¸amento de uma placa de vedac¸ ˜ao pr ´e-fabricada . . . 34

Figura 15: Exemplo de projeto de placas de vedac¸ ˜ao pr ´e-moldadas . . . . 39

Figura 16: Valores do coeficiente de majorac¸ ˜ao γf . . . 41

Figura 17: Valor do coeficiente de majorac¸ ˜ao γf 2 . . . 41

Figura 18: Esquema do dimensionamento de uma alc¸a de elevac¸ ˜ao para pr ´e-moldados . . . 42

Figura 19: Alc¸a de ic¸amento para painel pr ´e-moldado j ´a colocada no molde na empresa A . . . 43

Figura 20: Alc¸a de ic¸amento para painel pr ´e-moldado em detalhe da arma-dura, na empresa A . . . 43

(10)

Figura 21: Detalhe de armadura e alc¸a para painel da empresa B . . . 44 Figura 22: Classificac¸ ˜ao da agressividade do meio em que se encontra a

estrutura . . . 45 Figura 23: Correspond ˆencia entre a classe de agressividade ambiental com

a resist ˆencia m´ınima do concreto e o fator ´agua/cimento . . . . 45 Figura 24: Cobrimento m´ınimo para placas de concreto pr ´e-moldado. . . . 47 Figura 25: Espac¸adores colocados na armadura para garantir o cobrimento

m´ınimo necess ´ario `as armaduras. . . 48 Figura 26: Local de preparac¸ ˜ao da armadura utilizada na empresa B . . . 49 Figura 27: Armadura pronta para ser colocada na f ˆorma para concretagem

na empresa B, sem espac¸adores . . . 49 Figura 28: Local de preparac¸ ˜ao do concreto utilizado na pr ´e-moldagem da

empresa A . . . 51 Figura 29: Localizac¸ ˜ao das f ˆormas utilizadas na empresa B . . . 52 Figura 30: Momento da concretagem de placa pr ´e-moldada de vedac¸ ˜ao

pela empresa A . . . 54 Figura 31: Armazenagem de pain ´eis pr ´e-moldados de concreto armado

nas empresas estudadas . . . 55 Figura 32: F ˆorma utilizada na execuc¸ ˜ao de placas de vedac¸ ˜ao na empresa A 56 Figura 33: F ˆorma utilizada na execuc¸ ˜ao de placas de vedac¸ ˜ao na empresa B 57 Figura 34: P ´ortico utilizado para a suspens ˜ao de pec¸as pr ´e-moldadas na

empresa B . . . 58 Figura 35: Exemplo de colocac¸ ˜ao de cabo suplementar para o

levanta-mento de placa de concreto pr ´e-moldado . . . 59 Figura 36: M ´etodo de ic¸amento da placa por duas alc¸as . . . 60 Figura 37: Momento fletor causado pela elevac¸ ˜ao considerando uma borda,

com dois pontos de ic¸amento. . . 60 Figura 38: Armazenamento de pain ´eis pr ´e-moldados na empresa A . . . . 61 Figura 39: Modo de transporte de placas indicado pelo PCI Design Handbook 62 Figura 40: Fissuras provenientes do processo executivo das placas de vedac¸ ˜ao 63

(11)

Figura 41: Discrep ˆancia de colorac¸ ˜ao e manchas nos pain ´eis pr ´e-moldados de vedac¸ ˜ao da empresa B . . . 64 Figura 42: Trincas em placa pr ´e-moldada de vedac¸ ˜ao . . . 65 Figura 43: Placa inutilizada por patologias oriundas do mau

dimensiona-mento dos sistemas de elevac¸ ˜ao . . . 65 Figura 44: Ruptura da alc¸a de ic¸amento de uma placa pr ´e-moldada da

(12)

LISTA DE TABELAS

(13)

SUM ´ARIO 1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 13 1.1 OBJETIVOS . . . 15 1.1.1 Objetivo Geral . . . 15 1.1.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 15 1.2 JUSTIFICATIVA . . . 15 2 METODOLOGIA . . . 17 2.1 ESTUDO DE CAMPO . . . 18 3 CONCRETO PR ´E-MOLDADO . . . 20

3.1 HIST ´ORICO DO CONCRETO PR ´E-MOLDADO . . . 20

3.2 ATUALIDADES E MERCADO DO CONCRETO PR ´E-FABRICADO . . . 22

3.3 ASPECTOS DE PROJETO E DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS PR ´E-FABRICADOS . . . 23

4 PAIN ´EIS DE VEDAC¸ ˜AO DE CONCRETO PR ´E-MOLDADO . . . 24

4.1 TIPOLOGIA DOS PAIN ´EIS PR ´E-FABRICADOS . . . 28

4.1.1 Classificac¸ ˜ao quanto `a sec¸ ˜ao transversal . . . 28

4.1.2 Classificac¸ ˜ao quanto `a sua capacidade estrutural . . . 30

4.2 FABRICAC¸ ˜AO DOS PAIN ´EIS PR ´E-MOLDADOS DE CONCRETO . . . 31

5 PROCESSO DE PROJETO E DIMENSIONAMENTO DE PLACAS PR ´E-MOLDADAS 35 5.1 CONFORMIDADE DE PROJETO E DIMENSIONAMENTO COM AS NOR-MAS T ´ECNICAS VIGENTES . . . 38

5.2 CONTABILIZAC¸ ˜AO DAS CARGAS REFERENTES `AS FASES TRANSIT ´ORIAS 39 5.3 ATENDIMENTO `AS NORMAS T ´ECNICAS: CLASSE DO CONCRETO E COBRIMENTO DA ARMADURA . . . 44

6 SOBRE OS MATERIAIS E FABRICAC¸ ˜AO DE PAIN ´EIS PR ´E-MOLDADOS DE CONCRETO . . . 50

(14)

6.1 CONFORMIDADE AOS REQUISITOS NORMATIVOS DOS PROCEDIMEN-TOS RELATIVOS `A EXECUC¸ ˜AO . . . 51 6.2 MANUSEIO, ARMAZENAGEM E TRANSPORTE . . . 58 6.3 PATOLOGIAS EM PAIN ´EIS PR ´E-MOLDADOS DE CONCRETO ARMADO

E SUAS CAUSAS . . . 63 7 CONCLUS ˜AO . . . 67

(15)

13

1 INTRODUC¸ ˜AO

A construc¸ ˜ao civil brasileira ainda utiliza muitos m ´etodos artesanais e em consequ ˆencia disto existe uma grande dificuldade no cumprimento de prazos, gran-des gran-desperd´ıcios de materiais e m ˜ao de obra, principalmente com retrabalho, e claro, desorganizac¸ ˜ao no canteiro de obras.

Segundo Formoso et al. (1997), as atividades que agregam valor corres-pondem a somente um terc¸o do tempo total gasto pela m ˜ao de obra, o que significa que o restante do tempo ´e perdido entre transporte, retrabalho, entre outras atividades, cada vez mais onerosas aos orc¸amentos das obras.

Apesar disto, nos ´ultimos anos o crescimento econ ˆomico do pa´ıs benefi-ciou muito o setor da construc¸ ˜ao civil. Em consequ ˆencia, a construc¸ ˜ao civil comec¸ou a buscar alternativas para modernizar os processos construtivos a fim de torn ´a-los mais eficientes, com maior qualidade, organizac¸ ˜ao e seguranc¸a. Nesse sentido a industrializac¸ ˜ao dos processos vem se destacando e ganhando espac¸o no mercado da construc¸ ˜ao.

Conforme Ord ´o ˜nez (apudEL DEBS, 2000, p.11)“... industrializac¸ ˜ao da cons-truc¸ ˜ao ´e o emprego, de forma racional e mecanizada, de materiais, meios de trans-porte e t ´ecnicas construtivas, para conseguir uma maior produtividade”.

A industrializac¸ ˜ao da construc¸ ˜ao gerou um aumento significativo na quali-dade dos processos construtivos e nos canteiros de obras, principalmente devido ao acr ´escimo no uso de pec¸as pr ´e-fabricadas ou pr ´e-moldadas de concreto armado.

Como menciona a ABCP (2009), os sistemas de pr ´e-moldados s ˜ao vanta-josos por erguer edificac¸ ˜oes com agilidade e qualidade, j ´a que se utilizam estruturas e fachadas produzidas em ind ´ustrias, em que, a priori, se observam com rigor os crit ´erios de padronizac¸ ˜ao e normalizac¸ ˜ao.

Mesmo com a utilizac¸ ˜ao crescente destes elementos, ainda ´e comum que haja certa confus ˜ao com os termos empregados. A NBR 9062 (ABNT, 2006) classi-fica um elemento pr ´e-moldado como aquele executado com controle de qualidade, mas fora do local de utilizac¸ ˜ao da pec¸a. J ´a um elemento pr ´e-fabricado ´e classificado como aquele produzido industrialmente com controle rigoroso de qualidade, mesmo

(16)

1 Introduc¸ ˜ao 14

em instalac¸ ˜oes tempor ´arias.

EL DEBS (2000, p.11) tamb ´em define que, de um modo geral “pr ´e-moldagem aplicada `a produc¸ ˜ao em grande escala resulta na pr ´e-fabricac¸ ˜ao que por sua vez, ´e uma forma de buscar a industrializac¸ ˜ao da construc¸ ˜ao”.

Os elementos pr ´e-moldados mais utilizados ainda s ˜ao as vigas, pilares e lajes, por ´em j ´a se pode observar a crescente utilizac¸ ˜ao, principalmente em barrac ˜oes industriais, de pain ´eis de vedac¸ ˜ao pr ´e-moldados.

Os pain ´eis pr ´e-moldados surgiram nos anos 50, no per´ıodo de recuperac¸ ˜ao p ´os-guerra e tiveram seu auge de utilizac¸ ˜ao nos anos 60. Por ´em, ap ´os esse per´ıodo de grande utilizac¸ ˜ao, houve um decl´ınio no seu emprego especialmente pela limitac¸ ˜ao est ´etica, resultante da padronizac¸ ˜ao dos componentes. Os pain ´eis s ´o voltaram a ser largamente empregados, quando houve uma revitalizac¸ ˜ao dos modelos conseguindo dar maior flexibilidade ao elemento (SILVA, 2003)

Essas placas podem ser portantes, ou seja, com func¸ ˜ao estrutural resis-tindo principalmente aos esforc¸os decorrentes de lajes e pisos ou de fechamento re-sistindo somente `a seu peso pr ´oprio e aos esforc¸os decorrentes de ventos. Geral-mente s ˜ao projetados para transferir suas cargas `a estrutura principal e para resistir as situac¸ ˜oes transit ´orias (manuseio, armazenamento e transporte). Esta transfer ˆencia de cargas ´e feita por ligac¸ ˜oes aparafusadas ou soldadas, capaz de resistir aos carre-gamentos e dar maior enrijecimento na estrutural global (PAULA, 2007).

Apesar do uso destes pain ´eis, ser cada vez mais abrangente, a norma bra-sileira NBR 9062 (ABNT, 2006), ´e limitada no que diz respeito ao dimensionamento e fabricac¸ ˜ao tanto dos pain ´eis pr ´e-moldados de vedac¸ ˜ao quanto de sua ligac¸ ˜ao com a estrutura principal (FREITAS et al., 2012).

Nesse trabalho foi realizada uma an ´alise das principais normas sobre pain ´eis pr ´e-moldados abrangendo desde seu dimensionamento at ´e sua fabricac¸ ˜ao, com pos-terior estudo de campo em empresas que executem os pain ´eis na regi ˜ao Sudoeste do Paran ´a buscando verificar se o dimensionamento, a execuc¸ ˜ao e a instalac¸ ˜ao destes pain ´eis est ˜ao de acordo com as normas vigentes ou tem algum respaldo bibliogr ´afico. Para a conclus ˜ao deste trabalho ser ˜ao seguidas as seguintes etapas: Es-tudo dos sistemas de fabricac¸ ˜ao e dimensionamento dos pain ´eis pr ´e-fabricados; An ´ali-se das normas t ´ecnicas vigentes que abragem o assunto; Pesquisa de campo em empresas fabricantes de pain ´eis e por fim, a an ´alise e documentac¸ ˜ao dos resultados.

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1.1 Objetivos 15

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL

Analisar as metodologias de projeto, dimensionamento e execuc¸ ˜ao dos pain ´eis pr ´e-fabricados de concreto e realizar estudo de campo em empresa do ramo, analisando o emprego de normatizac¸ ˜oes e t ´ecnicas.

1.1.2 OBJETIVOS ESPEC´IFICOS

• Apresentar referencial bibliogr ´afico sobre o sistema de construc¸ ˜ao por elementos pr ´e-fabricados;

• Realizar levantamento bibliogr ´afico sobre os pain ´eis pr ´e-moldados de concreto; • Analisar as normas brasileiras vigentes buscando m ´etodos de projeto,

dimensi-onamento e execuc¸ ˜ao existentes para pain ´eis pr ´e-moldados;

• Realizar pesquisa de campo em empresa fabricante dos pain ´eis de vedac¸ ˜ao; • Analisar os resultados obtidos na pesquisa de campo realizada e comparar com

as especificac¸ ˜oes das normas t ´ecnicas.

1.2 JUSTIFICATIVA

Ap ´os o fim da Segunda Guerra Mundial, em pa´ıses da Am ´erica do Norte, Europa e ´Asia houve uma intensificac¸ ˜ao da industrializac¸ ˜ao nos canteiros de obra a fim de proporcionar maior produtividade, economia de custos e m ˜ao de obra frente aos m ´etodos artesanais (FARIA, 2008).

A expans ˜ao da industrializac¸ ˜ao da construc¸ ˜ao civil deve-se principalmente ao emprego parcial ou total de estruturas pr ´e-moldadas de concreto armado. A utili-zac¸ ˜ao do concreto pr ´e-moldado atua especialmente no sentido de reduzir os custos dos materiais das estruturas de concreto, sendo que as maiores economias se d ˜ao na parcela relativa `as f ˆormas e ao cimbramento (EL DEBS, 2000).

Como menciona a Associac¸ ˜ao Brasileira de Cimento Portland, a ABCP (2009), os sistemas de pr ´e-moldados s ˜ao vantajosos por erguer edificac¸ ˜oes com agi-lidade e quaagi-lidade, j ´a que se utilizam estruturas e fachadas produzidas em ind ´ustrias, em que se observam com rigor os crit ´erios de padronizac¸ ˜ao e normalizac¸ ˜ao, al ´em de erguer edificac¸ ˜oes com agilidade e qualidade.

(18)

1.2 Justificativa 16

Dentre os elementos pr ´e-moldados existentes e usuais, est ˜ao as placas ou pain ´eis utilizados na vedac¸ ˜ao (sobretudo em barrac ˜oes industriais), em substituic¸ ˜ao `a vedac¸ ˜ao de alvenaria de bloco cer ˆamico convencional. Uma das vantagens do seu uso ´e a possibilidade de utilizar in ´umeros recursos, combinados ou n ˜ao, como: relevos, textura, cor, agregados expostos etc. para compor as fachadas de edificac¸ ˜oes. Em geral, os mesmos s ˜ao projetados para transferir o peso pr ´oprio e a ac¸ ˜ao do vento para a estrutura principal (CASTILHO, 1998).

Os esforc¸os para encontrar alternativas que tragam avanc¸o no projeto e execuc¸ ˜ao deste tipo de sistema estrutural s ˜ao totalmente v ´alidos, visto que, os pain ´eis pr ´e-moldados ainda n ˜ao s ˜ao t ˜ao amplamente utilizados quando comparado aos siste-mas convencionais de vedac¸ ˜ao, como alvenaria e pain ´eis met ´alicos.

Frente ao cen ´ario exposto da popularizac¸ ˜ao da industrializac¸ ˜ao nos proces-sos construtivos, uma an ´alise dos pain ´eis pr ´e-fabricados vem a contribuir para se obter maior conhecimento dos processos de fabricac¸ ˜ao e dimensionamento dos mesmos, visto que este processo construtivo n ˜ao est ´a consolidado na literatura j ´a que ´e uma tecnologia construtiva recente e de m ´edia utilizac¸ ˜ao.

(19)

17

2 METODOLOGIA

Este trabalho apresenta uma pesquisa bibliogr ´afica em relac¸ ˜ao aos procedi-mentos t ´ecnicos (de fabricac¸ ˜ao e de dimensionamento de placas pr ´e-fabricadas) com base em materiais j ´a elaborados, principalmente livros, artigos e normas t ´ecnicas.

Tamb ´em contempla uma pesquisa explorat ´oria, que segundo Gil (1994, p.41) “...t ˆem objetivo proporcionar maior familiaridade do problema, com vistas a torn ´a-lo mais expl´ıcito ou construir hip ´oteses”.

Ap ´os a pesquisa bibliogr ´afica, foi realizada uma an ´alise das normas exis-tentes que abordam os pain ´eis pr ´e-moldados com o intuito de analisar e conhecer o m ´etodo correto de dimensionamento destes elementos.

A fim de confrontar `a an ´alise das normas t ´ecnicas, um estudo de campo foi realizado em f ´abricas da regi ˜ao Sudoeste do Paran ´a produtoras deste tipo de ele-mento pr ´e-moldado.

Esse estudo objetivou evidenciar, a partir de observac¸ ˜ao visual e entrevistas informais com os respons ´aveis t ´ecnicos, as t ´ecnicas praticadas pelas empresas com respeito ao dimensionamento, projeto e processo de fabricac¸ ˜ao das pec¸as.

A organizac¸ ˜ao metodol ´ogica estrutura-se nas seguintes etapas:

• Etapa 1: Estudo da manufatura e emprego de pain ´eis pr ´e-moldados como ele-mento estrutural;

• Etapa 2: Investigac¸ ˜ao de diretrizes de projeto, dimensionamento e fabricac¸ ˜ao de pain ´eis pr ´e-moldados de concreto em normas t ´ecnicas nacionais e internacio-nais;

• Etapa 3: Estudo de campo em empresas fabricantes de pain ´eis a fim de registrar o m ´etodo de fabricac¸ ˜ao e dimensionamento para confrontamento com as normas t ´ecnicas.

• Etapa 4: An ´alise dos dados obtidos, comparac¸ ˜ao dos resultados das etapas 2 e 3 e documentac¸ ˜ao dos mesmos.

(20)

2.1 estudo de campo 18

2.1 ESTUDO DE CAMPO

Para se fazer a comparac¸ ˜ao entre o que vem sendo praticado pelas em-presas quanto ao dimensionamento e execuc¸ ˜ao das placas pr ´e-moldadas de vedac¸ ˜ao com os requisitos de normas t ´ecnicas estudadas, foi realizado um estudo de campo em empresas que atuam na fabricac¸ ˜ao de elementos estruturais pr ´e-moldados, bem como em algumas obras em que estavam sendo utilizadas as placas, na regi ˜ao Sudo-este do estado do Paran ´a.

O recolhimento de dados baseou-se em an ´alise visual da fabricac¸ ˜ao con-juntamente com entrevistas e acesso `a dados t ´ecnicos do projeto e da execuc¸ ˜ao das placas, atrav ´es de t ´ecnicas padronizadas de coletas de dados. Situac¸ ˜oes relevantes `a discuss ˜ao foram fotografadas, com a anu ˆencia dos respons ´aveis, para apresentac¸ ˜ao neste trabalho.

O estudo de campo foi realizado em 3 etapas principais:

1. Identificac¸ ˜ao das poss´ıveis empresas a serem visitadas na regi ˜ao e contato para agendamento de visitac¸ ˜ao;

2. Elaborac¸ ˜ao de uma lista com os principais pontos a serem observados e levantados em entrevista com os respons ´aveis;

3. Visita `as empresas fabricantes das placas pr ´e-moldadas de concreto armado e que aceitaram colaborar com a pesquisa, com realizac¸ ˜ao de entrevista com os respons ´aveis, observac¸ ˜ao visual do processo construtivo e identificac¸ ˜ao de pontos a serem melhorados.

Este estudo de campo foi feito em duas diferentes empresas da regi ˜ao Su-doeste do estado do Paran ´a, doravante nomeadas A e B, que fabricam al ´em de pla-cas outros elementos pr ´e-moldados, como vigas, pilares, lajes, escadas e c ´alices de fundac¸ ˜ao.

A empresa A, est ´a no mercado da pr ´e-moldagem desde o ano de 1994, atuando em todo o sul do pa´ıs, n ˜ao somente na fabricac¸ ˜ao de elementos estruturais pr ´e-moldados bem como na execuc¸ ˜ao de estruturas met ´alicas. Ademais, atua tamb ´em na montagem das estruturas, sendo que at ´e o ano de 2015 j ´a contabiliza mais de um milh ˜ao de metros quadrados de ´area constru´ıda.

Nesta empresa, atuam dois engenheiros civis, sendo que um ´e respons ´avel pelo setor de projetos e o outro acompanhamento de execuc¸ ˜ao das pec¸as. Conta

(21)

2.1 estudo de campo 19

tamb ´em, com um engenheiro mec ˆanico, respons ´avel pelo projeto e execuc¸ ˜ao das estruturas met ´alicas e das m ´aquinas que s ˜ao utilizadas na execuc¸ ˜ao de elementos pr ´e-fabricados.

Em contraponto, a empresa B executa elementos pr ´e-moldados desde 2009, fabricando especialmente pain ´eis, lajes e pilares. A empresa ´e respons ´avel por todo o projeto e execuc¸ ˜ao das obras que se utilizam dos seus pr ´e-moldados. H ´a um enge-nheiro civil respons ´avel pela fabricac¸ ˜ao dos elementos pr ´e-moldados, bem como da execuc¸ ˜ao das obras para as quais s ˜ao contratados.

Os aspectos que foram analisados quanto ao dimensionamento nas visi-tas t ´ecnicas foram: a conformidade do projeto e do dimensionamento com as nor-mas t ´ecnicas, a utilizac¸ ˜ao das cargas referentes `as fases transit ´orias no processo de dimensionamento, aplicac¸ ˜ao dos valores da classe de concreto (resist ˆencia carac-ter´ıstica `a compress ˜ao m´ınima, fck ) e do cobrimento m´ınimo da armadura recomen-dados pelas normas t ´ecnicas.

J ´a na fabricac¸ ˜ao os principais aspectos explorados foram o armazenamento dos materiais necess ´arios `a produc¸ ˜ao das placas, o armazenamento do ac¸o e o pro-cesso de montagem da armadura.

(22)

20

3 CONCRETO PR ´E-MOLDADO

O concreto pr ´e-moldado vem ganhando destaque no mercado da constru-c¸ ˜ao civil, principalmente pela sua versatilidade, j ´a que pode abranger quase todos os sistemas de edificac¸ ˜oes de pequeno e m ´edio porte, construc¸ ˜ao pesada (pontes de grande porte e t ´uneis) e outras obras civis (EL DEBS, 2000).

Mesmo com a sua crescente utilizac¸ ˜ao, os termos concreto pr ´e-fabricado e concreto pr ´e-moldado ainda s ˜ao confundidos, por ´em a NBR 9062 (ABNT, 2006) enfa-tiza que a diferenc¸a est ´a no n´ıvel de controle de qualidade na fabricac¸ ˜ao das pec¸as e no local de sua produc¸ ˜ao.

Segundo a norma brasileira referente, o concreto pr ´e-fabricado abrange os elementos produzidos em usina ou instalac¸ ˜oes an ´alogas, que disponham de recur-sos e pessoal para produc¸ ˜ao dos elementos, organizac¸ ˜ao de laborat ´orio e demais instalac¸ ˜oes permanentes para o controle de qualidade. J ´a concreto pr ´e-moldado, ´e aquele executado fora do local definitivo da obra, podendo assim, ser executado no canteiro de obras, sem tanto rigor no controle de qualidade (ABNT, 2006).

Neste contexto, o termo a ser empregado neste trabalho ser ´a o de concreto pr ´e-moldado, j ´a que a maioria das placas pr ´e-fabricadas, objetos deste estudo, s ˜ao executadas em f ´abricas e transportadas at ´e seu local definitivo, por ´em sem muito controle de qualidade.

3.1 HIST ´ORICO DO CONCRETO PR ´E-MOLDADO

A evoluc¸ ˜ao da ind ´ustria da construc¸ ˜ao civil aconteceu em diversas fases, sendo cada uma, caracterizada por uma diversidade de m ´etodos, tecnologias e arqui-teturas pr ´oprias (SERRA et al., 2005)

Conforme Vasconcelos (2002) menciona, n ˜ao ´e poss´ıvel precisar a data em que se iniciou a pr ´e-moldagem de elementos de concreto. Entretanto a criac¸ ˜ao do concreto armado ocorreu pr ´e-moldando elementos fora do seu local de uso. Sendo assim, pode-se afirmar que a pr ´e-moldagem comec¸ou com a invenc¸ ˜ao do concreto armado e que o concreto moldado in loco surgiu somente depois disso.

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3.1 Hist ´orico do Concreto Pr ´e-moldado 21

As primeiras aplicac¸ ˜oes de elementos pr ´e-moldados datam do final do s ´ecu-lo XIX e in´ıcio do s ´ecu´ecu-lo XX, ´epoca que surgiu tamb ´em o concreto armado. Tamb ´em surgiu o que podem ser considerados os primeiros elementos pr ´e-moldados na Eu-ropa, as vigas trelic¸as “Visintini” e as estacas de concreto armado. Alguns anos de-pois, surgiu a tecnologia “tilt-up” , nos Estados Unidos, que consiste em moldar as paredes no solo e depois levant ´a-las para a posic¸ ˜ao vertical (EL DEBS, 2000).

No per´ıodo p ´os Segunda Guerra Mundial, foi que houve maior manifes-tac¸ ˜ao da industrializac¸ ˜ao da construc¸ ˜ao civil e consequentemente do uso de estruturas pr ´e-moldadas ou pr ´e-fabricadas de concreto armado. Isso se deu principalmente pela necessidade de reconstruc¸ ˜ao r ´apida e em grande escala de hospitais e escolas que haviam sido atingidos em confrontos durante o per´ıodo de guerra (SERRA et al., 2005). No Brasil, n ˜ao h ´a registros anteriores `a utilizac¸ ˜ao de elementos pr ´e-fabri-cados na construc¸ ˜ao do hip ´odromo da G ´avea, no Rio de Janeiro, em 1926 pela cons-trutora dinamarquesa Christiani-Nielsen. Nesta obra foram utilizados diversos elemen-tos pr ´e-fabricados, dentre eles as estacas e as cercas no per´ımetro da ´area reservada ao hip ´odromo (VASCONCELOS, 2002).

Segundo a Associac¸ ˜ao Brasileira da Construc¸ ˜ao Industrializada de con-creto, ABCIC (apud SERRA et al., 2005, p.06), foi somente no in´ıcio da d ´ecada de 1960 que se iniciou de forma ordenada alguma preocupac¸ ˜ao com a racionalizac¸ ˜ao ou industrializac¸ ˜ao da construc¸ ˜ao civil. Antes disso, houve outras experi ˆencias, por ´em descontinuadas e espor ´adicas (SERRA et al., 2005).

Na d ´ecada de 1980, depois de v ´arias construc¸ ˜oes em grandes centros ur-banos feitas com sistemas pr ´e-fabricados apresentarem grandes problemas patol ´o-gicos, eles praticamente deixaram de existir. O retorno s ´o ocorreu na d ´ecada de 1990, principalmente devido ao desenvolvimento r ´apido da cidade de S ˜ao Paulo, que pas-sou a receber grandes investimentos e por isso necessitava da execuc¸ ˜ao r ´apida e de qualidade especialmente para shoppins centers e hot ´eis (SERRA et al., 2005).

Vasconcelos (2002) salienta que a utilizac¸ ˜ao de elementos pr ´e-fabricados em edif´ıcios de v ´arios pavimentos, com estrutura reticulada, no Brasil, iniciou somente com a construc¸ ˜ao do conjunto CRUSP (Conjunto Residencial da Universidade de S ˜ao Paulo) da cidade universit ´aria Armando Sales de Oliveira, em S ˜ao Paulo. Trata-se do conjunto residencial da USP de 1964, constitu´ıdo de 12 pr ´edios de 12 pavimentos projetado para abrigar estudantes de outras cidades que ingressaram nas faculdades da universidade.

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3.2 Atualidades e mercado do concreto pr ´e-fabricado 22

Na Europa e nos Estados Unidos, o uso do concreto pr ´e-fabricado tem aumentado, por ´em j ´a n ˜ao existe o entusiasmo do per´ıodo p ´os-guerra. Nota-se, no entanto, que h ´a um refinamento na execuc¸ ˜ao destes componentes, que beneficia a industrializac¸ ˜ao de ciclo aberto (EL DEBS, 2000).

3.2 ATUALIDADES E MERCADO DO CONCRETO PR ´E-FABRICADO

O monitoramento constante do mercado, aliado `a divulgac¸ ˜ao de boas pr ´a-ticas, normas, novidades tecnol ´ogicas, estudos e oportunidades, sem d ´uvida contri-buiram para o crescimento sustentado do setor de pr ´e-fabricados de concreto (ABCIC, 2012).

Em 2011, a ABCIC realizou uma pesquisa em que se objetivou o mapea-mento da atuac¸ ˜ao e produc¸ ˜ao de elemapea-mentos pr ´e-fabricados no ano de 2011, a fim de levantar dados sobre a expans ˜ao do mercado de pr ´e-moldados no Brasil.

Participaram desta pesquisa, 47 empresas associadas `a ABCIC. Dentre elas, 30% produziram at ´e 10 mil m3 de pr ´e-moldados, outros 32% produziram entre 10 mil m3 e 20 mil m3. O resto das empresas, cerca de 6% produziu mais de 100 mil m3 de pr ´e-moldados.

Constatou-se tamb ´em nessa pesquisa, que as grandes empresas est ˜ao investindo cada vez mais na produc¸ ˜ao, principalmente na modernizac¸ ˜ao dos equipa-mentos de montagem e produc¸ ˜ao e na ampliac¸ ˜ao da ´area de produc¸ ˜ao (ABCIC, 2012). De acordo com a mesma pesquisa, o melhor desempenho da ind ´ustria nos ´ultimos 24 anos foi em 2010. J ´a em 2011 obteve-se um crescimento de 4,8% em relac¸ ˜ao a 2010. A projec¸ ˜ao de crescimento para os pr ´oximos anos foi revista, movida principalmente pela desacelerac¸ ˜ao do mercado imobili ´ario que ocorre desde 2012 ( AB-CIC, 2012).

Apesar do significativo crescimento deste tipo de ind ´ustria nos ´ultimos anos, a prefer ˆencia por sistemas pr ´e-fabricados ainda ´e maior nos grandes centros urbanos. Nas pequenas cidades, entretanto, j ´a se percebe um crescimento na utilizac¸ ˜ao deste sistema, principalmente em barrac ˜oes, elementos de lajes, estacas, tubos circulares para drenagem e em edif´ıcios residenciais.

Quanto a pesquisas na ´area, EL DEBS (2000) destaca alguns assuntos que vem se destacando, como a automatizac¸ ˜ao de projeto, visando soluc¸ ˜oes arqui-tet ˆonicas personalizadas, o aumento do uso do concreto de alto desempenho e o desenvolvimento de elementos estruturais resistentes a sismos.

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3.3 Aspectos de projeto e dimensionamento dos elementos pr ´e-fabricados 23

3.3 ASPECTOS DE PROJETO E DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS PR ´ E-FABRICADOS

Apesar do projeto de estruturas pr ´e-moldadas ser similar ao de estruturas moldadas “in loco”, o projeto de estruturas pr ´e-fabricadas ou pr ´e-moldadas diferencia-se principalmente na an ´alidiferencia-se estrutural a diferencia-ser feita, fundamentalmente, pela necessi-dade de considerar outras situac¸ ˜oes a mais que na situac¸ ˜ao final da estrutura e por ter que ponderar as particularidades das ligac¸ ˜oes entre os elementos (EL DEBS, 2000).

Ademais, existem situac¸ ˜oes transit ´orias correspondentes `as fases de des-moldagem, transporte, armazenamento e montagem, que podem apresentar solici-tac¸ ˜oes mais cr´ıticas que aquelas correspondentes `a situac¸ ˜ao definitiva (CASTILHO, 1998).

A NBR 9062 (ABNT, 2006) cita que a an ´alise deve ser feita considerando to-das as fases em que os elementos pr ´e-moldados possam passar e que os tornem suscet´ıveis de apresentarem condic¸ ˜oes desfavor ´aveis quanto aos seus estados li-mites. Geralmente, as fases para as quais ´e necess ´ario haver dimensionamento e verificac¸ ˜oes s ˜ao: fabricac¸ ˜ao, manuseio, armazenamento, transporte, montagem e de servic¸o (preliminar e final).

Esta mesma norma diz ainda que, al ´em das fases anteriores, a an ´alise da estrutura deve levar em conta tamb ´em as retrac¸ ˜oes e outras deformac¸ ˜oes que possam surgir devido `as diferentes idades, composic¸ ˜ao e propriedades do concreto utilizado nestas pec¸as. Salienta ainda que a fase final de servic¸o s ´o ´e considerada encerrada quando as ligac¸ ˜oes entre os elementos forem terminadas e definitivas.

A NBR 9062 (ABNT, 2006) diz ainda que os desenhos dos projetos de execuc¸ ˜ao das pec¸as devem apresentar as dimens ˜oes e posic¸ ˜ao dos elementos, bem como suas armaduras, furos, sali ˆencias e aberturas. Estes desenhos devem ser fei-tos ainda, pensando na facilidade de produc¸ ˜ao e montagem da estrutura final e do controle de qualidade no processo de execuc¸ ˜ao e instalac¸ ˜ao deste tipo de estrutura.

Esses desenhos devem incluir ainda, no m´ınimo, as seguintes informac¸ ˜oes: fck (resist ˆencia a compress ˜ao m´ınima do concreto); a resist ˆencia caracter´ıstica do concreto exigida para o manuseio, transporte, conforme a NBR 6118 (ABNT, 2014); os tipos de ac¸o utilizado, incluindo suas dimens ˜oes, quantidades e detalhes de emendas; o cobrimento da armadura e dos insertos; armadura adicional colocada em obra (caso houver) e ainda o volume e peso de cada elemento e ainda os detalhes de ligac¸ ˜oes entre elementos a ser feita em obra (ABNT, 2006).

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4 PAIN ´EIS DE VEDAC¸ ˜AO DE CONCRETO PR ´E-MOLDADO

Dentre os elementos pr ´e-fabricados mais usuais, destacam-se os pain ´eis pr ´e-fabricados, j ´a amplamente utilizados nos Estados Unidos e na Europa (CASTILHO, 1998). No Brasil, as maiores utilizac¸ ˜oes desses elementos se d ˜ao principalmente em edificac¸ ˜oes industriais, escolas, dentre outros (FREITAS et al., 2012).

Al ´em de ser uma opc¸ ˜ao para o fechamento de edificac¸ ˜oes, estas placas s ˜ao uma soluc¸ ˜ao de r ´apida montagem, que auxiliam na diminuic¸ ˜ao do tempo ne-cess ´ario para erguer uma edificac¸ ˜ao e que aliam a racionalizac¸ ˜ao e industrializac¸ ˜ao da construc¸ ˜ao civil com a velocidade da produc¸ ˜ao de vedac¸ ˜ao vertical em edificac¸ ˜oes (FREITAS et al., 2012).

Figura 1: Fachada de edificac¸ ˜ao com a utilizac¸ ˜ao de pain ´eis pr ´e-fabricados de concreto Fonte: (REVISTA ARQUITETURA E CONSTRUC¸ ˜AO WEB, 2011).

Estes elementos podem ser fabricados com concreto convencional, ou com aplicac¸ ˜ao de componentes est ´eticos, como: relevos, textura, cor, agregados expostos etc. para compor as fachadas de edificac¸ ˜oes (SILVA, 2003).

Alguns exemplos pr ´aticos de aplicac¸ ˜oes arquitet ˆonicas destas placas s ˜ao o Perot Museum of Nature and Science, localizado em Dallas, nos Estados Unidos e um condom´ınio residencial em Melrose Park, Illinois, tamb ´em nos Estados Unidos.

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4 Pain ´eis de vedac¸ ˜ao de concreto pr ´e-moldado 25

Toda a fachada do Perot Museum foi vedada com placas de concreto com-binadas com aplicac¸ ˜ao de relevo, como demonstram as figuras 2 e 3:

Figura 2: Painel de concreto utilizado na fa-chada do Perot Museum, em Dallas

Fonte: (KRICHELS, 2011).

Figura 3: Fachada em construc¸ ˜ao do Perot Museum Fonte: (BROWN, 2011).

J ´a no condom´ınio de Melrose Park, quase toda a estrutura foi executada no sistema de pr ´e-fabricados. Desde as fundac¸ ˜oes, pilares, vigas, lajes e tamb ´em a

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4 Pain ´eis de vedac¸ ˜ao de concreto pr ´e-moldado 26

parte de vedac¸ ˜ao, com placas com acabamento de um componente est ´etico que imita tijolos, como se pode ver nas figuras 4 e 5:

Figura 4: Painel utilizado em edificac¸ ˜ao residen-cial

Fonte: (PORTLAND CEMENT ASSOCIATION, 2011).

Figura 5: Fachada do condom´ınio residencial em Melrose Park

Fonte: (PORTLAND CEMENT ASSOCIATION, 2011).

A primeira construc¸ ˜ao documentada que conta com a utilizac¸ ˜ao desses pain ´eis ´e a Cathedral de Notre Dame Du Haut, em Raincy, Franc¸a em que sua utilizac¸ ˜ao se deu somente nas paredes divis ´orias da estrutura.

Por ´em assim como os outros elementos pr ´e-fabricados (vigas, pilares e lajes), os pain ´eis de concreto foram introduzidos no mercado com maior ˆexito nos anos 50, impulsionado pela recuperac¸ ˜ao das estruturas no per´ıodo p ´os-guerra e pelo movimento modernista da arquitetura (SILVA, 2003).

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4 Pain ´eis de vedac¸ ˜ao de concreto pr ´e-moldado 27

Os pain ´eis de concreto podem ter func¸ ˜ao estrutural ou arquitet ˆonica, como no caso de estruturas met ´alicas em que s ˜ao empregados somente com func¸ ˜ao de vedac¸ ˜ao da estrutura (SILVA, 2003).

Ainda segundo o Manual da Construc¸ ˜ao em Ac¸o: Pain ´eis de vedac¸ ˜ao, (SILVA, 2003, p.14) “os componentes pr ´e-fabricados podem ser planos ou receber ner-vuras para aumentar suas dimens ˜oes sem o acr ´escimo de espessura ou da arma-dura”.

Os pain ´eis pr ´e-fabricados podem ser dispostos na estrutura de tr ˆes formas diferentes: um painel cobrindo todo o v ˜ao entre os pilares de uma estrutura de diver-sos pavimentos, v ´arios pain ´eis cobrindo um ´unico v ˜ao entre pilares ou v ´arios pain ´eis vedando o v ˜ao para a estrutura de ´unico pavimento, como ilustrado pela Figura 6.

Figura 6: Disposic¸ ˜oes poss´ıveis das placas no v ˜ao a ser vedado Fonte: (CASTILHO, 1998).

Dentre as vantagens citadas pelo Manual da Construc¸ ˜ao em Ac¸o (SILVA, 2003), destacam-se: resist ˆencia ao fogo, in ´ercia t ´ermica e ac ´ustica variedade de di-mens ˜oes, durabilidade compat´ıvel com a vida ´util de projeto, necessidade de pouca manutenc¸ ˜ao, possibilidade de emprego de pain ´eis com func¸ ˜ao estrutural e incorpora-c¸ ˜ao de revestimentos diretamente na f ´abrica.

Os pain ´eis de fachada pr ´e-fabricados geralmente tem uma pequena espes-sura, por isso, Melo (2004) exp ˜oe que seu peso por metro quadrado ´e semelhante ao peso da alvenaria convencional. De tal modo, sua utilizac¸ ˜ao n ˜ao altera o projeto estrutural e at ´e provoca certa economia se sua utilizac¸ ˜ao e o tipo de ligac¸ ˜ao com o pilar forem adotados logo nas fases preliminares de projeto. Essa adoc¸ ˜ao gera vigas menos solicitadas e ´e claro, com menores sec¸ ˜oes transversais.

Por ´em, apesar de todas estas vantagens, esses pain ´eis tem alto custo re-lativo `a produc¸ ˜ao quando s ˜ao utilizadas v ´arias dimens ˜oes diferentes, principalmente pela necessidade de emprego de moldes extras. Al ´em disso, devido a algumas pec¸as terem grande peso, existe certa dificuldade no manuseio e transporte at ´e o local

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defi-4.1 Tipologia dos pain ´eis pr ´e-fabricados 28

nitivo (SILVA, 2003).

Outra desvantagem observada ´e a falta de normalizac¸ ˜ao destes pain ´eis. Melo (2004) comenta que a NBR 9062 (ABNT, 2006): “Projeto e execuc¸ ˜ao de estru-turas de concreto pr ´e-moldado” ´e restrita no que diz respeito aos pain ´eis de fecha-mento pr ´e-moldados e suas ligac¸ ˜oes com a estrutura. O autor diz ainda que a maior refer ˆencia para o dimensionamento e execuc¸ ˜ao dos pain ´eis continua sendo o PCI De-sign Handbook, (PCI, 2010).

Nacionalmente, a refer ˆencia mais completa sobre o assunto ´e o Manual Munte de projetos pr ´e-fabricados (MELO, 2004), desenvolvido pela Munte Constru-c¸ ˜oes industrializadas conjuntamente com o engenheiro Carlos Eduardo Emrich Melo, colaborador da empresa.

4.1 TIPOLOGIA DOS PAIN ´EIS PR ´E-FABRICADOS

Atualmente, existem diversos tipos de pain ´eis pr ´e-fabricados no mercado brasileiro, que atendem as mais diversas necessidades. Desde pain ´eis met ´alicos com preenchimento ou n ˜ao, pain ´eis de gesso acartonado, de concreto celular autoclavado, alveolares, de gesso reforc¸ado com fibra de vidro, dentre outros.

Estes elementos s ˜ao classificados segundo diversos par ˆametros. Os prin-cipais, segundo o American Concrete Institute (ACI, 1993) s ˜ao: classificac¸ ˜ao quanto `a

sec¸ ˜ao transversal e classificac¸ ˜ao segundo a sua capacidade estrutural.

4.1.1 CLASSIFICAC¸ ˜AO QUANTO `A SEC¸ ˜AO TRANSVERSAL

Os pain ´eis pr ´e-fabricados de concreto armado dividem-se quanto a sua sec¸ ˜ao transversal em:

a) Pain ´eis Macic¸os

S ˜ao aqueles em que a sess ˜ao transversal ´e uniforme, ou seja, n ˜ao apresenta diferenc¸a de materiais ao longo da sec¸ ˜ao, sendo constitu´ıdo apenas por concreto. Al ´em deste tipo de painel proporcionar conforto t ´ermico e ac ´ustico aos ambientes, na face interna pode ser aplicado acabamentos convencionais, como pintura ou dry wall (CIOCCHI, 2003).

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4.1 Tipologia dos pain ´eis pr ´e-fabricados 29

b) Pain ´eis Alveolares

Segundo o ACI (1993, p.5), “s ˜ao aqueles pain ´eis que tem vazios em seu interior, em toda a extens ˜ao do seu comprimento”. Na maioria das vezes essas placas s ˜ao produzidas em concreto protendido e devido aos seus alv ´eolos, pode aumentar o conforto t ´ermico na edificac¸ ˜ao. Na figura 7 pode-se verificar a sec¸ ˜ao transversal de um painel alveolar.

Figura 7: Sec¸ ˜ao transversal de um painel alveolar Fonte: Adaptado de (CASSOL PR ´E-FABRICADOS, 2014)

c) Pain ´eis Nervurados

S ˜ao aqueles em que h ´a a colocac¸ ˜ao de nervuras em uma ou duas direc¸ ˜oes objeti-vando o aumento de suas dimens ˜oes longitudinais sem a necessidade de aumen-tar a espessura ou armadura j ´a existente. O esquema da nervura de uma placa de vedac¸ ˜ao pode ser verificado na Figura 8.

Figura 8: Esquema de painel nervurado Fonte: Adaptado de (IPT, 2014)

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4.1 Tipologia dos pain ´eis pr ´e-fabricados 30

Figura 9: Sec¸ ˜ao transversal de um painel nervurador Fonte: Adaptado de (IPT, 2014)

d) Pain ´eis Sandu´ıche

Este tipo de painel ´e composto por duas placas separadas por um material isolante, conforme mostra a Figura 10. O material isolante mais utilizado ´e o EPS (Polies-tireno Expandido) e a espessura do preenchimento pode variar de acordo com o conforto t ´ermico desejado.

Figura 10: Sec¸ ˜ao transversal de um painel sandu´ıche Fonte: (MOUTAIN VIEW PRE-CAST CONCRETE, 2010)

4.1.2 CLASSIFICAC¸ ˜AO QUANTO `A SUA CAPACIDADE ESTRUTURAL

Os pain ´eis pr ´e-fabricados de concreto classificam-se quanto a sua capaci-dade estrutural em: estruturais ou n ˜ao estruturais. Os pain ´eis estruturais suportam o carregamento referente ao seu peso pr ´oprio, `as fases transit ´orias e ainda podem su-portar as cargas de pisos, estruturas de cobertura sendo elas horizontais ou verticais (FREITAS et al., 2012).

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4.2 Fabricac¸ ˜ao dos pain ´eis pr ´e-moldados de concreto 31

De acordo com Castilho (1998), o efeito do enrijecimento na estrutura pro-vocado por estes elementos de vedac¸ ˜ao tem sido geralmente desprezado no dimensi-onamento do restante dos elementos da estrutura. Por ´em, j ´a existe diversos estudos que avaliaram que tais elementos, dependendo de seu tipo de ligac¸ ˜ao com a estrutura principal, contribuem significativamente na rigidez lateral das edificac¸ ˜oes e que assim auxiliam na resist ˆencia das ac¸ ˜oes laterais.

As placas utilizadas para vedac¸ ˜ao em barrac ˜oes industriais, quase sempre s ˜ao estruturais, j ´a que ajudam a contraventar a estrutura de grande altura e que est ´a sujeita a ac¸ ˜ao de vento lateral, como mostra a Figura 11.

Figura 11: Utilizac¸ ˜ao dos pain ´eis pr ´e-fabricados de concreto em barrac ˜oes industriais

Fonte: (MODULAR ENGENHARIA, 2009)

J ´a o painel n ˜ao estrutural, somente suporta as cargas referentes `as fases transit ´orias, ao seu peso pr ´oprio, a ac¸ ˜ao do vento e de forc¸as s´ısmicas, quando houver, e que tamb ´em transferem cargas desprez´ıveis do restante da estrutura para os apoios (ACI, 1993).

A principal vantagem citada por Silva (2003), dos pain ´eis n ˜ao estruturais ´e a possibilidade de remov ˆe-lo, sem afetar a estabilidade estrutural de toda a edificac¸ ˜ao.

4.2 FABRICAC¸ ˜AO DOS PAIN ´EIS PR ´E-MOLDADOS DE CONCRETO

A primeira etapa para a fabricac¸ ˜ao dos pain ´eis pr ´e-moldados de concreto ´e o projeto completo das pec¸as. Esse projeto deve contemplar todas as fases com

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4.2 Fabricac¸ ˜ao dos pain ´eis pr ´e-moldados de concreto 32

todos os detalhes necess ´arios para a fabricac¸ ˜ao, manuseio e montagem dos produtos pr ´e-moldados.

O detalhamento das pec¸as deve ser feito de acordo com o tipo do projeto no qual vai ser empregado, levando em considerac¸ ˜ao a localizac¸ ˜ao das janelas, portas, vigas, pilares, encanamentos e outros elementos. Este detalhamento deve fornecer o tamanho, forma, dimens ˜oes de cada componente, assim como suas conex ˜oes com a estrutura principal e reforc¸os se necess ´ario e tamb ´em o tipo de selante a ser utilizado nas juntas entre pain ´eis (ACI, 1993).

Com o projeto em m ˜aos, faz-se a escolha do tipo de formas determinada pela possibilidade de reaproveitamento da mesma, o que diminui os custos relativos `a produc¸ ˜ao dos pain ´eis. O tipo mais usual ´e o molde met ´alico, que s ˜ao os mais indicados, j ´a que tem um custo maior n ´umero de reutilizac¸ ˜ao que os moldes feitos de madeira, que t ˆem um menor custo inicial. Geralmente para os pain ´eis estruturais usa-se as formas do tipo bateria apoiadas sobre quadro met ´alico como exemplificado na Figura 12 .

Figura 12: F ˆormas do tipo bateria utilizadas para a fabricac¸ ˜ao dos pain ´eis

Fonte: (FREITAS, 2011)

A dosagem do concreto ´e feita de acordo com as caracter´ısticas dos ma-teriais utilizados pensando no seu desempenho, que deve ser como especificado em projeto. O manual de Construc¸ ˜ao em Ac¸o (SILVA, 2003) cita que a dimens ˜ao m ´axima caracter´ıstica do agregado usual ´e de 20 mm, o que facilita o acabamento superfi-cial desejado quando as placas n ˜ao ser ˜ao submetidas a nenhum tipo de acabamento est ´etico.

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4.2 Fabricac¸ ˜ao dos pain ´eis pr ´e-moldados de concreto 33

O concreto utilizado nos pain ´eis ´e geralmente auto-adens ´avel e tem adic¸ ˜ao de fibras de polipropileno. Estes elementos possuem basicamente dois tipos de ar-madura: simples e centralizada ou dupla, conforme projeto estrutural elaborado para cada empreendimento. O cobrimento de concreto das armaduras ´e garantido pelo po-sicionamento de espac¸adores pl ´asticos nas telas. No caso de pain ´eis com duas telas, o espac¸amento entre as telas ´e garantido com o uso de separador tipo ”caranguejo”em ac¸o. A resist ˆencia m´ınima do concreto, na desenforma, ´e de 8 MPa (SILVA, 2011).

Ap ´os a preparac¸ ˜ao da armadura e colocac¸ ˜ao dos espac¸adores e separa-dores tipo caranguejo entre as telas ´e feito o fechamento e travamento das formas met ´alicas e posterior lanc¸amento do concreto.

Depois da concretagem, as pec¸as s ˜ao armazenadas e ´e feito o controle de qualidade conforme procedimento espec´ıfico da f ´abrica e ent ˜ao ´e feita a cura por aspers ˜ao de ´agua ou a vapor por aproximadamente 48 horas. Em seguida, as pec¸as s ˜ao armazenadas em local definitivo (SILVA, 2011).

A desf ˆorma ocorre aproximadamente 20 horas ap ´os a concretagem, ou como cita o Manual de Construc¸ ˜ao em Ac¸o: pain ´eis de Vedac¸ ˜ao (SILVA, 2003) no m´ınimo, ap ´os 16 horas do preenchimento ou at ´e o painel adquirir resist ˆencia sufici-ente para os esforc¸os que incidir ˜ao durante a desf ˆorma, o manuseio, o transporte e o ic¸amento do elemento. O processo referente a desf ˆorma dos elementos pode ser observado na Figura 13.

Figura 13: Processo de desf ˆorma dos pain ´eis pr ´e-fabricados Fonte: (FREITAS, 2011)

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utiliza-4.2 Fabricac¸ ˜ao dos pain ´eis pr ´e-moldados de concreto 34

das e ic¸adas at ´e seu local definitivo, com posterior ligac¸ ˜ao na estrutura principal. A colocac¸ ˜ao da placa no seu local ´e feita com aux´ılio de um caminh ˜ao, atrav ´es de suas alc¸as, como mostra a Figura 14.

Figura 14: Ic¸amento de uma placa de vedac¸ ˜ao pr ´e-fabricada Fonte: (MODULAR ENGENHARIA, 2009)

Ap ´os colocadas as placas no seu local definitivo da estrutura, colocam-se f ˆormas met ´alicas na regi ˜ao das juntas entre pain ´eis, para preenchimento das mesmas com graute ou material semelhante. Se o painel n ˜ao tiver acabamento arquitet ˆonico de f ´abrica, depois de preencher as juntas, ´e poss´ıvel fazer o acabamento desejado (SILVA, 2003).

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5 PROCESSO DE PROJETO E DIMENSIONAMENTO DE PLACAS PR ´E-MOLDADAS

O processo de dimensionamento das placas pr ´e-moldadas ´e muito seme-lhante ao de qualquer outro elemento estrutural de concreto armado, diferenciando-se apenas pela adic¸ ˜ao de esforc¸os que ocorrem em fases espec´ıficas da sua fabricac¸ ˜ao, as chamadas fases transit ´orias, como por exemplo, manuseio e transporte dos ele-mentos. De acordo com Castilho (1998), pode-se dizer que este dimensionamento segue as seguintes etapas:

• Definic¸ ˜ao do tamanho inicial do painel, levando em considerac¸ ˜ao a disponibili-dade de meios de transporte adequados;

• Delimitac¸ ˜ao das cargas as quais os pain ´eis estar ˜ao submetidos, geralmente: ac¸ ˜oes permanentes (peso pr ´oprio), ac¸ ˜oes provenientes do vento, ac¸ ˜oes devido

`a variac¸ ˜ao de temperatura e ac¸ ˜oes resultantes das fases transit ´orias;

• Com as cargas definidas, encontra-se qual dever ´a ser a resist ˆencia do concreto utilizado e tamb ´em o tipo de armadura a ser colocada;

• Determinac¸ ˜ao da espessura final do painel;

• C ´alculo da armadura de flex ˜ao assim como sua verificac¸ ˜ao para as fases tran-sit ´orias;

• Marcac¸ ˜ao dos pontos onde ter ˜ao as ligac¸ ˜oes com a estrutura principal;

• Dimensionamento das ligac¸ ˜oes, nos pontos localizados anteriormente, com uma forc¸a unit ´aria aplicada;

• Verificac¸ ˜ao da acomodac¸ ˜ao pelas ligac¸ ˜oes do momento causado pelas ac¸ ˜oes. Todo esse procedimento deve ser feito balizado por normas vigentes que tratam do assunto, j ´a que estar em conformidade com normas poupa tempo, esforc¸o e despesas bem como gera seguranc¸a e maior efici ˆencia nos procedimentos.

No entanto, no Brasil atualmente n ˜ao h ´a uma norma que especifique dire-tamente os procedimentos de projeto e execuc¸ ˜ao destas placas de vedac¸ ˜ao. Este fato

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5 Processo de projeto e dimensionamento de placas pr ´e-moldadas 36

pode ser justificado pelo crescimento do seu uso ser recente ou pelo fato de que ape-nas h ´a pouco tempo as placas passaram a assumir certas func¸ ˜oes estruturais (como vedac¸ ˜ao de locais que armazenam gr ˜aos, por exemplo).

Como as placas foram, durante anos utilizadas somente com func¸ ˜ao arqui-tet ˆonica, devendo suportar apenas seu pr ´oprio peso, n ˜ao era cr´ıtico para sua aplicac¸ ˜ao, a determinac¸ ˜ao de m ´etodos para o c ´alculo de sua sec¸ ˜ao transversal e armadura. No entanto, atualmente este tipo de elemento tem sido empregado em barrac ˜oes indus-triais e silos de armazenamento, de forma a estar submetida a esforc¸os adicionais.

As normas brasileiras analisadas neste trabalho s ˜ao: a NBR 9062/2001, “Projeto e Execuc¸ ˜ao de estruturas de concreto pr ´e-moldado”, (ABNT, 2006) e tamb ´em a NBR 6118/2014 “Projeto e Execuc¸ ˜ao de estruturas de concreto armado”, (ABNT, 2014), uma vez que esta ´e vinculada `a anterior.

A NBR 9062 (ABNT, 2006), cita apenas algumas diretrizes referentes ao dimensionamento, dando maior ˆenfase `a crit ´erios de fabricac¸ ˜ao. No entanto, n ˜ao ba-liza o dimensionamento no tocante `a valores m ´aximos e m´ınimos para a geometria e armadura das placas.

Os pontos de dimensionamento e projeto tratados na NBR 9062 (ABNT, 2006) s ˜ao algumas toler ˆancias a serem consideradas levando em conta os desvios de produc¸ ˜ao, locac¸ ˜ao e montagem dos elementos e algumas an ´alises sobre as cargas referentes `as fases transit ´orias presentes.

Como a NBR 9062 (ABNT, 2006) est ´a vinculada `a NBR 6118 (ABNT, 2014), pesquisou-se tamb ´em essa norma com o objetivo de encontrar quais s ˜ao as instruc¸ ˜oes para se fazer o dimensionamento das placas de vedac¸ ˜ao pr ´e-moldadas.

Na NBR 6118 (ABNT, 2014) podem ser encontradas algumas considerac¸ ˜oes iniciais para o dimensionamento. As principais s ˜ao: a classe do concreto que deve ser utilizada (a resist ˆencia caracter´ıstica m´ınima do concreto, bem como o fator ´agua/cimen-to) e o cobrimento necess ´ario para protec¸ ˜ao da armadura de acordo com a classe de agressividade ambiental do meio definitivo em que a estrutura ser ´a colocada; quais ac¸ ˜oes est ˜ao atuando e como devem ser consideradas (valores de c ´alculo, coeficien-tes de ponderac¸ ˜ao e combinac¸ ˜oes poss´ıveis).

No cap´ıtulo 6 dessa mesma norma brasileira, pode-se encontrar as dire-trizes para a durabilidade das estruturas de concreto, que engloba os par ˆametros a serem adotados de acordo com a classe de agressividade ambiental do local defini-tivo da estrutura.

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5 Processo de projeto e dimensionamento de placas pr ´e-moldadas 37

O cap´ıtulo 7 da mesma norma, abrange a classe de concreto m´ınima a ser utilizada dependendo da pec¸a a ser produzida e da classe de agressividade ambi-ental encontrada atrav ´es do cap´ıtulo anterior, bem como a relac¸ ˜ao ´agua/cimento do concreto utilizado.

J ´a o cap´ıtulo 11 da NBR 6118 (ABNT, 2014), discorre sobre as ac¸ ˜oes a se-rem consideradas no projeto estrutural de um elemento, com as ponderac¸ ˜oes (majora-c¸ ˜oes e coeficientes de seguran(majora-c¸a) a serem feitas e tamb ´em como devem ser feitas as combinac¸ ˜oes em vista de encontrar o valor final do carregamento atuante.

O cap´ıtulo 16 complementa o cap´ıtulo 11, pois fala dos princ´ıpios gerais de dimensionamento, verificac¸ ˜ao e detalhamento de elementos em concreto armado, de forma a garantir a seguranc¸a em relac¸ ˜ao aos estados limites (de servic¸o e ´ultimo) da estrutura. Por ´em, nenhum dos par ˆametros comumente adotados no dimensionamento de estruturas de concreto est ˜ao dispon´ıveis para as placas pr ´e-moldadas.

Como as duas normas brasileiras citadas anteriormente (NBR 9062 (ABNT, 2006) e NBR 6118 (ABNT, 2014)) n ˜ao tratam o dimensionamento de placas com

pro-fundidade, buscou-se ent ˜ao normas e guias internacionais, j ´a que a utilizac¸ ˜ao das placas de vedac¸ ˜ao pr ´e-moldadas fora do Brasil ´e consideravelmente maior.

Portanto, neste trabalho analisou-se tamb ´em um guia elaborado pela ACI (American Concrete Institute), o ACI 533R-93, do ano de 1993, intitulado “Guide for Precast Concrete Wall Panels” e que por sua vez est ´a ligado ao manual criado pelo PCI (Precast and Prestressed Concrete Institute), denominado “PCI Design Hand-book: Precast and Prestressed Concrete”, de 2010.

Estes dois guias de insituic¸ ˜oes americanas de concreto estabelecem diretri-zes para o projeto, dimensionamento e execuc¸ ˜ao de elementos estruturais de concreto armado. No caso do segundo guia, o “PCI Design Handbook: Precast and Prestres-sed Concrete” (PCI, 2010), aborda instruc¸ ˜oes para o dimensionamento de estruturas pr ´e-moldadas e protendidas.

O pr ´oprio American Concrete Institute, salienta que o seu manual ´e uma compilac¸ ˜ao de informac¸ ˜oes contidas em v ´arios relat ´orios anteriores `a publicac¸ ˜ao do guia, juntamente com experi ˆencias dos membros e novas informac¸ ˜oes contidas em pesquisas de desenvolvimento da ind ´ustria (ACI, 1993). Este documento ´e vinculado `a outro, do mesmo instituto, o ACI 318-08, de 2008, que tem como t´ıtulo:“Building Code Requirements for Structural Concrete and Commentary ”‘, e traz os par ˆametros e requisitos para construc¸ ˜oes em concreto armado no geral.

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5.1 Conformidade de projeto e dimensionamento com as normas t ´ecnicas vigentes 38

O ACI 318-08, abrange os materiais, projeto e construc¸ ˜ao de concreto es-trutural utilizado em edif´ıcios e quando aplic ´avel, em elementos n ˜ao estruturais. Este c ´odigo engloba tamb ´em os m ´etodos avaliativos de resist ˆencia de estruturas de con-creto existentes.

Ap ´os a an ´alise das normas brasileiras que deveriam conter diretrizes quanto as placas pr ´e-moldadas e outros manuais e guias que pudessem trazer maiores infor-mac¸ ˜oes quanto ao projeto destas pec¸as, um estudo de campo foi realizado em em-presas produtoras de elementos de concreto pr ´e-moldado, bem como em obras onde os pain ´eis de vedac¸ ˜ao vinham sendo utilizados.

Os aspectos analisados no estudo de campo quanto ao dimensionamento das placas pr ´e-moldadas foram:

(a) A conformidade de projeto e dimensionamento com as normas t ´ecnicas em geral; (b) A contabilizac¸ ˜ao das cargas referentes `as fases transit ´orias na fase de an ´alise

estrutural;

(c) O atendimento de recomendac¸ ˜oes da normas t ´ecnicas quanto `a classe do con-creto e cobrimento m´ınimo da armadura nas pec¸as.

Estes t ´opicos foram escolhidos, pois notou-se que s ˜ao nestes aspectos que quando falhos surgem as maiores e mais graves manifestac¸ ˜oes patol ´ogicas.

5.1 CONFORMIDADE DE PROJETO E DIMENSIONAMENTO COM AS NORMAS T ´ECNICAS VIGENTES

Como relatado anteriormente, as normas brasileiras de concreto armado e concreto pr ´e-moldado s ˜ao carentes de informac¸ ˜oes e par ˆametros para os pain ´eis de vedac¸ ˜ao pr ´e-moldados, tanto para o seu dimensionamento quanto para a sua produc¸ ˜ao.

Sendo assim, constatou-se atrav ´es das entrevistas realizadas com o en-genheiro civil respons ´avel de cada uma das empresas, que as normas brasileiras, ou qualquer outra norma ou manual, n ˜ao estavam sendo pouco ou n ˜ao utilizadas no processo de dimensionamento dos pain ´eis.

O projeto destas placas, tamb ´em nas duas empresas visitadas (A e B), ´e feito quase em sua totalidade com base no conhecimento t ´ecnico e pr ´atico do enge-nheiro civil atuante na empresa ou como no caso da empresa A, tamb ´em com base em experimentos realizados antes do in´ıcio da fabricac¸ ˜ao para comercializac¸ ˜ao.

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5.2 Contabilizac¸ ˜ao das cargas referentes `as fases transit ´orias 39

Figura 15: Exemplo de projeto de placas de vedac¸ ˜ao pr ´e-moldadas Fonte: Empresa B, 2015.

Esses experimentos, realizados na empresa A, consistiram em fabricar al-gumas placas, com diferentes sec¸ ˜oes transversais de barras de ac¸o compondo a armadura e diferentes dimens ˜oes de sec¸ ˜ao transversal da placa at ´e encontrar uma combinac¸ ˜ao que atendesse as solicita-c¸ ˜oes e pudesse ser produzida. Obviamente, isso foi feito com alguns crit ´erios, j ´a que pode contar com o senso cr´ıtico do enge-nheiro respons ´avel.

Os principais pontos colocados pelos engenheiros como justificativa para esta realidade s ˜ao a falta de abrang ˆencia das normas t ´ecnicas, ou seja, existem pou-cas recomendac¸ ˜oes que dizem respeito `as plapou-cas pr ´e-moldadas e tamb ´em pela placa ser um elemento estrutural n ˜ao fundamental `a rigidez ou sustentac¸ ˜ao da estrutura.

5.2 CONTABILIZAC¸ ˜AO DAS CARGAS REFERENTES `AS FASES TRANSIT ´ORIAS

Em refer ˆencia ao segundo ponto averiguado no estudo de campo, a consi-derac¸ ˜ao das cargas provenientes das fases transit ´orias, tamb ´em em entrevista com os engenheiros civis respons ´aveis pelas duas empresas, verificou-se que essas cargas s ˜ao contabilizadas, por ´em n ˜ao est ˜ao de acordo com a norma, visto que os engenhei-ros aumentam a sec¸ ˜ao transversal das barras de ac¸o utilizadas e a sec¸ ˜ao transversal da pr ´opria placa de acordo com o que julgam necess ´ario.

O que ocorre ´e que, como n ˜ao h ´a nas normas brasileiras especificac¸ ˜oes que balizem esse dimensionamento considerando estes carregamentos din ˆamicos para placas, o mesmo n ˜ao ´e realizado e por isso, sabe-se que existem estas ac¸ ˜oes, por ´em n ˜ao ´e feito nenhum c ´alculo para quantific ´a-las.

Um exemplo pr ´atico ´e que, primeiramente, na empresa A, somente uma malha de ac¸o com di ˆametro 4,2 mm era utilizada, por ´em o n ´umero de pec¸as inuti-lizadas por colapso durante o ic¸amento se tornou muito grande, o que fez com que

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5.2 Contabilizac¸ ˜ao das cargas referentes `as fases transit ´orias 40

passassem a adotar duas malhas de ac¸o com o reforc¸o de trelic¸as, usualmente utili-zadas em lajes pr ´e-moldadas, na parte superior e inferior. Ou seja, se houvesse um dimensionamento coerente, provavelmente n ˜ao haveria tanto desperd´ıcio de pec¸as por colapso devido `a flex ˜ao.

Outro aspecto analisado quanto aos procedimentos referentes `as fases transit ´orias (manuseio e transporte), foi a conson ˆancia das alc¸as de elevac¸ ˜ao utili-zadas com a NBR 9062 (ABNT, 2006).

De acordo com PCI (2010), os pontos de levantamento devem ser locali-zados para manter as tens ˜oes dentro dos limites admiss´ıveis e para assegurar um alinhamento adequado de a pec¸a, uma vez que est ´a a ser levantada.

A NBR 9062 (ABNT, 2006, p.16) cita que as “alc¸as e pinos s ˜ao

considera-dos ligac¸ ˜oes tempor ´arias com o equipamento de manuseio e montagem das pec¸as”. Outra observac¸ ˜ao feita pela mesma norma ´e que, as alc¸as em sua parte externa `a estrutura atua majoritariamente `a trac¸ ˜ao, sendo que a parte interior `a estrutura atua ao cisalhamento, devido a sua ader ˆencia ao concreto.

A mesma norma t ´ecnica, estabelece que estas alc¸as sejam dimensiona-das de acordo com uma an ´alise din ˆamica e que quando n ˜ao for poss´ıvel faz ˆe-la, ´e necess ´ario aproximar as cargas din ˆamicas por uma carga est ´atica equivalente. A m´ınima carga est ´atica equivalente ´e expressa pela equac¸ ˜ao

gemin = βag (1)

Onde:

• gemin: Carga est ´atica equivalente;

• βa: Coeficiente de ac¸ ˜ao din ˆamica;

• g: Carga est ´atica permanente no transporte.

Ademais, para se considerar a ac¸ ˜ao din ˆamica, o coeficiente de ac¸ ˜ao din ˆami-ca deve ter valor m´ınimo de 1,3 para a determinac¸ ˜ao da ˆami-carga est ´atiˆami-ca equivalente utilizada no dimensionamento ou verificac¸ ˜ao dos elementos na etapa de transporte conforme explicado pela NBR 9062 (ABNT, 2006).

Outra ponderac¸ ˜ao a ser feita ´e que para qualquer dispositivo de levanta-mento, manuseio ou montagem, em contato com a superf´ıcie do elemento ou imerso no concreto, como no caso das alc¸as, deve haver um dimensionamento para uma

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5.2 Contabilizac¸ ˜ao das cargas referentes `as fases transit ´orias 41

solicitac¸ ˜ao de c ´alculo m´ınima de quatro vezes a solicitac¸ ˜ao obtida para o pr ´oprio peso do elemento, conforme a equac¸ ˜ao

βa γf ≥ 4 (2)

J ´a as solicitac¸ ˜oes de c ´alculo, podem ser encontradas, aplicando-se o coefi-ciente de majorac¸ ˜ao γf, que ´e encontrado na NBR 6118 (ABNT, 2014) e expresso pela equac¸ ˜ao

γf = γf 1γf 2 γf 3 (3)

e demonstrados nas figuras 16 e 17.

Figura 16: Valores do coeficiente de majorac¸ ˜ao γf

Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2014)

Figura 17: Valor do coeficiente de majorac¸ ˜ao γf 2

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5.2 Contabilizac¸ ˜ao das cargas referentes `as fases transit ´orias 42

A NBR 9062 (ABNT, 2006) salienta ainda que ´e impedido o uso de ac¸os das categorias CA50 e CA60 em alc¸as de levantamento e que estes dispositivos devem ser dimensionados de acordo com a Figura 18.

Figura 18: Esquema do dimensionamento de uma alc¸a de elevac¸ ˜ao para pr ´e-moldados Fonte: Adaptado da NBR 9062 (ABNT, 2006).

Na empresa A, a alc¸a de levantamento ´e feita com ac¸o CA25, de di ˆametro de 20 mm, contudo o dobramento desta barra n ˜ao ´e feito de acordo com a Figura 17 (requisitado em norma), como observa-se na Figura 19 e na Figura 20.

(45)

5.2 Contabilizac¸ ˜ao das cargas referentes `as fases transit ´orias 43

Figura 19: Alc¸a de ic¸amento para painel pr ´e-moldado j ´a colocada no molde na empresa A

Fonte: Autoria Pr ´opria.

Figura 20: Alc¸a de ic¸amento para painel pr ´e-moldado em detalhe da armadura, na empresa A

Fonte: Autoria Pr ´opria.

Na empresa B, se utiliza ac¸o da categoria CA50 para as alc¸as, de di ˆametro igual a 16 mm, dobrados de forma inadequada, com as barras que ficar ˜ao ancoradas no concreto dispostas retilineamente, com uma simples dobra, como demonstrado na Figura 21.

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5.3 Atendimento `as normas t ´ecnicas: classe do concreto e cobrimento da armadura 44

Figura 21: Detalhe de armadura e alc¸a para painel da empresa B Fonte: Autoria Pr ´opria.

Observa-se que o comprimento das barras ´e elevado como forma de preca-ver problemas no momento da desforma e do transporte da pec¸a, que de acordo com declarac¸ ˜ao do engenheiro respons ´avel pela empresa B s ˜ao comuns nestas placas e que ser ˜ao abordados em sec¸ ˜ao do cap´ıtulo posterior.

5.3 ATENDIMENTO `AS NORMAS T ´ECNICAS: CLASSE DO CONCRETO E COBRI-MENTO DA ARMADURA

Sobre o terceiro ponto a ser verificado, o atendimento das recomendac¸ ˜oes de norma para a classe do concreto e para o cobrimento da armadura, usou-se as prescric¸ ˜oes contidas na NBR 9062 (ABNT, 2006), e na NBR 6118 (ABNT, 2014) para efeito de comparac¸ ˜oes com a pr ´atica das empresas.

Na NBR 6118 (ABNT, 2014), encontram-se as sugest ˜oes para a classe de concreto utilizada em elementos estruturais de concreto armado de acordo com a agressividade do meio em que se encontra a estrutura. Essa classe de agressividade do meio pode ser avaliada conforme as condic¸ ˜oes de exposic¸ ˜ao da estrutura ou de suas partes conforme a Figura 22.

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5.3 Atendimento `as normas t ´ecnicas: classe do concreto e cobrimento da armadura 45

Figura 22: Classificac¸ ˜ao da agressividade do meio em que se encontra a estrutura Fonte: Adaptado de (ABNT, 2014).

.

Para cada classe de agressividade ambiental, existe uma classe de re-sist ˆencia do concreto utilizado e um fator ´agua/cimento correspondente, como cons-tata a Figura 23.

Figura 23: Correspond ˆencia entre a classe de agressividade ambiental com a re-sist ˆencia m´ınima do concreto e o fator ´agua/cimento

Fonte: Adaptado de (ABNT, 2014).

.

As placas fabricadas pelas empresas visitadas s ˜ao predominantemente uti-lizadas em zonas urbanas ou industriais. Para as zonas urbanas a agressividade do meio ´e dita moderada e a classe ´e a II, com risco pequeno de deteriorac¸ ˜ao da estru-tura, conforme explicitado na Figura 21. Enquanto que para as zonas industriais, em que o risco de deteriorac¸ ˜ao da estrutura ´e grande por haver a possibilidade de existir

Referências

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