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Academic year: 2021

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16°

TÍTULO: SOLUÇÕES EM DRENAGEM URBANA E CONTROLE DE ENCHENTES: MÉTODOS DE GERENCIAMENTO E SUAS TECNOLOGIAS

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA ÁREA:

SUBÁREA: ENGENHARIAS SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE JAGUARIÚNA INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): ELVIS PAULO ROGÉRIO LAMBERTUCCI, CHARLES APARECIDO RODRIGUES, MICHEL MASSAO SUKADA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): LUCIANE SANDRINI DIAS ORIENTADOR(ES):

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RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi apresentar exemplos de métodos de gerenciamento em drenagem urbana, abordando seus conceitos, aplicações e vantagens sobre modelos convencionais, introduzindo paisagens hidrológicamente funcionais e eficientes no meio urbano. Também, apresentar técnicas sustentáveis que podem ser utilizadas separadamente ou em conjunto para se obter melhores resultados no controle das águas pluviais e prevenção de enchentes, onde se visa a diminuição da impermeabilização do solo, hidrologia local, retardo no tempo de concentração das águas pluviais e recuperação das características da pré-urbanização. Foram demonstrados exemplos dessas práticas em países desenvolvidos onde as mesmas já estão incorporadas na metodologia do planejamento das cidades e locais propícios a esse problema. O planejamento urbano integrado a esses exemplos e voltado à sustentabilidade trás consideráveis melhorias sociais, econômicas e ambientais à população local, a curto e longo prazo, o que influência no desenvolvimento da região e em uma melhor conservação dos recursos naturais.

Palavras-chave: Métodos de gerenciamento, Drenagem urbana, Técnicas sustentáveis.

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1. INTRODUÇÃO

O crescimento populacional descontrolado e sem ser planejado adequadamente nas cidades grandes ou pequenas, contribui para diversos problemas de caráter ambiental, social e econômico.

Segundo Baptista (2005), esse intenso crescimento dos aglomerados urbanos ressalta e agrava os problemas hídricos relacionados à infraestrutura obsoleta e insuficiente presente nas cidades. Durante o século XIX, as inundações urbanas se tornaram cada vez mais graves e frequentes, as águas pluviais e servidas eram transportadas pelas sarjetas e grandes epidemias de cólera e tifo assolaram a Europa. Com o avanço dos conhecimentos em microbiologia e epidemiologia, as práticas de saneamento tornaram-se relevantes na vida urbana e o papel das águas como transmissoras de doenças foi confirmado.

A impermeabilização total ou parcial do solo dificulta a absorção das águas da chuva, causando um aumento significativo no volume que escoa superficialmente pelos sistemas de drenagem existentes, este volume concentrado é enviado a um corpo receptor, em geral rios, que nem sempre são capazes de absorver tal volume, causando um aumento em seu leito e alagamentos em locais próximos a ele.

As tecnologias mais adotadas e eficientes para a redução dos volumes de enchentes tem o objetivo de retardar o escoamento superficial e aumentar o tempo que este volume leva para chegar ao corpo hídrico, através de reservatórios ou tanques de contenção, diminuindo assim as vazões máximas responsáveis por inundações.

Tais práticas, embora em outros países sejam amplamente difundidas e praticadas, ainda não conseguiram se firmar como solução no Brasil. Enquanto isso em grandes cidades como São Paulo a calamidade é clara, ficando evidente a necessidade de se procurar novas práticas, soluções e conhecer melhor o clima, o ambiente e a hidrologia do local em questão e de seu entorno.

Martins (2004) ressalta que diversos estudos vêm sendo realizados hoje no Brasil com vistas a analisar a eficiência e aplicabilidade destas estruturas, mas em sua maior parte, com o enfoque somente ainda no amortecimento das cheias. Nos países desenvolvidos, como há um maior avanço no uso dessas técnicas, já se observa a

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3 preocupação não somente com o aspecto quantitativo, mas com o tratamento e qualidade das águas urbanas no âmbito da poluição difusa e suas diversas aplicações práticas.

2. OBJETIVO

Este trabalho apresenta uma abordagem conceitual sobre técnicas e soluções em drenagem urbana sustentável, apresentando os benefícios dos sistemas no meio urbano, singularidades e a real solução dos problemas mencionados.

3. MÉTODOS DE GERENCIAMENTO DA DRENAGEM URBANA

Segundo Prodanoff (2011), hoje felizmente despontam novas práticas sob uma ótica inovadora no gerenciamento das cheias urbanas em diversas cidades no mundo. Trata-se de uma visão focada no desenvolvimento sustentável da drenagem urbana com o objetivo de restituir parcialmente o ciclo hidrológico natural, a estágios próximos ao da fase de pré-urbanização.

O conjunto integrado dessas tecnologias, bem como a forma como são planejadas e aplicadas, de modo a aproximar o ambiente urbanizado de sua situação pré-urbanizada, veem sendo efetivamente aplicadas em todo o mundo, com maior ênfase nos países mais desenvolvidos, e são nomeados de diversas formas (LID, SUDS, WSUD e BMP’s), mas sempre com o mesmo conceito e objetivo.

3.1. Desenvolvimento de baixo impacto (LID)

Segundo Prodanoff (2011), o LID (Desenvolvimento de Baixo Impacto) é uma estratégia de gestão dos recursos hídricos que tem sido adotada em muitas cidades ao redor do mundo nos últimos anos, em especial nos Estados Unidos. É uma abordagem da gestão das águas pluviais e um conjunto de práticas que podem ser usadas para reduzir as enxurradas e as cargas poluentes associadas, gerindo os escoamentos o mais próximo da sua fonte quanto possível. Frequentemente se utiliza um conjunto ou

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sistema de práticas em pequena escala, interligadas entre si, são micro-soluções interdependentes. As abordagens LID que visam reduzir os impactos nos recursos hídricos podem ser utilizadas em áreas já urbanizadas ou novas áreas urbanas em fase de desenvolvimento e expansão.

O LID tem como objetivo o planejamento integrado para o total desenvolvimento de uma área e das atividades que serão feitas, com particular atenção à manutenção das características hidrológicas locais (DOD, 2004). Essas características passam a ser o elemento integrador do projeto. Dessa maneira, de forma a compensar os impactos na quantidade e na qualidade das águas, as técnicas de LID buscam mimetizar as condições hidrológicas existentes por meio de instrumentos, conceitos de design e unidades de controle que buscam a manutenção do armazenamento, da detenção e da infiltração e a evaporação de pré-desenvolvimento (Prince Georges’s County, 1999).

As práticas utilizadas no sistema LID tem como objetivo a diminuição das áreas impermeabilizadas afim de diminuir o escoamento superficial e o impacto por ele causado, o aumento do tempo de concentração da água na bacia para se aproximar das condições pré-urbanizadas, o controle do volume, frequência e duração do escoamento superficial e melhores condições para que a água que escoa para o corpo receptor seja adequada.

3.2. Sistemas de drenagem sustentável (SUDS)

Segundo Butler e Davies (2011), as SUDS foram desenvolvidas nos países do Reino Unido e se assemelham às BMP (Best Management Practices – melhores práticas de manejo) desenvolvidas nos Estados Unidos. Países como Austrália, Suécia e os já citados utilizam esse tipo de abordagem desde a década de 1980. Esses sistemas vêm, pouco a pouco, substituindo as redes tradicionais de drenagem. Em alguns casos, a instalação prévia de SUDS torna desnecessária a construção de sistemas tradicionais, ou então a dimensão necessária para estes últimos passa a ser bastante reduzida.

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5 Estes sistemas são implantados em diversos pontos do local visando o retorno das características hidrológicas que terreno tinha antes da ocupação.

Segundo Canholi (2014), as técnicas de LID e SUDS apresentam diferenças nas técnicas empregadas, porém buscam atingir objetivos semelhantes. Enquanto os projetos de SUDS baseiam-se principalmente na disseminação de dispositivos em diferentes escalas (local, principalmente), as técnicas de LID utilizam-se das ferramentas de planejamento prévio da urbanização e design inteligente com enfoque no controle da fonte. Enquanto as técnicas de SUDS atuam na correção e, eventualmente, na prevenção dos problemas de drenagem, as técnicas de LID se aplicam ao planejamento de novos sistemas de forma integrada ao desenvolvimento do projeto arquitetônico, paisagístico, viário, entre outros.

4. TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS

As técnicas sustentáveis são ferramentas utilizadas em conjunto e incorporadas aos métodos de gerenciamento da drenagem urbana.

Azevedo et. al. (2008), afirma que a combinação de tais medidas estruturais e não estruturais num contexto de planejamento integrado com o crescimento urbano, bem como, a própria utilização de estruturas da paisagem urbana com funções hidráulicas, permitem uma composição capaz de equacionar o problema do incremento do escoamento superficial e consequentes alagamentos e inundações de forma mais harmônica e sustentável.

4.1. Sistemas de biorretenção (Jardins de chuva)

Na sua forma mais simples são apenas pequenos jardins (ou partes de jardins), a uma cota ligeiramente inferior ao resto do solo e densamente preenchidos com várias plantas. Nas suas formas mais complexas podem ter camadas de areia e gravilha para aumentar os seus efeitos de infiltração (Watershed Management Services, s/).

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Sistemas de infiltração têm sido amplamente usados nas últimas décadas como um simples objetivo de redução do escoamento superficial (runoff). Porém, estudos recentes realizados pela Monash University na Austrália (Deletic et. al. 2010) tem apontado significativas vantagens no uso de sistemas de retenção vegetados (biorretenção) na remoção de poluentes, e também, como forma de prevenir de obstrução das tecnologias, comum problema dos sistemas de infiltração que reduz sua eficiência e vida útil (Nunes, 2011).

O formato do sistema, bem como suas dimensões, variam de acordo com as características do local a ser aplicado e sua finalidade, porém, sua base metodológica e sua utilização não se alteram.

Apesar de apresentar aspecto de um jardim convencional (Figuras 3, 4 e 5), esta técnica realiza um ótimo trabalho de engenharia, sendo necessário para sua manutenção, apenas tratamento paisagístico (Prince George’s County, 1999).

Figura 5: Jardim de chuva 1 Figura 6: Jardim de chuva 2 Figura 7: Jardim de chuva 3

Embora tais sistemas sejam uma comprovada e potencial solução para a drenagem das águas urbanas, há ainda a necessidade de esforços sociais que são significativamente importantes para o bom funcionamento dos mesmos, ações estas de proteção, manutenção e educação.

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7 4.2. Trincheiras de infiltração

A trincheira de infiltração é um dispositivo escavado, pouco profundo, normalmente com profundidade inferior a 1 metro, enchido com rocha ou gravilha, para o qual são drenadas as águas pluviais (Victorian Stormwater Committee, 1999 e Matos, 2003). Na periferia da seção da trincheira é normal existir ainda uma tela de geotextil, de forma a impedir a migração do solo para o enchimento (Victorian Stormwater Committee, 1999). A camada superior pode ficar coberta com terra e vegetação ou caso a água esteja pouco poluída a cobertura pode mesmo ser completamente eliminada (Matos, 2003).

O modelo de trincheira funciona basicamente como o tradicional sistema de reservatórios de redução de cheias. Aproveitando mais o seu desempenho que favorece muito mais a infiltração das águas pluviais no solo, gerando uma drástica diminuição dos volumes escoados das vazões de enchentes (Silva, 2007).

O dispositivo pode ser instalado de forma a que a alimentação da trincheira possa ser feita diretamente através das escorrências superficiais, ou então via a rede de coletores funcionando como mecanismo de retenção e armazenamento (Matos, 2003). Na figura 6 podemos ver todas as partes de uma trincheira de infiltração.

Figura 8: Corte transversal de uma trincheira de infiltração

Fonte: Victorian Stormwater Committee, 1999.

Este dispositivo permite também filtrar poluentes particulados ou adsorvidos a partículas e remover poluentes dissolvidos por processos químicos e biológicos. Um

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dos aspectos mais relevantes desta prática está no seu custo, uma vez que o seu custo capital é relativamente baixo comparado com outras alternativas (Matos, 2003; Victorian Stormwater Committee, 1999). No entanto necessita de manutenção regular devido à possibilidade dos poluentes e sedimentos colmatarem os espaços vazios, podendo apresentar custos de manutenção elevados, principalmente quando em contacto com solos finos (Victorian Stormwater Committee, 1999).

5. CONCLUSÃO

O trabalho apresentou os benefícios que os sistemas de biorretenção podem proporcionar. Através da revisão bibliográfica comparamos teoricamente os métodos de gerenciamento da drenagem urbana e as técnicas sustentáveis mais utilizadas dentro desses métodos, constatamos que a utilização dos mesmos em um contexto de planejamento urbano integrado com a sustentabilidade melhora consideravelmente as condições de assimilação das chuvas em meio urbano, prevenindo enchentes e demais problemas ocasionais.

Essas técnicas atuam incorporadas ao meio urbano onde exercem importante papel ambiental, paisagístico, econômico e social. Há a necessidade de uma melhor conscientização dos profissionais responsáveis pela elaboração de tais projetos, principalmente no Brasil onde essas técnicas são pouco difundidas e os problemas causados pelas chuvas são de grande impacto.

Esses métodos de gerenciamento da drenagem urbana têm como finalidade oferecer uma melhoria no meio urbano, restituir, em partes, o ciclo hidrológico, conhecer os impactos na bacia hidrográfica, minimizar os impactos provenientes da sociedade e de seu crescimento, controle de inundações e diminuir gastos com readequações de sistema de drenagem.

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9 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, J. P. et. al. Infra-estrutura de Drenagem Urbana. IN: Rio Próximos 100 anos. GUSMAO, P. P., CARMO P. S., VIANNA, S. B. (orgs). Rio de Janeiro: IPP – Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, 2008.

BAPTISTA, M. et. al. Técnicas Compensatórias em Drenagem Urbana. 266 p. Porto Alegre: ABRH. 2005.

BUTLER, D. and DAVIES, J. W. (2011) Urban Drainage. 3rd Edition. London: Spon Press.

CANHOLI, Aluísio Pardo. Drenagem urbana e controle de enchentes. São Paulo: Oficina de Textos. 2005.

CANHOLI, Aluísio Pardo. Drenagem urbana e controle de enchentes. 2ª. ed. São Paulo: Oficina de Textos. 2014.

DELETIC, A. et. al. Stormwater Treatment Technologies: Latest advances, principles and Design Procedures. Civil Eng. Dept., Monash University, VIC, Australia, 2010.

DOD. Low Impact Development. United States Departament of Defense. Washington. 2004.

MARTINS, M. J. Gerenciamento de recursos hídricos e drenagem urbana no município de São João de Meriti: análise espacial do efeito da implementação de microreservatórios em lotes sobre as inundações. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), COPPE/UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

MATOS, J. S. (2003). Ambiente e Saneamento. Sistemas de Drenagem Urbana (versão provisória). ITS press, Lisboa.

NUNES, R. T. S. Métodos para inserção de técnicas em gestão de águas pluviais no processo de planejamento e desenho urbano: Estudos de caso em Guaratá do Norte, na região Amazônica Brasileira, e na região metropolitana de

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Melbourne, Austrália. Tese (Doutorado), COPPE/UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.

PRINCE GEORGE’S COUNTY. Low Impact Development Design Strategies – An integrated approach. Department of Environmental Resources Programs and Planning Divisions. Prince Georges’s County, Maryland. 1999.

PRODANOFF, J. H. A. Qualidade das Águas em Inundações Urbanas. Cap 6. IN: Vulnerabilidade dos Recursos Hídricos no Âmbito Regional e Urbano. NUNES, R. T. S. et. al. (org). Rio de Janeiro: Editora Interciência, Coleção Mudanças Globais, vol 1, 2011.

SILVA, J. P. (2007). Estudos preliminares para implantação de trincheiras de infiltração. Dissertação de Mestrado - Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental,155p.

VICTORIAN STORMWATER COMMITTEE. (1999). Urban Stormwater: Best Practice Environmental Management Guidelines. CSIRO Publishing, Victoria. WATERSHED MANAGEMENT SERVICES. (s/d). A How-To Manual for Homeowners in the Municipality of Anchorage. Municipality of Anchorage, Anchorage.

Referências

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