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Academic year: 2021

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(1)

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE DESENHO INDUSTRIAL

CURSO DE TECNOLOGIA EM DESIGN GRÁFICO

FELIPE MONCLARO PUPPI

REDESIGN DO LIVRO “EU E OUTRAS POESIAS” DE

AUGUSTO DOS ANJOS

TRABALHO DE DIPLOMAÇÃO

CURITIBA

2015

(2)

REDESIGN DO LIVRO “EU E OUTRAS POESIAS”

DE AUGUSTO DOS ANJOS

Trabalho de Diplomação para obtenção de grau no curso superior de Tecnologia em Design Gráfico do Departamento Acadêmico de Desenho Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Manoel Alexandre Schroeder

CURITIBA

2015

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(4)

Figura 01 – Machado de Assis – Braz Cubas 1881 ... 10

Figura 02 – Olavo Bilac – Poesias 1888 ... 10

Figura 03 – D. Pedro de Alcantara – Sonetos 1808 ... 11

Figura 04 – Memorias Póstumas de Bras Cubas – Cândido Portinari ... 11

Figura 5 - Memórias Póstumas - Diagramação Século XIX – XX ... 12

Figura 6 – Publicação de Jornal no Paraná 1898 ... 13

Figura 7 - Diario de Notícias 1907 ... 13

Figura 8 - Disse o Corvo, "nunca mais" ... 15

Figura 9 - O Pó e Suas Poesias ... 16

Figura 10 - Toda Poesia - Paulo Leminski ... 17

Figura 11 - Cansei de Esperar ... 18

Figura 12 - Nossas Dúvidas Uma Certeza ... 18

Figura 13 - Eu e Outras Poesias - Alexei Bueno ... 19

Figura 14 - Sonetos - A.A. ... 20

Figura 15 - A.A. Texto Centralizado ... 20

Figura 16 - Capa A.A. Marin Claret ... 21

Figura 17 - Eu e Otras Poesias - Rosado ... 21

Figura 18 - Eu e Outras Poesias - Iba Mendes ... 22

Figura 19 - Eu e Outras Poesias - Serie ... 22

Figura 20 - Eu e Outras Poesias - Matin Claret ... 23

Figura 21 - Eu e Outras Poesias - Civilização Brasileira ... 23

Figura 22 - Eu e Outras Poesias - Bertrand Brasil ... 24

Figura 23 - Eu e Outras Poesias - Antiga ... 24

Figura 24 - Eu e Outras Poesias - Pocket ... 25

Figura 25 - A.A. Partes do Eu e Exemplo de Vampiresco ... 25

Figura 26 - Formato áureo... 32

Figura 27 – Formato Áureo Aplicado ... 32

Figura 28 - A Nova Capa ... 33

Figura 29 - Estudo para Versos de Amos ... 34

Figura 30 - Versos de Amor ... 35

Figura 31 - Estudo 1 para Sipango ... 35

Figura 32 - Esduto 2 para Sipango ... 36

Figura 33 - Ilha de Sipango ... 36

Figura 34 - Estudo para a Sofredora ... 37

Figura 35 - A Sofredora ... 37

Figura 36 - Passeata Fúnebre ... 38

Figura 37 – Ceticismo ... 39

Figura 38 - Súplica num Túmulo ... 39

Figura 39 - A Meu Pai Doente ... 42

Figura 40 - A Um Epilético ... 43

Figura 41 - Título em Bodoni ... 44

Figura 42 - Título em Garamond ... 45

Figura 43 - Texto em Garamond ... 45

Figura 44 – Aplicação Kerning ... 47

Figura 45 - Título com Espaçamento Entre Letras ... 47

Figura 46 - Título Augusto dos Anjos ... 47

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Figura 51 - Relação Texto-Imagem 1 ... 51

Figura 52 - Relação Texto-Imagem 2 ... 52

Figura 53 - Páginas finais – Simetria ... 52

Figura 54 – Protótipo Deitado com Fundo Branco ... 55

Figura 55 – Protótipo de Pé com Fundo Branco... 55

Figura 56 – Protótipo de Pé com Fundo Preto ... 56

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1 INTRODUÇÃO ... 6

1.1 OBJETIVO ... 6

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 6

1.3 JUSTIFICATIVA ... 6

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 7

2.1 QUADRO HISTÓRICO E SEMÂNTICO DO AUTOR ... 8

2.1.1 O Poeta Augusto dos Anjos ... 8

2.1.2 O Meio Literário do Autor... 9

2.1.3 As Características da Obra do Autor ... 9

2.2 PUBLICAÇÕES POÉTICAS, DA ÉPOCA DO AUTOR, E CONTEMPORÂNEAS . 9 2.2.1 Principais Obras Literárias da Época do Autor ... 9

2.2.2 Diagramação Padrão da Época do Autor ... 12

2.2.3 Contexto Sócio Cultural Século XX No Brasil ... 14

2.2.4 Capas de Obras Poéticas Contemporâneas ... 15

2.2.5 Publicações Dos Poemas de Augusto dos Anjos ... 19

2.3 CONSTRUÇÃO DE UM BRIEFING ... 26

2.3.1 Questionário On-Line ... 26

2.3.2 Público Consultado ... 31

2.4 DEFINIÇÕES: FORMATOS, ILUSTRAÇÕES, TIPOGRAFIA E DIAGRAMAÇÃO DO LAYOUT FINAL ... 31

2.4.1 Definição do Formato ... 31

2.4.1.1 Papel do Miolo ... 33

2.4.1.2 Capa, Papel e Formato ... 33

2.4.2 As Ilustrações ... 34

2.4.2.1 Do Estilo de Desenho ... 34

2.4.2.2 Da Seleção e Uso das Cores ... 38

2.4.2.3 Da Relação Simbólica coma Poesia ... 40

2.4.3 A Tipografia ... 44

2.4.3.1 Para Uso dos Títulos ... 44

2.4.3.2 Para uso de Texto Corrido ... 45

2.4.3.3 O Alinhamento ... 46 2.4.3.4 O Espaçamento de Linhas ... 46 2.4.3.5 O Espaçamento de Letras ... 46 2.4.3.6 A Tipografia da Capa ... 47 2.4.4 A Diagramação ... 49 2.4.4.1 O Grid Utilizado ... 49 2.4.4.2 A Mancha Gráfica ... 50

2.4.4.3 Relação Texto e Imagem ... 51

2.5 PRODUÇÃO DO PROTÓTIPO ... 53 3 CONCEITUAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ... 54 3.1 ORÇAMENTO ... 57 CONCLUSÃO ... 58 REFERÊNCIAS ... 59 GLOSSÁRIO ... 61 ANEXOS ... 62

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1 INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Diplomação baseia-se nos conhecimentos adquiridos ao longo do curso de Design Gráfico para elaboração de um redesign da obra literária de Augusto dos Anjos, “Eu e Outras Poesias”. Este trabalho desenvolveu-se através de pesquisas dentro do meio editorial, literário e de produção gráfica. As etapas do processo estão descritas e catalogadas em ordem de ocorrência. Dispondo assim de constantes referências à estudos realizados por mestres e autores.

Este projeto ocorreu com a participação de designers, leitores, mestres e professores. Incluindo também a participação de artistas ligados com o ramo poético. O livro final conta com 210 ilustrações que foram sequencialmente elaboradas e diagramadas no livro de acordo com cada poesia.

1.1 OBJETIVO

Elaborar redesign da obra literária de Augusto dos Anjos, “Eu e Outras Poesias”.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Pesquisar sobre design editorial

- Pesquisar o quadro histórico e semântico do autor

- Pesquisar publicações poéticas, da época do autor, e contemporâneas - Levantar dados do briefing conforme pesquisa

- Definir segundo o briefing: formatos, ilustrações, tipografia e diagramação do layout final - Dar acompanhamento à produção do protótipo

1.3 JUSTIFICATIVA

A obra literária de Augusto dos Anjos é repleta de significado histórico e humano. Não foi popular em sua época devido sua intensidade. O autor fazia referências a fatos, seres e objetos pouco amados, como: vermes, sangue, morte, putrefação, entre outros (FARACO e

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MOURA, 1992). Porém, ao longo dos anos, o ardor de sua obra literária despertou o interesse de uma sociedade mais esclarecida, mais moderna, e com menos preconceitos ao que não lhes era comum. O que possibilitou revelar a grande valia de sua obra, em relação ao questionamento do momento em que se vive e até onde se esbarra os limites humanos (PROENÇA, 1997).

Por consequência sua obra veio a se tornar muito popular para os amantes de poesia, mesmo que esta inclua uma veia de dor, solidão e morte. Um tema desafiador para desvendar através de um novo projeto gráfico. Tanto assim, que dos livros que constam até o ano de 2014 possuem em sua grande maioria capa ilustrada e poesias contidas folhas a folhas, sem nenhum desenvolvimento mais profundo de layout, diagramação e imagens. Fato que justifica a necessidade de uma busca mais profunda dos pormenores da obra literária em questão, para assim criar um diálogo gráfico do livro, com seu conteúdo de poesias. Inserindo neste mais ilustrações e elementos compositivos. Sendo que Augusto dos Anjos cada vez mais se torna popular, um livro que expresse de forma mais elevada sua qualidade de poeta, terá maior destaque e importância no meio literário e seu mercado. Sendo assim também para sociedade que contribui para formação dos alunos na Universidade Tecnológica, esta que espera um retorno positivo sobre um conteúdo rico e de longos anos de docência.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Da etapa inicial a etapa final, se utilizou a metodologia de design descritas em Ambrose e Harris (2010), que incluem as etapas: definir, pesquisar, idealizar, prototipar, selecionar, implementar e aprender.

Os elementos compositivos do redesign, como: ritmo e equilíbrio, cor, figura / fundo, enquadramento, grid, tempo e movimento, padronagem, camadas, escala e hierarquia, se encontram explicados no livro de Lupton e Phillips (2008). A justificativa do uso do grid baseia-se também em Samara (2007). Bem como, o uso do grid, da mancha gráfica e do formato selecionado tem referências em Fontoura (2007). A história e análise do poeta Augusto dos anjos, bem como seu quadro histórico encontram-se em Proença (1997) e Faraco e Moura (1992).

As alternativas de edição como o kerning, espaçamentos entre letras, palavras e frases, bem como os fundamentos da escolha da tipografia e disposição das ilustrações, serão

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explicados conforme os dados em Samara (2011). A escolha das cores referentes a seus valores semânticos, estão explanados em Guimarães (2001).

O acompanhamento de produção gráfica do protótipo tem fundamentos descritos em Fernandes (2003).

2.1 QUADRO HISTÓRICO E SEMÂNTICO DO AUTOR

Neste capítulo será apresentado quem foi Augusto dos Anjos, o meio literário do autor e as características de sua obra que foram estudadas para dar origem a esta nova forma de publicação de seu trabalho.

2.1.1 O Poeta Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos (1884-1914) foi um poeta brasileiro considerado como um dos mais críticos de sua época. Nasceu no engenho Pau d’Arco, na Paraíba. Engenho que pertenceu a seu pai Alexandre Rodrigues dos Anjos que veio a perder sua fortuna quando Augusto ainda era muito jovem.

Seu primeiro poema está incluso neste projeto e titula-se “Saudade”, composto no ano de 1900. Estudou e formou-se em Direito, na Faculdade de Recife entre 1903 e 1907, quando logo após muda-se para João Pessoa para lecionar Literatura em aulas particulares. Em 1911, após brigar com seu protetor e amigo, o governador da Paraíba, João Lopes Machado, muda-se para Tijuca no Rio de Janeiro e é nomeado professor de geografia no Colégio Pedro II. Sua carreira de professor estende-se até o final de sua vida quando é nomeado diretor no ano de sua morte que ocorreu por congestão pulmonar em 1914 (PROENÇA, 1997).

Em 1912 publica seu livro de poesias “Eu”. Nenhum editor desejou publicar seu livro, então utilizou de uma “vaquinha” com seu irmão Odilon através de contrato firmado em lucros de 50% para ambos (PROENÇA, 1997). Segundo Proença, “a crítica, reflexo do sistema de aparência de um Rio cultural sofisticado, europeizado, literatura de saraus de arte, recebe impiedosamente o Eu de Augusto. Agora situação particular e aspirações intelectuais vão muito mal.” (p. 9, 1997)

(10)

2.1.2 O Meio Literário do Autor

Os estilos literários em voga na época eram o Realismo (com Machado de ASSIS), o Parnasiano (com Olavo BILAC) e o Simbolismo (com Cruz e SOUZA) (FARACO e MOURA, 1992). Tal meio que pertencia a uma classe cultural refinada e crítica (PROENÇA, 1997), o que tornava o meio literário muito restrito e alheio a novas vanguardas.

2.1.3 As Características da Obra do Autor

A poesia racionalista e objetiva dos parnasianos contrapunha-se o misticismo dos simbolistas. Augusto dos Anjos situa-se entre essas duas tendências. Ele recebeu influências de diversas correntes filosóficas e literárias do fim do século. Assim tornou-se difícil classificar a sua obra em uma ou outra tendência. Augusto dos Anjos foi extremamente original, utilizando uma linguagem por vezes chocante, deixando transparecer um pessimismo incomum na literatura brasileira (FARACO e MOURA, 1992).

Sua poesia possui um vocabulário que inclui palavras científicas novas para época. Faz muitas vezes referência à decomposição da matéria, do pessimismo diante da vida e do amor reduzido ao instinto (FARACO e MOURA, 1992)

2.2 PUBLICAÇÕES POÉTICAS, DA ÉPOCA DO AUTOR, E CONTEMPORÂNEAS

Neste capítulo serão apresentadas as pesquisas que foram direcionadas para tomada de

briefing analisando as publicações literárias da época do autor e contemporâneas.

2.2.1 Principais Obras Literárias da Época do Autor

A poesia racionalista e objetiva dos parnasianos contrapunha-se o misticismo dos simbolistas. No final do século XIX e início do século XX, temos autores renomados como Machado de Assim, Olavo Bilac, Cruz e Souza, entre outros. Segundo exemplo, (Figura 01) havia maior simplicidade na produção gráfica devido à ausência dos recursos que temos hoje.

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Figura 01 – Machado de Assis – Braz Cubas 1881

Fonte: Dose Extra (2015)

Como exemplo, esta figura (Figura 01) é uma caricatura da linguagem gráfica na época, onde mesmo um autor reconhecido em seu meio não possuía grande complexidade em sua representação gráfica.

Logo tem-se também um exemplo (Figura 02) de uso de prensa de tipos físicos com uma composição centralizada e bi cromática.

Figura 02 – Olavo Bilac – Poesias 1888 Fonte: Via Libri (2015)

Na época era convencional o uso de tipos, com serifa, para o texto, ficando a critério do artista gráfico o modo como usar as sans-serif para compor os capítulos. O uso de cores

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era bem limitado o que também tornava o processo mais simples e barato para as prensas manuais.

Figura 03 – D. Pedro de Alcantara – Sonetos 1808 Fonte: Antonio Miranda (2015)

Algumas publicações da época também possuíam capitulares e manchas gráficas decoradas (Figura 03). A xilogravura era um meio de ilustrar os livros, como na obra de Machado de Assis (Figura 04), ilustrada por Cândido Portinari (1903-1962)

Figura 04 – Memorias Póstumas de Bras Cubas – Cândido Portinari Fonte: Barauna Atual (2015)

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Estes exemplos demonstram que as capas das publicações eram expressas com alinhamento central e simplicidade. Utilizando de ilustrações a traço por meio da xilogravura.

2.2.2 Diagramação Padrão da Época do Autor

Também por falta de recursos gráficos com produção mais automatizada, sendo que a composição por tipos físicos era organizada manualmente na prensa gráfica, o texto corrido não sofria muitas alterações em sua estrutura, quando geralmente seguia o padrão de alinhamento justificado, salvo citações e poesias (Figura 05).

Figura 5 - Memórias Póstumas - Diagramação Século XIX – XX Fonte: Biblioteca UCS (2015)

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O maior volume de produções gráfica da época eram de produção de jornais (Figura 06).

Figura 6 – Publicação de Jornal no Paraná 1898 Fonte: Biblioteca Pública do Paraná (2015)

Para estes não havia o uso de respiro entre as colunas e seu conteúdo adensava-se em colunas justificadas (figura 07).

Figura 7 - Diario de Notícias 1907 Fonte: Caminhos do Jornalismo (2015)

Neste tópico que acaba de ser descrito foi apresentado uma breve análise diacrônica do quadro gráfico de fins do séc. XIX e início do séc. XX.

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2.2.3 Contexto Sócio Cultural Século XX No Brasil

Nas últimas décadas do século XX, a cultura brasileira vivenciou um período de forte desenvolvimento industrial e tecnológico, transpassado por um período de diversas crises no campo social e político.

Nos anos 60 houve grande euforia política e econômica com o governo de J.K. dando criar uma atmosfera de Bossa Nova, Cinema Novo, teatros de Arena, Vanguardas e a Televisão.

Com a renúncia de Jânio Quadros e com o golpe militar que derrubou João Goulart, se pois fim nessa euforia, imperando um clima de censura e medo no país. Assim uma série de publicações artísticas desapareceram do meio comum, ou utilizou de camuflagens para continuarem circulando.

Na década de 70, caracterizado pelo surgimento de um nacionalismo ufanista capitalizado pelo regime militar, alienando mentes e estabelecendo o slogan “Brasil – Ame-o ou deixe-o”. Quando em 79 o presidente Figueiredo sancionou a lei da anistia, permitindo a volta de exilados. Isto amenizou as consequências negativas da censura militar e estimulou a volta de uma arte literata mais livre. Finalmente, após as “diretas já”, o Brasil obteve o fim da ditadura, onde a liberdade de expressão tomou forma no meio gráfico e cultural. (MUNDO DO VESTIBULAR, 2015).

Por volta de 1985, popularizam-se os primeiros computadores de mesa. A digitalização de textos e softwares como meios de edição de material gráfico e literato possibilitou um grande salto na produção e publicações destes materiais, já que sua confecção se tornou muito mais rápida, anulando grande parte do trabalho artesanal de textos e imagens. Suas impressões agora ocorriam em gráficas mais modernas já conectadas com o sistema de informática (MEGGS, 2009).

Na década de 90, popularizou-se pelo mundo o uso da internet. Isto foi um divisor de águas no que se trata de comunicação em todos as suas direções, criando assim a chamada multicultura, onde há a fusão de ideias singulares compostas em todas as culturas étnicas pelo mundo. A internet, mais do que tudo, acelerou o processo de trocas de informações, deste modo tudo que se cria hoje no meio de comunicação tem como base um público interligado e muito mais amplo. Isso possibilita que o projeto final trabalhe com uma gama maior de possibilidades (MEEGS, 2009).

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2.2.4 Capas de Obras Poéticas Contemporâneas

Neste tópico foi considerado como contemporâneo o intervalo entre o ano de 1985 até o presente momento. Serão analisadas a composição da capa, bem como o uso de tipografia, cores e a relação de conteúdo com as imagens.

Na poesia brasileira contemporânea há duas constantes. Uma reflexão cada vez mais apurada e crítica sobre a realidade, onde a maior busca pelas novas formas de expressão. E uso de técnicas inovadoras como sonoridade das palavras, recursos gráficos, aproveitamento visual da página em branco, recortes, montagens e colagens (MUNDO DO VESTIBULAR, 2015).

Hoje temos uma grande variedade de capas de poesia utilizando de vários estilos compositivos. Nota-se no exemplo da capa da figura 08 uma tendência a simplificação e redução das formas ao simples no leiaute das capas de poesias contemporâneas. Há a utilização somente do preto e do branco, tanto para a composição da tipografia como do desenho, este que se reduz somente à forma dos galhos e pássaros estampados, criando assim um reducionismo simbólico. A tipografia do título contém serifas e está em um grau inferior de hierarquia em relação a imagem. (Figura 08).

Figura 8 - Disse o Corvo, "nunca mais" Fonte: Blog Elerel (2012)

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Tal tendência que se analisa nesta imagem sugere uma atmosfera de questionamento, convidativa a embarcar no universo do livro rompendo com poder verbal da gramática, como ocorre nos poemas visuais de Wlademir Dias Pinto (MARTINS, 2005).

As ilustrações com composições simples, como no caso do livro O Pó e Suas Poesias, de Hélvio Campos, (Figura 09) criam um ambiente acolhedor por meio de uma imagem apenas tri cromática, resumindo os elementos gráficos à apenas uma tipografia manuscrita e de pouco peso e à uma ilustração de traços simples que abarcam somente o suficiente para referenciar o tema do livro, no caso, um senhor limpando o pó com uma vassoura em meio a folhas. Analisamos também que a tipografia apresenta-se apenas na lateral do livro mantendo um diálogo mais voltado para a relação das imagens com o conteúdo do livro. (Figura 10).

Figura 9 - O Pó e Suas Poesias Fonte: Funarte (2015)

Com a redução dos elementos, o diálogo se torna mais simples, exigindo do público apenas um conhecimento básico sobre o tema, levando assim a relação das imagens a um caráter metafórico que relaciona os ícones do contexto a seu conteúdo, no caso, a poesia. Assim a escolha da tipografia não deve romper com este fundamento descrito, interagindo assim dentro do tema subjetivo. No livro publicado das poesias de Paulo Leminski, pela

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editora Companhia das Letras, nota-se que a tipografia foi composta de forma vernacular, bem como o bigode que representa o autor, gerando assim uma referência ao conteúdo do livro expressando seus elementos de forma resumida que denotam a consistência do livro como um todo (Figura 10).

Figura 10 - Toda Poesia - Paulo Leminski Fonte: Submarino (2015)

Entendeu-se a partir disso que a simplificação das formas e uso reduzido das cores, aliadas à uma tipografia pertinente ao tema é um caminho para geração de ideias e prototipagem do projeto. Sendo que não necessariamente a simplificação das formas e redução da escala cromática seja uma constante nas publicações de poesias, porém devido ao tema do autor e os resultados da pesquisa, este itens se tornaram relevantes para produção do protótipo.

2.2.6 Diagramação de Poesias Contemporâneas

As diagramações de poesias contemporâneas costumam produzir soluções visuais originais e interessantes quando não utilizam de um grid convencional e não possuem estrofes

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muito longas (Figura 11). O estilo de poesia acaba influenciando o modo como o texto é diagramado. No caso da figura 11 há um uso bastante contrastante de cor e a tipografia sem serifa de letras grandes dando um grande corpo a mancha gráfica.

Figura 11 - Cansei de Esperar Fonte: Meus Despropósitos (2015)

Haicais e estrofes curta permitem uma desconstrução do modo tradicional de diagramar os elementos tipográficos (Figura 12). No caso da figura 12 as letras se apresentam mais desenhadas dando uma proximidade com a forma de um sketch book.

Figura 12 - Nossas Dúvidas Uma Certeza Fonte: Beletristas (2015)

É característica marcante no estilo de poesia parnasiano, utilizado por Augusto dos Anjos, prezar o alinhamento silábico e a construção das estrofes (FARACO E MOURA, 1992). Para tanto há um rigor no tratamento do texto, não possibilitando a desconstrução da tipografia, aliando a isso um grid geométrico que respeite a obra como um todo.

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No tópico recém descrito foi realizada uma breve analise diacrônica de algumas das diagramações de livros de poesia hoje.

2.2.5 Publicações Dos Poemas de Augusto dos Anjos

Verificou-se que a amostra de publicações utilizada para análise neste item é predominantemente composta por publicações onde somente há ilustrações na capa do livro, vide figuras 13, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 23, 24 e 25.

A hipótese mais provável é a de que, no miolo, a prioridade é o conteúdo do texto. Há que se verificar do porquê, mas não nesta pesquisa. Serão analisados neste tópico os elementos que compões publicações anteriores do autor estudado.

Figura 13 - Eu e Outras Poesias - Alexei Bueno Fonte: Saraiva (2015)

Segundo a figura 13 há um maior destaque no título do livro com tipografia sem serifa e de forte densidade, utilizada em cor branca a contrastar com o fundo preto e roxo. A utilização de ilustrações que representam o tema e o autor é um tema a ser abordado no desenvolver da capa. O uso reduzido das cores e apresentação clara e simples do tema é um fator a ser abordado para composição da capa (figura 13)

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As publicações analisadas nas figuras 14 e 15 possuem uso de fonte com serifa e alinhamento a esquerda, ou centralizado.

Figura 14 - Sonetos - A.A. Fonte: Edições Nephilabata (2015)

Figura 15 - A.A. Texto Centralizado Fonte: Slide Share (2015)

Nota-se nos exemplos anteriores a necessidade de um cuidado mais apurado na composição do grid e da divisão e hierarquia das poesias.

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Há algumas variações na forma de ilustrar as capas publicadas com suas obras como por exemplo na figura 16 onde há um misto de arabescos e tipografia caligráfica.

Figura 16 - Capa A.A. Marin Claret Fonte: Google Images (2015)

O uso de interpretações e ambientação a partir dos poucos registros fotográficos do poeta foi comum em algumas de suas publicações (Figura 17)

Figura 17 - Eu e Otras Poesias - Rosado Fonte: Google Images (2015)

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Sua foto era largamente utilizada para representa-lo nas capas de livros (Figura 18)

Figura 18 - Eu e Outras Poesias - Iba Mendes Fonte: Google Images (2015)

O uso de ilustrações simbolistas também foi utilizada para representar a capa devido ao teor metafórico de suas poesias (Figura 19).

Figura 19 - Eu e Outras Poesias - Serie Fonte: Google Images (2015)

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A utilização de referências a sua terra de nascença, o serrado, foi usada em sua capa, como exemplo na figura 20, nota-se o uso de tipografia com serifa romana e grande miscelânea de cores o que pode gerar ruído e prejudicar a comunicação do tema (Figura 20).

Figura 20 - Eu e Outras Poesias - Matin Claret Fonte: Google Images (2015)

Nesta figura (Figura 21) nota-se uma composição tipográfica com várias assimetrias, características do futurismo e concretismo. Há também um uso reduzido de cores que não apresentam grande contraste. Há também um viés de tipografia com e sem serifa na mesma capa.

Figura 21 - Eu e Outras Poesias - Civilização Brasileira Fonte: Google Images (2015)

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Segundo o exemplo (Figura 22), o uso de tipografia também aliou-se ao estilo minimalista e ao vitoriano utilizando de uma composição mais sóbria e comedida. Ou, como figura 23, o uso de letras sans serif modernistas, quase algo Art Decô concretista. (Figura 23).

Figura 22 - Eu e Outras Poesias - Bertrand Brasil Fonte: Google Images (2015)

Figura 23 - Eu e Outras Poesias - Antiga Fonte: Google Images (2015)

A seguir uma versão de bolso que utiliza uma ilustração simbolista e de traços contrastantes (Figura 24).

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Figura 24 - Eu e Outras Poesias - Pocket Fonte: Google Images (2015)

Neste exemplo (Figura 25), pode-se perceber um tema mais sombrio e quase vampiresco, o que também é uma forma de explorar a representação do poeta, com cores em vermelho e composição de aspecto antigo. Nota-se ao lado da capa de Augusto dos Anjos uma publicação de história de vampiros onde alguns elementos fazem relação com as características descritas.

Figura 25 - A.A. Partes do Eu e Exemplo de Vampiresco Fonte: Google Images (2015)

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No tópico anterior foi feita uma análise sincrônica das capas publicadas do trabalho de Augusto dos Anjos.

Percebe-se que, de modo geral, o design das publicações poéticas de Augusto dos Anjos possuem características bem variadas, pois dependem do contexto histórico, social, cultural e econômico da indústria gráfica e editorial da época, mas alguns elementos podem nos dar subsídios para construir a nova versão da obra, tais como o uso de tipografia para representar o autor bem como o caráter simbólico de representação do conteúdo do livro. O uso de uma gama reduzida de cores parece uma constante a ser explorada no novo modelo ressaltando assim a ideia de simplicidade para um diálogo convidativo.

2.3 CONSTRUÇÃO DE UM BRIEFING

Neste capítulo serão apresentadas a estrutura da pesquisa de campo, os meios pelos quais coletaram-se dados, bem como seu resultado que subsidiou o processo de criação do livro.

2.3.1 Questionário On-Line

O questionário surgiu para coletar dados de um público que conhece ou tem interesse no autor. Possibilitando assim agregar informações mais precisas ao briefing. Assim foram feitas as perguntas que mais poderiam agregar informações para a elaboração do trabalho.

A pesquisa de campo ocorreu e duas frentes obtendo um total de 18 participantes. Para tanto foram feitas as seguintes perguntas e respostas. Utilizou-se do site Qualtrics Online Survey Solution.

A primeira enquete foi mais informal e atingiu um número de 7 participantes. A seguir, primeira enquete realizada:

Pergunta 1 - Você já leu alguma poesia de Augusto dos Anjos? 6 Repostas:

Sim - 83% Não – 17%

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A pergunta 1 definiu se o participante está hábil a dar informações concretas sobre o tema.

Pergunta 2 - O que a poesia de Augusto dos Anjos representa para você? 6 Respostas: Profundidade – 0% Dor – 100% Beleza – 0% Reflexão – 0% Superação – 0% Outro...O que? 0%

A pergunta 02 obteve opinião sobre um significado geral do tema do autor. Pergunta 3 - Quais cores melhor representam sua poesia?

6 Respostas Cinza – 50% Preto – 17% Vermelho – 17% Azul – 0% Amarelo – 0% Marrom – 17% Branco – 0% Outros...Quais? – 0%

A pergunta 03 coletou informações valiosas sobre a utilização de cores que devem ser utilizadas no redesign.

Pergunta 4 - Onde acha que a poesia de Augusto dos Anjos tem maior popularidade? 6 Respostas: Vida noturna – 17% Meio artístico – 67% Meio acadêmico – 17% Ambiente familiar – 0% Outros...Quais? – 0%

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A pergunta 04 deu um parecer sobre qual é a característica mais relevante do público alvo.

Pergunta 5 - Qual desses itens melhor representam a obra literária de Augusto dos Anjos? 6 Respostas Espinhos – 0% Animais noturnos – 0% Pássaros – 0% Árvores ou plantas – 0% Morte – 67% Larvas – 17% Signos místicos – 0% Outros...Quais – 0%

A pergunta 05 obteve dados figurativos relevantes para a escolha das ilustrações bem como a abrangência do tema.

Pergunta 6 - O que você acha de sua poesia? 6 Respostas Pesada – 33% Agressiva – 0% Rebelde – 17% Alegre – 0% Sem sentido – 0% Difícil – 17% Mística – 17% Dilacerante – 17%

Coube a pergunta 06 compreender a percepção dos entrevistados para uma análise dos aspectos adjetivos do conteúdo do livro e ajuda a direcionar sua criação visual para um tema mais agradável e positivo.

A segunda enquete foi mais formal, retirando-se o item que pergunta sobre o meio literário que a obra teria mais sucesso e oferecendo opção para o participante escolher a capa que melhor representa o autor das poesias. A seguir, a segunda frente de pesquisa de campo:

(30)

Pergunta 1 - “Você conhece alguma obra do poeta Augusto dos Anjos?” 11 Respostas

Sim – 73% Não – 27%

Da mesma forma que a primeira enquete a pergunta 1 testou a confiabilidade das informações verificando qual o grau de conhecimento que o entrevistado obtinha da obra do autor.

Pergunta 2 – “Se pudéssemos adjetivar em uma palavra sua obra poética, qual palavra mais se aproximaria em sua opinião?”

17 Respostas Profundiade – 64% Dor – 55% Beleza – 9% Reflexão – 18% Superação – 0% Nulo – 9%

As perguntas 2, 3, 4 e 5 são as mesmas perguntas 2, 3 ,5, e 6 do primeiro questionário respectivamente, porém escritas com maior formalidade.

Pergunta 3 - Se pudéssemos qualificar cromaticamente sua obra poética, qual paleta de cores mais se adequaria? 19 Repostas Cinza – 18% Preto – 64% Vermelho – 27% Azul – 9% Amarelo – 0% Marrom – 18% Branco – 27% Nulo – 9%

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Pergunta 4 - Se pudéssemos representar visualmente sua obra qual imagem seria mais aproximada? 31 Respostas Espinhos – 27% Animais noturnos 45% Pássaros – 18% Árvores ou plantas – 36% Morte – 55% Larvas – 36% Sangue – 27% Signos místicos – 27% Nulo 9%

Pergunta 5 - Se pudéssemos adjetivar de forma global sua obra poética o que mais se aproximaria? 16 Respostas Pesada – 45% Agressiva – 45% Rebelde – 18% Alegre – 0% Sem sentido – 0% Difícil – 18% Profunda – 9% Nulo – 9%

Pergunta 6 – Na sua opinião qual destas capas de livros melhor referenciam a qualidade do Autor?

11 Respostas (Ver anexo para mais detalhes) Capa 1 – 36%

Capa 2 – 36% Capa 3 – 0% Capa 4 – 18% Capa 5 – 9%

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A pergunta 6 do segundo questionário obteve dados para criar uma ordem de relevância das capas já publicadas relativas ao gosto do público questionado.

2.3.2 Público Consultado

A presente pesquisa usou de uma ferramenta de pesquisa On-Line (Qualitrics On-line Survey) utilizada através da internet para levantar dados ao briefing. E-mails para leitores ligados a obra de Augusto dos Anjos. Foram enviadas quando estes foram coletados em comunidades e blogs do autor. Também enviou-se o link da pesquisa para comunidades de poesia. Houve participação de pessoas oriundas de algumas das comunidades de Design no

Facebook. Pessoas que conheciam o autor ou se interessavam pelo assunto foram as que mais

participaram.

Os 18 participantes deram um bom feedback ao conteúdo que se explorava já que as respostas convergiram para conclusões bem específicas, possibilitando assim uma tomada de decisões mais assertiva para a produção do novo livro.

2.4 DEFINIÇÕES: FORMATOS, ILUSTRAÇÕES, TIPOGRAFIA E DIAGRAMAÇÃO DO LAYOUT FINAL

Neste capítulo serão discutidos todos os fundamentos utilizados para composição visual do projeto final.

2.4.1 Definição do Formato

Por se tratar de uma estrutura de texto vertical e retilínea, optou-se por uma altura de 21 cm por uma largura de 13,65 cm. A proporção destas dimensões estão extremamente próximas de uma estrutura áurea (Figura 26). 21 cm foi a altura que se julgou suficiente para abarcar a transição de ilustrações e poesias pelo livro. Tal número dividido por 1,618 fornece um número bastante próximo de 13 cm, ao qual foram acrescidos 0,65 cm devido aos

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processos de colagem e dobra (Figura 27). Este número áureo surgiu através de estudos sobre a harmonia de construções gregas datadas em épocas antes do nascimento de Cristo (ARGAN, 2010).

Figura 26 - Formato áureo Fonte: O Autor (2015)

Figura 27 – Formato Áureo Aplicado Fonte: O Autor (2015)

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2.4.1.1 Papel do Miolo

Nota-se que para um livro de poesia é necessário um contato direto do leitor com o livro, para tanto utilizou-se um papel offset 90 g/m² que por sua porosidade dá uma sensação tátil na troca das páginas, aumentando assim a experiência sensitiva no decorrer da leitura (SAMARA, 2011).

2.4.1.2 Capa, Papel e Formato

Para a capa (Figura 28) definiu-se papel Duo Design 250 g/m², o que torna a capa lisa e flexível, porém não menos resistente, possibilitando assim o uso de orelhas que contém informações sobre Augusto dos Anjos e sua obra.

A proporção total da capa no formato aberto são 39,4 cm por 21 cm. 5 centímetros para as cada orelha, 18 milímetros para a lombada (segundo cálculo da lombada para 323 páginas de papel offset 90 g/m²), e 13,8 cm em frente e no verso do livro para abarcar os 13,65 do miolo. Sobra assim um acréscimo de 3 mm que foram utilizados para as dobras.

Figura 28 - A Nova Capa Fonte: O Autor (2015)

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2.4.2 As Ilustrações

Neste tópico serão apresentados os fundamentos de criação das 210 ilustrações. Discursando sobre o estilo de desenho selecionado, as cores que foram escolhidas para composição das ilustrações e a relação que as ilustrações fazem com a poesia de Augusto dos Anjos.

2.4.2.1 Do Estilo de Desenho

O estilo do desenho toma referências no uso simplificado de ilustrações para poesias apresentados no capítulo 2.2. Os traços contrastantes (Figura 30) e a simplicidade do traço torna o conteúdo de imagem simbólico e sinestésico. Assim as ilustrações também podem apresentar características da xilogravura, uma técnica muito utilizada na região e época do autor, especialmente na literatura de cordel. A maioria das ilustrações ocorreram com estudos em série como nas figuras 29, 31, 32 e 34. A ideia era de atenuar elementos negativos do conteúdo, como tema pesado e agressivo, e transformá-lo em algo interessante e exploratório. Já que cada ilustração remete as poesias do livro uma a uma.

Figura 29 - Estudo para Versos de Amos Fonte: O Autor (2015)

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Figura 30 - Versos de Amor Fonte: O Autor (2015)

Para sua elaboração usou-se somente grafite e lápis aquarelado vermelho, por se tratar de um material antigo e já presente no meio artístico da época do autor. Este material também permite um grande controle de intensidade do traço, agilidade e controle sobre os resultados. (Figur33).

Figura 31 - Estudo 1 para Sipango Fonte: O Autor (2015)

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Figura 32 - Esduto 2 para Sipango Fonte: O Autor (2015)

Figura 33 - Ilha de Sipango Fonte: O Autor (2015)

As imagens foram digitalizadas em um scanner de alta resolução óptica e tratadas no Photoshop, sofrendo algumas correções de imperfeição ou ruído (Figura 35) e ajustadas nos níveis de saturação para dar um padrão uniforme de contraste e cor em todos os exemplares.

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Figura 34 - Estudo para a Sofredora Fonte: O Autor (2015)

Figura 35 - A Sofredora Fonte: O Autor (2015)

Pelo grande número de ilustrações não havia a possibilidade de cometer erros. Todas as ilustrações elaboradas em série exigiram de toda técnica adquirida ao longo dos estudos em artes visuais. Houve referências em estudo de anatomia e natureza morta o que foi crucial para tornar a simplificação das formas factíveis e aceitáveis. Para simplificar algo é necessário partir de algo complexo, captando assim os elementos principais deste complexo e resumi-los em poucas formas que exprimam o seu significado (ARNHEIN, 1995) (Figura 36). Não

(39)

houve mudança no estilo nem no uso das cores ao longo das composições, afim de dar ao projeto final uma unidade gráfica como um todo.

Figura 36 - Passeata Fúnebre Fonte: O Autor (2015)

2.4.2.2 Da Seleção e Uso das Cores

Para a elaboração de todo o livro utilizou-se 4 cores fundamentais em todo trabalho, assim foi possível gerar uma unidade em todo o projeto sem criar elementos destoantes do tema.

As cores escolhidas basearam-se nos resultados dos questionários on-line e no repertório criado sobre a pesquisa antológica do autor sendo assim decidiu-se por selecionar o vermelho, o cinza, o preto e o branco compostos da paleta de cores CMYK, podendo haver uma adaptação à paleta Pantone. Estas foram as cores mais votadas segundo a pesquisa de campo. Segundo a pesquisa teórica, são as que tem maior relação com os adjetivos do autor.

No ocidente, o vermelho é a cor do sangue, do amor, do extinto e da paixão (GUIMARÃES, 2001). Segundo a antologia poética usada de referência sobre a obra de Augusto dos Anjos, o vermelho expressa a vida e a morte, o sangue, que na sua fluidez da fim a vida. (PROENÇA, 1997).

Augusto dos Anjos também foi conhecido como o “poeta da morte” e para morte utiliza-se o preto, a cor do luto e da escuridão (GUIMARÃES, 2001). Também foi uma das

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cores mais selecionadas pela enquete. Esta cor possibilitou gerar contraste com o vermelho criando assim imagens impactantes (Figura 37).

Figura 37 – Ceticismo Fonte: O Autor (2015)

A cor cinza também selecionada no estudo, remete a névoa, neutralidade e mistério (GUIMARÃES, 2001). Esta possibilitou a alternativa de transitar entre o preto e o branco (Figura 38), assim o branco também veio a ser selecionado pela pesquisa, este que serviu de suporte para toda a obra, criando assim um invólucro para as três primeiras cores descritas.

Figura 38 - Súplica num Túmulo Fonte: O Autor (2015)

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2.4.2.3 Da Relação Simbólica coma Poesia

Cada poesia foi lida e analisada em particular. Cada ilustração fez referência a elementos adjetivos e substantivos contidos em cada poesia entrando em um processo de

brainstorm, descrito por Ambrose (2010). Como exemplo, serão descritas duas poesias e seu

processo de ilustração:

SONETOS I (Augusto dos Anjos)

A meu pai doente

Para onde fores, Pai, para onde fores, Irei também, trilhando as mesmas ruas...

Tu, para amenizar as dores tuas, Eu, para amenizar as minhas dores! Que coisa triste! O campo tão sem flores, E eu tão sem crença e as árvores tão nuas E tu, gemendo, e o horror de nossas duas Mágoas crescendo e se fazendo horrores! Magoaram-te, meu Pai?! Que mão sombria,

Indiferente aos mil tormentos teus De assim magoar-te sem pesar havia?! -- Seria a mão de Deus?! Mas Deus enfim

É bom, é justo, e sendo justo, Deus, Deus não havia de magoar-te assim!

II

A meu pai morto Madrugada de Treze de Janeiro, Rezo, sonhando, o ofício da agonia. Meu Pai nessa hora junto a mim morria Sem um gemido, assim como um cordeiro!

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Quando acordei, cuidei que ele dormia, E disse à minha Mãe que me dizia: “Acorda-o”! deixa-o, Mãe, dormir primeiro!

E saí para ver a Natureza! Em tudo o mesmo abismo de beleza,

Nem uma névoa no estrelado véu... Mas pareceu-me, entre as estrelas flóreas,

Como Elias, num carro azul de glórias, Ver a alma de meu Pai subindo ao Céu!

III

Podre meu Pai! A morte o olhar lhe vidra. Em seus lábios que os meus lábios osculam

Microrganismos fúnebres pululam Numa fermentação gorda de cidra. Duras leis as que os homens e a hórrida hidra

A uma só lei biológica vinculam, E a marcha das moléculas regulam, Com a invariabilidade da clepsidra!

Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos Roída toda de bichos, como os queijos

Sobre a mesa de orgíacos festins!... Amo meu Pai na atômica desordem Entre as bocas necrófagas que o mordem

E a terra infecta que lhe cobre os rins!

Para tal poesia houve a compreensão do tema de morte e vida, de laços familiares que encontram a encruzilhada da morte. “Meu pai subindo ao Céus” ou “Estrelas Flóreas” demonstra que Augusto vê a morte como libertação e “E a terra infecta que lhe cobre os rins” demonstra seus olhares caóticos à terra em que o autor vivia. Augusto dos Anjos sugere nesta poesia que quem morre está salvo, e quem vive está fadado a viver com as chagas da terra.

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Assim surgiu esta ilustração metafórica (Figura 39). Mãos que unem a família e se despedem na hora da morte. A vida que sangra e é devorada por vermes, dá adeus a alma que se liberta.

Figura 39 - A Meu Pai Doente Fonte: O Autor (2015)

Outra analise:

A UM EPILÉTICO

Perguntarás quem sou?! -- ao suor que te unta, À dor que os queixos te arrebenta, aos trismos

Da epilepsia horrenda, e nos abismos Ninguém responderá tua pergunta! Reclamada por negros magnetismos

Tua cabeça há de cair, defunta Na aterradora operação conjunta Da tarefa animal dos organismos! Mas após o antropófago alambique Em que é mister todo o teu corpo fique

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Reduzido a excreções de sânie e lodo, Como a luz que arde, virgem, num monturo,

Tu hás de entrar completamente puro Para a circulação do Grande Todo!

Nesta poesia o poeta retrata o sofrimento de convulsão de um epilético. Na ilustração registrou-se a agonia descrita no poema com um item científico. Há um mito sobre a língua na epilepsia. Segundo o mito, as convulsões geradas pelo corpo faz com que o epilético se afogue com a própria língua (LEANDRO TELES, 2015). Portando a ênfase da “língua” na ilustração (Figura 40). O que gera maior dramaticidade na descrição imagética da poesia.

Figura 40 - A Um Epilético Fonte: O Autor (2015)

Nota-se uma sensação de poeira por volta das ilustrações. Isto foi proposital para criar um paralelo com contaminação. Apesar de impactantes, as ilustrações tem como objetivo estimular o prazer de ler suas poesias pelo livro, portanto a uma busca no processo de criação de tornar o teor pessimista do livro à um ar de ciência lúdica.

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2.4.3 A Tipografia

Neste tópico serão apresentados os itens que direcionaram a escolha dos tipos e suas configurações no projeto.

2.4.3.1 Para Uso dos Títulos

Segundo o artista gráfico Josef Müller-Brockmann, citado em Fontoura (2007) para livros recomenda-se os tipos Bodoni, Garamond, Caslon, Barskeville, Clarendon, Berthhold, Times, Helvética e Univers. (Fontoura, 2007). Para o uso de títulos utilizou-se o tipo Garamond, por suas curvaturas mais suaves e harmoniosas. Fez-se um teste com títulos em Bodoni (Figura 41), mas conclui-se que sua forma mais robusta e geométrica ressaltaria pontos negativos do conteúdo da obra, rebeldia e agressividade, conforme a pesquisa. Optou-se por um tipo com Optou-serifa há fazer uma referência a forma clássica de literatura.

Figura 41 - Título em Bodoni Fonte: O Autor (2015)

Portanto atribui-se aos títulos o tipo Garamond que torna o título mais curvilíneo e harmonioso e que para seu maior destaque foi utilizado o estilo Bold (Figura 42).

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Figura 42 - Título em Garamond Fonte: O Autor (2015)

2.4.3.2 Para uso de Texto Corrido

Para uso do texto corrido utilizou-se o tipo Garamond, que é melhor utilizado em corpo 12 (SAMARA, 2011). É um dos tipos recomentado por Müller-Brockmann e tornou o texto suave e perfeitamente legível (Figura 43).

Figura 43 - Texto em Garamond Fonte: O Auto (2015)

Por todo o redesign, utilizaram-se diferenças muito suaves de tipografia, onde um tipo não contrastasse muito com outro. O contraste tipográfico não foi uma opção desejada para o

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conteúdo do miolo, pois o diálogo formado por composição contrastante ou de modificação contínua de tipografia remete a um estilo mais moderno como o Dadaísmo (MEGGS, 2009), gerando assim um tema destoante das características literárias elementares do tema de Augusto dos Anjos previamente estudadas.

2.4.3.3 O Alinhamento

Para um livro de poesia, registrou-se através de pesquisa que as estrofes dialogam e ficam melhor orientadas com alinhamento central. Este padrão de alinhamento se estendeu por todas as poesias do livro com intensão de gerar uma unidade.

2.4.3.4 O Espaçamento de Linhas

Para melhor posicionamento da mancha gráfica e unidade do texto poético definiu-se um espaçamento entre linhas de 13 pt (Figura 43). O suficiente para que o texto ficasse legível sem haver sobreposição de caracteres de haste longa (SAMARA, 2011), exemplificado na figura anterior.

2.4.3.5 O Espaçamento de Letras

Fez-se um teste para uso de espaçamento entre as letras (Figura 45) e notou-se que geraria quebra na unidade do texto, firmando-se assim nenhum espaçamento. Desta forma também foi descartada o uso de Kerning tanto nos títulos como no texto, já que o uso aproximado de Kerning (Figura 44) comprometeria a legibilidade do tipo Garamond em corpo 12 (SAMARA, 2011).

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Figura 44 – Aplicação Kerning Fonte: O Autor (2015)

Figura 45 - Título com Espaçamento Entre Letras Fonte: O Autor (2015)

2.4.3.6 A Tipografia da Capa

Para o título do livro também utilizou-se a fonte Garamond, alocando “Augusto dos Anjos” de forma que as palavras se harmonizassem com as letra e realçassem os As. O “A” de Anjos faz um jogo com o “g” de Augusto para sugerir uma auréola de santo (Figura 46).

Figura 46 - Título Augusto dos Anjos Fonte: O Autor (2015)

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Para “Eu e Outras Poesias” utilizou-se o tipo Centaur que possuem serifas pontiagudas e não destoa muito do tipo Garamond, sendo inserido na capa de modo que gerasse o mínimo de ruído e se harmonizasse com a ilustração da capa e os outros elementos (Figura 47). Na lombada foi utilizado a mesma tipografia do título frontal.

Figura 47 - Eu e Outras Poesias – Capa Fonte: O Autor (2015)

Para as informações das orelhas também utilizou-se o corpo em Garamond tamanho 12 pts. com alinhamento central (Figura 48).

Figura 48 – Orelha Lateral Fonte: O Autor (2015)

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2.4.4 A Diagramação

Neste tópico será descrito como foram selecionados os elementos do grid, da mancha gráfica e da inserção das ilustrações no livro.

2.4.4.1 O Grid Utilizado

O grid foi composto baseado na orientação clássica apresentada por Honnecourt (Figura 49) onde baseia-se pelas diagonais, que tem a representação de seu conteúdo Fontoura (2007). O exemplo da aplicação está na figura 50 a seguir.

Figura 49 - Diagramação Clássica de Honnecourt Fonte: Fontoura (2007)

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Houve uma adaptação deslocando o grid para margem, mantendo a mesma proporção (Figura 50), mas dando maior aplicabilidade a mancha gráfica do texto que teve alinhamento central.

Figura 50 - Estrutura do Grid Augusto dos Anjos Fonte: O Autor (2015)

2.4.4.2 A Mancha Gráfica

Segundo a figura 50 visualizada anteriormente, a mancha gráfica assumiu uma proporção harmoniosa. O uso destes diagonais foram a base de sustentação da estrutura do livro todo, inclusive à alocação das ilustrações. Isto se tornou possível devido a escolha do formato que segue o princípio áureo de Fibonacci (21/13=1,68) que gerou uma proporção áurea através das diagonais nas dimensões perimétricas do livro (FONTOURA, 2007).

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2.4.4.3 Relação Texto e Imagem

A alocação das ilustrações utilizou das diagonais do triangulo isósceles inferior (Figura 51). Onde foi trabalhado as questões de hierarquia e movimento. Para assim criar um diálogo mais completo na relação texto-imagem (LUPTON, 2008).

Figura 51 - Relação Texto-Imagem 1 Fonte: O Autor (2015)

Este padrão foi utilizado em todos os momentos de ilustração pelo conteúdo do livro (Figura 52). Nota-se que as ilustrações não estão alinhadas com o texto, portanto não fecham uma forma, e isso gera uma leve tensão (ARNHEIM, 1995).

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Figura 52 - Relação Texto-Imagem 2 Fonte: O Autor (2015)

Tal tensão é liberada nas duas últimas páginas do livro onde a ilustração de página dupla se dispões simétricamente com o texto (Figura 53).

Figura 53 - Páginas finais – Simetria Fonte: O Autor (2015)

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No decorrer deste capítulo foram apresentados todos os fundamentos que justificam os processos de diagramação e layout final do livro.

2.5 PRODUÇÃO DO PROTÓTIPO

Neste capítulo serão apresentados os meios técnicos para impressão do livro. Para manipulação das ilustrações utilizou-se luz branca em torno de 5000K sobre os desenhos, isto permitiu melhor visualização das cores a serem trabalhadas sem o original sofrer a subtração de outras cores compostas na fonte de iluminação que não fossem mais próximas do branco (COPETTI, 2001).

Para manipulação das imagens digitalizadas foi necessário a calibragem do monitor com o programa Calibrize, deste modo o monitor utilizado exibiu cores mais fidedignas ao layout final impresso (COPETTI, 2011).

Todo o material que foi digitalizado utilizou um definição de 600 dpi com o perfil de cor Adobe RGB 1998. Selecionou-se essa resolução para imprimir em alta resolução de 300 lpi. Segundo Copetti (2001), a definição de Dots Per Inch ( Pontos por Polegada) dos digitais deve ser o dobro das Line Per Inch (Linhas por Polegada), para assim usar todo o potencial de uma impressão em 300 lpi (BAER, 1999).

Para o fechamento do arquivo utilizou-se o perfil de cor Fogra39 que é um perfil de gerenciamento de cor com afinidade à maioria das impressoras operantes no mercado hoje. Neste caso o Fogra39 uncoated já que a impressão se realizou em um papel sem revestimento (uncoated), o papel Offset 90g/m². Também foram especificados uma sangra de 3 mm para o conteúdo do livro bem como as marcas de corte. As marcas de registro e níveis de cor não foram solicitadas pela gráfica escolhida.

Foram enviados e-mails para oito gráficas do Paraná solicitando impressão e montagem do livro com lombada quadrada, o processo de refile, dobra, colagem, e impressão das páginas em PB e coloridas em formato fechado de 21cm por 13,65cm bem como o formato aberto da capa de 21cm por 39,4cm, a ser impresso em papel Duo Design. Foi orçado o aplique de verniz localizado, porém tornou-se inviável devido ao custo elevado. Para isto optou-se por uma laminação fosca. Por se tratar de uma tiragem reduzida, obrigatoriamente a

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arte final foi impressa em impressão digital já que a impressão Offset exige uma tiragem bem maior devido ao custeio das gravações das chapas de cor e galões de tinta, embora este processo torne o custo por unidade bem menor. Quanto a isso, a impressão offset será uma boa opção para a produção comercial do novo projeto desenvolvido.

3 CONCEITUAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Iniciou-se o trabalho definindo o problema: criar o redesign do livro “Eu e Outras Poesias” de Augusto dos Anjos. Para tanto foi reconhecido a importância deste trabalho através de pesquisas e sugestões acadêmicas. Assim foi dado o primeiro passo para a pesquisa de sua obra poética captando o que esta representava para o seu tempo e o que representa para o tempo de agora, especificamente para o público alvo ao qual esta obra literária mantém ou deve manter vínculo. Foi feito uma análise sobre as características da obra do autor bem como um levantamento de dados de publicações da época (década de 1910) e contemporâneas. Isto também deu início a uma pesquisa de campo que foi realizada através de questionários pela

internet. Deste modo foi possível levantar dados para o brief.

Tal pesquisa aliada aos dados e significados semânticos da obra literária em questão possibilitaram a geração de ideias das ilustrações que foram executadas e passaram por um processo de seleção. Assim o protótipo mais fidedigno aos objetivos do Trabalho de Diplomação foi selecionado e diagramado com as ilustrações que fazem referência a cada poesia, cujo material semântico foi estudado e testado singularmente uma a uma.

Tomou-se como referência um conteúdo de editoração já conceituado, o que deu origem à escolha dos formatos, grid, tipografia e composição para as ilustrações, levando assim o trabalho a um referencial assertivo no meio editorial.

As ilustrações realizadas utilizaram da capacidade técnica do designer para gerar um grande número de originais que foram manualmente elaborados, digitalizados, tratados e diagramados no conteúdo do livro. As técnicas de tratamento de imagem e ilustração originaram-se dentro do cronograma do curso, bem como a metodologia aplicada.

Foi necessário o controle das formas de entrada e saída de impressão, a calibragem dos monitores bem com o fechamento dos arquivos na forma devida, para que o processo final de impressão não apresentasse surpresas desagradáveis gerando um maior custo com correções.

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A seguir fotos do protótipo impresso (Figuras 54, 55, 56 e 57).

Figura 54 – Protótipo Deitado com Fundo Branco Fonte: Fotógrafo Orlando Azevedo (2015)

Figura 55 – Protótipo de Pé com Fundo Branco Fonte: Fotógrafo Orlando Azevedo (2015)

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Figura 56 – Protótipo de Pé com Fundo Preto Fonte: Fotógrafo Orlando Azevedo (2015)

Figura 57 – Protótipo Aberto

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3.1 ORÇAMENTO

A tabela a seguir demonstra os gastos relativos a todo o processo do trabalho de diplomação em 12 meses.

Tabela 1 - Tabela de Orçamento Fonte: O Autor (2015)

A conclusão do trabalho de diplomação gerou custo próximo do total geral dentro da tabela. Todos os elementos contidos na descrição de gastos acima foram cruciais para manipulação e desenvolvimento do projeto como um todo.

Tabela 1 – Exemplo de Tabela de Orçamento

ETAPA MÊS 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 Luz R$ 15 R$ 20 R$ 10 R$ 10 R$ 10 R$ 10 R$ 30 R$ 30 R$ 10 R$ 10 R$ 15 Material Didático 0 R$ 200 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Papel R$ 5 R$ 5 R$ 5 0 R$ 10 0 0 0 0 0 0 Tinta Impressora R$ 70 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Material de Desenho 0 0 0 0 R$ 50 0 0 0 0 0 0 Modelo 0 0 0 0 0 0 R$ 300 0 0 0 0 Impressão Digital 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R$ 50 R$ 220 TOTAL R$ 90 R$ 225 R$ 15 R$ 10 R$ 70 R$ 10 R$ 330 R$ 30 R$ 10 R$ 60 R$ 235 TOTAL GERAL: R$ 1227

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CONCLUSÃO

O novo projeto gráfico do livro de Augusto dos Anjos utilizou de todo conhecimento adquirido no curso de Design Gráfico. Todos os detalhes dos procedimentos exigiram atenção as aulas dentro do cronograma do curso.

Devido ao tempo reduzido por se tratar de um caso especial de prazo, a metodologia e o uso proveitoso do tempo foram decisivos para concluir o projeto final. Ao total foram 210 ilustrações que sem a devida técnica de desenho e sem o respeito ao tempo estabelecido à produção diária de 7 ilustrações aplicadas ao livro por dia, em um mês, o prazo teria estourado e se complicado com a coleta de pesquisa e elaboração da parte teórica.

Portanto para um trabalho deste porte, com tempo reduzido, foi crucial a dedicação em tempo integral de forma programada, que coube cada vez mais cuidar dos detalhes. Assim é necessário sempre deixar um tempo extra na programação para surgimento de eventualidades. Estas que provavelmente vão surgir fora do esperado.

O processo de pesquisa de campo é pode gerar menos resultado do que o esperado. Para tanto, é necessário que a pesquisa atinja o maior número de pessoas possível, pois as chances de que haja uma porcentagem reduzida de retornos reais são muito altas.

Para ilustrar suas ideias não podem ser somente pessoais. É necessário estudar pacientemente aquilo que se está ilustrando. Achar dentro do tema o que se pretende ilustrar. Para tanto, cada poesia foi lida e relida, estudando-se o que se revela nos sentidos humanos. Somente o público dirá se tal pesquisa foi bem sucedida ou não, embora sempre possa haver conclusões destoantes que levem a um novo processo de briefing e pesquisa.

O grande trabalho e esforço exigido, possibilitou o conhecer mais apurado sobre o meio poético e literário para representá-lo em trabalho próprio. Melhorou a compreensão sobre o público poético e sobre a história da literatura em geral. Aliado a isto, adquiriu-se experiência na área editorial. Esta que cada vez ganha mais volume no mercado interagindo com os processos históricos e digitais. A diversidade de temas oferece uma grande possibilidade de alternativas a compor um projeto. Notou-se necessário estabelecer referências de publicações anteriores que mantinham relação com o tema. Sendo assim possível estabelecer parâmetros diretos para construção do projeto.

O meio editorial exige conhecimento sobre o tema que se aborda graficamente para fornecer o uso proveitoso do projeto à sociedade a qual se direciona.

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REFERÊNCIAS

AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design Thinking. 1º ed. São Paulo: Bookman. 2010

ANTONIO MIRANDA. Disponível em:<http://www.antoniomiranda.com.br/>. (Acesso 04/2015)

ARGAN, Giulio Carlo. A História da Arte Italiana Vl:1;2;3. São Paulo: Cosac Naify, 2010

ARNHEIM, Rudolf. Arte e Percepção Visual. 13º ed. São Paulo: Pioneira, 1995 BAER, Lorenzo. Produção Gráfica. São Paulo: SENAI, 1999

BARAUNA ATUAL. Disponível em:<http://baraunaatual.blogspot.com.br/>. (Acesso 04/2015)

BELETRISTAS. Disponível em:<http://beletristas.com/>. (Acesso 04/2015) BIBLIOTECA PÚBLICA DO PARANÁ. Disponível em:<http://.bpp.pr.gov.br/>.. (Acesso 04/2015)

BIBLIOTECA UCS. Disponível em:<http://bibliotecaucs.wordpress.com/>. (Acesso 04/2015)

BLOG ELEREL 2012. Disponível em:<http://emelerel2012.blogspot.com.br/>. (Acesso 04/2015)

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COPETTI, Marcelo. Gerenciamento de cores, conceitos e prática. Curitiba: Ed. Desktop. 2001

CORTEZ, Jaime. A Técnica do Desenho. 1º ed. São Paulo: Divulgação Artística, 1965

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<http://edicoesnephelibata.blogspot.com.br/>. (Acesso 04/2015)

EDWARDS, Betty. Desenhando com o Lado Direito do Cérebro. 1º ed. São Paulo: Ediouro, 2012

FERNADES, Amaury. Fundamentos de Produção Gráfica. 1º ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2003

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FONTOURA, Antônio Martiniano. O Livro do Livro. Curitiba: Editora Gramofone, 2007

FUNARTE. Disponível em:<http://www.funarte.gov.br/>. (Acesso 04/2015)

GUIMARÃES, Luciano. A Cor Como Informação. 1º ed. São Paulo: Annablume, 2001

GOOGLE IMAGES. Disponível em:<https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR&gws_rd=ssl>. (Acesso 04/2015)

JOLY, Martine. Introdução à Análise da Imagem. 7º ed. Lisboa: Digitalização por Souza, R. 2007

LUPTON, Ellen. Novos Fundamentos do Design. 1º ed. São Paulo: Cosac Naify, 2008

MARTINS, Priscila. Um Livro Sobre a Poesia Visual de Wlademir Dias-Pinto. Vitória/ES: UFES, 2011

MEGGS, Philip B. História do Design Gráfico. Tradução: Cid Knipel. São Paulo: Cosac Naify, 2009

MEUS DESPROPÓSITOS. Disponível em:

<http://www.meusdespropositos.blogspot.com.br/>. (Acesso 04/2015) MOURA, Faraco e. Literatura Brasileira. São Paulo: Editora Ática, 1992 MUNDO VESTIBULAR. Disponível em:<http://www.mundovestibular.com.br/>. (Acesso 04/2015)

PROENÇA, Ivan Cavalcanti. Augusto dos Anjos – Antologia Poética. São Paulo: Biblioteca Folha, 1997

SAMARA, T. Guia de Design Editorial. Porto Alegre: Bookmann, 2011 SARAIVA. Disponível em:<http://www.saraiva.com>. (Acesso 04/2015) SLIDE SHARE. Disponível em:<http://pt.slideshare.net/>. (Acesso 04/2015) SUBMARINO. Disponível em:<http://www.submarino.com.br/>. (Acesso 04/2015) TELES, Leandro. Disponível em: <

http://www.leandroteles.com.br/blog/2012/11/16/mitos-e-verdades-sobre-epilepsia/> (Acesso 05/2015)

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GLOSSÁRIO

HAICAIS: Estilo de poesia composto de apenas uma estrofe e frases curtas.

XILOGRAVURA: Forma de impressão artesanal onde se talha uma madeira plana transmitindo para o papel a tinta que fica na superfície do plano.

LITERATURA DE CORDEL: Produção de livros artesanais de literatura ilustrados com xilogravura, comuns no nordeste do Brasil.

CMYK: CMYK é um sistema de cores cuja sigla é formada pelas

cores Cyan (Ciano), Magenta(Magenta), Yellow (Amarelo) e blacK (Preto). O CMYK (também chamado de cor-pigmento) é um sistema muito utilizado na indústria gráfica.

PANTONE: Empresa responsável pelo sistema de escala de cores catalogados sobre a mistura das cores pigmento CMYK.

DADAISMO: Movimento artístico que compõem elementos sem propósito e sem sentido, utilizado nas artes gráficas utilizando vários estilos tipográficos para desconstruí-los e recompô-los em desordem.

SANGRA: Técnica de fechamento de arquivo onde se estende para fora da área de corte do papel os limites das imagens que se encontram encostando nas margens do formato desejado

FROGRA 39: Perfil de cor que orienta o funcionamento de impressão das impressoras

ADOBE RGB: Perfil de cor que orienta como o monitor deve responder as cores do arquivo manipulado

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ANEXOS

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Tabelas do Questionário Online

Pergunta 1 - Você já leu alguma poesia de Augusto dos Anjos?

# Answer Response %

1 Sim 5 83%

2 Não 1 17%

Total 6 100%

Pergunta 2 - O que a poesia de Augusto dos Anjos representa para você?

# Answer Response % 1 Profundidade 0 0% 2 Dor 6 100% 3 Beleza 0 0% 4 Reflexão 0 0% 5 Superação 0 0% 6 Outro...O que? 0 0% Total 6 100%

Pergunta 3 - Quais cores melhor representam sua poesia?

# Answer Response % 1 Cinza 3 50% 2 Preto 1 17% 3 Vermelho 1 17% 4 Azul 0 0% 5 Amarelo 0 0% 6 Marrom 1 17% 7 Branco 0 0% 8 Outro...Quais? 0 0% Total 6 100%

Pergunta 4 - Onde acha que a poesia de Augusto dos Anjos tem maior popularidade?

# Answer Response % 1 Vida noturna 1 17% 2 Meio artístico em geral 4 67% 3 Meio acadêmico 1 17% 4 Ambiente familiar 0 0% 5 Outro...Quais? 0 0% Total 6 100%

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Pergunta 5 - Qual desses itens melhor representam a obra literária de Augusto dos Anjos? # Answer Response % 1 Espinhos 0 0% 2 Animais noturnos 0 0% 3 Pássaros 0 0% 4 Árvores ou plantas 0 0% 5 Morte 4 67% 6 Larvas 1 17% 7 Sangue 1 17% 8 Signos místicos 0 0% 9 outro...Quais? 0 0% Total 6 100%

Pergunta 6 - O que você acha de sua poesia?

# Answer Response % 1 Pesada 2 33% 2 Agressiva 0 0% 3 Rebelde 1 17% 4 Alegre 0 0% 5 Sem sentido 0 0% 6 Difícil 1 17% 7 Outro...O que? 2 33% Total 6 100% Outro...O que? Mística. Dilacerante.

Pergunta 1 - “Você conhece alguma obra do poeta Augusto dos Anjos?”

# Answer Response %

1 Sim 8 73%

2 Não. Por

quê? 3 27%

Total 11 100%

Não. Por quê?

Por que eu não leio poemas. Não sei, não conheço.

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Pergunta 2 – “Se pudéssemos adjetivar em uma palavra sua obra poética, qual palavra mais se aproximaria em sua opinião?”

# Answer Response % 1 Profundidade 7 64% 2 Dor 6 55% 3 Beleza 1 9% 4 Reflexão 2 18% 5 Superação 0 0% 6 Outros (Quais?) 1 9% Outros (Quais?) Não sei, não conheço.

Pergunta 3 - Se pudéssemos qualificar cromaticamente sua obra poética, qual paleta de cores mais se adequaria? # Answer Response % 1 Cinza 2 18% 2 Preto 7 64% 3 Vermelho 3 27% 4 Azul 1 9% 5 Amarelo 0 0% 6 Marrom 2 18% 7 Branco 3 27% 8 Outras (Quais?) 1 9% Outras (Quais?) Não sei, não conheço.

Pergunta 4 - Se pudéssemos representar visualmente sua obra qual imagem seria mais aproximada? # Answer Response % 1 Espinhos 3 27% 2 Animais noturnos 5 45% 3 Pássaros 2 18% 4 Árvores ou plantas 4 36% 5 Morte 6 55% 6 Larvas 4 36% 7 Sangue 3 27% 8 Signos místicos 3 27% 9 Outros (Quais?) 1 9% Outros (Quais?) Não sei, não conheço.

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Pergunta 5 - Se pudéssemos adjetivar de forma global sua obra poética o que mais se aproximaria? # Answer Response % 1 Pesada 5 45% 2 Agressiva 5 45% 3 Rebelde 2 18% 4 Alegre 0 0% 5 Sem sentido 0 0% 6 Difícil 2 18% 7 Outros (Quais?) 2 18% Outros (Quais?) Profunda.

Não sei, não conheço.

Pergunta 6 – Na sua opinião qual destas capas de livros melhor referenciam a qualidade do Autor? # Answer Response % 1 4 36% 2 4 36% 3 0 0% 4 2 18% 5 1 9% Total 11 100%

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Referências

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