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ATLETISMO

Nelson Barros A história do atletismo cònfunde-se com a própria história dos despor-tos. Para irmos além, diríamos até que se confunde com a história de alguns povos da antigüidade, como os antigos gregos, em cuja formação as ativi-dades atléticas tinham cunho educativo, de preparação para as guerras, que tem sido, apesar de um mal, a tônica de tôdas as eras. Se assim o foi, mais o será na sua comparação com os Jogos Olímpicos. Com o atletismo nasceram os Jogos Antigos, mais precisamente com a corrida do Estádio, isto é, o trecho em linha reta existente nele e que era de 192,27 m.

Daí para cá, a evolução havida foi sempre paralela entre ambos. O atle-tismo servindo-se das Olimpíadas para sua codificação e èstas tendo-o como sua "principal atividade, a expressão máxima do movimento olímpico, mesmo agora, quando tantas outras atividades fazem parte da Grande Festa.

Desde 1963, quando foi eleita a cidade do México como séde dos Jogos de 68, imperava no mundo uma. curiosidade inusitada. Seria sem dúvida uma disputa especial. A grande interrogação apontava para a altitude. Para alguns, seria temerária a realização de competição desta envergadura nos 2.240 metros acima do nível do mar. Outra dúvida era a capacidade de organização do país asteca. A primeira Festa Olímpica da América L a -tina causava certas apreensões.

Para o estudo do primeiro problema, reuniram-se os cientistas ligados ao desporto de todo o mundo. A fisiologia esportiva foi tôda revista e, desta feita, à base de teorias, comprovações e experimentações relacionadas ao esforço físico em níveis elevados. A par de muitas confirmações, novos conhecimentos trouxeram novas teorias, ditando normas para formas espe-ciais de treinamento. Já se via claramente nôvo avanço nos conhecimentos da fisiologia humana. As previsões aos poucos passaram a ser uniformes. Esperavam-se resultados muito bons nas provas de curta duração e maior sofrimento nas provas mais longas. E m função disso, ditou-se normas pa-drões para a aclimatação e a Vila Olímpica foi aberta três semanas antes da inauguração dos jogos.

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Porém, em tudo se imiscuía a outra questão. Estaria o México em con-dições de receber o mundo, preparando-lhe a Olimpíada após Roma e Tóquio?

Governo e povo deram-se as mão?, enfrentando o problema. E logo apa-receu um lema que não foi escrito: "Tiraremos do mundo a figura do mexi-cano sentado junto ao cacto, sob o seu sombrero". Iniciou-se um esforço titânico, em que a figura do jovem apareceu exponencialmente. Do mais óbvio ao mais requintado detalhe da organização, tudo foi previsto e pre-parado. E tivemos a grata satisfação de juntar-nos às milhões de vozes que aplaudiam o coroamento de um esforço tão grande. Foi com renovado orgulho que ouvimos as opiniões dos experts de todo mundo, quando elo-giavam as condições olímpicas de 68.

Foi sem dúvida uma grande vitória para o México. E certamente um exemplo para tôda a América Latina, que através daquele país, se impôs ao mundo como um continente adulto.

Locais de treinamentos e competições

Desde há alguns anos já se vem experimentando inovações para a subs-tituição do material das pistas de atletismo. Foram, entretanto, tentativas não convincentes e o carvão continuou imperando. Com o aparecimento nos Estados Unidos da América do Norte das pistas de material sintético, conseguiu-se a evolução desejada. Faltava apenas a comprovação nas gran-des competições internacionais. Isto foi feito em 1967 em Winnipeg, no Canadá, quando da realização dos Jogos Pan-Americanos. Foi o primeiro grande ensaio.

Acompanhando a evolução natural, o México preparou-se para a prova final. Apresentou não uma, mas seis pistas de TARTAN. Cinco delas, na Cidade Universitária, destinavam-se, durante os Jogos, a treinamentos. A outra está no Estádio Olímpico que também pertence à Universidade. Aí foram disputadas as provas.

Seis pistas completas de T A R T A N em um conjunto, talvez represente hoje o que há de melhor no mundo. Foi um requinte todo especial que se deu ao esporte base.

A aprovação da nova pista é fato incontestável. O moderno campo dc atletismo, além dos benefícios que trouxe ao melhoramento técnico das diferentes provas, pode também ser considerado como a sala de visitas do complexo esportivo.

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A S COMPETIÇÕES

Depois das maravilhas de um dia de abertura dos X I X Jogos Olímpicos da E r a Moderna, estava-nos reservada a grande jornada. Iniciou-se o atle-tismo.

A expectativa pela queda de muitos recordes era perfeitamente jus-. tificável, uma vez que nos pré-olímpicos realizados até setembro e nos

treinos dos primeiros dias de outubro já tinham sido suplantadas muitas marcas, que aguardavam apenas uma comprovação oficial. Isto viria, sem dúvidas, acontecer em dias próximos.

100 METROS RASOS — HOMENS "A Rainha dos Jogos":

R. Mundial: 10,0s — Hary, A. Alemanha Ocidental — Zurique — 1960. R. Olímpico e Mundial: 10,0s — Hays, R. — U.S.A. — Tóquio — 1964. Nada menos de 66 atletas disputaram o ambicionado título de "O mais

veloz do mundo". ^ 1. as Eliminatórias — Dia 13-10-68, às 10,00 horas. v

2. as Eliminatórias — Dia 13-10-68, às 16,30 horas.

Até aqui estava igualada a .marca mundial dos 10,0s. A despeito de sua excelência, havia ainda uma insatisfação geral. O homem, não procura infinita da perfeição, sempre aspira a algo mais. E êste algo mais era a quebra da barreira dos 10,0s.

Três norte-americanos haviam registrado os 9,9s em competições an-teriores, sem entretanto, conseguir homologação.

. "O HOMEM CONTRA O TEMPO E M UMA CORRIDA QÚE DURA UM PEQUENO MOMENTO, MAS Q U E V A L E A P E N A VÊ-LA"

Verdadeiros relâmpagos os que competiram nas várias eliminatórias. Por exemplo, Charles Greene, de manhã, marcou os 10,0s, que não foram homologados porque o vento estava a 2,8 metros por segundo, quando o máximo permitido é de 2 m por segundo. À tarde, o mesmo atleta repetiu êsse tempo, e desta vez com validade. Greene foi um dos que registraram os 9,9s anteriormente citados. Além dêle, marcaram também 10,0s os cubanos Pablo Montes e Hermes Ramirez.

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Semifinais — Dia 14-10-68, às 16 horas.

Novamente foi feita a marca dos 10,0s, agora pelo norte-americano Jímmy Hines, que nas eliminatórias não havia aparecido com grande des-taque.

De 10,0 a 10,3s variaram os tempos dos 16 semifinalistas que competi-ram em dois grupos, de onde saícompeti-ram os oito finalistas.

APROXIMA-SE O GRANDE MOMENTO. Hines, a "Flexa de Ébano", rompe a barreira.

Final — Dia 14-10-68, às 18 horas.

Jimmy Hines voltou a repetir sua façanha de 20 de junho, na Califór-nia, quando registrou 9,9s para os 100 metros rasos. Desta vez, com vento regular de 0,3 metros por segundo, mostrou ser o homem mais veloz do mundo em uma corrida sensacional. Até a metade da prova não havia des-taque para ninguém. Daí para a frente, Hines separou-se dos demais e foi para a vitória. O segundo e o terceiro colocados, marcando 10,0s, criaram a dúvida de classificação, que, por fim, foi decidida a favor de Miller em segundo e Greene em terceiro.

Mel Pender, o terceiro herói dos 9,9s, em Sacramento, Califórnia, ter-minou essa final em sexto lugar.

1.° lugar Jimmy Hines U.S.A. 9,9 s

2.o Lennox Miller Jamaica 10,0 s

3.° » Charles Greene U.S.A. 10,0 s

4.° Pablo Montes Cuba 10,1 s

5.° Roger Bambuck França 10,1 s

6.o » Mel Pender U.S.A. 10,1

s-7 ° Hary Gerome Canadá 10,1 s

8.o Jean Ravelomanantsoa Madagascar 10,2 s ARREMESSO DO PÊSO — HOMENS

R. Mundial: 21,78m — Maston, R. — U.S.A. — Texas — 1967. R. Olímpico: 20,33m — Long, D. — Ú.S.A. — Tóquio — 1964.

Classificação — Dia 13-10-68, às 10,00 horas.

Já aqui apareceu uma grande marca. Foi a primeira de uma série que viria cognominar'os Jogos do México como a Olimpíada dos Recordes. Randy Matson, o gigante americano, que ostenta o recorde mundial da prova, foi o décimo arremessador. Em sua primeira tentativa, estabeleceu a marca de 20,68 m, pondo por terra o recorde olímpico.

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Final — Dia 14-10-68, às 15,30 horas.

Essa final veio confirmar a superioridade de Matson, que, apesar de não confirmar sua marca de classificação, se consagrou campeão olímpico. 1 o lugar Randy Matson U.S.A. 20 54 m

9 O >t George Woqds TT q A 9fl 19 m

3.° tt Edward Gushchin Rússia 20,09 m 4.° tt Dieter Hoffmann Al. Oriental 20,00 m 5.° u David Maggard U.S.A. 19,43 m 6.° » Wladislaw Komar Polônia 19,28 m 7.° n Uwe Grabe Al. Oriental 19,03 m 8.° tt H. Birleubach Al. Ocidental 18,80 m

ARREMESSO DO DARDO — DAMAS R. Mundial: 62,40m — Gorchakova — Rússia — Tóquio R. Olímpico: 62,40m — Gorchakova — Rússia — Tóquio

Classificação — Dia 13-10-68 às 10,30 horas. Final — Dia 14-10-68, às 15,30 horas.

Com 60,36m, Ângela Nemeth, da Hungria, sagrou-se campeã olímpica, vencendo Michaela Penes, da Romênia. A marca de Nemeth, apesar de boa, foi inferior à da atleta russa feita em 1964.

1.° lugar Nemeth, A. Hungria 60,36 m

2.° ii Penes, M. Romênia 59,92 m 3.° ti Jano, E . Austrália 58,04 m 4;° 1 ) Rudas, M. Hungria 56,38 m 5.° H Jaworskai, D. Polônia 56,06 m 6.° tt Urbaneic, N. Iugoslávia 55,42 m 7.° 11 Koloska, A. Al. Oriental 55,20 m 8.° tt Launela, K . Finlândia 53,96 m

— 1964. — 1964.

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400 METROS SÔBRE B A R R E I R A S — HOMENS R. Mundial: 49,ls — Cawley — U.S.A. — Los Angeles — 1964. R. Olímpico: *49,3s — Davis — U.S.A. — Roma — 1960.

R. Mundial não homologado: 48,8s — Vanderstock — U.S.A. — South Lake — 1968.

Eliminatórias — Dia 13-10-68, às 15,00 horas. Semifinais — Dia 14-10-68, às 15,00 horas.

Nas séries eliminatórias e semifinais, destacaram-se os seguintes resul-tados: o campeão da Alemanha Ocidental, Gerard Hennig, estabeleceu nôvo recorde olímpico e igualou o mundial com 49,ls. Classificou-se tam-bém Ron Whitney, da Inglaterra, com 49,3s. O italiano Frinoli, marcando 49;2s na primeira série, estava também entre os favoritos, assim como G. Vanderstock dos Estados Unidos da América do Norte, que fêz 49,2s.

Um resultado também digno de nota foi o do argentino Juan Carlos Dryzka, que, com 49,8s, bateu o recorde sul-americano, sem, entretanto, conseguir classificação para a final.

Ainda em uma das semifinais, Whitney, em duelo com o alemão Schu-bert, que fêz 49,ls, estabeleceu a marca de 49,0s, o que, até aqui, já repre-sentava nôvo recorde mundial.

Final — Dia 15-10-68, às 17,35 horas. ' Novamente é melhorado o recorde mundial, com marca sensacional.

1.° lugar David Hemery Inglaterra 48,1 s n RO e M 2.° » Gerhard Hennige Al. Ocidental 49,0 s

3.° Jonn Sherwood Inglaterra 49,0 S :

4.o » Geff Vanderstock U.S.A. 49,0 s 5.° tt Viachsslav Skomarokhov Rússia 49,0 s

6.° tt Ron Whitney U.S.A. 49,2 s

7.° » Rainer Schubert Al. Ocidental 49,2 s

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S A L T O E M EXTENSÃO — DAMAS

R. Mundial: 6,76m — Rand, M. — Inglaterra — Tóquio — 1964. . R. Olímpico: 6,76m — Rand, M. — Inglaterra — Tóquio — 1964.

Classificação — Dia 13-10-68, às 15,00 horas.

Essa prova de classificação apontou Heide Rosendahl, que fêz a me-lhor marca, com 6,54m, e sua companheira Becker como as favoritas. Havia também a considerar a presença da romena Viscopoleanu, que em-Tóquio foi a quinta colocada, com a marca de 6,35m, e da inglesa Sherwood, que pretendia repetir a façanha de sua companheira Mary Rand.

Final — Dia 14-10-68, às 16,00 horas. Caem as marcas olímpicas e mundial.

1.° lugar Viscopoleanu, V. Romênia 6,82 m 2.° >>

Sherwood, S. Inglaterra 6,68 m 3.o » Talysheva, T. Rússia 6,66 m 4 ° »» Wieczorek, B. Al. Oriental 6,48 m 5.°

Sama, M. Polônia 6,47 m

6 °

Becker, I. .. Al. Ocidental 6,43 m 7.° j i

Berthelsen, B. Noruega 6,40 m 3.o >>

Rosendahl, H. Al. Ocidental 6,40 m 800 METROS RASOS — HOMENS

R. Mundial: lm44,3s — Snell — Nova Zelândia — Nova Zel. — 1962. R. Olímpico: lm45,ls — Snell — Nova Zelândia — Tóquio — 1964.

Eliminatórias — Dia 13-10-68, às 15,30 horas.

Com o tempo de lm46,ls, Kiprugut, de Quênia, apareceu como favorito da prova, iniciando assim a magnífica atuação que tiveram os africanos nas provas de corridas. O segundo melhor tempo foi o do alemão Kemper, com lm46,9s.

Semifinais — Dia 14-10-68, às 16,20 horas.

Duas foram as semifinais com a classificação dos« quatro primeiros para a final. Na segunda, o duelo entre Ralph Doubell, da Austrália, e Kiprugut, que marcaram, respectivamente, lm45,7s e lm45,8s, fêz antever o que seria a luta do dia seguinte.

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Final — Dia 15-10-68, às 18,10 horas.

Do encontro Doubell — Kiprugut resultou a quebra do recorde olímpi-co e foi igualado o mundial. Isso se deveu muito ao excelente ritmo apre-sentado por Doubell, que agora se ombreia com seu compatriota Snell. 1.° lugtr Ralph Doubell Austrália lm44,3 s n RO e M. 2.° Wilson Kiprugut Quênia Im44,5 s

3.° Thomas Farrell U.S.A. lm45,4 s

4.° ii Walter Adams Al. Ocidental lm45,8 s 5.° »» Josef Plachy Tcheco-Eslov. lm45,9 s 6.° n Dieter Fromm Al. Oriental lm46,2 s 7.° ii Thomas Saisit Quênia lm47,5 s 8.° i* Benedict Cayenne Trin. Tobagcr lm54,3 s

10.000 METROS RASOS — HOMENS

R. Mundial: 27m39,4s — Clarke, R. — Austrália — Oslo — 1965. R. Olímpico: 28m24,4s — Mills — U.S.A. — Tóquio — 1964!

Com 41 atletas, deu-se a largada dos 10.000 metros. Grande era a expec-tativa em tôrno dessa prova, principalmente pela presença do recordista Ron Clarke e o duelo que se previa com os africanos de Quênia e Etiópia. Para os mexicanos, em particular, havia outra coisa a considerar. Martinez estava preparado para grande atuação.

Era a primeira prova de percurso longo e os nervos estavam à flor* da pele. Por mais que se tenha estudado o problema da altitude e por me-lhor que tenha sido o preparo específico para tal, a dúvida era a tônica dominante, que se transformaria em incerteza de ritmo para os grandes corredores europeus. Afinal, levaram vantagem, os mais bem aclimatados, por circunstâncias especiais. Os três primeiros postos couberam aos afri-canos, também habitantes de regiões altas, e o quarto, ao mexicano. Valeu de igual modo o bom trabalho de equipe feito pelos de Quênia e Etiópia. Naftali Temu obteve a vitória mosrando a excelência do seu preparo, Ron Clarke perdeu-se no jogo dos etíopes, para acabar em sexto lugar.

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1.° lugar Naftali Temu Quênia 29m27,4 s

2.° Mamo Wolde Etiópia 29m28,0 s

3.° Mohamed Gamoudi Tunísia 29m34,2 s

4 ° Juan Martinez México 29m35,0 s

5.° ii Nikolay Sviridov Rússia 29m43,2 s 6.° ii Ron Clarke Austrália 29m44,8 s 7.o . ii Ron Hill Inglaterra 29m53,2 s 8.° ii Wohio Maaresha ' Etiópia 29m57,0 s

100 METROS RASOS — DAMAS

R. Mundial: l l , l s — Kirzens tein — Polônia — Praga — 1965. R. Olímpico: ll,2s — Tyus — U.S.A. — Tóquio — 1964.

l.as Eliminatórias — Dia 14-10-68, às 10,00 horas.

As três norte-americanas, Tyus, Baile e Ferrei, com o tempo de ll,2s, igualaram, nessas primeiras eliminatórias, suas marcas à do recorde olím-pico, destacando-se como favoritas.

2 as Eliminatórias — Dia 14-10-68, às 15,30 horas.

A . polonesa Kirszenstein, que havia sido desclassificada do salto em extensão, onde mantinha grandôs esperanças, correu a segunda elimina-tória em 11, ls, igualando-se assim ao recorde do mundo. A australiana R. Boyle e Baile, dos Estados Unidos da América do Norte fizeram marcas iguais ao recorde olímpico.

Ainda na segunda eliminatória apareceu o melhor tempo feito em todas as eras, quando a americana W. Tyus correu a prova em ll,0s. Esse tempo não pôde ser homologado pelo fato de o vento estar mais forte que o regulamentar.

Semifinal — Dia 15-10-68, às 15,00 horas. Final — Dia 15-10-68, às 17,50 horas.

Do encontro das recordistas nasce outro recorde.

Tyus, que aos 23 anos se consagra bicampea olímpica, estabelecendo nova marca mundial de ll,0s para os 100 metros, considera-se velha para o atletismo e anuncia que largará o esporte para dedicar-se à decoração, que é a sua profissão.

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1.° lugar Tyus, W. U.S.A. 11,0 s n RO e M. 2.° Ferrei, B. U.S.A 11,1 s 3.° » Kirszenstein, I . Polônia 11,1 s 4 ° Boyle, R. Austrália 11,1 s 5.° w Baile, M. U.S.A. 11,4 s 6.° •1 Burge, 0. Austrália 11,4 s 7.° tt Chi, C. Formosa 11,5 s 8.° tt Cobian, M. Cuba 11,6 s SALTO COM V A R A

R. Mundial: 5,38 m — P. Wilson — U.S.A. — Bakersfield — 1967. R. Olímpico: 5,10 m — F . Hansen — U.S.A. — Tóquio — 1964. Classificação — Dia 14-10-68, às 10,00 horas.

Ultrapassar os 4,90 m era a exigência para a classificação nessa prova, o que conseguiram quinze atletas.

Final — Dia 16-10-68, às 12,30 horas.

Sete horas haveria de durar a luta final do salto com vara, que se iniciou com 4,40 m. Na altura dos 4,35 m, Bob Seagren, que tinha a ter-ceira colocação por haver falhado nos 5,30 m, não realizou seus saltos, procurando, assim, num lance de tudo ou nada, arriscar diretamente a altu-ra dos 5.40 m. Isso lhe valeu a vitória. Bob Seagren ostenta um recorde não homologado de 5,41 m.

1.° lugar Bob Seagren U.S.A. 5,40 m n RO e M.

2.° >t Claude Schiprowski Al. Ocidental 5,40 m

3.° tt Wolfgtng Nordwig Al. Oriental 5,40 m 4.° a C. Papanikolau Grécia 5,35 m

5.° a J . Pennel U.S.A. 5,35 m

6.k tt G. Bliznetsov Rússia 5,30 m

7.° n H. D'Encausse França 5,25 m

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AREMÊSSO DO DISCO — HOMENS

R. Mundial: 66,54 m — Süvester — U.S.A. — Modesto — 1968. R. Olímpico: 61,00 m — Oerter — U.S.A. — Tóquio — 1964. Classificação — Dia 14-10-68, às 10,00 horas

O recordista mundial da prova estabeleceu, na série de classificação, novo recorde olímpico, ao fazer, em seu primeiro lançamento, 63,34 m. Doze atletas passaram a marca mínima de 58 m, classificando-se para a final. Final — Dia 15-10-68, às 15,00 horas.

Alfred Oerter, norte-americano, pela quarta vez consecutiva, sagrou-se campeão olímpico, realizando feito jamais repetido por outro atleta.

Nessa final, cinco vêzes foi superado o recorde olímpico, num con-fronto dos melhores discóbulos do mundo.

1.° lugar Alfred Oerter U.S.A. 64,76 m n RO 2.° Lothar Wilde Al. Oriental 63,08 m 3.° Ludvik Danek Tcheco-Eslov. 62,92 m 4.° Manfred Losch Al. Oriental 62,12 m 5.° *i Jay Süvester U.S.A. 61,78 m 6.° ii Gary Carlsen U.S.A. 59,46 m 7.° a Edmund Piatkowski Polônia 59,40 m

8.° Djorn Bruch Suécia 59,28 m

400 METROS RASOS — DAMAS

R. Mundial: 51,9 s — Thin G. Dan — Coréia do Norte — C. N. — 1962. R. Olímpico: 52,0 s — Cuthbert, B. — Inglaterra — Tóquio — 1964. Eliminatórias — Dia 14-10-68, às 10,40 horas.

Semifinal — Dia 15-10-68, às 15,00 horas.

As melhores marcas do ano de 1968 apareceram nas disputas das elimi-natórias e semifinais, com tempos que variaram de 52,5 a 54 s.

Final — Dia 16-10-68, às 17,00 horas.

Com resultados bem melhores do que nas eliminatórias e semifinais, a disputa dessa final proporcionou à professora francesa Bessen, C , de 22

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anos, a oportunidade de sagrar-se campeã olímpica, com tempo igual ao recorde da prova.

1.° lugar Bessen, C. £ rança OZ,U S 1 liKJ

2.° " Beard, L . Tr» cria t p r i * a *í9 1 «

3.° " Pechenkina, N. Rússia dz,Z s 4,° " Simpson, J . Inglaterra 52,5 s

5.° " Penton, A. Cuba 52,7 s

6.° " • Scott, J . U.S.A. 52,7 s 7.° '** Henning, H . Al. Ocidenttl 52,8 s 8.° " Van Der Heeven Holanda 53,0 s MARCHA ATLÉTICA — 20 QUILÔMETROS

R. Mundial: Ih29m05,0 s — V. Gelubnichy — Rússia. R. Olímpico: Ih29m34,0 s — K . Matheus — Inglaterra. Dia 14-10-68, às 16,50 horas.

Esperançosos estavam os nossos anfitriões. É que Pedraza, apesar do favoritismo dos russos, era apontado como forte candidato. E não faltou o entusiasmo do grande público mexicano. Dentro e fora do estádio, tôda a população aplaudia e parecia espiritualizar-se inteiramente no seu sar-gento. Depois de uma caminhada de 20 quilômetros entraram de volta ao tartan os dois russos, seguidos pelo mexicano, que, com esforço desespera-do, impulsionado também pela grande ovação popular, procurava passar para o primeiro pôsto. Metro a metro, aproximava-se de seus oponentes e, ao passar por Nikolay Smaja, mais uma vez encheu de esperanças os cora-ções mexicanos. Porém, na reta final, Vladimir Gelubnichy, reanimando-se, adquire mais rapidez definindo a prova a seu favor. Constituiu êste o maior feito olímpico do México.

Ih33m58,4 s Ih34m00,0 s Ih34m03,4 s Ih35m00,2 s Ih35m27,2 s Ih36ml6,8 s 1. ° lugar Vladimir Gelubnichy Rússia

2. ° ** José Pedraza México 3. ° " Nikolay Smaja Rússia. 4. ° " Rodolfo Haluza . U.S.A. 5. ° " Gerhard Sperling Al. Oriental

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3.000 METROS COM OBSTÁCULOS ( S T E E P L E CHASE)

R. Mundial: 8m26,4 s — Roelants — Bélgica — Bruxelas — 1965. R. Olímpico: 8m30,8 s — Roelants — Bélgica — Tóquio — 1964. Eliminatórias — Dia 14-10-68, às 17,00 horas.

Final — Dia 16-10-68, às 17,00 horas.

Gaston Roelants, outro grande recordista mundial e olímpico, não conseguiu impor-se na prova de sua especialidade. Talvez tenha sentido um pouco mais a altitude da capital mexicana, à qual pagou seu tributo, terminando em sétimo lugar. Quênia, mais uma vez, mostrou suas ótimas condições, fazendo dupla com Biwott e Kogo. O primeiro, com caracterís-ticas bastante próprias e naturais, impressionou pela sua passagem no fôsso, completamente fora do comum. Do obstáculo, em vez de ir diretamente para baixo e cair na perna contrária à de apoio, fazia uma subida com técnica semelhante à do salto em extensão. Grande elevação, adiantamen-to dos quadris e queda na perna de apoio na barreira, davam-lhe não apenas a condição de sempre cair fora da água, como também um adiantamento que calculamos em, pelo menos, um metro em relação aos seus adversários. E r a tôda a manifestação de naturalidade em uni corredor que nos pareceu altamente preparado para confronto com grandes campeões.

Nessa, como nas outras provas de médio e longo percurso, os quenia-nos procuraram sempre valer-se do trabalho de equipe de sua dupla. Boa orientação tática ou intuição, a verdade é que o resultado foi sempre positivo.

1.° lugar Amos Biwott Quênia 8m51,0 s 2.° »» Benjamin Kogo Quênia 8m51,6 s 3.o »» George Young U.S.A. . 8m51,8 s 4.° K . 0'Obrien Austrália 8m52,0 s

5.° Alex Morozov Rússia 8m55,8 s

6.o » Julev Mihail Bulgária 8m58,4 s 7.° Gaston Roelants Bélgica 8m59,4 s

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ARREMESSO DO DARDO — HOMENS

R. Mundial: 91,72 m — Pederson, T. — Noruega — Oslo — 1962. R. Olímpico: 85,71 m — Danielsen, E . — Noruega — Melborne — 1956. Classificação — Dia 15-10-68, às 10,00 horas.

Final — Dia 16-10-69, às 15,00 horas.

Três vezes foi superado o recorde olímpico numa prova bastante disputada, mas que, desde o início, confirmou o favoritismo do russo Lusis, que, em tôda a sua série de arremêssos, esteve perto dos 90 metros. Mais uma vez se repetiu a superioridade européia nessa prova.

1.° lugar Janis Lusis Rússia 90,10 m n RO. 2.° » Jorwa Kinnunen Finlândia 88,58 m 3.° Gergely.Kulcasr . Hungria 87,06 m 4.° ii Wladislav Nikiciuk Polônia 85,70 m 5.° i> Manfred Stelle Al. Oriental 84,42 m • 6.° ii Kar-Ake Nilson Suécia 83,48 m 7.° ii Janus Sidle Polônia 80,58 m 8.° ii V. Von Wartburg Suíça 80,56 m 200 METROS RASOS — HOMENS

R. Mundial: 20,0 s — Smith, T. — U.S.A. — Sacramento — 1966. R. Olímpico: 20,3 s — Carr, H . — U.S.A. — Tóquio — 1964. 1. as Eliminatórias — Dia 15-10-68, às 10,30 horas.

2. as Eliminatórias — Dia 15-10-68, às 15,20 horas.

Semifinais — Dia 16-10-68, às 15,20 horas. < < Final — Dia 16-10-68, às 17,50 horas.

Dezenove segundos e sete décimos (19,7 s) para os 200 metros rasos, é um tempo extraordinário, que, pouco antes desses jogos, foi feito por John Carlos, atleta norte-americano. Não tendo sido homologado, perdurou ex-pectativa até a ocasião dessa prova, pois o autor da façanha ali estava e com êle outro excelente corredor, o seu compatriota Tomy Smith.

Nas eliminatórias, Smith, com a marca de 20,2 s, já havia derrubado o recorde olímpico. A presença de outro grande astro, o australiano Peter

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Norman, valorizava grandemente êsse confronto, que realmente fui sensa-cional, onde o recorde mundial e o olímpico foram oficialmente para 19,8 s.

Entretanto, tudo isto passaria, logo depois, para comentários secundá-rios em virtude da eclosão de um fato que tomou as manchetes do mundo inteiro: Tommy Smith e John Carlos aproveitaram-se da solenidade de premiação olímpica para protestar contra a situação em que se encontram os negros em seu país. Foi quebra dos princípios olímpicos, que criou gran-de mal-estar para os gran-desportistas gran-de todo o mundo. Não nos cabe aqui ana-lisar os méritos e deméritos.

As conseqüências vieram com a expulsão dos dois desportistas. Os Jogos Olímpicos, que, desde antigas eras, têm sido um fator de grande força na intercomunicação humana, viram escrita mais uma página de sua fabulosa história. Daí para frente, seguiram-se outras manifestações de aparente menor importância, mas não de significado. O negro, uma das molas mestras do esporte mundial, fêz-se, com isso, mais presente, comen-tado e analisado. O certo é que outros problemas virão, e para nós despor-tistas resta a esperança de que o homem possa espelhar-se nos verdadeiros princípios do desporto para estabelecer melhor convívio. .

1.° lugar Tommy Smith U.S.A. 19,8 s n RO e M. 2.° " Peter Norman Austrália 20,0 s

3.° " John Carlos U.S.A. 20,0 s 4.° " Edwin Roberto Trinidad Tobtgo 20,3 s 5.° " Roger Bambuck França 20,5 s 6.° " Larry Questad U.S.A. 20,6 a 7.° " Michael Fray Jamaica 20,6 s 8.° " Jochen Eigenherr . Al. Ocidental 20,6 s 5.000 METROS RASOS — HOMENS

R. Mundial: 13 m 16,6 s — Clarke, R. — Austrália — 1966. R. Olímpico: 13 m 39,6 s — Kuts, V. — Rússia — Melborne — 1956. Eliminatórias — Dia 15-10-68, às 16,30 horas.

Final — Dia 17-10-68, às 17,20 horas.

Mohamed Gamoudi, um sargento do Exército da Tunísia, com o tempo de 14 m 05,0 s, sagrou-se campeão dessa prova numa luta bastante renhida

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com o queniano Keino, já famoso pelos seus confrontos com o recordista mundial Ron Clarke. Clarke, que também participou da prova, desde a fase de treinamento, demonstrou grande dificuldade em aclimatar-se à altitude, não passando de um quinto lugar.

Os 5.000 metros caracterizaram-se pela insegurança de ritmo e, por isso, a variação na liderança da corrida foi freqüente. Finalmente, saiu ganhando o grupo africano, seguido do entusiástico quarto lugar do mexicano Mar-tinez.

1.° lugar Mohamed Gamoudi Tunísia 14m05,0 s 2.° Kipchege Keine Quênia 14m05,2 s 3.° ti Naftali Temu Quênia 14m06,4 s 4.° » »

Juan Martinez México 14ml0,8 s . 5.° »>

Ron Clarke Austrália ' 14ml2,4 s 6.° ii Wohid Masresha Etiópia 14ml7,6 s 7.° » Nikoltay Sviridov Rússia 14ml8,4 s

8.° F . Deguefu Etiópia 14ml9,0 s

110 METROS SÔBRE B A R R E I R A S — HOMENS

R. Mundial: 13,2 s — Lauer, M. — A l . Ocid. — Zurique — 1959. — Calhoun, L . — U.S.A. — 1960.

— Mc. Collouen — U.S.A. — 1967.

R. Olímpico: 13,5 s — Calhoun, L . — U.S.A. — Melborne — 1956. 1. *s Eliminatórias — Dia 16-10-68, às 10,00 horas.

2. as Eliminatórias —- Dia 16-10-68, às 15,00 horas.

Semifinais — Dia 17-10-68, às 15,00 horas. Final — Dia 17-10-68, às 17,00 horas.

A sempre emocionante prova dos 110 metros sobre barreiras, um dos domínios dos norte-americanos, voltou a ter dupla dos Estados Unidos. A Itália e a Alemanha, que nessa corrida também têm suas tradições, mos-traram, já nas eliminatórias, que estariam presentes à final, registrando, juntamente com os norte-americanos, os melhores tempos.

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1.° lugar Willie Davenport 2.o " Erwin Hall 3.° " Eddy Ottoz 4 ° " L . Coleman 5. ° " Werner Trzniel 6. ° " Boberick Forssander 7. ° " Mareei Duriez 8. ° " Pierre Schoebel Suécia França França Al. Ocidental U.S.A. U.S.A. Itália U.S.A. 13,4 s 13,4 s 13,6 s 13.6 s 13.7 s 13,7 s 14,0 s 13,3 s N RO S A L T O T R I P L O

R. Mundial: 17,03 m — Schmidt, I . — Polônia — 1965.

R. Olímpico: 16,85 m Schmidt, I. — Polônia — Tóquio — 1964. Classificação — Dia 16-10-68, às 10,00 horas.

Aqui tínhamos uma de nossas esperanças, que era Nélson Prudêncio. 16,10 m eram necessários para a classificação e ele, em uma de suas tenta-tivas, com o melhor salto de sua vida, foi a 16,46 m.

A sensação, entretanto, foi o italiano Giuseppe Gentile, que, em seu único salto válido e justamente quando não havia vento contra nem a favor, alcançou os 17,10 m, batendo o recorde mundial da prova.

Final — Dia 17-10-68, às 15,00 horas.

Uma seqüência de emoções; para nós brasileiros, veio, porém, em dose maior.

Gentile — 17,11 m — Prudêncio — 17,10 m Gentile — 17,22 m — Prudêncio — 17,27 m

e, finalmente, o russo Saneev, com 17,39 m, constituíram impressio-nante luta pela medalha de ouro no salto triplo, numa das competições mais acirradas destes últimos Jogos Olímpicos.

1.° lugar Victor Sannev Rússia 17,39 m n RO e M. 2.° " Nélson Prudêncio Brasil 17,27 m

3.° " Giuseppe Gentile Itália 17,22 m 4.° " Arthur Walker U.S.A. 17,12 m 5.° " Nikolay Dudkin Rússia 17,09 m 6.° " Philipp May Austrália 17,02 m

o

. Josef Schmidt Polônia 16,89 m

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ARREMESSO DO M A R T E L O

R. Mundial: 73,76 m — Zivotski, G. — Hungria — Budapeste — 1968. R. Olímpico: 69,74 m — Klim, R. — Rússia — Tóquio — 1964.

Classificação — Dia 16-10-68, às 10,00 horas.

Os 72,60 m, conseguidos por Zivotski na série de classificação, além de representarem queda do recorde olímpico, faziam antever ótimo resultado para a final. Treze atletas foram além da marca mínima exigida, que era de 66 m, e entre eles estava também o recordista olímpico Klim, que fêz a marca de 68,82 m, pouco inferior a Lazar Levasz, que conseguiu 68,96 m. Além desses, mais quatro atletas lançaram o martelo acima dos 68 m. Final — Dia 17-10-68, às 15,00 horas.

1.° lugar Gyula Zivotski Hungria 73,36 m n RO 2.° t> Romuald Klim Rússia 73,28 m 3.° n Lazar Levasz Hungria 69,78 m 4.° tt Takeo Sugawara Japão 69,78 m . 5.° tt Sandor Eckschimitd " Hungria 69,48 m 6.° • tt Gennady Kondras kov Rússia 69,08 m 7.° tt Reinhard Teihmer Al. Ocidental 68,84 m 8.° » Helmuth Baumann Al. Ocidental 68,26 m S A L T O E M A L T U R A — DAMAS

R. Mundial: 1,91 m — Balas, I. — Romênia — 1961. . R. Olímpico: 1,90 m — Balas, I . Romênia — Tóquio — 1964. Classificação — Dia 16-10-68, às 10,00 horas.

Com a marca mínima de 1,74 m, classificaram-se doze atletas, entre elas a nossa Conceição Cipriano, que, para isso, teve de superar-se grande-mente, pois sua melhor marca até então era 1,70 m.

Final — Dia 17-10-68, às 15,00 horas.

Com 1,82 m, resultado que, apesar de distanciar-se dos conseguidos pela fenomenal Iolanda Balas, pode considerar-se bom, a tcheca Rezkova Milo, conseguiu sua medalha de ouro. Nossa compatriota não repetindo sua atua-ção da classificaatua-ção, ficou em décimo lugar, com 1,71 m.

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1.° lugar Rezkova Mila Salva Tcheco-Eslováquia 1,82 m 2.° " Okorokova Antonina Rússia 1,80 m 3.° " Kosij Valentina Rússia 1,88 m 4.° " J . Valentova Tcheco-Eslováquia 1,78 m 5.° " K . Schulze Al. Oriental 1,76 m 6.° " M. I. Gusambauer Áustria 1,76 m 400 METROS RASOS — HOMENS

R. Mundial: 44,5 s — Smith, T. — V.S.A. — São José — 1967. ' R. Olímpico: 44,9 s — Davis, O. — U.S.A. — Roma — 1960. 1. a Eliminatórias — Dia 16-10-68, às 15,40 horas.

2. a Eliminatórias — Dia 17-10-68, às 15,20 horas.

Semifinais — Dia 17-10-68, às 18,00 horas. Final — Dia 18-10-68, às 15,50 horas.

O I — 2 — 3 dos norte-americanos, que, em Olimpíadas passadas, foi tantas vezes repetido, apareceu aqui pela primeira"vez com um estupendo trio negro.

Lee Evans não parecia disposto para uma grande prova. Teve proble-mas emocionais, possivelmente ligados aos fatos anteriores, em que esti-veram envolvidos seus companheiros Tommie Smith e John Carlos. Com os olhos inchados e vermelhos, dirigiu-se para o estádio. No ônibus que o conduziu, ainda chorava, evitando conversar com os que procuravam con-solá-lo. Declarações de seu técnico admitiam três hipóteses: 1 — "Está esgotado por ter passado a noite discutindo sôbre a crise que se criou com a expulsão dos seus amigos." 2 — "Houve uma briga no pavilhão norte-americano." 3 — "Está doente e totalmente desanimado."

Entretanto, é fácil adivinhar a verdadeira causa. O abalo emocional deve ter sido grande para todos os componentes da equipe norte-america-na, principalmente para os negros, como o foi, à distância, para todos nós.

Pois bem, chegado o momento da largada, Evans disparou em sur-preendente "sprint" e daí foi para uma das marcas mais difíceis de tôda a história* do atletismo. Registrou 43,8 s. Seus companheiros James e Free-man vinham logo atrás, em bloco compacto dos demais concorrentes. Na segunda curva, destacaram-se e foram para 43,9 e 44,4 s, respectivamente, o que representou o 1 — 2 — 3 mais espetacular, pois superaram os re-cordes mundial e olímpico.

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Aí, novamente, se evidencia o grande poderio atlético já despontado nos países africanos.

Os 45,0 s do senegalês Gakou, quarto colocado, e a presença de um etíope, Bezabeh, no sexto lugar, são provas evidentes.

1.° lugar Lee Evans U.S.A. 43,8 s n R O e M.

2.° » Larry James U.S.A. 43,9 s

3.° tt Ronald Freeman U.S.A. 44,4 s 4.° tt Amadori Gakou Senegal 45,0 s 5.° II Martin Jellingshaus Al. Ocidental 45,3 s 6.° íl Tegene Bezabeh Etiópia 45,4 s 7.°

Andzeg Badenski Polônia 45,4 s 8.° 1 »

Amos Omolo Uganda 47,6 s

200 METROS RASOS — DAMAS

R. Mundial: 22,7 s — Kirszenstein, I . — Polônia — Varsóvia — 1965. R. Olímpico: 23,0 s — Mc. Guire, E . — U.SA..'— Tóquia — 1964. Eliminatória — Dia 17-10-68, às 10,00 horas.

Semifinais — Dia 17-10-68, às 16,00 horas.

Nova torrente de recordes confirma a excelente condição em que se apresentaram os concorrentes desses jogos. Irena Kirszenstein, da Polônia, ratificou sua supremacia na distância.

1.° lugar Kirszenstein, I . Polônia 22,5 s n RO e M. 2.° " Boyle, R. Austrália 22,7 s 3.° " Lamy, J . Austrália 22,8 s 4.° " Ferrell, B. U.S.A. 22,9 s 5.° " Montandon, N. França 23,0 s 6.° " Tyus, W. U.S.A. 23,0 s 7.° " Bailes, M. U.S.A. 23,1 s

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ARREMESSO DO DISCO — DAMAS

R. Mundial: 62,57 m — Westermann, L . — A l . Acid. — Werdohl — 1968. R. Olímpico: 57,27 m — Press, T. — Rússia — Tóquio — 1964.

Classificação — Dia 17-10-68, às 10,00 horas. Final — Dia 18-10-68, às 15,30 horas.

Lisel Westermann era por nós olhada com especial carinho, pois, além dos laços que cada vez mais nos unem ao atletismo alemão, havia o fato de ela ter conquistado o seu primeiro recorde mundial em um de nossos campos, o do Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. Não conseguindo, porém, melhores resultados, ficou em segundo lugar, cedendo à romena Manoliu a medalha de ouro. Ambas, entretanto, melhoraram a marca olímpica.

1.° lugar Manoliu, L . Romênia 58,28 m n RO 2.° " Westermann, L . Al. Ocidental 57,76 m 3.° " Kleiber, A. Hungria 54,90 m 4.° " Otto, A. Al. Oriental 54,40 m. 5.° " Popova, A. Rússia 53,42 m 6.° " Connolly, O. U.S.A. 52,96 m 7.° " Spielberg, C. Al. Oriental 52,86 m 8.° " Berendonk, B. Al. Ocidental 52,80 m SALTO E M EXTENSÃO — HOMENS

R. Mundial: 8,35 m — Boston, R. U.S.A. — Modesto — 1965. R. Olímpico: 8,12 m — Boston, R. — U.S.A. — Roma — 1960. Classificação — Dia 17-10-68, às 10,30 horas.

Ralph Boston, a figura marcante da história do salto em extensão, uma vez mais, disse "Presente", e na série de classificação melhorou seu re-corde • olímpico para 8,27 m. Igor Ter Ovanesyan, seu costumeiro rival, apenas se classificou, mas sem grande expressão.

Final — Dia 18-10-68, às 17,30 horas.

Havia um Beamont, outro negro norte-americano, que, em suas atua-ções anteriores, se mostrara possuidor de condiatua-ções para enfrentar os me-lhores do mundo.

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Iniciada a fase final, Beamont, em seu primeiro salto, surpreendeu o mundo atlético com o resultado de 8,90 m. Tão inacreditável e surpreen-dente, que poucos dos presentes no Estádio Olímpico puderam vê-lo (a prova apenas se iniciava); tão inesperado, que o aparelhamento utilizado para a medição dos saltos, tipo teodolito, não pôde ser usado: a barra horizontal não alcançava tal distância e os juizes viram-se obrigados a re-correr a uma trena. O próprio Beamont surpreendeu-se, a ponto de somente realizar mais um salto e isso depois de ter chorado e beijado o solo. Suas declarações: "Beijei o solo e chorei porque aterrizei com tôda a felicidade." Tecnicamente o salto de Beaipont não apresentou novidades, mas, sim, total aproveitamento de todos os princípios básicos já conhecidos. Foi exe-cução realmente feliz, que pressupõe uma das marcas mais difíceis de ser superada. Daí para frente a prova perdeu em emoção, pois tôda ela se havia concentrado naqueles poucos segundos. *

1.° lugar Robert Beamont U.S.A. 8,90 m N RO e M.

2.° Klaus Beer Al. Oriental 8,19 m

3 ° » Ralph Boston U.S.A. 8,16 m

4 ° i> I. Ter Ovanesyan Rússia 8,12 m 5.° »»

Tynu Lepik Rússia 8,09 m

6 ° » Allen Crawley Austrália 8,02 m

7.° Jack Pani França 7,97 m

8.° » Adrezej Stalmach Polônia 7,94 m 800 METROS RASOS — DAMAS

R. Mundial: 2m01,l s — Packer, A. — Inglaterra — Tóquio — 1964. R. Olímpico: 2m01,l s — Paeker, A. — Inglaterra — Tóquio — 1964. Eliminatória — Dia 17-10-68, às 11,00 horas.

Nossa esperança nos 400 e 800 metros, Irenice Maria Rodrigues, não teve oportunidade de pôr à prova suas condições. Por questões disciplina-res, foi desligada da delegação. Lastimável. Talvez tivesse feito boa figura. Semifinais — Dia 18-10-68, às 16,40 horas.

O melhor tempo das semifinais foi o de 2m05,l s, da holandesa Maria Gommes. Duas foram as séries que apontaram as 8 finalistas.

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Final — Dia 19-10-68, às 17,50 horas.

Madeline Mannlng, americana do norte, que nas séries anteriores ainda não havia mostrado tôda a sua pujança, surpreendeu com a nova marca mundial e olímpica de 2m00,9 s.

1 o lugar Manning, M. TT C A £iIllUU,tJ â 11 C 1*1.

2." » Silai, I. xtomema 611106,0 S

3.o i i Gommes, M. Holanda 2m02,6 s 4.° »t Taylors, S. Inglaterra 2m03,8 s

5.° Brown, D. U.S.A. 2m03,9 s

6.° i i Lowe, A. Inglaterra 2m04,2 s

7.o Hoffmann, A. Canadá 2m06,8 s

8.° Dupureur, M. ' França 2m08,2 s

MARCHA ATLÉTICA — 50 QUILÔMETROS

R. Mundial: 4hl0m51,8 s — Hohne, C. — Alemanha Oriental. R. Olímpico: 4hllml2,4 s — Pemich, A. — Itália.

Dia 17-10-68, às 14,20 horas. , • Essa prova, que para nós brasileiros tem despertado pouco interesse e não recebe aqui o mínimo cultivo, está entre as "duríssimas". Seu incremento maior sempre esteve na Europa o ocasionalmente aparece nos E s -tados Unidos. O México, que fêz boa figura nos 20 quilômetros, apresentou-se com o mesmo Pedraza. Naturalmente, êle haveria de resapresentou-sentir-apresentou-se ainda do cansaço da prova anterior. Sabia-se também que esta não é sua melhor prova. Sendo o único atleta a completar as duas marchas, ficou em oitavo lugar. O recordista mundial não teve dificuldade para terminar com a medalha de ouro.

1.° lugar Christophe Hohne Al. Oriental 4h20ml3,6 s 2.° " Antal Kies Hungria 4h30ml7,0 s 3.° " Larry Young U.S.A. 4h31m55,4 s 4.° " Peter Selzer Al. Oriental 4b33m09,8 s 5.° " S. Lindberg . Suécia 4h34m05,0 s 6.° " Vittorine Visine Itália 4h36m33,2 s 7.° " Brian Eley Inglaterra 4h37m32,2 s 8.° " José Pedraza México 4h37m51,4 s

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80 METROS SÔBRE B A R R E I R A S — DAMAS

R. Mundial: 10,3 s — Press, I. — Rússia — Tblisi — 1965. R. Olímpico: 10,5 s — Balzer, K . — AI. Ocid. — Tóquio — 1964. Eliminatórias — Dia 17-10-68, às 16,20 horas.

Os 10,4 s da australiana Kilborn representaram nôvo recorde. Karin Balzer classificou-se com 10,7 s.

Semifinais — Dia 18-10-68, às 15,00 horas. Final — Dia 18-10-68, às 16,20 horas.

Maureen Caird, da Austrália, que nas séries anteriores havia feito 10,6 s, melhorou o recorde olímpico, alcançando o mundial.

1-° lugar Caird, M. Austrália 10,3 s N RO i M. 2.° " Kilborn, P. Austrália 10,4 s

3.° " Chi, C. Formosa 10,4 s

4.° " Van Wolvelaere, P. U.S.A. 10,5 s 5.° " Balzer, K . Al. Ocidental 10,6 s 6.° " Siraszynska,. D. Polônia 10,6 s 7.° " . Zebrowska, E . Polônia 10,6 s

C

O 'o " Talysheva Rússia 10,7 s 1.500 METROS RASOS

R. Mundial: 3m33,l s — Ryun, J . — U.S.A. — Los Angeles — 1967. R. Olímpico: 3m35,6 s — Elliott, H. — Austrália — Roma — 1960. Eliminatórias — Dia 18-10-68, às 11,00 horas.

Semifinais — Dia 19-10-68, às 17,20 horas.

Êsse é um dos clássicos do atletismo. Sua história sempre esteve ligada à disputa da milha. A Austrália marcou época nas atuações de Elliott. E n -tretanto, nessa prova o favorito era o próprio recordista mundial, que nas semifinais fêz o melhor tempo, 3m45,7s, e a expectativa estava também na presença do queniano Keino.

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Final — Dia 20-10-68, às 15,30 horas.

1. ° lugar Kipchege: Keino

2. ° 3. ° 4. ° 5. ° 6. ° 7. ° 8. ° Jim Ryun Bob Tummler Harald Norpoth John Wotton Jacques Boxberger * Henry Szordykowski Josej Odlozil Quênia U.S.A. Al. Ocidental Al. Ocidental Inglaterra França Polônia 3m34,9 s n RO 3m31,3 s 3m39,0 s 3m42,5 s 3m43,8 s 3m46,6 s 3m43,9 s Tcheco-Eslováquia 3m48,6 s ARREMESSO DO PESO — DAMAS

R. Mundial: 18,67 m — Chizhowa, N. — Rússia — Sochi — 1968. R. Olímpico: 18,14 m — Press! T. — Rússia — Tóquio — 1964! Classificação — Dia 19-10-68, às 10,00 horas.

Apenas oito atletas conseguiram a marca de-classificação, e entre elas estava Margarita Gummel, da Alemanha Oriental, que, em treinamento na Vila Olímpica, havia pulverizado as marcas mundial e olímpica com tiros de 18,90 e 19,10 m.

Final — Dia 20-10-68, às 15,00 horas.

1.° lugar Gummel, M. ' Al. Oriental 19,61 m n RO e M

2.° " Lange, M. Al. Oriental 18,78 m

3.° " Chizhova," N."" Rússia 18,19 m

4.° " Lendvai, J . Hungria 17,78 m

5.° " Boy, R. Al. Oriental 17,72 m

6.° " Christova, I. Bulgária 17,25 m

7.° " Fuchs, M . ' Al. Ocidental .17,11 m

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SALTO E M A L T U R A — HOMENS

R. Mundial: 2,28 m — Brumel, V. — Rússia — Moscou — 1963. R. Olímpico: 2,18 m — Brumel, V. — Rússia — Tóquio — 1964. Classificação — Dia 19-10-68, às 10,00 horas.

Uma das grandes novidades aparecidas nesses jogos foi o salto em altura de Fosbury. J á há algum tempo, a imprensa mundial divulgou, com poucas fotografias, o salto que apresenta características bem diferentes do que até agora se conhecia. Num ângulo de corrida que se aproxima dos 90 graus, Fosbury parte quase como um velocista. Ataca como se fosse um saltador de esquerda, mas seu impulso é feito com a direita. Aí, na fase de elevação, faz um giro de quase 180 graus para o interior e de costas para o sarrafo, eleva-se. Daí para frente, seu salto é tècnicamente simples, mas espetacular aos olhos do público, quando lhe proporciona uma queda

inteiramente na região dorsal. Foi a atração da prova, em que pese à par-ticipação de outros bons saltadores, todos êles com técnica de rolo ventral. Final — Dia 20-10-68, às 14,30 horas.

1.° lugar Richard Fosbury U.S.A. 2,24 m n RO 2.° ti Edward Carathers U.S.A. 2,22 m 3.° >t Valentin Gavrilov Rússia 2,20 m

4.° ii V. Skvortsov Rússia 2,16 m

5.° Reynard Brown U.S.A. . 2,14 m 6 ° i> G. Grosa Itália • 2,14 m 7.° it G. Spillvogal Al. Ocidental 2,14 m 8.°

L . Peckhan Austrália 2,12 m

REVEZAMENTO D E 4 X 100 METROS — HOMENS R. Mundial: 38,6 s — U.S.A. — Provo, USA 1967. R. Olímpico: 39,0 s — U.SA.. — Tóquio — 1964. Eliminatória — Dia 19-10-68, às 11,00 horas.

Cuba e Jamaica, apresentando grandes equipes, superaram os favori-tos, que eram os norte-americanos, registrando tempos melhores do que os recordes olímpico e mundial. Assim, para a final, deixava de haver fa-voritismos.

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Semifinais — Dia 19-10-68, às 18,00 horas. Final — Dia 20-10-63, às 16,00 horas.

Um confronto de tão boas equipes, às quais se somou a da França, que também mantém grandes tradições nessa prova, e tudo isso sobre o tartan, provocou a quebra de muitos recordes.

1.° lugar U.S.A. — Greene, Pender, R. Smith, Hines 38,2 s n RO e M. 2!° " Cuba — Ramires, Morales, Montes, Figueirola 38,3 s

3. ° " França — Fenouil, Delecour, Piquemal, Bambuck 38,4 s 4. ° " Jamaica — Stewart, Fray, Forbes, Miller 38,4 s 5. ° " A l . Orien, — Esbstossu, Schelter, Hase, Eggers 38,6 s 6. ° " Al. Ocid. — Schimidtke, Metz, Wucherer,

Eigenherr 38,7 s 7. ° " Itália — Ottolina, Pratoni, Sgrazzaro,

Berruti 39,2 s 8. ° " Polônia - Maniak, Romanowski, Nowosz, Dudziak 39,2 s REVEZAMENTO D E 4 X 100 METROS — DAMAS

R. Mundial: 43,9 s — U.S.A. — Tóquio — 1964. R. Olímpico: 43,9 s — U.S.A. — Tóquio — 1964. Eliminatórias — Dia 19-10-68, às 15,30 horas. Final — Dia 20-10-68, às 16,30 horas.

A última prova de velocidade pura veio confirmar a alcunha que re-cebeu a Olimpíada de 68, "A Olimpíada dos Recordes", com grande núme-ro de ótimos resultados, que representam a superação das marcas olímpica

e mundial. J 1.° lugar U.S.A. 42,8 s n RO e M. 2.° ti Cuba 43,3 s 3.° Rússia 43,4 s 4.° » Holanda 43,4 s 5.° Austrália 43,4 s 6.° it A l . Ocidental 43,6 s 7.° Inglaterra ' 43,7 s 8.° ii França 44,2 s

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REVEZAMENTO D E 4X400 METROS

R. Mundial: 2m59,6s — U.S.A. — Los Angeles — 1966. R. Olímpico: 3m00,7 s — U.S.A. — Tóquio — 1964. Eliminatórias — Dia 19-10-68, às 16,40 horas.

Final — Dia 20-10-68, às 16,50 horas.

Com a apresentação dos três corredores norte-americanos nos 400 me-tros rasos, o mais natural era esperar-se a vitória de sua equipe no reve-zamento. A êles juntou-se Vincent Mathews, para fazerem a marca de 2m56,ls.

Surpreendente foi o segundo lugar feito pelos quenianos, que mos-traram não estar apenas trabalhando no setor das corridas de fundo. 1.° lugar U.S.A. 2m56,l s n RO e M. 2.° íi Quênia 2m59,6 s 3.° ti Al. Ocidental 3m00,5 s 4.° ii Polônia 3m00,5 s 5.° ii Inglaterra 3m01,2 s 6.° ii Trinidad Tobago 3m04,5 s 7.° ii Itália 3m04,5 s 8.° ii França 3mÜ7,5 s MARATONA

R. Mundial: 2hl2mll,2 s— Abebe, B. — Etiópia — Tóquio — 1964 R. Olímpico: 2hl2mll,2 s — Abebe, B.— Etiópia — Tóquio — 1964.

Dia 20-10-68, às 15,00 horas.

A maratona, apesar de não ser disputada nos antigos Jogos de Olím-pia, tornou-se, por sua peculiaridade, a mais dramática das provas olímpi-cas. Sua inspiração ainda vem dos gregos. Pelos idos de 490 A.C., quando Milcíades, general grego, à frente de seu exército, se defrontou com os persas a cêrca de 40 quilômetros de Atenas, apesar de estar em inferiori-dade numérica, alcançou penosa vitória. Uma vez expulsos os persas, Mil-cíades chamou a Feidipedes, famoso corredor, e ordenou que fôsse a Atenas para dar a boa notícia.

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Embora exausto pela luta, a disciplina e obediência do soldado puse-ram-no a correr, pelas colinas de Maraton, até chegar a Atenas, onde cum-priu a missão de transmitir a alvissareira notícia, e caiu morto.

Quando, em 1896, se restaurou a Festa Olímpica, nada mais justo que a instituição da Maratona, prova de 42.195 metros, em homenagem a Fei-dipedes. Nessa época venceu um modesto grego, pastor de ovelhas, de nome Spiridion Luys. Daí para cá, sempre houve alguma curiosidade na mara-tona. Desde o caso de Saint Louis, em 1904, quando Fred Lorz, já cansado, abandonou a prova e subiu em um automóvel, mas, a oito quilômetros do Estádio, resolveu correr novamente e, entusiasmado pelos aplausos popula-res, fêz chegada triunfal. Esteve por receber os louros da vitória, até que alguém, que percebera sua manobra, o tachou de impostor. Suas declara-ções: "Não pude resistir aos impulsos dos aplausos. Na realidade, não pre-tendia levar adiante esta farsa."

E há também à história de 1908, em Londres, quando o italiano Do-rando Pietri foi o primeiro a aparecer no Estádio, porém em condições de já não poder completar a última volta. Surpreendentemente, os juizes, to-mados pelo entusiasmo, correram em seu auxílio e levaram-no para a meta final. E m segundo chegou o norte-americano Johnny Hayes, que foi o real vencedor, mas que só teve reconhecida sua vitória depois do protesto oficial do Comitê Olímpico de seu país.

Assim, histórias sucederam-se até 1960, quando Abebe Bikila, um sol-dado da guarda imperial da Etiópia, ganhou a prova, correndo sem sapa-tos. E quatro anos depois, bisou a vitória, caso inédito na maratona, ao mesmo tempo que estabeleceu nôvo recorde mundial e olímpico.

Pois bem, êsse mesmo Bikila compareceu ao México e era apontado como favorito. Tal não aconteceu porque o herói precisou abandonar a prova no meio do percurso. Passou a coroa ao seu discípulo Mamo Wolde. 1.° lugar Mamo Wolde Etiópia 2h20m26,4

2.° n Kenji Kímihara Japão 2h23m31,0 3 ° n Michael Ryan Nova Zelândia 2h23m45,0 4.° tt Ismail Akcay Turquia 2h25ml8,8 5.° tt Willian Adcocks Inglaterra 2h25m33,0 6.° ti Merawi Gebru Etiópia 2h27ml6,8 7.° tt Derek Clayton Austrália 2h27m23,8 8.° tt Timothy Jonhston Inglaterra 2h28m04,0

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PENTATLON — DAMAS

R. Mundial: 5.246 pontos — Press, T. — Rússia — Tóquio -R. Olímpico: 5.246 pontos — Press, T. — Rússia — Tóquio Dia 15-10-68, às

10,00 horas — 80 m sobre barreiras 10,30 horas — Arremesso do pêso 16,00 horas — Salto em altura Dia 16-10-68

11,30 horas — Salto em extensão 16,30 horas — 200 metros rasos

Nessa competição tivemos a presença da nossa Aída dos Santos, atleta das mais dedicadas, e que, apesar de estar com problemas de lesão mus-cular, procurou superá-los. A custa de maior esforço, conseguiu totalizar 4,578 pontos, o que, se não lhe deu mais que um décimo sétimo lugar, se constituiu em nôvo recorde sul-americano para essa complexa especialidade. A disputa, bastante acirrada em seus dois dias de realização, consagrou a Ingrid Becker, da Alemanha Ocidental, que totalizou 5.098 pontos, com os seguintes resultados parciais:

80 m sobre barreiras — 10,9 s Arremesso do pêso — 11,48 m Salto em altura — 1,71 m Salto em extensão — 6,43 m 200 metros rasos — 23,5 s

1. ° lugar Ingrid Becker Al. Ocidental 5.098 pontos 2. ° " Liese Prokop Áustria 4.966 " 3. ° " Toth Kovacs Hungria 4.959 " 4. " " Tikhomirova Rússia 4.927 " 5. ° " M. Bornholdt Al. Ocidental 4.890 " 6. ° " P. Cinslow U.S.A. 4.887 "

- 1964. — 1964.

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D E C A T L O N

R. Mundial: 8:319 pontos — Bendlin, K . — Al. Ocid. — Heidelberg — 1967. R. Olímpico: 8.001 — Johnson, R. — Roma — 1960.

Dia 18-10-68

10,00 horas — 100 metros rasos 10,40 " — Salto em extensão 15,00 " — Arremesso do pêso 16,20 " — Salto em altura 18,10 " — 400 metros rasos Dia 19-10-68

10,00 horas — 110 metros sôbre barreiras 10,40 " — Arremêsso do disco 12,30 " — Salto com vara 16,00 " — Arremêsso do dardo 18,10 " — 1.500 metros rasos.

A prova de "O mais completo" reuniu, como principal atração, Ben-dlin, da Alemanha Ocidental, recordista do mundo, e o norte-americano Bill Toomey, que vinham de recentes disputas. Antecipadamente seria di-fícil apontar o vencedor.

Já em plena contenda, outro alemão, Walde, mostrou-se em condições de almejar o primeiro posto. Bendlin não estava em sua melhor condição. Recuperava-se de uma lesão no tendão de Aquiles, mas, durante as provas, dava evidentes mostras de sôbre-esfôrço, como aconteceu no arremêsso do dardo, quando apresentou sinais de estar com o braço lesado. Sofreu muito nos 1.500 metros, porém se contentou com o terceiro lugar. Êle e seu com-patriota, que ficou em segundo lugar, confirmaram a boa situação dos de-catletas alemães que, em Tóquio, ganharam a medalha de ouro com Willi Holdorf, perfazendo um total de 7.887 pontos.

Bill Toomey, o vencedor, vindo também de grave lesão, fêz estupendo retorno às pistas e sagrou-se campeão com 8-193 pontos, estabelecendo nôvo recorde olímpico. Superou o feito do fabuloso Rafaer Johnson em Roma, 1960.

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1.° lugar Bill Toomey T t r i A

U.S.A. 8.19o pontos n n u . 2.° t l T T I T T 1 1

" Hans Walde AL Ocidental 8.111 3.° Kurt Bendlin Al. Ocidental O.UD4

A O

4." " Nikolava Avilov Rússia

5.° " Joachim Hírst AL Oriental 7.861 " 6.» " Thomas Wadell U.S.A. 7.720 " 7.» " Richard Sloam U.S.A. 7.692 " 8.° " Sten Smith Dinamarca 7.648 " Resultados parciais de Bill Toomey:

100 metros rasos — 10,4 s Salto em extensão — 7,87 m Arremêsso do pêso — . 13,75 m

Salto em altura — 1,95 m

400 metros rasos — 49,0 s 110 metros sobre barreiras — 14,9 s Arremêsso do disco — 43,68 m

Salto com vara — 4,65 m

Arremêsso do dardo — 68,80 m

1.500 metros. — 4m57,l s

"A OLIMPÍADA DOS R E C O R D E S "

Assim ficaram denominados os X I X Jogos'Olímpicos da E r a Moderna, realizados na cidade do México. Foi o feliz encontro de circunstâncias fa-voráveis, determinando avanço muito longo na constante evolução dos re-sultados atléticos. A par do crescente desenvolvimento e aperfeiçoamento dos processos de treinamento, da melhor seleção do elemento humano, específico para cada prova, do incentivo cada vez maior em todo o mundo para uma prática mais especializada e do interesse por eficientes repre-sentações, o que, de certa forma, traduz a própria eficiência de cada país, duas outras circunstâncias fundamentais contribuíram definitivamente para isso. As disputas realizadas a 2.240 metros de altitude já são um fator

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pre-ponderante. Finalmente, a nova pista de tartan, maravilha da técnica mo-derna, somando-se aos fatores citados, trouxe os resultados tão espetacula-res e em tão grande número, como vimos, na capital asteca.

Senão vejamos: Provas masculinas — 24 Recordes olímpicos — 18 Recordes mundiais — 9 Provas femininas — 12 Recordes olímpicos — 9 Recordes mundiais — 7

Êsses Jogos foram chamados também "A Olimpíada da Paz". Da Paz ou dos Recordes. Podem-se confundir as designações em uma abstração, pois, por muito que se repita, nunca será demais, declarar, com tôda ênfase, que os esforços dos campos esportivos, apesar de tôdas as deturpações, de-vem ser considerados essencialmente como o empenho pela fraternidade, amizade e autovalorização baseada no respeito humano, entre indivíduos e nações, portanto, pela Paz.

L I G E I R A ANÁLISE DA ATUAÇÃO B R A S I L E I R A

A tarefa é relativamente fácil, se a encararmos de modo simples, ou de muita complexidade, se entrarmos no todo de sua problemática.

Dos quatro atletas enviados ao México, tivemos realmente a atuação de apenas três. Isso porque Irenice Rodrigues foi desligada, por questões disciplinares, tirando-nos a possibilidade de mais uma boa oportunidade. Não nos cabe julgar o fato, apenas lamentá-lo.

Maria da Conceição Cipriano igualou o recorde sul-americano do salto em altura. Apesar de não ter repetido sua marca na fase final, achamos que sua atuação foi normal e positiva.

Aida dos Santos, atleta que tantas glórias deu ao Brasil, ficou em décimo lugar no pentatlon. Isso, para o julgamento comum, a que infeliz-mente estamos sendo levados, em função de uma errônea valorização da medalha, parece fracasso. No entanto, devemos considerar como atuação das mais eficientes, que mais uma vez veio confirmar o grande desprendi-mento da valorosa atleta, que nos deu outro recorde sul-americano.

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