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Fluxo de potência ótimo estocástico considerando geração eólica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM

ENGENHARIA EL ´ETRICA

BRUNO RAFAEL GRIS

FLUXO DE POT ˆENCIA ´OTIMO ESTOC ´ASTICO CONSIDERANDO GERAC¸ ˜AO E ´OLICA

Florian´opolis 2014

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BRUNO RAFAEL GRIS

FLUXO DE POT ˆENCIA ´OTIMO ESTOC ´ASTICO CONSIDERANDO GERAC¸ ˜AO E ´OLICA

Disserta¸c˜ao submetida ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica para a obten¸c˜ao do Grau de Mestre em Engenharia El´etrica.

Orientador: Profa. Katia Campos de Almeida, Ph.D.

Florian´opolis 2014

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A ficha catalogr´afica ´e confeccionada pela Biblioteca Central. Tamanho: 7cm x 12 cm

Fonte: Times New Roman 9,5 Maiores informa¸c˜oes em:

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BRUNO RAFAEL GRIS

FLUXO DE POT ˆENCIA ´OTIMO ESTOC ´ASTICO CONSIDERANDO GERAC¸ ˜AO E ´OLICA

Esta Disserta¸c˜ao foi julgada aprovada para a obten¸c˜ao do T´ıtulo de “Mestre em Engenharia El´etrica”, e aprovada em sua forma final pelo Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica.

Florian´opolis, 23 de Junho 2014.

Prof. Carlos Galup Montoro, Ph.D. Coordenador do Curso

Profa. Katia Campos de Almeida, Ph.D.

Orientador Banca Examinadora:

Profa. Katia Campos de Almeida, Ph.D.

Presidente

Prof. Maur´ıcio Barbosa de Camargo Salles, Dr.

Prof. Hans Helmut Z¨urn, Ph.D.

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AGRADECIMENTOS

Agrade¸co primeiramente a Deus e minha fam´ılia, Ediomar (Pai), Rosane (M˜ae), Lucas (Irm˜ao), por toda for¸ca e apoio, principalmente nas horas que mais precisei.

Agrade¸co tamb´em `a todos que de alguma forma me ajudaram durante o per´ıodo em que estive estudando e pesquisando na Univer-sidade Federal de Santa Catarina, incluindo aqueles cujos nomes n˜ao est˜ao citados pois inevitavelmente alguns deixam de ser lembrados.

De uma forma especial, agrade¸co `a minha orientadora e profes-sora, Katia Campos de Almeida pelo incentivo, paciˆencia, e conheci-mento transmitido que foi fundamental para o desenvolviconheci-mento deste trabalho.

Aos membros da banca examinadora, Prof. Maur´ıcio Barbosa de Camargo Salles, Prof. Roberto de Souza Salgado, Prof. Hanz Helmut Z¨urn, pelos elogios e sugest˜oes que contribu´ıram para o aprimoramento do trabalho.

Ao pessoal da Estelar, principalmente, ao colega Edemilson Ran-gel pelo conhecimento e tempo dedicados que auxiliaram no desenvol-vimento do trabalho.

`

A todos professores do Grupo de Sistemas de Potˆencia pela ami-zade e pela forma como contribu´ıram para minha forma¸c˜ao pessoal e profissional.

Aos colegas que se tornaram meus grandes amigos, e cuja ajuda n˜ao se limitou apenas ao ambiente de estudo: Br´ıgida Decker, Carlos Arturo Rodr´ıguez, Cesar Augusto Vicentim, Ciro Jos´e Froncek Eder, Edson Andreoli, F´abio Mantelli, Fernando Winter, Franciele Ciconett, Guido Moraes, Guilherme Fredo, Gustavo Rodriguez, Humberto Jos´e de Oliveira Alencar, Jo˜ao Yokoyama Menezes, Jos´e Oct´avio Ces´ario, Kauana Palma Silva, Leandro De Marchi Pintos, Leonardo Rese, May-con Aur´elio Maran, Paulo Andr´e Sehn, Rodolfo Bialecki Leandro, Sara Einsfeld, e `a minha namorada Maria Gabriela Azevedo Barros por todo carinho e companheirismo.

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“Como o tecido do universo ´e o mais per-feito e fruto do trabalho do mais s´abio Criador, nada acontece no universo sem que alguma lei de m´aximo e m´ınimo apare¸ca”

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RESUMO

FLUXO DE POT ˆ

ENCIA ´

OTIMO ESTOC ´

ASTICO

CONSIDERANDO GERAC

¸ ˜

AO E ´

OLICA

Bruno Rafael Gris

Florian´opolis

2014

A introdu¸c˜ao de fontes renov´aveis com capacidade vari´avel, tais como usinas e´olicas e fotovoltaicas, traz grandes desafios para a opera¸c˜ao dos sistemas de energia el´etrica. S˜ao necess´arias ferramentas com-putacionais capazes de realizar a an´alise da condi¸c˜oes operativas dos sistemas na presen¸ca dessas novas fontes de gera¸c˜ao. O presente tra-balho apresenta uma ferramenta computacional que otimiza os custos da opera¸c˜ao de um sistema el´etrico incorporando o comportamento aleat´orio da gera¸c˜ao e´olica. As equa¸c˜oes que fornecem o ponto de opera¸c˜ao em regime permanente de usinas e´olicas s˜ao inseridas no pro-blema de fluxo de potˆencia ´otimo (FPO), sendo a aleatoriedade do vento representada atrav´es de cen´arios de velocidade de vento equiprov´aveis. O problema FPO ´e formulado de maneira que a complementa¸c˜ao da gera¸c˜ao e´olica seja feita pelas usinas hidrel´etricas, enquanto que as usinas termel´etricas mantˆem constantes suas gera¸c˜oes nos diferentes cen´arios de vento. Utilizam-se conceitos da relaxa¸c˜ao Lagrangenana e da programa¸c˜ao dual para viabilizar a resolu¸c˜ao do problema. Com o intuito de melhorar o desempenho da ferramenta computacional as res-tri¸c˜oes relaxadas s˜ao adicionadas a fun¸c˜ao objetivo atrav´es de um termo linear e um termo quadr´atico, resultando em um Lagrangeano Aumen-tado. O problema ´e resolvido atrav´es do M´etodo dos Multiplicadores com Dire¸c˜ao Alternada (MMDA). A efic´acia da ferramenta computaci-onal ´e avaliada atrav´es de simula¸c˜oes em trˆes sistemas el´etricos, sendo eles: os sistemas teste do IEEE de 14 e 30 barras e um equivalente do sistema da Regi˜ao Sul com 192 barras. Os resultados obtidos mostram a aplicabilidade do modelo FPO e a eficiˆencia do m´etodo de resolu¸c˜ao. Palavras-chave: Gera¸c˜ao E´olica, Fluxo de Potˆencia ´Otimo, Relaxa¸c˜ao Lagrangeana, Programa¸c˜ao Dual, Lagrangeano Aumentado, M´etodo dos Multiplicadores com Dire¸c˜ao Alternada.

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ABSTRACT

STOCHASTIC OPTIMAL POWER FLOW

CONSIDERING WIND POWER PLANTS

Bruno Rafael Gris

Florian´opolis

2014

The use of renewable energy sources, with variable generation capa-city, brings new challenges to power system operation. Computational tools used in the analysis of the system must be updated in order to properly represent the impact of this new type of generation on sys-tem. This work describes a computational tool to minimize operational costs of hidrothermal systems considering the random behavior of wind power generation. The equations that express the steady state opera-tion of wind farms are incorated in a estochastic optimal power flow (OPF) problem that represent the variability of wind through a set of equiprobable scenarios. The OPF problem is formulated in a way that wind power generation is complemented by hydro generation, while the thermoelectric plants maintain the same dispatch in every scenario of wind. The Lagrangian Relaxation is used solve the problem. In or-der to improve the performance of the solution algorithm, the relaxed constraints are introduced into the OPF objective function by linear and quadratic penalties, which results in a Aungmented Lagrangian. The problem is solved by the Alternating Direction Method of Mult-pliers (ADMM). The efficiency of the computacional tool is evaluated through simulations using the IEEE test systems with 14 and 30 bu-ses and an equivalent of the Brazilian Southern Region system with 192 buses. The results demonstrate the applicability the OPF model proposed and the efficiency of the solution method.

Keywords: Wind Power, Optimal Power Flow, Lagrangian Relaxa-tion, Dual Programing, Augmented lagrangian, Alternating Direction of Multipliers Method.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 Capacidade de Potˆencia E´olica Global Acumulada. . . . 25

Figura 1.2 Gera¸c˜ao de energia e´olica. . . 27

Figura 2.1 Componentes principais de uma unidade de gera¸c˜ao e´olica. . . 34

Figura 2.2 Topologias usuais de turbinas. . . 35

Figura 2.3 Fluxo de ar atrav´es de uma ´area de se¸c˜ao transversal A. . . 36

Figura 2.4 Potˆencia Dispon´ıvel no vento por Unidade de ´Area. . . . 37

Figura 2.5 Curvas Cp para diferentes valores de ˆangulo de passo. . 38

Figura 2.6 Curva de potˆencia t´ıpica da turbina e´olica. . . 40

Figura 2.7 Circuito equivalente do SCIG. . . 42

Figura 2.8 Diagrama esquem´atico do DFIG. . . 44

Figura 2.9 Circuito equivalente do DFIG. . . 44

Figura 2.10 Diagrama unifilar simplificado de um parque e´olico.. . . 47

Figura 3.1 Modelo π da linha de transmiss˜ao. . . 53

Figura 3.2 Transformador em fase.. . . 54

Figura 3.3 Transformador defasador puro. . . 55

Figura 3.4 Modelo unificado - Linha e transformador. . . 55

Figura 3.5 Balan¸co de potˆencia na rede. . . 58

Figura 3.6 Balan¸co de potˆencia na rede. . . 60

Figura 3.7 Perfil da velocidade do vento de um mˆes t´ıpico. . . 64

Figura 3.8 Perfil da velocidade do vento de dois dias t´ıpicos. . . 64

Figura 3.9 Curva caracter´ıstica do custo de unidades termel´etricas. 66 Figura 3.10 ´Arvore de cen´arios. . . 69

Figura 3.11 Sistema Teste. . . 71

Figura 4.1 Fluxograma de solu¸c˜ao via relaxa¸c˜ao Lagrangeana. . . . 83

Figura 4.2 Fluxograma de solu¸c˜ao do problema proposto. . . 90

Figura 5.1 Evolu¸c˜ao da norma do gradiente da fun¸c˜ao Dual. . . 97

Figura 5.2 Evolu¸c˜ao da norma do gradiente da fun¸c˜ao Dual. . . 99

Figura 5.3 Evolu¸c˜ao da norma do gradiente da fun¸c˜ao Dual. . . 100

Figura 5.4 Evolu¸c˜ao da norma do gradiente da fun¸c˜ao Dual. . . 102

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Figura 5.8 Gera¸c˜oes de potˆencia reativa nos quatro cen´arios. . . 106

Figura 5.9 Valor esperado da Tens˜ao `as 20hs - DFIG. . . 107

Figura 5.10 Gera¸c˜oes de potˆencia ativa nos quatro cen´arios. . . 108

Figura 5.11 Gera¸c˜oes de potˆencia reativa nos quatro cen´arios. . . 108

Figura 5.12 Gera¸c˜oes de potˆencia ativa em quatro cen´arios. . . 109

Figura 5.13 Gera¸c˜oes de potˆencia ativa nos quatro cen´arios. . . 110

Figura 5.14 Valor esperado da Tens˜ao `as 20 hs - SCIG. . . 110

Figura 5.15 Gera¸c˜ao de potˆencia ativa esperada. . . 111

Figura 5.16 Gera¸c˜ao de potˆencia reativa esperada. . . 112

Figura 5.17 Custo esperado. . . 112

Figura 5.18 Gera¸c˜ao de potˆencia ativa esperada - UEs e UTs. . . 114

Figura 5.19 Gera¸c˜ao de potˆencia ativa esperada - UHs. . . 114

Figura 5.20 Gera¸c˜ao de potˆencia ativa - Unidades e´olicas. . . 114

Figura 5.21 Gera¸c˜ao de potˆencia reativa esperada - UEs. . . 115

Figura 5.22 Valor esperado da tens˜ao ao longo do dia - barras 99 e 100. . . 115

Figura 5.23 Valor esperado da tens˜ao `as 20:00 horas. . . 115

Figura 5.24 Fluxo de potˆencia ativa esperada. . . 116

Figura 5.25 Fluxo de potˆencia reativa esperada. . . 117

Figura 5.26 Valor esperado do custo total de opera¸c˜ao.. . . 117

Figura A.1 Geradores em paralelo - SCIG . . . 127

Figura A.2 Geradores equivalentes - DFIG . . . 129

Figura A.3 Geradores equivalentes - DFIG . . . 130

Figura E.1 Sistema IEEE 14 barras . . . 149

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 Gera¸c˜ao de energia e´olica [MWmed] . . . 27

Tabela 1.2 Capacidade Instalada por Estado . . . 28

Tabela 2.1 Fator de potˆencia operacional dos parques e´olicos. . . 46

Tabela 3.1 Dados das barras. . . 72

Tabela 3.2 Velocidade do Vento. . . 72

Tabela 5.1 Casos em estudo. . . 95

Tabela 5.2 Cen´arios de Velocidade do Vento - Casos A e B. . . 95

Tabela 5.3 Cen´arios de Velocidade do Vento - Caso C. . . 95

Tabela 5.4 Cen´arios de Velocidade do Vento - Casos D e E. . . 96

Tabela 5.5 Influˆencia dos valores iniciais de ρp e ρq - Geradores e´olicos tipo DFIG. . . 96

Tabela 5.6 Convergˆencia do algoritmo considerando a inser¸c˜ao do DFIG. . . 97

Tabela 5.7 Influˆencia dos valores iniciais de ρp e ρq - Geradores e´olicos tipo SCIG. . . 98

Tabela 5.8 Influˆencia dos valores iniciais de ρp e ρq - Geradores e´olicos DFIG e SCIG. . . 99

Tabela 5.9 Casos em estudo considerando o aumento da capacidade instalada. . . 100

Tabela 5.10 Casos em estudo considerando a inser¸c˜ao de trˆes par-ques e´olicos. . . 100

Tabela 5.11 Convergˆencia do algoritmo considerando o aumento da capacidade instalada. . . 101

Tabela 5.12 Convergˆencia do algoritmo considerando a inser¸c˜ao de trˆes parques e´olicos. . . 101

Tabela 5.13 Velocidade do vento em uma amostra de 10 cen´arios para o Caso C. . . 101

Tabela 5.14 Convergˆencia do algoritmo. . . 102

Tabela 5.15 Opera¸c˜ao em regime permanente do DFIG. . . 103

Tabela 5.16 Tens˜ao nas barras pr´oximas ao parque e´olico. . . 103

Tabela 5.17 Variˆancia das tens˜oes. . . 110

Tabela 5.18 Variˆancia m´axima das potˆencias geradas. . . 112 Tabela 5.19 Casos em estudo considerando a inser¸c˜ao de trˆes

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par-Tabela D.1 Dados da turbina e´olica . . . 145

Tabela D.2 Dados do DFIG . . . 145

Tabela D.3 Dados do SCIG . . . 145

Tabela E.1 Dados das Barras - IEEE 14 barras . . . 150

Tabela E.2 Dados das Linhas de Transmiss˜ao- IEEE 14 barras . . . 151

Tabela F.1 Dados das barras - IEEE 30 barras . . . 156

Tabela F.2 Dados das Linhas de Transmiss˜ao- IEEE 30 barras . . . 157

Tabela G.1 Dados das barras - Sul equivalente . . . 161

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL Agˆencia Nacional de Energia El´etrica DFIG Doubly Fed Induction Generator. EPE Empresa de Pesquisa Energ´etica FPO Fluxo de Potˆencia ´Otimo

MMDA M´etodo dos Multiplicadores com Dire¸c˜ao Alternada. ONS Operador Nacional do Sistema.

SCIG Squirrel Cage Induction Generator. SIN Sistema Interligado Nacional.

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LISTA DE SIMBOLOS

A Area de varredura da turbina e´´ olica. al Tap do transformador na linha l.

bk Susceptˆancia do equipamento SVC na barra k.

bshkm Susceptˆancia shunt na linha k − m. Cp Coeficiente de potˆencia.

fl Fluxo de potˆencia na linha l.

F P Fator de potˆencia do DFIG.

Ir,φr Corrente no rotor(magnitude e ˆangulo de fase) - DFIG.

Is,φs Corrente no estator (magnitude e ˆangulo de fase) - DFIG.

N Rela¸c˜ao de transmiss˜ao do multiplicador de velocidades. Nb N´umero de barras do sistema l.

Nl N´umero de linhas do sistema l.

Nω N´umero de cen´arios l.

Pdk Carga ativa na barra k.

Pdf igeq

k Potˆencia ativa equivalente gerada pelo DFIG na barra k.

Phk Potˆencia ativa pela hidrel´etrica na barra k.

Ptk Potˆencia ativa gerada pela usina termel´etrica na barra k.

Pscigeq k Potˆencia ativa equivalente gerada pelo SCIG na barra k. Pwt Potˆencia extra´ıda do vento pela turbina.

Qdk Carga reativa na barra k.

Qeqdf ig

k Potˆencia reativa equivalente gerada pelo DFIG na barra k.

Qhk Potˆencia reativa pela hidrel´etrica na barra k.

Qtk Potˆencia reativa gerada pela usina termel´etrica na barra

k. Qeqscig

k Potˆencia reativa equivalente gerada pelo SCIG na barra k.

R Raio da turbina.

rkm Resistˆencia na linha k − m.

Rr Resistˆencia efetiva do roto - DFIG.

Rs Resistˆencia efetiva do estator - DFIG.

r2 Resistˆencia efetiva do rotor - SCIG.

s Escorregamento. v Velocidade do vento.

(22)

Vk Tens˜ao na barra k.

vnom Velocidade do vento que corresponde `a opera¸c˜ao nominal

da turbina.

xkm Reatˆancia na linha k − m.

xm Reatˆancia de magnetiza¸c˜ao - SCIG.

Xm Reatˆancia de magnetiza¸c˜ao - DFIG.

Xr Reatˆancia de dispers˜ao do rotor - DFIG.

xs Reatˆancia efetiva - SCIG.

Xs Reatˆancia de dispers˜ao do estator - DFIG.

β Angulo de passo.ˆ

ηq Vetor de penalidade linear das restri¸c˜oes de potˆencias

reativas geradas pelas termel´etricas.

ηp Vetor de penalidade linear das restri¸c˜oes de potˆencias

ativas geradas pelas termel´etricas. λ Rela¸c˜ao de velocidades.

ρ Densidade do ar.

ρq Fator de penalidade quadr´atica das restri¸c˜oes de potˆencias

reativas geradas pelas termel´etricas.

ρp Fator de penalidade quadr´atica das restri¸c˜oes de potˆencias

ativas geradas pelas termel´etricas.

φl Angulo de defasagem do transformador defasador na linhaˆ

l.

ωs Velocidade s´ıncrona.

(23)

SUM ARIO

1 Introduc~ao . . . 25 1.1 Contextualiza¸c˜ao do Problema . . . 25 1.1.1 A Gera¸c˜ao E´olica no Brasil . . . 26 1.2 Aspectos de Sistemas El´etricos com Gera¸c˜ao E´olica . . . 28 1.2.1 Opera¸c˜ao do Sistema El´etrico Brasileiro na Presen¸ca de

Gera¸c˜ao E´olica . . . 29 1.3 Revis˜ao Bibliogr´afica . . . 30 1.4 Objetivos da Disserta¸c˜ao . . . 32 1.5 Organiza¸c˜ao da Disserta¸c˜ao . . . 32 2 Aspectos da Gerac~ao Eolica . . . 33 2.1 Introdu¸c˜ao . . . 33 2.2 Aerogerador . . . 33 2.3 Turbina E´olica . . . 34 2.4 A Potˆencia do Vento . . . 35 2.5 A Extra¸c˜ao da Potˆencia do Vento . . . 37 2.5.1 Multiplicador de Velocidade . . . 40 2.6 Modelagem dos Geradores E´olicos em Regime Permanente . . 40 2.6.1 Modelagem do SCIG . . . 42 2.6.2 Modelagem do DFIG . . . 43 2.6.3 Aspectos da Conex˜ao dos Parques E´olicos na Rede . . . 46 2.7 Representa¸c˜ao dos Parques E´olicos . . . 47 2.7.1 Modelo equivalente do SCIG . . . 47 2.7.2 Modelo equivalente do DFIG . . . 48 2.8 Conclus˜oes . . . 49 3 Inserc~ao dos Parques Eolicos no Problema de Fluxo

de Pot^encia Otimo . . . 51 3.1 Introdu¸c˜ao . . . 51 3.2 Opera¸c˜ao em Regime Permanente . . . 51 3.2.1 Modelagem Matem´atica do Sistema . . . 51 3.2.2 Equacionamento das Inje¸c˜oes de Potˆencia nas Barras . . . 57 3.2.3 Balan¸co de Potˆencia nas Barras . . . 59

(24)

3.3 Representa¸c˜ao da Variabilidade do Vento . . . 64 3.4 Opera¸c˜ao ´Otima do Sistema Na Presen¸ca de Gera¸c˜ao E´olica . 65 3.4.1 Caracter´ısticas de Opera¸c˜ao das Usinas Hidrel´etricas e

Ter-mel´etricas . . . 66 3.4.2 FPO como um Problema de Programa¸c˜ao Estoc´astica . . . 68 3.5 Exemplo Ilustrativo . . . 71 3.6 Conclus˜oes . . . 74 4 Estrategia de Soluc~ao . . . 75 4.1 Introdu¸c˜ao . . . 75 4.2 Relaxa¸c˜ao Lagrangeana . . . 75 4.2.1 Estrutura do Problema . . . 76 4.2.2 Problemas Separ´aveis e Relaxa¸c˜ao Lagrangeana . . . 77 4.3 Programa¸c˜ao Dual . . . 80 4.3.1 M´etodo de Solu¸c˜ao do Problema Dual . . . 84 4.4 Relaxa¸c˜ao Lagrangeana com o Lagrangeano Aumentado . . . . 85 4.5 Decomposi¸c˜ao do Problema . . . 86 4.6 Solu¸c˜ao do Problema pelo M´etodo dos Multiplicadores com

Dire¸c˜ao Alternada . . . 87 4.7 Conclus˜ao . . . 90 5 Resultados . . . 93 5.1 Introdu¸c˜ao . . . 93 5.2 Considera¸c˜oes Sobre as Simula¸c˜oes . . . 93 5.3 Sistemas em Estudo . . . 94 5.3.1 Sistema Teste IEEE 14 Barras . . . 94 5.3.2 Sistema Teste IEEE 30 Barras . . . 94 5.3.3 Equivalente do Sistema da Regi˜ao Sul do Brasil . . . 94 5.4 Desempenho do Algoritmo . . . 94 5.4.1 Caso A: Desempenho do Algoritmo Considerando a

In-ser¸c˜ao de Unidades DFIG . . . 96 5.4.2 Caso B: Desempenho do Algoritmo Considerando a

In-ser¸c˜ao de Unidades SCIG . . . 98 5.4.3 Caso C: Desempenho do Algoritmo Considerando a

In-ser¸c˜ao de Unidades SCIG e DFIG . . . 98 5.5 Modos de Opera¸c˜ao do DFIG . . . 102

(25)

5.6 An´alise da Influˆencia dos Parques E´olicos na Opera¸c˜ao ´Otima do Sistema El´etrico . . . 104 5.6.1 An´alise da Inser¸c˜ao do DFIG no Sistema IEEE 30 Barras . 105 5.6.2 An´alise da Inser¸c˜ao do DFIG com Fator de Potˆencia Unit´ario

no Sistema IEEE 30 Barras . . . 106 5.6.3 An´alise da Inser¸c˜ao do SCIG no Sistema IEEE 30 Barras . . 107 5.6.4 An´alise da Inser¸c˜ao de Parques E´olicos no Sistema IEEE

14 Barras . . . 110 5.6.5 An´alise da Inser¸c˜ao de Parques E´olicos no Sistema Sul

Equivalente . . . 113 5.7 Aspectos Importantes . . . 118 5.8 Conclus˜oes . . . 118 6 Conclus~oes . . . 121 6.1 Introdu¸c˜ao . . . 121 6.2 Resultados Principais . . . 121 6.3 Sugest˜oes Para Trabalhos Futuros . . . 122 AP^ENDICE A -- Equivalente dos parques eolicos . . . 127 AP^ENDICE B -- Problema de FPO . . . 135 AP^ENDICE C -- Metodo dos pontos interiores . . . 139 AP^ENDICE D -- Dados das Unidades de Gerac~ao Eolica 145 AP^ENDICE E -- Sistema IEEE 14 barras . . . 149 AP^ENDICE F -- Sistema IEEE 30 barras . . . 155 AP^ENDICE G -- Sistema Sul Equivalente . . . 161 REFER^ENCIAS . . . 171

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25

1 INTRODUC ~AO

1.1 Contextualiza¸c˜ao do Problema

A crescente demanda de energia el´etrica, associada a uma preo-cupa¸c˜ao cada vez maior com o meio ambiente, e a busca pela diversi-fica¸c˜ao da matriz energ´etica incentivam os investimentos e pesquisa na gera¸c˜ao de energia a partir das fontes renov´aveis, entre elas, a energia e´olica.

Entre as fontes renov´aveis, a energia e´olica ocupa um lugar de destaque, pois esta tecnologia ´e a que mais cresceu nos ´ultimos 30 anos [1]. De 1996 at´e 2013 a capacidade instalada desta fonte de energia no mundo apresentou um comportamento exponencial chegando a 312,127 GW, como ´e mostrado na figura 1.1 [2].

Figura 1.1 – Capacidade de Potˆencia E´olica Global Acumulada. Segundo os dados divulgados pela Global Wind Energy Council [2], os pa´ıses com a maior capacidade instalada de energia e´olica no mundo at´e dezembro de 2013 s˜ao China, Estados Unidos e Alemanha. Os resultados mostram que a China possui atualmente uma capacidade de aproximadamente 91,42 GW, enquanto que os Estados Unidos e Alemanha apresentam capacidade instalada de aproximadamente 61,09 e 34,25 GW, respectivamente.

A participa¸c˜ao dos parques e´olicos na gera¸c˜ao el´etrica em quanti-dades significativas ´e uma realidade no atual cen´ario na matriz energ´etica global. A Dinamarca aponta como l´ıder no aproveitamento dos recursos e´olicos. No mˆes de Dezembro de 2013, as forcas provenientes do vento garantiram 54,8 % da energia consumida, sendo a primeira vez que um pais recebeu mais da metade de sua energia a partir da gera¸c˜ao e´olica, segundo o principal operador de rede da Dinamarca Energinet.dk [3]. O crescimento do n´umero de usinas e´olicas, que apresentam capacidade

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de gera¸c˜ao muito vari´avel devido ao comportamento dos ventos, imp˜oe novas condi¸c˜oes operativas aos sistemas el´etricos de potˆencia. S˜ao ne-cess´arios estudos para que essa nova fonte de energia possa ser aprovei-tada mantendo-se n´ıveis aceit´aveis de seguran¸ca e confiabilidade.

1.1.1 A Gera¸c˜ao E´olica no Brasil

O Sistema Interligado Nacional (SIN) possui predominˆancia na gera¸c˜ao hidrel´etrica e a falta ocasional de chuvas implica numa parti-cipa¸c˜ao maior de outras fontes de energia, principalmente provenien-tes de termel´etricas. Segundo resultados divulgados pela Empresa de Pesquisa Energ´etica (EPE) a matriz energ´etica brasileira apresentou em 2012 uma participa¸c˜ao equivalente a 76,9% de gera¸c˜ao hidrel´etrica, o que mostra a forte dependˆencia deste tipo de energia [4]. Desta forma, nota-se a necessidade de diversificar a gera¸c˜ao em ´epocas de insuficiˆencia de precipita¸c˜ao pluviom´etrica, que, associada `a tendˆencia global de gerar energia a partir de fontes renov´aveis, contribuiu para a cria¸c˜ao do programa de incentivo de fontes renov´aveis (PROINFA). Tal programa foi capaz de reduzir 45% o custo de implanta¸c˜ao de parques e´olicos [5], tornando o investimento atrativo para a iniciativa privada e contribuindo para o crescimento da participa¸c˜ao de energia renov´avel no setor. Na regi˜ao Nordeste, especificadamente, essa fonte de energia ´e complementar `a energia hidrel´etrica, e apresenta potencial equivalente a 75,05 GW de capacidade instalada de acordo com o Atlas de Poten-cial E´olico Brasileiro [6]. O mesmo atlas mostra que a regi˜ao Sul disp˜oe de potencial e´olico equivalente a 22,76 GW de capacidade instalada e que o potencial e´olico em todo territ´orio nacional chega a 143,5 GW.

Os resultados divulgados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) apontam um crescimento da gera¸c˜ao e´olica no Brasil, vide Ta-bela 1.1. Comparando os dados da gera¸c˜ao e´olica em [MWmed] nos anos de 2012 e 2013, nota-se que houve um aumento significativo da participa¸c˜ao desse tipo de energia, principalmente nos meses de Feve-reiro, Mar¸co e Setembro at´e Dezembro. Tamb´em observa-se que de 2012 para 2013, o mˆes de Novembro apresenta um acr´escimo de apro-ximadamente 70 % da gera¸c˜ao de energia e´olica. Se comparar o ano de 2010 com 2013 esses valores s˜ao ainda mais expressivos como pode ser visualizado na Figura 1.2.

Os estudos tamb´em apontam que a capacidade instalada desta fonte de energia atualmente ´e de 2,78 GW distribu´ıda em 119 parques e´olicos [7], com previs˜ao de capacidade instalada para mais de 8,2 GW

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Contextualiza¸c˜ao do Problema 27

Tabela 1.1 – Gera¸c˜ao de energia e´olica [MWmed] 2012 2013 Rela¸c˜ao % Janeiro 354,99 383,73 8,10 Fevereiro 265,44 401,92 51,42 Mar¸co 233,3 386,07 65,48 Abril 256,89 278,85 8,55 Maio 289,32 301,33 4,15 Junho 290,25 280,74 -3,28 Julho 380,88 349,08 -8,35 Agosto 456,01 463,29 1,60 Setembro 494,05 628,09 27,13 Outubro 445,1 662,18 48,77 Novembro 412,03 700,98 70,13 Dezembro 476,69 581,3 21,95

Figura 1.2 – Gera¸c˜ao de energia e´olica.

at´e 2016 [8]. A Tabela 1.2 sumariza a potˆencia instalada em cada estado do Brasil at´e o mˆes de Junho de 2013. Atrav´es dos dados apresentados nota-se que, na Regi˜ao Sul, o Rio Grande do Sul ´e o estado que mais contribui com este tipo de gera¸c˜ao, possuindo uma potˆencia instalada de 460 MW distribu´ıda em 15 parques e´olicos [7].

Atualmente o maior parque e´olico da regi˜ao Sul do Brasil se localiza no munic´ıpio de Os´orio no Rio Grande do Sul. Esse parque ´e tamb´em o segundo maior complexo de gera¸c˜ao e´olica do pa´ıs possuindo uma capacidade instalada de 150 MW [9]. O Rio Grande do Sul ser´a tamb´em o detentor do maior empreendimento da Am´erica Latina no

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Tabela 1.2 – Capacidade Instalada por Estado

Estado N´umero de Potˆencia

Parques Instalada (MW) Paran´a 1 2,5 Piau´ı 1 18,0 Pernambuco 5 24,8 Rio de Janeiro 1 34,5 Sergipe 1 69,0 Para´ıba 13 236,4 Santa Catarina 13 460,0

Rio Grande do Sul 15 582,0

Bahia 24 608,0

Cear´a 20 18,0

Rio Grande do Norte 25 727,2

segmento com a implanta¸c˜ao do Complexo E´olico Campos Neutrais. Esse ´e um empreendimento da Eletrosul e parceiros em andamento nos munic´ıpios de Santa Vit´oria do Palmar e Chu´ı com investimentos de aproximadamente R% 3,5 bilh˜oes, e re´une trˆes grandes parques: Geribatu, Chu´ı e Hermenegildo que somam 583 MW de capacidade instalada [10].

1.2 Aspectos de Sistemas El´etricos com Gera¸c˜ao E´olica

A energia el´etrica proveniente de aerogeradores n˜ao pode ser armazenada sem a presen¸ca de usinas hidrel´etricas revers´ıveis de reser-vat´orio. Al´em disso, a potˆencia fornecida `a rede por um aerogerador depende da velocidade do vento e, portanto, n˜ao se tem controle total da potˆencia fornecida por um parque e´olico `a rede. Essa caracter´ıstica da gera¸c˜ao e´olica exige mais aten¸c˜ao na opera¸c˜ao de um sistema de potˆencia, uma vez que os limites f´ısicos e operacionais n˜ao devem ser violados. Outro aspecto muito importante ´e a verifica¸c˜ao da capaci-dade de escoamento sob o ponto de vista da estabilicapaci-dade de tens˜ao. O controle do n´ıvel de tens˜ao se torna mais dif´ıcil quanto maior for o carregamento da linha, e pode ser comprometido `a medida que o carregamento se aproxima de seu ponto cr´ıtico.

O comportamento intermitente dos ventos reflete na opera¸c˜ao em regime permanente, e a depender da inser¸c˜ao dos parques e´olicos no sistema de potˆencia, a varia¸c˜ao da gera¸c˜ao oriunda do comporta-mento aleat´orio do vento pode comprometer o funcionamento adequado

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Aspectos de Sistemas El´etricos com Gera¸c˜ao E´olica 29

do sistema dentro das faixas aceit´aveis de opera¸c˜ao. Para operar seus sistemas, pa´ıses com muita gera¸c˜ao e´olica, tais como Espanha e Alema-nha, utilizam programas computacionais sofisticados capazes de consi-derar v´arios aspectos do comportamento intermitente da velocidade do vento e prever a energia e´olica dispon´ıvel no sistema. No entanto, tais previs˜oes est˜ao longe de ser perfeitas, e como a inser¸c˜ao de usi-nas e´olicas nesses pa´ıses ´e muito significativa, o desafio de se manter o sistema operando de forma adequada ´e substancialmente maior [11]. Outra dificuldade associada `a explora¸c˜ao da energia e´olica al´em das incertezas da velocidade do vento ´e que os recursos e´olicos da maior parte do planeta encontram-se afastados dos centros consumidores, em lugares onde a rede el´etrica possui pouca capacidade.

Devido `as suas caracter´ısticas, a gera¸c˜ao e´olica pode ser tratada apenas como uma fonte complementar de energia, que ´e limitada pela capacidade do sistema de absorver as varia¸c˜oes de potˆencia causadas pelo comportamento aleat´orio do vento [12].

1.2.1 Opera¸c˜ao do Sistema El´etrico Brasileiro na Presen¸ca de Gera¸c˜ao E´olica

O incentivo ao setor e´olico brasileiro ´e expressivo, mas a base da matriz energ´etica brasileira ainda ´e predominantemente hidrel´etrica. O pa´ıs possui um grande potencial h´ıdrico, aproveitado por meio de usinas com reservat´orios e capacidade de regulariza¸c˜ao plurianual que garantiu que o pa´ıs crescesse nas ´ultimas d´ecadas [11]. O emprego das novas tecnologias de gera¸c˜ao de energia torna a opera¸c˜ao do SIN mais complexa, e mantˆe-la com seguran¸ca ao menor custo tem sido um desafio cada vez maior.

A opera¸c˜ao do SIN ´e realizada pelo ONS, cujas atividades est˜ao voltadas para o planejamento da opera¸c˜ao de curto, m´edio e longo prazo. Em rela¸c˜ao a opera¸c˜ao dos parques e´olicos que se enquadram na avalia¸c˜ao de curto prazo, o ajuste do despacho ´e feito com discre-tiza¸c˜ao hor´aria durante um horizonte de tempo igual a um dia. Este tipo de gera¸c˜ao apresenta uma caracter´ıstica intermitente, e apesar das previs˜oes de velocidade do vento ajudar na decis˜ao de quanto as usinas devem gerar, o ONS ainda n˜ao disp˜oe de ferramentas computacionais adequadas [11]. Tal fato motivou o desenvolvimento do presente tra-balho.

Esta disserta¸c˜ao descreve um modelo de Fluxo de Potˆencia ´Otimo no qual s˜ao representadas usinas e´olicas. O modelo foi desenvolvido a

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partir do estudo de v´arios trabalhos sobre modelagem de usinas e´olicas na opera¸c˜ao em regime permanente dos sistemas de potˆencia. Tais trabalhos s˜ao resumidos a seguir.

1.3 Revis˜ao Bibliogr´afica

As publica¸c˜oes que se mostraram mais relevantes no desenvol-vimento deste trabalho s˜ao reunidas nesta se¸c˜ao. Primeiramente, s˜ao apresentados os artigos e trabalhos referentes `a modelagem da tur-bina e dos geradores e´olicos para opera¸c˜ao em regime permanente. Na sequˆencia apresenta-se a revis˜ao da literatura referentes `a inser¸c˜ao dos parques e´olicos no Fluxo de Potˆencia e no Fluxo de Potˆencia ´Otimo, essenciais no desenvolvimento deste trabalho.

V´arios estudos j´a foram desenvolvidos no intuito de se obter uma representa¸c˜ao das caracter´ısticas aerodinˆamicas da turbina e´olica. Em se tratando de estudos de sistemas de potˆencia, uma aproxima¸c˜ao do comportamento da turbina e´olica atrav´es de equa¸c˜oes alg´ebricas ´e abor-dada no trabalho de Slootweg, Polinder e Kling [13].

Um estudo pioneiro da modelagem de parques e´olicos nos estu-dos de Fluxo de Potˆencia ´e realizado em [14]. Nesse artigo, geradores de indu¸c˜ao tipo SCIG (Squirrel Cage Induction Generador) s˜ao inclu´ıdos no problema como uma barra PQ (potˆencias ativa e reativa determina-das), sendo a potˆencia ativa modelada como uma fun¸c˜ao da velocidade do vento, e a potˆencia reativa, como uma fun¸c˜ao da potˆencia ativa ge-rada e da tens˜ao onde o parque est´a conectado. A formula¸c˜ao de um Fluxo de Potˆencia considerando a inser¸c˜ao de geradores tipo SCIG e DFIG (Doubly Fed Induction Generator) ´e apresentada em [15]. No estudo em quest˜ao, os geradores DFIG s˜ao modelados considerando o fator de potˆencia constante no sentido de obter a potˆencia reativa a par-tir de outras vari´aveis do problema: (i) escorregamento, (ii) potˆencia ativa gerada e (iii) tens˜ao no ponto de conex˜ao do parque e´olico com a rede. Uma formula¸c˜ao mais detalhada da opera¸c˜ao est´atica do DFIG ´e apresentada por Padron e Lorenzo [16]. Nesse estudo s˜ao discutidas me-todologias para representar o DFIG nos estudos de Fluxo de Potˆencia a partir das equa¸c˜oes alg´ebricas que definem a sua opera¸c˜ao em regime permanente. Uma contribui¸c˜ao para a an´alise do perfil, e da estabili-dade de tens˜ao de sistemas el´etricos considerando parques e´olicos tipo DFIG ´e apresentada em [17]. Nesse trabalho, o perfil de tens˜ao nas barras ´e comparado quando os geradores DFIG operam com fator de potˆencia unit´ario ou com a tens˜ao fixada no valor nominal.

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Adicional-Revis˜ao Bibliogr´afica 31

mente, verifica-se que os geradores tipo DFIG podem contribuir para a estabilidade de tens˜ao. Posteriormente aos estudos de Padron e Lo-renzo, Piyasinghe e Fan [18] desenvolveram um algoritmo no sentido de resolver o Fluxo de Potˆencia ´Otimo considerando a inser¸c˜ao de parques e´olicos com geradores do tipo DFIG, com base nas equa¸c˜oes propostas por Padron e Lorenzo. Tal abordagem permitiu a obten¸c˜ao do valor exato da potˆencia injetada pelo parque e´olico na rede.

A formula¸c˜ao do problema de fluxo de potˆencia ´otimo com re-presenta¸c˜ao de gera¸c˜ao e´olica requer a modelagem das caracter´ısticas dos geradores e´olicos, no que tange `a gera¸c˜ao de potˆencia ativa e rea-tiva, e tamb´em a modelagem do car´ater randˆomico da velocidade dos vento. V´arios modelos FPO com representa¸c˜ao da variabilidade do vento j´a foram propostos dando ˆenfase `a minimiza¸c˜ao de fun¸c˜oes com-postas pelo custo de gera¸c˜ao termel´etrica e penalidades pelo n˜ao uso de toda potˆencia e´olica dispon´ıvel [19], ou custo de oportunidade associado `

a interrup¸c˜ao deste tipo de gera¸c˜ao [20]. Os modelos FPO propostos nesses artigos representam o comportamento aleat´orio da velocidade do vento atrav´es da fun¸c˜ao de distribui¸c˜ao de Weibull ou por histogramas de frequˆencia relativa obtidos de medidas ou modelos de predi¸c˜ao. Al-guns estudos tamb´em analisam o impacto da gera¸c˜ao e´olica na capaci-dade de transferˆencia dos sistemas. Nesses casos, o car´ater randˆomico da potˆencia fornecida pelas usinas e´olicas ´e representado atrav´es de fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao de probabilidade de dados de medi¸c˜ao [21, 22]. Os modelos de FPO anteriores s˜ao formulados considerando um ´

unico cen´ario de velocidade de vento. Sendo assim, esses programas FPO devem ser solucionados v´arias vezes para cada cen´ario de vento para que se tenha uma ideia exata da opera¸c˜ao ´otima dos sistemas na presen¸ca da gera¸c˜ao e´olica. T´ecnicas de programa¸c˜ao estoc´astica permitem que seja obtido um ponto de opera¸c˜ao ´otima do sistema con-siderando, ao mesmo tempo, um conjunto representativo de cen´arios de velocidade do vento. Neste caso, a solu¸c˜ao ´e obtida ´e a que otimiza o valor esperado de um determinado crit´erio de desempenho conside-rando todos os cen´arios. Esta t´ecnica foi usada recentemente em [23]. Esta disserta¸c˜ao detalha o modelo descrito em [23] e apresenta no-vos resultados do estudo realizados em diferentes sistemas el´etricos de potˆencia.

(34)

1.4 Objetivos da Disserta¸c˜ao

A energia e´olica tem cada vez mais uma participa¸c˜ao signifi-cativa na matriz energ´etica mundial. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo contribuir no desenvolvimento de ferramentas para serem usadas na an´alise da opera¸c˜ao em regime permanente de siste-mas que possuem gera¸c˜ao e´olica. S˜ao propostos uma formula¸c˜ao e um m´etodo de solu¸c˜ao para problema de Fluxo de Potˆencia ´Otimo com representa¸c˜ao de geradores e´olicos. A ferramenta computacional de-senvolvida ´e usada para analisar o impacto das e´olicas na opera¸c˜ao. Um modelo estoc´astico ´e usado para representar o car´ater intermitente da gera¸c˜ao e´olica, advindo da aleatoriedade das velocidades de vento.

1.5 Organiza¸c˜ao da Disserta¸c˜ao

O documento est´a dividido em cinco cap´ıtulos estruturados de acordo com a descri¸c˜ao a seguir.

O Cap´ıtulo 2 dedica-se a discutir caracter´ısticas operativas de algumas topologias de geradores e´olicos e os principais aspectos rela-cionados `a convers˜ao de energia e´olica. Nesse cap´ıtulo tamb´em s˜ao apresentadas `as equa¸c˜oes de opera¸c˜ao em regime permanente dos mo-delos em estudo.

No Cap´ıtulo 3, as equa¸c˜oes que representam a opera¸c˜ao em re-gime permanente dos parques e´olicos s˜ao integradas as equa¸c˜oes de balan¸co de potˆencia. Nesse cap´ıtulo tamb´em ´e descrita a formula¸c˜ao de um Fluxo de Potˆencia ´Otimo modelado como um problema de pro-grama¸c˜ao estoc´astica.

A estrat´egia de solu¸c˜ao e o algoritmo proposto s˜ao descritos no Cap´ıtulo 4.

No Cap´ıtulo 5 s˜ao apresentados os resultados obtidos conside-rando a inser¸c˜ao de parques e´olicos nos sistemas IEEE 14 barras, IEEE 30 barras, e Sul Equivalente 192 barras.

O cap´ıtulo 6 ´e dedicado `as conclus˜oes e `as contribui¸c˜oes do tra-balho, incluindo propostas para trabalhos futuros.

(35)

33

2 ASPECTOS DA GERAC ~AO E OLICA

2.1 Introdu¸c˜ao

A energia e´olica ´e a energia cin´etica proveniente da for¸ca dos ventos, que s˜ao formados devido `a diferen¸ca de press˜ao atmosf´erica. O vento apresenta comportamento aleat´orio, e o aproveitamento de seu potencial energ´etico envolve estudos sobre seu comportamento tempo-ral, bem como a tecnologia empregada na convers˜ao de energia.

Neste cap´ıtulo, s˜ao apresentados os principais conceitos de con-vers˜ao de energia e´olica e a modelagem dos principais geradores uti-lizados. Inicialmente, s˜ao abordados os elementos que constituem um aerogerador e a forma como podem ser concebidas as turbinas e´olicas. A seguir, ´e discutida a rela¸c˜ao entre a velocidade do vento e a potˆencia extra´ıda pelas turbinas, desconsiderando as n˜ao linearidades. Por fim, s˜ao apresentados os modelos em regime permanente de dois geradores e´olicos, o SCIG (Squirrel Cage Induction Generator - Gerador de Indu¸c˜ao com Rotor em Gaiola) e o DFIG (Doubly Fed Induction Generator - Gerador de Indu¸c˜ao Duplamente Alimentado).

2.2 Aerogerador

Os aerogeradores s˜ao equipamentos respons´aveis pela produ¸c˜ao de energia el´etrica a partir da energia cin´etica do vento. V´arias tecno-logias podem ser empregadas na sua concep¸c˜ao.

Um aerogerador (unidade de gera¸c˜ao e´olica) t´ıpico utilizado em parques e´olicos ´e mostrado na Figura 2.1 sendo seus principais com-ponentes: (1) p´as do rotor respons´aveis pela intera¸c˜ao com o vento, convertendo parte de sua energia cin´etica em trabalho mecˆanico; (2) cubo do rotor onde s˜ao encaixadas as p´as; (3) estrutura de suporte; (4) rolamento do eixo de baixa velocidade; (5) eixo de baixa velocidade; (6) caixa de engrenagens ou multiplicador de velocidade; (7) disco de freio; que serve para assegurar a imobiliza¸c˜ao do rotor quando o vento est´a a uma velocidade fora dos limites; (8) acoplamento do gerador; (9) gerador; (10) permutador de calor do circuito de arrefecimento da caixa de velocidades; (11) ventiladores destinados ao arrefecimento do gerador el´etrico; (12) sistema de medi¸c˜ao das condi¸c˜oes de vento; (13) sistema de controle do aerogerador; (14) sistema hidr´aulico; (15) meca-nismo de rota¸c˜ao da turbina; (16) rolamento do mecanismo de rota¸c˜ao;

(36)

(17) cabine do aerogerador onde s˜ao instalados os seus principais equi-pamentos; (18) torre e; (19) sistema de ajuste do ˆangulo das p´as que ´e destinado a regular o ˆangulo das p´as da turbina de modo a aproveitar ao m´aximo a energia dispon´ıvel em diferentes velocidades de vento [24].

Figura 2.1 – Componentes principais de uma unidade de gera¸c˜ao e´olica. Quando o vento incide nas p´as, um torque mecˆanico no rotor da turbina ´e produzido. Este torque ´e transmitido ao rotor do gerador por meio da caixa de engrenagens onde a velocidade ´e multiplicada para que o gerador trabalhe pr´oximo da velocidade s´ıncrona. Se a velocidade do vento extrapolar a faixa operativa do aerogerador, o sistema de ajuste das p´as age no sentido de impedir que a potˆencia extra´ıda do vento ultrapasse sua potˆencia nominal. O sistema de ajuste ´e realizado girando as p´as em torno de seu eixo longitudinal, diminuindo as for¸cas aerodinˆamicas que atuam sobre as p´as e, consequentemente, reduzindo o torque que ´e transmitido ao rotor da turbina. Outra vantagem do sistema de ajuste ´e permitir o controle da potˆencia ativa sob todas as condi¸c˜oes de vento. O est´agio final da convers˜ao de energia ´e realizada no gerador, onde diferentes topologias podem ser utilizadas. Essas s˜ao descritas com maiores detalhes no decorrer do texto.

2.3 Turbina E´olica

A turbina e´olica ´e o mecanismo do aerogerador destinado a con-verter energia e´olica em energia mecˆanica de rota¸c˜ao, e pode ser

(37)

classi-A Potˆencia do Vento 35

ficada basicamente como turbina de eixo vertical ou de eixo horizontal, topologias que podem ser visualizadas na Figura 2.2. As turbinas de eixo vertical s˜ao capazes de interceptar a energia do vento indepen-dente de sua dire¸c˜ao, mas como s˜ao instaladas pr´oximas ao solo, cap-tam pouca energia se comparadas as turbinas de eixo horizontal que s˜ao instaladas no topo de uma torre. As turbinas de eixo horizontal s˜ao as mais utilizadas em aerogeradores modernos, no entanto necessitam do mecanismo de rota¸c˜ao - item (15) da Figura 2.1 a fim de direcionar as p´as do rotor sempre na dire¸c˜ao perpendicular ao vento.

Em rela¸c˜ao ao n´umero de p´as que s˜ao conectadas ao cubo do rotor, pode se destacar a configura¸c˜ao de trˆes p´as, pois permite que a turbina opere em alta velocidade e baixo torque, caracter´ıstica desej´avel na gera¸c˜ao e´olica. O rotor com duas p´as tamb´em pode ser utilizado, por´em seu movimento n˜ao ´e est´avel, enquanto que o rotor com trˆes p´as apresenta movimento suave com oscila¸c˜oes menores ao torque no eixo. Desta forma, a transmiss˜ao mecˆanica torna-se mais simples.

Figura 2.2 – Topologias usuais de turbinas.

2.4 A Potˆencia do Vento

A energia e´olica ´e a energia cin´etica do ar em movimento, o vento. Esse ´e consequˆencia da diferen¸ca de press˜ao na atmosfera devido ao aquecimento desigual da superf´ıcie terrestre, e que pode ser tratado

(38)

como um fluido no estado gasoso se deslocando com uma determinada velocidade.

A express˜ao para a energia cin´etica E de uma coluna de ar com massa m e velocidade v, pode ser escrita como:

E = 1 2mv

2 (2.1)

Para uma dada velocidade de vento, derivando ambos os lados da express˜ao que define a energia cin´etica da coluna de ar, pode ser obter uma express˜ao para a potˆencia [25]:

P = ˙E = 1 2mv˙

2 (2.2)

Considerando que:

m = ρAx (2.3)

onde ρ ´e a densidade do ar e x ´e o eixo de deslocamento da massa de ar perpendicular `a ´area de se¸c˜ao transversal A de um cilindro imagin´ario mostrado na Figura 2.3[26].

Figura 2.3 – Fluxo de ar atrav´es de uma ´area de se¸c˜ao transversal A.

Ent˜ao a potˆencia dispon´ıvel no vento pode ser definida como: P = 1

2ρA ˙xv

2=1

2ρAv

3 (2.4)

A express˜ao (2.4) indica que a potˆencia dispon´ıvel no vento ´e proporcional ao cubo da velocidade que ele apresenta, fato que pode ser visualizado na Figura 2.4, onde ´e mostrada a potˆencia do vento em fun¸c˜ao de sua velocidade, considerando a densidade do ar constante, que em condi¸c˜oes meteorol´ogicas padr˜ao (15oC e 1,013 hPa) ´e igual a

(39)

A Extra¸c˜ao da Potˆencia do Vento 37

1,225 Kg/m [25].

Figura 2.4 – Potˆencia Dispon´ıvel no vento por Unidade de ´Area.

2.5 A Extra¸c˜ao da Potˆencia do Vento

A potˆencia total dispon´ıvel na coluna de ar ´e definida na equa¸c˜ao (2.4). No entanto essa potˆencia n˜ao pode ser totalmente transferida ao eixo da turbina, pois implicaria que a velocidade do vento se tornaria nula ao atravessar a ´area de varredura do aerogerador.

A potˆencia mecˆanica, Pm, transferida para o eixo do rotor da

turbina depende de v´arios fatores, tais como a geometria da p´a e a velocidade do vento. Em se tratando de estudos el´etricos no regime permanente, a rela¸c˜ao entre a potˆencia total dispon´ıvel na coluna de ar e a potˆencia efetivamente transferida ao eixo da turbina ´e expressa pelo Coeficiente de Potˆencia, Cp, que ´e fun¸c˜ao do ˆangulo de passo das

p´as β e da velocidade espec´ıfica λ: Pm=

1

2ρACp(λ, β)v

3 (2.5)

Usualmente, um conjunto de curvas Cp relacionando λ e β ´e

obtido experimentalmente para cada modelo de turbina e´olica, visto que as caracter´ısticas aerodinˆamicas, mesmo nas turbinas de trˆes p´as diferem umas das outras [27]. As curvas Cptamb´em podem ser obtidas

atrav´es do modelo geral proposto por Heier [28], sendo suas equa¸c˜oes mostradas a seguir:

(40)

Cp(λ, β) = c1 c2 λi − c3β − c4βc5− c6 ! e−c7λi (2.6) com λi= 1 1 λ+c8β − c9 β3+1 (2.7) onde c1-c9 s˜ao constantes ajustadas de forma a representar a

aero-dinˆamica das turbinas e´olicas.

As curvas Cp para diferentes valores de β s˜ao mostradas a

se-guir na Figura 2.5. As constantes utilizadas s˜ao ajustadas de acordo com Slootweg [13] que busca representar com maior fidelidade a aero-dinˆamica de turbinas modernas.

Figura 2.5 – Curvas Cp para diferentes valores de ˆangulo de passo.

Da Figura 2.5 nota-se que existe uma valor de λ que corresponde ao m´aximo coeficiente de potˆencia Cp,max.

A velocidade espec´ıfica λ representa a rela¸c˜ao entre a velocidade na ponta da p´a e a velocidade do vento, sendo matematicamente ex-pressa por:

λ = Rωt

v (2.8)

sendo R e ωt, respectivamente, o raio e a velocidade angular do rotor

da turbina e´olica respectivamente.

(41)

tur-A Extra¸c˜ao da Potˆencia do Vento 39

bina e´olica. Em 1926, Betz e Glauert descobriram que o valor m´aximo te´orico desse parˆametro chega a 0,593, por´em tal valor n˜ao passa de 0,5 em aerogeradores modernos [29].

Nos aerogeradores modernos geralmente s˜ao empregados contro-ladores que, combinados ao sistema de ajuste, permitem que a veloci-dade espec´ıfica seja mantida constante no seu valor ´otimo, permitindo maior extra¸c˜ao da energia do vento. Quando o aerogerador opera em condi¸c˜oes ´otimas, o coeficiente de potˆencia pode ser aproximado por uma constante, cujo valor m´aximo ´e obtido mantendo-se a velocidade espec´ıfica no seu valor ´otimo. A potˆencia mecˆanica transferida ao eixo da turbina ´e ent˜ao dada por:

Pm= k0v3 (2.9)

onde:

k0=

1

2ρACp,max (2.10)

Existe uma velocidade m´ınima necess´aria para partir a turbina e´olica, que normalmente varia entre 3 a 5 m/s, e uma velocidade m´axima de opera¸c˜ao, que ´e limitada pelas caracter´ısticas construti-vas do aerogerador, bem como uma faixa de velocidade onde a turbina opera nas condi¸c˜oes nominais. Esses limites devem ser considerados no modelo.

A potˆencia fornecida ao eixo do gerador considerando os limites operativos pode ser definida como:

Pwt =        0, se 0 ≤ v ≤ vci k0v3, se vci≤ v ≤ vnom Pmax, se vnom≤ v ≤ vco 0, se vco≤ v (2.11)

onde Pwt ´e a potˆencia ativa na sa´ıda da turbina, vci´e a velocidade de

corte inferior da turbina e vco´e a velocidade de corte superior, vnom´e a

velocidade nominal do vento para a turbina e´olica, e Pmax´e a potˆencia

m´axima extra´ıda do vento pela turbina e´olica. O comportamento da potˆencia entregue ao eixo de um aerogerador que apresenta vnom=12,5

m/s; vci=4 m/s e vco=20 m/s para diferentes velocidades de vento (0

`

(42)

Figura 2.6 – Curva de potˆencia t´ıpica da turbina e´olica.

2.5.1 Multiplicador de Velocidade

A velocidade angular do rotor da turbina e´olica varia normal-mente entre 15 e 220 rpm, devido a restri¸c˜oes da velocidade tangencial na ponta das p´as que operam na ordem de 50 a 110 m/s. Entretanto, os geradores conectados `a rede el´etrica trabalham com rota¸c˜oes mais altas. Sendo assim, ´e necess´ario que um sistema de multiplica¸c˜ao de velocidade seja instalado entre o rotor da turbina e o rotor do gera-dor. Podem tamb´em ser empregados geradores multipolos de baixa rota¸c˜ao, com grandes dimens˜oes. Neste ´ultimo caso, um sistema de multiplica¸c˜ao de velocidade pode ser dispensado. No caso onde ´e uti-lizado o multiplicador, a velocidade angular no rotor em fun¸c˜ao da velocidade angular na turbina ´e definida em (2.12) [30].

ωr= N ωt (2.12)

sendo N uma constante que representa a rela¸c˜ao de transmiss˜ao do Multiplicador de velocidade “caixa de engrenagens”.

2.6 Modelagem dos Geradores E´olicos em Regime Perma-nente

Os aerogeradores s˜ao muito vers´ateis em rela¸c˜ao `a tecnologia que pode ser utilizada na convers˜ao de energia, e as topologias empregadas na concep¸c˜ao de um aerogerador s˜ao classificadas basicamente segundo o tipo de gerador que ´e utilizado, e a forma como este ´e conectado `a

(43)

Modelagem dos Geradores E´olicos em Regime Permanente 41

rede el´etrica.

Os geradores utilizados em Unidades de Gera¸c˜ao E´olica podem ser do tipo s´ıncrono ou de indu¸c˜ao. Os geradores s´ıncronos s˜ao mais em-pregados nas usinas el´etricas convencionais, pois trabalham com veloci-dade constante devido ao controle de frequˆencia realizado pela m´aquina prim´aria. Al´em disso, pode ser realizado o controle da potˆencia rea-tiva por meio de uma corrente el´etrica aplicada ao rotor no gerador. Quando empregados na gera¸c˜ao e´olica, estes geradores s˜ao normalmente acoplados `a rede el´etrica por meio de conversores est´aticos sendo o ro-tor, excitado eletricamente por meio de um enrolamento de corrente cont´ınua ou por im˜as permanentes.

Outra possibilidade muita explorada na gera¸c˜ao e´olica, ´e o uso dos geradores de indu¸c˜ao, objeto deste trabalho. As m´aquinas de indu¸c˜ao trabalham com uma velocidade diferente da velocidade s´ıncrona, sendo assim, define-se o escorregamento s que relaciona a frequˆencia da rede ωscom a frequˆencia angular do estator do gerador ωr.

ωr= ωs(1 − s) (2.13)

• se s = 0, o rotor gira na velocidade s´ıncrona;

• se s > 0, o rotor est´a abaixo da velocidade s´ıncrona, operando como motor;

• se s < 0, o gerador est´a acima da velocidade s´ıncrona, operando como gerador.

Substituindo (2.12) em (2.13), pode-se obter uma express˜ao para o escorregamento em fun¸c˜ao da velocidade s´ıncrona e da velocidade da turbina.

s = 1 −N ωt ωs

(2.14) De acordo com as discuss˜oes anteriores, a velocidade angular da turbina pode ser representada em fun¸c˜ao da velocidade do vento, da velocidade espec´ıfica, e do raio das p´as da turbina. Portanto a express˜ao para o escorregamento definida em (2.14) pode ser reescrita como:

s = 1 −vN λ Rωs

(44)

2.6.1 Modelagem do SCIG

Os geradores de indu¸c˜ao em gaiola SCIG s˜ao robustos, dispensam controladores sofisticados e apresentam baixo custo. Por´em, a aplica¸c˜ao dessa tecnologia em aerogeradores de grande porte vem diminuindo nos ´

ultimos anos [31]. Esses geradores s˜ao geralmente conectados direta-mente `a rede, e operam com velocidade angular ligeiramente acima da velocidade s´ıncrona. As principais desvantagens desta topologia de ge-rador s˜ao as altas correntes de partida e a sua demanda de potˆencia reativa, que pode prejudicar a estabilidade de tens˜ao da rede local [32]. O circuito equivalente de regime permanente do SCIG, de acordo com [33], ´e mostrado na Figura 2.7. Nesse circuito, os parˆametros de-notados por x1e x

0

2s˜ao as reatˆancias de dispers˜ao nos enrolamentos do

estator e do rotor referida ao estator respectivamente, xm´e a reatˆancia

de magnetiza¸c˜ao, r2 ´e a resistˆencia no rotor referida ao estator, s ´e o

escorregamento, V ´e a magnitude de tens˜ao onde o gerador est´a conec-tado e I ´e a corrente injetada por ele na rede el´etrica.

Figura 2.7 – Circuito equivalente do SCIG.

As equa¸c˜oes (2.16) e (2.17) definem a corrente e a potˆencia com-plexa injetadas na rede respectivamente. A partir dessas equa¸c˜oes ´e poss´ıvel obter uma express˜ao para a potˆencia reativa injetada pelo SCIG. ¯ I = − V¯ jxm − V¯ jxs+ r2/s (2.16) ¯ S = ¯V ¯I∗= − V 2r 2s x2 ss2+ r2 − j V 2 xm + V 2x s x2 ss2+ r22  (2.17) onde, xs= x1+ x 0 2

(45)

Modelagem dos Geradores E´olicos em Regime Permanente 43

Separando a parte real da imagin´aria na equa¸c˜ao (2.17) obt´em-se as express˜oes para as inje¸c˜oes de potˆencia ativa P e reativa Q:

P = − V 2(r 2s) x2 ss2+ r22 (2.18) Q = −V 2 xm +P xss r2 (2.19) A partir das equa¸c˜oes (2.18) e (2.19), verifica-se que com s < 0 a m´aquina fornece potˆencia ativa, P > 0, enquanto absorve potˆencia reativa, Q < 0.

Desprezando as perdas na turbina e no gerador, a inje¸c˜ao de potˆencia ativa do SCIG ´e aproximada pela potˆencia extra´ıda do vento, dada em (2.11). Portanto tem-se:

P = Pwt (2.20)

Por meio de (2.18) pode ser obtida a express˜ao para o escorre-gamento do SCIG, dada por:

s = −V 2r −pV4r2 2− 4P2x2s 2P x2 s (2.21) Substituindo (2.21) em (2.19) obt´em se uma express˜ao para a potˆencia reativa, que ´e uma fun¸c˜ao da potˆencia ativa gerada e da mag-nitude de tens˜ao no estator.

Q = f (P, V ) =−V 2 xm −V 2pV4− 4P2x2 s 2xs (2.22) 2.6.2 Modelagem do DFIG

O gerador de rotor bobinado duplamente alimentado, DFIG, ´e uma tecnologia muito competitiva de geradores e´olicos com velocidade vari´avel, e o diagrama esquem´atico com essa topologia ´e mostrado na Figura 2.8. Nesta configura¸c˜ao, o estator ´e ligado diretamente na rede el´etrica atrav´es de um transformador, enquanto que o rotor ´e alimen-tado por um conversor est´atico, o que permite controle da potˆencia ativa e reativa atrav´es da aplica¸c˜ao de uma tens˜ao no rotor bobinado [25]. Outra caracter´ıstica dos geradores tipo DFIG ´e que o uso do con-versor permite a gera¸c˜ao de potˆencia ativa para velocidades de rota¸c˜ao abaixo e acima da velocidade s´ıncrona.

(46)

Figura 2.8 – Diagrama esquem´atico do DFIG.

Os estudos deste trabalho est˜ao direcionados ao comportamento em regime permanente dos parques e´olicos. O circuito equivalente que representa o DFIG nesta condi¸c˜ao de opera¸c˜ao ´e mostrado na Figura 2.9. Neste modelo as perdas no n´ucleo s˜ao muito pequenas se compa-radas as perdas no cobre e por isso s˜ao desprezadas [33].

Figura 2.9 – Circuito equivalente do DFIG.

Atrav´es da segunda lei de Kirchhoff, s˜ao definidas as express˜oes que representam o circuito el´etrico do DFIG:

Vs6 δs= −(Rs+ j(Xs+ Xm))Is6 φs+ jXmIr6 φr (2.23)

Vr6 δr= −(Rr+ js(Xr+ Xm))Ir6 φr− jsXmIr6 φr (2.24)

onde Vse Vrs˜ao a magnitude de tens˜ao no estator e no rotor referidas

ao estator, respectivamente, Is e Ir s˜ao a magnitude da corrente no

estator e no rotor, Xr e Rr s˜ao a reatˆancia de dispers˜ao e a resistˆencia

efetiva no rotor, Xs e Rs s˜ao a reatˆancia de dispers˜ao e a resistˆencia

efetiva no estator, δr e φr s˜ao a fase da tens˜ao e da corrente no rotor

(47)

Modelagem dos Geradores E´olicos em Regime Permanente 45

e s ´e o escorregamento.

As potˆencias ativas injetadas pelo estator e rotor s˜ao definidas nas equa¸c˜oes (2.25) e (2.26):

Ps= VsIscos(δs− φs) (2.25)

Pr= −VrIrcos(δr− φr) (2.26)

onde Ps´e a potˆencia ativa no estator e Pr´e a potˆencia ativa no rotor.

Considerando que a potˆencia reativa ´e transferida somente atrav´es do estator, uma vez que a potˆencia reativa no rotor pode ser controlada pelo conversor, a equa¸c˜ao da potˆencia reativa total no DFIG pode ser escrita de acordo com a equa¸c˜ao:

Qs= −VsIssen(δs− φs) (2.27)

As equa¸c˜oes que s˜ao mostradas a seguir, resumem o compor-tamento do DFIG em regime permanente. As equa¸c˜oes (2.28)-(2.31) representam o circuito el´etrico e s˜ao obtidas separando-se as partes real e imagin´aria de (2.23) e (2.24), enquanto que as equa¸c˜oes (2.32)-(2.33) representam o balan¸co de potˆencia ativa e reativa do gerador com a rede. Observa-se, em (2.32) que a potˆencia ativa total injetada pelo DFIG, Pdf ig ´e igual `a soma de Pse Pr. Por outro lado, (2.33) mostra

que a potˆencia reativa total, Qdf ig, ´e igual `a fornecida pelo estator. A

equa¸c˜ao (2.34) indica que a potˆencia ativa injetada pelo DFIG ´e igual `

a potˆencia fornecida pela turbina menos as perdas [33].

Vscos δs+ RsIscos φs− (Xs+ Xm)Issenφs+ XmIrsenφr= 0 (2.28)

Vssenδs+ RsIssenφs+ (Xs+ Xm)Iscos φs− XmIrcos φr= 0 (2.29)

Vrcos δr−RrIrcos φr+s(Xr+Xm)Irsenφr−sXmIssenφs= 0 (2.30)

Vrsenδr−RrIrsenφr−s(Xr+Xm)Ircos φr+sXmIscos φs= 0 (2.31)

Pdf ig− VsIscos(δs− φs) + VrIrcos(δr− φr) = 0 (2.32)

Qdf ig− VsIssen(δs− φs) = 0 (2.33)

(48)

2.6.3 Aspectos da Conex˜ao dos Parques E´olicos na Rede

O estudo de conex˜ao de centrais e´olicas no sistema el´etrico deve levar em considera¸c˜ao as caracter´ısticas do ponto de conex˜ao da rede. Quando os parques e´olicos s˜ao conectados muito distantes dos centros de carga, o projeto pode se tornar invi´avel, visto que h´a determinados requisitos t´ecnicos m´ınimos para a instala¸c˜ao das centrais e´olica ao sistema de transmiss˜ao. No Brasil, o fator de potˆencia no ponto de conex˜ao deve permanecer dentro de faixas espec´ıficas mostradas na Tabela 2.1 conforme os Procedimentos de Rede determinados pelo ONS [34].

Tabela 2.1 – Fator de potˆencia operacional dos parques e´olicos.

Tens˜ao Nominal Vndo

Faixa de Fator de Potˆencia Ponto de Conex˜ao

Vn≤ 345 kV 0,98 indutivo a 1,0

69 kV ≤ Vn≤ 145 kV 0,95 indutivo a 1,0 Vn≤ 69 kV 0,92 indutivo a 0.92 capacitivo

Ao contr´ario do DFIG, a potˆencia reativa do SCIG n˜ao pode ser controlada, e dessa forma, devem ser utilizados bancos de capacitores no sentido de compensar parte da energia reativa demandada pelo gerador. Uma vez que o DFIG possui sistema de controle da potˆencia reativa pode-se expressar este limite como [35]:

Qmindf ig = −Pdf igtan(cos−1(FPi)) (2.35)

Qmaxdf ig = Pdf igtan(cos−1(FPc)) (2.36)

no qual FPi e FPc correspondem ao fator de potˆencia indutivo e ca-pacitivo respectivamente, e Qmin

df ig e Q max

df ig, s˜ao as inje¸c˜oes de potˆencia

reativa m´ınima e m´axima do DFIG respectivamente.

Se FPi´e igual a FPc, ent˜ao o limite de potˆencia reativa do DFIG pode ser expresso como:

−Pdf igtan(cos−1(FP)) ≤ Qdf ig≤ Pdf igtan(cos−1(FP)) (2.37)

Uma outra maneira de representar o limite de gera¸c˜ao de potˆencia reativa do DFIG ´e por meio da sua curva de capabilidade, apresentada em [35].

(49)

Representa¸c˜ao dos Parques E´olicos 47

2.7 Representa¸c˜ao dos Parques E´olicos

Os parques e´olicos podem ser aproximados por uma m´aquina equivalente conectada ao sistema el´etrico, desde que, a disposi¸c˜ao dos aerogeradores apresente uma condi¸c˜ao onde a velocidade do vento seja aproximadamente igual em todas as turbinas. Al´em disso, o tipo da tecnologia utilizada nos aerogeradores deve ser a mesma. O diagrama esquem´atico mostrado na Figura 2.10 ilustra o arranjo de um parque e´olico onde todas m´aquinas operam em paralelo e injetam a mesma quantidade de potˆencia ativa e reativa num determinado instante.

Figura 2.10 – Diagrama unifilar simplificado de um parque e´olico.

A potˆencia ativa equivalente do parque e´olico ´e dada por:

Peeq=

ng

X

k=1

Pe,k≈ ngPe (2.38)

onde ng´e o n´umero de aerogeradores do parque e´olico .

2.7.1 Modelo equivalente do SCIG

Uma vez que os aerogeradores operam em paralelo, a potˆencia reativa equivalente injetada por um parque com aerogeradores SCIG pode se obtida de forma similar `a equa¸c˜ao (2.22):

Qeqscig =−V 2 xeqm − V2qV4− 4(Peq scigx eq s )2 2xeqs (2.39)

(50)

onde Qeqscig ´e a potˆencia reativa equivalente dos geradores SCIG em opera¸c˜ao, e xeqs e xeqm s˜ao as reatˆancias equivalentes de dispers˜ao e

magnetiza¸c˜ao respectivamente, dadas por: xeqs = xs ng (2.40) xeqm= xm ng (2.41)

2.7.2 Modelo equivalente do DFIG

Para derivar o modelo equivalente, sup˜oe-se que todos os gerado-res do parque sejam idˆenticos e estejam operando com a mesma tens˜ao no estator e no rotor. Nestas condi¸c˜oes, no Apˆendice A, demonstra-se que as equa¸c˜oes que representam a opera¸c˜ao em regime permanente da m´aquina equivalente s˜ao:

Vscosδs+ Reqs Iscosφs− (Xseq+ X eq m)Issenφs+ XmeqIrsenφr= 0 (2.42) Vssenδs+ Reqs Issenφs+ (Xseq+ X eq m)Iscosφs− XmeqIrcosφr= 0 (2.43) Vrcosδr−RreqIrcosφr+s(Xreq+X eq m)Irsenφr−sXmeqIssenφs= 0 (2.44) Vrsenδr−Reqr Irsenφr−s(Xreq+X eq m)Ircosφr+sXmeqIscosφs= 0 (2.45) Pdf ig− VsIscos(δs− φs) + VrIrcos(δr− φr) = 0 (2.46) Qdf ig− VsIssen(δs− φs) = 0 (2.47) Pdf ig+ Reqs I 2 s+ R eq r I 2 r− ngPwt= 0 (2.48)

onde Reqr e Xreq s˜ao a resistˆencia efetiva e reatˆancia de dispers˜ao equi-valente no rotor respectivamente, Reqs e Xseq s˜ao a resistˆencia efetiva e reatˆancia de dispers˜ao equivalente no estator, e Xmeq ´e a reatˆancia de

magnetiza¸c˜ao equivalente.

Os parˆametros do circuito equivalente s˜ao calculados como: Req r = Rr ng Xeq r = Xr ng (2.49) Reqs = Rs ng Xseq= Xs ng (2.50)

(51)

Conclus˜oes 49

Xmeq= Xm ng

(2.51)

2.8 Conclus˜oes

Este cap´ıtulo descreveu de forma sucinta os princ´ıpios de con-vers˜ao de energia e´olica e algumas das tecnologias mais empregadas na concep¸c˜ao de aerogeradores.

Primeiramente, foram apresentados os principais componentes de um gerador, bem como a fun¸c˜ao que desempenham. A extra¸c˜ao da potˆencia do vento foi ent˜ao explicada com o intuito de se obter uma rela¸c˜ao entre a velocidade do vento e a potˆencia transmitida ao eixo da turbina. Na sequˆencia, foram apresentadas as formula¸c˜oes em regime permanente dos geradores tipo SCIG e DFIG. Por fim, foram discutidos aspectos relacionados `a conex˜ao de centrais e´olicas na rede.

Os modelos matem´aticos do SCIG e DFIG ser˜ao usados no pr´oximo cap´ıtulo para representar os aerogeradores no problema FPO.

(52)
(53)

51

3 INSERC ~AO DOS PARQUES E OLICOS NO PROBLEMA DE FLUXO DE POT^ENCIA OTIMO

3.1 Introdu¸c˜ao

No que se diz respeito `a conex˜ao de aerogeradores na rede, de-vem ser observados os efeitos na qualidade de energia, bem como buscar maior aproveitamento da energia dos ventos mantendo a opera¸c˜ao se-gura do sistema el´etrico. Sendo assim, a discuss˜ao deste cap´ıtulo est´a voltada para o desenvolvimento de um modelo matem´atico capaz de otimizar a opera¸c˜ao do sistema ao mesmo tempo que a caracter´ıstica aleat´oria da gera¸c˜ao e´olica ´e representada.

Primeiramente ´e apresentada a modelagem matem´atica dos prin-cipais componentes da rede. O objetivo ´e obter um conjunto de equa¸c˜oes alg´ebricas que represente o estado de opera¸c˜ao da rede considerando a inclus˜ao dos parques e´olicos e analisar o impacto deste tipo de gera¸c˜ao em um sistema de energia el´etrica. Na sequˆencia ´e realizada uma con-textualiza¸c˜ao dos processos estoc´asticos com o objetivo de representar a variabilidade da velocidade do vento. Tamb´em s˜ao discutidas as ca-rater´ısticas operativas adotadas para outras usinas quando inclu´ıdos os parques e´olicos.

Por fim ´e formulado o Fluxo de Potˆencia ´Otimo Estoc´astico de dois est´agios com o objetivo de aproveitar os recursos e´olicos mantendo a opera¸c˜ao segura do sistema el´etrico.

3.2 Opera¸c˜ao em Regime Permanente

A an´alise em regime permanente de sistemas de energia el´etrica ´e realizada no objetivo de verificar a condi¸c˜ao operativa em que se encon-tra a rede num determinado instante. Esse tipo de estudo ´e realizado em situa¸c˜oes nas quais as varia¸c˜oes com o tempo s˜ao suficientemente lentas para que os efeitos transit´orios possam ser desprezados.

3.2.1 Modelagem Matem´atica do Sistema

A opera¸c˜ao do sistema pode ser representada por um conjunto de equa¸c˜oes e inequa¸c˜oes alg´ebricas, obtidas com base nas leis de Kirch-hoff. Para tanto, ´e necess´ario conhecer algumas caracter´ısticas da rede

(54)

el´etrica e suas formula¸c˜oes matem´aticas, como modelos de linhas de transmiss˜ao, transformadores, cargas, e de outros equipamento que es-tejam integrados `a rede.

A formula¸c˜ao que representa linhas e transformadores tem como base os modelos apresentados em [36], enquanto que a formula¸c˜ao dos parques e´olicos possui as express˜oes derivadas no Cap´ıtulo 2.

a) Linhas de Transmiss˜ao

A modelagem adotada para as linhas de transmiss˜ao ´e o circuito equivalente π.

O modelo π equivalente de uma linha de transmiss˜ao ilustrado na Figura 3.1 ´e composto por trˆes parˆametros: resistˆencia s´erie, rkm;

reatˆancia s´erie xkm; e susceptˆancia shunt, bkm. Considerando os

ele-mentos s´erie da linha, a express˜ao para a impedˆancia ´e dada por:

zkm= rkm+ jxkm (3.1)

No sentido de trabalhar com a an´alise nodal, se faz necess´ario representar os parˆametros s´erie da linha em termos de condutˆancia e susceptˆancia. Sendo assim, a admitˆancia s´erie do ramo ´e calculada como: ykm= zkm−1 = gkm+ jbkm (3.2) onde: gkm= rkm r2 km+ x2km e bkm= − xkm r2 km+ x2km (3.3) A representa¸c˜ao da linha por meio do modelo π implica em va-lores positivos para gkm e bshkm (capacitivo), e valor negativo para bkm

(reatˆancia s´erie indutiva).

Pelo circuito equivalente apresentado na Figura 3.1, ´e poss´ıvel derivar as express˜oes para as correntes nos extremos da linha.

Ikm= ykm(Ek− Em) + jbshkmEk (3.4)

Imk= ykm(Em− Ek) + jbshkmEm (3.5)

sendo Ek = Vkejδk e Em= Vmejδm

Em posse das rela¸c˜oes entre tens˜oes e correntes, segue-se o equa-cionamento do fluxo de potˆencia complexa na linha de transmiss˜ao:

(55)

Opera¸c˜ao em Regime Permanente 53

Figura 3.1 – Modelo π da linha de transmiss˜ao.

Skm∗ = Ek∗Ikm = Pkm− jQkm Skm∗ = Ek∗ykm(Ek− Em) + jbshkmEk  Skm∗ = ykmVk2− ykmVkVme−j(δk−δm)+ jbshkmV 2 k (3.6)

Considerando que, δkm = δk − δm, e que ejδkm = cos δkm −

j senδkm, obt´em se a express˜ao para o fluxo de potˆencia complexa:

Skm= (gkm− jbkm)Vk2− jb sh kmV 2 k −(gkm− jbkm)VkVm(cos δkm+ j senδkm) (3.7) Separando a parte real da parte imagin´aria de 3.7, obt´em-se as express˜oes para o fluxo de potˆencia ativa, Pkm, e reativa, Qkm, na linha

de transmiss˜ao: Pkm= Vk2gkm− VkVmgkmcos δkm− VkVmgkmsenδkm Qkm= VkVmgkmsenδkm− VkVmgkmcos δkm− V2 k(bkm+ bshkm) (3.8) b) Transformador em fase

A modelagem de um transformador em fase ´e geralmente dada por uma reatˆancia em s´erie com um transformador ideal cuja rela¸c˜ao de transforma¸c˜ao ´e expressa por 1 : a. A Figura 3.2 ilustra este tipo de transformador inserido entre as barras k e m.

O ponto p ´e contemplado na Figura 3.2 no sentido de se ter um ponto de referˆencia para a rela¸c˜ao de transforma¸c˜ao. Assim, a tens˜ao

(56)

Figura 3.2 – Transformador em fase.

da barra k ´e dada por:

Ep= aEk (3.9)

A partir do modelo ideal, a seguinte rela¸c˜ao ´e v´alida: EkIkm∗ + EpImk∗ = 0 EkIkm∗ = −aEkImk (3.10) ou seja, a = −I ∗ km Imk∗ = − Ikm Imk (3.11) Realizando a an´alise nodal no modelo de transformador mos-trado na Figura 3.2, obt´em-se as seguintes express˜oes para as correntes complexas Ikm e Imk: Ikm= −aImk Ikm= −aykm(Em− Ep) (3.12) como Ep= aEk, tem-se: Ikm= −aykmEm+ a2ykmEk Imk= ykmEm− aykmEk (3.13) c) Transformador defasador puro

O transformador defasador puro ilustrado na Figura 3.3 ´e ca-paz de controlar a rela¸c˜ao de fase, ou defasagem, entre as tens˜oes do prim´ario e do secund´ario e, assim, prover controle de fluxo de potˆencia ativa entre as barras.

o ponto p ´e indicado na Figura 3.3 no intuito de obter uma referˆencia para a rela¸c˜ao de transforma¸c˜ao. Sendo assim, a tens˜ao neste ponto em termos da tens˜ao da barra k ´e dada por:

Ep= Ekejφ (3.14)

(57)

Opera¸c˜ao em Regime Permanente 55

Figura 3.3 – Transformador defasador puro.

Atrav´es da an´alise nodal de circuitos, obt´em-se express˜ao da cor-rente complexa, Ikm: Ikm= e−jφIpm= −e−jφImk Ikm= e−jφykm(Em− Ep) (3.15) como Ep= Ekejφ Ikm= ykmEme−jφ+ ykmEk (3.16)

De modo similar, obt´em-se a express˜ao para a corrente Imk

Imk= (Em− Ep)ykm

Imk= ykmEm+ ykmEkejφ

(3.17)

d) Modelo Unificado - Linha e Transformador

O modelo equivalente de linhas de transmiss˜ao, transformadores em fase e defasadores ´e ilustrado na Figura 3.4.

Figura 3.4 – Modelo unificado - Linha e transformador. O parˆametro t representa a rela¸c˜ao de transforma¸c˜ao do trans-formador ideal e ´e dado por t = aejφ.

(58)

Ep= tEk (3.18)

A partir do modelo ideal (sem perdas no n´ucleo), a seguinte rela¸c˜ao ´e v´alida: EkIkm∗ + EpIkp∗ = 0 EkIkm∗ = −tkmEkIkp (3.19) ou seja, t = −I ∗ km Ipk∗ → t ∗= −Ikm Ipk (3.20) Realizando a an´alise nodal no modelo unificado da linha e trans-formador mostrado na Figura 3.2, obt´em-se as seguintes express˜oes para as correntes complexas Ikm e Imk:

Ikm= −a2ykm(aEk− Eme−jφ) + jbshkmae jφE

k

Imk= ykm(Em− aejφEk) + jbshkmEm

(3.21) Com base nas rela¸c˜oes entre tens˜oes e correntes para o transfor-mador em fase, segue-se as express˜oes para os fluxos de potˆencia ativa e reativa da barra k para a barra m:

Pkm= a2Vk2gkm− aVkVmgkmcos(δkm+ φ) −aVkVmbkmsen(δkm+ φ) (3.22) Qkm= −a2Vk2(bkm+ bshkm) − aVkVmgkmsen(δkm+ φ) +aVkVmbkmcos(δkm+ φ) (3.23)

J´a, as express˜oes para os fluxos de potˆencia da barra m para a barra k s˜ao dadas por:

Pmk= Vm2gkm− aVkVmgkmcos(δmk− φ) −aVkVmbkmsen(δmk− φ) (3.24) Qmk= −Vm2(bkm+ bkmsh) − aVkVmgkmsen(δmk− φ) +aVkVmbkmcos(δmk− φ) (3.25)

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