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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular - Farmácia do Mercado (Amares)

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Academic year: 2021

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(1)

TPG

folitécnico

Polylechnic of Guarda

RELATÕRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Farmácia

Relatório Profissional 1

Micael de Macedo Comes

(2)

Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Micael de Macedo Gomes

Guarda

2016

(3)

1

Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

Curso de Farmácia, 1º ciclo

4ºAno/1ºSemestre

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL I

ESTÁGIO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA

Guarda

2016

Micael de Macedo Gomes

Supervisora: Catarina Matos Barbosa Ferreira

Orientador: André Ricardo Tomás dos Santos Araújo Pereira

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2

AGRADECIMENTOS

Este trabalho não ficaria completo sem uma grata referência a todas as pessoas que de uma forma mais ou menos direta me ajudaram a realizar este trabalho.

Gostaria de fazer um agradecimento especial à Dra. Catarina Ferreira pela prontidão com que me aceitou como Estagiário, toda a atenção que dispensou para a minha integração na dinâmica da Farmácia e ensinamentos que cuidadosamente me transmitiu.

Quero também agradecer à restante equipa da Farmácia do Mercado, pela forma como me receberam e como se demonstraram sempre prontos a ajudar em qualquer aspeto, disponibilizando-me toda a informação e atenção necessária para a realização deste estágio.

Agradecer ao meu orientador de estágio, André Ricardo Tomás dos Santos Araújo Pereira pela preocupação e disponibilidade demonstradas ao longo do período de estágio.

Por ultimo um agradecimento muito especial à minha família e amigos por toda a confiança e apoio prestado ao longo do meu percurso académico.

A todos o meu muito obrigado,

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3

PENSAMENTO

“Se amanhã quiser ser um grande profissional, comece hoje sendo um grande aprendiz.”

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ABREVIATURAS/ SIGLAS

Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) Autorização de Introdução no Mercado (AIM) Associação Nacional de Farmácias (ANF) Administração Regional de Saúde (ARS) Cartão de Cidadão (CC)

Centro de Conferência de Faturas (CCF)

Cooperativa dos Proprietários de Farmácia (COOPROFAR) Denominação comum internacional (DCI)

Diretor Técnico (DT)

Escola Superior de Saúde (ESS) Faça Segundo a Arte (“f.s.a”) Farmácia comunitária (FC) Farmácia do Mercado (FM)

First Expired, First Out (FEFO)

Global Intelligent Technologies (Glintt®)

Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) Índice de Massa Corporal (IMC)

Instituto Politécnico da Guarda (IPG) Medicamento Genérico (MG)

Medicamento Manipulado (MM)

Medicamento não sujeito a receita médica (MNSRM) Ministério da Saúde (MS)

Medicamento sujeito a receita médica (MSRM) Nova Receita Eletrónica (NRE)

Over the Counter (OTC´s)

Pressão arterial sistólica (PAS) Pressão arterial diastólica (PAD) Preço Impresso na Cartonagem (PIC) Preço de venda à farmácia (PVF) Preço de venda ao público (PVP) Serviço Nacional de Saúde (SNS) Técnico de Farmácia (TF)

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ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1: Fatura ... 44

Anexo 2: Listagem de Prazos de Validade ... 45

Anexo 3: Nota de Devolução ... 46

Anexo 4: Nota de Crédito ... 47

Anexo 5: Receita Eletrónica ... 48

Anexo 6: Receita Manual ... 49

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1: Fachada Frontal da Farmácia ... 51

Ilustração 2: Área de atendimento ao público ... 51

Ilustração 3: Produtos de puericultura ... 51

Ilustração 4: Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal ... 52

Ilustração 5: Sala polivalente ... 52

Ilustração 6: Área de armazenamento da medicação ... 52

Ilustração 7: Cámara Frigorífica ... 53

Ilustração 8: Área de receção de encomendas ... 53

Ilustração 9: Armazém ... 53

Ilustração 10: Dispositivos de leitura do CC ... 54

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6

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 8

1- CARATERIZAÇÃO DA FARMÁCIA DO MERCADO ... 9

1.1 - LOCALIZAÇÃO ... 9

1.2 - HORÁRIO ... 9

1.3 - RECURSOS HUMANOS ... 9

1.4 - ESPAÇO EXTERIOR ... 10

1.5 - ESPAÇO INTERIOR ... 10

1.5.1 - Área de atendimento ao público ... 11

1.5.2 - Sala polivalente ... 11

1.5.3 - Área de armazenamento da medicação ... 12

1.5.4 - Área de receção de encomendas ... 12

1.5.5 - Armazém ... 12

1.5.6 - Laboratório ... 13

1.6 - INFORMATIZAÇÃO ... 13

2 - APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS ... 14

2.1 - ELABORAÇÃO DE ENCOMENDAS ... 15

2.2 - RECEÇÃO E CONFERÊNCIA DE ENCOMENDAS ... 16

2.3 - ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO ... 18

2.4 - CONTROLO DE PRAZOS DE VALIDADE ... 18

2.5 - DEVOLUÇÕES ... 19

3 - MEDICAMENTOS MANIPULADOS ... 20

3.1 - PREPARAÇÃO E DISPENSA ... 20

3.2 - MATÉRIAS-PRIMAS ... 21

3.3 - REGIME GERAL DE PREÇOS ... 21

3.4 - COMPARTICIPAÇÃO ... 21

4 - DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE .... 22

4.1 - MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA (MSRM) ... 22

4.1.1 - Dispensa de Medicamentos Genéricos... 25

4.1.2- Dispensa de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Especial... 26 4.1.3 - Dispensa de Produtos Farmacêuticos Inseridos no Protocolo da Diabetes . 26

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4.1.4 - Comparticipação de Medicamentos ... 27

4.1.5 - Novo Modelo de Receita Eletrónica ... 28

4.2 - MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA ... 29

4.3 - DISPENSA DE OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 30

4.3.1 - Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal ... 30

4.3.2 - Produtos de Puericultura... 31

4.3.3 - Produtos Dietéticos para Alimentação Especial ... 31

4.3.4 - Produtos Fitoterapêuticos ... 32

4.3.5 - Medicamentos Homeopáticos ... 32

4.3.6 - Dispositivos Médicos ... 32

4.3.7 - Produtos e Medicamentos de Uso Veterenário ... 33

5 - PROCESSAMENTO E FATURAÇÃO DO RECEITUÁRIO ... 34

6 - SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS ... 36

6.1 - FARMÁCIA CLÍNICA ... 36

6.1.1 - Monitorização da Pressão Arterial ... 36

6.1.2 - Avaliação do Colesterol e Triglicerídeos ... 37

6.1.3 - Avaliação da Glicémia ... 37 6.1.4 - Administração de Vacinas ... 38 6.1.5 - Outros Serviços ... 38 6.2 - FARMACOVIGILÂNCIA ... 39 6.3 - VALORMED ... 39 CONCLUSÃO ... 40 BIBLIOGRAFIA ... 41 ANEXOS ... 43 ILUSTRAÇÕES ... 48

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INTRODUÇÃO

O presente relatório foi realizado no âmbito da unidade curricular (UC) de Estágio Profissional I do 4ºano, 1ºsemestre do curso de Farmácia – 1º ciclo, da Escola Superior de Saúde (ESS) do Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Este estágio decorreu numa farmácia comunitária (FC), mais especificamente, na Farmácia do Mercado (FM) – Amares, no período de dia 5 de outubro de 2015 a 15 de janeiro de 2016, cumprindo um mínimo de 490 horas, repartidas segundo o horário da farmácia onde se realizou. O referido estágio contou com a orientação do professor André Araújo da ESS-IPG e supervisão da farmacêutica Catarina Ferreira.

As competências do Técnico de Farmácia (TF) são, por exemplo, análises e ensaios farmacológicos, interpretação da prescrição terapêutica e de fórmulas farmacêuticas, sua preparação, identificação e distribuição, controlo da conservação, distribuição e stocks de medicamentos e outros produtos, informação e aconselhamento sobre o uso do medicamento [1].

Hoje em dia, a farmácia comunitária, além da dispensa e aconselhamento, presta serviços, entre os quais a avaliação de parâmetros bioquímicos, incitando assim uma maior proximidade entre profissionais e utentes.

O estágio é um instrumento que permite ao estudante viver e experimentar, na prática, a profissão que escolheu, aplicando os conhecimentos teóricos adquiridos nas unidades curriculares para a prática profissional do dia-a-dia. Para o estudante trata-se de uma etapa fundamental, na medida em que o torna apto a adquirir as competências que lhe são exigidas no exercer da sua profissão.

Assim, o estágio tem como obetivo: reconhecer a farmácia como entidade prestadora de cuidados de saúde; saber caraterizar a estrutura da farmácia em termos de espaço, equipamentos e recursos humanos; descrever o circuito do medicamento, matérias-primas e outros produtos de saúde; proceder à caraterização da aplicação informática utilizada e relacionar com as áreas funcionais da farmácia; interpretar as prescrições médicas; identificar os motivos que justificam a devolução de medicamentos; aplicar os conhecimentos teóricos e teórico-práticos sobre situações de execução prática; executar e avaliar as técnicas e métodos de acordo com os recursos disponíveis, prestar também alguns serviços.

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9

1- CARATERIZAÇÃO DA FARMÁCIA DO MERCADO

1.1 - LOCALIZAÇÃO

A FM localiza-se em Amares, mais concretamente na Rua Mercado Municipal nº33, tendo como diretora técnica a Dra. Catarina Ferreira. Trata-se de uma farmácia fundamentalmente de fácil acesso e com bons locais de estacionamento.

1.2 - HORÁRIO

As farmácias de oficina comprem um período mínimo de funcionamento de 44 horas semanais. O período de funcionamento diário é fixado pelo seu proprietário, em termos que garantam a abertura ao público de segunda a sexta-feira das 10 às 13 horas e das 15 às 19 horas e ao sábado, das 10 às 13 horas [2].

Para conhecimento de todos os utentes, o horário de funcionamento é afixado na porta da farmácia de forma visível e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (INFARMED) e a Administração Regional de Saúde (ARS) divulgam nas suas páginas eletrónicas, o horário de funcionamento das farmácias comunitárias

O horário de funcionamento da FM é das 8:30h às 21:00h de segunda a sexta, exceto quarta (8:00h às 21:00h), aos sábados das 9:00h às 20:00h e aos domingos das 10:00h as 13:00h e das 15:00h às 19:00h.

1.3 - RECURSOS HUMANOS

Segundo os artigos 23º e 24º do Decreto-Lei 307/2007, de 31 de agosto, as farmácias comunitárias devem dispor, de pelo menos um Diretor Técnico (DT) e de outro farmacêutico, podendo ser coadjuvados por TF ou por outro pessoal devidamente habilitado [3].

Os profissionais de farmácia devem estar devidamente identificados com o respetivo cartão de identificação, onde conste o nome e título profissional.

É importante que uma farmácia disponha de uma equipa que saiba abordar individualmente cada utente e estar desperto para os mais diversos sinais de necessidades, por vezes não manifestados pelo utente. Neste sentido, a FM é detentora

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10 de uma equipa multidisciplinar que assegura os tratamentos e cuidados adequados aos seus utentes.

O quadro de pessoal da FM é composto por cinco Farmacêuticas (os) e dois TF.

1.4 ESPAÇO EXTERIOR

Qualquer farmácia deve ser facilmente identificada, pela cruz verde universalmente reconhecida. Para além disso, deverá ainda conter uma placa com o nome do Diretor técnico sem abreviaturas e em local visível (no interior e exterior da farmácia) e a palavra “Farmácia” num letreiro iluminado durante todo o dia e colocado perpendicularmente à fachada do edifício (ILUSTRAÇÃO 1) [3].

A FM é ainda constituída por cinco montras apelativas, as quais são renovadas com a periodicidade adequada obedecendo a uma determinada lógica, de modo a chamarem ao máximo a atenção do público. São muitas vezes decoradas de acordo com a época do ano, sensibilização para determinados cuidados de saúde ou outro tipo de campanhas.

A FM dispõe de uma entrada ao nível da rua, garantindo fácil e rápida acessibilidade de todos os utentes, incluindo crianças, idosos e deficientes.

1.5 ESPAÇO INTERIOR

A farmácia comunitária é um espaço de saúde onde se realizam atividades dirigidas para o medicamento e para o utente e como tal, o profissional de farmácia necessita de instalações, equipamentos e fontes de informação que o possibilitem exercer a sua função com a maior qualidade possível.

As farmácias devem ter uma área útil total mínima de noventa e cinco m², sendo que devem dispor, obrigatória e separadamente, das seguintes divisões: sala de atendimento ao público com, pelo menos, cinquenta m²; armazém com, pelo menos, vinte e cinco m²; laboratório com, pelo menos, oito m²; instalações sanitárias com, pelo menos, cinco m² e gabinete de atendimento personalizado com, pelo menos, sete m² [3].

No que respeita à organização interna, impera a fácil circulação dos utentes e funcionários e uma exposição ampla e organizada dos produtos farmacêuticos. Trata-se de um espaço acolhedor, agradável, seguro e com um ambiente tranquilo de modo a proporcionar um atendimento de qualidade aos utentes.

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11 1.5.1 - Área de atendimento ao público

No seguimento do seu próprio nome, esta área da farmácia destina-se essencialmente ao atendimento, ou seja, à dispensa e aconselhamento de medicamentos e outros produtos de saúde. É o local com a maior área (ILUSTRAÇÃO 2).

Nesta zona existem 5 postos de trabalho devidamente informatizados. Em todos os balcões existem pequenos expositores promocionais, rotativos conforme o tempo definido, promovendo a compra espontânea.

Nos lineares não acessíveis ao utente encontram-se os OTC´s (produtos veterinários, antigripais, antialérgicos, suplementos alimentares, bucodentários, produtos de higiene corporal, alguns dispositivos médicos, etc). Por outro lado, em locais acessíveis ao público, encontram-se os produtos de puericultura (ILUSTRAÇÃO 3) e produtos cosméticos e de higiene corporal (ILUSTRAÇÃO 4).

Nesta área, a FM possui também uma balança eletrónica de determinação do peso, altura, e Índice de Massa Corporal (IMC) e um “playground” onde as crianças poderão estar enquanto os seus pais esperam para serem atendidos, permitindo que estes também ouçam com maior atenção todas as indicações dadas pelo profissional de farmácia.

1.5.2 - Sala polivalente

Segundo as Boas Praticas em Farmácia para a Farmácia Comunitária, além da sala de atendimento ao público e de dispensa de medicamentos deverá existir uma sala de atendimento personalizado que permita um diálogo em privado e confidencial entre o profissional de farmácia e o utente, bem como a prestação de outros serviços farmacêuticos [4]. Desta forma, a FM dispõe de um gabinete independente e separado das restantes áreas onde a atenção é totalmente dirigida ao utente e onde se propicia um ambiente reservado e o à-vontade dos utentes quando se tratam de assunto mais delicados, proporcionando ao profissional de farmácia um atendimento focado no utente e nas suas necessidades, conseguindo até identificar alguns sinais e sintomas que por vezes, num ambiente público o utente não expõe.

Destina-se à realização de um vasto conjunto de atividades entre os quais o atendimento especializado, a administração de medicamentos injetáveis e avaliação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos (ILUSTRAÇÃO 5).

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12 1.5.3 - Área de armazenamento da medicação

A área de armazenamento de medicamentos (ILUSTRAÇÃO 6) é adjacente com a área de atendimento ao público. Tem ligação direta com a área de atendimento e com a área de receção de encomendas.

As formas orais sólidas, os injetáveis, medicamentos psicotrópicos e estupefacientes, pomadas, colírios, gotas, aerossóis, produtos abrangidos pelo protocolo para diabetes e produtos para aplicação vaginal estão arrumados em gavetas e organizados por ordem alfabética de marca comercial. Nesta mesma área, existe um armário onde são colocados medicamentos pendentes, com receita médica, reservas e amostras.

Por sua vez, xaropes, loções e preparações de gastroenterologia, estão também, organizados por ordem alfabética de marca comercial no “comboio” presente na área de receção de encomendas.

Os produtos como insulinas, vacinas, colírios, que se devem manter a uma temperatura entre 2-8ºC estão armazenados na camara frigorífica (ILUSTRAÇÃO 7). 1.5.4 - Área de receção de encomendas

O espaço destinado à receção e conferência de encomendas é uma zona restrita ao público. A área de receção de encomendas (ILUSTRAÇÃO 8) tem acesso direto ao armazém. Este espaço está equipado com um computador, impressora, aparelho de leitura ótica e uma outra impressora especifica para etiquetas.

Neste mesmo espaço esta presente um “comboio” onde são armazenados os xaropes, loções e preparações de gastroenterologia e também todos os medicamentos que se encontram, nas gavetas da área de armazenamento, em quantidades superiores ao stock máximo.

1.5.5 - Armazém

O armazém (ILUSTRAÇÃO 9) é um espaço amplo, situado no piso inferior, onde estão armazenados maioritariamente fraldas, papas e protetores solares. Também se encontram expositores, cartazes, folhetos, ofertas, etc.

Neste local existe uma porta de fácil acesso ao exterior por onde são feitas as entregas diárias.

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13 1.5.6 - Laboratório

O laboratório é formado por uma bancada com lavatório e armários.

No entanto, dada a reduzida quantidade de manipulados solicitados pelos utentes a FM optou por não os preparar. Sempre que é necessário um manipulado contacta-se a Farmácia da Misericórdia de Braga para que esta efetue a sua preparação.

A farmácia possui ainda no seu interior o gabinete da Direção Técnica separado fisicamente dos restantes espaços, uma sala destinada a rastreios de nutrição, terapia da fala e podologia, uma instalação sanitária e a copa onde os profissionais fazem as suas pausas.

1.6 - INFORMATIZAÇÃO

Grande parte das tarefas realizadas é feita com recurso ao sistema informático, acabando este por ser uma preciosa ferramenta em termos de organização, de informação e de trabalho.

Na FM os terminais informáticos estão equipados com o SIFARMA 2000®, monitorizado pela Glintt® (Global Intelligent Technologies). Este sistema é uma ferramenta importante de apoio ao profissional, permitindo a execução de diversas funções tais como o processamento informático de uma receita com maior segurança e rapidez, automatização de portarias e despachos, gestão de stocks, vendas com atualização de stocks, faturação das diversas entidades e integração automática dos subsistemas de saúde aderentes e de protocolos, gestão de devoluções e tarefas relacionadas com encomendas.

Para além disso, este sistema faculta informações sobre os medicamentos relativamente ás indicações, precauções, posologia, contraindicações e interações. Permite, também, a criação de fichas de utente possibilitando um acompanhamento farmacoterapêutico.

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2 - APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS

A farmácia apresenta como principal foco a prestação de serviços ao utente. Para atingir tal objetivo é importante, toda a manutenção dos medicamentos e outros produtos de saúde, verificando as entradas e saídas de todos, para haver um controlo sobre os mesmos, quanto ao seu armazenamento e conservação.

O profissional de farmácia deve ser encarado como um profissional polivalente, que não se destina exclusivamente ao atendimento e resolução de dúvidas dos utentes, pelo que a sua ação é de extrema importância na gestão da farmácia.

A gestão de stocks de uma farmácia torna-se um parâmetro de extrema importância para o seu bom funcionamento, uma vez que é essencial para que haja um pleno equilíbrio financeiro, e para que o profissional de farmácia possa garantir a satisfação das necessidades dos utentes.

Os stocks variam de farmácia para farmácia, de acordo com as necessidades. Estes devem ser mais ou menos elevados de acordo com o histórico do produto. O stock ideal não deve ser excessivo (obrigando a grande esforço financeiro) nem diminuto (não cobre as necessidades). Deverá ser aquele que permite uma rotação de produtos em

stock, que garanta um fluxo de consumo de medicamentos e que não atinja uma situação

de rutura ou esgotamento, permitindo ao mesmo tempo uma maximização do capital investido.

A informatização da farmácia torna-se bastante importante para uma boa gestão a esse nível. O Sifarma2000® facilita muitas tarefas, nomeadamente na gestão de stocks e realização de encomendas. Quando é criada a ficha de produto, é possível inserir um

stock mínimo e máximo para o produto em questão, tendo sempre em conta a sua

rotatividade, conseguindo-se assim evitar, à partida problemas como ruturas de stocks. Assim, torna-se mais fácil saber qual o ponto de encomenda dos diversos produtos de acordo com as necessidades de compra e venda da farmácia. Fica então criada a proposta de encomenda no sistema, para quando é atingido o stock mínimo do produto

O sistema operativo elabora uma proposta de encomenda, que é analisada pelo profissional de farmácia e corrigida com base numa análise mais aprofundada dos stocks e históricos de vendas do produto (média mensal de saída do produto, quantidade que saiu até à data, o stock atual, a existência ou não de bonificações nos vários fornecedores) e enviada ao fornecedor informaticamente quando tudo estiver correto

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15 Portanto, para se proceder a uma gestão organizada e eficiente de uma farmácia, existem determinados fatores que têm que ser tidos em conta como a avaliação da média das vendas, das condições comerciais e da incidência sazonal.

2.1 - ELABORAÇÃO DE ENCOMENDAS

A aquisição de medicamentos e outros produtos de saúde é feita, através de uma encomenda, pela farmácia aos fornecedores. É importante escolher os fornecedores adequados, de modo a obter um fornecimento rápido, ao menor custo e com a melhor qualidade. Os próprios podem ser armazenistas ou laboratórios.

Critérios como a rapidez a resolver problemas, custos e rotas (horário e número de entregas diárias) são tidos em conta aquando da seleção dos fornecedores. Os armazenistas oferecem muitas vantagens em relação aos laboratórios e, por isso, são os mais requisitados. Estes permitem uma rápida entrega da encomenda, a possibilidade de aquisição de um pequeno volume de produtos, bem como, facilidade na realização da encomenda (podendo ser efetuada por modem, internet ou telefone). A FM funciona com dois armazenistas: Alliance Healthcare e Cooperativa dos Proprietários de Farmácia (COOPROFAR).

Surge a necessidade por vezes de efetuar várias encomendas por telefone ou através da plataforma internet para os fornecedores que a têm. As encomendas por telefone são muito importantes, uma vez que, mediante a solicitação de um medicamento não disponível, é possível a confirmação imediata com o armazém, da disponibilidade do produto e encomendá-lo.

Relativamente à aquisição de produtos diretamente aos laboratórios, esta traz vantagens no caso das encomendas de grande volume, existindo reduções nos preços de venda. No entanto, o tempo de entrega é mais longo e a farmácia, em muitos casos, tem de atingir um certo valor total. Os delegados de informação médica e/ou vendedores são o veículo para a realização deste tipo de aquisições.

Encomendas a fornecedores pontuais correspondem a encomendas grandes, de produtos de cosmética e higiene corporal, puericultura, produtos sazonais, assim como para usufruir de promoções momentâneas. Na altura da realização da encomenda, é realizada uma nota discriminativa de todos os produtos encomendados (Nota de Encomenda). Neste tipo de encomendas a farmácia beneficia de vantagens económicas.

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16 2.2 - RECEÇÃO E CONFERÊNCIA DE ENCOMENDAS

A receção e conferência de encomendas são as etapas que garantem que os produtos recebidos correspondem aos produtos encomendados, evitando deste modo erros no stock. As encomendas são entregues na farmácia pelo respetivo fornecedor, devidamente acondicionadas em contentores/banheiras corretamente identificadas, fazendo-se acompanhar de uma guia de remessa e/ou fatura (ANEXO 1) que é usada para conferir os produtos da encomenda. No ato da entrega deverá confirmar-se o destinatário, a morada, o número de volumes e a existência de documento de faturação.

Na guia de remessa/fatura devem constar: identificação do fornecedor e da farmácia, hora e local de expedição, designação dos produtos (código, nome comercial, forma farmacêutica, tamanho da embalagem e dosagem), quantidade encomendada e fornecida, o preço de venda ao público (PVP) - exceto nos produtos cujo preço de venda é calculado na farmácia mediante um fator de ponderação, o preço de venda à farmácia (PVF), o imposto sobre o valor acrescentado (IVA) e o preço total de custo para a farmácia.

O processo de receção e conferência das encomendas sejam elas diárias, ou pontuais, é feito com o auxílio do sistema informático. Nas encomendas diárias, procede-se de imediato à receção, através da leitura ótica dos códigos de barras dos produtos, dando-se prioridade aos produtos termolábeis para que estes possam ser colocados de imediato na camara frigorífica de modo a não quebrar a cadeia de temperatura.

Ao rececionar cada produto, deve-se verificar a integridade da embalagem, prazos de validade (só alterados se produto recebido tiver menor prazo de validade que os que estão em stock ou se stock for nulo), preços (PVP e PVF da fatura e computador) e a quantidade enviada.

Poderá também surgir, na receção da encomenda, o caso de determinados produtos terem sido enviados numa quantidade superior à encomendada. Estamos perante um produto que apresenta bonificação. O bónus vem incluído na fatura a preço zero.

No que diz respeito aos produtos que não tem preço impresso na cartonagem (PIC) marcado na embalagem, torna-se necessário determiná-lo e efetuar a respetiva marcação (etiqueta com o nome, código de barras, PVP e IVA), sendo o preço estabelecido de acordo com a margem de lucro e o IVA.

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17 Quando o PVP não corresponde ao preço PIC , deve fazer-se a alteração do preço no sistema.

Por fim, para confirmar que não há qualquer tipo de erro na inserção dos produtos no sistema, compara-se o número de produtos e linhas inseridas com o que é faturado pelo armazenista. Estando tudo compatível e correto pode-se terminar a operação, podendo aparecer um painel de alerta da receção de benzodiazepinas e/ou psicotrópicos e estupefacientes e de impressão de etiquetas para produtos que não tenham PIC.

Além deste alerta, pode surgir outro relativo a produtos que foram encomendados e não foram rececionados por estarem esgotados. Estes podem ser transferidos para nova encomenda e também emitir um comunicado ao INFARMED, dando conhecimento dos produtos que não estão disponíveis para aquisição da farmácia. Na colagem das etiquetas deve-se ter alguns cuidados de modo a não omitir informações importantes tais como o prazo de validade, lote, composição e via de administração.

Se no final da receção e conferência da encomenda existirem erros nos produtos enviados, estes serão reclamados ao armazenista. Se a quantidade enviada for inferior à encomendada, o fornecedor ou envia o produto ou uma Nota de Crédito. Se a quantidade for superior, ou o produto não foi pedido, realiza-se uma Nota de Devolução ao armazenista

No caso de ser uma encomenda feita via telefone, é necessário criar uma encomenda fictícia manual. Inserem-se então os produtos a rececionar e respetiva quantidade, termina-se a encomenda e envia-se a mesma em papel (apesar de ser algo fictício uma vez que a encomenda já foi feita por telefone). Neste ponto, já se pode fazer efetivamente a receção da encomenda.

No final de cada mês os fornecedores enviam uma fatura resumo com todos os débitos, e o valor total a pagar. Esta é conferida por comparação com as faturas diárias arquivadas e a liquidação é depois efetuada de acordo com os termos do contrato com o respetivo fornecedor.

Nas encomendas realizadas diretamente ao laboratório, antes de se proceder à gestão de entrega no computador, procede-se à verificação em simultâneo da Nota de Encomenda e da Fatura. No caso de serem enviados produtos que não se encontravam referidos na nota de encomenda procede-se à sua devolução preenchendo-se devidamente a Nota de Devolução.

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18

A fase inicial do meu estágio baseou-se na receção de encomendas, e participei em todas as atividades a ela inerentes. Foi uma mais-valia na medida em que me permitiu ter um contacto direto com todos os medicamentos que entram para a farmácia, e também aperfeiçoar os meus conhecimentos acerca da associação dos nomes dos princípios ativos aos nomes comerciais dos medicamentos. Foi importante para me familiarizar com o programa Sifarma2000®, melhorando assim os meus conhecimentos.

2.3 - ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO

Após a receção e conferência de encomendas, os produtos são armazenados de acordo com os critérios de arrumação já em cima mencionados de modo a facilitar o acesso a qualquer produto, obedecendo ao método “First Expired, First Out” (FEFO) em que os produtos detentores de um prazo de validade mais curto são armazenados à frente ou em cima, para que sejam os primeiros a serem dispensados.

O armazenamento dos produtos, sendo a etapa seguinte a receção e conferencia de encomendas foi também das primeiras atividades que desempenhei durante a realização do estágio. Tal atividade permitiu que conseguisse uma melhor orientação ao nível da localização de todos os produtos existentes na farmácia.

2.4 - CONTROLO DE PRAZOS DE VALIDADE

O prazo de validade (PV) de um medicamento é o período de tempo em que as suas características físicas, químicas, microbiológicas, galénicas, terapêuticas e toxicológicas não sofrem modificações dentro de limites estipulados, após a sua preparação e na sua embalagem definitiva.

Por este motivo, o controlo do prazo de validade dos medicamentos é realizado mensalmente e constitui uma tarefa merecedora de grande responsabilidade já que deve ser assegurada a dispensa dos medicamentos, e todos os outros produtos, em boas condições.

No início de cada mês, é emitida uma listagem dos produtos existentes na farmácia que expiram o seu prazo de validade nos três meses seguintes (ANEXO 2). Desta forma, são analisadas todas as embalagens, selecionam-se os produtos a devolver, ou procede-se à atualização dos prazos de validade. As listagens permitem também verificar se os stocks dos produtos estão corretos e atualizar prazos de validade.

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19 Os produtos recolhidos podem ser devolvidos ao armazenista ou diretamente aos laboratórios. Juntamente com os produtos a devolver, é enviada uma Nota de Devolução, permanecendo uma cópia na farmácia. As devoluções são regularizadas através de uma Nota de Crédito ou troca por um produto igual.

O controlo dos prazos de validade foi uma etapa também realizada durante o estágio. A sua realização é importante para uma melhor orientação ao nível da localização de todos os produtos existentes na farmácia.

2.5 – DEVOLUÇÕES

As devoluções, na sua grande maioria devem-se a produtos que se encontram na farmácia sem rotatividade, prazo de validade ultrapassado, ou então, por ordem do INFARMED ou do titular da Autorização de Introdução no Mercado (AIM) via notificação, da recolha de um produto ou lote de um produto. Pode, também, ser realizada uma nota de devolução quando chegam à farmácia, produtos com embalagens danificadas (ANEXO 3), produtos trocados ou enviados sem terem sido encomendados ou quando pedidos por engano.

Estas são realizadas no sistema informático onde é necessário verificar o fornecedor, o número da devolução, indicar a referência, o preço unitário, a quantidade, o total e especificar o motivo da devolução. De seguida, imprime-se o original, o duplicado e o triplicado em que o original e duplicado seguem devidamente carimbados e assinados para o fornecedor e o triplicado fica arquivado na farmácia para existir comprovativo da sua emissão.

Quando o fornecedor aceita a devolução, emite uma Nota de Crédito (ANEXO 4) relativa aos produtos que lhe foram devolvidos ou, então envia um novo produto. Se a devolução não for aceite, o valor do produto entra nas quebras da contabilidade da farmácia.

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3 – MEDICAMENTOS MANIPULADOS

A especificidade de certas terapêuticas não encontra resposta na indústria farmacêutica, cuja produção em escala e política de rentabilização não corresponde às necessidades de desenvolvimento e produção de medicamentos de uso restrito. Neste sentido, parte das lacunas existentes são colmatadas através da preparação de medicamentos manipulados, que permitem personalizar estratégias terapêuticas farmacológicas, com dosagens ajustadas às respetivas necessidades, depois de uma análise médica rigorosa. As especialidades médicas que mais recorrem a este tipo de medicamentos são a de Pediatria, Dermatologia, Gastroenterologia, Geriatria, Ginecologia, Oncologia, Otorrinolaringologia e Oftalmologia. Também nos casos de doentes com insuficiência renal ou hepática, para os quais as dosagens dos medicamentos industrializados disponíveis não se apresentam adequada [5].

Um medicamento manipulado é qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico. São medicamentos preparados sob a forma de fórmula magistral quando seguem as orientações de uma receita médica específica para o doente; ou sob a forma de preparado oficinal, quando é preparado em função de uma farmacopeia ou formulário [6].

Atualmente na FM não se preparam medicamentos manipulados, pelo que,

durante o período de estágio, não tive oportunidade de preparar e dispensar medicamentos manipulados.

3.1 - PREPARAÇÃO E DISPENSA

A receita médica dos Medicamentos Manipulados (MM) apresenta o mesmo modelo que as dos restantes medicamentos. A prescrição de um MM deve ser isolada dos restantes medicamentos, nesta deve constar a composição qualitativa e quantitativa do manipulado, a duração do tratamento e a indicação quanto à forma de utilização. Contudo a sua prescrição não requer uma receita especial, no entanto para efeitos de comparticipação deve estar mencionado na receita a palavra “Manipulado” [7].

Existem dois tipos de fichas de preparação, uma quando na receita vem a designação “faça segundo a arte” (f.s.a) onde a ficha de preparação já se encontra preenchida segundo o Formulário Galénico outras quando na receita não se encontra

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21 nenhuma designação e o prescritor informa das quantidades e processos a desenvolver e tem de se proceder ao preenchimento total da ficha de preparação.

3.2 - MATÉRIAS-PRIMAS

Matéria-prima é “ toda a substância ativa, ou não, que se emprega na preparação de um medicamento, quer permaneça inalterável, quer se modifique ou desapareça no decurso do processo” [7].

3.3 - REGIME GERAL DE PREÇOS

O cálculo do preço de venda ao público dos MM por parte das farmácias é efetuado com base no valor dos honorários da preparação, no valor das matérias-primas e no valor dos materiais de embalagem [8].

Desta forma, o PVP de manipulados resulta da seguinte fórmula:

(Valor dos honorários + Valor das matérias-primas + Valor do material da embalagem) × 1,3 + IVA

3.4- COMPARTICIPAÇÃO

Os manipulados só podem ser alvo de comparticipações pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS) se cumprirem uma das seguintes condições [9]:

 Inexistência no mercado de especialidade farmacêutica com igual substância ativa na forma farmacêutica pretendida;

 Existência de lacuna terapêutica a nível dos medicamentos preparados industrialmente;

 Necessidade de adaptação de dosagens ou formas farmacêuticas às carências terapêuticas de populações específicas, como é o caso da Pediatria ou da Geriatria.

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4 - DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE

SAÚDE

4.1 - MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA (MSRM)

São considerados MSRM aqueles que preenchem uma das seguintes condições [6]:

 Possam constituir, direta ou indiretamente, um risco, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

 Sejam com frequência utilizados em quantidade considerável para fins diferentes daquele a que se destinam, se daí puder resultar qualquer risco, direto ou indireto, para a saúde;

 Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade e ou efeitos secundários seja indispensável aprofundar;

 Sejam prescritos pelo médico para serem administrados por via parentérica. A receita médica torna-se um modo eficaz de controlar e racionalizar a utilização dos medicamentos. Deste modo, todos aqueles medicamentos com uma margem de segurança apertada terão de ter obrigatoriamente uma utilização vigiada e por indicação médica.

Enquanto meio de comunicação fundamental entre médico e profissional de farmácia, a receita médica deve ser validada durante o aviamento, quer pela avaliação dos parâmetros definidos por lei, quer pela avaliação crítica da medicação prescrita e sua adequação ao utente.

As receitas eletrónicas (ANEXO 5) surgiram com o objetivo de aumentar a segurança no processo de prescrição e dispensa, facilitar a comunicação entre profissionais de saúde de diferentes instituições e agilizar processos.

Podemos distinguir diferentes tipos de receitas médicas: receita médica não renovável e receita médica renovável.

A receita médica deverá conter obrigatoriamente [10]:

 Número de receita;

 Identificação do local de prescrição;

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 Dados do utente – nome e número de utente e /ou número de beneficiário e regime especial de comparticipação dos medicamentos representado pelas letra “ R” e “O”, se aplicável; A letra “R” aplica-se aos utentes pensionistas abrangidos pelo regime especial de comparticipação. A letra “O” aplica-se aos utentes abrangidos por outro regime especial de comparticipação identificado por menção ao respetivo diploma legal.

 DCI ou nome da substância ativa, dosagem, forma farmacêutica, dimensão da embalagem;

 Entidade financeira responsável;

 Data de prescrição e validade;

 Número de embalagens;

 Posologia e duração do tratamento.

Algumas situações que merecem atenção durante a dispensa são:

 Estupefacientes ou psicotrópicos, os manipulados e os produtos destinados ao autocontrolo da diabetes mellitus que não podem ser prescritos com outros medicamentos na mesma receita;

 Validade da receita, que geralmente tem um prazo de trinta dias após a data de emissão, no caso de ser receita não renovável. Se for receita renovável (são emitidas três vias), tendo validade de seis meses para cada via;

 Em cada receita podem ser prescritos até quatro medicamentos distintos, num total de quatro embalagens por receita. No máximo, podem ser prescritas duas embalagens por medicamento. No caso dos medicamentos prescritos se apresentarem sob a forma de embalagem unitária podem ser prescritas até quatro embalagens do mesmo medicamento.

No caso dos medicamentos comparticipados, o médico prescritor só poderá incluir a denominação comercial do medicamento na receita quando não há medicamento genérico similar comparticipado ou uma das seguintes razões:

“Exceção a)” - Medicamento com margem ou índice terapêutico estreito

(ciclosporina, levotiróxina sódica e tacrolimus);

“Exceção b) - reação adversa prévia” - Suspeita de intolerância ou reação

adversa a um medicamento com a mesma substância ativa, mas identificado por outra denominação comercial;

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24

“Exceção c) - continuidade de tratamento superior a 28 dias” - Medicamento destinado a assegurar a continuidade de um tratamento com duração estimada superior a 28 dias.

Relativamente às exceções a) e b), o utente não pode optar por outro medicamento para além do prescrito, enquanto na opção c) pode exercer esse direito, desde que o pretendido pelo utente apresente um PVP inferior ou igual ao do medicamento prescrito. Caso sejam medicamentos não comparticipados, a receita pode incluir o nome comercial.

Nos modelos manuais o médico prescritor é obrigado a assinalar o motivo da receita manual [10]. Caso surja uma receita prescrita por via manual (ANEXO 6), esta só pode ser emitida nas seguintes situações:

 Falência do sistema informático;

 Inadaptação do prescritor;

 Prescrição ao domicílio;

 Até 40 receitas/mês;

Na receita tem de constar a vinheta identificativa do médico e a exceção de prescrição, para poder ser validada.

No local de prescrição, deve constar a respetiva vinheta do local de prescrição, se aplicável. Nas unidades do SNS, se a prescrição se destinar a um doente pensionista abrangido pelo regime especial, deverá ser posta a vinheta de cor verde de identificação da unidade de saúde. Nos consultórios e/ou médicos particulares, o local deverá estar igualmente identificado, através de carimbo ou inscrição manual.

No ato da dispensa, o profissional de farmácia tem que informar o utente da existência de medicamentos genéricos similares ao prescrito, comparticipados pelo SNS, e qual o mais barato.

O ato de dispensa é de especial importância uma vez que pode determinar o sucesso ou insucesso da terapêutica. Assim, o profissional de farmácia deve fornecer todas as informações farmacêuticas que são inerentes à dispensa, de modo a garantir que o utente recebe e compreende a informação, quer oral, quer escrita.

No final, a receita é assinada, datada e carimbada pelo profissional que executou o atendimento, aguardando conferência. Quando há complementaridade de dois organismos, é necessário tirar uma fotocópia da receita, onde também é impresso o

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25 documento de faturação. A receita original vai para o organismo primário e a fotocópia vai para o segundo organismo que faz a comparticipação. Nestes casos, o código informático é diferente.

Numa fase mais avançada do estágio tive oportunidade de dispensar MSRM, sempre com os cuidados e procedimentos necessários. Esta tarefa permitiu-me, expor os conhecimentos até então apreendidos, aperfeiçoar a comunicação com o utente e interpretar um vasto leque de receitas médicas, tanto eletrónicas como manuais. Foi uma tarefa difícil e desafiante, no entanto, com o auxílio e explicação dos elementos da FM, estas dificuldades foram sendo gradualmente superadas.

4.1.1 - Dispensa de Medicamentos Genéricos

É crescente a utilização de genéricos, com vista a garantir o acesso dos cidadãos a medicamentos de custo reduzido, a promover a sustentabilidade do SNS e uma maior transparência no mercado farmacêutico. Estes têm de apresentar biodisponibilidade e bioequivalência idênticas às dos medicamentos de referência [6].

Estes medicamentos, por serem medicamentos cuja substância ativa se encontra no mercado há vários anos, apresentam uma boa garantia de efetividade. São medicamentos mais baratos do que o medicamento de referência [11].

De maneira a serem facilmente identificáveis, os medicamentos genéricos, para além da DCI, nome do titular de AIM, dosagem e forma farmacêutica, apresentam a sigla “MG” (Medicamento Genérico) impressa na cartonagem. Estes são prescritos pela DCI das substâncias ativas, seguida da dosagem e forma farmacêutica podendo o médico acrescentar o nome do respetivo titular da AIM.

Os medicamentos comparticipados ficam sujeitos ao sistema de preços de referência quando são incluídos em grupos homogéneos. Os grupos homogéneos são constituídos por medicamentos com a mesma composição qualitativa e quantitativa de substância ativa, dosagem e via de administração, forma farmacêutica igual ou equivalente, no qual exista pelo menos um medicamento genérico no mercado. O preço de referência para cada grupo homogéneo é a média dos cinco PVP mais baixos no mercado para os medicamentos que integram esse grupo. A cada trimestre civil, o INFARMED atualiza as listas de grupos homogéneos [11].

Com a obrigatoriedade da prescrição por DCI, surge uma adequada competitividade entre laboratórios produtores de MG.

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26 4.1.2- Dispensa de Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Especial

Estão sujeitos a receita médica especial os medicamentos que preencham uma das seguintes condições [12]:

a) Contenham, em dose sujeita a receita médica, uma substância classificada como estupefaciente ou psicotrópico, nos termos da legislação aplicável;

b) Possam, em caso de utilização anormal, dar origem a riscos importantes de abuso medicamentoso, criar toxicodependência ou ser utilizados para fins ilegais;

c) Contenham uma substância que, pela sua novidade ou propriedades, se considere, por precaução, dever ser incluída nas situações previstas na alínea anterior.

A prescrição de medicamentos psicotrópicos ou estupefacientes é efetuada como qualquer outra prescrição de medicamento, em receita manual ou informatizada, exigindo a verificação dos mesmos parâmetros das prescrições de MSRM. O programa informático identifica instantaneamente a venda de um psicotrópico e/ou estupefaciente, aquando da leitura ótica do produto, sendo necessário o preenchimento de um formulário com dados do adquirente (nome, morada, nº e data do bilhete de identidade), do utente (nome e morada), a identificação do médico prescritor, bem como, a data da receita médica.

Após a finalização da venda esta informação é impressa em dois talões, com os dados do médico, do utente e do adquirente, onde é anexado à fotocópia da receita e arquivado num dossier.

Durante o estágio, tive oportunidade de dispensar MSRM especial, nas diversas dosagens disponíveis como por exemplo, o Concerta® e o Palexia retard®.

4.1.3 - Dispensa de Produtos Farmacêuticos Inseridos no Protocolo da Diabetes O protocolo Diabetes Mellitus foi desenvolvido com o intuito de prevenir, identificar e tratar complicações causadas por esta doença. Os produtos de protocolo têm de ser prescritos isoladamente numa receita médica, não sendo possível em qualquer momento a sua substituição por outro produto na farmácia.

Os utentes têm direito a dispor das lancetas e agulhas comparticipadas a cem por cento e de embalagens de tiras-teste a oitenta e cinco por cento pelo SNS [13].

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27 4.1.4 - Comparticipação de Medicamentos

O regime de comparticipação é apenas aplicado aos MSRM. As comparticipações beneficiam, pela situação económico-social, quem enfrenta maiores dificuldades no acesso aos medicamentos. Este melhora, porque o custo do medicamento reduz, mantendo a garantia de qualidade.

A percentagem de comparticipação de cada medicamento depende da entidade que o comparticipa e do medicamento pedido na prescrição [14].

A comparticipação do Estado insere-se em dois regimes:

Regime Geral de Comparticipação

A comparticipação do Estado no preço dos medicamentos de venda ao público é fixada de acordo com os seguintes escalões:

 Escalão A – Comporta uma comparticipação de 90% sobre o PVP;

 Escalão B – Comporta uma comparticipação de 69% sobre o PVP;

 Escalão C – Comporta uma comparticipação de 37% sobre o PVP;

 Escalão D – Comporta uma comparticipação de 15% sobre o PVP;

Os escalões de comparticipação variam de acordo com a indicação terapêutica, a sua utilização e as entidades que prescrevem, como por exemplo:

Escalão A:

 Grupo 8 - Hormonas e medicamentos usados no tratamento das doenças endócrinas;

 Grupo 15 - Medicamentos usados em afeções oculares;

 Grupo 16 - Medicamentos antineoplásicos e imunomoduladores;

 ...

Escalão B

 Grupo 1 - Medicamentos anti-infeciosos;

 Grupo 2 - Sistema nervoso central;

 Grupo 3 - Aparelho cardiovascular;

 ...

Escalão C

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 Grupo 9 - Aparelho locomotor;

 Grupo 10 - Medicação antialérgica;

 ...

Escalão D

Podem ser incluídos no escalão D novos medicamentos, medicamentos com comparticipação ajustada ou medicamentos que, por razões específicas e após parecer fundamentado emitido no âmbito de processo de avaliação do pedido de comparticipação, fiquem abrangidos por um regime de comparticipação transitório [15].

Regime Especial de Comparticipação

O regime especial aplica-se a situações específicas que abrangem dois tipos de comparticipação, em função dos beneficiários e em função das patologias ou grupos especiais de utentes.

Segundo o Decreto de Lei nº48-A/2010, de 13 de Maio, a comparticipação do Estado no preço dos medicamentos integrados no escalão A é adicionada de 5% e nos escalões B, C e D é acrescida de 15% para os pensionistas cujo rendimento total anual não exceda 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida ou 14 vezes o valor do indexante dos apoios sociais em vigor, quando este ultrapassar aquele montante [15].

A comparticipação do Estado para os beneficiários do regime especial de comparticipação de medicamentos é de 95% para o conjunto dos escalões, para os medicamentos cujos PVP correspondam a um dos cinco preços mais baixos do grupo homogéneo em que se inserem desde que iguais ou inferiores ao preço de referência desse grupo.

O Estado suporta integralmente o custo de alguns medicamentos indispensáveis para o tratamento de algumas doenças como lúpus, diabetes, hemofilia, doença de Parkinson, cancro, tuberculose, lepra, fibrose quística, SIDA, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica e insuficientes renais em diálise.

4.1.5- Novo Modelo de Receita Eletrónica

A nova receita eletrónica é um suporte inovador, seguro e sustentável, através do qual os medicamentos prescritos pelo médico ficarão acessíveis pelo Cartão de Cidadão (CC). Atendendo a este novo modelo de prescrição, houve uma necessidade de implementação na FM de dispositivos de leitura do CC em cada terminal informático (ILUSTRAÇÃO 10). Assim, por se tratar de um sistema que visa garantir a autorização

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29 à consulta e dispensa da receita, na farmácia, ao introduzir o cartão no leitor Smart Card e ao aceder ao código de acesso presente na guia de tratamento, o profissional de farmácia tem acesso à receita e aos medicamentos prescritos.

Esta iniciativa do Ministério da Saúde (MS) visa a simplificação da dispensa de medicamentos em todo o país. Contudo, a implementação da Nova Receita Eletrónica (NRE) é faseada, existindo assim um momento de transição e adaptação, em que tanto a receita em papel, como a NRE são utilizadas.

Tal como a receita manual e a receita eletrónica comum, a NRE é válida pelo prazo de trinta dias a contar da data da sua emissão, podendo ser emitidas receitas eletrónicas renováveis que contêm três vias (cada uma com o seu número único de receita), passando a ser o prazo de validade de cada via da receita de seis meses contados desde a data de prescrição.

4.2 - MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA

Os medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM), também designados por medicamentos de “venda livre” ou OTC, são medicamentos que não apresentam perigo desde que usados corretamente. Destinam-se essencialmente à prevenção, alívio ou tratamento de patologias ou síndromes menores que não justificam cuidados médicos, diminuindo desta forma a afluência às unidades de saúde e, como não são comparticipados, permitem diminuir os gastos com saúde. Deste modo, este tipo de medicação constitui o principal pilar da automedicação.

Neste sentido, cabe ao profissional de farmácia transmitir ao utente toda a informação necessária sobre os medicamentos disponíveis para automedicação, bem como realizar uma breve análise de toda a sintomatologia inerente à queixa do utente para assim realizar um correto diagnóstico. No âmbito da automedicação deve ter-se em conta parâmetros como a idade do utente, patologias, medicação habitual, entre outras.

Caso se trate de um sintoma ou transtorno menor, o profissional pode intervir na medida em que decide a terapêutica a instituir, sendo que na maior parte das vezes a adoção de medidas não farmacológicas são a solução do problema. Na eventualidade de ser necessário a dispensa de um MNSRM, deve optar-se por um medicamento e um esquema posológico simples de modo a garantir a adesão à terapêutica por parte do utente, fomentando para o uso racional do mesmo.

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30 Há, no entanto, grupos de doentes para quem a automedicação pode estar desaconselhada como são o caso dos doentes crónicos (cardíacos, diabéticos e asmáticos), idosos, crianças e grávidas ou durante a fase de amamentação.

O aconselhamento farmacêutico pode passar ainda por encaminhar o doente para uma consulta médica de acordo com as queixas formuladas, dado que, por vezes, estas queixas podem estar relacionadas com uma doença que requer uma observação médica cuidada.

Relativamente à dispensa de MNSRM, tal como a dispensa de MRSM, é uma etapa importante. As dificuldades que apresentei foi a comunicação e a realização de todas as questões necessárias ao utente, no entanto, considero que esta foi ultrapassada de modo satisfatório, uma vez que com o decorrer do estágio foi ganhando à-vontade e

conhecimentos dos medicamentos mais solicitados.

Os grupos de medicamentos que me foram solicitados com maior frequência foram os antigripais (Ilvico N®, Cêgripre®, Antigrippine®), expetorantes e antitússicos (Bisolvon®, Bisoltossin®), antiácidos (Kompensan®), laxantes (Dulcolax®) e complexos vitamínicos (Centrum® Cogitum®, Magnésio OK®, Cerebrum®).

4.3 - DISPENSA DE OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE 4.3.1 - Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal

Define-se como produto cosmético e de higiene corporal “qualquer substância ou preparação que entre em contacto com partes superficiais do corpo humano (epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, dentes e as mucosas bucais) que tenham como objetivo limpar, perfumar, modificar o seu aspeto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores corporais” [16].

A preocupação com a aparência e bem-estar tem levado a uma procura crescente deste tipo de produtos, mas apesar de parecerem inócuos, estes produtos também contêm riscos, podendo desencadear ou potenciar reações irritativas e alérgicas. Deste modo, cabe ao profissional de farmácia, adquirir conhecimentos sobre as várias linhas de cosméticos existentes, da sua composição e perigos inerentes, por forma a saber aconselhá-los aos diferentes casos com que se depara, e evitar situações desagradáveis. O aconselhamento de um produto deste tipo deve ter em conta o estado fisiológico e histológico do tecido a tratar, a sensibilidade demonstrada pelo utente a produtos anteriormente utilizados, assim como a idade e a situação económica do utente.

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31 A FM encontra-se munida de uma grande variedade deste tipo de produtos de modo a conseguir abranger uma gama que se adapte à totalidade dos utentes. Estes produtos encontram-se dispostos em lineares, devidamente organizados, de fácil visualização para o utente.

4.3.2 - Produtos de Puericultura

A FM disponibiliza uma vasta gama de produtos direcionados para as mães, crianças e bebés, como chupetas, biberões, tetinas, bombas para tirar o leite, produtos de higiene, entre muitos outros.

Neste sentido, torna-se imperativo que o profissional de farmácia esteja informado acerca destes produtos, pois tem o dever de informar e aconselhar os pais sobre os mais adequados ao desenvolvimento do seu bebé, contribuindo diretamente para a proteção e promoção da sua saúde.

4.3.3 - Produtos Dietéticos para Alimentação Especial

Segundo o Decreto-Lei n.o 285/2000 considera-se alimentação especial a que corresponde às necessidades nutricionais de indivíduos, cujo processo de assimilação ou cujo metabolismo se encontra perturbado; indivíduos que se encontrem em condições fisiológicas especiais e que, por esse motivo, podem retirar particulares benefícios da ingestão controlada de certas substâncias contidas nos alimentos; e lactentes ou crianças de um a três anos de idade com bom estado de saúde [17].

De acordo com o referido decreto-lei, nestes produtos estão incluídos: fórmulas que apenas devem ser utilizadas quando é impossível o aleitamento materno (leites para lactentes, leites de transição e leites especiais); alimentos à base de cereais e alimentos para bebés destinados a lactentes e a crianças de pouca idade; alimentos destinados a serem utilizados em dietas de restrição calórica, para redução do peso; alimentos dietéticos para fins medicinais específicos; e alimentos adaptados a um esforço muscular intenso, sobretudo para os desportistas.

Os alimentos dietéticos destinados a fins medicinais específicos constituem uma categoria de géneros alimentícios destinados a uma alimentação especial, sujeitos a processamento ou formulação especial, com vista a satisfazer as necessidades nutricionais de pacientes e para consumo sob supervisão médica, destinando-se à alimentação exclusiva ou parcial de pacientes com capacidade limitada, diminuída ou alterada para ingerir, digerir, absorver, metabolizar ou excretar géneros alimentícios

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32 correntes ou alguns dos nutrientes neles contidos ou seus metabolitos, ou cujo estado de saúde determina necessidades nutricionais particulares que não géneros alimentícios destinados a uma alimentação especial ou por uma combinação de ambos [18].

4.3.4 - Produtos Fitoterapêuticos

Trata-se de um grupo de produtos cuja composição é, fundamentalmente, à base de plantas, apresentando propriedades medicinais que ajudam na profilaxia, no alívio ou na cura de sintomas, mas que não estão indicadas em situações agudas.

O profissional de farmácia deverá aconselhar ao utente o produto mais adequado ao efeito que ele pretende e quais os cuidados a ter durante a sua utilização, uma vez que estes produtos não são isentos de reações adversas e toxicidade.

4.3.5 – Medicamentos Homeopáticos

Medicamentos homeopáticos são aqueles que, contendo uma ou mais substâncias, sejam obtidos a partir de produtos ou composições denominados matérias-primas homeopáticas, de acordo com o processo de fabrico homeopático descrito na Farmacopeia Europeia ou, quando dela não conste, nas Farmacopeias de qualquer Estado membro da União Europeia [12].

A homeopatia tem por base, cinco princípios fundamentais, sendo eles, a lei dos semelhantes (as substancias capazes de causar transtornos, são também capazes de os tratar), a lei da experimentação em indivíduos saudáveis, a lei das doses mínimas e dinamizadas (quanto maior a diluição do remédio, melhor o resultado obtido, chegando-se às dochegando-ses infinitesimais e dinamizadas), a lei do remédio único (remédio que abranja maior número de situações) e a lei da totalidade (considera-se o indivíduo na sua totalidade e trata-se pelo que ele é e não pelo que apresenta) [19].

4.3.6 - Dispositivos Médicos

Um dispositivo médico é considerado qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou artigo utilizado isoladamente ou em combinação, incluindo o software destinado pelo seu fabricante a ser utilizado especificamente para fins de diagnóstico ou terapêuticos e que seja necessário para o bom funcionamento do dispositivo médico, cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, embora a sua

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33 função possa ser apoiada por esses meios, destinado pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos para fins de: diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença; diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão ou de uma deficiência; estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico; Controlo da conceção [20].

4.3.7 – Produtos e Medicamentos de Uso Veterinário

A procura deste tipo de produtos é bastante abundante, pois, cada vez mais, as pessoas se preocupam com a saúde dos seus animais. No entanto, a importância de cuidar da saúde de um animal não se restringe apenas em promover o bem-estar do mesmo, mas também o do próprio Homem, uma vez que os animais são muitas vezes intermediários de ciclos de vida de determinados agentes patogénicos para ambos.

A prevalência na dispensa de produtos e medicamentos de uso veterinário na FM incide em anticoncecionais, antiparasitários internos e externos, anti-infecciosos tópicos e sistémicos e champôs.

Aquando da dispensa dos medicamentos, deve-se referir a dose recomendada (tendo presente o porte e idade do animal), a via de administração e o modo mais fácil de administrar o medicamento.

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5 - PROCESSAMENTO E FATURAÇÃO DO RECEITUÁRIO

Ao longo do mês, sempre que possível, vão-se separando e agrupando em lotes as receitas médicas conforme a entidade comparticipadora, sendo depois rigorosamente conferidas segundo os aspetos:

 Existência das vinhetas do médico e respetivo local de prescrição (se aplicável);

 Presença do número de beneficiário;

 Validade da receita médica e assinatura do médico prescritor;

 Correlação entre os medicamentos prescritos e os que foram dispensados, avaliando através do nome comercial ou genérico, quantidade e dimensão da embalagem impressos no verso da receita;

 Faturação da receita no organismo correspondente;

 Imposição do carimbo da farmácia no local destinado para esse efeito;

 Assinatura do responsável pelo aviamento, data da dispensa, assinatura do utente no local indicado;

Aquando da conferência, as receitas manuais e/ou informáticas são então divididas pelos respetivos organismos de comparticipação e agrupadas em lotes de trinta receitas, excecionando-se o caso dos lotes com organismos comparticipantes menos frequentes, bem como o último lote, que pode não ficar completo.

Relativamente à NRE, agrupamos em dois tipos de lotes a totalidade do receituário que foi conferido eletronicamente no momento da dispensa:

 Lote do tipo 99 – inclui todas as receitas que tenham sido conferidas eletronicamente no momento da dispensa e sem erro. O mesmo lote vai conter as receitas de todos os planos sobre a mesma entidade principal.

 Lote do tipo 98 – inclui todas as receitas que tenham sido conferidas eletronicamente no momento da dispensa e que tenham sido registadas com erro. Identifica-se como “erro” quando se termina uma receita com dados diferentes dos importados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (MS), como por exemplo o PVP. O mesmo lote vai conter todas as receitas de todos os planos sobre a mesma entidade principal.

Após todos os lotes estarem devidamente conferidos, carimbados e assinados, procede-se à emissão do lote, através do sistema informático que emite o verbete de identificação do lote.

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35 Depois da emissão do verbete de identificação do último lote do mês procede-se ao fecho dos lotes feito para cada organismo de saúde.

Posteriormente, o receituário correspondente ao SNS é enviado até dia cinco do mês seguinte ao Centro de Conferências de Faturas (CCF) da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), onde se processa a conferência dos valores devidos pelo SNS à farmácia. No caso dos outros organismos independentes ao SNS, o procedimento é semelhante, embora sejam enviados para a ANF. Esta entidade envia o receituário aos respetivos organismos e entrega posteriormente o valor das comparticipações à farmácia correspondente.

Caso haja devolução de receitas, por incorreções, estas são acompanhadas da justificação para não-aceitação. Os erros mais comuns referem-se aos preços, à dimensão das embalagens e à falta de preenchimento de campos. É feita a correção das mesmas, justificado no verso, e são inseridas na faturação desse mês. Também é emitida uma Nota de Crédito do total do valor devolvido, que segue com o resto dos documentos de faturação.

A conferência do receituário e organização de lotes foi uma tarefa que desempenhei varias vezes, sempre com a máxima atenção para com todos os aspetos a ele inerentes.

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6 - SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS

6.1 - FARMÁCIA CLÍNICA

A farmácia, enquanto local de promoção de saúde, serve não só para a dispensa dos medicamentos, mas também para a prestação de cuidados de saúde, rastreio e controlo de certas alterações patológicas, aconselhamento e monitorização da terapêutica. Assim, o profissional de farmácia viu o seu campo de ação alargar-se, participando no rastreio e controlo de certos parâmetros, fornecendo conselhos sobre hábitos de vida saudáveis, promovendo a adesão à terapêutica bem como encaminhando o utente para o médico quando necessário.

6.1.1 - Monitorização da Pressão Arterial

A determinação da pressão arterial é primordial para o controlo da hipertensão e para identificar suspeitos de hipertensão precocemente. Este controlo permite prevenir complicações da doença.

O controlo e o diagnóstico da hipertensão é baseado em valores de referência de pressão arterial sistólica (PAS) igual ou superior a 140 mmHg e/ou da pressão arterial diastólica (PAD) igual ou superior a 90 mmHg [21].

A medição da pressão arterial requer que os utentes estejam bem calmos, e que recentemente não tenham ingerido café ou não tenham feito nenhum esforço físico, para que os resultados sejam exatos.

Após a realização da medição, o profissional de farmácia deve transmitir informação, ao utente, sobre os valores apresentados e aconselhar sobre medidas não farmacológicas a adotar, caso seja necessário. Essas medidas passam por aconselhar o utente a diminuir fatores de risco como a redução de consumo de sal na alimentação, consumo de álcool moderado, cessação tabágica, redução do peso corporal (em caso de utentes com excesso de peso/obesidade) e promover a prática regular de exercício físico. Quando se trata de doentes já medicados, o profissional de farmácia deve demonstrar a importância da adesão à terapêutica bem como a monitorização regular dos valores de pressão arterial.

O não controlo da hipertensão leva a que o coração exerça um esforço redobrado e um desgaste das artérias, podendo levar ao colapso, afetando órgãos vitais.

Referências

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