• Nenhum resultado encontrado

Controle de Receitas e Despesas para um Representante de Produtos Suínos. Control of Income and Expenses for a Pig Product Representative

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Controle de Receitas e Despesas para um Representante de Produtos Suínos. Control of Income and Expenses for a Pig Product Representative"

Copied!
30
0
0

Texto

(1)

Controle de Receitas e Despesas para um Representante de Produtos Suínos Control of Income and Expenses for a Pig Product Representative

Palmiria Schuck Ribeiro 1

Luciana Porciuncula2

RESUMO

Este artigo buscou verificar a importância da relação de equilíbrio para o custo-volume-lucro na venda de embutidos de um representante da empresa Embutidos Buriti. Para tanto foi realizada a fundamentação teórica da contabilidade e gestão de custos, indicadores gerenciais de custos e custos no negócio, para então propor um sistema de custos e gestão, instrumentalizando o gestor para a utilização da estrutura proposta, e, por fim, foram verificados os custos e os indicadores de gestão de custos no modelo proposto, analisando os resultados encontrados. Foi utilizado o método descritivo, estudo de caso e documental, com abordagem qualitativa, sendo desenvolvida a partir de descrição e análise de fontes de informações documentais e de arquivos disponibilizados pelo representante da empresa de embutidos. Verifica-se que a análise custo-volume-lucro pode contribuir na gestão financeira da empresa, pois apresentou informações relevantes como qual o cliente que representa maior fatia de vendas, os produtos mais vendidos, os meses com maiores vendas, qual o ponto de equilíbrio nas vendas e se está operando com lucro ou prejuízo, cumprindo, dessa maneira, com as pretensões de controle esperados, bem como, auxiliando na tomada de decisões.

Palavras-chave: Custos. Controle de custos. Análise custo-volume-lucro (CVL). Contabilidade gerencial.

ABSTRACT

This article sought to verify the importance of the equilibrium relationship for the cost-volume-profit in the sale of sausages from a representative of the company Embutidos Buriti. For this purpose, the theoretical basis of accounting and cost management, management indicators of costs and costs in the business were carried out, and then proposing a system of costs and management, instrumentalizing the manager for the use of the proposed structure, and, finally, were verified costs and cost management indicators in the proposed model, analyzing the results found. The descriptive, case study and documentary method was used, with a qualitative approach, being developed from the description and analysis of sources of documentary information and files made available by the sausage company representative. It appears that the cost-volume-profit analysis can contribute to the financial management of the company, as it presented relevant information such as which customer represents the largest share of sales, the most sold products, the months with the highest sales, which is the breakeven point in

1 Acadêmica do curso de Ciências contábeis da Universidade de Cruz Alta – Unicruz. E-mail:

palmiria@hotmail.com

2 Professor do curso de Ciências contábeis da Universidade de Cruz Alta – Unicruz, Mestre em Gestão de

(2)

sales and whether it is operating at a profit or loss, thus fulfilling the expected control claims, as well as assisting in decision making.

Keywords: Costs. Cost control. Cost-volume-profit analysis (CVL). Management accounting.

1 INTRODUÇÃO

A contabilidade gerencial fornece aos gestores informações importantes para o cumprimento de objetivos e metas, sendo necessária na estratégia da empresa para alcançar o sucesso competitivo. As empresas buscam cada dia mais pela redução e eliminação de desperdícios e pelo aumento da lucratividade, de forma que se torna cada vez mais necessário a adoção de técnicas gerenciais que auxiliem os gestores nas tomadas de decisões.

Nesse sentido, a análise custo-volume-lucro pode diagnosticar possíveis problemas no resultado de um comércio que revende embutidos, assim como as relações de custo-volume-lucro podem contribuir na sua gestão financeira. Dessa maneira, esta pesquisa definiu o seguinte problema a ser respondido: de que forma as relações de custo-volume-lucro podem contribuir na gestão financeira de uma empresa de embutidos?

O objetivo geral foi verificar a importância da relação de equilíbrio para o custo-volume-lucro na venda de embutidos de um comércio. Quanto aos objetivos específicos buscou-se fundamentar teoricamente a contabilidade e gestão de custos, indicadores gerencias de custos, custos no negócio, modelos de custos já publicados; propor um sistema de custos e gestão para a empresa objeto da pesquisa, instrumentalizando os gestores para a utilização da estrutura proposta; verificar os custos e os indicadores de gestão de custos no modelo proposto analisando os resultados encontrados para a empresa de embutidos.

Justifica-se este estudo pois, durante o curso de Ciências Contábeis, e com a realização deste trabalho de conclusão, verificou-se que as possibilidades de atuação da contabilidade vão além da simples elaboração de relatórios contábeis obrigatórios, ou seja, a prática contábil vai além da empresa, influenciando na própria sociedade e no meio que se apresentam. Entende-se que é necessário ter um controle dos custos, receitas e despesas da empresa para um desenvolvimento eficiente e o uso das informações contábeis é essencial para a tomada de decisão, planejar atividades

(3)

desenvolvidas e possibilitar a análise dos resultados, tendo em vista a análise realizada quanto aos custos relacionados à luz, água e gasolina da empresa pesquisada.

Além disso, para complementar a fundamentação dos assuntos, foram referenciados textos e livros de autores que tratam da área contábil, como também foram pesquisadas legislações referentes ao tema.

Diante disso, o presente estudo poderá auxiliar os que tiverem interesse na área, possibilitando a capacidade de desenvolver controles de custos e também de gerenciar a sua empresa com resultados, considerando a finalidade de contribuir no desenvolvimento das mesmas. O presente trabalho pode contribuir na prática como uma ferramenta de gestão, permitindo ao gestor analisar os custos da empresa em relação ao volume produzido ou vendido, tendo isso como fator importante em futuras decisões, especialmente quanto aos gastos com luz, água e gasolina (combustível) por exemplo.

Considerando o exposto, o presente trabalho foi assim organizado: após a introdução, é desenvolvido, com base na bibliografia, um capítulo da revisão da literatura quanto ao tema abordado, destacando-se os seguintes tópicos: custos fixos, custos variáveis e despesas; controle de custos; a análise custo-volume-lucro (CVL); e a contabilidade gerencial. O capítulo seguinte indica os procedimentos metodológicos, expondo os materiais e métodos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa. E no último capítulo apresenta-se os resultados e discussões a partir do estudo, tratando os seguintes tópicos: a caracterização da empresa, o sistema de custos e gestão, análise dos custos e os indicadores de gestão de custos no modelo proposto. Por fim, faz-se as considerações finais tendo em vista o tema da pesquisa e os objetivos propostos.

2 REVISÃO DE LITERATURA

Desde a existência do ser humano, com o surgimento de novas práticas de renda, ocorre uma interpretação diferente para o meio comercial. A contabilidade, nome que se originou diante da necessidade do controle do comércio mundial, da organização financeiras para crescimento financeiro, da venda e troca de mercadoria (COELHO; LINS, 2010).

Ainda, conforme Coelho e Lins (2010), com a utilização da contabilidade, foram surgindo estratégias para o crescimento financeiro, com ela a contabilidade gerencial ferramenta de grande valia surgiu para centralizar, avaliar e definir a maneira e ser

(4)

utilizada para obtenção do sucesso. Na contabilidade gerencial, os custos determinam uma atenção de grande relevância, eles demandam um estudo que possibilitam planejamento, estratégia. Através desses números, os custos em cada empresa são os articuladores de resultados positivos ou negativos, é uma grande aliada na contabilidade em cada setor empresarial.

Conforme destaca Santos (2011), o surgimento do comércio em grande quantidade provocou a necessidade de controle patrimonial e assim a contabilidade surgiu como o instrumento capaz de fornecer informações necessárias para o gerenciamento dos negócios.

Tendo em vista o exposto, a sequência deste trabalho apresenta o referencial teórico abordando, com base na visão de autores, alguns assuntos básicos que fundamentam o tema, destacando-se os seguintes aspectos: custos, controle de custos, análise de custo-volume-lucro (CVL) e a importância da contabilidade gerencial.

2.1 Custos Fixos, Custos Variáveis e Despesas

Os custos podem ser definidos como os recursos que a empresa destina diretamente ao processo produtivo de bens e/ou serviços. Segundo Martins (2015, p.25), “custo é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Ainda para o autor: “O custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço” (MARTINS, 2015, p.25).

“Custo é a parcela do gasto que é aplicada na produção ou em qualquer outra função de custo, gasto esse desembolsado ou não” (DUTRA, 2010, p.33). Ainda conforme Dutra (2010) o custo é o valor que está relacionado à compra de um bem, envolvendo todos os seus estágios, desde a compra até a sua comercialização. Assim sendo, o custo é o valor monetário despendido para o processo de aquisição e preparação de um bem ou serviço.

Segundo Padoveze (2014), custo é considerado o gasto para adquirir e produzir bem ou serviço e isso evidencia que a contabilidade de custos oferece elementos para a análise dos objetivos administrativos, financeiros e econômicos de uma propriedade. O gestor também utiliza as informações sobre os custos dos produtos para estabelecer os

(5)

preços de venda, controlar o patrimônio e organizar as demonstrações contábeis e financeiras.

Os custos diretos são aqueles que podem ser facilmente identificados a uma unidade de alocação de custos, como uma linha de produtos ou processos, por exemplo. Relacionado a uma linha de produtos, os custos diretos serão a matéria-prima e a mão de obra relacionadas a sua produção (PADOVEZE, 2014).

Para Martins (2015) com o aumento considerável de competitividade que vem ocorrendo na maioria dos mercados, sejam industriais, comerciais ou de serviços, os custos tornam-se altamente relevantes quando da tomada de decisões em uma empresa. Isto ocorre pois, devido à alta competição existente, as empresas já não podem mais definir seus preços apenas de acordo com os custos incorridos, e sim, também, com base nos preços praticados no mercado em que atuam. O conhecimento dos custos passou a ser essencial para saber se, dado o preço, o produto é rentável; ou, se não rentável, se é possível reduzi-los.

De acordo com Martins (2015), tratar sobre custo se torna indispensável para uma empresa, e sua importância inclui transformações nas várias etapas do processo de criação de um produto ou serviço. As mudanças do patrimônio ocorrem devido a transformações de ativos em outros ativos, como por exemplo, matéria-prima que se tornará um produto acabado. Mas também não se exclui a alteração quantitativa dos custos, pois na venda de um produto surgem fins específicos para ter retorno financeiro mais elevado em sua venda e o funcionamento interno da empresa, com medidas de planejamento e controle das mudanças é essencial.

De acordo com Ferreira (2014, p. 49), define-se como custo fixo “os custos cujo valores totais independem da quantidade produzida”, ou seja, não sofrem alterações se produzido mais ou menos. Pode-se entender por que esta classificação diz respeito ao volume, pois volume é a quantidade produzida ou vendida e pode ser mencionado o aluguel como um exemplo de custo fixo.

Martins (2015) ainda classifica os Custos Fixos em Repetitivos e não Repetitivos: os repetitivos ocorrem em vários períodos com o mesmo preço como salários dos chefes e depreciações e os não-repetitivos que variam seus valores no decorrer dos períodos como manutenção de instalações e energia elétrica. Para o autor, “[...] eles não são, mesmo os repetitivos, eternamente do mesmo valor. Sempre há pelo menos duas causas para sua modificação: mudança em função de variação de preços, de expansão da empresa ou de mudança de tecnologia [...]”. (MARTINS, 2015, p. 51).

(6)

Os custos fixos são aqueles que não dependem do volume de produção, enquanto que os variáveis são aqueles que se alteram conforme as mudanças no nível de atividade. Os autores recomendam tal classificação também para as despesas relacionadas à administração e comercialização da empresa. As despesas variáveis contemplam as comissões, fretes e demais despesas que ocorrem em função da realização da venda. Já as despesas fixas são aquelas que não possuem relação com o nível de venda da empresa (BORNIA, 2010).

Segundo Martins (2015) é importante destacar que os custos fixos não são eternamente do mesmo valor, na maioria das vezes há duas causas prováveis para sua modificação, uma delas é a variação de preços ou então a mudança na tecnologia, este último ocorre quando se troca uma máquina, por exemplo. É importante ressaltar que existe custos semifixos, por exemplo, a energia elétrica, pois esta possui uma parcela fixa e outra variável, pois quando associada à produção do produto ela se torna uma despesa variável, contudo, para este trabalho a energia elétrica será classificada como uma despesa fixa, visto que não é utilizada para fins de produção.

De acordo com Padoveze (2014, p.54) “um custo é considerado fixo quando o seu valor não se altera com as mudanças, para mais ou para menos, do volume produzido ou vendido dos produtos finais”.

A classificação dos custos em fixos e variáveis é a mais frequente, principalmente no que diz respeito ao processo de planejamento e tomada de decisão, considerando esta classificação quanto à unidade de tempo e o volume de atividade (LEONE; LEONE, 2010; MARTINS, 2015).

Os custos de uma empresa resultam em vários processos, que são sua capacidade e tecnologia produtiva, atualização da estrutura operacional e a qualificação de mão de obra. Custos correspondem a aquisição da mercadoria, a realização dos serviços e a comercialização do produto dentro de uma empresa industrial. Portanto, conhecer os custos é a melhor forma para exercer controles e tomar decisões corretas. Uma empresa bem estruturada terá melhores resultados por meio de um sistema de custos ativo e eficiente (MEGLORINI, 2012).

Conforme Padoveze (2014, p. 56) custos variáveis são definidos como aqueles “cujo montante em unidades monetárias varia na proporção direta das variações do nível de atividade a que se relacionam”. Além disso, os custos variáveis num volume de produção/vendas são aqueles que sofrem variação direta e proporcionalmente em função de alguma alteração no volume de produção/vendas. Segundo Padoveze (2014, p. 42) os

(7)

custos indiretos “caracterizam-se, basicamente, por serem de caráter genérico e não específicos a produtos finais” e explica que há uma relação dos custos indiretos com os produtos finais, mas de forma indireta.

Ferreira (2014, p. 49) define custo variável como sendo “aquele custo cujo os valores totais variam de acordo com a quantidade”, ou seja, o oposto do custo fixo. Com isso, podemos identificar como custo variável em uma empresa, por exemplo, as matérias – primas e embalagens.

Quanto aos custos variáveis estão relacionados diretamente ao volume da produção. Exemplificando, observa-se o valor global de consumo dos materiais diretos por mês, onde quanto maior a produção maior será seu consumo. Portanto, num período de tempo (mês para este caso) o custo dos materiais diretos varia de acordo com a produção, então, materiais diretos são considerados um custo variável (MARTINS, 2015).

Como descreve Padoveze (2014), despesas ocorrem a todo o momento e são comuns na empresa se caracterizando pelo consumo de bens ou serviços, pela saída de recursos financeiros sem aumento do patrimônio ou aquisição de um bem para consumo rápido, geralmente durante o exercício. Exemplos: água, luz, telefone, salário do mês, depreciação (perda do valor de um bem pelo seu uso), propaganda e publicidade, combustível, correio, aluguel, material de expediente, material de limpeza, manutenção de imóvel, impostos sobre as vendas, descontos concedidos, comissões de funcionários, e outros.

Ao distinguir custo e despesa, Martins (2015) descreve que custo é o gasto diretamente relacionado a um bem ou serviço para produzir outros bens e serviços como matéria-prima, mão-de-obra, energia elétrica. Já a despesa é um bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para se obter receitas. As despesas são bens e serviços consumidos diretamente ou não e utilizados para se obter receitas, mas são de caráter temporal e não estão ligadas à produção de bens e serviços, afetando somente a demonstração do resultado do exercício. O lucro é um indicador de eficiência de toda a organização, pois faz com que o capital dos proprietários aumente, sendo possível descrever como tudo que se pode tirar da empresa, de tal forma que ao final do período, ela esteja em situação idêntica à que estava no início.

O lucro operacional é aquele obtido através da diferença entre o lucro bruto e as despesas operacionais. E por último o lucro líquido pode ser descrito como a sobra que pertence aos empresários. Após as deduções necessárias, como o Lucro depois do

(8)

Imposto de renda, se faz a dedução das participações previstas, por exemplo, de debêntures de empregados e administradores. Posteriormente, a essas deduções, encontram-se o lucro líquido, que é a sobra liquida à disposição dos sócios ou acionistas (IUDICIBUS, 2006).

Como indica Bornia (2010), a sobrevivência de qualquer organização depende principalmente de sua capacidade de gerar lucro e o lucro de um produto é formado pela diferença entre o preço de venda e seu custo unitário, sendo que este deve incorporar todos os custos e despesas existentes. Com isso, a análise Custo/Volume/Lucro busca apresentar o comportamento dos custos e do lucro em função do nível de atividade. De modo mais específico, a análise CVL considera os custos e as receitas como parte produzida e vendida em certo período, indicando que essa relação proporciona informações indispensáveis sobre a estrutura de custos e os riscos operacionais da empresa.

2.2 Controle de Custo

É importante a empresa investir em gestão de custos eficaz, pois gastará menos e lucrará mais. A partir dos dados obtidos durante o levantamento rotineiro, é possível conseguir informações valiosas que influenciarão diretamente na tomada de decisões. Por isso, é importante registrar tudo o que entra e sai da empresa para facilitar e atingir o crescimento almejado (SEBRAE, 2020).

Dutra (2010) explica que as despesas ocorrem no momento de comercialização do bem ou serviço, sendo as mesmas incluídos como CMV (Custos das Mercadorias Vendidas), CPV (Custos dos Produtos Vendidos) e CSP (Custos dos Serviços Prestados) seriam mais bem entendidas se fossem encontradas como DMV (Despesas das Mercadorias Vendidas), DPV (Despesas dos Produtos Vendidos) e DSP (Despesas dos Serviços Prestados). E também, as nomenclaturas que se iniciam por custos, deveriam estar relacionadas aos produtos em estoque, encontrando-se CME (Custos das Mercadorias Estocadas), CPE (Custos dos Produtos Estocados), entre outros.

O fluxo de caixa é o movimento de entrada e saída de recursos financeiros da empresa. A entrada de recursos provém das atividades de venda de produtos/serviços ou da venda de algum ativo da empresa (equipamento, veículo, imóvel, por exemplo). O fluxo de caixa deve ser utilizado como controle e, principalmente, como instrumento na tomada de decisões. Conforme as necessidades da empresa, o empresário deve inserir informações de entradas e saídas para elaborar a estrutura gerencial de resultados e a

(9)

análise de sensibilidade, calcular a rentabilidade e a lucratividade, entre outros pontos (SEBRAE, 2020).

Na atualidade é muito destacada a necessidade de criar meios e instrumentos para realizar controles quantitativos e qualitativos nas empresas em geral. Com relação às empresas do setor frigorífico, os padrões de controle utilizados caracterizam-se, basicamente, pela experiência e aplicação de metodologias conhecidas em outros setores mais desenvolvidos, que deram início ao setor por pioneirismo e capacidade de adaptação de uns poucos administradores (MEGLIORINI, 2012).

Conforme Oliveira et al. (2015) os custos são fatores de grande importância para tomada de decisões, as informações referentes a custos podem ser utilizadas pelos gestores para definir estratégias de gestão de custos para obter vantagem competitiva e oferecer melhores preços a seus clientes.

Como descreve Iudícibus (2006), a contabilidade é uma metodologia especialmente criada para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja esta pessoa física, jurídica, entidades de finalidades não lucrativas, empresa ou pessoas de direito público, como Estado, Município, União.

A contabilidade é um recurso fundamental para a boa gestão de uma empresa e não deve ser vista apenas como uma ferramenta de apurarem impostos e atender as exigências legais, e sim como um instrumento que auxilia o processo decisório. Com uma contabilidade que fornece informações confiáveis através das demonstrações contábeis, os usuários, externos e internos, terão condições de planejar e controlar operações, assim como de avaliar desempenhos e tomar as mais diversas decisões (ARAÚJO et al., 2016).

Para Leone e Leone (2010), a contabilidade de custos produz diversas informações que tem por objetivo atender às necessidades gerenciais, tratando os custos de uma maneira diferenciada. Para fornecer informações específicas exigidas por ambientes de produção e de administração em constante mutação, a contabilidade de custos organiza vários sistemas de custos, cálculos, alocação e ainda adota diferentes critérios de avaliação.

A gestão de custos se tornou essencial para o mundo dos negócios por se tratar de uma ferramenta de controle e gestão, que auxilia no gerenciamento da propriedade e na tomada de decisões. Por meio do conhecimento das condições de mercado, que gera o desenvolvimento da atividade econômica é preciso utilizar-se de uma boa gestão para

(10)

manter-se no ambiente dos negócios. Cabe ao gestor, decidir o que irá produzir e como fará, além do mais com o controle da atividade é possível avaliar os resultados alcançados e compará-los com o previsto (CREPALDI, 2019).

A gestão estratégica de custos é utilizada como um instrumento essencial para fins gerenciais na condução dos negócios e para uma melhor compreensão de sua aplicação é fundamental entender as diferenças dos resultados obtidos com aplicações de metodologias tradicionais e de gestão estratégica. A análise de valor como Gestão Estratégica de Custos pode assumir grande importância para as organizações em sua forma gerencial e para definição de estratégias (OLIVEIRA et al., 2015).

Megliorini (2012) explica que todos os gastos que ocorrem na fabricação ou prestação de serviços são classificados como custos, estes são apropriados aos produtos ou serviços, através de critérios. Ou seja, conforme a sua identificação, os custos classificam-se em diretos e indiretos.

Segundo Crepaldi (2019), a contabilidade é a radiografia de uma empresa, pois ela apresenta o desempenho do negócio, ou seja, mostra se a organização está atingindo o seu objetivo final, que é o lucro; por meio da apuração do resultado. Portanto, a análise econômica da empresa rural através dos cálculos de custos, é um potente subsídio que fortalece e fundamenta a tomada de decisão.

Conforme Santos (2014, p. 20) a vida útil é “o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo ou o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do ativo”. Na mesma linha de pensamento, este autor define valor residual, como sendo “o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição esperada para o fim de sua vida útil.”

A fragilidade do uso de informações gerenciais pelas empresas reflete em problemas operacionais, considerando que a contabilidade é responsável por controlar o patrimônio e auxiliar no planejamento, a carência dessas informações torna deficiente a análise dos resultados. Especialmente as empresas de pequeno e médio porte têm encerrado suas atividades ou enfrentado sérios problemas, devido a não utilização das informações contábeis para o processo de tomada de decisão (SILVA et al., 2014).

Para Kruger et al. (2017), custo é considerado o gasto para aquisição e produção do bem ou serviço e isso evidencia que a contabilidade de custos oferece elementos para a análise dos objetivos administrativos, financeiros e econômicos de uma propriedade, e as informações sobre os custos dos produtos são utilizadas pelo gestor para estabelecer

(11)

os preços de venda, controlar o patrimônio e organizar as demonstrações contábeis e financeiras.

2.3 A análise custo-volume-lucro (CVL)

Uma das principais funções do controle de custos é auxiliar na gestão. Neste sentido, a relação custo-volume-lucro busca mostrar qual a relação entre custos e despesas com as entradas de caixa geradas pela principal atividade da empresa. A análise custo-volume-lucro (CVL) é um dos instrumentos analíticos mais consagrados, mas, mesmo assim, é uma das mais simples apresentadas na Contabilidade Gerencial. Esta maneira de análise oferece aos gestores uma visão econômica de fácil entendimento do processo de planejamento, o que permite examinar os possíveis impactos nas decisões estratégicas. Por isso, o analista deve ter conhecimento de que o maior objetivo do estudo das relações custo-volume-lucro é fornecer informações necessárias à tomada de decisões estratégicas dentro da empresa (LEONE e LEONE, 2010).

A utilização da análise do custo-volume-lucro (CVL) está relacionada à contabilidade gerencial, sendo considerada uma ferramenta importante de gestão que auxilia nos processos de planejamento, gerenciamento e controle empresarial, impactando no processo decisório organizacional. Mesmo sendo caracterizada como ferramenta tradicional, pode-se constatar que a sua aplicação é pertinente no ambiente de negócios, seja no apoio às decisões rotineiras ou em decisões estratégicas (KRUGER et al., 2017).

Para Souza, Schnorr e Ferreira (2011) a utilização do método também implica simplificações entre a relação de volume vendido e produzido. Pois na interpretação dos resultados os volumes vendidos e produzidos são iguais, o que muitas vezes não acontece na prática das organizações. Assim o resultado fornecido pela análise CVL é aplicável em curto prazo, pois considerada os custos fixos e variáveis, a produção e o mix de vendas constantes para efetuação do cálculo.

A análise CVL pode fornecer informações precisas, visto que hoje, as empresas vivenciam um mercado turbulento e para sobreviver necessitam de informações no tempo certo. Por outro lado, com a utilização de softwares e planilhas eletrônicas, os gestores possuem inúmeras opções de como fazer funcionar estas análises nas empresas. A análise custo, volume e lucro pode ser considerada fundamental para um estudo

(12)

completo dos retornos financeiros dentro da empresa, ela pode auxiliar na identificação de pontos fracos e fortes (FERREIRA, 2014).

Para uma empresa se estruturar de maneira adequada, correta e competitiva é preciso que faça uso adequado do desenvolvimento de processos de planejamento e de estratégias, só assim é possível identificar a sua posição no mercado onde está atuando. Dessa forma, o seu setor gerencial poderá avaliar melhor os tipos de decisões que precisam ser tomadas para alcançar os objetivos traçados, maximizando seus lucros e resultados. Dentro do mercado competitivo, uma organização, não importa o tamanho, mal estruturada e sem visão de seus acontecimentos contábeis, torna-se um alvo fácil e vulnerável para o mercado que está em constante competição. (MORAIS; BARRETO JÚNIOR, 2019).

A criação desta ferramenta permitiu o fornecimento de informações que influenciam nas tomadas de decisões, a exemplo de quais são os produtos e serviços que podem ser oferecidos, os preços que devem adotados e quais as estratégias de marketing devem ser usadas. A análise do CVL é uma técnica que examina as alterações nos lucros, nos custos e nos preços de venda. Para realizar a análise, a empresa necessita identificar o custo variável, a quantidade de vendas, os preços das vendas, os custos fixos e o resultado líquido (SILVA et al., 2014).

A análise custo-volume-lucro (CVL) é uma ferramenta de auxílio aos gestores de empresas em geral no processo de decisão sobre a operação dos negócios, que abrange questões financeiras, patrimoniais e econômicas. O recurso permite apontar os impactos nos resultados e as possibilidades de expansão ou recuo dos negócios (KRUGER et al., 2017).

Para Wernke (2011, p. 41) a análise de custo, volume e lucro é uma “expressão que abrange os conceitos de margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança, cujo conhecimento é de fundamental importância para gestores de custos em virtude do número de benefícios informativos que proporcionam”. Para o mesmo autor, a análise do CVL abrange três conceitos importantes: (i) margem de contribuição, (ii) ponto de equilíbrio e (iii) a margem de segurança.

A Figura 1 mostra as ferramentas diretamente relacionadas à análise CVL e a relação entre elas.

(13)

Figura 1: Análise CVL e Técnicas Relacionadas Fonte: SOUZA, SCHNORR, FERREIRA (2011)

Conforme descrevem Souza, Schnorr e Ferreira (2011), a análise CVL faz uma investigação sistemática das relações entre preços de venda, volumes de produção e de venda, custos, despesas e lucros. Além disso, a análise de alterações do custo, volume e lucro é utilizada tendo como base o método de custeio variável, visto que essa técnica necessita da segregação dos custos e despesas entre variáveis e fixos. Para os mesmos autores, a análise CVL, como qualquer outro modelo matemático, para dar validade aos seus resultados precisa de certas possibilidades e entre as hipóteses básicas requeridas nessa análise, para uma correta estimação e compreensão do comportamento das variáveis envolvidas destacam-se:

a. Mudanças nas receitas e custos ocorrem devido a mudanças no número de unidades produzidas e vendidas.

b. Os custos totais devem ser separados em custos fixos, os quais não variam conforme o nível de produção, e em custos variáveis, que variam de acordo com a produção.

c. O preço de venda, os custos fixos e os variáveis são conhecidos e permanecem constantes dentro do período analisado.

d. As receitas e os custos variáveis são lineares com relação à produção dentro de um período de análise.

e. A análise cobre um único produto ou, quando da existência de múltiplos produtos, a proporção de venda desses produtos no todo se manterá constante quando da alteração da quantidade total de unidades vendidas.

(14)

f. Todas as receitas e custos podem ser agregados e comparados sem levar em consideração o valor do dinheiro no tempo.

As hipóteses mencionadas são importantes por dois aspectos: primeiro para compreender os mecanismos que interferem no resultado do cálculo dos elementos que compõem a análise; e para entender que esta técnica não deve ser utilizada de modo desordenado e automático, sem haver antes uma importante etapa de interpretação dos resultados (SOUZA; SCHNORR; FERREIRA, 2011).

De acordo com Padoveze (2014, p. 3) a análise CVL “é o sistema de informação que controla o patrimônio de uma entidade, através da coleta, armazenamento e processamento das informações oriundas dos fatos que alteram a massa patrimonial”. A margem de contribuição (MC) é o valor das receitas menos a soma dos custos e das despesas variáveis, e a sua principal função é a de identificar qual produto melhor absorve os custos fixos da empresa e ainda gera mais lucro.

A MC como um componente que está presente em outras ferramentas para o cálculo e do CVL, ligada diretamente com o Ponto de Equilíbrio (PE). Também é considerado elemento importante de análise, quando existem fatores limitantes na decisão de produção para atender as demandas de mercado. O PE demonstra o volume que é necessário vender ou produzir para que se possa pagar os custos e as despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis. No PE não existe lucro ou prejuízo, depois que a empresa atingir a quantidade das vendas que são necessárias para cobrir as despesas fixas, o lucro operacional líquido será a margem de contribuição das vendas para aumentar a meta do ponto de equilíbrio (KRUGER et al., 2017).

2.4 Contabilidade Gerencial

Desde o início da sua história até a globalização, a contabilidade tem como ferramenta de interesse público e privado, auxiliar o crescimento econômico transformando a profissão de contador guarda-livros a contador global. A contabilidade gerencial num sentido mais profundo, “está voltada única e exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir informações que se encaixem de maneira válida e efetiva no modelo decisório do administrador”. (IUDÍCIBUS, 2006, p.21).

De forma mais específica, os instrumentos da contabilidade gerencial auxiliam os gerentes em sua administração financeira, dentro do processo de gestão, visto que contabilidade gerencial reúne todos os demais instrumentos de contabilidade que

(15)

complementam a contabilidade financeira para tornar efetiva a informação contábil dentro das empresas em todos os processos de gestão (CREPALDI, 2017).

Para Crepaldi (2017, p.20) a contabilidade gerencial é um:

[…] o ramo da contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial.

Quanto à contabilidade gerencial importante ressaltar também que é uma importante ferramenta de decisão, pois segundo Crepaldi (2017, p. 30), em relação a este contexto O sistema de informação gerencial exige planejamento para a produção dos relatórios, a fim de “atender plenamente aos usuários produzindo informações para atender aos seguintes aspectos: níveis empresariais, ciclo administrativo e nível da estruturação da informação” (CREPALDI, 2017, p.30).

Como ressalta Padoveze (2012) a Contabilidade Gerencial deve fazer a conexão entre ações locais dos gerentes e a lucratividade da empresa, para eles saberem que direção tomar. É uma das ferramentas mais poderosas para auxiliar a administração de uma empresa, pois seus relatórios abrangem os diferentes níveis hierárquicos e funcionam como ferramentas indispensáveis nas tomadas de decisões, causando forte influência no processo de planejamento estratégico empresarial e no orçamento, além de confeccionar relatórios conforme as necessidades dos administradores, muitas vezes utilizando como fonte de informações os dados contidos nos relatórios gerados pela Contabilidade Financeira, em que esses dados são transformados em uma linguagem mais concisa e clara para o administrador.

Ou seja, conforme Padoveze (2012) a contabilidade gerencial reúne elementos que complementam a contabilidade financeira, caracterizando-se como um enfoque especial, contribuindo com técnicas e procedimentos contábeis conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira, de balanços e outras ferramentas. Dentro de uma perspectiva diferente, num grau mais detalhado e analítico, a contabilidade gerencial auxilia os gerentes na tomada de decisão.

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais

(16)

analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das unidades em seu processo decisório (IUDICIBUS, 2006).

Conforme Padoveze (2014), a contabilidade gerencial tem como foco o processo de tomada de decisão dos usuários internos. Ela procura de certo modo atender todos os profissionais dentro da empresa. Isso em qualquer nível de hierarquia, importando apenas que haja a necessidade de informação contábil para a tomada de decisão.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta etapa apresenta os instrumentos que foram utilizados para a coleta dos dados, os métodos e etapas para alcançar os objetivos do estudo, a classificação da pesquisa e o plano de análise e interpretação dos dados.

Quanto aos procedimentos metodológicos, o nível de pesquisa foi a descritiva, estudo de caso e documental.

No que se refere aos seus objetivos, este estudo no âmbito da empresa de embutidos se classifica como descritivo, porque tem por objetivo calcular os custos e apresentar os indicadores de precificação, demonstrando e analisando o desempenho e a performance da empresa estudada, pois houve a necessidade deste estudo, devido ser uma empresa do âmbito familiar, onde o controle das entradas e saídas era ineficiente, não apresentando a rentabilidade mensal. No estudo descritivo, os fatos são devidamente observados, para posteriormente registrá-los e analisá-los sem qualquer interferência do pesquisador sobre eles. Conforme Gil este tipo de estudo “Têm como objetivo principal descrever os aspectos de determinada população ou fenômeno” (GIL, 2010, p. 28).

A pesquisa é considerada qualitativa, porque não foram utilizados métodos estatísticos, mas sim, foi realizada uma análise mais descritiva e focada nos custos de cada unidade produtiva, para a proposição de um sistema de custos, baseado em outros modelos que, pudesse calcular e apresentar os indicadores de precificação e também exibir a performance de cada ramo da atividade. Do ponto de vista dos meios utilizados para investigação do estudo, a pesquisa é bibliográfica, documental e estudo de caso. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, que seja de acesso ao público em geral (MARCONI; LAKATOS, 2010).

(17)

Também compõe o trabalho a pesquisa documental, que se apresenta semelhante à pesquisa descritiva, porém sua fonte de materiais ainda não recebeu o tratamento analítico, ou podem ser reelaborados de acordo com o objetivo da pesquisa (GIL, 2010). Uma pesquisa do tipo estudo de caso caracteriza-se pela análise de um caso único, específico, ou de um conjunto de casos de um setor (BEUREN et al., 2006).

A coleta de dados ocorreu por meio de observação e envolveu o registro de forma sistematizada do padrão, relatando informações sobre os fenômenos da pesquisa utilizou-se da observação para conhecer o processo produtivo, a fim de verificar as etapas, necessárias, cronometrar o tempo, observar quais os fatores que a compõe, para a partir destas e de outras informações apurar o custo do produto.

Para aplicar a Análise CVL foram seguidas algumas etapas, cujo passo inicial consistiu em calcular a Margem de Contribuição Unitária (em R$) do produto comercializado pela empresa.

O objetivo da análise dos dados é “organizar e sumariar, os dados para que forneçam respostas ao problema do estudo” (GIL, 2010), neste estudo a análise dos dados ocorrerá por meio da análise documental e descritiva.

Para interpretar e analisar os dados, as informações foram produzidas com base nos documentos e informações, como indicado no referencial teórico, os elementos de custos da empresa, métodos de custeio, indicadores de precificação e resultados. Após mapear o processo produtivo, as especificações dos custos unitário e total do produto em estudo, fez-se análise do desempenho da empresa.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Caracterização da empresa

A pesquisa foi desenvolvida a partir de descrição e análise de fontes de informações documentais e de arquivos, de uma empresa representante dos Embutidos Buriti, a qual está situada na cidade de Cruz Alta, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A empresa tem atuação na representação exclusiva da marca Embutidos Buriti e disponibiliza uma variedade de produtos diferenciados e exclusivos da carne suína.

(18)

No ano de 2019, a empresa representante dos Embutidos Buriti iniciou a atuação no comércio, com a representação exclusiva desta marca que é de grande destaque e conceituada no comércio da cidade e região Sul do país. Todo esse prestígio vem ao longo do tempo, pela indústria dos embutidos que com anos de fabricação conceituou sua marca pelo Estado.

A indústria “Embutidos Buriti” formada por uma família de origem alemã buscou na prática a fabricação de produtos embutidos derivados da carne suína, tendo em vista que a cultura desta família influenciou na escolha da profissão. Com o passar do tempo, a expansão da diversificação dos produtos foram aumentando o espaço no comércio.

Sendo assim, buscando uma linha de trabalho, o Empreendedor, atual representante dos Embutidos Buriti em Cruz Alta, por meio do cadastro MEI, visou que a representação da linha alimentícia, específica dos Embutidos Buriti, tendo como estratégia para sua subsistência familiar.

No início esta empresa caracterizou sua atividade com a venda de pequena quantidade do produto principal, o salame, onde poucos quilos foram vendidos decorrente do receio da aceitação, competividade, fidelidade de marcas e espaço. Após meses na prática da revenda do salame, aos poucos, foi aumentando a quantidade vendida, mas isso não era suficiente para se manter financeiramente, sendo assim, foi necessário a inserção dos outros produtos disponíveis. Aos poucos os produtos foram tomando espaço e sendo conhecidos pelo diferencial de qualidade e preço, o comércio foi tomando proporção e os produtos foram tendo saída com mais facilidade.

4.2 Sistema de custos e gestão

Para aplicar a Análise CVL na empresa objeto deste estudo, inicialmente foi proposto um sistema de custos e gestão para a empresa objeto da pesquisa, instrumentalizando os gestores para a utilização da estrutura proposta que levou em consideração alguns fatores, de acordo com cada produto comercializado, iniciando pela distinção entre custos e despesas quanto aos gastos realizados.

Primeiramente, buscou-se informações junto ao representante de como acontecem as vendas e quais os custos e despesas que este possui mensalmente. Segundo as informações coletadas, existem três tipos de clientes: os mercados, particulares e vendas em geral. Essa divisão é necessária no controle de vendas pois

(19)

para cada um desses clientes, é praticado um valor de venda. Para tanto, o Quadro 1 – Controle de Vendas, apresenta a proposição de controle de vendas por tipo de cliente.

Quadro 1 – Controle de Vendas

MÊS V EN D A EM M E R C A D O S PRODUTOS Quantidade KG Valor Unitário Valor de Venda Receita de

Vendas CMV Lucro bruto

SALAME TORRESMO BANHA MORCELA COSTELA CRUA COSTELA DEFUMADA BACON LINGUIÇA CARRÉ TOTAL V EN D A S P A R TI C U LA R ES PRODUTOS Quantidade KG Valor Unitário Valor de Venda Receita de

Vendas CMV Lucro bruto

SALAME TORRESMO BANHA MORCELA COSTELA CRUA COSTELA DEFUMADA BACON LINGUIÇA CARRÉ TOTAL V EN D A S EM G E R A L PRODUTOS Quantidade KG Valor Unitário Valor de Venda Receita de

Vendas CMV Lucro bruto

SALAME TORRESMO BANHA MORCELA COSTELA CRUA COSTELA DEFUMADA BACON LINGUIÇA CARRÉ TOTAL

Fonte: Dados conforme pesquisa

Cabe salientar que tudo que é comprado é revendido, ou seja, o representante não fica com mercadorias em estoque, mas sim, apenas compra a quantidade de acordo

(20)

com as encomendas que possui. Sobre os clientes, as vendas para particulares são aquelas para clientela conhecida, amigos, familiares e pessoas que conhecem e ficam conhecendo os produtos pelo preço ser atrativo e produto fresco semanalmente. Já as vendas em geral que correspondem às vendas para estabelecimentos comerciais como mini mercados, padarias, casa de viandas, fruteiras, açougues, bares, lanchonetes e restaurantes, sendo que estas vendas acontecem nas cidades de Cruz Alta e Ibirubá.

A partir do Quadro 1, foi possível elaborar o Quadro 2 – Resultado por Produto, onde é possível verificar a receita bruta total com a venda de cada produto, bem como os custos das mercadorias vendidas e o lucro bruto de forma mensal e posteriormente semestral ou anual.

Quadro 2 - Resultado por Produto MÊS

PRODUTOS Receita de vendas CMV Lucro Bruto

SALAME TORRESMO BANHA MORCELA COSTELA CRUA COSTELA DEFUMADA BACON LINGUIÇA CARRÉ TOTAL

Fonte: Dados conforme pesquisa

Com relação às despesas, o representante informou quais os tipos de despesas que possui e a partir disso foi elaborado o Quadro 3 – Controle de Custos e Despesas. Conforme Padoveze (2014) a despesa e o custo se unem dentro de uma empresa no momento em que é realizada a venda do produto, assim o custo se transforma em uma despesa no momento em que o bem que estava em estoque é entregue ao cliente e transferido, fazendo parte da apuração do resultado.

Quadro 3 – Controle de Custos Custos Fixos e

Variáveis JAN FEV MAR ABR MAIO JUN TOTAL

ÁGUA

LUZ

(21)

SALÁRIO CELULAR MAN. VEÍCULO EMBALAGEM TOTAL CF TOTAL CV TOTAL CF + CV

Fonte: Dados conforme pesquisa

A partir do Quadro 3, onde foi possível identificar os custos fixos e variáveis relacionados a venda dos produtos, é possível agregar os dados em outro quadro (Quadro 4) que considera o custo da mercadoria vendida (custo de aquisição), somados aos custos fixos e variáveis do Quadro 3, que serão alocados aos produtos de acordo com a quantidade vendida. Este Quadro se faz necessário tendo em vista a realização posterior da margem de contribuição e ponto de equilíbrio.

Quadro 4 – Custo Total por Produto PRODUTOS Quantidade Vendida (Kg) CMV CV UNIT CF UNIT CT UNIT SALAME TORRESMO BANHA MORCELA COSTELA CRUA COSTELA DEFUMADA BACON LINGUIÇA CARRÉ TOTAL

Fonte: Dados conforme pesquisa

Com os dados que constarem no Quadro 4, será possível calcular a Margem de Contribuição Total e Margem de Contribuição Unitária. Para tanto, foi elaborado o Quadro 5 – Margem de Contribuição.

Quadro 5 – Margem de Contribuição

1- RECEITAS

2- CV dos Produtos Vendidos 3- Margem de contribuição (1-2)

4- Custos Fixos

(22)

6- Total quantidade de Produtos 7- Margem de Contribuição Unitária (3÷6) Fonte: Dados conforme pesquisa

O Ponto de Equilíbrio Contábil é encontrado somando os dados dos custos mais despesas fixas e dividindo-o pela margem de contribuição unitária. Dessa maneira encontra-se o total de unidades que devem ser vendidas para que não ocorram prejuízos. O Quadro 6 – Ponto de Equilíbrio demonstra esse cálculo.

Quadro 6 – Ponto de Equilíbrio

1- CF + DF R$ 2- MCU R$ 3- Resultado Semestre (1÷2) Unidades

4- Mensal (3÷6) Unidades Fonte: Dados conforme pesquisa

A Margem de Segurança é encontrada quando são deduzidas das quantidades vendidas a quantidade no ponto de equilíbrio e demonstra o volume de vendas que a empresa está operando acima do ponto de equilíbrio. O Quadro 7 – Margem de Segurança demonstra essa operação.

Quadro 7 – Margem de Segurança 1- Quantidade Vendida

2- Quantidade no PE

3- Margem de Segurança (1-2) Fonte: Dados conforme pesquisa

A partir da proposição de um controle de custos e gestão para a empresa objeto da pesquisa, foi possível instrumentalizar o gestor para a utilização da estrutura proposta e a partir de então, verificar os custos e os indicadores de gestão de custos no modelo proposto analisando os resultados encontrados para a empresa revendedora de embutidos.

4.3 Análise dos custos e os indicadores de gestão de custos no modelo proposto

Nesta sessão, são apresentados os resultados obtidos quanto aos custos e lucros verificados na empresa revendedora dos produtos Embutidos Buriti. Considerando o disposto no Quadro 1, foram apurados todos os meses do primeiro semestre de 2020 os resultados com as vendas dos produtos pela empresa. No Quadro 8 – Controle de

(23)

Vendas – Janeiro a Junho/2020, é possível vislumbrar os resultados de vendas totais de acordo com os clientes, que são divididos entre mercados, particulares e vendas em geral.

Quadro 8 – Controle de Vendas – Janeiro a Junho/2020

JANEIRO A JUNHO/2020 VEND A E M M ERCADO S PRODUTOS QTD KG VLR UNIT. VLR VENDA RV CMV LB SALAME 1145,00 15,33 16,80 19318,50 17640,00 1678,50 TORRESMO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 BANHA 875,00 13,25 14,25 12520,00 11645,00 875,00 MORCELA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 COSTELA CRUA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 COSTELA DEFUMADA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 BACON 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 LINGUIÇA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 CARRÉ 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 TOTAL 2020,00 0,00 0,00 31838,50 29285,00 2553,50 VEND AS P ARTICULARES PRODUTOS QTD KG VLR UNIT. VLR VENDA RV CMV LB SALAME 299,61 15,00 19,90 5962,24 4494,15 1468,09 TORRESMO 199,42 15,33 23,33 4648,06 3052,70 1595,36 BANHA 236,60 12,00 14,50 3430,70 2839,20 591,50 MORCELA 149,16 8,00 10,00 1491,60 1193,28 298,32 COSTELA CRUA 374,23 13,00 14,50 5426,34 4864,99 561,35 COSTELA DEFUMADA 51,40 16,00 18,00 925,20 822,40 102,80 BACON 43,00 16,00 18,00 774,00 688,00 86,00 LINGUIÇA 152,91 8,00 10,00 1529,10 1223,28 305,82 CARRÉ 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 TOTAL 1506,33 0,00 0,00 24187,23 19178,00 5009,23 V EN D A S EM G ER A L PRODUTOS QTD KG VLR UNIT. VLR VENDA RV CMV LB SALAME 1005,20 15,00 17,50 17591,00 15078,00 2513,00 TORRESMO 606,20 15,00 18,00 10911,60 9093,00 1818,60 BANHA 382,00 12,17 13,50 5157,00 4647,75 509,25 MORCELA 145,90 8,00 9,50 1386,05 1167,20 218,85 COSTELA CRUA 1398,30 13,00 14,50 20275,35 18177,90 2097,45 COSTELA DEFUMADA 62,80 13,67 15,25 1140,15 1017,80 122,35 BACON 40,00 14,00 15,50 735,00 660,00 75,00 LINGUIÇA 81,70 10,67 12,17 1235,15 1085,60 149,55 CARRÉ 307,80 11,00 13,50 4155,30 3385,80 769,50 TOTAL 4029,90 0,00 0,00 62586,60 54313,05 8273,55

Fonte: Dados conforme pesquisa

No Quadro 8 é possível verificar que a maior quantidade de produtos vendida ocorre nas vendas em geral que correspondem às vendas para estabelecimentos

(24)

comerciais como mini mercados, padarias, casa de viandas, fruteiras, açougues, bares, lanchonetes e restaurantes, sendo que estas vendas acontecem nas cidades de Cruz Alta e Ibirubá. Além de ser o cliente de maior quantidade de vendas, este também é o que apresenta o maior lucro bruto para o representante, seguido das vendas para particulares e das vendas em mercados. De posse desses dados, referente ao período de Janeiro a Junho de 2020, foi possível agregá-los no Quadro 9 – Resultado por Produto.

Quadro 9 – Resultado por Produto JANEIRO A JUNHO – 2020

PRODUTOS Receita de vendas CMV Lucro Bruto

SALAME R$ 42.871,74 R$ 37.212,15 R$ 5.659,59 TORRESMO R$ 15.559,66 R$ 12.145,70 R$ 3.413,96 BANHA R$ 21.107,70 R$ 19.131,95 R$ 1.975,75 MORCELA R$ 2.877,65 R$ 2.360,48 R$ 517,17 COSTELA CRUA R$ 25.701,69 R$ 23.042,89 R$ 2.658,80 COSTELA DEFUMADA R$ 2.065,35 R$ 1.840,20 R$ 225,15 BACON R$ 1.509,00 R$ 1.348,00 R$ 161,00 LINGUIÇA R$ 2.764,25 R$ 2.308,88 R$ 455,37 CARRÉ R$ 4.155,30 R$ 3.385,80 R$ 769,50 TOTAL R$ 118.612,33 R$ 102.776,05 R$ 15.836,28

Fonte: Dados conforme pesquisa

Dessa maneira, é possível visualizar que o produto que gera maior lucro bruto para o representante dos Embutidos Buriti é o salame, seguido do torresmo, costela crua e banha. Apesar da banha apresentar uma receita de vendas maior que o torresmo, aquela possui um custo de aquisição maior e uma margem de lucro menor. O Quadro 10 – Resultado Semestral, apresenta o lucro bruto por mês.

Quadro 10 – Resultado Semestral

MESES RECEITA DE VENDAS (R$) CMV (R$) LUCRO BRUTO (R$)

JANEIRO 15.834,64 13.531,40 2.303,24 FEVEREIRO 15.528,68 13.371,58 2.157,10 MARÇO 18.671,13 15.970,75 2.700,38 ABRIL 20.638,27 17.937,18 2.701,09 MAIO 24.948,47 21.953,57 2.994,90 JUNHO 22.991,15 20.011,57 2.979,58 TOTAL 118.612,33 102.776,05 15.836,28

Fonte: Dados conforme pesquisa

De acordo com o Quadro 10, é possível verificar que a maior receita de vendas ocorreu no mês de maio, assim como o maior lucro bruto ocorreu neste mês também.

(25)

Possivelmente isso tenha ocorrido devido a chegada do inverno, este fator de clima contribui muito para o crescimento das vendas, pois as pessoas procuram mais esses alimentos nesta época do ano. Também houve aumento das vendas no período da pandemia do Covid 19 que estamos enfrentando, pelo fato de muitos terem que ficam em casa, e terem as entregas a domicílio favorecendo o aumento das vendas.

No Quadro 11 foram elencados todos os custos informados pelo representante dos produtos Embutidos Buriti. Foram classificados como Custos Fixos o salário e o gasto com telefone celular e custos variáveis a água, luz, gasolina, manutenção de veículo e embalagem. O representante já possuía veículo próprio antes de iniciar a representação. Dessa maneira, verifica-se que os maiores custos são os fixos.

O Quadro 11 – Controle de Custos de Janeiro a Junho/2020 Custos Fixos e

Variáveis JAN FEV MAR ABR MAI JUN TOTAL

ÁGUA 25,00 25,00 27,00 28,30 31,35 31,90 168,55 LUZ 25,00 23,00 27,50 31,45 31,88 30,05 168,88 GASOLINA 145,00 150,00 157,00 155,00 162,00 160,00 929,00 SALÁRIO 1.045,00 1.045,00 1.045,00 1.045,00 1.045,00 1.045,00 6.270,00 CELULAR 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 40,00 240,00 MANUT. VEÍCULO 106,50 106,50 106,50 106,50 106,50 106,50 639,00 EMBALAGEM 20,00 20,00 20,00 20,00 25,00 25,00 130,00 TOTAL CF 1.085,00 1.085,00 1.085,00 1.085,00 1.085,00 1.085,00 6.510,00 TOTAL CV 321,50 324,50 338,00 341,25 356,73 353,45 2.035,43 TOTAL CF + CV 1.406,50 1.409,50 1.423,00 1.426,25 1.441,73 1.438,45 8.545,43 Fonte: Dados conforme pesquisa

O Quadro 12 - Custo Total por Produto apresenta os totais de custo das mercadorias vendidas, custos variáveis e fixos (rateados de acordo com a quantidade vendida) e o custo total, que representa a soma dos custos.

Quadro 12 - Custo Total por Produto

PRODUTOS QTD VENDIDA (Kg) CMV (R$) CV (R$) CF (R$) CT (R$) SALAME 2.449,81 37.212,15 659,91 2.110,61 39.982,67 TORRESMO 805,62 12.145,70 217,01 694,07 13.056,79 BANHA 1.493,60 19.131,95 402,33 1.286,80 20.821,08 MORCELA 295,06 2.360,48 79,48 254,21 2.694,17 COSTELA CRUA 1.772,53 23.042,89 477,47 1.527,11 25.047,47 COSTELA DEFUMADA 114,20 1.840,20 30,76 98,39 1.969,35 BACON 83,00 1.348,00 22,36 71,51 1.441,87 LINGUIÇA 234,61 2.308,88 63,20 202,13 2.574,20

(26)

CARRÉ 307,80 3.385,80 82,91 265,18 3.733,89

TOTAL 7.556,23 102.776,05 2.035,43 6.510,00 111.321,48

Fonte: Dados conforme pesquisa

Conforme o Quadro 12, os maiores custos referem-se aos produtos: o salame, banha, torresmo e a costela crua, sendo as maiores quantidades vendidas, pois o consumo diário é maior destes produtos. O salame, o produto mais vendido, pela tradição, sabor e praticidade do produto, a banha o torresmo e a carne crua são muito apreciados pelo fato desses alimentos serem de consumo diário dos clientes.

Com os dados dos Quadros anteriores, foi possível calcular a margem de contribuição. Considerando que a margem de contribuição é um dos indicadores importantes para avaliar a saúde financeira do negócio, conforme demonstra o Quadro 10, é possível verificar que o valor das receitas é maior que a soma dos custos e das despesas variáveis. A partir disso, destaca-se a margem de contribuição como uma potencial ferramenta para os gestores, porque ela, por ser o resultado da diferença entre o custo variável e o preço de venda de um determinado produto possibilita que o lucro seja determinado, permitindo aos gestores saber o quanto que eles vão dispor para cobrirem os custos fixos, e obter lucro na empresa. O Quadro 13 – Margem de Contribuição, apresenta o cálculo referente a esta questão. Considerando que são produtos diferentes, optou-se em verificar a margem de contribuição do salame que é o produto mais vendido.

Quadro 13 – Margem de Contribuição

1- RECEITAS R$ 42.871,74

2- CV dos Produtos Vendidos R$ 37.872,06 3- Margem de contribuição (1-2) R$ 4.999,68

4- Custos Fixos R$ 2.110,61

5- Resultado (3-4) R$ 2.889,07

Fonte: Dados conforme pesquisa

Há que se considerar que a margem de contribuição encontrada representa mais que o dobro que as despesas fixas, apresentando dessa maneira, um lucro no período. Este resultado é importante para que se possa tomar decisões nas vendas e evitar prejuízos financeiros.

Tendo em vista a margem de contribuição encontrada, é possível calcular o ponto de equilíbrio, conforme o Quadro 14 – Ponto de Equilíbrio.

Quadro 14 – Ponto de Equilíbrio

(27)

Fonte: Dados conforme pesquisa

O Ponto de equilíbrio demonstra quantas unidades necessitam ser vendidas para cobrir os custos e começar a obter lucro. Nesse caso, verifica-se que são necessárias R$ 4.221,22 para cobrir os custos, ou seja, a partir de 346 unidades vendidas, o representante de embutidos estará lucrando. O Quadro 15 – Margem de Segurança demonstra quantas unidades de salame o representante está operando acima do ponto de equilíbrio.

Quadro 15 – Margem de Segurança

Fonte: Dados conforme pesquisa

De acordo com o demonstrado no Quadro 15, estão sendo vendidas em média 64 unidades a mais de salame que o ponto de equilíbrio mensalmente, o que representa um resultado positivo para o representante dos produtos da Embutidos Buriti.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa possibilitou agregar conhecimentos e informações importantes a esta acadêmica e ao gestor da empresa pesquisada, tendo em vista os resultados obtidos nas relações entre preços de venda, volumes de venda, custos, despesas e lucros. A partir da proposição de um controle de custos e gestão a empresa representante de embutidos, foi possível instrumentalizar o gestor para utilizar a estrutura proposta, verificando os custos e os indicadores de gestão de custos.

As informações para concretizar a pesquisa foram obtidas em documentos, sendo analisadas, a partir dos elementos de custos e receitas da empresa. Foram utilizados dados de todos os meses do primeiro semestre de 2020 referente aos resultados com as vendas dos produtos pela empresa e custos.

PEC = C e DF/MCU 1- CF + DF R$ 4.221,22 2- MCU R$ 2,04 (=) ANO 2068 (=) MÊS 345 1- Quantidade Vendida 408 2- Quantidade no PE 345 3- Margem de Segurança (1-2) 64

(28)

Como destacado no decorrer do estudo, na referida empresa de embutidos tudo que é comprado é revendido, ou seja, o representante não fica com mercadorias em estoque, mas sim, apenas compra a quantidade de acordo com as encomendas que possui. Conforme análise dos dados, foi possível concluir que o produto que gera maior lucro bruto para o representante dos Embutidos Buriti é o salame, seguido do torresmo, costela crua e banha, sendo que, apesar da banha apresentar uma receita de vendas maior que o torresmo, aquela possui um custo de aquisição maior e uma margem de lucro menor.

Outro aspecto verificado é que a maior quantidade de produtos vendida ocorre nas vendas em geral que correspondem às vendas para estabelecimentos comerciais como mini mercados, padarias, casa de viandas, fruteiras, açougues, bares, lanchonetes e restaurantes, sendo que estas vendas acontecem nas cidades de Cruz Alta e Ibirubá. Além de ser o cliente de maior quantidade de vendas, este também é o que apresenta o maior lucro bruto para o representante, seguido das vendas para particulares e das vendas em mercados.

Foi constatado ainda que a margem de contribuição apresenta um resultado positivo, ou seja, as receitas com vendas cobrem os custos variáveis e fixos e geram lucro. Assim, ao fazer a análise CVL, e tratar de como as relações de custo-volume-lucro podem contribuir na gestão financeira da empresa, foi respondido o problema proposto para realização desta pesquisa, sendo possível diagnosticar possíveis problemas no resultado de um comércio que revende embutidos.

Por fim, esta pesquisa cumpriu com o objetivo proposto pois instrumentalizou o gestor para a utilização da estrutura proposta de controle de receitas, custos e despesas, destacando a necessidade de controle desses dados pois são essenciais na tomada de decisão das empresas.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Juliana Silva de; PESSOA, Luiz Gustavo Sena Brandão; SANTIAGO, Josicarla Soares; SOARES, Yara Magaly Albano. A análise custo-volume-lucro como

ferramenta gerencial para tomada de decisão: um estudo de caso em uma indústria alcooleira do estado da Paraíba. XXIII Congresso Brasileiro de Custos –

Porto de Galinhas, PE, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2016.

BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade:

(29)

BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

COELHO, Claudio Ulysses Ferreira; LINS, Luiz dos Santos. Teoria da Contabilidade:

abordagem contextual, histórica e gerencial. São Paulo: Atlas, 2010.

CREPALDI, Silvio A. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial.9.edição. São Paulo: Atlas, 2019. 428 p.

CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 373 p.

DUTRA, R. G.. Custos: uma abordagem prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. FERREIRA, R. J. Contabilidade de custos e análises das demonstrações. 9. ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2014.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 5. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2010, 184p.

IUDÍCIBUS, Sergio de. Contabilidade gerencial. 6. ed. 9. reimpr. São Paulo: Atlas, 2006. 333p.

KRUGER, S. D.; TRIZOTO, D.C.; GOLLO, V.; MAZZIONI, S.; PETRI, S. M.

Análise do Custo-Volume-Lucro da produção agropecuária. Revista de Estudos

Contábeis, LONDRINA, V. 8, N. 14, P. 3-22, JAN./JUN. 2017.

LEONE, G. S G; LEONE, R. J. G. Curso de Contabilidade de Custo. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2010.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2015.

MENEGALI, V. M.; OLIVEIRA, R. Custo/volume/lucro como ferramenta gerencial

estratégica em análises de rentabilidade: estudo de caso em uma indústria química.

III Seminário de Ciências Sociais Aplicada, vol3, n.3, 2012. Disponível em: < http://periódicos .unesc.net\index.php\seminariocsa\article\view\681> Acesso em: 17/11/2020.

MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.

MORAIS, Rosa Amélia Carvalho; BARRETO JÚNIOR, Agenor Campos. A

Importância da Contabilidade Gerencial para Microempresas e Empresa de Pequeno Porte. Id on Line Rev.Mult. Psic., 2019, vol.13, n.43, p. 903-921. ISSN:

(30)

OLIVEIRA, Carlos E.; COSTA, Thalita; OLIVEIRA, Renata Mendes de; SOUZA E SAVI, Erika Monteiro de. Análise da cadeia de valor como instrumento da gestão

estratégica de custos: um estudo em uma indústria de torrefação e moagem de café. XXII Congresso Brasileiro de Custos – Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 11 a 13 de

novembro de 2015.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual da contabilidade básica: contabilidade

introdutória e intermediária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

______. Contabilidade gerencial. Curitiba: IESDE, 2012.

SÁ, Antonio Lopes. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2010.

SANTOS, José Luiz dos; et al. Introdução à Contabilidade: atualizada pela Lei nº

11.941/09 e pelas normas do CPC. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011.

SEBRAE. Gestão de custos: como ter um bom controle financeiro. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/gestao-de-custos-como-ter-um-bom-controle-financeiro. Acesso em: 05.11.2020.

SILVA, Ítalo Daniel Ribeiro Alves da; CIRENO, Maria Eugênia Diniz Figueirêdo; BONFIM, Vitor Wesley Santana. Análise custo-volume-lucro na produção de queijo

do empreendimento agropecuário JC. ReAC – Revista de Administração e

Contabilidade. Faculdade Anísio Teixeira (FAT), Feira de Santana-Ba, v. 9, n. 3, p. 55-67, setembro/dezembro, 2017.

SOUZA, Marcos Antônio; SCHNORR, Carla; FERREIRA, Fernanda Baldasso. Análise

das Relações Custo-Volume-Lucro Como Instrumento Gerencial: Um Estudo Multicaso em Indústrias de Grande Porte do Rio Grande do Sul. Revista de

Contabilidade e Organizações, vol. 5, núm. 12, 2011.

Referências

Documentos relacionados

Neste presente estudo foi aplicado um questionário sobre a aceitação de um dos seus detergentes comparado a dois concorrentes utilizando a escala ideal , além

A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se baseia no fato de que uma

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

Foi apresentada, pelo Ademar, a documentação encaminhada pelo APL ao INMETRO, o qual argumentar sobre a PORTARIA Nº 398, DE 31 DE JULHO DE 2012 E SEU REGULAMENTO TÉCNICO

Neste trabalho avaliamos as respostas de duas espécies de aranhas errantes do gênero Ctenus às pistas químicas de presas e predadores e ao tipo de solo (arenoso ou

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação