Laboratório Nacional de Engenharia Civil
Patologia e reabilita
Patologia e reabilita
ç
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ão de estruturas de
ão de estruturas de
madeira
madeira
Degradação de madeira
a linguagem das anomalias
Helena Cruz, LNEC
civil ’04
29 de Abril de 2004
Os agentes atmosféricos (luz solar, chuva) provocam degradação superficial,
que se traduz na tonalidade cinzenta da madeira “velha”
Variações ambientais (secagem /humedecimento) conduzem ao
Factores de degradação da madeira
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pouco sensível a ambientes quimicamente agressivos
(pH<3 e pH>11)
Fogo
madeira é má quanto a reacção ao fogo – combustível
estruturas de madeira podem ter boa resistência ao fogo
carbonização acima de 280ºC
mantém propriedades abaixo da camada carbonizada
Factores de degradação da madeira
causa mais frequente de deterioração das estruturas de madeira
•
fungos
– cromogéneos
– de podridão
•
insectos
– térmitas
– carunchos
•
xilófagos marinhos
Degradação biológica
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Fungos de podridão
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Fungos de podridão
•
Atacam madeira com teor em água superior a 20%, mas não
saturada
•
borne de todas as espécies = não durável (5)
•
cerne - classe de durabilidade:
– 1 - muito durável
– 2 - durável
– 3 - moderadamente durável
– 4 - pouco durável
– 5 - não durável
Fungos de podridão
•
identificação do agente
•
gravidade (nível de degradação)
•
possibilidades de erradicação
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Térmitas
Térmita subterrânea Reticulitermes
lucifugos
tem origem em colónias no solo
(reprodutores, obreiras e soldados)
ataca madeira com teor em água > 20%,
mas não saturada, especialmente em
pisos térreos, junto ao solo
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Térmitas
Térmitas
•
identificação do agente
•
gravidade (nível de degradação)
•
possibilidades de erradicação
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Carunchos
•
Hylotrupes bajulus (caruncho grande) (10-30mm)
– normalmente só ataca o borne de Resinosas
•
Anobium (2-4mm)
– normalmente só ataca o borne de Folhosas e Resinosas
•
Lyctus (4-5mm)
– só ataca o borne de algumas Folhosas
cerne = D (durável); borne = D /ou S (susceptível)
madeira aplicada em exteriores e interiores
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Carunchos
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Carunchos
Laboratório Nacional de Engenharia Civil
•
identificação do agente
•
gravidade (nível de degradação)
•
possibilidades de erradicação
Carunchos
Eventual susceptibilidade de uma madeira ao ataque por agentes
biológicos depende da espécie de madeira em causa
(durabilidade natural)
NP EN 350-2: Durabilidade de madeira e de produtos
derivados.
Guia da durabilidade natural da madeira e da
impregnabilidade de espécies seleccionadas pela sua
importância na Europa
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Carunchos [cerne geralm. não-susceptível. S: susceptível (só borne); SH: susceptível (borne e cerne)]
Térmitas [M: cerne medianamente durável; S: cerne susceptível; borne é sempre susceptível]
Fungos [1: muito durável; 5: não-durável; borne é sempre não-durável (5)]
Impregnabilidade [1:facilmente impregnável; 4: não-impregnável]
NP EN350-2
p 2 4 M S -2 540-650 590 Europa Castanho Castanea sativa Térmitas Anobium n/d S SH S S Largura do borne Impregnabilidade Durabilidade natural p 1 2-3 S -4 650-790 700 América do N Carvalho americano Quercus rubra p 1 4 M -2 670-760 710 Europa Carvalho comum Quercus robur x 3v 3-4 S SH 4 440-470 460 Europa Espruce europeu Picea abies p-m 1 3-4 S S 3-4 500-540 520 Europa Casquinha Pinus sylvestris g 1 3-4 S S 3-4 530-550 540 S e SW Europa Pinho bravo Pinus pinaster Borne Cerne Hylotrupes Fungos Massa volúmica Origem Nome comum Nome científicoO desenvolvimento de cada um desses agentes implica a existência
de condições favoráveis
EN335-2: Durabilidade da madeira e de produtos derivados.
Definição das classes de risco de ataque biológico
Classes de risco de aplicação de madeira maciça
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Classes de risco de aplicação de madeira maciça (EN 335-2)
Classes
de risco
Situações gerais de
serviço
Exposição à
humidade
Teor de água da
madeira
Principais ag.
biológicos
1
sem contacto com o solo,
sob coberto (pavimentos)
nenhuma
20% no máximo
carunchos
2
sem contacto com o solo,
sob coberto mas com risco
de humidificação
(estruturas de cobertura)
ocasional
ocasionalmente
>20%
carunchos
térmitas
pod. castanha
3
sem contacto com o solo,
não coberto
(caixilharia)
frequente
frequentemente
>20%
carunchos
térmitas
pod. castanha
podridão branca
4
em contacto com o solo ou
água doce
(fundações)
permanente
Permanentement
e >20%
carunchos
térmitas
pod. castanha
pod. branca
pod. mole
5
na água salgada
(pontões)
permanente
Permanentement
e >20%
CR 4 +
xilóf. marinhos
Patologia e reabilitação de estruturas de madeira
.
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Objectivos de uma intervenção:
→
minimizar a degradação dos materiais
→
manter ou repor o nível de desempenho
→
quantificar as suas condições de segurança
1ª fase – inspecção preliminar
1. Deformações (telhado,...)
2. Madeira exposta em mau estado
3. Telhas partidas / em falta
4. Algerozes e caleiras danificados /
entupidos
5. Telhado pouco saliente
6. Remates ineficazes
7. Crescimento de vegetação
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8. Manchas de humidade
9. Fendas em paredes
10. Rebocos desagregados ou
fissurados
11. Caixilharia deteriorada
12. Falta de faixa impermeabilizante
13. Canteiros adjacentes
14. Aberturas de ventilação obstruídas
Interior - Pontos críticos:
junto às fachadas
remates da cobertura
zonas de lavagens
com condensações
pouco ventiladas
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Sinais de alerta
história de carga severa anterior ou esforços inadequados (alterações)
humidade elevada amplia os fenómenos de fluência da madeira
empenos devidos a secagem em obra
perda de secção por ataque por caruncho
rotação dos apoios por podridão ou térmitas
arrancamento do tecto (degradação superficial de vigas ou fasquiado)
canais de terra
serrim
cheiro a “mofo”
manchas na madeira ou revestimentos
deformação excessiva de tectos ou pavimentos
Deve ser tanto quanto possível global
Acesso visual aos elementos de madeira
(promover o acesso directo, se necessário)
Informação sobre a idade e a história do edifício (construção, ocupação,
alterações, manutenção, reparações, tratamentos)
Ter em conta aspectos particulares
de interesse histórico ou ambientais
2ª fase: Inspecção detalhada
-Quantitativa
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Equipamento básico
para inspecções
Raios Gama (Radiological Density Scaning) - perfil dens.
Pylodin (dureza na direcção transversal)
Emissão acústica (actividade biológica)
Ultra-sons (Sylvatest, Pundit) - (vel.
→
m.v.
→
MoE)
Vibrações (freq. própria
→ → →
MoE)
Meios auxiliares de diagnóstico
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Meios auxiliares de diagnóstico
- perfurador
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.
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Decisão fácil…
- irrecuperável
Casos em que nada há a decidir
- Importa repor o estado inicial, mediante eventuais
reparações pontuais / manutenção
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Quando a estrutura apresenta danos obvios
… requer ponderação
… quando se pretende a alteração do uso
remoção de paredes resistentes ou pilares nos pisos subjacentes Transformação de edifício de habitação em espaço público
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Quando não há acesso visual à estrutura
… ou quando não se consegue
circular com segurança
decisões podem ser difíceis
Avaliação
1.Compreender a estrutura original;
2.Identificar eventuais alterações à estrutura original e julgar os seus
efeitos;
3.Compreender o funcionamento das ligações e as consequências de
eventuais erros ou danos;
4.Reconhecer degradação biológica e os seus efeitos;
5.Assumir valores razoáveis para a resistência e a rigidez da madeira;
6.Avaliar as secções residuais dos elementos, representativas da
generalidade da estrutura;
7.Ponderar a gravidade de problemas locais (danos mais severos ou
qualidade inferior aos assumidos para a generalidade dos elementos).
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Considerações estruturais
Estruturas antigas por vezes complexas e difíceis de interpretar
Estruturas antigas nem sempre são correctas:
» Elevado grau de improviso
» Erros básicos de concepção
» Má pormenorização e/ou má execução
» Alteradas, sem respeito pela segurança
Erros / problemas correntes
Em estruturas de cobertura:
•
Geometria incorrecta
•
Excentricidade de aplicação de carga nos apoios
•
e devido à aplicação das madres fora dos nós estruturais
•
Falta de contraventamento entre asnas
•
Elementos em falta devido a intervenções anteriores
Em pavimentos:
•
Comprimento insuficiente do apoio das vigas nas paredes
•
Falta de contraventamento (ou contrav. solto) entre vigas
•
Remoção de apoios ou introdução de paredes divisórias intermédias
Em ligações:
•
Corrosão
•
Falta de aperto dos ligadores
•
Fendas ou esmagamento da madeira
•
Chapas ou parafusos em falta
•
Distâncias ou espaçamentos insuficientes dos ligadores
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•
Os problemas estruturais devem requerer atenção.
•
É necessário garantir níveis de segurança adequados (e/ou
restringir a utilização) independentemente da importância
histórica ou arquitectónica do edifício.
Propriedades mecânicas da madeira
Amostragem
–
Envolvendo um pequeno nº de elementos (a substituir);
–
Ou envolvendo amostras pequenas retiradas:
•
De madeira limpa
•
Ou de madeira com degradação biológica
Só permite identificação da espécie, densidade, teor em água
e ver se a madeira limpa tem valores dentro da gama normal
Devido à elevada variabilidade natural da madeira a amostragem não é
representativa da globalidade da madeira em obra
Amostragem não contempla a influência dos defeitos e da eventual
degradação biológica local, aspectos determinantes para a
resistência da madeira
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Ensaios de carga estática
–
Carga é aplicada à estrutura. Mede-se a flecha resultante, que é
comparada com as previsões obtidas pela modelação da estrutura
As propriedades mecânicas dos elementos e ligações (rigidez)
necessárias para o modelo são calibradas para que o modelo dê
resultados próximos da realidade.
Propriedades mecânicas da madeira
Classificação visual da madeira aplicada
–
Identificação da espécie
–
Classificação (avaliação dos defeitos) dos elementos individuais
–
Atribuição de classe de qualidade à generalidade dos elementos
–
Após análise preliminar, pode-se fazer uma classificação mais
cuidadosa dos elementos cuja importância ou elevadas tensões
justifiquem atenção extra.
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Degradação biológica e secção transversal residual
Ataque por fungos
Efeitos globais e pontuais da degradação mecânica na resistência e na rigidez devem ser
avaliados
O volume afectado pode ser estimado com faca ou outras TND
Secções seriamente afectadas por podridão têm contribuição nula para a resistência
Fungos
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Ataque por carunchos
Perda de resistência resulta de perda de secção
Frequentemente apenas a camada superficial de borne é comida
Degradação biológica e secção transversal residual
A profundidade da camada aatacada pode ser avaliada por TND
Uma secção reduzida equivalente pode ser estimada – secção essa a considerar na
verificação da estrutura
Uma redução semelhante da secção transversal pode ser assumida para todos os
elementos da estrutura
Ataque por carunchos
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Ataque por insectos pode assumir uma forma difusa
Neste caso pode assumir-se uma redução da qualidade (e da resistência) da madeira
Ataque por carunchos
Patologia e reabilitação de estruturas de madeira
.
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– secagem da madeira
– limpeza
– tratamento preservador insecticida/fungicida da madeira que permanece
no local (pincelagem / pincelagem + injecção)
– tratamento da madeira nova a introduzir (superficial / em profundidade)
Suster a degradação e impedir a recorrência de problemas
Tratamentos químicos
•
Com produtos insecticidas, termiticidas ou fungicidas de eficácia
reconhecida por entidade competente,
adequadas à Classe de Risco
x
•
Acção curativa e acção residual – preventiva de novas infestações
•
Respeitar normas de segurança, recomendações e eventual período de
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• Substituição de elementos danificados ou insuficientes
• Reparação de peças danificadas
• Adição de novos elementos ou materiais
• Reorganização dos sistemas estruturais
Diferentes níveis de intervenção
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Consolidação de fendas por
cintagem
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Injecção de fendas
Reparação do apoio
colas/pastas epoxídicas
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• Aumento da resistência e rigidez de vigas
Tourand Creek Bridge
Manitoba, Canada
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Aplicação de tirantes
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Criação de apoios intermédios
Pavimentos mistos madeira-betão
1
6
0
7
0
2
5
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Pavimentos mistos
devem obedecer à geometria original
possuir características mecânicas iguais ou superiores às originais
possuir durabilidade porventura superior à original
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•
A madeira deve ter teor em água entre 12 e 20%
– Verificado com a utilização de humidímetro portátil
– Mediante a colheita de amostras sujeitas a ensaios laboratoriais
•
Tratamentos preservadores com soluções aquosas aumentam o
teor em água
– Necessário secar a madeira antes da aplicação
TEOR EM ÁGUA DA MADEIRA
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No caso de tratamentos superficiais devem evitar-se os cortes e
furações
Caso sejam inevitáveis, - tratar por pincelagem ou imersão as
superfícies expostas antes da aplicação
A madeira tratada em profundidade pode ser cortada ou furada
sem re-tratamento
pode requerer secagem após tratamento (produtos aquosos)
MONTAGEM – madeira tratada
•
Contraventamento
•
Solidarização da estrutura de cobertura à respectiva estrutura de suporte
(acções verticais e horizontais)
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