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A DVA COMO INSTRUMENTO DE ANÁLISE DA GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BRASILEIRAS

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A DVA COMO INSTRUMENTO DE ANÁLISE DA GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BRASILEIRAS

Alice Alcalá de Souza

Graduada em Ciências Contábeis Faculdade de Ciências Contábeis (FACIC)

Universidade Federal de Uberlândia

Av. João Naves de Ávila, 2121 – Bloco F – Sala 1F251 – Uberlândia-MG alice@junco.com.br – (34) 3239-4164

Lísia de Melo Queiroz

Doutora em Administração de Organizações Faculdade de Ciências Contábeis (FACIC)

Universidade Federal de Uberlândia

Av. João Naves de Ávila, 2121 – Bloco F – Sala 1F251 – Uberlândia-MG lisia@facic.ufu.br – (34) 3239-4176

RESUMO

Partindo-se do pressuposto de que a Demonstração do Valor Adicionado fornece informações que possibilitam verificar como a riqueza de uma instituição foi gerada e como foi distribuída em um determinado período, o presente estudo busca verificar como o valor adicionado das Instituições Financeiras- IFs - foi distribuído e se houve diferença na proporção da distribuição aos agentes econômicos entre os anos 2009 e 2010. Para isso, foram selecionadas, como amostra, as IFs listadas na BM&FBovespa com nível de diferenciação de governança corporativa. A metodologia adotada foi descritiva quanto aos objetivos, quantitativa quanto à abordagem do problema e documental quanto à coleta dos dados. Os dados foram analisados com o auxilio da estatística descritiva para identificar os percentuais e as médias, teste de

Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk para identificar se a distribuição dos dados é normal e

testes de hipótese por meio da tabela t de student. Os resultados obtidos revelaram que a maior participação na distribuição da riqueza gerada pelas IFs da amostra foi com Remuneração de Capitais Próprios, concentrando grande parte de seu valor em Lucros Retidos, e a menor participação nessa distribuição foi pela Remuneração de Capitais de Terceiros que é, na amostra, basicamente o pagamento de aluguéis. Com os resultados obtidos através do teste de hipótese, foi revelado que não há diferença significativa na proporção de distribuição da riqueza gerada pela amostra entre 2009 e 2010. Por tudo isso, a DVA possibilitou analisar as questões levantadas assumindo seu papel de instrumento de análise sócio-econômica.

Palavras-Chave: Demonstração do Valor Adicionado, Instituições Financeiras, Distribuição

de Riqueza..

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1. INTRODUÇÃO

Com o aumento da preocupação das empresas com questões sociais e econômicas e consequentemente o aumento da necessidade de informações de cunho sócio-econômico, a contabilidade, como ciência social, evoluiu ao produzir relatórios que atendem as novas necessidades de seus usuários, dentre eles há a DVA- Demonstração do Valor Adicionado.

A DVA fornece informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma como a mesma foi distribuída. Ela proporciona aos usuários das demonstrações contábeis saber, por exemplo, qual a parcela do resultado da empresa distribuída em determinado período aos funcionários ou ao governo.

Neste contexto o problema de pesquisa proposto no presente estudo é: Houve diferença significativa na distribuição da riqueza das Instituições Financeiras Brasileiras demonstradas pelas DVAs entre os anos de 2009 e 2010?

O objetivo geral do trabalho é verificar se houve diferença significativa na distribuição da riqueza das Instituições Financeiras Brasileiras demostrada pela DVA entre os anos de 2009 e 2010. Dessa forma os objetivos específicos são: (i) Identificar o percentual de participação de cada agente econômico na distribuição da riqueza gerada no período entre 2009 e 2010 pelas IFs; (ii) Identificar os agentes econômicos que mais se beneficiam na distribuição da riqueza das IFs nos períodos de 2009 e 2010; (iii) Identificar, através de testes de hipóteses, se houve diferença significativa na proporção de cada agente econômico participante da distribuição do valor adicionado das IFs entre 2009 e 2010.

Um estudo sobre a análise dessa demonstração é um assunto recente e oportuno, por se relacionar com a transição das normas brasileiras de contabilidade com os padrões internacionais, além disso, o estudo é relevante pelo fato de não haverem estudos anteriores da DVA baseados especificamente em Instituições Financeiras, que, por sua vez, são importantes no Brasil e no mundo pela capacidade de captação de recursos externos, pela capacidade de financiamento de investimentos produtivos, dentre outras.

Este artigo é divido em cinco partes, são elas: 1-Introdução; 2-Referencial Teórico; 3-Aspectos Metodológicos; 4-Análise dos Dados e Resultados; e 5-Considerações Finais.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A relevância da DVA como instrumento de informação contábil

As Ciências Contábeis tem como finalidade oferecer informações sobre o patrimônio e sobre o resultado das entidades em determinado período aos diversos usuários das informações contábeis. A veracidade dessas informações é essencial para que os seus usuários tomem decisões válidas que proporcione o alcance de seus objetivos.

Com o aumento pelo interesse nas informações de cunho sociais e financeiras a contabilidade, como ciência social, se viu na obrigação de se adequar às novas necessidades de informação dos usuários das demonstrações contábeis. Segundo Cosenza (2003, p. 8):

É neste contexto que se manifesta a necessidade de se ter uma demonstração econômico-financeira que propicie informações que resultem compreensíveis e transparentes a qualquer categoria de usuário, independentemente do grau de seus conhecimentos em matéria contábil. Assim, surge a Demonstração do Valor Adicionado, denominada DVA.

Sobre o conceito da DVA e o papel que ela assume como demonstração contábil Cosenza (2003, p. 8) afirma que:

A DVA assume o papel de demonstração contábil complementar, visando informar sobre a participação de todos os fatores econômicos que intervieram na criação de valor para a entidade e o consequente rateio desse valor entre esses mesmos agentes econômicos.

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Sobre a usabilidade da DVA como instrumento de indicadores e consequentemente sua contribuição para tomada de decisões, Tinoco e Moraes (2008, p. 27) afirmam que:

A partir da DVA as empresas podem elaborar uma série de indicadores de desempenho, tais como: valor adicionado por filial, controlada etc., contribuição do DVA ao produto interno bruto – PIB; taxa de valor adicionado bruto; taxa de variação total do valor adicionado bruto; valor adicionado bruto por hora e por centro de resultado; produtividade do trabalho, etc.

De acordo com o CPC 09 a DVA representa um dos elementos componentes do Balanço Social e tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição, durante determinado período. Essa demonstração está fundamentada em conceitos macroeconômicos, ou seja, visa o contexto regional e nacional onde a empresa está inserida, buscando apresentar a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do PIB - Produto Interno Bruto.

Para os investidores e demais usuários das demonstrações contábeis, a DVA proporciona o conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a melhor possibilidade de avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade na qual está inserida.

Tinoco e Moraes (2008), afirmam que:

A DVA evidencia de forma transparente o valor gerado pelas corporações, ou seja, a riqueza nova gerada a partir de sua atividade operacional e sua repartição aos segmentos beneficiários. Essa demonstração tem um poder de evidenciação superior, a todas as outras demonstrações contábeis e financeiras.

No Brasil, a exigência na divulgação da DVA é recente, pois se relaciona com a harmonização das Normas Brasileiras de Contabilidade aos Padrões Internacionais. De acordo com Santos (2005, p. 3), “a importância da DVA começou a ser evidenciada através do Projeto de Lei nº 3741/2000, que prevê a apresentação obrigatória dessa demonstração para todas as empresas de grande porte”.

Através da Lei 11.638/07, a DVA foi incluída entre as demonstrações de publicação obrigatória. As empresas que têm a obrigatoriedade de publicar a DVA são as companhias abertas e as consideradas de grande porte, ou seja, sociedades que tiverem, na apuração do exercício anterior, ativo total maior que R$ 240 milhões ou receita bruta superior a R$ 300 milhões.

A elaboração e a emissão da DVA são regulamentadas pelo CPC-Comitê de Pronunciamentos Contábeis- nº 9, emitido em 2009. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), ao instituir o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, por meio da Resolução 1.055/05, demonstra o compromisso e a preocupação da entidade no que diz respeito à harmonização das Normas Brasileiras de Contabilidade aos Padrões Internacionais.

A DVA proporciona, de forma ordenada, informações necessárias e essenciais para os usuários das demonstrações contábeis, sejam elas a título de informação sobre a distribuição dos recursos da organização, ou a título de análises gerenciais como base para tomadas de decisões.

2.2 A DVA e as particularidades das Instituições Financeiras

De acordo com CPC 09 a entidade deve elaborar a DVA e apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social. Essa demonstração deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas.

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Com base no CPC 09 o termo “Valor Adicionado” representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferências, ou seja, produzidos por terceiros e transferido à entidade, como por exemplo, aluguel, dividendos,

royalties, receitas de equivalência patrimonial, dentre outros.

Segundo Cosenza (2003, p. 8):

A DVA assume o papel de demonstração contábil complementar, visando informar sobre a participação de todos os fatores econômicos que intervieram na criação de valor para a entidade e o consequente rateio desse valor entre esses mesmos agentes econômicos.

De acordo com o CPC 09, A DVA de uma Instituição Financeira, em sua primeira parte, deve apresentar de forma detalhada a riqueza criada pela entidade, composta principalmente por Receitas, Insumos Adquiridos de Terceiros e Valor adicionado recebido em transferência.

Ainda de acordo com o CPC 09 a segunda parte da DVA de uma IF deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição são: Pessoal; Impostos, taxas e contribuições; Remuneração de capitais de terceiros e Remuneração de capitais próprios.

Para exemplificar como é demonstrada a geração e a distribuição da riqueza gerada em uma IF Brasileira segue, abaixo, DVA do Banco Brasil S.A do período de 2010.

Conta Descrição 01/01/2010 à 31/12/2010

7.01 Receitas 92.944.415

7.01.01 Intermediação Financeira 82.458.831

7.01.02 Prestação de Serviços 15.793.540

7.01.03 Provisão/Reversão de Créds. Liquidação Duvidosa -10.498.802

7.01.04 Outras 5.190.846

7.02 Despesas de Intermediação Financeira -45.880.191

7.03 Insumos Adquiridos de Terceiros -7.849.772

7.03.01 Materiais, Energia e Outros -459.434

7.03.02 Serviços de Terceiros -1.206.847

7.03.04 Outros -6.183.491

7.03.04.01 Comunicações -1.269.841

7.03.04.02 Processamento de Dados -1.077.662

7.03.04.03 Transporte -738.927

7.03.04.04 Serviço de Vigilância e Segurança -673.038

7.03.04.05 Serviço de Sistema Financeiro -629.219

7.03.04.06 Propaganda e Publicidade -375.994

7.03.04.07 Outras -1.418.810

7.04 Valor Adicionado Bruto 39.214.452

7.05 Retenções -3.707.235

7.05.01 Depreciação, Amortização e Exaustão -3.707.235

7.06 Valor Adicionado Líquido Produzido 35.507.217

7.07 Vlr Adicionado Recebido em Transferência -47.161

7.07.01 Resultado de Equivalência Patrimonial -47.161

7.08 Valor Adicionado Total a Distribuir 35.460.056

7.09 Distribuição do Valor Adicionado 35.460.056

7.09.01 Pessoal 13.048.428 7.09.01.01 Remuneração Direta 8.234.776 7.09.01.02 Benefícios 1.845.990 7.09.01.03 F.G.T.S. 551.520 7.09.01.04 Outros 2.416.142 7.09.01.04.01 Participações no Lucro 1.756.190 7.09.01.04.02 Outros Encargos 659.952

7.09.02 Impostos, Taxas e Contribuições 10.479.794

7.09.02.01 Federais 9.748.603

7.09.02.02 Estaduais 872

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7.09.03 Remuneração de Capitais de Terceiros 629.734

7.09.03.01 Aluguéis 629.734

7.09.04 Remuneração de Capitais Próprios 11.302.100

7.09.04.01 Juros sobre o Capital Próprio 2.403.250

7.09.04.02 Dividendos 2.302.326

7.09.04.03 Lucros Retidos / Prejuízo do Período 6.562.188 7.09.04.04 Part. Não Controladores nos Lucros Retidos 34.336 Quadro 1: DFs Consolidadas / Demonstração de Valor Adicionado - (Reais Mil)

Fonte: BM&FBovespa(2012)

No exemplo acima pode se verificar detalhadamente a composição e a distribuição da Riqueza Gerada pelo Banco Brasil S.A nos anos de 2009 e 2010. Conforme demonstrado a DVA foi elaborada em duas partes, a primeira evidenciando a geração da riqueza gerada e a segunda evidenciando a distribuição desta riqueza.

De acordo com o CPC 09 a receita é constituída pelas seguintes atividades financeiras:

 Intermediação financeira: se refere a receitas com operação de credito, arrendamento mercantil, resultados de cambio, títulos e valores mobiliários dentre outras;

 Prestação de serviços: se refere a receitas relativas à cobrança por prestação de serviços;

 Provisão/Reversão de crédito de liquidação duvidosa: se refere a valores relativos à constituição e baixa da provisão;

 Outras: inclui parte dos valores realizados de ajustes de avaliação patrimonial, valores relativos à construção de ativos na própria entidade, entre outros. Inclui também valores considerados fora das atividades principais da entidade, como por exemplo, ganhos e perdas na baixa de imobilizados, ganhos e perdas na baixa de investimentos.

De acordo com o CPC 09 na atividade bancária as despesas com intermediação financeira devem fazer parte da formação líquida da riqueza e não de sua distribuição. Sendo assim, neste caso, há ainda as despesas de intermediação financeira: composta pelos gastos com operações de captação, empréstimos, repasses, arrendamento mercantil e outros.

Para o CPC 09 os insumos adquiridos de terceiros se referem a:

 Materiais, energia e outros: inclui valores relativos às despesas originadas de aquisições e pagamentos a terceiros;

 Serviço de terceiros: inclui gastos de pessoal que não seja próprio.

 Perda e recuperação de valores ativos: inclui valores relativos a ajustes a valor de mercado de investimentos (se no período o valor líquido for positivo, deve ser somado).

 Depreciação, amortização e exaustão: composta pela despesa contabilizada no período.

O valor adicionado recebido em transferência é composto pelo resultado de equivalência patrimonial e outras receitas onde inclui dividendos relativos a investimentos avaliados pelo custo, aluguéis, direitos de franquia, dentre outros.

Em sua segunda parte a DVA demonstra detalhadamente como a riqueza gerada pelo Banco Brasil S.A foi distribuída. Pode-se verificar que a maior parte da riqueza foi distribuída para despesas de pessoal e remuneração de capitais próprios.

As despesas com pessoal e encargos correspondem aos valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de remuneração direta, benefícios e FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

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Os impostos, taxas e contribuições correspondem a contribuições a que a entidade esteja sujeita e a encargos federais, estaduais e municipais.

A remuneração de capitais de terceiros é composta pelos juros; aluguéis; e outros remunerações que caracterizam transferência de riqueza a terceiros, mesmo que originadas em capital intelectual como, por exemplo: royalties, franquias e direitos autorais.

A remuneração de capitais próprios é composta pelos valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas tais como Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; e Lucros retidos e prejuízos do exercício.

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1 Classificação da pesquisa

É utilizada a metodologia de pesquisa descritiva para a realização do objetivo do estudo proposto de analisar as DVA das Instituições Financeiras listadas na BM&FBovespa com nível diferenciado de governança corporativa, publicadas no período de 2009 e 2010, com a finalidade de identificar como as riquezas dessas instituições são geradas e distribuídas, obtendo assim a identificação dos principais agentes econômicos na geração e na distribuição dessa riqueza.

Segundo Silva e Meneses (2005) a pesquisa descritiva:

Visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento.

Quanto à abordagem do problema, adota-se o método de pesquisa quantitativo. Os dados foram obtidos através de instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto na tratativa dos dados.

Segundo Silva e Meneses (2005) a pesquisa quantitativa:

Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.).

Quanto aos procedimentos de coleta de dados, é utilizada a pesquisa documental. Os dados foram obtidos através do site da BM&FBovespa, mais especificamente as DVAs publicadas no período Instituições Financeiras com nível de diferenciação de governança corporativa no período de 2009 e 2010. Segundo Silva e Meneses (2001) a pesquisa documental se dá “quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico”.

3.2 Amostra e forma de coleta dos dados

Para o presente estudo foram selecionadas as Instituições Financeiras Brasileiras com níveis diferenciados de governança corporativas, novo mercado, listadas no site da BM&FBovespa, devido ainda não haver estudos direcionados exclusivamente sobre a DVA dessas organizações. O período analisado se refere ao ano de 2009 e 2010 por ser recente e por estar inserido no contexto de convergência das normas brasileiras de contabilidade aos padrões internacionais.

Os percentuais da participação dos agentes econômicos na geração e na distribuição da riqueza, bem como as comparações dos resultados, foram calculados através de técnicas estatísticas descritivas, teste de Kolmogorov-Smirnov, Shapiro-Wilk e teste de hipótese t de

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3.3 Limites do estudo

O estudo se limita a analisar e comparar o grupo de Instituições Financeiras Brasileiras com níveis diferenciados de governança corporativa, Novo Mercado, disponíveis no site da BM&FBovespa, assim, seus resultados não servirá de base para conclusões sobre todas as organizações do segmento financeiro, no período de 2009 e 2010. Com isso, os resultados são impactados pelas particularidades do período, assim, com essa delimitação, o estudo e os resultados abrangem uma comparação entre períodos e entre as diferentes Instituições.

4. ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

A amostra é composta pelas IFs listadas na BM&FBovespa excluídas as IFs que não divulgaram a DVA em algum dos períodos analisados e as IFs que não possuem níveis de diferenciação. Houve, também a exclusão do Banco Cruzeiro do Sul S.A, que por ter sido exceção em ter prejuízo em 2009 impactaria o resultado da média deste período.

Primeiramente foram calculados os percentuais de participação de cada agente econômico na distribuição da riqueza gerada pelas instituições financeiras nos anos de 2009 e 2010. Em um segundo momento os percentuais obtidos em cada DVA foram agrupados para que fosse possível obter a média dos mesmos (Tabela 1 referente ao período 2009 e Tabela 2 referente ao período 2010).

Tabela 1: Percentual de Distribuição 2009

2009

Conta 7.09.01 7.09.02 7.09.03 7.09.04

Descrição Pessoal Impostos, Taxas

e Contribuições Remuneração de Capitais de Terceiros Remuneração de Capitais Próprios ABC 35,73% 13,37% 0,00% 50,90% BRADESCO 27,80% 33,71% 2,37% 36,13% B. BRASIL 32,28% 29,43% 1,39% 36,89% BICBANCO 20,47% 33,77% 1,05% 44,71% INDUSVAL 67,45% 13,32% 1,65% 17,58% PINE 18,80% 34,03% 3,10% 44,07% SANTANDER 43,07% 36,78% 4,03% 16,12% ITAUSA 27,41% 40,53% 2,08% 29,99% PARANA 12,29% 9,88% 0,27% 77,55%

Fonte: Elaborado pela autora

Tabela 2: Percentual de Distribuição 2010

2010

Conta 7.09.01 7.09.02 7.09.03 7.09.04

Descrição Pessoal Impostos, Taxas

e Contribuições Remuneração de Capitais de Terceiros Remuneração de Capitais Próprios ABC 30,42% 26,89% 0,00% 42,69% BRADESCO 27,48% 34,19% 2,05% 36,29% B. BRASIL 36,80% 29,55% 1,78% 31,87% BICBANCO 18,73% 33,88% 1,87% 45,52% INDUSVAL 48,21% 25,24% 1,49% 25,06% PINE 22,22% 30,05% 2,52% 45,21% SANTANDER 38,12% 30,95% 3,27% 27,66% ITAUSA 30,82% 36,59% 2,10% 30,49% PARANA 13,23% 10,44% 0,25% 76,08%

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As Tabelas 1 e 2 demonstram como foi distribuído o valor adicionado das Instituições Financeiras da amostra. Fazendo uma pré-análise, apenas com esses dados, pode-se confirmar que o menor percentual de participação é a remuneração de capitais de terceiros. E que no banco Indusval a maior participação, tanto em 2009 quanto em 2010 foi na conta Pessoal.

4.1. Distribuição do Valor Adicionado

Para analisar a porcentagem de participação de cada agente econômico na distribuição do valor adicionado da amostra em 2009 e 2010, foram aplicadas técnicas de estatística descritiva através do software SPSS, conforme Figuras 1 e 2, a seguir. De acordo com Fávero et. al (2009, p. 51) “a estatística descritiva permite uma melhor compreensão do comportamento dos dados por meio de tabelas, gráficos e medidas-resumo, identificando médias, variabilidade, dentre outros”.

Figura 1: Estatística Descritiva conta Pessoal 2009

Fonte: SPSS

Figura 2: Estatística Descritiva conta Pessoal 2010

Fonte: SPSS

Conforme Figuras 1 e 2 apresentadas, resultantes da aplicação do software SPSS, pode-se verificar que em 2009 a média da participação da conta Pessoal na distribuição do

Descriptiv es ,317000 ,0543497 ,191669 ,442331 ,307922 ,278000 ,027 ,1630491 ,1229 ,6745 ,5516 ,1977 1,343 ,717 2,389 1,400 Mean Lower Bound Upper Bound 95% Confidence

Interval for Mean 5% Trimmed Mean Median V arianc e S td. Deviation Minimum Maximum Range Interquartile Range S kewness K urtos is P es soal S tatistic S td. Error Descriptiv es ,295589 ,0357072 ,213248 ,377930 ,294299 ,304200 ,011 ,1071215 ,1323 ,4821 ,3498 ,1699 ,192 ,717 -,159 1,400 Mean Lower Bound Upper Bound 95% Confidence

Interval for Mean 5% Trimmed Mean Median V arianc e S td. Deviation Minimum Maximum Range Interquartile Range S kewness K urtos is P es soal S tatistic S td. Error

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valor adicionado foi de 31,70% e em 2010 foi de 29,43% com variância de 2,7% em 2009 e 1,1% em 2010. O menor percentual em participação da conta Pessoal em 2009 foi 12,29% (Paraná Banco S.A) e o maior percentual foi 67,45% (Banco Indusval S.A). Em 2010 o menor percentual de participação foi 13,23% (assim como em 2009: Paraná Banco S.A) e o maior percentual foi 48,21% (assim como em 2009: Banco Indusval S.A).

As Figuras 3 e 4. a seguir, mostram a Estatística Descritiva da conta Impostos, Taxas e Contribuições dos anos de 2009 e 2010, respectivamente.

Figura 3: Estatística Descritiva conta Impostos Taxas e Contribuições 2009

Fonte: SPSS

Figura 4: Estatística Descritiva conta Impostos Taxas e Contribuições 2010

Fonte: SPSS

Com base nas Figuras 3 e 4, relacionadas, também resultantes da aplicação do

software SPSS, pode-se verificar que em 2009 a média da participação da conta Impostos,

Taxas e Contribuições na distribuição do valor adicionado foi de 27,20% e em 2010 foi de 28,64% com variância de 1,4% em 2009 e 0,6% em 2010. O menor percentual em participação da conta Impostos, Taxas e Contribuições em 2009 foi 9,88% (Paraná Banco S.A) e o maior percentual foi 40,53% (Itausa Investimentos Itaú S.A). Em 2010 o menor percentual de participação foi 10,44% (assim como em 2009: Paraná Banco S.A) e o maior percentual foi 36,59% (assim como em 2009: Itausa Investimentos Itaú S.A).

Descriptives ,272022 ,0389183 ,182276 ,361768 ,274241 ,337100 ,014 ,1167550 ,0988 ,4053 ,3065 ,2206 -,645 ,717 -1,550 1,400 Mean Lower Bound Upper Bound 95% Confidence

Interval for Mean

5% Trimmed Mean Median Variance Std. Deviation Minimum Maximum Range Interquartile Range Skewness Kurtosis ImpostosTaxase Contribuições Statistic Std. Error Descriptives ,286422 ,0256980 ,227163 ,345682 ,292119 ,300500 ,006 ,0770939 ,1044 ,3659 ,2615 ,0797 -1,839 ,717 4,197 1,400 Mean Lower Bound Upper Bound 95% Confidence

Interval for Mean

5% Trimmed Mean Median Variance Std. Deviation Minimum Maximum Range Interquartile Range Skewness Kurtosis ImpostosTaxase Contribuições Statistic Std. Error

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Conforme Figuras 5 e 6 referentes à análise descritiva da participação percentual na distribuição do Valor adicionado da Conta Remuneração de Capitais de Terceiros, resultantes da aplicação do software SPSS, pode-se verificar que em 2009 a média da participação da conta foi de 17,71% e em 2010 foi de 17,03% com variância considerada nula pelo software. O menor percentual em participação da conta Remuneração de Capitais de Terceiros em 2009 foi 0% (Banco ABC Brasil S.A) e o maior percentual foi 4,03% (Banco Santander S.A). Em 2010 o menor percentual de participação foi 0% (assim como em 2009: Banco ABC Brasil S.A) e o maior percentual foi 3,27% (assim como em 2009: Banco Santander S.A).

Figura 5: Estatística Descritiva conta Remuneração de Capitais de Terceiros 2009

Fonte: SPSS

Figura 6: Estatística Descritiva conta Remuneração de Capitais de Terceiros 2010

Fonte: SPSS

Com base nas Figuras 7 e 8, referentes à análise descritiva da participação percentual na distribuição do Valor adicionado da Conta Remuneração de Capitais Próprios, resultantes da aplicação do software SPSS, pode-se verificar que em 2009 a média da participação da conta foi de 39,33% e em 2010 foi de 40,10% com variância de 3,5% em 2009 e 2,4% em 2010. O menor percentual em participação da conta Remuneração de Capitais Próprios em 2009 foi 16,12% (Banco Santander S.A) e o maior percentual foi 77,55% (Paraná Banco S.A). Em 2010 o menor percentual de participação foi 25,06% (diferente de 2009: Banco Indusval S.A) e o maior percentual foi 76,08% (assim como em 2009: Paraná Banco S.A).

Descriptives ,017711 ,0043129 ,007766 ,027657 ,017440 ,016500 ,000 ,0129386 ,0000 ,0403 ,0403 ,0208 ,352 ,717 -,318 1,400 Mean Lower Bound Upper Bound 95% Confidence

Interval for Mean

5% Trimmed Mean Median Variance Std. Deviation Minimum Maximum Range Interquartile Range Skewness Kurtosis RemCapTerceiros Statistic Std. Error Descriptives ,017033 ,0034342 ,009114 ,024953 ,017109 ,018700 ,000 ,0103027 ,0000 ,0327 ,0327 ,0144 -,518 ,717 ,038 1,400 Mean Lower Bound Upper Bound 95% Confidence

Interval for Mean 5% Trimmed Mean Median Variance Std. Deviation Minimum Maximum Range Interquartile Range Skewness Kurtosis RemCapTerceiros Statistic Std. Error

(11)

Figura 7: Estatística Descritiva conta Remuneração de Capitais Próprios 2009

Fonte: SPSS

Figura 8: Estatística Descritiva conta Remuneração de Capitais Próprios 2010

Fonte: SPSS

Após analisar os dados calculados através da estatística descritiva com o auxilio do

software SPSS, é possível identificar como se deu a distribuição do valor adicionado da

amostra de IFs nos períodos de 2009 e 2010. É possível, também, identificar onde houve maior participação, bem como onde houve menor participação. Para isso, as médias de participação de cada conta foram agrupadas de acordo com o período resultando a tabela 3, abaixo relacionada.

Com base nessa tabela pode-se verificar que tanto em 2009 quanto em 2010 a menor participação na distribuição do valor adicionado foi a Remuneração de Capitais de Terceiros, que se refere, nesta amostra, a basicamente o pagamento de aluguéis, e a maior participação foi na Remuneração de Capitais Próprios.

Tabela 3: Média anual da Distribuição do Valor Adicionado

Média anual da Distribuição do Valor Adicionado Descri ptives ,393267 ,0619278 ,250461 ,536073 ,384924 ,368900 ,035 ,1857835 ,1612 ,7755 ,6143 ,2402 ,853 ,717 1,444 1,400 Mean Lower Bound Upper Bound 95% Confidence

Interval for Mean

5% Trimmed Mean Median Variance Std. Deviation Minimum Maximum Range Interquartile Range Skewness Kurtosis RemCapProprios Statist ic Std. Error Descri ptives ,400967 ,0515363 ,282124 ,519810 ,389330 ,362900 ,024 ,1546089 ,2506 ,7608 ,5102 ,1629 1,743 ,717 3,709 1,400 Mean Lower Bound Upper Bound 95% Confidence

Interval for Mean 5% Trimmed Mean Median Variance Std. Deviation Minimum Maximum Range Interquartile Range Skewness Kurtosis RemCapProprios Statist ic Std. Error

(12)

Período Pessoal Impostos, Taxas e Contribuições Remuneração de Capitais de Terceiros Remuneração de Capitais Próprios 2009 31,70% 27,20% 1,77% 39,33% 2010 29,56% 28,64% 1,70% 40,10%

Fonte: Elaborado pela autora

Conforme dito anteriormente, no item 2.1, a remuneração de capitais próprios é composta pelos juros sobre capital próprio; dividendos; lucros retidos/prejuízo do período; e participações dos sócios não controladores nos lucros retidos. Das nove IFs analisadas, seis apresentaram nessa conta a maior concentração da riqueza nos lucros retidos.

A conta Pessoal, nos dois períodos analisados, foi a segunda conta que mais se beneficiou na distribuição do valor adicionado. Essa conta é composta principalmente da remuneração direta, benefícios, e FGTS. A maior participação, em oito das nove IFs analisadas, foi na remuneração direta, em apenas uma IF as participações nos lucros foi maior. Por sua vez, a participação do governo na distribuição da riqueza da amostra foi de 27,20% em 2009 e 28,64% em 2010 tendo a maior participação nos impostos federais.

4.2. Teste de Hipóteses

De acordo com Fávero et. al (2009, p. 110) “o objetivo do teste de hipóteses é fornecer um método que permita verificar se os dados amostrais trazem evidências que apoiam ou não uma hipótese formulada”. Neste contexto, o teste de hipótese no presente estudo torna possível determinar se a distribuição do valor adicionado da amostra de IFs houve diferença significativa entre os anos 2009 e 2010.

A hipótese a ser testada é se a média de participação de cada agente econômico na distribuição do valor adicionado em 2009 pode ser considerada igual a de 2010. Para isso determina-se H0, conhecida como hipótese nula, como H0: µ= µ0 (distribuição de 2009 é igual

a de 2010) e a hipótese alternativa (H1), caso H0 seja rejeitada é definida como H1: µ ≠ µ0

(distribuição de 2009 é diferente de 2010).

A Figura 9, a seguir, traz o resultado do teste de normalidade dos dados. Figura 9: Teste de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk

Fonte: SPSS

Para saber se a distribuição da amostra é normal, foi utilizado o teste de

Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk com o auxilio do software SPSS. Com base nos dados obtidos,

conforme Figura 9, pode-se observar que os resultados obtidos são maiores que 0,05 (colunas

Tests of Normality ,180 9 ,200* ,903 9 ,271 ,267 9 ,064 ,834 9 ,049 ,100 9 ,200* ,977 9 ,947 ,164 9 ,200* ,929 9 ,469 ,120 9 ,200* ,986 9 ,988 ,218 9 ,200* ,826 9 ,040 ,196 9 ,200* ,928 9 ,465 ,252 9 ,105 ,827 9 ,041 Pessoal2009 Imp.Tx.eContrib.2009 RemCapTerceiros2009 RemCapProprios2009 Pessoal2010 Imp.Tx.eContrib.2010 RemCapTerceiros2010 RemCapProprios2010

St atist ic df Sig. St atist ic df Sig.

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

This is a lower bound of the true significance. *.

Lilliefors Significance Correction a.

(13)

“Sig.” do teste Kolmogorov-Smirnov), sendo assim, não se rejeita a hipótese nula, concluindo que a distribuição dos dados é normal.

Sabendo-se que a distribuição dos dados é normal, o teste de hipótese será realizado através da estatística de teste e da probabilidade obtida na tabela de distribuição t de student. As variáveis independentes são a percentagem de participação de cada agente econômico na distribuição da riqueza gerada pela amostra de IFs. O nível de significância adotado é de 5%, ou seja, a hipótese nula será rejeitada quando o resultado for menor do que 0,05, sendo assim, quando o resultado for menor que 0,05 há diferença entre as médias do período 2009 e 2010.

Conforme Figura 10, abaixo, referente o teste de hipóteses da conta pessoal, observa-se no campo “Sig. (2-Tailed)” um resultado de 0,746 assumindo variância e 0,747 observa-sem assumir a variância, ambos os resultados são maiores que 0,05, logo, a hipótese a ser considerada é a hipótese nula. Com isso pode-se concluir que segundo o teste não há diferença significativa da média de distribuição com Pessoal da amostra nos períodos de 2009 e 2010. Esse resultado significa que probabilidade das médias serem iguais é de 74,6% e 74,7%.

Figura 10: Teste de Hipóteses Conta Pessoal

Fonte: SPSS

Seguindo a mesma linha de raciocínio, o teste de hipótese foi aplicado à conta Impostos, Taxas e Contribuições, como mostra a Figura 11, abaixo. O teste resultou em 0,761 assumindo variância e 0,762 sem assumir a variância, ambos os resultados são maiores que 0,05, logo, a hipótese a ser considerada também é a hipótese nula, ou seja, segundo o teste não há diferença significativa da média de distribuição com Impostos, Taxas e Contribuições da amostra nos períodos de 2009 e 2010. Neste caso a probabilidade das médias de 2009 e 2010 serem iguais é de 76,1% e 76,2%.

Figura 11: Teste de Hipóteses Conta Impostos Taxas e Contribuição

Fonte: SPSS

Dando continuidade ao estudo, segue, abaixo, Figura 12, destacando os resultados com o teste de hipótese aplicado à conta Remuneração de Capitais de Terceiros. Como pode-se verificar o teste resultou em 0,904 assumindo variância e 0,904 sem assumir a variância, ambos os resultados são maiores que 0,05, logo, a hipótese a ser considerada também é a hipótese nula. Sendo assim, segundo o teste, não há diferença significativa da média de

Independent Samples Test

,648 ,433 ,329 16 ,746 ,0214111 ,0650299 -,1164462 ,1592684 ,329 13,822 ,747 ,0214111 ,0650299 -,1182334 ,1610556 Equal v ar ianc es as s umed Equal v ar ianc es not as s umed Pes soal F Sig.

Lev ene's Tes t for Equality of Varianc es

t df Sig. (2-tailed) Mean Differenc e

Std. Er ror

Differenc e Lower Upper 95% Confidenc e

Interv al of the Differenc e t-tes t for Equality of Means

Independe nt Sa mples Tes t

3,959 ,064 -,30 9 16 ,761 -,01 4400 0 ,0466 371 -,11 3266 3 ,0844 663 -,30 9 13,86 2 ,762 -,01 4400 0 ,0466 371 -,11 4520 4 ,0857 204 Equ al v arian c es as s umed Equ al v arian c es not as s umed Impos tos Tax a s e

C ontr ib uiç ões

F Sig.

Lev ene's Te s t for Equ ality of Var ianc e s

t df Sig. (2- taile d)

Mean D iffer enc e

Std. Err or

D iffer enc e Low e r U ppe r 95% C on fide nc e

Interv al o f the D iffer enc e t-tes t for Eq uality o f Mea ns

(14)

distribuição com Remuneração de Capitais de Terceiros da amostra nos períodos de 2009 e 2010 e a probabilidade de serem iguais é de 90,4%.

Figura 12: Teste de Hipóteses Conta Remuneração de Capitais de Terceiros

Fonte: SPSS

Por fim, segue, abaixo, Figura 13, referente à aplicação do teste para a conta Remuneração de Capitais Próprios. Observa-se que o teste resultou em 0,925 assumindo variância e 0,925 sem assumir a variância, ambos os resultados são maiores que 0,05, logo, a hipótese a ser considerada também é a hipótese nula. Segundo o teste, não há diferença significativa da média de distribuição com Remuneração de Capitais Próprios da amostra nos períodos de 2009 e 2010 e a probabilidade de serem iguais é de 92,5%.

Figura 13: Teste de Hipóteses Conta Remuneração de Capitais Próprios

Fonte: SPSS

O teste de hipótese resultou, em todas as contas estudadas, na aceitação da hipótese nula, ou seja, na aceitação de igualdade entre a média de 2009 e a média de 2010. Sendo assim, pode-se concluir que não houve diferença significativa na proporção de distribuição do valor adicionado aos agentes econômicos da amostra das IFs estudadas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da necessidade de gerar informações compreensíveis e transparentes de cunho sociais e financeiros a todos os tipos de usuários, independente de seu conhecimento contábil, a contabilidade, como ciência social, se adequou a essa realidade com o surgimento da Demonstração do Valor Adicionado.

A DVA permite, ao usuário da informação contábil, compreender como a riqueza da empresa foi constituída e como a mesma foi distribuída. Assim sendo, por meio dessa demonstração, a sociedade pode verificar qual sua participação na constituição e na distribuição do valor adicionado gerado no período, além de poder se informar qual a porcentagem de participação do governo (impostos, taxas e contribuições) ou de qualquer outro agente econômico participante da empresa.

Sabendo da capacidade de informação de cunho social-financeiro dessa demonstração, o presente estudo verificou através da mesma, se houve diferença significativa na distribuição da riqueza das Instituições Financeiras Brasileiras entre os anos de 2009 e 2010, e verificou,

Inde pendent Samples Te st

,573 ,460 ,123 16 ,904 ,000 6778 ,005 5132 - ,0 1100 96 ,012 3651 ,123 15 ,2 36 ,904 ,000 6778 ,005 5132 - ,0 1105 74 ,012 4130 Eq ual v ar ia nc es as s umed Eq ual v ar ia nc es no t as s umed R emC a pTer c eir os

F Sig. Le v ene 's Tes t fo r Eq uality o f Va rianc es t df Sig. (2 -tailed) Mea n D iffe ren c e Std. Er ror D iffe ren c e Lo w er U pp er 95 % C o nfid enc e Inter v al of the D iffe ren c e t-tes t for Equality of Me ans

Independe nt Sa mples Tes t

,207 ,655 -,09 6 16 ,925 -,00 7700 0 ,0805 670 -,17 8494 5 ,1630 945 -,09 6 15,48 9 ,925 -,00 7700 0 ,0805 670 -,17 8953 6 ,1635 536 Equ al v arian c es as s umed Equ al v arian c es not as s umed R emC ap Pro prios

F Sig.

Lev ene's Te s t for Equ ality of Var ianc e s

t df Sig. (2- taile d)

Mean D iffer enc e

Std. Err or

D iffer enc e Low e r U ppe r 95% C on fide nc e

Interv al o f the D iffer enc e t-tes t for Eq uality o f Mea ns

(15)

também, a porcentagem de participação de cada agente econômico da amostra. Com a análise dos dados obtidos através das DVAs da amostra de IFs todos os objetivos foram cumpridos.

O teste de hipótese aplicado resultou na aceitação de igualdade entre a média de 2009 e a média de 2010. Pode-se, assim, concluir que não houve diferença significativa na proporção de distribuição do valor adicionado aos agentes econômicos da amostra de IFs nos períodos de 2009 e 2010.

Referente à análise dos percentuais de participação de cada agente econômico na distribuição da riqueza gerada pela amostra de IFs nos períodos adotados pôde-se concluir que tanto em 2009 quanto em 2010 a menor participação na distribuição do valor adicionado foi a Remuneração de Capitais de Terceiros, que se refere basicamente ao pagamento de aluguéis, e a maior participação foi na Remuneração de Capitais Próprios.

Pesquisas feitas através da DVA são recentes e oportunas devido ao período que a contabilidade nacional está vivenciando com a transição para convergência das normas contábeis aos padrões internacionais. O presente estudo é relevante pelo fato de não haverem estudos anteriores da DVA baseados especificamente em Instituições Financeiras. Sugere-se que esse assunto deva ser ampliado com outros trabalhos, utilizando mais períodos e IFs não estudadas nesta pesquisa e abordando, também, como é gerada a riqueza das mesmas.

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