• Nenhum resultado encontrado

SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AOS INIMIGOS NATURAIS DE PRAGAS DOS CITROS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AOS INIMIGOS NATURAIS DE PRAGAS DOS CITROS"

Copied!
30
0
0

Texto

(1)

SELETIVIDADE DE PRODUTOS

FITOSSANITÁRIOS AOS INIMIGOS

NATURAIS DE PRAGAS DOS CITROS

PEDRO TAKAO YAMAMOTO1 e RENATO BEOZZO BASSANEZI 2

RESUMO

O trabalho tem por objetivo apresentar uma compila-ção de resultados de seletividade de agroquímicos aos inimi-gos naturais de pragas dos citros, obtidos por diversos autores, e opções para controle de pragas seletivas aos artrópodes benéficos, agentes de controle biológico na citricultura.

Termos de indexação: acaricidas, inseticidas, fungicidas, MIP,

Citrus sinensis.

SUMMARY

SELECTIVITY OF AGROCHEMICALS TO NATURAL ENEMIES OF CITRUS PESTS

The purpose of this report is to show available data on pesticides selectivity to natural enemies of citrus pests, obtained from many authors, and to show options of pest control selective to arthropods and fungi that are agents of biological control in citriculture.

Index terms: acaricides, insecticides, fungicides, IPM, Citrus

sinensis.

1Centro de Pesquisas Citrícolas – Fundecitrus. Caixa Postal 391. 14801-970 Araraquara (SP). E-mail: ptyamamoto@fundecitrus.com.br

2Centro de Pesquisas Citrícolas – Fundecitrus. Caixa Postal 391. 14801-970 Araraquara (SP). E-mail: rbbassanezi@fundecitrus.com.br

(2)

1. INTRODUÇÃO

No programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP), o controle bio-lógico ocupa posição de destaque, seja como responsável pela manuten-ção do nível de equilíbrio das pragas, seja como importante medida de controle. A tendência natural do MIP é direcionar o desequilíbrio ecoló-gico entre as pragas e seus inimigos naturais em favor desses últimos. O termo usual para se referir a essa tática do MIP é seletividade, que pode ser entendido como o produto químico seleciona a praga no agroecossistema em que atua, não afetando, em diferentes graus, as popu-lações de inimigos naturais.

Quando se faz uma pulverização no agroecossistema, pode-se le-var à morte não somente a praga-alvo, mas, também, outros organismos, entre os quais os inimigos naturais das pragas. Em virtude da sua morta-lidade, podem ocorrer efeitos colaterais indesejáveis que, na maioria dos casos, levam a um aumento nos custos de produção.

Os inimigos naturais das pragas atuam no equilíbrio biológico, retar-dando a ressurgência das pragas-chave, mantendo-as abaixo do nível de dano econômico, evitando os surtos de pragas secundárias e auxiliando na diluição da resistência das pragas aos produtos fitossanitários.

O produto fitossanitário ideal, do ponto de vista da produção agrí-cola e do MIP, seria aquele que apresentasse seletividade total, isto é, que matasse somente as pragas visadas e preservasse os artrópodes benéfi-cos, evitando, com isso, o desequilíbrio biológico.

Os primeiros conceitos e definições de seletividade foram propos-tos por RIPPER et al. (1951), que classificaram a seletividade em fisioló-gica e ecolófisioló-gica. A fisiolófisioló-gica se dá quando inseticidas, em vista das diferenças fisiológicas entre pragas, predador` es e parasitóides, matam as pragas a uma concentração que não afeta os insetos benéficos. A ecológica é o efeito seletivo dos produtos fitossanitários com base nas diferenças ecológicas das pragas e dos inimigos naturais, isto é, técnica ou método com que o defensivo possa ser empregado sem atingir direta-mente o inimigo natural inserido no contexto do agroecossistema. METCALF (1994) classifica a seletividade em fisiológica, ecológica,

(3)

devida ao aperfeiçoamento da aplicação, e comportamental. A seletividade devida ao aperfeiçoamento da aplicação baseia-se na redução de dosa-gem, baixa persistência, aplicação seletiva, aplicação de inseticidas sistêmicos, tratamento de sementes e granulados no plantio. Já a comportamental baseia-se no uso de atraentes, com utilização de armadi-lhas de luz e feromônio.

A seletividade nos programas de MIP é um conceito importante no momento da escolha do defensivo ou da maneira de aplicá-lo para preser-var os inimigos naturais, espécies inofensivas e outros organismos bené-ficos que convivem no agroecossistema. Em última análise, a atribuição que o MIP delega aos produtos fitossanitários é manter as pragas em ní-veis abaixo daqueles que causam danos econômicos sem suprimir total-mente os insetos pragas, com raras exceções, pois a população “residual” da praga serve de alimento para preservação dos inimigos naturais. Os produtos fitossanitários, contudo, não podem afetar as populações desses inimigos. Para atingir tais metas, a seletividade fisiológica, pela falta de produtos com essa característica, é insuficiente. A ela devem-se acres-centar os princípios de seletividade ecológica; juntas, tornarão realidade o manejo integrado de pragas que todos almejam, haja vista os inúmeros exemplos práticos de pleno sucesso que desponta no mundo todo, em várias culturas e em diferentes climas.

Em função da não-padronização de método, que atualmente está sendo realizado pela International Organization of Biological Control (IOBC), muitos dos resultados obtidos pelos diferentes autores não podem ser comparados, podendo ser questionáveis. Por estar utilizando diferen-tes métodos, há resultados distintos, inclusive para a mesma espécie. Contudo, o objetivo do presente artigo é apresentar uma compilação dos principais trabalhos sobre seletividade de produtos fitossanitários para os mais importantes inimigos naturais de pragas dos citros e tabelas espe-cíficas, com uma nova forma de abordagem, onde, em função da praga-alvo de controle, os técnicos possam escolher o produto que tenha menor impacto sobre os inimigos naturais e/ou em função da ocorrência desses, determinada pela amostragem realizada pelo pragueiro, escolher o pro-duto mais seletivo.

(4)

2. SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AOS ÁCAROS PREDADORES DE PRAGAS

Em relação aos ácaros predadores, principalmente os da família Phytoseiidae, que engloba a maioria dos predadores, os principais produtos fitossanitários utilizados em citros são considerados nocivos (Tabela 1).

Considerando-se aqueles com ação acaricida, com exceção de diflubenzuron que é inócuo, hexythiazox, que é levemente nocivo, e enxofre e óxido de fenbutatin, que são moderadamente nocivos, os demais são noci-vos aos principais ácaros predadores encontrados na cultura. Esse resultado provavelmente se deva ao fato de pertencerem à mesma classe, indicando que a aplicação da maioria dos acaricidas pode causar desequilíbrio pela mortalidade desses inimigos naturais. Como é inevitável a aplicação de acaricidas na citricultura, para evitar esses desequilíbrios, deve-se levar em consideração os conceitos de seletividade ecológica e aplicar as táticas de MIP, pulverizando somente os talhões onde forem atingidos os níveis de ação para controle dos ácaros pragas, principalmente Brevipalpus phoenicis (Geijskes) e Phyllocoptruta oleivora (Ashmead), responsáveis pela maioria das aplicações desse defensivo.

Em sua maioria, os inseticidas são considerados nocivos aos fitoseídeos, indicando que a aplicação destes também pode acarretar a morte desse grupo de inimigos naturais, que são importantes para a manutenção da população de ácaros pragas em níveis abaixo do nível de dano econômico. Entre os inseticidas, aldicarb, malathion e fenitrothion são inócuos ou levemente nocivos aos ácaros predadores. Aldicarb apresenta seletividade devida ao modo de aplicação, na forma de granulado sistêmico, via solo, não entra em contato com os predadores e, portanto, não lhes causa a mortalidade. Os óleos minerais e vegetais, que são usados para controle de pragas e também misturados aos inseticidas para aumentar-lhes a eficiência, são nocivos aos ácaros predadores, principalmente a Iphiseiodes zuluagai Denmark & Muma, um dos fitoseídeos mais comuns encontrados nos pomares cítricos. Entre-tanto, o óleo mineral, para as demais espécies e quando considera o comple-xo de ácaros predadores, apresentou-se inócuo ou moderadamente nocivo. A mistura desses óleos com inseticidas, apesar de aumentar-lhes a eficiência, provoca também um incremento da ação sobre os ácaros predadores.

(5)

A Acrinathrin –5 M M N A Azocyclotin M N N N A Bifenthrin N N N N A Chlorfenapyr N – – L/N A Cyhexatin L/M/N M/N M/N M/N A Dicofol M/N N N N A Fenpyroximate – M M N A Flufenoxuron M/N – – –

A Hexythiazox I/L/M I/L L I/L

A Óxido de fenbutatin L/N L/M I/L/M I/L/M

A Propargite L/M – N N

A Pyridaben – N N N

A Pyridafenthion – – – N

A, F Enxofre I/M/N I/L/M M M

A, I Abamectin I/L I/M/N – L/N

A, I Diflubenzuron – – I I

A, I Ethion N N – –

A, I Fenpropathrin N N N N

A, I Óleo mineral I/L/M I I N

A, I Óleo vegetal – – – N A, I Triazophos– N N N A, I, N Carbosulfan N N – N I Acephate N – – – I, A Aldicarb L – – – I Carbaryl N L/N I/N N I Deltamethrin N – – – I Diazinon M/N – – – I Dimetoato N – – M I Fenitrothion L – – – I Fenthion N – – – I Malathion I – – – I Metidathion N – – – I Triclorfon L/M – – – F Captan I I I I F Chlorothalonil I – – N F Fosetyl-Al – – – I F Hidróxido de cobre – – – I

F, A Mancozeb I/N I/L – N

F Oxicloreto de cobre I/L – – I

F Óxido cuproso I – – I

F Sulfato de cobre + cal – L L L

F Tebuconazole L – – –

F Thiophanate-methyl L/M – – L/M

F Ziram L/M – – L

Tabela 1. Seletividade de produtos fitossanitários aos ácaros predadores dos

citros1

1I = inócuo; L = levemente nocivo; M = moderadamente nocivo; N = nocivo. 2 A = acaricida; I = inseticida; F = fungicida; N = nematicida. 3 Fonte: YAMAMOTO et al. (1992 e 1995), KOMATSU & NAKANO (1998), REIS & SOUSA (2001), MONTEIRO (2001). 4 Fonte: REIS et al. (1998). 5 Sem informações.

Uso2 Ingrediente ativo

Ácaros predadores em geral3 Euseius concordis3 Euseius citrifolius3 Iphiseiodes zuluagai4

(6)

Os fungicidas são praticamente inócuos para os ácaros predadores, com exceção de mancozeb, benomyl e chlorothalonil. A baixa seletividade de mancozeb provavelmente seja devida à sua ação acaricida, sendo, em citros, recomendado para controle do ácaro da ferrugem P. oleivora. Esses resulta-dos indicam que a aplicação resulta-dos fungicidas captan, fosetyl-Al, hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre, óxido cuproso, calda bordalesa, tebuconazole, thiophanate methyl e ziram não provoca a morte de ácaros predadores e, conseqüentemente, desequilíbrio relacionado a esse grupo de inimigo natu-ral. Entretanto, os três primeiros fungicidas são constantemente utilizados em citros, devendo, portanto, ser empregados de forma criteriosa para não causar morte dos fitoseídeos.

3. SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS ÀS JOANINHAS PREDADORAS

Os produtos que apresentam somente ação acaricida, em geral, são pouco nocivos aos coccinelídeos que ocorrem em citros (Tabela 2). Entre-tanto, azocyclotin, bifenthrin e pyridafenthion são considerados moderada-mente nocivos ou nocivos às joaninhas, devendo ser usados com critério nos períodos de maior ocorrência desse grupo de predadores. Para algumas espé-cies da família Coccinellidae, os acaricidas podem ser considerados nocivos, mas, para outras espécies, moderadamente nocivos. Essa diferença em ter-mos de seletividade se relaciona às espécies estudadas ou também à dife-rença no método utilizado para estudo. Apesar de não causar grande impacto na população das joaninhas, pode-se escolher os acaricidas de menor im-pacto sobre esses inimigos naturais e, dessa maneira, causar menor prejuízo no controle biológico de pragas.

Considerando os acaricidas com ação fungicida, como o enxofre, que independente da espécie, é pouco nocivo às joaninhas predadoras, podendo ser aplicado nos momentos de alta população desse grupo de inimigos natu-rais sem causar grande impacto na redução populacional e, conseqüentemente, prejudicar o controle biológico, sobretudo das cochonilhas, que são as presas preferidas da maioria dos coccinelídeos.

(7)

A Acrinathrin –3 L L/M L M/N

A Azocyclotin N – M – N

A Bifenthrin N M M/N M M/N

A Bromopropilato I/L – I – I

A Chlorfenapyr – – – – I/L

A Cyhexatin I/L I/L L/M/N I/L L/M/N

A Dicofol I/L L I/L/N L I/L

A Óxido de fenbutatin L L I/L L I/L

A Fenpyroximate – L I/L L L A Flufenoxuron I/L – – – – A Hexythiazox – – I – – A Propargite L/M – L/M/N – L/M A Pyridaben – I I/L/M I L A Pyridafenthion – – – – M/N

A, F Enxofre L L I/L L I/L

A, I Abamectin L – I I I

A, I Carbosulfan N M M/N M M/N

A, I Diflubenzuron – – – – I

A, I Ethion M/N – N – I

A, I Fenpropathrin N – N – I/N

A, I Óleo mineral I/L – – I –

A, I Triazophos– – N – N I, A Aldicarb L – – – – I Carbaryl N – – – – I Diazinon N – N – – I Dimetoato N – N – – I Fenthion N – – – – I Metidathion N – – – – I Triclorfon M/N – – – –

Tabela 2. Seletividade de produtos fitossanitários às joaninhas predadoras de

pragas dos citros1

Pentilia egena

1I = inócuo; L = levemente nocivo; M = moderadamente nocivo; N = nocivo. 2 A = acaricida; I = inseticida; F = fungicida; N = nematicida. 3 Sem informações.

Fonte: YAMAMOTO et al. (1992), IOBC/WPRS (2002). Uso2 Ingrediente ativo Joaninhas

em geral Azya luteipes Coccidophilus citricola Cycloneda sanguinea

Os inseticidas comumente utilizados em citros, na sua maioria, são nocivos às joaninhas que ocorrem na cultura, com exceção de aldicarb, que é levemente nocivo, provavelmente em vista de seu modo de aplicação (gra-nulado sistêmico de solo), que confere uma seletividade ecológica aos coccinelídeos.

(8)

Por serem nocivos às joaninhas, os inseticidas, cujo emprego objetiva o controle dos diversos insetos que atacam os citros, devem ser usados de forma criteriosa, procurando explorar a seletividade ecológica como meio de diminuir os seus impactos.

Os óleos minerais, que podem ser uma opção para controle de algu-mas cochonilhas, são inócuos ou levemente nocivos aos coccinelídeos, algu-mas a sua mistura com outros inseticidas, prática comum, acarreta um incre-mento da mortalidade das joaninhas.

4. SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS ÀS ARANHAS E AOS PARASITÓIDES

Para as aranhas, poucos são os dados encontrados na literatura. Os produtos testados (Tabela 3), incluindo os acaricidas, na maioria são leve-mente nocivos; soleve-mente bifenthrin, fenpropathrin e carbosulfan foram moderadamente nocivos a nocivos às aranhas. Todavia, mais estudos devem ser realizados no sentido de estabelecer o efeito dos produtos sobre esses inimigos naturais.

Entre os produtos fitossanitários adotados em citros com dados obti-dos de sua ação sobre os parasitóides (Tabela 3), somente bromopropilato, cyhexatin, óleo mineral e aldicarb foram inócuos ou levemente nocivos; os demais foram moderadamente nocivos ou nocivos. Já para Ageniaspis citricola Logvinovskaya, importante inimigo natural do minador-dos-citros Phyllocnistis citrella Stainton, a maioria dos produtos fitossanitários utiliza-dos foi nociva, com poucas exceções inócuas a esse parasitóide, que foram dicofol, hexythiazox, diflubenzuron, óleo mineral e o fungicida benomyl. Apesar da utilização constante de inseticidas e produtos com grande impacto sobre A. citricola, esse parasitóide tem aumentado a sua população, dissemi-nando-se com grande velocidade e reduzindo drasticamente a população de P. citrella. Esse inimigo natural apresenta, possivelmente, meio de defesa contra os produtos fitossanitários ou fica protegido dentro da presa, não sen-do atingisen-do por estes, podensen-do completar seu ciclo e exercer o controle biológico da praga.

(9)

A Acrinathrin L –3 N N A Azocyclotin – – N M N A Bifenthrin M N N N — A Bromopropilato I L – – L/M A Chlorfenapyr – – – – N A Cyhexatin L I N N N A Dicofol L I/M M M I A Dinocap – – – N — A Óxido fenbutatin L – I I N A Fenpyroximate L – – N — A Hexythiazox – – I L I A Lufenuron – – L N N A Propargite L L/M I M N A Pyridaben – – – – — A, F Enxofre L I/L/N – – M/N A, I Abamectin – – N N N A, I Diafenthiuron – – N N — A, I Diflubenzuron – – I I I A, I Ethion – M/N – – N A, I Fenpropathrin M/N N N N — A, I Flufenoxuron – – I – —

A, I Óleo mineral – I/L – – I

A, I, N Carbosulfan M – – – — I Acephate – – N N — I Aldicarb – L – N — I Bacillus thuringiensis – – I I — I Buprofezin – – I I — I Carbaryl – L/N N N — I Chlorpyrifos– – N N N I Deltamethrin – – N N N I Diazinon – N N N — I Dimetoato – N N N N I Fenthion – M – – — I Imidacloprid – – N N — I Metidathion – N N N N I Triazophos– – N M — I Triclorfon – N N M — F Benomyl – – – – I

Tabela 3. Seletividade de produtos fitossanitários aos aracnídeos e parasitóides

de pragas dos citros1

1I = inócuo; L = levemente nocivo; M = moderadamente nocivo; N = nocivo. 2 A = acaricida; I = inseticida; F = fungicida; N = nematicida.

Fonte: YAMAMOTO et al. (1992); GRAVENA et al. (2001); IOBC/WPRS (2002).

Ageniaspis citricola Uso2 Ingrediente ativo Aranhas Parasitóides

em geral

Trichogramma

spp.

Encarsia formosa

(10)

Para o parasitóide de ovos Trichogramma spp., os inseticidas e acaricidas, em sua maioria, são nocivos, indicando que sua aplicação pode levar a efeitos colaterais indesejáveis (Tabela 3).

Entre os que poderiam ser utilizados, sem efeitos indesejáveis, há o dicofol, considerado moderadamente nocivo, e o lufenuron, levemente nocivo. Já fenpyroximate, hexythiazox, propargite, diflubenzuron, flufenoxuron, Bacillus thuringiensis e buprofezin são inócuos ao Trichogramma spp.

Para Encarsia formosa, importante inimigo natural de moscas-bran-cas, a lista de produtos com efeito nocivo é maior do que para Trichogramma spp. Entre os que podem ser utilizados, pelo seu moderado a baixo efeito, estão: Bacillus thuringiensis, buprofezin, diflubenzuron e óxido de fenbutatin (inócuos), hexythiazox (levemente nocivo) e azocyclotin, dicofol, propargite, triazophos e triclorfon (moderadamente nocivos). Os demais inseticidas e acaricidas devem ser empregados de forma criteriosa para não causar alta mortalidade ao parasitóide.

Os inseticidas, de maneira geral, são nocivos aos parasitóides que ocor-rem em citros, embora faltem ainda muitas informações. Desse modo, sua utilização deve estar relacionada à ocorrência das pragas-alvo de controle. Os acaricidas, embora menos nocivos, apresentam ingredientes ativos tam-bém altamente impactantes quando aplicados no agroecossitema citrícola, devendo seu uso estar atrelado aos níveis de ação recomendados para os ácaros-praga.

5. SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AOS CRISOPÍDEOS

Em relação aos crisopídeos, importantes inimigos naturais de pragas dos citros, os acaricidas bromopropilato, cyhexatin, óxido de fenbutatin, dicofol, hexythiazox e propargite foram inócuos ou levemente nocivos, indi-cando que seu emprego provoca pouco impacto a esses inimigos naturais (Tabela 4).

(11)

A, I Abamectin I I/L I I/N I Acephate –3 N N I Acetamiprid I I – – A Acrinathrin – – – I A, I, N Aldicarb – L – – A Azocyclotin – N – N

I B. thuringiensis Var. kurstaki – I – I

A Bifenthrin I L/N – N A Bromopropilato – I/L – I I Carbaryl N M/N – N A, I Carbosulfan – L/N – – I ChlorpyrifosN N – N A Cyhexatin – L/N – N

I Deltamethrin I N I/N I/N

A, I Diafenthiuron – I/L – I I Diazinon – N – N A Dicofol – I – L A, I Diflubenzuron – M/N – M I Dimetoato – N – N I Fenitrothion – M – N A, I Fenpropathrin – M/N – N A Fenpyroximate – I/N – L I Fenthion L N – – I Flufenoxuron N L/N – N A Hexythiazox – I/L – I I Imidacloprid (SL) – N – – I Imidacloprid (PM) I I – –

A, I Lufenuron I N I/N I/N

I Methidathion – N – N A Óxido de fenbutatin I I I I A Propargite – I – I A, I Pyridafenthion – N – – I Pyriproxyfen I I – – I Tebufenozide I I I I I Thiacloprid I I I N I Thiamethoxam I N L/M L/M I, A TriazophosL M/L – N I Trichorfon – L – – I Triflumuron – M – –

Tabela 4. Seletividade de produtos fitossanitários aos crisopídeos predadores

de pragas dos citros1

1I = inócuo; L = levemente nocivo; M = moderadamente nocivo; N = nocivo. 2 A = acaricida; I = inseticida; F = fungicida; N = nematicida. 3 Sem informações.

Fonte: YAMAMOTO et al. (1992); BUENO (2001); CARVALHO et al. (2002); GODOY et al. (2002a,b); IOBC/WPRS (2002).

Uso2 Ingrediente ativo Fases do crisopídeo

(12)

O enxofre, que também tem ação fungicida, é inócuo ou levemente nocivo aos crisopídeos, podendo ser utilizado sem causar grande redução da população desse predador.

Já os acaricidas com ação inseticida ou os inseticidas com ação acaricida, em sua maioria, com exceção de abamectin, são moderadamente nocivos ou nocivos aos crisopídeos. Os inseticidas, na sua grande maioria, são nocivos a esse grupo de inimigo natural, com exceção de aldicarb e triclorfon, levemente nocivos. Assim como para as joaninhas, os inseticidas devem ser usados de modo criterioso a fim de não provocar grande impacto e redução na população dos crisopídeos, diminuindo o controle biológico e propiciando, com isso, o aumento populacional de pragas.

Entretanto, os dados apresentados são uma compilação de resultados obtidos por vários autores, que, na grande maioria, estudaram a ação dos produtos fitossanitários sobre adultos e larvas dos crisopídeos. Alguns des-ses produtos, embora pouco nocivos à fase adulta, são bastante nocivos à fase de ovo e jovem dos crisopídeos e vice-versa. Lufenuron, embora seja nocivo para a fase adulta e ovos de Chrysoperla externa (Hagen), foi inócuo para as fases jovens e de pupa e, apesar de não ser seletivo para adultos, teve pouco efeito na viabilidade de ovos. Thiamethoxam foi levemente ou mode-radamente nocivo para pupas e adultos e inócuo para ovos; entretanto, foi nocivo para a fase jovem. Outro produto com toxicidade diferencial para as diversas fases dos crisopídeos é o thiacloprid, que é inócuo para ovos, larvas e pupas e nocivo para adultos.

Deltamethrin apresenta características semelhantes; contudo, somente é inócuo para ovos. De maneira geral, os produtos apresentam consistência no efeito sobre neurópteros: quando tóxicos, são para todas as fases e, quan-do de baixa toxicidade, também são para toquan-dos os estádios.

6. SELETIVIDADE DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS AOS FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS

Segundo ALVES et al. (2000), a ação dos produtos fitossanitários so-bre o entomopatógeno pode variar em função da espécie e da linhagem, da natureza química do ingrediente ativo, das formulações e das dosagens

(13)

utili-zadas. Essas formulações podem atuar inibindo o crescimento vegetativo e a reprodução dos microorganismos e, até mesmo, causar mutações genéticas nos entomopatógenos, resultando em diminuição da virulência a determinada praga. Entre os acaricidas mais utilizados em citros, azocyclotin e cyhexatin foram muito tóxicos para os fungos Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Verticillium lecanii (Tabela 5). Dicofol foi tóxico para os dois primeiros fungos, mas compatível com V. lecanii. Lufenuron, ao contrário, foi tóxico para os dois últimos fungos e compatível com B. bassiana. Os demais acaricidas foram compatíveis ou tóxicos para somente um dos fun-gos testados. Apesar de pertencer ao mesmo grupo químico de azocyclotin e cyhexatin, óxido de fenbutatin foi compatível com os entomopatogênicos estudados.

O enxofre, apesar de ter ação fungicida, foi compatível ou apresentou moderada toxicidade sobre B. bassiana, M. anisopliae e V. lecanii (Tabela 5). Esse resultado pode ser decorrente do uso excessivo e por longo tempo do enxofre, que pode ter exercido uma pressão de seleção no decorrer das gera-ções do fungo, selecionado propágulos mais resistentes, que predominaram sobre os mais sensíveis.

Os inseticidas, com exceção de acephate, deltamethrin, dimetoato e imidacloprid, foram muito tóxicos para, pelo menos, um dos fungos entomopatogênicos estudados (Tabela 5). O óleo mineral, que apresenta ação inseticida e acaricida, e é constantemente adicionado aos inseticidas para aumentar-lhes a eficiência, foi muito tóxico para M. anisopliae, tóxico para B. bassiana e compatível para V. lecanii. Assim como ocorre o efeito sinergético no controle de pragas, a associação entre inseticidas e óleos minerais também incrementa o efeito tóxico sobre fungos entomopatogênicos de ambos. O uso dessa associação, portanto, deve ser criteriosamente anali-sado, em função da época de utilização, produto associado ao óleo mineral e dosagens.

Com relação aos herbicidas empregados em citros, glifosato, o único a ser estudado, foi compatível com os fungos testados (Tabela 5).

Os fungicidas benomyl, fosetyl-Al, oxicloreto de cobre e thiophanate methyl, provavelmente em vista da ação sobre fungos, foram muito tóxicos para B. bassiana, M. anisopliae e V. lecanii (Tabela 5). Esses resultados

(14)

indi-cam que a utilização excessiva de fungicidas pode estar afetando o controle biológico dos insetos-pragas pelos fungos entomopatogênicos, principalmente nas áreas em que ocorre o fungo Guignardia citricarpa, agente causal da pinta-preta ou mancha-preta, nas quais são realizados até cinco aplicações de fungicidas por safra, com base na aplicação dos fungicidas testados e em alguns casos adicionados ao óleo mineral.

A Acrinathrin C C C A Azocyclotin MT MT MD A Bifenthrin C C C A Bromopropilato T C C A Cyhexatin MT MT T A Dicofol T T C A Espirodiclofeno C C C A Lufenuron C T T A Óxido de fenbutatin C C C A Propargite C C C A, F Enxofre C MD MD A, I Ethion MT MT C A, I Fenpropathrin MT C C A, I Óleo mineral T MT C A, I TriazophosMT MT MD I Acephate C C C I Carbaryl MT MT MD I ChlropyrifosT MD C I Deltamethrin C C C I Dimetoato C C C I Fenthion MT T C I Imidacloprid C C –4 I Metidathion MT MT MT F Benomyl MT MT MT F Fosetyl-Al MT MT MT F Oxicloreto de cobre MT MT MT F Tiophanate-methyl MT MT MT H Glyphosate C C C

Tabela 5. Seletividade de produtos fitossanitários aos fungos

entomopatogênicos de ocorrência em citros1

1C = compatível; MD = moderadamente tóxico; T = tóxico; MT = muito tóxico (ALVES et al., 1998). 2A = acaricida; I = inseticida; F = fungicida; H= herbicida. 3 Fonte: ALVES et al. (2000). 4 Sem

infor-mações.

Uso2 Ingrediente ativo

Fungos entomopatogênicos3 Beauveria bassiana Metarhizium anisopliae Verticillium lecanii

(15)

V. lecanii foi o fungo mais resistente aos produtos fitossanitários testa-dos, provavelmente em decorrência de sua exposição contínua aos mesmos, por ser um fungo encontrado com freqüência no agroecossistema citrícola, que pode ter exercido uma pressão de seleção, selecionado propágulos mais resistentes, resultando em menor efeito dos produtos sobre o entomopatógeno. Os trabalhos foram desenvolvidos in vitro, como a maioria daqueles visando detectar o efeito de produtos fitossanitários sobres os fungos entomopatogênicos. Dessa forma, pode-se ter certeza de que, quando o pro-duto é compatível em condições de laboratório, não há dúvidas sobre a seletividade em condições de campo. Por outro lado, a alta toxicidade em laboratório não sugere uma elevada toxicidade em campo e, sim, a possibili-dade de causar danos à natureza.

7. SELETIVIDADE DE AGROQUÍMICOS UTILIZADOS PARA CONTROLE DAS PRINCIPAIS PRAGAS

E DOENÇAS FÚNGICAS DOS CITROS

Nas Tabelas de 6 a 12, encontram-se os resultados de seletividade de agroquímicos aos diferentes grupos e espécies de inimigos naturais em fun-ção das essenciais pragas-alvo de controle. A idéia é apresentar os primor-diais produtos para controle das principais pragas, em função de sua ação sobre os inimigos naturais, sendo uma tabela de consulta para que os produ-tores e técnicos possam escolher o produto a ser empregado com menor im-pacto sobre os agentes de controle biológico de insetos fitófagos.

A compilação não levou em consideração a eficiência do produto so-bre as pragas-alvo e, sim, a seletividade aos grupos de inimigos naturais; na escolha do produto para se obter melhor controle, deve-se levar em conta a eficiência sobre a praga.

Como leva em consideração a seletividade aos diferentes grupos e es-pécies de inimigos naturais e fungos entomopatogênicos, sua identificação deve ser aprimorada pelos inspetores de pragas e passar a ser cotidiano dos mesmos. Além de identificados, os inimigos naturais devem ser quantificados e anotados nas planilhas de inspeção de pragas.

(16)

T abela 6. Seletividade de acaricidas para controle de Br evipalpus phoenicis a artrópodes predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos 1 Ácaros predadores L Hexythiazox M

Acrinathrin, bromopropilato, fenpyroximate, flufenoxuron, óxido de fenbutatin

N

Azocyclotin, bifenthrin, chlorfenapyr

, cyhexatin, dicofol, fenpropathrin, propar

gite

JoaninhasI

Bromopropilato, diflubenzuron, hexythiazox

L

Chlofenapyr

, cyhexatin, dicofol, fenpyroximate, flufenoxuron, óxido de fenbutatin

M

Acrinathrin, propar

gite

N

Azocyclorin, bifenthrin, fenpropathrin

Bicho-lixeiro

I

2

L

Bromopropilato, cyhexatin, dicofol, hexythiazox, propar

gite

M– N

Azocyclotin, bifenthrin, fenpropathrin

AranhasI

Bromopropilato

L

Acrinathrin, cyhexatin, dicofol, fenpyroximate, óxido de fenbutatin, propar

gite M Bifenthrin N Fenpropathrin Parasitóides I Cyhexatin L Bromopropilato, quinometionato M Dicofol, propar gite N

Acrinathrin, azocyclotin, bifenthrin, fenpropathrin

Continua Grupo de inimigos naturais (IN) Ação sobre IN Produto

(17)

1

I = inócuo, L = levemente nocivo, M = moderadamente nocivo, N = nocivo.

2 Sem produtos na classificação.

Ageniaspis citricola

I

Dicofol, diflubenzuron, hexythiazox

L– M

Bromopropilato

N

Acrinathrin, azocyclotin, chlorfenapyr

, cyhexatin, enxofre, óxido de fenbutatin, propar

gite

T

richogramma

spp.

I

Óxido de fenbutatin, hexythiazox, propar

gite

L– M

Dicofol

N

Azocyclotin, bifenthrin, cyhexatin, fenpropathrin

Encarsia formosa

I– L

Hexythiazox

M

Azocyclotin, dicofol, propar

gite

N

Acrinathrin, bifenthrin, cyhexatin, dinocap, fenpropathrin

Beauveria bassiana

I

Acrinathrin, bifenthrin, óxido de fenbutatin, propar

gite

L– M

Bromopropilato

N

Azocyclotin, cyhexatin, enxofre, fenpropathrin

Metar

hizium anisopliae

I

Acrinathrin, bifenthrin, bromopropilato, fenpropathrin, óxido de fenbutatin, propar

gite M Dicofol N Azocyclotin, cyhexatin V erticilium lecanii I Acrinathrin, bifenthrin, bromopropilato, dicofol, fenpropathrin, óxido de fenbutatin, propar gite L Enxofre M Cyhexatin T

abela 6.Conclusão Grupo de inimigos naturais (IN)

Ação

sobre IN

(18)

T abela 7. Seletividade de acaricidas para controle de Phyllocoptruta oleivora a artrópodes predadores,

parasitóides e fungos entomopatogênicos

1 Ácaros predadores I Óleo mineral L Aldicarb M

Abamectin, bromopropilato, enxofre

N

Azocyclotin, carbosulfan, cyhexatin, ethion, pyridafenthion,

J

oaninhasI

Bromopropilato

L

Cyhexatin, óxido de fenbutatin, fenpyroximate, enxofre, aldicarb

M Pyridafenthion, ethion N Azocyclotin Bicho-lixeiro I Mancozeb L

Abamectin, aldicarb, bromopropilato, carbosulfan, cyhexatin, enxofre, óxido de fenbutatin, óleo mineral

M–

2

N

Azocyclotin, pyridafenthion, ethion

AranhasI

Bromopropilato

L

Cyhexatin, enxofre, fenpyroximate, óxido de fenbutatin

M Carbosulfan N– Parasitóides I Cyhexatin L

Aldicarb, bromopropilato, formetanate, óleo mineral

M Dicofol N Enxofre, ethion Grupo de inimigos naturais (IN) Ação sobre IN Produto Continua

(19)

Ageniaspis citricola

I

Diflubenzuron, óleo mineral

L– M

Bromopropilato

N

Abamectin, azocyclotin, cyhexatin, enxofre, ethion, lufenuron, óxido de fenbutatin

T richogramma spp. I Óxido de fenbutatin L Lufenuron M– N Azocyclotin, cyhexatin Encarsia formosa I– L– M Azocyclotin N

Abamectin, aldicarb, cyhexatin, lufenuron

Beauveria bassiana

I

Óxido de fenbutatin, lufenuron

L– M

Bromopropilato, óleo mineral

N

Azocyclotin, cyhexatin, enxofre, ethion

Metar

hizium anisopliae

I

Bromopropilato, ethion, óleo mineral óxido de fenbutatin

L

Azocyclotin, enxofre

M

Lufenuron

N

Azocyclotin, cyhexatin, ethion, óleo mineral

V

erticilium lecanii

I

Bromopropilato, ethion, óxido de fenbutatin, óleo mineral

L Azocyclotin, enxofre M Cyhexatin, lufenuron N– T abela 7. Conclusão 1

I= inócuo, L= levemente nocivo, M= moderadamente nocivo, N= nocivo.

2 Sem produtos na classificação.

Grupo de inimigos

naturais (IN)

Ação

sobre IN

(20)

Ácaros predadores I Óleo mineral L Aldicarb M Dimetoato N

Carbaryl, deltamethrin, diazinon, ethion, metidathion, triazophos

JoaninhasI Óleo mineral L Aldicarb M Ethion N

Carbaryl, diazinon, dimetoato, fenthion, metidathion

Bicho-lixeiro I Óleo mineral L Aldicarb M– 2 N

Carbaryl, diazinon, dimetoato, ethion, fenthion, metidathion, pyridafenthion

Parasitóides

I

L

Aldicarb, óleo mineral

M– N

Carbaryl, diazinon, dimetoato, ethion, metidathion

Ageniaspis citricola

I

Óleo mineral

L– M– N

Chlorpyrifos, deltamethrin, dimetoato, metidathion

T abela 8. Seletividade de inseticidas para controle de cochonilhas a artrópodes predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos 1 Grupo de inimigos naturais (IN) Ação sobre IN Produto Continua

(21)

1

I = inócuo, L = levemente nocivo, M = moderadamente nocivo, N = nocivo.

2 Sem produtos na classificação.

T richogramma spp. I Buprofezin L– M– N Acephate, carbaryl, chlorpirifos, deltamethrin, diazinon, dimetoato, fenpropathrin, metidathion, triazophos, trichlorfon Encarsia formosa I Buprofezin L– M T riazophos, trichlorfon N

Acephate, aldicarb, carbaryl, clorpyrifos, deltamethrin, diazinon, dimetoato, fenpropathrin, imidacloprid, metidathion

Beauveria bassiana

I

Deltamethrin, dimetoato

L– M

Óleo mineral, chlorpyrifos

N

Carbaryl, ethion, fenpropathrin, fenthion, metidathion, triazophos

Metar hizium anisopliae I Deltamethrin, dimetoato L Chlorpyrifos M Fenthion N

Ethion, triazophos, carbaryl, metidathion

V

erticilium lecanii

I

Chlorpyrifos, deltamethrin, dimetoato, ethion, fenthion, óleo mineral

L

Carbaryl, triazophos

M– N

Metidathion

T

abela 8. Conclusão Grupo de inimigos naturais (IN)

Ação

sobre IN

(22)

Ácaros predadores I Diflubenzuron L –2 M Abamectin, dimetoato N Pyridafenthion JoaninhasI Abamectin L – M Pyridafenthion N Dimetoato Bicho-lixeiro I – L Abamectin M –

N Dimetoato, metidathion, pyridafenthion

Parasitóides I – L – M – N Dimetoato, metidathion Ageniaspis citricola I – L – M –

N Abamectin, dimetoato, lufenuron

Trichogramma spp. I Diflubenzuron

L Lufenuron

M –

N Abamectin, dimetoato

Encarsia formosa I Diflubenzuron

L –

M –

N Abamectin, dimetoato, lufenuron Beauveria bassiana I Dimetoato, lufenuron

L –

M –

N –

Metarhizium anisopliae I Dimetoato

L –

M Lufenuron

N –

Verticilium lecanii I Dimetoato

L –

M Lufenuron

N –

Tabela 9. Seletividade de inseticidas para controle de Phyllocnistis citrella a artrópodes predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos

1I = inócuo, L = levemente nocivo, M = moderadamente nocivo, N = nocivo. 2 Sem produtos na classi-ficação.

Grupo de inimigos naturais (IN)

Ação

(23)

Ácaros predadores I– 2 L– M Dimetoato, trichlorfon N

Deltamethrin, ethion, fenpropathrin, malathion

JoaninhasI

L– M

Ethion, trichlorfon

N

Dimetoato, fenpropathrin, fenthion, malathion

Bicho-lixeiro I – L T riclorfon M– N

Diazinon, dimetoato, ethion, fenpropathrin, fenthion

AranhasI – L– M– N Fenpropathrin Parasitóides I – L– M Fenthion N

Diazinon, dimetoato, ethion, fenpropathrin, triclorfon

A

geniaspis citricola

I– L– M– N

Chlorpyrifos, deltamethrin, dimetoato, ethion

T abela 10. Seletividade de inseticidas para controle de moscas-das-frutas (Ceratitis capitata e Anastr epha

spp.) a artrópodes predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos

1 Grupo de inimigos naturais (IN) Ação sobre IN Produto Continua

(24)

1

I = inócuo, L = levemente nocivo, M = moderadamente nocivo, N = nocivo.

2 Sem produtos na classificação.

Grupo de inimigos naturais (IN) Ação sobre IN Produto T abela 10. Conclusão T richogramma spp. I – L– M– N

Chlorpirifos, deltamethrin, diazinon, dimetoato, fenpropathrin, triclorfon

Encarsia formosa

I– L– M

T

riclorfon

N

Chlorpirifos, diazinon, dimetoato, fenpropathrin

Beauveria bassiana I Deltamethrin, dimetoato L– M Chlorpirifos N

Ethion, fenpropathrin, fenthion

Metar hizium anisopliae I Deltamethrin, dimetoato L Chlorpirifos M Fenthion N Ethion, fenpropathrin V erticilium lecanii I

Chlorpirifos, deltamethrin, dimetoato, ethion, fenpropathrin, fenthion

(25)

Ácaros predadores I Diflubenzuron L– 2 M– N

Bifenthrin, carbaryl, deltamethrin, fenp

ropathrin, malathion, pyridafenthion

JoaninhasI

Diflubenzuron

L– M

Pyridafenthion

N

Bifenthrin, carbaryl, fenpropathrin, malathion

Bicho-lixeiro

I

L– M– N

Carbaryl, dimetoato, fenpropathrin

AranhasI – L– M Bifenthrin N Fenpropathrin Parasitóides I – L– M– N

Carbaryl, dimetoato, fenpropathrin

Ageniaspis citricola I Diflubenzuron L– M– N Deltamethrin, lufenuron Continua Grupo de inimigos naturais (IN) Ação sobre IN Produto T abela 11. Seletividade de inseticidas para controle de Ecdytolopha aurantiana a artrópodes predadores,

parasitóides e fungos entomopatogênicos

(26)

1

I = inócuo, L = levemente nocivo, M = moderadamente nocivo, N = nocivo.

2 Sem produtos na classificação.

T richogramma spp. I Bacillus thuringiensis , diflubenzuron L– M– N

Acephate, bifenthrin, carbaryl, deltamethrin

Encarsia formosa

I

Bacillus thuringiensis

, diflubenzuron

L– M– N

Acephate, bifenthrin, carbaryl, deltamethrin, fenpropathrin

Beauveria bassiana

I

Bifenthrin, deltamethrin, lufenuron

L– M– N

Carbaryl, fenpropathrin

Metar

hizium anisopliae

I

Bifenthrin, deltamethrin, fenpropathrin

L– M Lufenuron N Carbaryl V erticilium lecanii I

Bifenthrin, deltamethrin, fenpropathrin

L Carbaryl M Lufenuron N– T abela 1 1. Conclusão Grupo de inimigos naturais (IN) Ação sobre IN Produto

(27)

Ácaros predadores I Captan, fosetyl-Al, hidróxido de cobre, óxido cuproso L Calda bordalesa, tebuconazole

M Thiophanate methyl, ziram

N Benlate, carbendazin, chlorothalonil, mancozeb

JoaninhasI Mancozeb L – 2 M – N – Bicho-lixeiro I Mancozeb L – M – N – AranhasI – L – M – N – Parasitóides I – L – M – N –

Ageniaspis citricola I Benlate, mancozeb, oxicloreto de cobre

L – M – N – Beauveria bassiana I – L – M –

N Benomyl, fosetyl-Al, oxicloreto de cobre, thiophanate methyl Metarhizium anisopliae I –

L –

M –

N Benomyl, fosetyl-Al, oxicloreto de cobre, thiophanate methyl Verticilium lecanii I –

L –

M –

N Benomyl, fosetyl-Al, oxicloreto de cobre, thiophanate methyl Tabela 12. Seletividade de fungicidas para controle de doenças fúngicas a

artrópodes predadores, parasitóides e fungos entomopatogênicos1

1I = inócuo, L = levemente nocivo, M = moderadamente nocivo, N = nocivo. 2 Sem produtos na classi-ficação.

Grupo de inimigos naturais (IN)

Ação

(28)

Entretanto, a amostragem de inimigos naturais, embora desejável no sistema de manejo integrado de pragas, ainda não é uma prática corriqueira. Uma alternativa no momento de escolha dos agroquímicos é a seleção dos que, além da eficiência comprovada no controle da praga-alvo, seja seletivo ao maior número possível de grupos e espécies de inimigos naturais, causan-do, dessa maneira, menor desequilíbrio e perdas relacionadas ao controle biológico das pragas.

8. CONSIDERAÇÃO FINAL

A partir dos anos oitentas-noventas, houve um avanço em relação ao desenvolvimento de novas moléculas com ação tóxica às pragas, menos nocivas aos organismos que não são alvo de controle e mais seletivos aos inimigos naturais. Apesar desse avanço, poucos são os produtos fitossanitários com seletividade fisiológica a todos os artrópodes benéficos. Em face disso, o que resta aos citricultores é utilizar os princípios da seletividade ecológica, que busca preservar os inimigos naturais, pré-requisito básico para o sucesso do MIP.

Entretanto, para uma correta escolha dos defensivos a utilizar, além do monitoramento da praga, é essencial a quantificação dos inimigos naturais que estão ocorrendo nos pomares cítricos. Apesar de ainda não ser realizada rotineiramente, a quantificação dos artrópodes benéficos e dos fungos entomopatogênicos deve ser adotada, pois, sem ela, a escolha dos produtos seletivos a utilizar será empírica e baseada somente na seletividade à maioria dos inimigos naturais.

No caso da não-adoção dos levantamentos populacionais dos inimi-gos naturais, a medida mais recomendada é a escolha do produto em função da seletividade ao maior número desses inimigos, levando sempre em consi-deração a eficiência no controle da praga-alvo ou grupos de pragas. Dessa maneira, o desequilíbrio ocasionado será menor e, com isso, pode-se evitar os efeitos colaterais, tais como ressurgência e surtos de pragas secundárias, e essa prática pode auxiliar na diluição da resistência de pragas aos produtos fitossanitários.

(29)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, S.B.; LOPES, R.B.; TAMAI, M.A.; MOINO JUNIOR, A. & ALVES, L.F.A. Compatibilidade de produtos fitossanitários com entomopatógenos em citros.

Laranja, v.21, n.2, p.295-306, 2000.

ALVES, S.B.; MOINO JUNIOR, A. & ALMEIDA, J.E.M. Produtos fitossanitários e entomopatogênicos. In: ALVES, S.B. (Ed.). Controle microbiano de insetos. 2.ed. Piracicaba: FEALQ, 1998. p.217-238.

BUENO, A. de F. Seletividade de inseticidas e acaricidas utilizados na cultura

dos citros para Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysomelidae) em condições de laboratório. 2001. 88p. Dissertação

(Mestrado em Entomologia Agrícola) - Faculdade de Ciências Agrárias e Vete-rinárias, Jaboticabal, 2001.

CARVALHO, S.M.; SOUZA, B.; CARVALHO, G.A. & CARVALHO, C.F. Seletividade de alguns produtos fitossanitários para ovos de Chrysoperla exter-na (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae). In: CONGRESSO BRASI-LEIRO DE ENTOMOLOGIA, 19., 2002, Manaus. Resumos... Manaus: Socie-dade Entomológica do Brasil, 2002, v.1, p.275.

GODOY, M.S.; CARVALHO, G.A.; MORAES, J.C.; COSME, L.V.; GOUSSAIN, M. & MORAIS, A.A. Seletividade de alguns produtos fitossanitários utilizados na cultura dos citros a ovos e larvas de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 19., 2002, Manaus. Resumos... Manaus: Sociedade Entomológica do Brasil, 2002a, v.1, p.280.

GODOY, M.S.; CARVALHO, G.A.; MORAES, J.C.; COSME, L.V.; GOUSSAIN, M. & MORAIS, A.A. Seletividade de alguns produtos fitossanitários utilizados na cultura dos citros a pupas e adultos de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 19., 2002, Manaus. Resumos... Manaus: Sociedade Entomológica do Brasil, 2002b, v.1, p.279-280.

GRAVENA, S.; AMORIM, L.C.S.; LINARDI, M.S.; SILVA, J.L.; BENVENGA, S.; CAETANO, A.C.; GRAVENA, R.; ROSSINE, A. & MACHADO, D.S. Toxicidade de produtos fitossanitários a parasitóide Ageniaspis citricola (Hymenoptera: Encyrtidae). In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 7., 2001, Poços de Caldas. Resumos... Poços de Caldas: Sociedade Entomológica do Brasil, 2001. v.1, p.434.

(30)

IOBC/WPRS Working Group “Pesticides and Beneficial Organisms”. In: VOGT, H. & HEIMBACH, U. IOBC/WPRS Bulletin, v.25, n.11, 123p. 2002.

KOMATSU, S.S. & NAKANO, O. Estudos visando o manejo do ácaro da leprose em citros através do ácaro predador Euseius concordis (Acari: Phytoseiidae).

Laranja, v.1, n.9, p.125-146, 1988.

METCALF, R.L. Insecticides in pest management. In: METCALF, R.L. & LUCKMANN (Eds). Introduction to Insect Pest Management. 3. ed. New York: John Wiley & Sons, 1994. p.245-314.

MONTEIRO, L.B. Seletividade de inseticidas a Neoseiulus californicus McGregor (Acari: Phytoseiidae) em macieira, no Rio Grande do Sul. Rev. Bras. Frutic., v.23, n.3, p.589-592, 2001.

REIS, P.R.; CHIAVEGATO, L.G.; MORAES, G.J de; ALVES, E.B. & SOUSA, E.O. Seletividade de agroquímicos ao ácaro predador Iphiseiodes zuluagai Denmark & Muma (Acari: Phytoseiidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, Londrina, v.27, n.2, p.265-274, 1998.

REIS, P.R. & SOUSA, E.O. Seletividade de chlorfenapyr e febutatin-oxide sobre duas espécies de ácaros predadores (Acari: Phytoseiidae) em citros. Rev. Bras.

Frutic., v.23, n.3, p.584-588, 2001.

RIPPER, W.E.; GREENSLADE, R.M. & HARTLEY, G.S. Selective insecticides and biological control. J. Econom. Entomol., v.44, n.4, p.448-458, 1951.

YAMAMOTO, P.T.; PINTO, A. de S., PAIVA, P.E.B. & GRAVENA, S. Seletividade de produtos fitossanitários aos inimigos naturais de pragas dos citros. Laranja, v.13, n.2, p.693-708, 1992.

YAMAMOTO, P.T.; PINTO, R.A.; PAIVA, P.E.B. & GRAVENA, S. Seletividade de acaricidas a inimigos naturais em citros. In: OLIVEIRA, C.A.L. & DONADIO, L.C. (Eds.). Leprose dos citros. Jaboticabal: FUNEP, 1995. p.159-170.

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho é resultado de uma pesquisa quantitativa sobre a audiência realizada em 1999 envolvendo professores e alunos do Núcleo de Pesquisa de Comunicação da Universidade

A Bárbara é ain- da mais apaixonada por essas curiosidades do que eu: ela coleciona fanaticamente cada pequena explicação de almanaque, cada razão para alguma coisa ser isso ou

Para os ensaios isotérmicos com duas deformações, foram calculados os valores da tensão de escoamento média, deformação crítica e acumulada, fração recristalização e

Podemos configurar os servidores SQL Server, de tal forma que os servidores que recebam os pedidos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre enviem os pedidos do

Segundo Ghimi e Kimati (2000), em fungos fitopatogênicos os produtos antifúngicos agem inibindo o acúmulo e incorporação de carboidratos na parede hifálica ou ainda inibindo

Para a inoculação do fungo nos meios de cultura contendo os tratamentos (para a avaliação de crescimento vegetativo e produção de conídios) os autores o fizeram por meio

profissionalidade docente no ensino superior, avaliando de que forma processos intencionais e institucionalmente organizados de formação pedagógica podem colaborar para a construção

De acordo com o diretor do Instituto Becker, muitos alunos nunca haviam estudado Geometria Plana ou História da Pátria, visto que o ensino era ministrado “por