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.LIII. Novos dados sobre o sítio Ponta do Altar B (Lagoa): um naufrágio da primeira metade do século XVII na embocadura do Rio Arade

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Novos dados sobre o sítio Ponta do Altar B (Lagoa):

um naufrágio da primeira metade do século XVII

na embocadura do Rio Arade

José Bettencourt*

Pedro Caleja*

Patrícia Carvalho*

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* Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática do IGESPAR – Avenida da Índia, 136 1300-300 Lisboa.

Em Setembro de 2006 foi achada fortuitamente uma boca de fogo em bronze nas proximidades da Ponta do Altar (Ferragudo, Lagoa), tendo a missão oficial de verificação do achado levado à descoberta de uma segunda. As duas bocas de fogo, assim como outras evidências arqueológicas identificadas, estão relacionadas com o contexto de naufrágio da primeira metade do século XVII convencionalmente designado Ponta do Altar B, cujos primeiros vestígios, em tudo análogos, foram oficialmente declarados e identificados entre 1992 e 1993.

Abstract

This paper presents the survey carried out by CNANS in the archaeological site Ponta do Altar B during October 2006. This mission begun after Stephan Kober reported the find of a bronze cannon. As a result of the survey, a second gun was found among with several lead shots. These evidences, altogether, strongly suggest an archaeological context of a shipwreck site dated from first half of the 17th century.

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1. Introdução

Em Setembro de 2006, Stephan Kober, cidadão alemão residente no Algarve e mergulhador amador, declarou oficialmente a descoberta fortuita de uma peça de artilharia em bronze e de um núcleo de balas em chumbo. Encontrando-se entre as compe-tências da actual Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática do IGESPAR (ex. CNANS do IPA) a verificação e a avaliação dos achados fortuitos de património cultural subaquático, habituais durante o desenvolvimento de actividades de âmbito náutico, profissional ou de recreio, foi desencadeada uma missão de verificação deste achado. Por sua vez, esta levou à descoberta de uma segunda peça, também em bronze, e outros vestígios idênticos aos recuperados em 1993 no sítio de naufrágio convencionalmente designado Ponta do Altar B (PAB).

Com efeito, este sítio arqueológico é conhecido desde Maio de 1992, quando Luís Bentes e Luís Sacramento declararam oficialmente a descoberta de um conjunto de cinco bocas de fogo em bronze, expostas sobre o fundo. Em sequência, no âmbito de uma operação promovida pelo Museu Nacional de Arqueologia (MNA), além do número de bocas de fogo ter sido elevado para oito, foram identificadas duas âncoras, um canhão em ferro e outros arte-factos, como moedas, balas em chumbo, placas de chumbo e alguns fragmentos de cerâmica. O estudo

das bocas de fogo permitiu reconhecer seis colu-brinas bastardas e duas meias-esperas/quartos de canhão, relativamente bem preservadas (Alves, 1997).

Neste artigo são descritos os trabalhos de terreno efectuados em Outubro de 2006, reavaliados os dados disponíveis sobre a dispersão do contexto e as condições de jazida e ainda apresentados os materiais arqueológicos mais significativos.

2. Localização e contexto geográfico

O sítio arqueológico PAB localiza-se a cerca de 70 m a Oeste da Ponta do Altar (freguesia de Ferragudo, concelho de Lagoa) (Fig.1). A Ponta do Altar, que corresponde ao extremo nascente da baía de Lagos e à margem Este da embocadura do estuário do rio Arade, é uma arriba de tipo rochoso com vertentes muito inclinadas, talhada em formações carbonatadas atribuídas ao Miocénico (Gomes et al., 1971). Tem uma orientação geral Norte-Sul e está exposta à ondulação dos quadrantes Sul e Sudoeste, que aí é dominante. Nesta área, o regime de ondulação é moderado, com altura média anual de 1 m e com 85% das tempestades do mar (ondulação maior que 5 m) a ocorrer no Inverno. O regime de marés é semi-diurno, situando-se os valores médios em torno de 2 m e as amplitudes máximas nos 3 m (Teixeira, 2006).

Um estudo preliminar da evolução da morfo-logia deste troço de costa, baseado na análise de cartografia antiga, permitiu verificar a existência de alterações significativas na configuração da barra e nas condições de navegação no Rio Arade. Deste modo, em cartografia da primeira metade do século XVII (Fig. 2)1 o troço final do estuário apresentava dois

canais, divididos por uma barra longitudinal situada aproximadamente na zona onde hoje se situa a bacia de rotação do porto de Portimão. O canal Oeste corria ao longo da margem direita, na área actualmente ocupada pelo porto comercial e pela marina. Para Poente, na área agora ocupada pela

1 AN/TT, Planta da vila e barra de Portimão. Descrição e plantas da costa, dos castelos e fortalezas, desde o reino do Algarve até Cascais, da ilha

Terceira, da praça de Mazagão, da ilha de Santa Helena, da fortaleza da Ponta do Palmar na entrada do rio de Goa, da cidade de Argel e de Larache,

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Fig. 1 – Localização do sítio Ponta do Altar B (PAB) sobre o ortofotomapa.

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praia da Rocha, o mar tocava na base da arriba, formando costa irregular constituída por praias encaixadas com comprimentos reduzidos. O canal Este, mais largo, situava-se ao longo da margem esquerda e deveria corresponder ao canal de navegação principal. Neste, a entrada ficava junto à Ponta do Altar e a linha de costa até Ferragudo desenvolvia-se ao longo da base da arriba rochosa. Porém, em 1634, como se observa numa gravura do Atlas de Pedro Teixeira, a barra longitudinal havia desaparecido e desenvolvera-se uma barreira are-nosa, de Nordeste para Sudoeste, da actual Praia Grande para o centro do rio, originando apenas um canal de navegação (Pereda et al., 2002).

Estas alterações, difíceis de interpretar, suge-rem que a navegação nesta área esteve condicionada pela instabilidade morfosedimentar até ao século XX, responsável por variações na posição e dimensão das acumulações arenosas. Em consequência, no final do século XIX a barra apresentava uma profundidade de apenas 4.8 m na preia-mar e 2.4 m na baixa--mar (Castro, 2002). A partir de meados do século XX, a evolução do troço final do Arade passou a ser condicionada por intervenções antrópicas, datando de 1926 e 1927 as primeiras dragagens. Durante a década de 1950 foram construídos os dois pontões que protegem o anteporto de Portimão e que permitiram regularizar a barra e o acesso ao porto. Em 1968 e 1970, o anteporto foi dragado até à cota de -8 m (ZH) (Castro, 2002) e, mais recentemente, em fases diversas, a margem Oeste foi alterada com a construção do porto comercial e da marina de Portimão.

3. Metodologia e descrição dos trabalhos

A intervenção de 20062 teve como principais

objectivos caracterizar e avaliar os depósitos arqueo-lógicos onde se encontravam os materiais declarados, prospectar a área envolvente, de modo a averiguar a existência de um contexto arqueológico associado e a sua relação com as peças de artilharia recuperadas

anteriormente na zona, e implementar medidas de salvaguarda dos vestígios.

Numa primeira fase os trabalhos de terreno consistiram na relocalização dos materiais indicados pelo achador: uma boca de fogo, uma acumulação de balas de mosquete e duas âncoras. A área em torno destes vestígios foi prospectada, o que permi-tiu localizar outros materiais expostos, incluindo outra boca de fogo (C11), balas, uma moeda, concreções e uma fateixa, esta última possivelmente de cronologia mais recente do que a das âncoras já conhecidas.

Foi depois implantada uma rede fixa de spits

(Fig. 3), numerados de S01 a S05, colocados nos afloramentos próximos, constituindo a base de referência para o registo dos vestígios e para futuras intervenções. O posicionamento das bocas de fogo e dos outros vestígios foi efectuado por trilateração a partir dos spits, por medidas directas e cotas relativas, depois tratadas no programa DSM (Rule, 1989). O registo incluiu ainda a fotografia de pormenor, tanto dos trabalhos como das condições gerais de deposição dos materiais, bem como a medição de leituras da inclinação e rotação do eixo das peças de artilharia com inclinómetro digital.

A recuperação do C11, que se encontrava enterrado na areia, exigiu ainda a sondagem por escavação da área de deposição, o que permitiu também observar a estratigrafia e as condições de deposição da peça.

Após registo in situ, as peças de artilharia

foram recuperadas com balões e levantadas pela grua do Clube Naval de Portimão, de onde foram transportadas para o laboratório de conservação da DANS.

4. Resultados da intervenção

Após os trabalhos de 1993 e 2006 verifica-se que os vestígios da PAB ocupam uma área com cerca de 2500 m2, definida por um polígono que engloba

a totalidade das peças de artilharia e uma âncora que

2 Os trabalhos foram efectuados entre 9 e 13 de Outubro por uma equipa constituída por três arqueólogos (signatários deste artigo), por Miguel Aleluia, técnico do DANS, por Alberto Machado do GEO e pelo achador Stephan Kober.

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pode ser relacionada, do ponto de vista cronológico, com este contexto (Fig. 3). Os fundos desta área são irregulares e variam entre afloramentos rochosos, provavelmente da mesma litologia que as arribas da Ponta do Altar, e depósitos de areia.

O eixo longitudinal de dispersão dos vestígios orienta-se ao longo de 65 m, no sentido Sudeste/

Noroeste, e no perímetro acima referido foram até ao momento identificadas três áreas distintas de deposição.

A área principal (Área 1; Fig. 4) corresponde ao núcleo inicial de achados de 1993 e à boca de fogo C10. Trata-se de um lote de nove peças em bronze que apareceram sobre um afloramento

Fig. 3 – Planta geral dos vestígios localizados em Ponta do Altar B entre 1992 e 2006. As peças de artilharia foram recuperadas

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Fig. 4 – Planta do núcleo principal dos vestígios localizados em Ponta do Altar B entre 1992 e 2006.

sub-horizontal situado aproximadamente a 8 m de profundidade em três grupos distintos. Cinco peças de calibre semelhante encontravam-se juntas na extremidade Oeste. A boca de fogo C10 (Fig.5) surgiu, exposta sobre um afloramento, 13 m e Este deste núcleo, próximo da área de deposição da peça C06. As outras duas peças, de calibre inferior, situavam-se aproximadamente a 25 m do núcleo principal. Na sondagem efectuada em 1993 e durante as prospecções realizas em 2006, foram recuperadas em toda esta área balas em chumbo, moedas e outros objectos metálicos, depositados sobre o substrato, expostos ou protegidos por uma

camada de areia móvel de pequena espessura. As balas apareceram sobretudo dentro de pequenas cavidades existentes nos afloramentos, que ajudaram a imobilizar os materiais arqueológicos (Fig. 6). As prospecções efectuadas permitiram ainda verificar que os afloramentos se estendem por vários metros no sentido Sul/ Sudoeste, onde não foram locali-zados outros vestígios além dos referidos.

A Área 2 corresponde ao local de deposição da peça C11, localizada cerca de 38 m a Noroeste da área principal e a profundidade idêntica. Situa-se na extremidade Norte de uma extensa depressão com cobertura de areia, onde surgem ainda os topos de

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Fig. 5 – Pormenores do C10.

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alguns afloramentos, o que sugere a existência de uma superfície irregular sob esta camada sedimentar. A boca do C11, parcialmente visível, encontrava--se sobre o topo de um desses afloramentos (Fig. 7). As prospecções efectuadas em torno desta área não permitiram localizar, além de uma âncora já identificada em 1993 (anc_D), outros materiais expostos sobre a areia ou nos afloramentos. Em 2006, a âncora (anc_D), do tipo almirantado e com cronologia mais recente que os restantes materiais, aparecia com a haste inferior totalmente exposta, o que indica uma redução da cobertura arenosa nesta área superior a 0,5 m.

Além destas duas áreas, surge ainda uma âncora (anc_E), já identificada em 1993, que pode ser relacionada com os outros vestígios da PAB. A sua observação em 2006 permitiu confirmar o processo de erosão geral do sítio arqueológico, pois surgia com a haste completamente exposta, ao contrário do que acontecia em 1993 quando foi registada coberta por areia até às unhas (Alves, 1997). Em 2006 foi ainda identificada uma fateixa em ferro, concrecionada e parcialmente enterrada numa cavidade existente em afloramentos situados 17,5 m a Sul/Sudoeste da âncora de almirantado.

5. Os materiais arqueológicos 5.1 As bocas de fogo

O C103, do tipo colubrina bastarda (Figs. 8 a

14), encontra-se em bom estado de conservação, apesar das cartelas e armas estarem bastante erodidas, o que dificulta a leitura das incrições e dos pormenores, e de apresentar vestigios de oxidações ferrosas no 1º. reforço provenientes das cruzetas de fundição. Apresenta cascavel em asa de golfinho e moldura de espalda plana com 16 gomos salientes, dispostos na radial em relação ao golfinho (Fig. 9). Na gola, entre as faixas da culatra, tem a seguinte numeração gravada: [?] 770 [?]. Tem dois espeques salientes, com a extremidade superior arredondada, 3,2 cm de altura e distantes, entre extremidades laterais, em cerca de 13 cm. O ouvido, situado a 12 cm do início da platibanda da culatra, está cercado por uma orla circular saliente com 1,8 cm de diâmetro interno e 3 cm de diâmetro exterior. Na cinta da culatra, à frente do ouvido e atrás do bocel, está a seguinte inscrição gravada: FERNDO

DE VALLESTEROS // ME FEZIT EN LISBOA. À frente do 1º. bocel apresenta em contiguidade (Fig. 10):

3 As duas bocas de fogo foram descritas de acordo com a metodologia de análise proposta por Francisco Alves e adoptando também a mesma terminologia dos elementos (Alves, 1997).

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Fig. 8 – Boca de fogo C10.

Fig. 9 – A cascavel e a moldura de espalda da C10 (foto:

JPRuas).

Fig. 10 – Pormenores da culatra e 1º. Reforço da C10 (foto:

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as armas de Espanha encostadas e com o cruzeiro sobreposto à moldura, nas quais a meio e um pouco abaixo do centro se encontra aposto um escudo ilegível (possivelmente as armas de Portugal, como acontece noutras peças da PAB); por baixo das armas de Espanha, uma cartela rectangular, ornada no exterior, com a seguinte inscrição separada em duas metades pelo tosão – DON PH[_]LIPPE // [letras ilegíveis][letras ilegíveis]NA; por baixo da 1.ª cartela, uma segunda, elíptica, ornada externamente no eixo mediano por duas flores-de-lis simétricas, no topo e na base. A flor na base encosta ao bocel da culatra e tem a seguinte inscrição: [letras ilegíveis]DEACVNA // [letras ilegíveis]DE//[ letras ilegíveis]//1605. No 1.º reforço apresenta lateralmente dois orifícios rectangulares das cruzetas e duas asas em golfinho (Fig. 11). Os dois munhões têm aproximadamente 9,5 cm de diâmetro e 11,7 cm de comprimento. Em frente à moldura do 2.º reforço surge um friso de folhas de acanto em relevo (Fig. 12). Na bolada, mostra uma representação humana, em relevo, que aparece sentada e coberta por um manto ou toga (Fig. 13). Junto à perna esquerda está representada

Fig. 11– Asas em golfinho na boca de fogo C10 (foto: JPRuas).

Fig. 12 –Friso de folhas de acanto posterior à moldura do 2.º

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Fig. 13 – Composição decorativa na bolada da boca de fogo

C10 (foto: JRRuas).

uma águia com a cabeça virada para a esquerda. O braço direito da figura encontra-se levantado e segura na mão um objecto estilizado ilegível. Esta imagem é superiormente ladeada por duas figuras aladas que tocam trompetas (Fig. 14). A disposição destes elementos sugere tratar-se de uma repre-sentação de Zeus ou Júpiter. O bocel da túlipa está anteriormente ladeado por frisos de folhas de acanto em relevo e posteriormente, na garganta, por um cordão com escudos circulares ligados por motivos vegetalistas.

O C11 é também do tipo colubrina bastarda,

mas, apesar de completo, tem as superfícies muito

erodidas por abrasão, o que torna praticamente iligíveis todas as inscrições e os pormenores da deco-ração. O cascavel é em asa de golfinho e a moldura de espalda é plana, com bandas arredondadas. Na gola, entre as faixas da culatra, tem a seguinte numeração gravada, indicativa do peso da peça em Quintais e Libras: 21. Q. [números ilegíveis] Ls.

Apresenta dois espeques e o ouvido estava cercado por uma orla saliente, agora muito erodida. Na cinta da culatra, à frente do ouvido e atrás do bocel, tem a seguinte inscrição gravada: FERN DE VALLESTEROS// [letras ilegíveis] LISBOA. À frente do 1º. bocel mostra em contíguo: as armas de Espanha encostadas à moldura; por baixo das armas de Espanha, uma cartela rectangular com uma inscrição ilegível; por baixo da 1.ª cartela, uma segunda, elíptica, ornada externamente no eixo mediano por duas flores-de--lis simétricas, no topo e na base. No 2.º reforço tem duas asas em golfinho e anteriormente um bocel.

Refira-se ainda que o C10 e o C11 apresentam oxidações em ferro a seguir ao bocel da culatra, indicativos da localização das cruzetas que man-tinham a centralidade do molde macho durante o derrame do metal fundido (Guilmartin, 1981: 30).

Fig. 14 – Pormenor da composição na bolada da C10 (foto:

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Tal como as peças recuperadas em 1993, as agora descritas têm comprimento total em torno de 2,6 e 2,7 m e, no que diz respeito à dimensão (Quadro 1), morfologia e decoração, apresentam de um modo geral as mesmas características que as restantes: o cascavel em asa de golfinho na vertical; as armas reais de Espanha (o C10 inclui aparente-mente no seu centro o escudo português); uma cartela no primeiro reforço com uma inscrição referindo-se ao monarca; as molduras de espalda com gomos muito salientes no C10 (semelhante aos exemplares C03 e C05) ou em bandas concêntricas no C11 (semelhante aos exemplares C01, C04 e C06). Ambas foram fundidas em Lisboa por Fernando de Vallesteros, tal como acontece comprovadamente com outros dois exemplares identificados em 1993 (Alves, 1997), o que eleva, até ao momento, para quatro o número de peças fabricadas por este fundidor na colecção de PAB. Os Vallesteros, de origem espanhola, estiveram activos em Lisboa durante finais do século XVI e a primeira metade do século XVII. As suas bocas de fogo estão por isso presentes no Museu Militar do Exército (uma colubrina com a data de 1625); na fortaleza de Mascate (uma peça com data de 1606); na ilha de Goa (uma peça proveniente de sítio submerso) (Alves, 1997); na ilha de Moçambique (uma peça datada de 1610, possivelmente dos destroços do galeão Bom Jesus (1610) (Blot, 2003). Na boca de fogo C10 surge ainda a data de fundição de 1605 e a referência ao Capitan General de La Artilleria Don Juan Vasquez de Acuna, característica que surge também na peça C03 (Alves, 1997). Como referido, os Vallesteros tinham origem espanhola e estavam ao serviço da Coroa de Espanha, o que também acontecia com um ramo da mesma família (Balles-teros) activo em Sevilha durante o século XVII (Serrano Mangas, 1989: 123-125).

4.2 As balas

As balas recuperadas nas duas operações, no total de 394, foram todas fabricadas em chumbo e fundidas em molde. Apresentam a dimensão mínima de 1,2 cm de diâmetro e 10, 37 g de peso e um valor máximo de 3 cm de diâmetro e 157, 07 g (Fig. 15). Porém, pela análise da amostra, verifica-se que a maioria das balas (97,72%) se inscreve em três

Quadro 1 – Dimensões das C10 e C11 (valores em m e kg).

C: Comprimento do cano entre o plano do rebordo posterior da faixa alta de culatra e o plano da boca; CC: Comprimento do cascavel somado ao da moldura de espalda, entre o plano vertical limite do cascavel e o plano do rebordo posterior da faixa alta de culatra; CT: Comprimento total. Equivalente a C+CC; D: Diâmetro máximo. Equivalente ao diâmetro da faixa alta de culatra; C1R: Comprimento do 1º reforço, medido desde o plano do rebordo traseiro da faixa alta de culatra e o plano dianteiro da sua moldura de contacto com o 2.º reforço; D1Rmáx: Diâmetro máximo do 1º reforço, na base da culatra; D1Rmín: Diâmetro mínimo do 1º reforço, atrás da sua moldura terminal; C2R: Comprimento do 2º reforço, entre o plano dianteiro da moldura do 1º reforço e o plano traseiro da sua moldura de contacto com a bolada; D2Rmáx: Diâmetro máximo do 2º reforço, à frente da moldura do 1º reforço; D2Rmín: Diâmetro mínimo do 2º reforço, atrás da sua moldura terminal; DM: Distância entre os planos das faces dos munhões; DM/B: Distância entre o plano vertical do eixo dos munhões e o plano da boca; DM/S: Distância entre o plano horizontal do eixo dos munhões e o plano da face superior da peça, medido no plano vertical do eixo dos munhões; CB: Comprimento da bolada, entre o plano dianteiro da moldura do 2º reforço e o plano traseiro do bocel da túlipa; DBmáx: Diâmetro máximo da bolada à frente da moldura do 2º reforço; DBmín: Diâmetro mínimo da bolada atrás do bocel da túlipa; CTu: Comprimento da túlipa, entre o plano traseiro do bocel da túlipa e o plano da boca; DT: Diâmetro mínimo da garganta da túlipa; DJ: Diâmetro máximo da jóia; CA: Comprimento da alma; DA: Diâmetro da alma; Peso; peso em kg.

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4 A.H.U., Índia, caixa 9, nº 183 de 17-12-1618.

5 A.H.U., Regimento da nau Nossa Senhora do Rosário, Índia, caixa 16, nº 6 de 04-04-1631.

Fig. 15 – Amostra das balas em chumbo recuperadas em 2006.

grupos principais. O primeiro corresponde às balas com um diâmetro entre 1,4 e 1,6 cm e um peso entre 15,17 e 21,37 g. O segundo, aos projécteis com diâmetros entre 1,9 e 2,1 cm e peso entre 35,55 e 53,47 g. O terceiro grupo corresponde às meias-balas, que apresentam valores entre os 1,9 e 2,05 cm de diâmetro e 19,74 e 29,28 g de peso.

Em termos quantitativos, o primeiro grupo é o mais expressivo com 248 peças (62,94% do total), seguido pelo segundo grupo com 115 (29,19% do total). As meias-balas correspondem a 5,58% do total da amostra, com 21 indivíduos.

Nesta fase, na ausência de outros materiais em contexto, torna-se difícil estabelecer a função exacta de cada um dos grupos referidos. Na verdade,

além da artilharia, o equipamento militar a bordo era constituído por diversas armas de fogo portáteis. Na documentação portuguesa do século XVII encontram-se numerosas referências a arcabuzes, mosquetes, espingardas e pistolas (Santos, 1998). Por exemplo, nas instruções da armada da Carreira da Índia de 1619 as naus deviam ser equipadas com cento e cinquenta mosquetes e cem arcabuzes. Por sua vez, a armada de alto bordo do Estado da Índia em 1618 levava um total de oitocentos e trinta mosquetes, com seus frascos e polvorinhos4. Segundo

o Regimento da nau Nossa Senhora do Rosário, as balas eram transportadas em pipas de madeira e deviam estar organizadas por calibres, para ser mais rápida a sua utilização em caso de conflito5.

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Estes calibres estavam relacionados directa-mente com o tipo de arma que as utilizava, sendo, por exemplo, a bala de mosquete maior do que a bala de espingarda, embora não se possa determinar a relação entre uma tipologia específica de arma e as balas de PAB. Refira-se ainda que as diversas tipologias de projécteis poderiam ser igualmente carregadas como metralha na artilharia.

4.3 Outros materiais

Em 2006 foram ainda recuperados um numis-ma em prata e dois fragmentos de cerâmica. A moeda, muito erodida, apresenta 3,73 cm de diâ-metro e 1,7 mm de espessura. Os fragmentos de cerâmica (um bordo e um fragmento de parede), descobertos na vala de sondagem realizada para recuperar o C11, aparecem rolados e poderão corresponder a contaminação.

6. Discussão

6.1 A formação do sítio arqueológico e o contexto geográfico

Os dados até ao momento obtidos permitem analisar vários aspectos relacionados com os proces-sos de formação e o potencial científico e patrimonial do sítio PAB.

A localização e enquadramento geográfico descrito sugere que o navio se terá perdido durante uma manobra mal sucedida de entrada ou saída na barra e, posteriormente, afectado por processos de formação complexos. Estes, difíceis de entender nesta fase da investigação, terão sido condicionados nomeadamente pela variação da posição da em-bocadura, pelas dragagens e a pela construção dos molhes. No sítio arqueológico estas alterações terão sido responsáveis por variações, mais ou menos longas, entre fases de erosão e sedimentação6.

Neste quadro, e no que diz respeito aos processos de formação pós-deposicional, que im-porta analisar numa perspectiva de gestão in situ, a

dispersão do espólio e a observação dos processos que actuaram sobre os artefactos indicam que o sítio se formou num ambiente de alta energia. É por isso provável que o navio se tenha perdido na sequência de um evento de impacto, que teria dado origem a danos estruturais, que explicam a perda gradual do equipamento ao longo de uma área ainda indeterminada, mas com eixo longitudinal nunca inferior a 65 m. Depois, os materiais depo-sitados sobre os afloramentos ou cobertura arenosa sofreram processos de alteração pós-deposicionais de natureza física, biológica e química, cujo registo arqueológico se traduz sobretudo nos materiais em metal, mais resistentes. Contudo, mesmo estes, devido à hidrodinâmica e transporte de sedimentos, foram afectados por processos de abrasão da superfície, o que só ocorre quando areia ou seixos são transportados sob o movimento turbulento da água (Kershaw e Guo, 2001, citado por Moura et al., 2006). Actualmente, as condições de energia estão relacionadas sobretudo com a ondulação. Em época mais recuada, porém, de acordo com o que anali-sámos sobre a evolução morfológica da foz do Arade, as condições de energia poderão ter sido também condicionadas pela variação morfosedi-mentar da foz e pelas correntes de maré.

A presença de superfícies com cobertura arenosa levanta ainda a hipótese de se preservar um conjunto de vestígios coerentes nessa área. Esta hipótese pôde ser confirmada pela observação das condições de deposição da C11, encontrada inclinada emergindo acima do fundo de areia apenas alguns centímetros (a boca, parte mais elevada, estava sobre o topo de um afloramento e a parte mais baixa, atingida por escavação, sobre blocos). Esta posição indica que, após a deposição inicial, a peça sofreu um deslocamento vertical até repousar sobre o substrato, o que poderá ter sucedido com outros vestígios aí depositados durante o evento inicial de perda da embarcação.

A extensão e natureza dos materiais con-servados nesta área, controlada pela superfície dos afloramentos enterrados, não podem ser estimadas

6 Esta situação poderá explicar a descoberta tardia dos vestígios da PAB, situados a baixa profundidade e em zona frequentada por mergulhadores desde à várias décadas.

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nesta fase. Contudo, a mobilidade e dinâmica da cobertura arenosa indicam que a preservação de vestígios orgânicos poderá ser escassa. Note-se ainda que os sedimentos observados na sondagem efectuada para recuperação da peça C11 são compostos por areias, com baixo teor de matéria orgânica, o que sugere um ambiente bem oxigenado, favorável a processos de degradação química e biológica dos materiais. É possível, porém, que outros materiais, mesmo que afectados por processos de alteração pós-deposicional, se encontrem em bom estado de conservação e que o registo arqueológico preserve ainda parte da sua deposição original.

Noutra perspectiva, de gestão e conservação de potenciais depósitos arqueológicos, a descoberta das duas peças de artilharia e a observação das âncoras sugerem a existência de um processo de desassoreamento ao longo do sítio. Por exemplo, a comparação das fotos da âncora de almirantado obtidas em 1993 e 2006, situada cerca de 5 m a Norte do C11, permite estimar em c. de 0.5 a diminuição da cobertura sedimentar nesta área. Não dispomos porém de dados que permitam verificar se este desassoreamento corresponde a um fenómeno sazonal ou a um processo de maior ou menor escala temporal. O estudo desta dinâmica é todavia essencial à preservação in situ de vestígios que eventualmente possam ainda subsistir no sítio arqueológico.

6.2 Integração cultural

Como já foi referido, do ponto de vista histórico--arqueológico, a análise dos materiais identificados permitiu relacioná-los com os vestígios identificados em 1993. Com efeito, as duas bocas de fogo de 2006 podem ser incluídas no conjunto das colubrinas

bastardas ou meias colubrinas, com semelhanças

tipológicas aos seis exemplares assim classificados em 1993 (Alves, 1997). Estas observações confirmam, por um lado, a hipótese de que os vestígios de PAB correspondem a uma embarcação perdida durante a primeira metade do século XVII (posteriormente a 1606, data que aparece numa das peças de artilharia) e, por outro, sugerem que o navio estaria ao serviço da Coroa de Espanha. A hipótese da embarcação ter origem portuguesa, não podendo ser totalmente excluída nesta fase, não pode ser comprovada pelo

facto de se conhecerem numerosas peças de artilharia com as armas de Portugal fabricadas durante a dinastia Filipina.

Na verdade, do reinado de D. Filipe I conhece--se uma peça fundida pelo Belga Thomas Both em 1584, descoberta em Biarritz (França), na qual as armas correspondem ao escudo real, em que um leão substitui a coroa real portuguesa, sobre uma cartela com e legenda PHILIPP; LUS REX. As armas portuguesas estão ainda representadas em duas peças conservadas no Museu de Luanda, fundidas por Pedro Jorge Figueira em 1591, e aparecem também em dois canhões do reinado seguinte, um conservado no Museu de Marinha e outro no Museu Militar de Lisboa. De acordo com Nuno Valdez dos Santos, durante os dois primeiros reinados do domínio Filipino os fundidores de origem portuguesa a laborar no ultramar limitaram-se a gravar as armas das cidades onde trabalhavam, como aconteceu com Pedro Dias Bocarro em Goa ou com Manuel Tavares Bocarro em Macau. Deve mencionar-se todavia que várias peças fundidas em Portugal durante o reinado de Filipe III conservadas no Museu Militar de Lisboa apresentam as armas reais de Espanha com um escudete com as quinas de Portugal (Santos, 1990), o que também acontece em seis exemplares de PAB.

A análise dos dados disponíveis para o inter-valo entre 1606 e 1704, no Inventário Nacional de Sítios Arqueológicos Subaquáticos (Carta Arqueológica de Portugal) da DANS, não permite identificar concretamente este naufrágio. Há notícia de três naufrágios espanhóis na barra de Portimão: a N. S. del Socorro (1611), a N. S. de las Angustias (1617) e uma nau proveniente de Nova Espanha (1618). A confirmar-se uma destas hipóteses, os vestígios da PAB estariam relacionados com a navegação transoceânica, nomeadamente com a passagem pela costa portuguesa das rotas de ligação entre Espanha e os seus territórios ultramarinos. Com efeito, durante a Idade Moderna, a costa algarvia constituiu um ponto de convergência das embarcações que rumavam ao estreito de Gibraltar, provenientes do continente Americano, do norte de Europa ou envolvidas em actividades de corso e pirataria, sobretudo de origem magrebina (Guerreiro, 1999: 125-126).

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implantado um sistema de defesa costeira, formado por atalaias e fortificações, ao mesmo tempo que eram constituídas armadas encarregues de patrulhar a costa e o estreito de Gibraltar. Deste modo, por exemplo, no ano de 1552 estavam estacionadas em Vila Nova de Portimão duas embarcações, dos vinte navios latinos e quatro galeões que D. João III havia armado para defesa da costa portuguesa, sistema defensivo que foi depois reforçado, nomeadamente durante a dinastia Filipina (Guerreiro, 1999: 125--126).

Na costa algarvia, os únicos vestígios que podem ser seguramente relacionados com a ligação entre a América e a Península Ibérica dizem respeito ao sítio de naufrágio da San Salvador, perdida em 1555 na costa Vicentina (comunicação de Jean-Yves Blot no 5º Encontro de Arqueologia do Algarve). No Inventário Nacional de Sítios Arqueológicos Subaquáticos existem, porém, numerosas referências à perda de outras embarcações desta rota. Em Portugal continental, além deste sítio, podem ser referidos o achado de moedas junto à Figueira da Foz no local de perda de outra embarcação da mesma armada de 1555, ou o sítio, mais recente, do San

Pedro de Alcântara, que naufragou em 1786 na

península de Peniche (Blot, 1992). Nos Açores, as evidências arqueológicas, nomeadamente a tipo-logia da cerâmica, sugerem que o navio Angra D poderá também estar relacionado com a navegação transoceânica de origem espanhola (Garcia et al., 1999). Além destes sítios, ocorreram outros achados fortuitos que indiciam a presença de naufrágios espanhóis, nomeadamente em São Julião da Barra.

Por fim, mencione-se que as hipóteses de interpretação e análise agora apresentadas são preliminares e servem apenas como base para o desenvolvimento de outros estudos. Com efeito, a investigação necessita de dados de prospecção sistemática, de sondagem e de análise dos materiais eventualmente existentes. Todavia, os achados já efectuados formam um contexto arqueológico importante do ponto de vista histórico, cultural e patrimonial, levantando várias outras questões de ordem arqueológica, nomeadamente relativas à respectiva conservação e monitorização in-situ.

Lisboa, Março de 2008.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos participantes nos trabalhos de terreno: ao achador Stephan Kober, a Alberto Machado do GEO e a Miguel Aleluia da DANS. Agradece-se ainda ao fotógrafo do IGESPAR José Paulo Ruas pelas fotografias da peça C10 agora publicada, a Francisco Alves e André Teixeira pela revisão do texto final deste artigo e à Direcção do Clube Naval de Portimão as facilidades oferecidas na operação de levantamento das bocas de fogo.

Bibliografia

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Referências

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