• Nenhum resultado encontrado

CURSO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM P/ EBSERH AULA Nº 7 NORMAS DO MINISTÉRIO DA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CURSO ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM P/ EBSERH AULA Nº 7 NORMAS DO MINISTÉRIO DA"

Copied!
80
0
0

Texto

(1)

r

Equipe Professor Rômulo Passos | 2015

C

URSO

E

SPECÍFICO

DE

E

NFERMAGEM P

/

EBSERH

AULA Nº 7– NORMAS DO MINISTÉRIO DA

SAÚDE PARA ATUAÇÃO: PROGRAMA DE DST E

AIDS, HANSENÍASE, PNEUMOLOGIA SANITÁRIA.

(2)

Olá, futura (o) concursada (o)!

Chegamos a mais uma aula do Curso Específico de Enfermagem para EBSERH.

Nessa aula exploraremos os conteúdos referentes às Normas do Ministério da Saúde para Atuação: Programa de DST e AIDS, Hanseníase, Pneumologia Sanitária.

Não deixe sua APROVAÇÃO escapar por detalhes, resolva as questões do site www.questoesnasaude.com.br, veja os comentários de nossos professores e deixe os seus comentários também. Vamos interagir!

Boa aula a todos! Profº. Rômulo Passos Profª Raiane Bezerra

(3)

1 - Normas do Ministério da Saúde para atuação: programa de

DST e AIDS.

O atendimento imediato de uma DST não é apenas uma ação curativa; é também uma ação preventiva da transmissão e do surgimento de outras complicações. Ao agendar a consulta para outro dia, pode ocorrer o desaparecimento dos sintomas desestimulando a busca por tratamento. Como consequência, a infecção pode evoluir para formas crônicas graves e se mantém a transmissão. A espera em longas filas, o agendamento para nova data, a falta de medicamentos e a discriminação e/ou falta de confidencialidade são fatores que induzem à busca de resolução fora do sistema formal de saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, o atendimento de pacientes com DST tem os seguintes objetivos: interromper a cadeia de transmissão da forma mais efetiva e imediata possível, evitar as complicações advindas das DST assim como a transmissão do HIV, a regressão imediata dos sintomas. Neste sentido, o manual traz orientações de como o profissional de saúde deve proceder diante de determinadas situações.

Para propiciar o diagnóstico precoce e tratamento imediato, propõe-se o uso de abordagem sindrômica, que se baseia em fluxogramas de conduta para um conjunto de doenças: úlcera genital (sífilis, cancro mole, donovanose e herpes genital) corrimento uretral (clamídia e gonorreia), corrimento vaginal e cervicite (clamídia, gonorreia, vaginose bacteriana, candidíase e tricomoníase) e dor pélvica.

Clamídia e gonorreia (corrimento uretral) são infecções causadas por bactérias que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. A clamídia é muito comum entre os adolescentes e adultos jovens, podendo causar graves problemas à saúde. A gonorreia pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratadas, essas doenças podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde.

Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum.

(4)

Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber.

Vejamos abaixo os esquemas de tratamento dessas doenças:

CLAMÍDIA GONORRÉIA

Azitromicina 1 g, VO, em dose única; ou

Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas, durante 7 dias (contraindicado para gestantes, nutrizes e crianças menores de 10 anos); ou

Eritromicina (estearato/estolato) 500 mg, VO, de 6/6 horas, durante 7 dias.

Ciprofloxacina 500 mg, VO, dose única (contraindicado em menores de 18 anos e em gestantes/nutrizes); ou

Ceftriaxona 250 mg, IM, dose única; ou

Cefixima 400 mg, VO, dose única; ou

Ofloxacina 400 mg, VO, dose única (contraindicado em menores de 18 anos e em gestantes/nutrizes).

Para aprofundamento desse assunto, recomendo a leitura do Caderno de Atenção Básica nº 18 - HIV/Aids, hepatites e outras DST (disponível em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes). Infelizmente, apesar de a abordagem sindrômica ser uma das principais ações do Enfermeiro na Atenção Básica, esse assunto é pouco cobrado em prova.

Passemos para a resolução de questões:

1. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) São consideradas doenças sexualmente

transmissíveis:

a) Cancro mole, herpes, sífilis, lúpus e HIV.

b) Lúpus, herpes, sífilis, linfogranuloma venéreo e HIV. c) Lúpus, hepatite C, sífilis, linfogranuloma venéreo e HIV. d) Cancro mole, herpes, sífilis, linfogranuloma venéreo e HIV. e) Cancro mole, lúpus, sífilis, linfogranuloma venéreo e HIV.

COMENTÁRIOS:

Essa questão é tranquila e vamos resolvê-la por eliminação! Sabemos que o lúpus é uma doença autoimune rara, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico em que a defesa imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. É mais frequente nas mulheres do que nos homens. Observe que a alternativa D é a única que não cita o lúpus. Portanto, o gabarito

(5)

da questão é a letra D.

2. (HU-UFPI/EBSERH/IADES/2013) Sintomas como presença de feridas na região genital

(uma ou várias), dolorosas ou não, antecedidas ou não por bolhas pequenas, acompanhadas ou não por ínguas nas virilhas podem ser diagnóstico de

a) sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose ou linfogranuloma venéreo. b) sifílis, cancro mole, gonorreia ou clamídia.

c) infecção pelo papiloma vírus humano (HPV), herpes genital, donovanose ou linfogranuloma venéreo.

d) tricimoníase, gonorreia ou clamídia.

e) sífilis, cancro mole, herpes genital ou infecção pelo papilomavírus humano (HPV).

COMENTÁRIOS:

Vejamos cada uma das doenças isoladamente para melhor compreensão do conteúdo:

Sífilis – é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum.

Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. A Sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis. Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. As feridas e as ínguas

não doem

, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.

(6)

Cancro mole – também é chamado de cancro venéreo, mas seu nome mais popular é

“cavalo”. Doença transmitida sexualmente, provocada pela bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil.

Doença muito contagiosa que tem como período de incubação de 3 a 5 dias podendo chegar a 14 dias, e é a causa mais comum de úlceras genitais em todo o mundo.

Herpes genital – é uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem

tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas ou úlceras. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero). Essa doença é caracterizada pelo surgimento de pequenas bolhas na região genital, que se rompem formando feridas e desaparecem espontaneamente. Antes do surgimento das bolhas, pode haver sintomas como formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e mal-estar. As bolhas se localizam principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas.

Donovanose – também chamado de Granuloma Inguinal ou Granuloma Venéreo,

doença causada pela bactéria Calymmatobacterium granulomatis (Klebsiella granulomatis,

Donovania granulomatis) transmitida, provavelmente por contato direto com lesões, durante a atividade sexual. Surgem lesões nos órgãos genitais que lentamente se transforma em

feridas ou úlceras indolores ou caroço vermelho. Afeta a pele e mucosas da genitália, ânus e virilha.

Linfogranuloma venéreo – é uma infecçãocrônica causada pela bactéria Chlamydia

trachomatis, que atinge os genitais e os gânglios da virilha. É uma doença bacteriana

sexualmente transmissível, caracterizada pelo envolvimento do sistema linfático, tendo como processos básicos a trombolinfangite e perilinfangite.

A evolução clínica apresenta-se em 3 fases: primeira, no local de penetração do agente etiológico ocorre o aparecimento de papulas, vesícula (úlceras), pústula ou erosão fugaz e indolor, no homem, acomete o sulco balonoprepucial, o prepúcio ou meato uretral; na

(7)

mulher, acomete fúrcula cervical, clitóris, pequenos e grandes lábios; na segunda fase: caracteriza-se por adenite inguinal, geralmente unilateral, firme e pouco dolorosa (bubão), que pode ser acompanhada de febre e mal-estar; na terceira fase -quando ha drenagem de material purulento por vários orifícios no bubão, com ou sem sangue, que, ao involuir, deixa cicatrizes retraídas ou queloides.

Gonorreia – também conhecida como blenorragia, infecta principalmente o canal

uretral, nos homens, normalmente sintomáticos. Tem como agente etiológico a Neisseria

Gonorrhoea e apresenta evoluções clínicas diferentes. Quando não tratada a gonorreia pode

atingir outros órgãos, no homem, podem chegar aos testículos e o epidídimo acarretando ou não em infertilidade; nas mulheres, pode chegar ao útero, às trompas e aos ovários e provocar um processo.

Clamídia – doença sexualmente transmissível (DST) de maior prevalência

no mundo. Ela é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar homens e mulheres e ser transmitida da mãe para o feto na passagem pelo canal do parto. A infecção atinge especialmente a uretra e órgãos genitais, mas pode acometer a região anal, a faringe e ser responsável por doenças pulmonares. A infecção pode ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, são parecidos nos dois sexos: dor ou ardor ao urinar, aumento do número de micções, presença de secreção fluida. As mulheres podem apresentar, ainda, perda de sangue nos intervalos do período menstrual e dor no baixo ventre.

HPV (Condiloma acuminado) – conhecido também como verruga genital, crista de

galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

Tricomoníase – é uma protozoose causada pelo Trichomonas vaginalis, que desencadeia uma ampla variedade de manifestações clínicas, podendo estar associada à transmissão do vírus da imunodeficiência humana, câncer cervical, infertilidade, entre outros. A via primária de transmissão é pelo contato sexual. Apresenta formas diferentes de

(8)

afecção, sendo normalmente assintomática no homem. Porém quando sintomática apresenta: queimação após a micção ou ejaculação, coceira na uretra, corrimento leve uretral. Na mulher apresenta: desconforto na relação sexual, coceira na parte interna das coxas, corrimento vaginal, prurido vaginal, odor e coceira na vulva ou inchaço dos lábios.

Vamos analisar os itens da questão, destacando em vermelho os erros presentes nas alternativas:

Item A. Correto. Sífilis, cancro mole, herpes genital, donovanose ou linfogranuloma venéreo.

Item B. Incorreto. Sífílis, cancro mole, gonorreia ou clamídia.

Item C. Incorreto. Infecção pelo papiloma vírus humano (HPV), herpes genital, donovanose ou linfogranuloma venéreo.

Item D. Incorreto. tricimoníase, gonorreia ou clamídia.

Item E. Incorreto. Sífilis, cancro mole, herpes genital ou infecção pelo papilomavírus humano (HPV).

(9)

Sífilis

A

Sífilis

é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer.

A sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis.

Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. As feridas e as ínguas

não doem

, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.

Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.

O VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) e RPR (Rapid Plasm Reagin) são

exames qualitativos e quantitativos, sendo utilizados para o diagnóstico e o seguimento pós-terapêutico da sífilis.

O VDRL deve ser solicitado para todas as gestantes no mínimo duas vezes no pré-natal (na primeira consulta e no terceiro trimestre) e na internação para o parto, abortamento ou qualquer outra intercorrência durante a gestação. Todos os portadores de DST ou pessoas que

(10)

se expuseram a risco de adquirir uma DST e para qualquer pessoa sempre que se suspeitar do diagnóstico de sífilis, em qualquer uma de suas fases, deve se solicitar o teste.

O VDRL tende a tornar-se reativo a partir da segunda semana do aparecimento do cancro (sífilis primária), ou em torno de 50 dias do contágio, e sofre uma elevação ao longo do tempo; via de regra, a titulação está mais elevada na fase secundária da doença.

Vejamos uma questão sobre esse assunto:

3. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) Doença infecciosa sistêmica, de evolução crônica, sujeita a surtos de agudização e períodos de latência quando não tratada. É causada pelo Treponema pallidum, um espiroqueta de transmissão sexual ou vertical, que pode produzir, respectivamente, as formas adquirida ou congênita da doença. Estamos falando de

a) Candidíase.

b) Síndrome da imunodeficiência adquirida. c) Gonorreia.

d) Papiloma vírus. e) Sífilis.

COMENTÁRIOS:

Vamos analisar cada item da questão para melhor compreensão do conteúdo: Item A. Incorreto. Candidíase é a infecção endógena da vulva e da vagina,

causada por um fungo comensal que habita a mucosa vaginal e a mucosa digestiva. A forma mais comum de candidíase oral é a pseudomembranosa, caracterizada por placas brancas removíveis na mucosa oral (aftas). Outra apresentação clínica é a forma atrófica, que se apresenta como placas vermelhas, lisas, sobre o palato duro ou mole.

Item B. Incorreto. Sindrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é uma doença não hereditária causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH ou HIV - na língua inglesa) que enfraquece o sistema imunitário do nosso organismo, destruindo a capacidade de defesa em relação a muitas doenças.

Item C. Incorreto. Gonorreia é infecção causada por bactérias que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. Pode infectar o pênis, o colo do

(11)

útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratada, essa doença pode causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha. Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber.

Item D. Incorreto. Papiloma vírus. O Condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST

causada pelo Papilomavírus humano (HPV). A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

Item E. Correto. A Sífilis é uma doença infecciosa causada pela

bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios:

- Sífilis primária ou cancro duro, classicamente, caracteriza-se pela presença de lesão erosada ou ulcerada, geralmente única, pouco dolorosa, com base endurecida, fundo liso, brilhante e pouca secreção serosa.

- Sífilis secundária, geralmente caracteriza-se pela presença de lesões cutâneo-mucosas, de 6 a 8 semanas após o aparecimento do cancro duro.

- Sífilis latente (recente e tardia) é a forma da sífilis adquirida na qual não se observam sinais e sintomas clínicos e, portanto, tem o seu diagnóstico feito apenas por meio de testes sorológicos.

- Sífilis terciária os sinais e sintomas geralmente aparecem de 3 a 12 anos ou mais após o início da infecção, principalmente por lesões cutâneo-mucosas (tubérculos ou

(12)

gomas); neurológicas (tabes dorsalis, demência, goma cerebral); cardiovasculares (aneurisma aórtico) e osteo-articulares (gomas, artropatia de Charcot).

(13)

Herpes

Herpes genital é uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero).

Essa doença é caracterizada pelo surgimento de pequenas bolhas na região genital, que se rompem formando feridas e desaparecem espontaneamente. Antes do surgimento das bolhas, pode haver sintomas como formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e mal-estar. As bolhas se localizam principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas.

O Herpes Simples é uma virose transmitida, predominantemente, pelo contato sexual (inclusive oro-genital). A transmissão pode se dar, também, pelo contato direto com lesões ou objetos contaminados. Caracteriza-se pelo aparecimento de

lesões vesiculosas

que, em poucos dias, transformam-se em pequenas ulceras, precedidas de sintomas de ardência, prurido e dor.

O vírus do Herpes Simples é comumente associado a lesões de membranas mucosas e pele, ao redor da cavidade oral (herpes orolabial) e da genitália (herpes anogenital). Determina quadros variáveis benignos ou graves. Há dois tipos de vírus: o tipo 1, responsável por infecções na face e tronco, e o tipo 2, relacionado às infecções na genitália e de transmissão geralmente sexual. Ambos os vírus podem infectar qualquer área da pele ou das mucosas.

(14)

Passemos para a resolução de uma questão sobre o tema:

4. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Durante abordagem sindrômica, em paciente

com queixa de úlcera genital e história ou evidência de lesões vesiculosas, pode-se iniciar tratamento para

a) condiloma. b) herpes genital. c) clamídia. d) tricomoníase. e) gonorreia. COMENTÁRIOS:

Vamos analisar cada item da questão:

Item A. O condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

Item B. A Herpes genital é uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas ou úlceras. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero).

Item C. A clamídia é uma infecção normalmente assintomática. Quando sintomático apresentam: dor ou ardor ao urinar, aumento do número de micções,

presença de secreção fluida. As mulheres podem apresentar, ainda, perda de sangue nos intervalos do período menstrual e/ou dor no baixo ventre. Também é causador de infertilidade em homens e mulheres.

(15)

Item D. A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível causada pelo parasito Trichomonas vaginalis. Nas mulheres a tricomoníase é uma das principais causas de vaginite e corrimento vaginal, mas costuma ser uma infecção

assintomática nos homens.

Item E. A gonorreia é infecção causada por bactérias que podem atingir os

órgãos genitais masculinos e femininos. Pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratada, essa doença pode causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no

baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época

da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha. Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber.

Visto isto, concluímos que apenas a resposta da letra B consiste em doença com úlceras genitais. Portanto, gabarito letra B.

(16)

Condiloma Acuminado

O

Condiloma acuminado

, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV).

Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feita de rotina por todas as mulheres.

Não se conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é recomendável procurar serviços de saúde para consultas periodicamente.

A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

A principal forma de transmissão desse vírus é pela via sexual. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior.

O Brasil está disponibilizando a vacina contra o HPV, usada na prevenção de câncer de colo do útero. A vacina irá proteger meninas de 9 a 13 anos contra quatro variáveis do vírus. Já em 2014, meninas dos 11 aos 13 anos receberam as duas primeiras doses necessárias à imunização, a dose inicial e a segunda seis meses depois. A terceira dose deverá ser aplicada cinco anos após a primeira. Em 2015, será estendida para as adolescentes de 9 a 11 anos. A vacina será produzida por meio de parceria entre Butantan e Merck.

(17)

Vamos responder uma questão sobre esse assunto:

5. (Prefeitura da Lagoa da Confusão-TO/IDECAN/2013) Doença viral que, com maior

frequência, manifesta-se como infecção subclínica nos genitais de homens e mulheres. Clinicamente, as lesões podem ser múltiplas, localizadas ou difusas, e de tamanho variável, podendo também aparecer como lesão única. A localização ocorre no pênis, sulco bálano-prepucial, região perianal, vulva, períneo, vagina e colo do útero. Morfologicamente, são pápulas circunscritas, hiperquerotósicas, ásperas e indolores, com tamanho variável. (Ministério da Saúde. Doenças Infecciosas e Parasitárias. Guia de Bolso, 2010.)

A descrição anterior, do Ministério da Saúde, corresponde à seguinte doença infectocontagiosa: a) Gonorreia. b) Cancro mole. c) Donovanose. d) Infecção pelo HPV. e) Linfogranuloma venéreo. COMENTÁRIOS:

Para melhor compreensão e fixação do conteúdo, vamos analisar cada assertiva: Item A. A gonorreia é infecção causada pela bactéria Neisseria Gonorhoeae,

que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. Pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratada, essa doença pode causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde. Nas mulheres, pode haver

dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento,

sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha. Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber.

(18)

Item B. O cancro mole também é chamado de cancro venéreo, mas seu nome mais popular é “cavalo”. Doença transmitida sexualmente, provocada pela

bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil. Caracteriza-se por apresentar lesões múltiplas (podendo ser única), tipo úlceras,

habitualmente dolorosas, de borda irregular, com contornos eritemato-edematosos e

fundo irregular, cobertas por exsudato necrótico, amarelado e de odor fétido, que quando removido revela tecido de granulação que apresenta sangramento fácil quando submetidos a traumatismos. No homem, as localizações mais frequentes são no frívolo e no sulco bálano prepucial; na mulher, na furcula e na face interna dos grandes lábios.

Item C. A donovanose também é chamada de granuloma inguinal ou granuloma venéreo, doença causada pela bactéria Calymmatobacterium granulomatis (Klebsiella

granulomatis, Donovania granulomatis) transmitida, provavelmente por contato direto com lesões, durante a atividade sexual. Possui evolução progressiva e crônica, que acomete, referencialmente, pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais, podendo ocasionar lesões granulomatosas e destrutivas. Inicia-se por lesão nodular, única ou múltipla, de localização subcutânea, que eclode produzindo ulceração bem definida e cresce lentamente é indolor e sangra com facilidade.

Item D. A infecção pelo HPV é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Têm como sinônimo as nomenclaturas: verruga venérea, verruga genital, cavalo de crista, crista de galo e condiloma acuminado. Manifesta-se como infecção subclínica nos genitais de homens e mulheres. Clinicamente, as lesões podem ser múltiplas, localizadas ou difusas, e de tamanho variável, podendo também aparecer como lesão única. A localização ocorre no pênis, sulco bálano-prepucial, região perianal, vulva, períneo, vagina e colo do útero. Morfologicamente, são pápulas circunscritas, hiperquerotósicas, ásperas e indolores, com tamanho variável.

Item E. O Linfogranuloma venéreo é uma infecção crônica causada pela

bactéria Chlamydia trachomatis, que atinge os genitais e os gânglios da virilha. É uma

doença bacteriana sexualmente transmissível, caracterizada pelo envolvimento do sistema linfático, tendo como processos básicos a trombolinfangite e perilinfangite. Sua evolução clinica apresenta 3 fases: na primeira, o local de penetração do agente

(19)

etiológico ha aparecimento de pápulas, vesícula, pústula ou erosão fugaz e indolor. No homem, acomete o sulco balonoprepucial, o prepúcio ou meato uretral; na mulher, acomete fúrcula cervical, clitóris, pequenos e grandes lábios; na segunda fase, apresenta uma adenite inguinal (inflamação de linfonodo), geralmente unilateral, firme e pouco dolorosa (conhecida como bubão), que pode ser acompanhada de febre e mal-estar; na terceira fase há drenagem de material purulento por vários orifícios no bubão, com ou sem sangue, que, ao involuir, deixa cicatrizes retraídas ou quelóides.

Nesses termos, podemos concluir que o gabarito é a Letra D, pois das alternativas apresentadas, a infecção pelo HPV é a única que tem como agente etiológico um vírus.

(20)

Vulvovaginites

Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do colo uterino (ectocérvice).

De um modo geral, as vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal, cujas características podem ser bastante variáveis. O corrimento pode se apresentar associado a um ou mais dos seguintes sintomas: prurido vulvovaginal, dor ou ardor ao urinar, e sensação de desconforto pélvico. Salienta-se que esses sinais e sintomas são inespecíficos, além do que, muitas infecções genitais podem ser completamente assintomáticas.

As vulvovaginites podem ser causadas por agentes infecciosos (transmitidos ou não pelo coito), mas também podem se relacionar a fatores físicos, químicos, hormonais, orgânicos e anatômicos que agem, ora de forma predisponente, ora desencadeante do processo. Assim, deve-se mencionar o diabetes, a ingestão de esteróides, os traumas, o uso de lubrificantes e de absorventes internos e externos, como fatores que podem provocar o desenvolvimento de uma vulvovaginite. A depilação exagerada e frequente, as roturas perineais, a prática de coito vaginal imediatamente após o coito anal, e o uso de DIU, além dos estados hiper ou hipoestrogênicos, podem favorecer as vulvovaginites, por modificarem a flora vaginal.

Vejamos algumas questões sobre esse tema:

6. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) Sobre as vulvovaginites, assinale

a alternativa correta.

a) Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do colo uterino.

b) As vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal e apenas mais um sintoma que é o prurido vaginal.

c) Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina com exceção do epitélio

(21)

escamoso do colo uterino.

d) As vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal e apenas mais um sintoma que é a disúria.

e) As vulvovaginites somente acomete mulheres com diversos parceiros sexuais e profissionais do sexo.

COMENTÁRIOS:

Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do colo uterino (ectocérvice). As vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal, associado a um ou mais dos seguintes sintomas inespecíficos: prurido vulvovaginal, dor ou ardor ao urinar e sensação de desconforto pélvico. Entretanto, muitas infecções genitais podem ser completamente assintomáticas.

As vulvovaginites podem ser causadas por agentes infecciosos endógenos (ex: vaginose bacteriana e candidíase), por agentes sexualmente trasmitidos (tricomoníase), ou com fatores físicos (traumas), químicos (uso de lubrificantes e de absorventes internos e externos), hormonais (hiper e hipoestrogenismo), anatômicos e orgânicos (imunodepressão secundária à doença sistêmica, ou outras imunodepressões). A prática de coito vaginal imediatamente após o coito anal e o uso de DIU, podem favorecer as vulvovaginites modificando a flora vaginal.

Passemos agora para a análise dos itens da questão:

Itens A e C. Considera-se como vulvovaginite toda manifestação inflamatória e/ou infecciosa do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina

e epitélio

escamoso do colo uterino

.

Itens B e D. As vulvovaginites se manifestam por meio de corrimento vaginal, associado

a um ou mais

dos seguintes sintomas inespecíficos: prurido vulvovaginal, dor ou ardor ao urinar e sensação de desconforto pélvico.

Item E. As vulvovaginites somente acomete qualquer tipo de mulher, mesmo aquelas que não praticam atividade sexual.

(22)

7. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) São sinais e sintomas da

candidíase vulvovaginal, EXCETO: a) prurido vulvovaginal.

b) ardor ou dor à micção.

c) corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso. d) fissuras e maceração da pele.

e) vagina e colo recobertos por placas esverdeadas, aderidas à mucosa.

COMENTÁRIOS1:

A Candidíase vulvovaginal é uma infecção da vulva e vagina, causada por um fungo comensal que habita a mucosa vaginal e a mucosa digestiva, que cresce quando o meio torna-se favorável para o seu desenvolvimento. A relação sexual não é a principal forma de transmissão visto que esses organismos podem fazer parte da flora endógena em até 50% das mulheres assintomáticas.

Os sinais e sintomas dependerão do grau de infecção e da localização do tecido inflamado; podem se apresentar isolados ou associados, e incluem:

• prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável); • ardor ou dor à micção;

• corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso (“leite coalhado”);

• hiperemia, edema vulvar, fissuras e maceração da vulva; • dispareunia;

• fissuras e maceração da pele; e

• vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco acinzentadas, aderidas à mucosa.

A Tricomoníase é uma infecção causada pelo Trichomonas vaginalis (protozoário flagelado), tendo como reservatório a cérvice uterina, a vagina e a uretra. Sua principal forma de transmissão é a sexual. O risco de transmissão por ato é de 60 a 80% (Bowden & Garnett, 2000). Pode permanecer assintomática no homem e, na mulher, principalmente após a menopausa. Na mulher, pode acometer a vulva, a vagina e a

1

(23)

cérvice uterina, causando cervicovaginite. Excepcionalmente causa corrimento uretral masculino. Suas características clínicas são:

• corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso; • prurido e/ou irritação vulvar;

• dor pélvica (ocasionalmente);

• sintomas urinários (disúria, polaciúria);

• hiperemia da mucosa, com placas avermelhadas (colpite difusa e/ou focal, com aspecto de framboesa);

• teste de Schiller aspecto “tigróide”.

Após exposição do tema, constatamos que a letra E é o gabarito, pois descreve uma característica da tricomoníase, e não da candidíase.

(24)

Hepatites Virais

As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes vírus hepatotrópicos que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. Possuem distribuição universal e observam-se diferenças regionais na ocorrência e magnitude destas em todo mundo, variando, de acordo com o agente etiológico. Tem grande importância para a saúde publica em virtude do numero de indivíduos acometidos e das complicações resultantes das formas agudas e crônicas da infecção.

Do ponto de vista clinico e epidemiológico os agentes etiológicos mais relevantes são os vírus A, B, C, D e E.

As

hepatites

virais

A

e E são

transmitidas

pela

via

fecal

-

oral

e estão relacionadas às condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos.

De outro modo, as hepatites virais B, C e D são transmitidas pelo sangue (via parenteral e vertical), esperma e secreção vaginal (via sexual), sendo esta última incomum para hepatite C. Assim, a transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados como: lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, alicates de unha, materiais para colocação de piercing e para confecção de tatuagens, instrumentos para uso de drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexos vitamínicos), inaláveis (cocaína) e pipadas (crack), acidentes com exposição a material biológico e procedimentos cirúrgicos, odontológicos e de hemodiálise, em que não se aplicam as normas adequadas de biossegurança. A transmissão via transfusão de sangue e hemoderivados e rara em face da triagem sorológica obrigatória nos bancos de sangue (desde 1978 para a hepatite B e 1993 para a hepatite C).

Geralmente, a transmissão vertical ocorre no momento do parto e dentre as hepatites virais o risco é maior para hepatite B, ocorrendo em 70% a 90% dos casos cujas gestantes apresentam replicação viral. Ressalta-se que os recém-nascidos de mães HBsAg reagentes (com Hepatite B) devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B e a Imunoglobulina Humana Anti Hepatite B (IGHAHB) no momento do parto. A infecção via transplacentária é incomum. Na hepatite C, esse mecanismo de transmissão é menos

(25)

frequente, podendo ocorrer em cerca de 6% dos casos, chegando a 17% nas gestantes coinfectadas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Apesar da possibilidade de transmissão pelo aleitamento materno, não há evidências conclusivas de aumento do risco a infecção, exceto na ocorrência de fissuras ou sangramento nos mamilos.

Vejamos abaixo as principais características dos vírus que causam a Hepatite:

Manifestações Clínicas:

Após entrar em contato com o vírus, o indivíduo pode desenvolver hepatite aguda oligo/assintomática ou sintomática. Esse quadro agudo pode ocorrer na infecção por qualquer um dos vírus e tem seus aspectos clínicos e virológicos limitados aos primeiros 6 meses. No caso das hepatites B, C e D a persistência do vírus após esse período caracteriza a cronificação, que também pode cursar de forma oligo/assintomática ou sintomática. Vale ressaltar que as hepatites A e E não evoluem para formas crônicas.

A Hepatite aguda pode apresentar as seguintes fases: período prodrômico ou

pré-ictérico, fase ictérica e fase de convalescença.

Período prodrômico ou pré-ictérico - ocorre após o período de incubação do agente etiológico e anteriormente ao aparecimento da icterícia. Os sintomas são inespecíficos, como: anorexia, náuseas, vômitos, diarreia (ou raramente constipação), febre baixa, cefaleia,

(26)

mal-estar, astenia e fadiga, aversão ao paladar e/ou olfato, mialgia, fotofobia, desconforto no hipocôndrio direito, urticaria, artralgia ou artrite e exantema papular ou maculo-papular.

Fase ictérica - com o aparecimento da icterícia, em geral, ha diminuição dos sintomas prodrômicos. Observa-se hepatomegalia dolorosa, com ocasional esplenomegalia. Ocorre hiperbilirrubinemia intensa e progressiva. A fostatase alcalina e a gama-glutamil-transferase (GGT) permanecem normais ou discretamente elevadas. Há alteração das aminotransferases (enzimas hepáticas - TGO e TGP), podendo variar de 10 a 100 vezes o limite superior da normalidade. Esse nível retorna ao normal no prazo de algumas semanas, porém se persistirem alterados, por um período superior a seis meses, deve-se considerar a possibilidade de cronificação da infecção no caso das hepatites B, C e D.

Fase de convalescença - segue-se ao desaparecimento da icterícia e a recuperação

completa ocorre após algumas semanas, mas a fraqueza e o cansaço podem persistir por vários meses.

Hepatite crônica - os vírus B, C e D são aqueles que têm a possibilidade de causar doença crônica. Nesses casos os indivíduos apresentam sinais histológicos de lesão hepática (inflamação, com ou sem deposição de fibrose) e marcadores sorológicos ou virológicos de replicação viral. Os sintomas dependem do grau de dano hepático estabelecido. Eventualmente, o diagnostico e realizado quando aparecem sinais e sintomas em face das complicações da doença como cirrose e/ou hepatocarcinoma.

Indivíduos com infecção crônica que não apresentam manifestações clínicas, com replicação viral baixa ou ausente e que não apresentam evidências de alterações graves à histologia hepática são considerados portadores assintomáticos. Nessas situações, a evolução tende a ser benigna. Contudo, eles são capazes de transmitir hepatite e tem importância epidemiológica na perpetuação da endemia.

Hepatite fulminante - este termo é utilizado para designar a insuficiência hepática

aguda, caracterizada pelo surgimento de icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática em um intervalo de ate 8 semanas. Trata-se de uma condição rara e potencialmente fatal, cuja letalidade e elevada (de 40 a 80% dos casos).

Basicamente, a fisiopatologia está relacionada à degeneração e necrose maciça dos hepatócitos. Os primeiros sinais e sintomas são brandos e inespecíficos. Icterícia e indisposição progressivas, urina escurecida, e coagulação anormal são sinais que devem

(27)

chamar atenção para o desenvolvimento de insuficiência hepática. A deteriorização neurológica progride para o coma ao longo de poucos dias após a apresentação inicial.

Não existe tratamento específico para as formas agudas das hepatites virais. Se necessário, apenas tratamento sintomático para náuseas, vômitos e prurido. Como norma geral, recomenda-se repouso relativo até a normalização das aminotransferases. Dieta pobre em gordura e rica em carboidratos e de uso popular, porém seu maior benefício e ser mais agradável ao paladar do paciente anorético.

Uma parcela dos casos de hepatite crônica necessitará de tratamento, cuja indicação baseia-se no grau de acometimento hepático observado por exame anatomopatológico do tecido hepático obtido por biopsia. Pacientes com aminotransferases normais merecem ser avaliados com exames de biologia molecular, pois pode haver lesão hepática, mesmo sem alteração daquelas enzimas. As formas crônicas da hepatite B, C e D tem diretrizes clínico-terapêuticas definidas por meio de portarias do Ministério da Saúde. Devido à alta complexidade do tratamento, acompanhamento e manejo dos efeitos colaterais, ele deve ser realizado em serviços especializados (média ou alta complexidade do SUS).

Vamos descrever resumidamente o prognóstico dos principais tipos de hepatiteviral. Geralmente após 3 meses, o paciente já esta recuperado da hepatite A.

A hepatite aguda B normalmente tem um bom prognóstico: o individuo resolve a infecção e fica livre dos vírus em cerca de 90 a 95% dos casos. As exceções ocorrem nos casos de hepatite fulminante (<1% dos casos) e hepatite B, na criança (90% de chance de cronificação em crianças menores de 1 anos e 20 a 50% para aquelas que se infectaram entre 1 e 5 anos de idade) e em pacientes com algum tipo de imunodeficiência.

A cronificação da hepatite C ocorre em 60 a 90% dos casos, sendo que, em média, de um quarto a um terço deles evolui para formas histológicas graves, num período de 20 anos. Esse quadro crônico pode ter evolução para cirrose e hepatocarcinoma, fazendo com que o HCV seja, hoje em dia, responsável pela maioria dos transplantes hepáticos no Ocidente.

As hepatites virais são doenças de notificação compulsória e, portanto, todos os

casos suspeitos devem ser notificados utilizando a ficha de notificação e investigação padronizada no (Sinan) e encaminhados ao nível hierarquicamente superior ou ao órgão responsável pela vigilância epidemiológica: municipal, regional, estadual ou federal.

(28)

A disponibilidade de água potável, em quantidade suficiente nos domicílios, e a medida mais eficaz para o controle das doenças de veiculação hídrica, como as hepatites por vírus tipo A e E.

As principais medidas de controle das hepatites virais de transmissão sanguínea e sexual constituem-se na adoção de medidas de prevenção. Os indivíduos devem ser orientados quanto aos mecanismos de transmissão dessas doenças e ao não compartilhamento de objetos de uso pessoal como lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, materiais de manicure e pedicure e o uso de preservativos em todas as praticas sexuais e sobre a disponibilidade da vacina contra hepatite B para populações específicas.

Passemos para a resolução de algumas questões:

8. (EBSERH HU-UFC/INSTITUTO AOCP/2014) As hepatites virais são doenças

provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecido hepático, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes e importantes particularidades. Sobre as Hepatites, assinale a alternativa INCORRETA.

a) A principal via de contágio do vírus da hepatite A (HBA) é a fecal-oral; por contato inter-humano ou através de água e alimentos contaminados.

b) Na hepatite A, a doença é autolimitada e de caráter benigno.

c) A transmissão do vírus da hepatite B (HBV) se faz por via parenteral, e, sobretudo, pela via sexual, sendo considerada doença sexualmente transmissível. A transmissão vertical (materno-infantil) também é causa frequente de disseminação do vírus.

d) O vírus da hepatite C é o principal agente etiológico da hepatite crônica. Sua transmissão ocorre principalmente por via oral-fecal. Em percentual significativo de casos, não é possível identificar a via de infecção. A transmissão sexual é pouco frequente.

e) O vírus da hepatite E (HEV) é de transmissão fecal-oral. Essa via de transmissão favorece a disseminação da infecção nos países em desenvolvimento onde a contaminação dos reservatórios de água perpetua a doença.

COMENTÁRIOS:

(29)

transmissão ocorre principalmente por via

sanguínea

, e não oral-fecal. Por isso, a alternativa incorreta é a letra D.

9. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Para Hepatite C, a janela imunológica

compreende o período entre o indivíduo se expor a uma fonte de infecção e apresentar o marcador sorológico anti-HCV, que pode variar de:

a) 49 a 70 dias. b) 7 a 15 dias. c) 90 a 180 dias. d) 15 a 30 dias. e) 26 a 59 dias. COMENTÁRIOS:

As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes vírus hepatotrópicos que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. Possuem distribuição universal e observam-se diferenças regionais na ocorrência e magnitude destas em todo mundo, variando, de acordo com o agente etiológico. Tem grande importância para a saúde publica em virtude do numero de indivíduos acometidos e das complicações resultantes das formas agudas e crônicas da infecção.

Do ponto de vista clinico e epidemiológico os agentes etiológicos mais relevantes são os vírus A, B, C, D e E.

O conceito de janela imunológica é o período compreendido entre a exposição a uma fonte de infecção e o aparecimento de um marcador sorológico. Vejamos na tabela abaixo a janela imunológica das hepatites B e C.

(30)

Fonte: Hepatites Virais: o Brasil está atendo (Ministério da Saúde, 2008)2.

Com base nos dados apresentados na tabela acima, verificamos que o tempo da janela imunológica do vírus da hepatite C pode variar, dependendo do teste realizado. Para o ELISA 2ª geração, é de 33 a 129 dias, enquanto que para o ELISA 3ª geração, é de 49 a 70 dias. A AOCP apontou a letra A como gabarito da questão adotando o parâmetro ELISA 3ª geração. Todavia, a questão deveria ter sido anulada, pois existem diversos parâmetros de tempo da janela, e não apenas o indicado na letra A.

Tipos Hepatite

Janela imunológica

(testes sorológicos)

Janela imunológica

(testes de biologia molecular)

HBV 30 a 60 dias 25 dias

HCV 33 a 129 dias (ELISA 2ª geração) 49 a 70 dias (ELISA 3ª geração)

22 dias

2

(31)

HIV/AIDS

No Brasil, a aids foi identificada pela primeira vez em 1982, quando do diagnóstico em pacientes homo ou bissexuais. Um caso foi reconhecido retrospectivamente, no Estado de São Paulo, como tendo ocorrido em 1980. Importantes mudanças em seu perfil epidemiológico vêm ocorrendo:

• Em sua primeira fase, de 1980 a 1986, caracterizava-se pela transmissão homo/bissexual masculino, de escolaridade elevada;

• Em seguida, de 1987 a 1991, caracterizava-se pela transmissão sanguínea e pela participação de usuários de drogas injetáveis – UDI, dando início nessa fase a um processo mais ou menos simultâneo de pauperização e interiorização da epidemia;

• Nos últimos anos, de 1992 até os dias atuais, um grande aumento de casos por exposição heterossexual vem sendo observado, assumindo cada vez maior importância o número de casos em mulheres (feminização da epidemia);

• Hoje, a principal via de transmissão em crescimento é a heterossexual.

O HIV (agente etiológico) é um retrovírus com genoma RNA, da família Retroviridae e subfamília Lentivirinae. O HIV utiliza para multiplicar-se uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcro RNA viral para uma cópia DNA, integrando-se ao genoma do hospedeiro.

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1, o HIV-1, cursa com um amplo espectro de apresentações clínicas, desde a fase aguda até a fase avançada da doença. Em indivíduos não tratados, estima-se que o tempo médio entre o contágio e o aparecimento da doença esteja em torno de dez anos.

Em regra, as fases da infecção pelo vírus do HIV-1 são as seguintes:

1. Infecção aguda (duração de aproximadamente 4 meses).

2. Fase assintomática, também conhecida como latência clínica (pode durar muitos anos, com a média de 6anos).

3. Fase sintomática inicial ou precoce.

4. Aids (doença instalada, acorre aproximadamente após 10 anos, caso não seja tratado adequadamente).

(32)

 Infecção Aguda

A infecção aguda é definida como as primeirassemanas da infecção pelo HIV, até o aparecimento dos anticorpos anti-HIV (soroconversão), que costuma ocorrer em torno da quarta semana após a infecção. Nessa fase, bilhões de partículas virais são produzidas diariamente, a viremia plasmática alcança níveis elevados e o individuo torna-se altamente infectante.

Os principais achados clínicos da fase aguda do HIV-1 (denominada Síndrome Retroviral Aguda – SRA) incluem febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e cefaleia. A SRA pode cursar com febre alta, sudorese e linfadenomegalia, comprometendo principalmente as cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar. Podem ocorrer, ainda, esplenomegalia, letargia, astenia, anorexia e depressão. Alguns pacientes desenvolvem exantema de curta duração após o início da febre (frequentemente inferior a três dias), afetando geralmente a face, pescoço e/ou tórax superior, mas podendo se disseminar para braços, pernas, regiões palmares e plantares.

Sintomas digestivos, como náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras orais podem estar presentes. Entretanto, o comprometimento do fígado e do pâncreas é raro na SRA. Cefaleia e dor ocular são as manifestações neurológicas mais comuns, mas pode ocorrer também quadro de meningite asséptica, neurite periférica sensitiva ou motora, paralisia do nervo facial ou síndrome de Guillan-Barre.

A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em três a quatro semanas.

Os sinais e sintomas que caracterizam a SRA, por serem muito semelhantes aos de outras infecções virais, são habitualmente atribuídos a outra etiologia e a infecção pelo HIV comumente deixa de ser diagnosticada.

A sorologia para a infecção pelo HIV é geralmente negativa nessa fase (janela imunológica), mas o diagnóstico pode ser realizado com a utilização de métodos moleculares para a detecção de RNA do HIV.

Atenção! A janela imunológica, também chamada de janela biológica, é o tempo compreendido entre a aquisição da infecção e a soroconversão. O tempo

(33)

decorrido para que a sorologia anti-HIV torne-se positiva é de 6 a 12 semanas após a aquisição do vírus, com o período médio de aproximadamente 2 meses.

O tempo entre a infecção pelo HIV e o aparecimento de sinais e sintomas, na fase aguda, é de

5

a

30

dias.

 Latência clínica e fase sintomática

Na fase de latência clínica, o exame físico costuma ser normal, exceto pela linfadenopatia, que pode persistir após a infecção aguda. A presença de linfadenopatia generalizada persistente é frequente e seu diagnóstico diferencial inclui doenças linfoproliferativas e tuberculose ganglionar.

Podem ocorrer alterações nos exames laboratoriais, sendo a plaquetopenia um achado comum, embora sem repercussão clínica na maioria dos casos. Além disso, anemia (normocrômica e normocítica) e leucopenia leves podem estar presentes.

Enquanto a contagem de linfócitos T-CD4 + (LT-CD4+) permanece acima de 350 células/mm3, os episódios infecciosos mais frequentes são geralmente bacterianos, como as infecções respiratórias ou mesmo tuberculose, incluindo a forma pulmonar cavitária. Com a progressão da infecção, apresentações atípicas das infecções, resposta tardia a antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas começam a ser observadas.

À medida que a infecção progride, os sintomas constitucionais (febre baixa, perda ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa, tornam-se mais frequentes, além de herpes-zoster. Nesse período, já é possível

encontrar diminuição na contagem de linfócitos T (LT-CD4+), situada entre 200 e 300 células/mm3. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades.

A candidíase oral é um marcador clínico precoce de imunodepressão grave, e foi associada ao subsequente desenvolvimento de pneumonia por P. jirovecii. Diarreia crônica e febre de origem indeterminada, bem como leucoplasia oral pilosa, também são preditores de evolução para aids.

(34)

 Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

O aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias é definidor da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids). Entre as infecções oportunistas destacam-se: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptococica e retinite por citomegalovirus.

As neoplasias mais comuns são sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino, em mulheres jovens. Nessas situações, a contagem de LT-CD4+ está abaixo de

200 células/mm3, na maioria das vezes.

Além das infecções e das manifestações não infecciosas, o HIV pode causar doenças por dano direto a certos órgãos ou por processos inflamatórios, tais como miocardiopatia, nefropatia e neuropatias que podem estar presentes durante toda a evolução da infecção pelo HIV-1.

Analisando-se a escolaridade como variável indicadora de condição socioeconômica dos casos de aids, observa-se que a epidemia de aids no Brasil se iniciou na população de maior condição socioeconômica, em indivíduos de mais de oito anos de escolaridade, mas hoje, como o

maior

número

de

casos

se encontra em

indivíduos

com

menor

escolaridade

, tem

sido

denominada

de

pauperização

3

.

A pauperização é o crescimento da epidemia da aids entre pessoas de menor

escolaridade

e

renda

. Por outro lado, a juvenização é o crescimento da AIDS entre os jovens e adolescentes.

As principais formas de transmissão do HIV são: sexual, sanguínea e vertical. Além dessas três formas, mais frequentes, pode ocorrer também a transmissão ocupacional, ocasionada por acidente de trabalho, em profissionais de saúde.

A transmissão sexual é a principal forma de transmissão do HIV no Brasil e no Mundo, sendo a transmissão heterossexual considerada pela OMS, como a mais frequente do ponto de vista global.

Os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV numa relação heterossexual são:

3

(35)

• Alta viremia (durante a fase da infecção primária e na imunodeficiência avançada). • Relação anal receptiva;

• Relação sexual durante a menstruação;

• Presença de outra DST, principalmente as ulcerativas.

Os preservativos, masculinos ou femininos, são as únicas barreiras comprovadamente efetivas contra o HIV e outras DST, quando usados de forma correta. Os estudos demonstram que o uso do preservativo masculino pode reduzir o risco de transmissão do HIV e de outras DST em até 95%.

A transmissão, por meio da transfusão de sangue e derivados, tem apresentado importância decrescente nos países industrializados e naqueles que adotaram medidas de controle de qualidade do sangue utilizado, como é o caso do Brasil.

O uso de drogas injetáveis, associado ao compartilhamento de seringas e agulhas, apresenta alta probabilidade de transmissão sanguínea do HIV. Esse tipo de transmissão vem crescendo em várias partes do mundo, como Ásia, América Latina e Caribe. No Brasil, essa transmissão vem aumentando nas áreas da rota do tráfico de drogas, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área da saúde se ferem acidentalmente com instrumentos perfurocortantes contaminados com sangue de acidentes portadores do HIV.

Estima-se que o risco médio de contrair o HIV, após uma exposição percutânea ao sangue contaminado, seja de aproximadamente 0,03%, aumentando esse risco para aproximadamente 0,1% no caso de exposição de mucosas.

O profissional de saúde acidentado com risco de infecção pelo HIV, deverá ser encaminhado nas primeiras horas (idealmente dentro de 1 a 2 horas), após o acidente, para a quimioprofilaxia com anti-retrovirais. A duração da quimioprofilaxia é de 4 semanas. Estudos em animais sugerem que a quimioprofilaxia não é eficaz quando iniciada de 24 a 36 horas após o acidente.

O produto espermicida à base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais amplamente utilizado no Brasil e no mundo. Entretanto, o

uso

de

alguns

métodos

contraceptivos

contendo

N-9

podem

aumentar

o

risco

de

transmissão

sexual

do

HIV

e

outras

DST

. Isso

(36)

foi demonstrado em um ensaio clinico que observou risco acrescido entre usuárias/os desse produto. A razão desse risco acrescido reside no fato de o N-9 provocar lesões (fissuras/microfissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da frequência de uso e do volume aplicado.

A recepção de órgãos ou sêmen de doadores

testados

não são fatores de risco associados aos mecanismos de transmissão do HIV, pois foram feitos os testes necessários para garantir que os doadores não estivessem infectados com o HIV.

Desde

o

momento

de

aquisição

da

infecção

, o

portador

do

HIV

é

transmissor

, entretanto, os

indivíduos

com

infecção

muito recente (“infecção aguda”) ou

imunossupressão

avançada

tem

maior

concentração

do

HIV

no

sangue

(carga viral) e nas secreções sexuais,

transmitindo

com

maior

facilidade

o

vírus

.

Em pacientes portadores de HIV, a tuberculose (TB) deve ser pesquisada em todas as consultas, mediante o questionamento sobre a presença dos seguintes sintomas: tosse, febre, emagrecimento e/ou sudorese noturna. A presença de qualquer um desses sintomas pode indicar TB ativa e deve ser investigada.

A prova tuberculínica (PT) é importante para o diagnóstico da infecção latente da tuberculose (ILTB) e constitui um marcador de risco para o desenvolvimento de tuberculose ativa, devendo ser realizada em todas as pessoas vivendo com HIV e que sejam assintomáticas para tuberculose. Caso a PT seja menor que 5 mm, recomenda-se que seja repetida anualmente.

Uma das medidas que deve ser sistematicamente realizada na atenção da pessoa vivendo com HIV destaca-se o aconselhamento do paciente a reduzir as situações de risco relacionadas a exposições sexuais desprotegidos,

inclusive

práticas orais.

Adultos e adolescentes que vivem com HIV podem receber todas as vacinas do calendário nacional, desde que não apresentem deficiência imunológica importante. À medida que aumenta a imunodepressão, eleva-se também o risco relacionado à

administração de vacinas de agentes vivos, bem como se reduz a possibilidade de resposta imunológica consistente.

Sempre que possível, deve-se adiar a administração de vacinas em pacientes sintomáticos ou com imunodeficiência grave (contagem de LT-CD4+ < 200 células/mm3),

Referências

Documentos relacionados

Podem encontrar-se anticorpos contra células ilhotas (32%) e insulina (até 70%), glutamato descarboxilase e tirosina fosfatase IA-2, que são um marcador para a

Toxicidade Intraperitoneal Aguda: O produto foi considerado com não tóxico, não patogênico e não infectante.. Corrosão/Irritação da pele: Em testes em coelhos o

Considerando a presença e o estado de alguns componentes (bico, ponta, manômetro, pingente, entre outros), todos os pulverizadores apresentavam alguma

It leverages recently released municipality-level information from Brazil’s 2017 Agricultural Census to describe the evolution of three agricultural practices typically connected

Por sua vez, a complementação da geração utilizando madeira, apesar de requerer pequenas adaptações do sistema, baseia-se em um combustível cujas origens são mais diversifi

(HU-UFBA/EBSERH/IADES/2014) A definição de prioridades é a ordenação dos diagnósticos de enfermagem ou problemas do cliente, utilizando as determinações de urgência

Porém, para cada degrau de pressão até 3,5 MPa, foi colhida uma alíquota da fase gasosa para análise cromatográfica, para se determinar a massa adsorvida e calcular a seletividade

Usar o frasco de pó, que contém hidroiodeto de penetamato 5.000.000 UI com o frasco de solvente, que contém 18 ml de um solvente esterilizado. Ou, alternativamente, usar o frasco