Aos trezes dias do mês de junho do ano de dois mil e dezesseis, às 18h30min, na sede da Associação Empresarial de Itajaí - ACII realizou-se a décima reunião ordinária de 2016, que em alusão ao aniversário de Itajaí, sediou o 6º Fórum Itajaiense de Turismo, com a palestra Intitulada Mercado de Cruzeiros ministrada pelo Sr. Marco Ferraz presidente da Clia Abremar Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos). O Sr. Eclésio da Silva, Presidente da ACII iniciou a reunião informando que a entidade está inserida nas comemorações do aniversário da cidade e por esta razão recebeu a palestra do Sr. Marco Ferraz. Na oportunidade, o presidente ainda colocou algumas questões acerca da Bacia de Evolução e que dentro de um ano as obras desta devem estar concluídas. Na sequência fez-se a composição da mesa de autoridades e para tal solicitou-se a presença do Sr. Marco Ferraz, da Sra. Maria Valdete Orci de Campos, Coordenadora Técnica da Secretaria de Turismo de Itajaí e Valdir Rubens Walendowsky, presidente da Santa Catarina Turismo (Santur). Logo após, o Sr. Eclésio passou a palavra para o Palestrante da noite. Introdutoriamente o Sr. Marco Ferraz agradeceu a presença de todos e em seguida passou a apresentar alguns números do setor, como o aumento de cruzeiristas, que se tem a perspectiva dos 23,2 milhões de 2015 para 24,2 milhões em 2016, além do impacto econômico que o setor representa mundialmente, na casa dos 120 bilhões. O Presidente da Clia Abremar Brasil, enfatizou que os cruzeiros são uma vitrine, pois após passarem em determinada localidade, os cruzeiristas tendem a retornar ao destino para se hospedar, para desta forma vivenciarem uma experiência em terra, e 82% dos passageiros dos cruzeiros manifestam essa intenção. Logo após, o Sr. Ferraz demonstrou alguns dados da CLIA, a qual possui 62 armadores, 300 agentes de viagens e 20.000 agências de viagens associados, além dos 15 escritórios espalhados pelo mundo e o Brasil sendo a sede destes na América do Sul. A associação trabalha com três políticas sendo elas: revisão dos resíduos, redução da emissão de poluentes e tratamento de água avançado. Com um total de 471 navios que alinhados em uma linha reta seria equivalente a 90 Km; os quais percorrem os mais de mil portos no mundo. Conforme relatou o Sr. Marcos, o cruzeiro marítimo tem ocupado o 1º lugar na opção de férias. No Brasil 62% dos cruzeiristas ainda são passageiros de primeira viagem, em contrapartida, esse percentual no mundo representa os passageiros, que estão embarcando uma outra vez. Em continuidade o palestrante apresentou algumas características do setor, entre elas: o tamanho do navio não importa, navios especiais continuam a crescer (os de rios e lagos), o Caribe continua sendo imbatível como principal destino escolhido (Cuba foi inserida), novos destinos e a criação de opções específicas (proporcionam experiências inesquecíveis, conectividade, pacotes de viagens, comemorações, temáticos e gastronômicos). Atualmente, relatou o Sr. Marco Ferraz, maior parte dos
navios de cruzeiros encontram-se no Caribe e na Europa, no Brasil na temporada passada, houve 865 escalas, em 26 destinos, 110 navios, 211 roteiros e 597 mil leitos; entretanto para a temporada 2016/2017 estima-se 547 escalas, 26 destinos, 05 navios, 79 roteiros, e 308 mil leitos e para o especialista esse declínio está atrelado aos altos
custos para operações no Brasil, infraestrutura deficiente, impostos elevados e ainda, problemas na regulação do setor, além de pagamentos de taxas e custos que são exclusivos do Brasil. Tudo isso, tem impedido o crescimento deste setor tão oportuno para o país, por ser um destino que possui 8 mil Km de uma belíssima e atraente costa. Conforme o Sr. Marco, as principais questões a serem consideradas para melhoria da situação no Brasil são a Infraestrutura, uma vez que na maioria dos destinos, os portos de cargas se adaptam para o receptivo de navios de cruzeiros, não tendo um local específico, como o píer que temos em Itajaí; a Redução dos Custos, pois aqui se gasta seis vezes mais que em outros países; Impostos e Regulação do Setor. O Sr. Tarcísio iniciou agradecendo a presença de todos e a ACII pela oportunidade. Logo após, concluída a apresentação, o presidente da entidade, enfatizou que como país temos sido amadores, pois potencial há, porém, é preciso uma política voltada ao segmento. Em seguida, deixou-se a palavra livre para contribuição e colocação dos presentes. Um dos participantes (que não se identificou), informou que vem pesquisando o Brasil e este mercado, e que este é o único país com declínio em oferta e demanda dos cruzeiros; e que nos últimos três anos os problemas têm disso elencados, mas não mudados. Ao que o Sr. Ferraz disse que, quando se sinalizou essa diminuição e a ocorrência das mesmas problemáticas o governo nada ou pouco fez para mudar; e com isso, ele acredita que se passará mais uns dois anos com cerca de 6 navios no país, para depois haver um acréscimo. Em seguida, o Sr. Aguinaldo Hilton dos Santos, aproveitou a oportunidade para justificar sua saída da Secretaria de Turismo e também para contribuir com a explanação, informando que o turismo de cruzeiro em Itajaí, não é importante apenas para esta cidade, mas também para as cidades vizinhas, pois ao desembarcarem aqui, os cruzeiristas visitam estas cidades; e ainda, comentou sobre uma experiência que vivenciou com o presidente da Pullmantur, quando em uma negociação solicitou uma melhor taxa de praticagem e na época conseguiu apenas 2%. Com a palavra novamente o Sr. Marco, colocou que há algumas estratégias, como ocorreu na temporada anterior do câmbio congelado, e o porquê de um navio vindo de Santos com destino a Buenos Aires não pára em Santa Catarina, devido ao custo de ICMS. Sr. Marco, mencionou ainda que o Estado é o futuro do destino de cruzeiros, que em Balneário Camboriú tem um projeto para a implantação de um shopping com dois espaços para atracação de navio e também a opção da criação de um terminal em Penha. Em continuidade, o Sr. Eclésio solicitou que o Sr. André, diretor técnico do Porto de Itajaí, fizesse sua apresentação sobre o terminal de passageiros. Com uso da palavra, o diretor, apresentou alguns dados, entre eles, a atual estrutura que é um cais de 78 m de comprimento com área para embarque e desembarque; mas que a maior dificuldade hoje, é justamente o tamanho deste. O novo projeto, conforme foi
demonstrado pelo Sr. André, contempla o arrendamento da área próxima ao Centro Eventos, e uma empresa privada custearia a obra não só do espaço de embarque e desembarque, mas também, de toda uma estrutura propícia ao turismo, com hotéis restaurantes, etc., propiciando assim a atracagem de navios maiores. Entretanto, segundo relatou o diretor, esse projeto está parado no Ministérios dos Transporte, pois tais decisões foram centralizadas em Brasília, tirando a autonomia da autoridade portuária local de tomar tal decisão. Logo após, o Sr. Walendowsky, presidente da
SANTUR, informou que tem acompanhado todo o movimento e as dificuldades que se tem no Brasil para essa atividade acontecer e o qual rentável é o turismo de cruzeiro. Enfatizou ainda, que esse turismo é bom não apenas na data que o cruzeiro acontece, mas também nos pós cruzeiros, pois quando as pessoas gostam de um destino elas retornam. E tornar o nosso Estado com uma rota de turismo o ano todo é interessante até por possuirmos um receptivo muito grande. Mas o presidente da Santur destacou ainda que precisamos de uma estrutura melhor, pois não se faz turismo com o lúdico, é para quem está viajando, nós temos que dar condições dessas pessoas viajarem. O Sr. Eclésio, comentou que a esperança é que se tenha um novo governo que pense mais nesse setor, pois estamos deixando escorrer pelos dedos oportunidades. A Sra. Cintia, questionou qual a classe dos cruzeiristas, ao que o Sr. Marco respondeu que a o perfil predominante é classe média. Após essa colocação a Sra. Cintia expressou sua opinião e destacando que a maioria dos problemas são de ordem tributária e burocrática. Em seguida o Sr. Valdir, complementou dizendo que o turismo não é prioridade, e que é preciso descentralizar o país, dando aos Estados autonomia; pois não se evoluiu porque não se deixa evoluir; não sendo uma questão do governo estadual, mas federal. Com a palavra novamente o Sr. Eclésio da Silva agradeceu a todos e reforçou o convite para o evento Empresário do Ano. Nada mais havendo a tratar, eu Karla Cristiane da Silva, lavrei a presente ata, que após lida e aprovada será assinada pelo Presidente e o Secretário Geral da ACII.
Eclésio da Silva Luiz Alves Mendes Presidente ACII Secretário Geral da ACII