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Aula 20. Direito Administrativo para Receita Federal Cargo: Auditor Prof. Erick Alves. 1 de 38 Prof. Erick Alves Aula 20

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Aula 20

Direito Administrativo para Receita Federal

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Sumário

SUMÁRIO ... 2

APRESENTAÇÃO ... 3

ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO ... 4

DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS ... 4

DEVERES FUNDAMENTAIS DO SERVIDOR PÚBLICO ... 6

VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO ... 8

SISTEMA DE GESTÃO DE ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL ... 10

COMPETÊNCIAS DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA ... 11

COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA ... 11

ATUAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA ... 12

CONFLITO DE INTERESSES NO SERVIÇO PÚBLICO ... 15

CONSEQUÊNCIAS DO CONFLITO DE INTERESSES ... 16

DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS PARA A ALTA ADMINISTRAÇÃO ...17

FISCALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO CONFLITO DE INTERESSES... 18

RESOLUÇÃO Nº 8/2003 DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA ... 19

QUESTÕES DE CONCURSO COMENTADAS ... 21

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS ... 32

GABARITO ... 36

RESUMO DIRECIONADO ... 37

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Apresentação

Nesta aula, vamos estudar o seguinte item do edital do último concurso de Auditor da Receita Federal:

DIREITO ADMINISTRATIVO: Ética Profissional do Servidor Público. Conflito de Interesses no Serviço Público.

Vamos então falar sobre ética na Administração Pública, um tema relativamente tranquilo para efeito de prova, mas com muita aplicação prática no dia-a-dia do agente público.

Especificamente, vamos estudar as seguintes normas, as quais devem ser utilizadas para acompanhar a aula:

Decreto 1.171/1994: aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

Decreto 6.029/2007: institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.

As provas geralmente cobram a literalidade dessas normas. Portanto, não deixe de ler cada uma delas na íntegra!

Este livro digital em PDF está organizado da seguinte forma:

1) Teoria permeada com questões, para fixação do conteúdo – estudo OBRIGATÓRIO, págs. 4 a 21;

2) Bateria de questões comentadas, para conhecer como o assunto é cobrado em provas de concurso – estudo OBRIGATÓRIO, págs. 22 a 32;

3) Lista de questões da banca sem comentários seguida de gabarito, para quem quiser tentar resolver antes de ler os comentários – estudo FACULTATIVO, págs. 33 a 37;

4) Resumo Direcionado, para auxiliar na revisão – estudo FACULTATIVO, págs. 38 a 39.

Você pode ouvir o meu curso completo de Direito Administrativo narrado no aplicativo EmÁudio Concursos, disponível para download em celulares Android e IOS. No aplicativo, você pode ouvir as aulas em modo offline, em velocidade acelerada e montar listas. Assim, você consegue estudar em qualquer hora e lugar! Vale a pena conhecer!

Além disso, neste número, eu e a Prof. Érica Porfírio disponibilizamos dicas, materiais e informações sobre Direito Administrativo. Basta adicionar nosso número no seu WhatsApp e nos mandar a mensagem

“Direito Administrativo”.

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Ética profissional do servidor público

O Decreto 1.171/1994 instituiu o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (o Código é um anexo ao Decreto).

O normativo estabelece parâmetros de conduta, conceitos, valores e princípios de natureza ética, além de deveres e vedações da mesma natureza. Em suma, é um “manual de conduta” a ser seguido pelos servidores públicos civis do Executivo Federal.

O Código de Ética não é uma norma complexa, a começar pelo tamanho reduzido. Seu texto é completamente autoexplicativo, demandando apenas uma leitura atenta para sua correta compreensão.

Ademais, creio que muitas das questões de prova que se baseiam em códigos de ética podem ser resolvidas apenas com bom senso, se o candidato considerar as boas normas de conduta e de comportamento que a sociedade espera do trabalho de um servidor público.

Detalhe importante é que as disposições do Código de Ética são aplicáveis no âmbito do Poder Executivo Federal, ou seja, não incide sobre os servidores do Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, que possuem códigos de ética próprios.

Para fins de aplicação do Código entende-se por servidor público todo aquele que

“por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado”.

Percebe-se, portanto, que o Código de Ética tem uma abrangência semelhante à da Lei de Improbidade Administrativa, abrangendo servidores estatutários efetivos e comissionados, empregados públicos, agentes temporários e agentes em colaboração com o Estado, com a diferença de que o Código de Ética é restrito ao Poder Executivo Federal.

O Código inicia apresentando uma série de regras deontológicas, isto é, diretrizes morais que devem nortear a conduta dos servidores públicos, tanto na sua vida profissional como na particular. Para facilitar a sua consulta, segue a transcrição de tais regras:

Das regras deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o

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inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência em fator de legalidade.

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corretivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando- o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de

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desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Viram só? Não há mistério algum. Todas as regras são autoexplicativas e, geralmente, as questões de prova exigem a literalidade. Não obstante, trata-se, a meu ver, de um excelente rol de princípios que, se fosse rigorosamente observado na prática, contribuiria em muito para o aprimoramento do serviço público brasileiro.

Perceba que a maior parte das regras tem como fim proteger o cidadão dos desmandos e das ineficiências da nossa Administração Pública (sessão desabafo...rsrs). Enfim, vamos prosseguir.

Deveres fundamentais do servidor público

Mais à frente, o Código relaciona uma lista dos principais deveres do servidor público. Vejamos:

SÃO DEVERES FUNDAMENTAIS DO SERVIDOR PÚBLICO:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

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h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações morais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;

l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

Perceba que os deveres do servidor público nada mais são que um desdobramento, isto é, uma aplicação prática das regras morais listadas anteriormente. Também aqui vale apenas uma leitura para conseguir resolver as

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Vedações ao servidor público

Além dos deveres, o Código também lista uma série de condutas eticamente reprováveis e que, por isso, são vedadas ao servidor público. São elas:

É VEDADO AO SERVIDOR PÚBLICO:

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

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Para conferir plena vigência ao Código de Ética, os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta, assim como qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, devem constituir uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público.

Cada Comissão de Ética deve ser integrada por três membros titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores e empregados do seu quadro permanente, e designados pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, para mandatos não coincidentes de três anos (Decreto 6.029/2007, art. 5º).

A constituição das Comissões de Ética em cada órgão e entidade deverá ser comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Os trabalhos nas Comissões de Ética são considerados relevantes e têm prioridade sobre as atribuições próprias dos cargos dos seus membros, quando estes não atuarem com exclusividade na Comissão (Decreto 6.029/2007, art. 19).

Compete às Comissões de Ética (Decreto 6.029/2007, art. 7º):

▪ Atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no âmbito de seu respectivo órgão ou entidade;

▪ Aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, devendo:

✓ submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu aperfeiçoamento;

✓ dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e deliberar sobre casos omissos;

✓ apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as normas éticas pertinentes;

e

✓ recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou entidade a que estiver vinculada, o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, capacitação e treinamento sobre as normas de ética e disciplina;

▪ Representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética do Poder Executivo Federal; e

▪ Supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta Administração Federal e comunicar à Comissão de Ética Pública (CEP) situações que possam configurar descumprimento de suas normas.

Cada Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada administrativamente à instância máxima da entidade ou órgão, para cumprir plano de trabalho por ela aprovado e prover o apoio técnico e material necessário ao cumprimento das suas atribuições.

As Secretarias-Executivas serão chefiadas por servidor ou empregado do quadro permanente da entidade ou órgão, ocupante de cargo de direção compatível com sua estrutura, alocado sem aumento de despesas (Decreto 6.029/2007, art. 7º, §§1º e 2º).

É dever do titular de entidade ou órgão da Administração Pública Federal assegurar as condições de trabalho para que as Comissões de Ética cumpram suas funções, inclusive para que não resulte qualquer prejuízo ou dano aos seus integrantes decorrente do regular exercício das atribuições na Comissão (Decreto 6.029/2007, art. 6º).

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Os casos de violação ao Código de Ética devem ser levados à respectiva Comissão de Ética constituída no âmbito do órgão ou entidade. A Comissão possui competência para aplicar ao servidor público infrator a pena de censura.

Os fundamentos da censura devem constar do respectivo parecer, assinado por todos os integrantes da Comissão. Se algum dos integrantes estiver ausente quando da formulação do parecer, a Comissão deverá dar-lhe ciência.

A censura ética fica registrada nos assentamentos funcionais do servidor, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da sua carreira. Para que isso ocorra, a Comissão de Ética deve fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética.

Sistema de Gestão de Ética do Poder Executivo Federal

O Decreto 6.029/2007 instituiu o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal.

O Sistema possui a finalidade de promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, por exemplo, integrando órgãos, programas e ações relacionadas com a ética pública, contribuindo para a promoção da transparência e do acesso à informação, ou promovendo a compatibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética pública.

O Sistema de Gestão da Ética possui a seguinte composição:

 Comissão de Ética Pública – CEP;

 Comissões de Ética criadas conforme o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto 1171 de 22/06/1994);

 Demais comissões de ética e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.

Note que o Sistema de Gestão Ética é composto pelas comissões de ética criadas em cumprimento ao Código de Ética do servidor público do Executivo Federal – aquelas que estudamos anteriormente – e também por outras comissões de ética criadas independentemente do Código e, ainda, pela chamada Comissão de Ética Pública (CEP), sobre a qual falaremos mais adiante.

O Decreto 6.029/2007 trata também da Rede de Ética do Poder Executivo Federal, com o objetivo de promover a cooperação técnica e a avaliação em gestão da ética (art. 9º).

A Rede de Ética é integrada pelos representantes das Comissões que Ética que compõem o Sistema de Gestão da Ética, quais sejam a CEP, as comissões de ética constituídas com base no Código de Ética do servidor e as demais comissões e equivalentes nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal. Ou seja, o “Sistema” é composto pelas próprias comissões e a “Rede” é composta pelos representantes dessas comissões.

Os integrantes da Rede de Ética se reúnem pelo menos uma vez por ano, sob a coordenação da CEP, para avaliar o programa e as ações para a promoção da ética na administração pública.

Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser desenvolvidos com celeridade e observância dos seguintes princípios:

▪ Proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;

Atenção!!

A pena aplicável pela violação ao Código de Ética é a censura.

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▪ Proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar; e

▪ Independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas neste Decreto.

Competências da Comissão de Ética Pública

A Comissão de Ética Pública, vinculada ao Presidente da República, tem como missão zelar pelo cumprimento do Código de Conduta da Alta Administração Federal, orientar as autoridades para que se conduzam de acordo com suas normas e, com isso, inspirar o respeito no serviço público.

Conforme o art. 4º do Decreto 6.029/2007, compete à CEP:

▪ Atuar como instância consultiva do Presidente da República e Ministros de Estado em matéria de ética pública;

▪ Administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal, devendo:

o submeter ao Presidente da República medidas para seu aprimoramento;

o dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, deliberando sobre casos omissos;

o apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo com as normas nele previstas, quando praticadas pelas autoridades a ele submetidas;

▪ Dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto 1.171/1994);

▪ Coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal;

▪ Aprovar o seu regimento interno; e

▪ Escolher o seu Presidente (o qual terá voto de qualidade nas deliberações da Comissão).

À CEP cumpre, ainda, responder a consultas sobre aspectos éticos que lhe forem dirigidas pelas demais comissões de ética e pelos órgãos e entidades que integram o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos e servidores que venham a ser indicados para ocupar cargo ou função na Administração Federal (art. 16, §2º).

Ademais, compete à CEP apurar as infrações de natureza ética cometidas por membro das comissões de ética constituídas no âmbito dos órgãos e entidades do Executivo Federal (art. 21).

Composição da Comissão de Ética Pública

A CEP, conforme o art. 3º do Decreto 6.029/2007, deve ser composta por sete brasileiros que preencham os seguintes requisitos:

▪ Idoneidade moral;

▪ Reputação ilibada;

▪ Notória experiência em administração pública.

Os integrantes da CEP são designados pelo Presidente da República, para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma única recondução. Detalhe é que os integrantes da CEP não precisam ser, necessariamente, servidores públicos.

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A ideia dos mandatos não serem coincidentes é para que não haja renovação total da comissão de uma vez só. É o mesmo que ocorre, por exemplo, no Senado Federal, em que as eleições renovam 2/3 ou 1/3 da Casa por vez.

Para impedir a renovação total dos integrantes da CEP de uma vez só, o art. 3º, §3º do Decreto 6.029/2007 estabelece que “os mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e três anos, estabelecidos no decreto de designação”. Portanto, a fim de garantir a não coincidência de mandatos, alguns dos primeiros membros da CEP, que ocuparam os cargos quando a Comissão foi criada, tiveram mandatos inferiores a três anos. A partir de então, os novos integrantes são designados para mandatos de três anos, permitida uma única recondução.

Importante ressaltar que a atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço público.

A CEP contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada à Casa Civil da Presidência da República, à qual competirá prestar o apoio técnico e administrativo aos trabalhos da Comissão.

Atuação do Sistema de Gestão da Ética

Quem pode provocar a atuação da CEP ou outra comissão de ética?

A CEP e as demais comissões de ética podem atuar por iniciativa própria (de ofício) ou em razão de denúncia fundamentada, visando à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal.

Segundo o art. 11 do Decreto 6.029/2007, “qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou entidade de classe” poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética,

Entende-se por agente público, para os fins de aplicação do Decreto 6.029/2007 – tanto como denunciante como denunciado –, todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária, excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou entidade da administração pública federal, direta e indireta.

Como se desenvolve o processo de apuração de falta ética?

Para fundamentar suas conclusões, as Comissões de Ética poderão requisitar os documentos que entenderem necessários à instrução probatória e, também, promover diligências e solicitar parecer de especialista.

Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão tratamento prioritário às solicitações de documentos enviadas pelas Comissões de Ética, sendo vedado às autoridades competentes alegar sigilo para deixar de prestar a informação solicitada.

Importante assinalar que qualquer procedimento instaurado para apuração de prática em desrespeito às normas éticas será mantido com a chancela de “reservado”, até que esteja concluído. Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do procedimento deixarão de ser reservados.

Porém, na hipótese de os autos estarem instruídos com documento acobertado por sigilo legal, o acesso a esse tipo de documento, mesmo após a conclusão do processo, somente será permitido a quem detiver igual direito perante o órgão ou entidade originariamente encarregado da sua guarda. Para resguardar o sigilo de

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documentos que assim devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois de concluído o processo de investigação, providenciarão para que tais documentos sejam desentranhados dos autos, lacrados e acautelados.

Ressalte-se que os processos de apuração instaurados pelas Comissões de Ética devem sempre respeitar as garantias do contraditório e da ampla defesa.

Nesse sentido, dispõe o art. 14 do Decreto 6.029/2007, que qualquer pessoa que esteja sendo investigada tem o direito de “saber o que lhe está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda não tenha sido notificada da existência do procedimento investigatório”.

Além disso, o investigado possui o direito de obter cópia dos autos e de certidão do seu teor.

A fim de assegurar o amplo exercício do direito de defesa, o Decreto 6.029/2007 estabelece, ainda, que o investigado deverá ser notificado para que apresente manifestação, por escrito, no prazo de dez dias a contar da notificação. Além da manifestação escrita, o investigado também poderá produzir a prova documental que entender necessária à sua defesa.

Na hipótese de novos elementos de prova serem juntados aos autos da investigação após a manifestação do investigado, este será notificado para nova manifestação, a ser feita também no prazo de dez dias.

Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética proferirão decisão conclusiva e fundamentada, ou seja, decidirão se o investigado cometeu ou não infração ética e apresentarão as razões de fato e de direito que levaram a tal conclusão.

As decisões das Comissões de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos investigados, divulgadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas à Comissão de Ética Pública.

Sempre que constatarem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade administrativa ou de infração disciplinar, as Comissões de Ética deverão encaminhar cópia dos autos às autoridades competentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência.

Detalhe é que as Comissões de Ética não poderão escusar-se de proferir decisão sobre matéria de sua competência alegando omissão do Código de Conduta da Alta Administração Federal, do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ou do Código de Ética do órgão ou entidade. Caso exista alguma omissão, ela deverá ser suprida pela analogia e pela invocação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Quais as providências que as Comissões de Ética devem tomar se concluírem por falta ética?

Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das providências previstas no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, as Comissões de Ética tomarão as seguintes providências, no que couber:

▪ Encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de confiança à autoridade hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de origem, conforme o caso;

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▪ Encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-Geral da União ou unidade específica do Sistema de Correição do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de eventuais transgressões disciplinares; e

Recomendação de abertura de procedimento administrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir.

Lembrando que, no caso de infração ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, a pena é de censura.

E o que mais é importante saber sobre o Sistema de Gestão da Ética?

Segundo o art. 15 do Decreto 6.029/2007, todo ato de posse, investidura em função pública ou celebração de contrato de trabalho dos agentes públicos deverá ser acompanhado da prestação de compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal, pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e pelo Código de Ética do órgão ou entidade, conforme o caso.

Ademais, a posse em cargo ou função pública que submeta a autoridade às normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal deve ser precedida de consulta da autoridade à Comissão de Ética Pública, acerca de situação que possa suscitar conflito de interesses.

Por fim, cumpre anotar que, conforme o art. 22 do Decreto 6.029/2007, a Comissão de Ética Pública manterá banco de dados de sanções aplicadas pelas Comissões de Ética dos órgãos e entidades, e também de suas próprias sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal, em casos de nomeação para cargo em comissão ou de alta relevância pública.

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Conflito de Interesses no Serviço Público

A Lei 12.813/2013 dispõe sobre o “conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego do Poder Executivo Federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou emprego”.

Conforme estabelece o art. 4º da referida lei, o ocupante de cargo ou emprego no Poder Executivo federal deve agir de modo a prevenir ou a impedir possível conflito de interesses e a resguardar informação privilegiada1.

A Lei 12.813 conceitua conflito de interesses da seguinte forma:

Conflito de interesses: situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de maneira imprópria, o desempenho da função pública.

Em suma, existirá conflito de interesses no desempenho da função pública sempre que interesses públicos e privados estiverem contrapostos e a situação puder levar ao menosprezo ou à completa desconsideração do interesse coletivo.

Além da definição genérica apresentada acima, a Lei 12.813/2013 apresenta um rol (não taxativo) de situações que configuram conflito de interesses no exercício do cargo ou emprego, a saber (art. 5º):

▪ Divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou de terceiro, obtida em razão das atividades exercidas;

▪ Exercer atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão do agente público ou de colegiado do qual este participe;

▪ Exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão da sua natureza seja incompatível com as atribuições do cargo ou emprego, considerando-se como tal, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou matérias correlatas;

▪ Atuar, ainda que informalmente, como procurador, consultor, assessor ou intermediário de interesses privados nos órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

▪ Praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de que participe o agente público, seu cônjuge, companheiro ou parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, e que possa ser por ele beneficiada ou influir em seus atos de gestão;

▪ Receber presente de quem tenha interesse em decisão do agente público ou de colegiado do qual este participe fora dos limites e condições estabelecidos em regulamento; e

1 A Lei 12.813/2013 define informação privilegiada como a que diz respeito a assuntos sigilosos ou aquela relevante ao

(16)

▪ Prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa cuja atividade seja controlada, fiscalizada ou regulada pelo ente ao qual o agente público está vinculado.

Todas essas condutas implicam conflito de interesses mesmo que o agente público esteja em gozo de licença ou em período de afastamento (art. 5º, parágrafo único).

Ademais, a ocorrência de conflito de interesses independe da existência de lesão ao patrimônio público, bem como do recebimento de qualquer vantagem ou ganho pelo agente público ou por terceiro (art. 4º, §2º).

Além das situações que configuram conflito de interesses no exercício do cargo ou emprego, vistas acima, a Lei 12.813 também prevê uma situação de conflito que pode ocorrer mesmo após o exercício do cargo ou emprego, qual seja, divulgar ou fazer uso, a qualquer tempo, de informação privilegiada obtida em razão das atividades exercidas (art. 6º, I).

A norma se aplica, por exemplo, a alguém que tenha passado à condição de ex-servidor porque foi exonerado, de ofício ou a pedido, ou à situação de inativo em razão de aposentadoria e que faça uso, em proveito pessoal, de informações privilegiadas obtidas quando estava no exercício do cargo ou emprego.

No caso de dúvida sobre como prevenir ou impedir situações que configurem conflito de interesses, o agente público deverá consultar a Comissão de Ética Pública, no caso das autoridades da alta Administração Federal (listadas no art. 2º, incisos I a V), ou a Controladoria-Geral da União, no caso dos demais agentes públicos (art.

4º, §1º).

Consequências do conflito de interesses

O agente público que praticar os atos que configuram conflito de interesses incorre em improbidade administrativa, devendo ser punido nos termos da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa).

A princípio, o conflito de interesses é enquadrado como “ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública”, o mais leve previsto na Lei de Improbidade. Porém, havendo elementos comprobatórios, nada impede que a conduta seja enquadrada como um ato de improbidade mais grave (que acarreta enriquecimento ilícito ou que causa prejuízo ao erário) (art. 12).

Sem prejuízo do enquadramento na Lei de Improbidade e da imposição de outras sanções cabíveis, fica o agente público que se encontrar em situação de conflito de interesses sujeito à aplicação da penalidade disciplinar de demissão (prevista no art. 127, III e no art. 132 da Lei 8.112), ou medida equivalente (art. 12, parágrafo único).

Conflito de interesses pode acarretar

Sanções da Lei de Improbidade Administrativa

Demissão ou medida equivalente

Outras sanções cabíveis

(17)

Disposições específicas para a alta Administração

As disposições da Lei 12.813 vistas até aqui – que são as mais importantes da norma – estendem-se a todos os agentes públicos no âmbito do Poder Executivo Federal, abrangendo servidores estatutários e empregados celetistas.

Porém, algumas partes da Lei são aplicáveis apenas a agentes políticos e a autoridades da alta Administração Federal (que são os agentes listados nos quatro primeiros itens abaixo), e também a agentes que tenham acesso a informações privilegiadas (último item), quais sejam:

Ministro de Estado;

 Ocupantes de cargos de natureza especial ou equivalentes;

Presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de autarquias, fundações públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista;

 Ocupantes de cargos do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 6 e 5 ou equivalentes;

 Ocupantes de cargos ou empregos cujo exercício proporcione acesso a informação privilegiada capaz de trazer vantagem econômica ou financeira para o agente público ou para terceiro.

Repare que, para ser enquadrado no último item, o servidor ou empregado não precisa, necessariamente, integrar a cúpula da Administração.

A primeira norma específica para esses “altos agentes” ou para aqueles que tenham tido acesso a informações privilegiadas é que, após deixarem o cargo ou emprego, também incorrerão em conflito de interesses se, no período de seis meses, contado da data da dispensa, exoneração, destituição, demissão ou aposentadoria (art. 6º, II):

▪ Prestarem, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego;

▪ Aceitarem cargo de administrador ou conselheiro ou estabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica que desempenhe atividade relacionada à área de competência do cargo ou emprego ocupado;

▪ Celebrarem com órgãos ou entidades do Poder Executivo federal contratos de serviço, consultoria, assessoramento ou atividades similares, vinculados, ainda que indiretamente, ao órgão ou entidade em que tenha ocupado o cargo ou emprego; ou

▪ Intervirem, direta ou indiretamente, em favor de interesse privado perante órgão ou entidade em que haja ocupado cargo ou emprego ou com o qual tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego.

As condutas descritas acima só não serão consideradas conflito de interesses quando expressamente autorizadas, conforme o caso, pela Comissão de Ética Pública (alta Administração) ou pela Controladoria-Geral da União (demais agentes). Havendo a autorização expressa, o ex-agente público não precisará observar o período de impedimento de seis meses.

Outra disposição específica aplicável aos agentes da alta Administração, assim como aos que tiveram acesso a informação privilegiada, é que deverão enviar, anualmente, à Comissão de Ética Pública ou à Controladoria-

(18)

▪ Declaração com informações sobre situação patrimonial, participações societárias, atividades econômicas ou profissionais.

▪ Indicação sobre a existência de cônjuge, companheiro ou parente, por consanguinidade ou afinidade, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, no exercício de atividades que possam suscitar conflito de interesses;

Além disso, tais agentes deverão comunicar por escrito à Comissão de Ética Pública ou à unidade de recursos humanos do órgão ou entidade respectivo, conforme o caso, o exercício de atividade privada ou o recebimento de propostas de trabalho que pretende aceitar, contrato ou negócio no setor privado, ainda que não vedadas pelas normas vigentes (art. 9º, II)

As unidades de recursos humanos, ao receber a comunicação do servidor sobre o exercício de atividade privada, deverão avaliar o caso e verificar se a atividade privada do agente configura ou não potencial conflito de interesses com sua atividade pública. Caso positivo, deverão informar ao servidor e à Controladoria-Geral da União para as medidas cabíveis (art. 9º, parágrafo único).

Ressalte-se que a obrigação de comunicar o exercício de atividade privada estende-se pelo período de seis meses após o agente deixar o cargo. Por exemplo, se o agente se aposentou e, no mês seguinte, passou a exercer atividade na iniciativa privada, deverá efetuar a comunicação por escrito, para avaliação da existência de conflito de interesses; a obrigação de comunicar só se encerra após o sexto mês (art. 9º, II).

Por fim, a Lei 12.813 determina que os agentes públicos da alta Administração deverão divulgar na internet, diariamente, sua agenda de compromissos públicos. Saliente-se que essa obrigação só se aplica aos Ministros de Estado, aos ocupantes de cargos de natureza especial, aos presidentes, vice-presidentes e diretores de entidades da administração indireta e aos detentores de DAS 6 ou 5, não abrangendo aqueles que apenas tiveram acesso a informação privilegiada.

Fiscalização e avaliação do conflito de interesses

A fiscalização e a avaliação das situações que envolvem possível conflito de interesses são feitas pela Comissão de Ética Pública e pela Controladoria-Geral da União, às quais compete:

▪ Estabelecer normas, procedimentos e mecanismos que objetivem prevenir ou impedir eventual conflito de interesses;

▪ Avaliar e fiscalizar a ocorrência de situações que configuram conflito de interesses e determinar medidas para a prevenção ou eliminação do conflito;

▪ Orientar e dirimir dúvidas e controvérsias acerca da interpretação das normas que regulam o conflito de interesses;

▪ Manifestar-se sobre a existência ou não de conflito de interesses nas consultas a elas submetidas;

▪ Autorizar o ocupante de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal a exercer atividade privada, quando verificada a inexistência de conflito de interesses ou sua irrelevância;

▪ Dispensar a quem haja ocupado cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal de cumprir o período de impedimento de seis meses, quando verificada a inexistência de conflito de interesses ou sua irrelevância;

(19)

▪ Dispor, em conjunto com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, sobre a comunicação pelos ocupantes de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal de alterações patrimoniais relevantes, exercício de atividade privada ou recebimento de propostas de trabalho, contrato ou negócio no setor privado; e

▪ Fiscalizar a divulgação da agenda de compromissos públicos pelas altas autoridades.

É importante anotar que, para os fins da Lei 12.813, a Comissão de Ética Pública atuará nos casos que envolvam os agentes públicos mencionados nos incisos I a IV do art. 2º (Ministros de Estado, cargos de natureza especial, presidentes e diretores de entidades da administração indireta e detentores de DAS 6 ou 5) e a Controladoria-Geral da União, nos casos que envolvam os demais agentes.

Resolução nº 8/2003 da Comissão de Ética Pública

Para finalizar, vamos dar uma olhada no que diz a Resolução nº 8, de 25/9/2003, da Comissão de Ética Pública. Tal norma identifica situações que suscitam conflito de interesses e dispõe sobre o modo de preveni-los.

As orientações são autoexplicativas, e ajudam a ilustrar o vimos até aqui.

A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo de orientar as autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta Administração Federal na identificação de situações que possam suscitar conflito de interesses, esclarece o seguinte:

1. Suscita conflito de interesses o exercício de atividade que:

a) em razão da sua natureza, seja incompatível com as atribuições do cargo ou função pública da autoridade, como tal considerada, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou matérias afins à competência funcional;

b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, que exige a precedência das atribuições do cargo ou função pública sobre quaisquer outras atividades;

c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou jurídica ou a manutenção de vínculo de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão individual ou coletiva da autoridade;

d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à qual a autoridade tenha acesso em razão do cargo e não seja de conhecimento público;

e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integridade, moralidade, clareza de posições e decoro da autoridade.

2. A ocorrência de conflito de interesses independe do recebimento de qualquer ganho ou retribuição pela autoridade. 3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de conflito de interesses ao adotar, conforme o caso, uma ou mais das seguintes providências:

a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo, enquanto perdurar a situação passível de suscitar conflito de interesses;

b) alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio e cuja manutenção possa suscitar conflito de interesses;

c) transferir a administração dos bens e direitos que possam suscitar conflito de interesses a instituição financeira ou a administradora de carteira de valores mobiliários autorizada a funcionar pelo Banco Central ou pela Comissão de Valores Mobiliários, conforme o caso, mediante instrumento contratual que contenha cláusula que vede a participação da autoridade em qualquer decisão de investimento assim como o seu prévio conhecimento de decisões da instituição administradora quanto à gestão dos bens e direitos;

d) na hipótese de conflito de interesses específico e transitório, comunicar sua ocorrência ao superior hierárquico ou aos demais membros de órgão colegiado de que faça parte a autoridade, em se tratando de decisão coletiva, abstendo-se de votar

(20)

e) divulgar publicamente sua agenda de compromissos, com identificação das atividades que não sejam decorrência do cargo ou função pública.

4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada pela autoridade e opinará, em cada caso concreto, sobre a suficiência da medida adotada para prevenir situação que possa suscitar conflito de interesses.

5. A participação de autoridade em conselhos de administração e fiscal de empresa privada, da qual a União seja acionista, somente será permitida quando resultar de indicação institucional da autoridade pública competente. Nestes casos, é-lhe vedado participar de deliberação que possa suscitar conflito de interesses com o Poder Público.

6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor, sem finalidade de lucro, também deverá ser observado o disposto nesta Resolução.

7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública deverão estar acompanhadas dos elementos pertinentes à legalidade da situação exposta.

(21)

Questões de concurso comentadas

1.

(Cespe – MPU 2018)

No que se refere à ética no serviço público, julgue os itens seguintes, à luz do disposto no Decreto nº 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Serviço Público).

Não descumpre o dever de respeito à hierarquia o servidor que denunciar pressões de superiores hierárquicos que visem obter vantagens indevidas.

Comentário:

O Código de Ética preceitua que constitui dever fundamental do servidor público “resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las”. Logo, o servidor que denuncia pressões de superiores hierárquicos que visem obter vantagens indevidas, de fato, não descumpre o dever de respeito à hierarquia, mas, ao contrário, cumpre o seu dever de resistir a essas pressões e de denunciá- las.

Gabarito: Certo

2.

(Cespe – MPU 2018)

No que se refere à ética no serviço público, julgue os itens seguintes, à luz do Disposto nº 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Serviço Público).

Uma das regras deontológicas que regem a conduta dos servidores públicos federais é o espírito de solidariedade, conforme o qual se espera que o servidor seja complacente em caso de erro ou infração, pois a superação de falhas representa uma oportunidade para o engrandecimento profissional dos servidores públicos.

Comentário:

Ocorre justamente o contrário: de acordo com o Código de Ética, é vedado ao servidor público “ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão”.

Gabarito: Errado

3.

(Cespe – MPU 2018)

No que se refere a ética no serviço público, julgue o próximo item, com base no Decreto n.º 1.171/1994 – Código de Ética Profissional do Serviço Público.

Constitui dever fundamental do servidor público abster-se de exercer sua função com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observadas as formalidades legais.

Comentário:

A questão reproduz literalmente o disposto no Código de Ética. Veja:

(22)

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

Gabarito: Certo

4.

(Cespe – FUB 2018)

A Comissão de Ética poderá aplicar pena de demissão ao servidor público que atentar contra a ética, desde que haja a devida motivação para o ato.

Comentário:

A comissão de ética não aplica diretamente sanções disciplinares, como a demossão, mas apenas recomenda a instauração de procedimento disciplinar para a eventual aplicação dessas penalidades. A comissão de ética só aplica a pena de censura.

Gabarito: Errado

5.

(Cespe – FUB 2018)

Diante de uma situação urgente de escolha que exija do servidor público o cumprimento dos deveres fundamentais de rapidez e rendimento, ele deverá optar pela conduta legal, justa e conveniente, podendo desconsiderar o elemento ético, a fim de atender com maior efetividade ao interesse público.

Comentário:

Conforme o Código de Ética, o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.

Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art.

37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

Gabarito: Errado

6.

(Cespe – FUB 2018)

O dever de prestar contas abrange não apenas os administradores de órgãos e entidades públicas, mas também os de entes paraestatais.

Comentário:

Para responder à questão, temos que relembrar o conceito de servidor público para fins de aplicação do Código de Ética:

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

(23)

Logo, de fato, os administradores de entidades paraestatais estão sim sujeitos ao dever de prestar contas, não podendo “jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo”.

Gabarito: Certo

7.

(Cespe – Iphan 2018)

A criação de comissão de ética com a finalidade de orientar o servidor é facultativa às entidades que exerçam atribuições delegadas pelo poder público.

Comentário:

De acordo com o Código de Ética, “em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura”.

Como se nota, o Código trata a criação de comissão de ética como um dever, e não como uma faculdade, das entidades que exerçam atribuições delegadas pelo poder público.

Gabarito: Errado

8.

(Cespe – Iphan 2018)

Conforme o Decreto n.º 1.171/1994, é vedado ao servidor público civil do Poder Executivo federal atrapalhar ou impedir o exercício regular de direito por qualquer pessoa.

Comentário:

De fato, conforme o Código de Ética, é vedado ao servidor público “usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material”.

Gabarito: Certo

9.

(Cespe – Iphan 2018)

A punição prevista para servidor por desvio de conduta ética reconhecido por comissão de ética é a censura ética.

Comentário:

Ao divulgar o gabarito preliminar, o Cespe considerou essa questão “Certa”. Todavia, o gabarito definitivo foi

“Errada”, sob a justificativa de que a punição seria a “censura”, e não a “censura ética”. A meu ver, o preciosismo da banca foi exagerado demais, mas é importante ficarmos atentos ao estilo da organizadora.

Gabarito: Errado

(24)

10.

(Cespe – INSS 2016)

Bruno, servidor contratado temporariamente para prestar serviços a determinado órgão público federal, praticou conduta vedada aos servidores públicos pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

Mesmo prestando serviço de natureza temporária, Bruno está sujeito às disposições contidas nos Decretos 1.171/94 e 6.029/2007.

Comentários:

O Código de Ética abrange servidores estatutários efetivos e comissionados, empregados públicos, agentes temporários e agentes em colaboração com o Estado. Portanto, Bruno, mesmo sendo servidor contratado temporariamente, está sim sujeito ao Código de Ética.

Gabarito: Certo

11.

(Cespe – INSS 2016)

Durante o procedimento de apuração da conduta de Bruno, a comissão de ética deverá garantir-lhe proteção à sua honra e à sua imagem.

Comentários:

O item está correto, conforme o seguinte dispositivo do Decreto 6.029/2007:

Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser desenvolvidos com celeridade e observância dos seguintes princípios:

I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;

Gabarito: Certo

12.

(Cespe – INSS 2016)

Se, para a infração praticada por Bruno, estiverem previstas as penalidades de advertência ou suspensão, a comissão de ética será competente para, após o regular procedimento, aplicar diretamente a penalidade.

Comentários:

A comissão de ética não aplica diretamente as sanções de advertência e suspensão, mas apenas recomenda a instauração de procedimento disciplinar para a eventual aplicação dessas penalidades. A comissão de ética só aplica a pena de censura.

Gabarito: Errado

13.

(Cespe – INSS 2016)

Em razão da relevância do serviço público prestado, é vitalício o mandato de membro integrante da Comissão de Ética Pública, o que evita interferências externas na atuação da comissão.

Comentário:

(25)

O mandato dos membros da CEP é de três anos, e não vitalício (Decreto 6.029/2007, art. 3º).

Gabarito: Errado

14.

(Cespe – INSS 2016)

Embora deva respeitar a hierarquia, o servidor público está obrigado a representar contra ações manifestamente ilegais de seus superiores hierárquicos.

Comentário:

Segundo o Código de Ética, é dever do servidor público “ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal”.

Gabarito: Certo

15.

(Cespe – INSS 2016)

O rol de legitimados a provocar a atuação da Comissão de Ética Pública, prevista no Decreto 6.029/2007, é restrito a agentes públicos, sendo, entretanto, permitido a qualquer cidadão provocar a atuação das comissões de ética de que trata o Decreto 1.171/94.

Comentário:

O rol de legitimados a provocar a atuação da CEP não é restrito a agentes públicos, conforme prevê o art. do Decreto 6.029/2007:

Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, associação ou entidade de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal.

Gabarito: Errado

Conflito de Interesses

16.

Cespe – MDIC 2014

É vedado às autoridades públicas a participação em conselhos de administração e fiscal de empresas privadas, independentemente de a União ser ou não uma de suas acionistas.

Comentário:

Segundo a Resolução nº 8/2003 da Comissão de Ética Pública:

5. A participação de autoridade em conselhos de administração e fiscal de empresa privada, da qual a União seja acionista, somente será permitida quando resultar de indicação institucional da autoridade pública competente. Nestes casos, é-lhe vedado participar de deliberação que possa suscitar conflito de interesses com o Poder Público.

(26)

Portanto, as autoridades públicas poderão participar dos conselhos de administração e fiscal de empresas privadas das quais a União seja acionista, desde que por indicação institucional da autoridade pública competente.

Gabarito: Errado

17.

Cespe – AFT 2013

É vedado ao agente público, nos doze meses após desvincular-se de cargo ou emprego no Poder Executivo federal, prestar qualquer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego.

Comentário:

Segundo o art. 6º, inciso II da Lei 12.813/2013, o período de impedimento é de seis meses, e não de doze:

Art. 6o Configura conflito de interesses após o exercício de cargo ou emprego no âmbito do Poder Executivo federal:

II - no período de 6 (seis) meses, contado da data da dispensa, exoneração, destituição, demissão ou aposentadoria, salvo quando expressamente autorizado, conforme o caso, pela Comissão de Ética Pública ou pela Controladoria-Geral da União:

a) prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica com quem tenha estabelecido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo ou emprego

(...)

Gabarito: Errado

18.

Cespe – AFT 2013

Conflito de interesses é a situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e privados, que possa comprometer o interesse público ou influenciar o desempenho imparcial da função pública.

Comentário:

A questão transcreve ipsis literis a definição de conflito de interesses presente no art. 3º, I da Lei 12.813/2013.

Gabarito: Certo

19.

Cespe – AFT 2013

A Lei n.o 12.813/2013 introduziu no regime jurídico do servidor público civil o prazo mínimo de desincompatibilização do servidor que se desligar da administração pública, durante o qual o servidor não poderá divulgar ou fazer uso de informação privilegiada obtida em razão das atividades exercidas.

Comentário:

A Lei 12.813/2013 não estabeleceu um prazo mínimo para que o ex-servidor possa fazer uso de informação privilegiada após deixar o cargo. Ao contrário, a referida lei dispõe que configura conflito de interesses utilizar

(27)

esse tipo de informação a qualquer tempo, ou seja, jamais o ex-servidor poderá fazer uso, em benefício próprio, de informações privilegiadas que tenha obtido em razão do exercício do cargo ou emprego.

Gabarito: Errado

20.

Cespe – CADE 2014

Se um conselheiro do CADE divulgasse, em conversa informal com empresários, dados sigilosos passíveis de repercussão econômica, embora sem implicações de lesão aos cofres públicos, a situação fática descrita não caracterizaria conflito de interesses por não acarretar comprometimento financeiro do erário.

Comentário:

Segundo a Lei 12.813/2013, configura conflito de interesses “divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou de terceiro, obtida em razão das atividades exercidas” (art. 5º, I).

A lei define informação privilegiada como “a que diz respeito a assuntos sigilosos ou aquela relevante ao processo de decisão no âmbito do Poder Executivo federal que tenha repercussão econômica ou financeira e que não seja de amplo conhecimento público”.

Um exemplo de informação privilegiada seria o nome do novo presidente de uma sociedade de economia mista federal, ainda não divulgado para o público. Essa informação possui repercussão econômica, pois pode influenciar a maneira como o mercado avalia a confiabilidade da empresa, com reflexo no valor das suas ações; por isso, o agente público que, em razão do cargo, tiver acesso a essa informação antes que ela seja tornada pública, e fazer uso dela em proveito próprio (por exemplo, comprando ou vendendo ações da empresa ou passando a dica para algum amigo) incorre em conflito de interesses.

Ressalte-se que a ocorrência de conflito de interesses independe da existência de lesão ao patrimônio público, bem como do recebimento de qualquer vantagem ou ganho pelo agente público ou por terceiro (art. 4º, §2º).

Ou seja, a divulgação ou o uso da informação em proveito próprio ou de terceiro, por si só, já caracteriza conflito de interesses.

Portanto, o item erra ao afirmar que “a situação fática descrita não caracterizaria conflito de interesses por não acarretar comprometimento financeiro do erário”.

Gabarito: Errado

21.

Cespe – CADE 2014

A consulta formulada por servidor público sobre a existência de conflito de interesses deverá, necessariamente, versar sobre questão concreta, específica e que se relacione com a pessoa do próprio servidor.

Comentário:

Segundo o art. 4º, §1º da Lei 12.813/2013, no caso de dúvida sobre como prevenir ou impedir situações que configurem conflito de interesses, o agente público deverá consultar a Comissão de Ética Pública, caso seja agente pertencente à alta Administração (ex: Ministro de Estado, presidente de entidades da Administração indireta, etc.), ou a Controladoria-Geral da União (CGU), no caso dos demais servidores e empregados públicos do Poder Executivo.

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